SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
O estágio curricular e sua eficácia na Educação Superior

Escrito por Gardênia Feitosa Veras Macatrão Costa
Qua, 23 de Novembro de 2005 21:00



 1. INTRODUÇÃO
 O estágio curricular foi criado pela Lei n. 6.494, de 7 de dezembro de 19977 e regulamentado
pelo Decreto n. 87.497, de 18 de agosto de 1982, que dispõe sobre o estágio de estudantes de
estabelecimento de ensino superior e de 2º grau regular e supletivo. É considerado estágio
curricular, para efeitos do referido Decreto
  As atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante
pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizada na
comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob
responsabilidade e coordenação da instituição de ensino.

 Não há dúvidas quanto à pertinência da lei. No entanto, questionamos a eficácia da realização
de qualquer atividade em educação pela simples justificativa de se cumprir uma obrigação
legal. Para que tenha êxito, é necessário que o estágio curricular seja realizado em campo de
afinidade do aluno, com uma série de procedimentos preparatórios que assegurem a efetiva
aplicabilidade dos conhecimentos teóricos assimilados em sala de aula, possibilitando que a
prática do mesmo seja benéfica para a instituição, para o aluno e para a organização que o
acolhe.

 2. IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA O ALUNO
 Independente de ser obrigatório, o estágio curricular constitui-se em oportunidade para que o
aluno aprofunde conhecimentos e habilidades em sua área de interesse.
   Segundo ROESCH (1999, p. 27), "o conhecimento é algo que se constrói e o aluno, ao
levantar situações problemáticas nas organizações, propor sistemas (soluções), avaliar planos
ou programas, bem como testar modelos e instrumentos, está também ajudando a construir
conhecimento".

 A vivência de situações reais do cotidiano da organização escolhida como campo de estágio
proporciona ao aluno:

 " Uma oportunidade para refletir, sistematizar e testar conhecimentos teóricos e instrumentos
discutidos durante o curso;
 " Complementar e confrontar ensinamentos teóricos com a realidade, podendo confirmar
pensamentos e hipóteses, quebrar paradigmas e reelaborar conhecimentos;
 " Confirmar sua inclinação para determinada área de atuação diante das possibilidades
apresentadas por sua eminente profissão;
 " Experimentar o aprendizado fora do ambiente acadêmico;
 " Avaliar o mercado de trabalho;
 " Dar início a uma rede de relacionamentos profissionais que será importante quando
ingressar no mercado de trabalho;
 " Ampliar sua visão acerca do universo de sua profissão;
 " Dependendo de seu desempenho, obter uma proposta de efetivação / contratação na
organização.
   Há situações em que se permite que o aluno realize o estágio curricular em seu próprio
ambiente de trabalho. Essa alternativa apresenta vantagens e desvantagens. Dentre as
vantagens, podemos destacar:



                                                                                           1/4
O estágio curricular e sua eficácia na Educação Superior

Escrito por Gardênia Feitosa Veras Macatrão Costa
Qua, 23 de Novembro de 2005 21:00

 " O conhecimento prévio do aluno com o ambiente, facilitando sua adaptação; e
 " A possibilidade de aumento de sua visibilidade diante de seus superiores e reconhecimento
por seus colegas de trabalho.




Como desvantagens, podemos elencar:

 " Pelo fato de estar habituado ao ambiente, o aluno compromete sua capacidade de análise
crítica e não percebe detalhes facilmente detectados por quem procede de um meio externo;
 " O estagiário pode enfrentar resistência por parte dos colegas e superiores, que podem
sentir-se intimidados a fornecer informações, por terem insegurança quanto ao seu uso. Para
evitar esses aspectos negativos, sugere-se que o aluno realize estágio em um setor diferente
do seu.

 No processo de finalização do estágio curricular, o aluno elabora o Relatório Final de Estágio,
documento em que relata e analisa sua experiência, bem como suas considerações sobre a
empresa. Alguns acadêmicos aproveitam a oportunidade para fazerem propostas para solução
de problemas detectados na organização, o que pode ser uma forma de contribuição para a
mesma.


