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IDADE  MODERNA, 1 Uma época de  crise  abriu-se com o choque entre o Papa  Bonifácio VIII  ( 1294-1303 ) a favor de uma teocracia pontifícia e o rei de França,  Fi- lipe o Belo .  [XVIII, 4] Século  XIII : problemas dos  Papas  Gregório IX ( 1227-1241 ) e Ino- cêncio IV ( 1243-1254 ) com o  Imperador  Frederico II ( + 1250 ), cu- jos domínios rodeavam os Estados Pontifícios. Foi um conflito vio- lento que dividiu a Itália em dois bandos: os “ guelfos ” partidários do Papa e os “ gibelinos ” seguidores do Imperador. Estas lutas  feriram de morte  o regime da Cristiandade medieval.  [XVIII, 1] Cume da crise : o conselheiro de Filipe, Guiller-me de Nogaret, fez  prisioneiro , em  Anagni , ao pontífice, que morreu passado um mês .  [XVIII, 4] HI 35 de 71
IDADE  MODERNA, 2 Clemente V  ( 1305-1314 ) transplanta o Papado para  Avinhão : ficou sob o domínio francês. Foram franceses os  sete papas  que ali se sucederam e quase noventa por cento dos  cardeais .  [XVIII, 4 - 5] Regresso do Papa a Roma:  anseio  dos melhores espíritos da época, desde  Santa Catarina  de Sena e Santa Brígida, a Petrarca.  [XVIII, 8] A  pacificação  dos Estados Pontifícios pelo carde-al Gil de Albornoz facilitava o regresso. Por fim,  Gregório XI  ( 1370-1378 ) abandonou Avinhão e fez a sua entrada em  Roma  em  1377 .  [XVIII, 8] HI 36 de 71
IDADE  MODERNA, 3 Cisma do Occidente, 1 Quando morreu Gregório XI, o  povo romano  desejava ardentemente a eleição de um  papa italiano . Num clima de paixão popular, o  conclave  (com grande maioria de franceses ) elegeu no dia 8 de Abril de  1378  o italiano Bartolomeu Prignano, que tomou o nome de  Urbano VI ( 1378-1389 ).  [XIX, 2] A Poucos meses mais tarde, a maioria francesa do Sacro Colégio abandonou Roma e denunciou como  inválida   a recente eleição papal. Em Setembro, designaram papa  a um deles que tomou o nome de  Clemente VII ( 1378-1394 ). Este instalou-se em  Avinhão,  os dois papas eleitos  excomungaram-se  um ao outro e o  Cisma  ficou aberto.  [XIX, 2] B HI 37 de 71
IDADE  MODERNA, 4 Em 1408, depois de 30 anos de Cisma,  Gregório XII  era Papa em  Roma  e  Bento XIII  (Pedro de Luna), encabeçava a obediência de  Avinhão . Um grupo de cardeais romanos e outro de Cardeais de Avinhão resolveram celebrar um  concílio  para pôr fim ao Cisma.  [XIX, 4] Cisma do Ocidente, 2 O concílio, reunido em  Pisa  em 1409, declarou depostos os dois pontífices e elegeu um novo Papa,  Alexandre V . Mas os papas de Roma e Avinhão  recusaram-se a abdicar , com o que a Cristandade ficou dividida em  três obediências .  [XIX, 4] O Imperador alemão Segismundo obteve do “ papa de Pisa ” João XXIII, sucessor de Alexandre V, a  convocação  do concílio  ecu- ménico  de  Constança .  [XIX, 4] HI 38 de 71
IDADE  MODERNA, 5 a Cisma do Ocidente, 3 Constança : votação não por cabeças, mas  por nações : um voto por cada nação e outro mais do Colégio de cardeais.  [XIX, 5] O Papa  João XXIII , convidado a abdicar,  recusou fazê-lo  e fugiu de Constança.  [XIX, 5] O concílio fez a sua  doutrina conciliarista , que afirmava a superioridade do concílio universal sobre o Papa.  [XIX, 5-7] Elegeu o Papa  Martinho V  ( 11.XI.1417 ), reconhecido por toda a cristandade:  fim do cisma . Mas o Papa  não  confirmou os decretos conciliaristas.  [XIX, 7-8] b c d HI 39 de 71
