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Perspectiva Humanista
Poema de amor de Petrarca
Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que cousa é tal?
Se boa por que tem ação moral?
Se má por que é tão doce o seu tormento?
Se eu ardo por querer por que o lamento
Se sem querer o lamentar que vai?
O viva morte, o deleitoso mal.
Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consinto sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou por alto-mar e sem governo.
É tão grave de error, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que anseio
E tremo em pleno estilo e ardo no inverno.
(Francesco Petrarca)
Tome Nota
Na poesia, a tentativa de conciliar a razão e o sentimento costuma
ser representada por meio de um recurso estilístico chamado paradoxo. O
paradoxo é a associação de ideias contraditórias. Petrarca usou essa figura
de linguagem para definir o amor: ele é apresentado como “doce [...]
tormento”, “viva morte” e “deleitoso mal”. Morte é o contrário de vida.
Quando o amor é caracterizado como uma “viva morte”, cria-se a
contradição de ideias que define um paradoxo.
Outra figura de linguagem utilizada para apresentar imagens e
características que se opõem é a antítese. A antítese expressa modos
diferentes e opostos de caracterizar um mesmo elemento. No soneto de
Petrarca, ocorre uma oposição entre “coisa boa” e “coisa má” nos dois
últimos versos da primeira estrofe. Os adjetivos boa e má indicam
possibilidades opostas de caracterização do amor. Se fosse um paradoxo, o
amor seria representado como bom e mau, simultaneamente.
Paradoxo
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís Vaz de Camões)
Como algo pode doer e não ser sensível, simultaneamente?
Como o ato de estar contente é descontente? (Uso de palavras antônimas)
Como uma dor não dói?
Antítese
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
• Associação de ideias contrárias;
• Oposição ocorre não simultaneamente
e não envolve sempre o mesmo objeto
ao mesmo tempo.
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís Vaz de Camões)
Perspectiva Humanista
Outra consequência do desejo de compreender o mundo é a
preocupação em conhecer a natureza humana. Os grandes artistas
preocupavam em compreender a mecânica dos movimentos para
serem capazes de representar o corpo humano de modo harmônico,
respeitando as relações de proporção entre as partes e revelando uma
concepção de beleza associada à harmonia e à simetria.
Referência
• ABAURRE, M. L. M.; ABAURRE, M. B. M.; PONTARA, M. Português -
Contexto, Interlocução e Sentido 1. [s.l: s.n.].

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Perspectiva Humanista

  • 2. Poema de amor de Petrarca Se amor não é qual é este sentimento? Mas se é amor, por Deus, que cousa é tal? Se boa por que tem ação moral? Se má por que é tão doce o seu tormento? Se eu ardo por querer por que o lamento Se sem querer o lamentar que vai? O viva morte, o deleitoso mal. Tanto podes sem meu consentimento. E se eu consinto sem razão pranteio. A tão contrário vento em frágil barca, Eu vou por alto-mar e sem governo. É tão grave de error, de ciência é parca Que eu mesmo não sei bem o que anseio E tremo em pleno estilo e ardo no inverno. (Francesco Petrarca)
  • 3. Tome Nota Na poesia, a tentativa de conciliar a razão e o sentimento costuma ser representada por meio de um recurso estilístico chamado paradoxo. O paradoxo é a associação de ideias contraditórias. Petrarca usou essa figura de linguagem para definir o amor: ele é apresentado como “doce [...] tormento”, “viva morte” e “deleitoso mal”. Morte é o contrário de vida. Quando o amor é caracterizado como uma “viva morte”, cria-se a contradição de ideias que define um paradoxo. Outra figura de linguagem utilizada para apresentar imagens e características que se opõem é a antítese. A antítese expressa modos diferentes e opostos de caracterizar um mesmo elemento. No soneto de Petrarca, ocorre uma oposição entre “coisa boa” e “coisa má” nos dois últimos versos da primeira estrofe. Os adjetivos boa e má indicam possibilidades opostas de caracterização do amor. Se fosse um paradoxo, o amor seria representado como bom e mau, simultaneamente.
  • 4. Paradoxo Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís Vaz de Camões) Como algo pode doer e não ser sensível, simultaneamente? Como o ato de estar contente é descontente? (Uso de palavras antônimas) Como uma dor não dói?
  • 5. Antítese É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. • Associação de ideias contrárias; • Oposição ocorre não simultaneamente e não envolve sempre o mesmo objeto ao mesmo tempo. Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís Vaz de Camões)
  • 6. Perspectiva Humanista Outra consequência do desejo de compreender o mundo é a preocupação em conhecer a natureza humana. Os grandes artistas preocupavam em compreender a mecânica dos movimentos para serem capazes de representar o corpo humano de modo harmônico, respeitando as relações de proporção entre as partes e revelando uma concepção de beleza associada à harmonia e à simetria.
  • 7. Referência • ABAURRE, M. L. M.; ABAURRE, M. B. M.; PONTARA, M. Português - Contexto, Interlocução e Sentido 1. [s.l: s.n.].