 3. BENEFÍCIOS DO ESTÁGIO CURRICULAR PARA A ORGANIZAÇÃO QUE RECEBE O
ESTAGIÁRIO
 Ainda é comum encontrar organizações reticentes e até mesmo contrárias à disponibilização
de sua estrutura como campo de estágio. Os principais argumentos orbitam no questionamento
da contribuição do formando para a empresa, falta de pessoal para acompanhar o trabalho do
estagiário, além de restrição em permitir que o aluno tenha acesso a informações estratégicas.

 No entanto, é necessário esclarecer que para as empresas há mais vantagens que
desvantagens em receber estagiários. Podemos citar:

 " Oportunidade de aproximação com o mundo acadêmico, onde são gerados novos
conhecimentos e tecnologias;
 " Possibilidade de ter à sua disposição mão-de-obra com razoável qualificação, a baixo custo;
 " Ampliação de opções para contratação de novos colaboradores, visto que os estagiários já
conhecem a dinâmica da organização e já foram avaliados durante a realização do estágio;
 " Poder exercer sua função social, contribuindo para a formação profissional em sua área de
atuação e, conseqüentemente, colaborando para a melhoria dos serviços prestados ou
produzidos em seu setor e, em última instância, para o desenvolvimento econômico e social do
país, reforçando, assim, imagem positiva diante da sociedade.

 É pertinente ressaltar que, para as instituições de ensino, os contatos com o mercado, através
do estagiário, as aproximam da sociedade e comprovam sua importância para a comunidade
em que está inserida.




                                                                                           2/4
O estágio curricular e sua eficácia na Educação Superior

Escrito por Gardênia Feitosa Veras Macatrão Costa
Qua, 23 de Novembro de 2005 21:00

 4. ESTRATÉGIAS QUE PODEM SER ADOTADAS PARA GARANTIR A EFICÁCIA DO
ESTÁGIO CURRICULAR
 Para atingir plenamente os objetivos do estágio curricular e proporcionar a todos os seus
atores os benefícios mencionados, é necessário que a instituição de ensino se preocupe
inicialmente em preparar e orientar adequadamente o pretendente estagiário para sua tarefa.

 Para isso, muitas instituições reservam carga horária específica dedicada ao esclarecimento
para o aluno da importância do estágio e sua responsabilidade em representar a instituição e
até mesmo sua categoria profissional.

 Inicialmente o aluno deve ser orientado a definir o campo de estágio de acordo com sua área
de interesse, e elaborar o Projeto ou Plano de Estágio, documento fundamental para o
planejamento das atividades a serem desenvolvidas, conhecimentos a serem utilizados,
objetivos do estágio naquela determinada organização e resultados a serem alcançados dentro
do prazo de execução do estágio. Elaborado o projeto, o mesmo é submetido à apreciação do
professor-supervisor e, muitas vezes, do responsável técnico da empresa campo de estágio.

 Antes de iniciar o estágio, o aluno deve também receber orientações sobre seu
comportamento, apresentação pessoal e postura ética e profissional no contato com a empresa
e seus diversos setores, adotando posicionamento discreto e proativo no desenvolvimento de
suas tarefas.

 De nada adianta preparar o estagiário se a organização que o receberá não reconhecer sua
co-responsabilidade no sucesso do estágio. Uma das maiores reclamações dos estagiários se
refere à sub-utilização de sua capacidade, através da delegação de atividades limitadas e
pouco complexas, que não permitem seu desenvolvimento e empobrecem sua experiência.
Para NUNES e LAMB (2003), quando isso ocorre, transforma-se o estágio "no mero
desempenho de funções subalternas necessárias à burocracia da organização que está lhe
oferecendo a oportunidade. Nestes casos, o estágio, certamente, não está contribuindo, em
nada, para a formação do futuro profissional".

 Segundo ROESH (1999, p.30), "há aqueles que duvidam da contribuição do aluno, mas que
ainda assim aceitam o estagiário como parte da função social da empresa. O problema é que
adotar essa atitude nem sempre implica permitir acesso de fato ao estagiário; é um processo
em que se aceitam as visitas, mas restringem-se as informações".