IDADE  MODERNA, 6 As doutrinas conciliaristas enfrentaram o Papa  Eugénio IV ( 1431-1447 ) no Concilio de  Basileia , que se converteu pouco a pouco numa assembleia de clérigos, com uma percentagem  mínima de bispos.  [XIX, 8] Os conciliares de Basileia chegaram à  ruptura com o Papa , que declararam deposto, elegendo como antipapa o duque Amadeu de Saboia , que tomou o nome de  Félix V .  Eugénio   IV   condenou  o «conventículo» e a  doutrina conciliarista . Todos os reinos cristãos  abandonaram  o grupo cismático. A crise do concili-arismo terminou com uma clara  reafirmação  do Primado romano .  [XIX, 8] HI 40 de 71
IDADE  MODERNA, 7 Várias  circunstâncias   prepararam  a reforma de Lutero:  [XXI, 2] - as doutrinas  conciliaristas , o democratismo eclesial, a filosofia nominalista, o  Cisma  do Ocidente; - Na ordem  política : os  conflitos  entre papas e imperadores, o auge dos  nacionalismos eclesiásticos ; -  decadência moral  do clero na Alemanha, em especial do episcopado (monopólio efectivo da nobreza); - a  debilidade do poder  soberano, num império  fragmentado num sem-fim de principados e cidades; - sobretudo o  ressentimiento contra Roma  (elenco de agravos e querelas da nação alemã contra a Cúria romana). HI 41 de 71
IDADE  MODERNA, 8 Lutero  ( 1483-1546 ) sentia uma angustiosa  an- siedade  por assegurar a sua  salvação .Formou--se na teologia  ockhamista , que ao mesmo tempo que proclamava o voluntarismo arbi-trário de Deus, sustentava que a  vontade   livre  do homem  bastava  para cumprir a Lei  divina e salvar-se. Mas ele considerava-se  incapaz  de  superar  a concupiscência apenas com as suas forças.  [XXI, 3] A meditação de  Rom 1, 17  (“o justo vive da fé”) fez sair Lutero  da sua profunda crise de angústia: acreditou entender que Deus misericordioso justificava o homem através da fé ( fé fiducial ). Sobre esta base construiu um  sistema doutrinal  em aberta  contra- dição  com a tradição da  Igreja .  [XXI, 3-4] HI 42 de 71
IDADE  MODERNA, 9 ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],A  Igreja  não seria depo- sitária nem intérprete da Revelação . Única fonte da Revelação: “ só a Escritura ”. A interpretação  da Escritura corresponde-ria a  cada fiel  em par-ticular,  directamente inspirado  por Deus. HI 43 de 71
IDADE  MODERNA, 10 Processo histórico da Reforma na Alemanha, 1 A pregação pelos dominicanos de  indulgências  para obter esmolas destinadas às obras da basílica de  S. Pedro  suscitou a repulsa de Lutero, frade agostinho e professor em Wittenberg. Publica 97 teses contra a Teología escolástica ( 4.IX.1517 ) e envia ao arcebispo de Mogúncia, na véspera do dia de Todos os Santos  95 teses sobre as indulgências .  [XXI, 7] Recusou  apresentar-se em  Roma . Crescimento da sua  fama . Apresenta-se nas dietas imperiais de Augsburgo  ( 1518 ) e Leipzig ( 1519 ).  [XXI, 7] 1519 :  Carlos V  Imperador. Lutero publica em  1520  três es-critos que implicavam a  ruptura   aberta  com a Igreja: “À nobreza cristã da nação alemã”, “Do cativeiro de Babilónia  da Igreja”, “Da liberdade do cristão”.  [XXI, 7] a b c HI 44 de 71
