O documento descreve a partilha da África pelas potências europeias no século XIX: (1) A Conferência de Berlim em 1884-1885 definiu quais países controlariam quais regiões africanas; (2) Após a conferência, mais de 90% da África estava sob domínio europeu; (3) Os europeus alegavam levar "civilização" à África para justificar seu domínio.
O documento descreve a independência dos Estados Unidos da Inglaterra. Inicialmente, as 13 colônias americanas eram controladas pela Inglaterra, que as usava para obter lucros. Após a Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra aumentou impostos nos colonos, gerando revolta. Em 1776, os colonos declararam independência após a assinatura da Declaração de Independência, dando início à guerra pela independência vencida em 1783.
O documento discute a urbanização no Brasil, o rápido crescimento da população urbana desde os anos 1960, e os problemas decorrentes da urbanização desordenada como favelização, violência e poluição.
No Egito Antigo havia uma sociedade estratificada. No topo estava o faraó, considerado um deus vivo, seguido de sacerdotes, nobres e escribas. A maioria da população era composta por camponeses que trabalhavam na agricultura durante as enchentes anuais do Nilo. Outras classes incluíam soldados, artesãos e aqueles envolvidos no comércio.
O documento discute a teoria neomalthusiana sobre o crescimento demográfico e seus impactos, fatores que levam à queda da natalidade, políticas de controle populacional como a da China, a transição demográfica no Brasil, expectativa de vida e estrutura etária da população brasileira.
1) A Grécia antiga tinha uma localização geográfica montanhosa e litorânea com solos pobres e escassez de água doce, forçando os gregos a se voltarem para o mar e o comércio marítimo;
2) Os períodos principais foram: Pré-Homérico com civilização creto-micênica na ilha de Creta, Homérico com formação dos genos após invasão dória, e Arcaico com surgimento das pólis (cidades-Estado);
3) As principais pólis foram Aten
I. O documento discute a globalização e seus aspectos principais, como a interligação entre países e blocos econômicos como a UE, NAFTA e Mercosul.
II. Apresenta as três fases da globalização desde os séculos XV-XVI com as grandes navegações até a atualidade com empresas multinacionais.
III. Aborda também os impactos da globalização como o desemprego e a homogeneização cultural, além de explicar conceitos como multinacionais e organismos supranacionais.
A civilização egípcia surgiu por volta de 3200 a.C. com a unificação do Alto e Baixo Egito pelo rei Menés, que se tornou o primeiro faraó. Os egípcios acreditavam na vida após a morte e desenvolveram técnicas avançadas de mumificação para preservar os corpos. Grandes pirâmides e outros monumentos foram construídos para abrigar os túmulos dos faraós.
O documento descreve a partilha da África pelas potências europeias no século XIX: (1) A Conferência de Berlim em 1884-1885 definiu quais países controlariam quais regiões africanas; (2) Após a conferência, mais de 90% da África estava sob domínio europeu; (3) Os europeus alegavam levar "civilização" à África para justificar seu domínio.
O documento descreve a independência dos Estados Unidos da Inglaterra. Inicialmente, as 13 colônias americanas eram controladas pela Inglaterra, que as usava para obter lucros. Após a Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra aumentou impostos nos colonos, gerando revolta. Em 1776, os colonos declararam independência após a assinatura da Declaração de Independência, dando início à guerra pela independência vencida em 1783.
O documento discute a urbanização no Brasil, o rápido crescimento da população urbana desde os anos 1960, e os problemas decorrentes da urbanização desordenada como favelização, violência e poluição.
No Egito Antigo havia uma sociedade estratificada. No topo estava o faraó, considerado um deus vivo, seguido de sacerdotes, nobres e escribas. A maioria da população era composta por camponeses que trabalhavam na agricultura durante as enchentes anuais do Nilo. Outras classes incluíam soldados, artesãos e aqueles envolvidos no comércio.
O documento discute a teoria neomalthusiana sobre o crescimento demográfico e seus impactos, fatores que levam à queda da natalidade, políticas de controle populacional como a da China, a transição demográfica no Brasil, expectativa de vida e estrutura etária da população brasileira.
1) A Grécia antiga tinha uma localização geográfica montanhosa e litorânea com solos pobres e escassez de água doce, forçando os gregos a se voltarem para o mar e o comércio marítimo;
2) Os períodos principais foram: Pré-Homérico com civilização creto-micênica na ilha de Creta, Homérico com formação dos genos após invasão dória, e Arcaico com surgimento das pólis (cidades-Estado);
3) As principais pólis foram Aten
I. O documento discute a globalização e seus aspectos principais, como a interligação entre países e blocos econômicos como a UE, NAFTA e Mercosul.