Para evitar essa situação, podem ser adotadas as seguintes estratégias:

 " Manutenção de um cadastro de empresas que efetivamente compreendem o estágio como
atividade pedagógica importante para a formação profissional;
 " A realização de encontros com os responsáveis técnicos pelo estágio, esclarecendo-se que a
presença do estagiário não se constitui em ameaça, mas em oportunidade de atualização
tecnológica da empresa e seus colaboradores. Essa ação poderá contribuir para uma maior
receptividade do aluno no campo de estágio;
 " Oferecer retorno à empresa campo de estágio, através da divulgação da parceria e casos de
resultados exitosos. Isso aumentará a credibilidade da instituição de ensino e elevará o



                                                                                         3/4
O estágio curricular e sua eficácia na Educação Superior

Escrito por Gardênia Feitosa Veras Macatrão Costa
Qua, 23 de Novembro de 2005 21:00

conceito de ambas diante da sociedade;
 " Proporcionar um feedback dos resultados obtidos pelo estagiário e das propostas feitas por
ele ao final do estágio;
 " Consultar a empresa acerca de seu nível de satisfação com os estagiários a ela destinados,
para que se defina o perfil mais apropriado e se estabeleçam melhores experiências futuras.

 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Não se pretende, com esse ensaio, apresentar nova teoria acerca do estágio curricular,
apenas ratificar sua importância e os cuidados necessários ao implantá-lo não como
obrigatoriedade para a graduação do aluno ou cumprimento aos pré-requisitos legais para
reconhecimento dos cursos superiores, mas como forma de efetivamente proporcionar ao
aluno o aprendizado através da rica experiência, fruto da vivência de situações reais do
cotidiano profissional que vão, com o auxílio da
teoria
estudada, aguçar a visão crítica e capacidade do aluno de elaboração do conhecimento,
momento em que culmina o processo de aprendizagem.

 Através da realização das estratégias propostas, acreditamos ser possível minimizar as
insatisfações e maximizar os resultados positivos para os agentes envolvidos no estágio
curricular, convergindo-se esses resultados para a qualidade na formação dos profissionais
que estarão a serviço do desenvolvimento econômico e social, da melhoria de condições de
vida e da busca pela igualdade social através da produção do saber.


 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
 BIANCHI, A.C.M; ALVARENGA, M.; BIANCHI, R. Orientação para estágio em turismo.São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. p.11-14.
 BRASIL. Leis e Decretos. Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977. Dispões sobre estágio de
estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de ensino profissionalizante do 2º Grau e
Supletivo e dá outras providências.
 __________ . Decreto nº 87.497, de 18 de agosto de 1982. Regulamenta a Lei nº 6.494.
 NUNES, D.J. e LAMB, Luís. As distorções do estágio curricular obrigatório. T&C Amazônia,
Ano 1, nº 2, Junho de 2003.
 ROESCH, Sylvia M.A.; BECKER, Grace Vieira; MELLO, Maria Ivone. Projetos de estágio e de
pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e
estudos de caso. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 25-41.




                                                                                           4/4

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Relatorio estagio educação infantil
Relatorio estagio educação infantil Relatorio estagio educação infantil
Relatorio estagio educação infantil filicianunes
 
relatório da educação especial-estágio
relatório da educação especial-estágiorelatório da educação especial-estágio
relatório da educação especial-estágioUFMA e UEMA
 
Projeto Político Pedagógico (PPP) CE Governador José Sarney
Projeto Político Pedagógico (PPP)  CE Governador José SarneyProjeto Político Pedagógico (PPP)  CE Governador José Sarney
Projeto Político Pedagógico (PPP) CE Governador José SarneyAdilson P Motta Motta
 
O que é educação, sua importância e finalidade
O que é educação, sua importância e finalidadeO que é educação, sua importância e finalidade
O que é educação, sua importância e finalidadeMarcelo da Fonseca
 
Ot pautas de atpc
Ot   pautas de atpcOt   pautas de atpc
Ot pautas de atpcErica Frau
 
Slides da reunião com professores
Slides da reunião com professoresSlides da reunião com professores
Slides da reunião com professoresdriminas
 
Relatório de observação
Relatório de observaçãoRelatório de observação
Relatório de observaçãoArte Tecnologia
 
Caderno de estagio ef
Caderno de estagio efCaderno de estagio ef
Caderno de estagio efmkbariotto
 
PPP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA CORNÉLIA 2016-2018
PPP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA CORNÉLIA 2016-2018PPP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA CORNÉLIA 2016-2018
PPP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA CORNÉLIA 2016-2018Antônio Fernandes
 