IDADE  MODERNA, 11 Processo histórico da Reforma na Alemanha,  2 Na dieta de  Worms  ( 1521 ),  Carlos V  e Lutero encontraram-se frente a frente.  Lutero : “não posso nem quero retratar-me”.  [XXI, 8] O luteranismo foi conquistando com rapidez prin-cipados e cidades. Na “ Guerra dos camponeses ” Lutero toma o  partido  dos  senhores  e exorta os  príncipes  a assumir o  poder eclesiástico  nos seus Estados. Em  1546  morre Lutero.  [XXI, 9] Vitória  de  Carlos V  em Mühlberg ( 1547 ). Traição de Maurício da Saxónia obriga Carlos V a conceder a liberdade religiosa aos lutera-nos ( tratado de Passau ,  1552 ).  Paz de Augsburgo  ( 1555 ): igualdade de direitos ( príncipes  decidem a confissão no seu território).  [XXI, 9] HI 45 de 71
IDADE  MODERNA, 12 Na Suiça alemã,  Zwinglio , pároco de Glaris ( 1484-1531 ), moveu desde  1518  a sua própria revolta religiosa. Lutero  considerava-o como “um homem não cristão”, sobretudo pela sua doutrina da presença  meramente simbólica  de Cristo na Eucaristia.  [XXII, 2] Calvino  ( 1509-1564 ) levou até às últimas consequências as premissas fundamentais da doutrina protestante. A  corrupção  insanável do homem e o  voluntarismo  divino absoluto conduziam à doutrina da  predestinação . A verdadeira Igreja seria a congregação dos  predestinados.  Sinal  de favor divino e indício  de predestinação: a  prosperidade  nos  negócios   temporais.  [XXII, 3] HI 46 de 71
IDADE  MODERNA, 13 A  Reforma católica  é  posterior  no tempo à Reforma pro- testante. Um país ocidental surge como  vanguarda  na Reforma católica: a Espanha dos  Reis Católicos . Em Itália  apareceu a figura dos  clérigos regulares  (vivem em comunidade e emitem os três votos religiosos, mas não usam hábito nem assistem ao coro): ordem dos  teatinos  ( 1524 ), e a dos  barbanitas  ( 1534 ), por exemplo.  [XXIII, 1-2] Fundação da  Companhia de Jesus  por  Santo  Inácio de Loyola  ( 1499-1556 ). Em  1540 ,  Paulo III aprovou-a como uma ordem de cléri- gos regulares, com a finalidade da  propagação da fé  e o  ensino  da doutrina.  Quarto voto .  Rápido desenvolvimento. Serviços de  grande  importância  ao Pontificado.  [XXIII, 3] HI 47 de 71
IDADE  MODERNA, 14 O impulso de  renovação espiritual  no sécu- lo XVI atingiu as antigas Ordens: Francisca-nos (São  Pedro de Alcántara ), Beneditinos (abade Garcia de  Cisneros ), Carmelo (Santa  Teresa de Jesus ). Na Itália nasceram os  Capuchinhos , como um novo ramo do tronco franciscano.  [XXIII, 4] Acontecimento central da Reforma católica: o Concílio de  Trento . O Papa  Paulo III  ( 1534-1549 ) desejava que se tratassem em pri-meiro lugar os temas  doutrinais  e  Carlos V  as questões  discipli-nares  de reforma eclesiástica. Trataram-se as duas matérias simul-taneamente. Durou de  1545  a  1563 , em três etapas.  [XXIII, 5-6] HI 48 de 71
IDADE  MODERNA, 15 A O imenso Império espanhol da  América  e  Extremo Oriente foi campo privilegiado para a expansão cristã.  [XXIV, 5] O dinamismo  tridentino  impulsionou também: a constitui- ção, por iniciativa de  São Pío V  ( 1566-1572 ), da Liga Santa, que venceu os turcos em  Lepanto ; a reconquista religiosa de uma porção considerável das populações do  Centro da Europa  (Suiça francesa, Áustria, Baviera, Polónia, Boémia); o  final  das  guerras de religião  na França.  [XXIV, 6] A  guerra dos   Trinta Anos  ( 1618-1648 ): Espanha e o Im- pério contra os príncipes protestantes. França interveio e inclinou a balança a favor dos príncipes protestantes (apesar de ser governada por cardeais: Richelieu,  + 1642 ; Mazzarino,  + 1661 ).  Tratados de Westfália .  [XXIV, 7] B C HI 49 de 71