O PAPEL DO CUIDADOR.MEDIADOR.pptx
O PAPEL DO CUIDADOR.MEDIADOR.pptxO PAPEL DO CUIDADOR.MEDIADOR.pptx
O PAPEL DO CUIDADOR.MEDIADOR.pptxAnaRocha812480
 
Pasta de estágio educação infantil
Pasta de estágio educação infantilPasta de estágio educação infantil
Pasta de estágio educação infantilLuccia Roccha
 
Orientações estágio educação infantil - cópia
  Orientações estágio educação infantil - cópia  Orientações estágio educação infantil - cópia
Orientações estágio educação infantil - cópiaLarissa Soares
 
Supervisao escolar-o-papel-do-supervisor-escolar
Supervisao escolar-o-papel-do-supervisor-escolarSupervisao escolar-o-papel-do-supervisor-escolar
Supervisao escolar-o-papel-do-supervisor-escolarfrancinethmedeiros
 
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADORELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADOUFMA e UEMA
 
Estagio gestão
Estagio gestãoEstagio gestão
Estagio gestãomagrid
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL IIESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL IIFábio Ribeiro Silva
 
Pedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusivaPedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusivaCarina Zandonai
 
Ações educativas no meio escolar uma abordagem sobre a hanseníase patrícia ...
Ações educativas no meio escolar uma abordagem sobre a hanseníase   patrícia ...Ações educativas no meio escolar uma abordagem sobre a hanseníase   patrícia ...
Ações educativas no meio escolar uma abordagem sobre a hanseníase patrícia ...bio_fecli
 
Eja metodologia políticas públicas de eja
Eja   metodologia políticas públicas de ejaEja   metodologia políticas públicas de eja
Eja metodologia políticas públicas de ejaPaulo Sérgio
 

Mais procurados (20)

Relatório de Regências Ensino Fundamental
Relatório de Regências Ensino Fundamental Relatório de Regências Ensino Fundamental
Relatório de Regências Ensino Fundamental
 
Relatorio estagio educação infantil
Relatorio estagio educação infantil Relatorio estagio educação infantil
Relatorio estagio educação infantil
 
relatório da educação especial-estágio
relatório da educação especial-estágiorelatório da educação especial-estágio
relatório da educação especial-estágio
 
Projeto Político Pedagógico (PPP) CE Governador José Sarney
Projeto Político Pedagógico (PPP)  CE Governador José SarneyProjeto Político Pedagógico (PPP)  CE Governador José Sarney
Projeto Político Pedagógico (PPP) CE Governador José Sarney
 
O que é educação, sua importância e finalidade
O que é educação, sua importância e finalidadeO que é educação, sua importância e finalidade
O que é educação, sua importância e finalidade
 
Ot pautas de atpc
Ot   pautas de atpcOt   pautas de atpc
Ot pautas de atpc
 
Slides da reunião com professores
Slides da reunião com professoresSlides da reunião com professores
Slides da reunião com professores
 
Relatório de observação
Relatório de observaçãoRelatório de observação
Relatório de observação
 
Caderno de estagio ef
Caderno de estagio efCaderno de estagio ef
Caderno de estagio ef
 
PPP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA CORNÉLIA 2016-2018
PPP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA CORNÉLIA 2016-2018PPP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA CORNÉLIA 2016-2018
PPP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA CORNÉLIA 2016-2018
 
O PAPEL DO CUIDADOR.MEDIADOR.pptx
O PAPEL DO CUIDADOR.MEDIADOR.pptxO PAPEL DO CUIDADOR.MEDIADOR.pptx
O PAPEL DO CUIDADOR.MEDIADOR.pptx
 
Pasta de estágio educação infantil
Pasta de estágio educação infantilPasta de estágio educação infantil
Pasta de estágio educação infantil
 
Orientações estágio educação infantil - cópia
  Orientações estágio educação infantil - cópia  Orientações estágio educação infantil - cópia
Orientações estágio educação infantil - cópia
 
Supervisao escolar-o-papel-do-supervisor-escolar
Supervisao escolar-o-papel-do-supervisor-escolarSupervisao escolar-o-papel-do-supervisor-escolar
Supervisao escolar-o-papel-do-supervisor-escolar
 
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADORELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
 
Estagio gestão
Estagio gestãoEstagio gestão
Estagio gestão
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL IIESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
 
Pedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusivaPedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusiva
 
Ações educativas no meio escolar uma abordagem sobre a hanseníase patrícia ...
Ações educativas no meio escolar uma abordagem sobre a hanseníase   patrícia ...Ações educativas no meio escolar uma abordagem sobre a hanseníase   patrícia ...
Ações educativas no meio escolar uma abordagem sobre a hanseníase patrícia ...
 
Eja metodologia políticas públicas de eja
Eja   metodologia políticas públicas de ejaEja   metodologia políticas públicas de eja
Eja metodologia políticas públicas de eja
 

Semelhante a O estagio-curricular-e-sua-eficacia-na-educacao-superior

Manual%20do%20 estágio%20 versão%20final%202010[1]
Manual%20do%20 estágio%20 versão%20final%202010[1]Manual%20do%20 estágio%20 versão%20final%202010[1]
Manual%20do%20 estágio%20 versão%20final%202010[1]Marta Durão Nunes
 
Projetos de administração
Projetos de administraçãoProjetos de administração
Projetos de administraçãoFelipe Leo
 
Apostila de projetos de administração
Apostila de projetos de administraçãoApostila de projetos de administração
Apostila de projetos de administraçãoFelipe Leo
 
Doc3 critérios 6 e 7 caf
Doc3 critérios 6 e 7 cafDoc3 critérios 6 e 7 caf
Doc3 critérios 6 e 7 cafmfcpestana
 
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SENDO ELE OBRIGATORIO OU NÃO PARA A FORMAÇÃO DO PRO...
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SENDO ELE OBRIGATORIO OU NÃO PARA A FORMAÇÃO DO PRO...A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SENDO ELE OBRIGATORIO OU NÃO PARA A FORMAÇÃO DO PRO...
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SENDO ELE OBRIGATORIO OU NÃO PARA A FORMAÇÃO DO PRO...RomrioFarias2
 
A experiência profissional como requisito para o professor de Administração
A experiência profissional como requisito para o professor de AdministraçãoA experiência profissional como requisito para o professor de Administração
A experiência profissional como requisito para o professor de AdministraçãoFlavio Farah
 
Slides o projeto de extensão-Fortalecendo laços e rompendo barreiras através ...
Slides o projeto de extensão-Fortalecendo laços e rompendo barreiras através ...Slides o projeto de extensão-Fortalecendo laços e rompendo barreiras através ...
Slides o projeto de extensão-Fortalecendo laços e rompendo barreiras através ...Telma Maria Rodrigues
 
Projeto Curso de Didática
Projeto Curso de DidáticaProjeto Curso de Didática
Projeto Curso de DidáticaAlesfer
 
2013 1 administracao_1_empreendedorismo
2013 1 administracao_1_empreendedorismo2013 1 administracao_1_empreendedorismo
2013 1 administracao_1_empreendedorismoWeslen Luen
 

Semelhante a O estagio-curricular-e-sua-eficacia-na-educacao-superior (20)

Manual%20do%20 estágio%20 versão%20final%202010[1]
Manual%20do%20 estágio%20 versão%20final%202010[1]Manual%20do%20 estágio%20 versão%20final%202010[1]
Manual%20do%20 estágio%20 versão%20final%202010[1]
 
Capaticação profissional
Capaticação profissionalCapaticação profissional
Capaticação profissional
 
Projetos de administração
Projetos de administraçãoProjetos de administração
Projetos de administração
 
Apostila de projetos de administração
Apostila de projetos de administraçãoApostila de projetos de administração
Apostila de projetos de administração
 
Pdf
PdfPdf
Pdf
 
Ficha de Trabalho
Ficha de TrabalhoFicha de Trabalho
Ficha de Trabalho
 
Doc3 critérios 6 e 7 caf
Doc3 critérios 6 e 7 cafDoc3 critérios 6 e 7 caf
Doc3 critérios 6 e 7 caf
 
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SENDO ELE OBRIGATORIO OU NÃO PARA A FORMAÇÃO DO PRO...
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SENDO ELE OBRIGATORIO OU NÃO PARA A FORMAÇÃO DO PRO...A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SENDO ELE OBRIGATORIO OU NÃO PARA A FORMAÇÃO DO PRO...
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SENDO ELE OBRIGATORIO OU NÃO PARA A FORMAÇÃO DO PRO...
 