IDADE  MODERNA, 16 Século XVII : França sucede a Espanha co-mo primeira potência europeia. Guerras de religião acabaram num  compromisso :  Hen-rique IV  converteu-se ao Catolicismo e os  huguenotes  receberam com o  Édito de Nan-tes  ( 1598 ) um estatuto de tolerância.  [XXV, 1] Época de esplendor religioso: São  Francisco de Sales  ( 1567-1622 ), São  Vicente de Paulo  ( 1581- 1660 ), São  João Baptista de la Salle  ( 1651-1719 ), reforma do Cister dá origem à  Trapa .  [XXV, 1] Disputas teológicas: a  controvérsia   de auxiliis   (Luís de Molina - Báñez): intervenção de Paulo V  ( 1605-1621 ).  [XXV, 3] HI 50 de 71
IDADE  MODERNA, 17 Cornélio  Jansénio , professor da Universidade de Lovaina e depois bispo de Ypres ( + 1638 ) expôs no seu tratado “ Augus- tinus ” uma doutrina sobre a  Graça  fundada nas mais rígidas teses de Santo Agostinho contra Pelágio:  irresistível  força da Graça nos predestinados e  impotência  do homem obter a salvação. Consequência: estrito  rigorismo  moral e sentimento de “ temor e tremor ” nas relações com Deus.  [XXV, 4] Século  XVII : o  quietismo  de  Miguel de Molinos  ( 1628- -1696 );  controvérsias  sobre os  ritos  malabares e chineses; o processo de  Galileu .  [XXV, 7-8] HI 51 de 71
IDADE  MODERNA, 18 Luís XIV  ( 1638-1715 ) derrogou o Édito de Nan-tes, acabando assim com a anterior tolerância para com os huguenotes. Mas entrou em conflito com o Papa  Inocêncio XI , ao pretender estender a todos os bispados e benefícios vagos os  direi-tos de regalia  a favor da coroa. O  episcopado francês  pôs-se ao lado do  rei .  [XXVI, 3] Bossuet  compôs os quatro “ Artigos orgânicos ” ( 1682 ), quinta essên-cia do  Galicanismo . O  Regalismo  estendeu-se também aos países germânicos (“ Febronianismo ”: de Febrónio, pseudónimo usado pelo bispo auxiliar do bispo de Tréveris) e à Áustria (“ Josefismo ”: de José II da Áustria). Tentativa de estender o Josefismo ao Grão Ducado da Toscana: Sínodo de  Pistoya .  [XXVI, 3-7] HI 52 de 71
IDADE  MODERNA, 19 1680-1715 :  grande  mudança de ideias e de mentalidades  que iluminou  a  Ilustração anticristã do século XVIII .  Factores desencadeantes : -  Descartes  ( 1596-1650 ) proclamava como princípio do discurso humano a  dúvida metódica  e a rejeição de tudo aquilo que não se impusesse com evidente clareza ao julgamento da  razão . Excluía da dúvida a verdade religiosa, mas o  racionalismo  posterior acabaria por negar valor ao conhecimento fundado na fé e na Revelação. Apa-rição dos “libertinos” (nada seguro, nada certo).  [XXVII, 2-3] - Crítica de  Spinoza  contra a  Bíblia : põe em dúvida o valor histórico dos livros revelados, os milagres e a ordem sobrenatural.  [XXVII, 4] - Substituição da Religião revelada por uma mera  religião natural ( Deísmo ).  [XXVII, 4] -  Maçonaria  fundada na Inglaterra: combatia a religião positiva (em especial o Cristianismo). Condenada por  Clemente XII  ( 1738 ).  [XXVII, 4] - Ódio ao Cristianismo:  Voltaire  ( 1694-1778 ) e os  filósofos .  [XXVII, 5] HI 53 de 71
IDADE  MODERNA, 20 O ideário da  Ilustração  era também  anti-cristão  pela sua total rejeição da verdade dogmática, que considerava “a priori” como expressão de  intolerância e fanatismo .  [XXVII, 6] Em  França , instrumento decisivo para a “popularização” da ideologia “ ilustrada” foi a “ Enciclopédia ”,  projectada por  Diderot  e  D’Alem-bert  e levada a cabo entre  1751  e  1772  por uma equipa de redactores (os “ enciclopedistas ”).  [XXVII, 7] Enciclopédia : alegava a incompatibilidade do Cristianismo com as ciências experimentais ou as exigências da razão. Na  Alemanha : movimento ilustrado (a “ Aufklärung ”); cristianismo “razoável”, sem dogmas nem milagres.  [XXVII, 7-8] HI 54 de 71

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A Reforma e a Idade Moderna

  • 1. IDADE MODERNA, 1 Uma época de crise abriu-se com o choque entre o Papa Bonifácio VIII ( 1294-1303 ) a favor de uma teocracia pontifícia e o rei de França, Fi- lipe o Belo . [XVIII, 4] Século XIII : problemas dos Papas Gregório IX ( 1227-1241 ) e Ino- cêncio IV ( 1243-1254 ) com o Imperador Frederico II ( + 1250 ), cu- jos domínios rodeavam os Estados Pontifícios. Foi um conflito vio- lento que dividiu a Itália em dois bandos: os “ guelfos ” partidários do Papa e os “ gibelinos ” seguidores do Imperador. Estas lutas feriram de morte o regime da Cristiandade medieval. [XVIII, 1] Cume da crise : o conselheiro de Filipe, Guiller-me de Nogaret, fez prisioneiro , em Anagni , ao pontífice, que morreu passado um mês . [XVIII, 4] HI 35 de 71
  • 2. IDADE MODERNA, 2 Clemente V ( 1305-1314 ) transplanta o Papado para Avinhão : ficou sob o domínio francês. Foram franceses os sete papas que ali se sucederam e quase noventa por cento dos cardeais . [XVIII, 4 - 5] Regresso do Papa a Roma: anseio dos melhores espíritos da época, desde Santa Catarina de Sena e Santa Brígida, a Petrarca. [XVIII, 8] A pacificação dos Estados Pontifícios pelo carde-al Gil de Albornoz facilitava o regresso. Por fim, Gregório XI ( 1370-1378 ) abandonou Avinhão e fez a sua entrada em Roma em 1377 . [XVIII, 8] HI 36 de 71
  • 3. IDADE MODERNA, 3 Cisma do Occidente, 1 Quando morreu Gregório XI, o povo romano desejava ardentemente a eleição de um papa italiano . Num clima de paixão popular, o conclave (com grande maioria de franceses ) elegeu no dia 8 de Abril de 1378 o italiano Bartolomeu Prignano, que tomou o nome de Urbano VI ( 1378-1389 ). [XIX, 2] A Poucos meses mais tarde, a maioria francesa do Sacro Colégio abandonou Roma e denunciou como inválida a recente eleição papal. Em Setembro, designaram papa a um deles que tomou o nome de Clemente VII ( 1378-1394 ). Este instalou-se em Avinhão, os dois papas eleitos excomungaram-se um ao outro e o Cisma ficou aberto. [XIX, 2] B HI 37 de 71
  • 4. IDADE MODERNA, 4 Em 1408, depois de 30 anos de Cisma, Gregório XII era Papa em Roma e Bento XIII (Pedro de Luna), encabeçava a obediência de Avinhão . Um grupo de cardeais romanos e outro de Cardeais de Avinhão resolveram celebrar um concílio para pôr fim ao Cisma. [XIX, 4] Cisma do Ocidente, 2 O concílio, reunido em Pisa em 1409, declarou depostos os dois pontífices e elegeu um novo Papa, Alexandre V . Mas os papas de Roma e Avinhão recusaram-se a abdicar , com o que a Cristandade ficou dividida em três obediências . [XIX, 4] O Imperador alemão Segismundo obteve do “ papa de Pisa ” João XXIII, sucessor de Alexandre V, a convocação do concílio ecu- ménico de Constança . [XIX, 4] HI 38 de 71
  • 5. IDADE MODERNA, 5 a Cisma do Ocidente, 3 Constança : votação não por cabeças, mas por nações : um voto por cada nação e outro mais do Colégio de cardeais. [XIX, 5] O Papa João XXIII , convidado a abdicar, recusou fazê-lo e fugiu de Constança. [XIX, 5] O concílio fez a sua doutrina conciliarista , que afirmava a superioridade do concílio universal sobre o Papa. [XIX, 5-7] Elegeu o Papa Martinho V ( 11.XI.1417 ), reconhecido por toda a cristandade: fim do cisma . Mas o Papa não confirmou os decretos conciliaristas. [XIX, 7-8] b c d HI 39 de 71