APRENDIZAGEM PRÁTICA.pptx
APRENDIZAGEM PRÁTICA.pptxAPRENDIZAGEM PRÁTICA.pptx
APRENDIZAGEM PRÁTICA.pptx
 
Vida qualificada
Vida qualificadaVida qualificada
Vida qualificada
 
A experiência profissional como requisito para o professor de Administração
A experiência profissional como requisito para o professor de AdministraçãoA experiência profissional como requisito para o professor de Administração
A experiência profissional como requisito para o professor de Administração
 
_Dissertação_Mestrado_Sylvia_Bachiegga_Final
_Dissertação_Mestrado_Sylvia_Bachiegga_Final_Dissertação_Mestrado_Sylvia_Bachiegga_Final
_Dissertação_Mestrado_Sylvia_Bachiegga_Final
 
Texto 1 ewerton1
Texto 1 ewerton1Texto 1 ewerton1
Texto 1 ewerton1
 
Lideres Formadores - Folheto do programa
Lideres Formadores - Folheto do programaLideres Formadores - Folheto do programa
Lideres Formadores - Folheto do programa
 
Slides o projeto de extensão-Fortalecendo laços e rompendo barreiras através ...
Slides o projeto de extensão-Fortalecendo laços e rompendo barreiras através ...Slides o projeto de extensão-Fortalecendo laços e rompendo barreiras através ...
Slides o projeto de extensão-Fortalecendo laços e rompendo barreiras através ...
 
Projeto Curso de Didática
Projeto Curso de DidáticaProjeto Curso de Didática
Projeto Curso de Didática
 
2013 1 administracao_1_empreendedorismo
2013 1 administracao_1_empreendedorismo2013 1 administracao_1_empreendedorismo
2013 1 administracao_1_empreendedorismo
 
Sara de jesus
Sara de jesusSara de jesus
Sara de jesus
 
Escola de Negocios UP
Escola de Negocios UPEscola de Negocios UP
Escola de Negocios UP
 
Escola de Negocios
Escola de NegociosEscola de Negocios
Escola de Negocios
 

Último

GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxssuserf54fa01
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 

Último (20)

GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 

O estagio-curricular-e-sua-eficacia-na-educacao-superior

  • 1. O estágio curricular e sua eficácia na Educação Superior Escrito por Gardênia Feitosa Veras Macatrão Costa Qua, 23 de Novembro de 2005 21:00 1. INTRODUÇÃO O estágio curricular foi criado pela Lei n. 6.494, de 7 de dezembro de 19977 e regulamentado pelo Decreto n. 87.497, de 18 de agosto de 1982, que dispõe sobre o estágio de estudantes de estabelecimento de ensino superior e de 2º grau regular e supletivo. É considerado estágio curricular, para efeitos do referido Decreto As atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino. Não há dúvidas quanto à pertinência da lei. No entanto, questionamos a eficácia da realização de qualquer atividade em educação pela simples justificativa de se cumprir uma obrigação legal. Para que tenha êxito, é necessário que o estágio curricular seja realizado em campo de afinidade do aluno, com uma série de procedimentos preparatórios que assegurem a efetiva aplicabilidade dos conhecimentos teóricos assimilados em sala de aula, possibilitando que a prática do mesmo seja benéfica para a instituição, para o aluno e para a organização que o acolhe. 2. IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA O ALUNO Independente de ser obrigatório, o estágio curricular constitui-se em oportunidade para que o aluno aprofunde conhecimentos e habilidades em sua área de interesse. Segundo ROESCH (1999, p. 27), "o conhecimento é algo que se constrói e o aluno, ao levantar situações problemáticas nas organizações, propor sistemas (soluções), avaliar planos ou programas, bem como testar modelos e instrumentos, está também ajudando a construir conhecimento". A vivência de situações reais do cotidiano da organização escolhida como campo de estágio proporciona ao aluno: " Uma oportunidade para refletir, sistematizar e testar conhecimentos teóricos e instrumentos discutidos durante o curso; " Complementar e confrontar ensinamentos teóricos com a realidade, podendo confirmar pensamentos e hipóteses, quebrar paradigmas e reelaborar conhecimentos; " Confirmar sua inclinação para determinada área de atuação diante das possibilidades apresentadas por sua eminente profissão; " Experimentar o aprendizado fora do ambiente acadêmico; " Avaliar o mercado de trabalho; " Dar início a uma rede de relacionamentos profissionais que será importante quando ingressar no mercado de trabalho; " Ampliar sua visão acerca do universo de sua profissão; " Dependendo de seu desempenho, obter uma proposta de efetivação / contratação na organização. Há situações em que se permite que o aluno realize o estágio curricular em seu próprio ambiente de trabalho. Essa alternativa apresenta vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens, podemos destacar: 1/4
  • 2. O estágio curricular e sua eficácia na Educação Superior Escrito por Gardênia Feitosa Veras Macatrão Costa Qua, 23 de Novembro de 2005 21:00 " O conhecimento prévio do aluno com o ambiente, facilitando sua adaptação; e " A possibilidade de aumento de sua visibilidade diante de seus superiores e reconhecimento por seus colegas de trabalho. Como desvantagens, podemos elencar: " Pelo fato de estar habituado ao ambiente, o aluno compromete sua capacidade de análise crítica e não percebe detalhes facilmente detectados por quem procede de um meio externo; " O estagiário pode enfrentar resistência por parte dos colegas e superiores, que podem sentir-se intimidados a fornecer informações, por terem insegurança quanto ao seu uso. Para evitar esses aspectos negativos, sugere-se que o aluno realize estágio em um setor diferente do seu. No processo de finalização do estágio curricular, o aluno elabora o Relatório Final de Estágio, documento em que relata e analisa sua experiência, bem como suas considerações sobre a empresa. Alguns acadêmicos aproveitam a oportunidade para fazerem propostas para solução de problemas detectados na organização, o que pode ser uma forma de contribuição para a mesma. 3. BENEFÍCIOS DO ESTÁGIO CURRICULAR PARA A ORGANIZAÇÃO QUE RECEBE O ESTAGIÁRIO Ainda é comum encontrar organizações reticentes e até mesmo contrárias à disponibilização de sua estrutura como campo de estágio. Os principais argumentos orbitam no questionamento da contribuição do formando para a empresa, falta de pessoal para acompanhar o trabalho do estagiário, além de restrição em permitir que o aluno tenha acesso a informações estratégicas. No entanto, é necessário esclarecer que para as empresas há mais vantagens que desvantagens em receber estagiários. Podemos citar: " Oportunidade de aproximação com o mundo acadêmico, onde são gerados novos conhecimentos e tecnologias; " Possibilidade de ter à sua disposição mão-de-obra com razoável qualificação, a baixo custo; " Ampliação de opções para contratação de novos colaboradores, visto que os estagiários já conhecem a dinâmica da organização e já foram avaliados durante a realização do estágio; " Poder exercer sua função social, contribuindo para a formação profissional em sua área de atuação e, conseqüentemente, colaborando para a melhoria dos serviços prestados ou produzidos em seu setor e, em última instância, para o desenvolvimento econômico e social do país, reforçando, assim, imagem positiva diante da sociedade. É pertinente ressaltar que, para as instituições de ensino, os contatos com o mercado, através do estagiário, as aproximam da sociedade e comprovam sua importância para a comunidade em que está inserida. 2/4