  • 6. IDADE MODERNA, 6 As doutrinas conciliaristas enfrentaram o Papa Eugénio IV ( 1431-1447 ) no Concilio de Basileia , que se converteu pouco a pouco numa assembleia de clérigos, com uma percentagem mínima de bispos. [XIX, 8] Os conciliares de Basileia chegaram à ruptura com o Papa , que declararam deposto, elegendo como antipapa o duque Amadeu de Saboia , que tomou o nome de Félix V . Eugénio IV condenou o «conventículo» e a doutrina conciliarista . Todos os reinos cristãos abandonaram o grupo cismático. A crise do concili-arismo terminou com uma clara reafirmação do Primado romano . [XIX, 8] HI 40 de 71
  • 7. IDADE MODERNA, 7 Várias circunstâncias prepararam a reforma de Lutero: [XXI, 2] - as doutrinas conciliaristas , o democratismo eclesial, a filosofia nominalista, o Cisma do Ocidente; - Na ordem política : os conflitos entre papas e imperadores, o auge dos nacionalismos eclesiásticos ; - decadência moral do clero na Alemanha, em especial do episcopado (monopólio efectivo da nobreza); - a debilidade do poder soberano, num império fragmentado num sem-fim de principados e cidades; - sobretudo o ressentimiento contra Roma (elenco de agravos e querelas da nação alemã contra a Cúria romana). HI 41 de 71
  • 8. IDADE MODERNA, 8 Lutero ( 1483-1546 ) sentia uma angustiosa an- siedade por assegurar a sua salvação .Formou--se na teologia ockhamista , que ao mesmo tempo que proclamava o voluntarismo arbi-trário de Deus, sustentava que a vontade livre do homem bastava para cumprir a Lei divina e salvar-se. Mas ele considerava-se incapaz de superar a concupiscência apenas com as suas forças. [XXI, 3] A meditação de Rom 1, 17 (“o justo vive da fé”) fez sair Lutero da sua profunda crise de angústia: acreditou entender que Deus misericordioso justificava o homem através da fé ( fé fiducial ). Sobre esta base construiu um sistema doutrinal em aberta contra- dição com a tradição da Igreja . [XXI, 3-4] HI 42 de 71
  • 9.
  • 10. IDADE MODERNA, 10 Processo histórico da Reforma na Alemanha, 1 A pregação pelos dominicanos de indulgências para obter esmolas destinadas às obras da basílica de S. Pedro suscitou a repulsa de Lutero, frade agostinho e professor em Wittenberg. Publica 97 teses contra a Teología escolástica ( 4.IX.1517 ) e envia ao arcebispo de Mogúncia, na véspera do dia de Todos os Santos 95 teses sobre as indulgências . [XXI, 7] Recusou apresentar-se em Roma . Crescimento da sua fama . Apresenta-se nas dietas imperiais de Augsburgo ( 1518 ) e Leipzig ( 1519 ). [XXI, 7] 1519 : Carlos V Imperador. Lutero publica em 1520 três es-critos que implicavam a ruptura aberta com a Igreja: “À nobreza cristã da nação alemã”, “Do cativeiro de Babilónia da Igreja”, “Da liberdade do cristão”. [XXI, 7] a b c HI 44 de 71
  • 11. IDADE MODERNA, 11 Processo histórico da Reforma na Alemanha, 2 Na dieta de Worms ( 1521 ), Carlos V e Lutero encontraram-se frente a frente. Lutero : “não posso nem quero retratar-me”. [XXI, 8] O luteranismo foi conquistando com rapidez prin-cipados e cidades. Na “ Guerra dos camponeses ” Lutero toma o partido dos senhores e exorta os príncipes a assumir o poder eclesiástico nos seus Estados. Em 1546 morre Lutero. [XXI, 9] Vitória de Carlos V em Mühlberg ( 1547 ). Traição de Maurício da Saxónia obriga Carlos V a conceder a liberdade religiosa aos lutera-nos ( tratado de Passau , 1552 ). Paz de Augsburgo ( 1555 ): igualdade de direitos ( príncipes decidem a confissão no seu território). [XXI, 9] HI 45 de 71