  • 3. O estágio curricular e sua eficácia na Educação Superior Escrito por Gardênia Feitosa Veras Macatrão Costa Qua, 23 de Novembro de 2005 21:00 4. ESTRATÉGIAS QUE PODEM SER ADOTADAS PARA GARANTIR A EFICÁCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR Para atingir plenamente os objetivos do estágio curricular e proporcionar a todos os seus atores os benefícios mencionados, é necessário que a instituição de ensino se preocupe inicialmente em preparar e orientar adequadamente o pretendente estagiário para sua tarefa. Para isso, muitas instituições reservam carga horária específica dedicada ao esclarecimento para o aluno da importância do estágio e sua responsabilidade em representar a instituição e até mesmo sua categoria profissional. Inicialmente o aluno deve ser orientado a definir o campo de estágio de acordo com sua área de interesse, e elaborar o Projeto ou Plano de Estágio, documento fundamental para o planejamento das atividades a serem desenvolvidas, conhecimentos a serem utilizados, objetivos do estágio naquela determinada organização e resultados a serem alcançados dentro do prazo de execução do estágio. Elaborado o projeto, o mesmo é submetido à apreciação do professor-supervisor e, muitas vezes, do responsável técnico da empresa campo de estágio. Antes de iniciar o estágio, o aluno deve também receber orientações sobre seu comportamento, apresentação pessoal e postura ética e profissional no contato com a empresa e seus diversos setores, adotando posicionamento discreto e proativo no desenvolvimento de suas tarefas. De nada adianta preparar o estagiário se a organização que o receberá não reconhecer sua co-responsabilidade no sucesso do estágio. Uma das maiores reclamações dos estagiários se refere à sub-utilização de sua capacidade, através da delegação de atividades limitadas e pouco complexas, que não permitem seu desenvolvimento e empobrecem sua experiência. Para NUNES e LAMB (2003), quando isso ocorre, transforma-se o estágio "no mero desempenho de funções subalternas necessárias à burocracia da organização que está lhe oferecendo a oportunidade. Nestes casos, o estágio, certamente, não está contribuindo, em nada, para a formação do futuro profissional". Segundo ROESH (1999, p.30), "há aqueles que duvidam da contribuição do aluno, mas que ainda assim aceitam o estagiário como parte da função social da empresa. O problema é que adotar essa atitude nem sempre implica permitir acesso de fato ao estagiário; é um processo em que se aceitam as visitas, mas restringem-se as informações". Para evitar essa situação, podem ser adotadas as seguintes estratégias: " Manutenção de um cadastro de empresas que efetivamente compreendem o estágio como atividade pedagógica importante para a formação profissional; " A realização de encontros com os responsáveis técnicos pelo estágio, esclarecendo-se que a presença do estagiário não se constitui em ameaça, mas em oportunidade de atualização tecnológica da empresa e seus colaboradores. Essa ação poderá contribuir para uma maior receptividade do aluno no campo de estágio; " Oferecer retorno à empresa campo de estágio, através da divulgação da parceria e casos de resultados exitosos. Isso aumentará a credibilidade da instituição de ensino e elevará o 3/4
  • 4. O estágio curricular e sua eficácia na Educação Superior Escrito por Gardênia Feitosa Veras Macatrão Costa Qua, 23 de Novembro de 2005 21:00 conceito de ambas diante da sociedade; " Proporcionar um feedback dos resultados obtidos pelo estagiário e das propostas feitas por ele ao final do estágio; " Consultar a empresa acerca de seu nível de satisfação com os estagiários a ela destinados, para que se defina o perfil mais apropriado e se estabeleçam melhores experiências futuras. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Não se pretende, com esse ensaio, apresentar nova teoria acerca do estágio curricular, apenas ratificar sua importância e os cuidados necessários ao implantá-lo não como obrigatoriedade para a graduação do aluno ou cumprimento aos pré-requisitos legais para reconhecimento dos cursos superiores, mas como forma de efetivamente proporcionar ao aluno o aprendizado através da rica experiência, fruto da vivência de situações reais do cotidiano profissional que vão, com o auxílio da teoria estudada, aguçar a visão crítica e capacidade do aluno de elaboração do conhecimento, momento em que culmina o processo de aprendizagem. Através da realização das estratégias propostas, acreditamos ser possível minimizar as insatisfações e maximizar os resultados positivos para os agentes envolvidos no estágio curricular, convergindo-se esses resultados para a qualidade na formação dos profissionais que estarão a serviço do desenvolvimento econômico e social, da melhoria de condições de vida e da busca pela igualdade social através da produção do saber. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BIANCHI, A.C.M; ALVARENGA, M.; BIANCHI, R. Orientação para estágio em turismo.São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. p.11-14. BRASIL. Leis e Decretos. Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977. Dispões sobre estágio de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de ensino profissionalizante do 2º Grau e Supletivo e dá outras providências. __________ . Decreto nº 87.497, de 18 de agosto de 1982. Regulamenta a Lei nº 6.494. NUNES, D.J. e LAMB, Luís. As distorções do estágio curricular obrigatório. T&C Amazônia, Ano 1, nº 2, Junho de 2003. ROESCH, Sylvia M.A.; BECKER, Grace Vieira; MELLO, Maria Ivone. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 25-41. 4/4