  • 12. IDADE MODERNA, 12 Na Suiça alemã, Zwinglio , pároco de Glaris ( 1484-1531 ), moveu desde 1518 a sua própria revolta religiosa. Lutero considerava-o como “um homem não cristão”, sobretudo pela sua doutrina da presença meramente simbólica de Cristo na Eucaristia. [XXII, 2] Calvino ( 1509-1564 ) levou até às últimas consequências as premissas fundamentais da doutrina protestante. A corrupção insanável do homem e o voluntarismo divino absoluto conduziam à doutrina da predestinação . A verdadeira Igreja seria a congregação dos predestinados. Sinal de favor divino e indício de predestinação: a prosperidade nos negócios temporais. [XXII, 3] HI 46 de 71
  • 13. IDADE MODERNA, 13 A Reforma católica é posterior no tempo à Reforma pro- testante. Um país ocidental surge como vanguarda na Reforma católica: a Espanha dos Reis Católicos . Em Itália apareceu a figura dos clérigos regulares (vivem em comunidade e emitem os três votos religiosos, mas não usam hábito nem assistem ao coro): ordem dos teatinos ( 1524 ), e a dos barbanitas ( 1534 ), por exemplo. [XXIII, 1-2] Fundação da Companhia de Jesus por Santo Inácio de Loyola ( 1499-1556 ). Em 1540 , Paulo III aprovou-a como uma ordem de cléri- gos regulares, com a finalidade da propagação da fé e o ensino da doutrina. Quarto voto . Rápido desenvolvimento. Serviços de grande importância ao Pontificado. [XXIII, 3] HI 47 de 71
  • 14. IDADE MODERNA, 14 O impulso de renovação espiritual no sécu- lo XVI atingiu as antigas Ordens: Francisca-nos (São Pedro de Alcántara ), Beneditinos (abade Garcia de Cisneros ), Carmelo (Santa Teresa de Jesus ). Na Itália nasceram os Capuchinhos , como um novo ramo do tronco franciscano. [XXIII, 4] Acontecimento central da Reforma católica: o Concílio de Trento . O Papa Paulo III ( 1534-1549 ) desejava que se tratassem em pri-meiro lugar os temas doutrinais e Carlos V as questões discipli-nares de reforma eclesiástica. Trataram-se as duas matérias simul-taneamente. Durou de 1545 a 1563 , em três etapas. [XXIII, 5-6] HI 48 de 71
  • 15. IDADE MODERNA, 15 A O imenso Império espanhol da América e Extremo Oriente foi campo privilegiado para a expansão cristã. [XXIV, 5] O dinamismo tridentino impulsionou também: a constitui- ção, por iniciativa de São Pío V ( 1566-1572 ), da Liga Santa, que venceu os turcos em Lepanto ; a reconquista religiosa de uma porção considerável das populações do Centro da Europa (Suiça francesa, Áustria, Baviera, Polónia, Boémia); o final das guerras de religião na França. [XXIV, 6] A guerra dos Trinta Anos ( 1618-1648 ): Espanha e o Im- pério contra os príncipes protestantes. França interveio e inclinou a balança a favor dos príncipes protestantes (apesar de ser governada por cardeais: Richelieu, + 1642 ; Mazzarino, + 1661 ). Tratados de Westfália . [XXIV, 7] B C HI 49 de 71
  • 16. IDADE MODERNA, 16 Século XVII : França sucede a Espanha co-mo primeira potência europeia. Guerras de religião acabaram num compromisso : Hen-rique IV converteu-se ao Catolicismo e os huguenotes receberam com o Édito de Nan-tes ( 1598 ) um estatuto de tolerância. [XXV, 1] Época de esplendor religioso: São Francisco de Sales ( 1567-1622 ), São Vicente de Paulo ( 1581- 1660 ), São João Baptista de la Salle ( 1651-1719 ), reforma do Cister dá origem à Trapa . [XXV, 1] Disputas teológicas: a controvérsia de auxiliis (Luís de Molina - Báñez): intervenção de Paulo V ( 1605-1621 ). [XXV, 3] HI 50 de 71
  • 17. IDADE MODERNA, 17 Cornélio Jansénio , professor da Universidade de Lovaina e depois bispo de Ypres ( + 1638 ) expôs no seu tratado “ Augus- tinus ” uma doutrina sobre a Graça fundada nas mais rígidas teses de Santo Agostinho contra Pelágio: irresistível força da Graça nos predestinados e impotência do homem obter a salvação. Consequência: estrito rigorismo moral e sentimento de “ temor e tremor ” nas relações com Deus. [XXV, 4] Século XVII : o quietismo de Miguel de Molinos ( 1628- -1696 ); controvérsias sobre os ritos malabares e chineses; o processo de Galileu . [XXV, 7-8] HI 51 de 71
  • 18. IDADE MODERNA, 18 Luís XIV ( 1638-1715 ) derrogou o Édito de Nan-tes, acabando assim com a anterior tolerância para com os huguenotes. Mas entrou em conflito com o Papa Inocêncio XI , ao pretender estender a todos os bispados e benefícios vagos os direi-tos de regalia a favor da coroa. O episcopado francês pôs-se ao lado do rei . [XXVI, 3] Bossuet compôs os quatro “ Artigos orgânicos ” ( 1682 ), quinta essên-cia do Galicanismo . O Regalismo estendeu-se também aos países germânicos (“ Febronianismo ”: de Febrónio, pseudónimo usado pelo bispo auxiliar do bispo de Tréveris) e à Áustria (“ Josefismo ”: de José II da Áustria). Tentativa de estender o Josefismo ao Grão Ducado da Toscana: Sínodo de Pistoya . [XXVI, 3-7] HI 52 de 71
  • 19. IDADE MODERNA, 19 1680-1715 : grande mudança de ideias e de mentalidades que iluminou a Ilustração anticristã do século XVIII . Factores desencadeantes : - Descartes ( 1596-1650 ) proclamava como princípio do discurso humano a dúvida metódica e a rejeição de tudo aquilo que não se impusesse com evidente clareza ao julgamento da razão . Excluía da dúvida a verdade religiosa, mas o racionalismo posterior acabaria por negar valor ao conhecimento fundado na fé e na Revelação. Apa-rição dos “libertinos” (nada seguro, nada certo). [XXVII, 2-3] - Crítica de Spinoza contra a Bíblia : põe em dúvida o valor histórico dos livros revelados, os milagres e a ordem sobrenatural. [XXVII, 4] - Substituição da Religião revelada por uma mera religião natural ( Deísmo ). [XXVII, 4] - Maçonaria fundada na Inglaterra: combatia a religião positiva (em especial o Cristianismo). Condenada por Clemente XII ( 1738 ). [XXVII, 4] - Ódio ao Cristianismo: Voltaire ( 1694-1778 ) e os filósofos . [XXVII, 5] HI 53 de 71
  • 20. IDADE MODERNA, 20 O ideário da Ilustração era também anti-cristão pela sua total rejeição da verdade dogmática, que considerava “a priori” como expressão de intolerância e fanatismo . [XXVII, 6] Em França , instrumento decisivo para a “popularização” da ideologia “ ilustrada” foi a “ Enciclopédia ”, projectada por Diderot e D’Alem-bert e levada a cabo entre 1751 e 1772 por uma equipa de redactores (os “ enciclopedistas ”). [XXVII, 7] Enciclopédia : alegava a incompatibilidade do Cristianismo com as ciências experimentais ou as exigências da razão. Na Alemanha : movimento ilustrado (a “ Aufklärung ”); cristianismo “razoável”, sem dogmas nem milagres. [XXVII, 7-8] HI 54 de 71

Notas do Editor

  1. As notas entre parêntesis rectos fazem referência a parágrafos de: “História Breve do Cristianismo”, José Orlandis, Rei dos Livros.