II. Apresenta as três fases da globalização desde os séculos XV-XVI com as grandes navegações até a atualidade com empresas multinacionais.
III. Aborda também os impactos da globalização como o desemprego e a homogeneização cultural, além de explicar conceitos como multinacionais e organismos supranacionais.
A civilização egípcia surgiu por volta de 3200 a.C. com a unificação do Alto e Baixo Egito pelo rei Menés, que se tornou o primeiro faraó. Os egípcios acreditavam na vida após a morte e desenvolveram técnicas avançadas de mumificação para preservar os corpos. Grandes pirâmides e outros monumentos foram construídos para abrigar os túmulos dos faraós.
A civilização da Índia é antiga, com povos dravidianos cultivando arroz há 2500 a.C. e invasão dos arianos por volta de 2000 a.C., dando origem à cultura hindu. Os textos sagrados hindus foram escritos em sânscrito, uma das línguas mais antigas. No século VI a.C., Buda pregou a meditação e desprendimento, fundando o budismo.
O documento discute a geologia e a escala de tempo geológico da Terra. Ele explica que a geologia estuda a origem, formação e transformações do planeta Terra ao longo do tempo. A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos e seu passado é registrado nas rochas e fósseis. O documento também descreve a escala de tempo geológico que divide a história da Terra em éons, eras, períodos e épocas.
A escravidão era uma parte importante da sociedade romana. Os escravos eram adquiridos principalmente através da guerra e da pirataria e trabalhavam em diversas áreas como agricultura, artesanato e mineração. Embora as condições fossem difíceis, alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade ou recebiam alforria de seus senhores.
O documento descreve a formação e o processo de urbanização das cidades brasileiras ao longo da história. Discute como as cidades foram fundadas em função de atividades econômicas como mineração, agricultura e pecuária. Também aborda as fases da urbanização no Brasil, desde a fase agrária até a concentração urbana atual, e os problemas sociais, ambientais e urbanos enfrentados pelas cidades brasileiras.
1) O documento discute as teorias contratualistas sobre a origem do Estado e do poder político, segundo autores como Hobbes, Locke e Rousseau.
2) Hobbes via o estado de natureza como um estado de guerra de todos contra todos, onde o contrato social estabelece um Estado absoluto para garantir a segurança.
3) Locke defendia que o estado de natureza tinha falta de regras, surgindo o Estado por meio de contrato para julgar disputas de forma imparcial.
4) Rousseau via o estado de natureza como harmônico,
O documento descreve os antecedentes e princípios do liberalismo, desde a Idade Média até o século XX. O liberalismo surgiu com o desenvolvimento do capitalismo mercantilista e a burguesia defendia ideais iluministas de livre mercado e limitação do poder do Estado. Os principais defensores foram Adam Smith, David Ricardo e Thomas Malthus, enquanto o neoliberalismo pregava ainda mais limitação das leis e privatizações no fim do século XX.
O documento apresenta uma breve história do Brasil desde o período colonial até a década de 1950, abordando temas como a economia colonial baseada na produção de cana-de-açúcar e ouro, a escravidão, a independência, o Império e a Primeira República, a Era Vargas, o governo de JK e a construção de Brasília. O texto também discute conceitos históricos como processo histórico, fontes históricas e cidadania.
Os fenícios habitavam uma estreita faixa de terra entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do Líbano. Devido à pobreza do solo, desenvolveram o comércio marítimo, pesca e artesanato. Organizavam-se politicamente em cidades-estados como Tiro, Sídon e Biblos. Criaram o primeiro alfabeto que influenciou muitas outras culturas.
O documento descreve a civilização do antigo Egito, localizado na África entre os desertos da Líbia e da Arábia. O Egito era dividido em Alto Egito e Baixo Egito, unificados por volta de 3200 a.C. sob o faraó. A agricultura baseada no Rio Nilo permitiu o desenvolvimento da sociedade egípcia, hierarquizada em torno do faraó e deuses politeístas.
O documento lista diversos conflitos em escala global, motivados por fatores como religião, étnia, cultura, política, economia e disputa por poder. Entre eles estão as guerras civis na República Democrática do Congo, Ruanda e Síria, o conflito entre a Coréia do Norte e do Sul, e disputas territoriais como a da Crimeia e as ações das FARC na Colômbia.
O documento discute a história colonial do Maranhão no contexto da expansão colonial portuguesa na América do Sul no século XVI. Aborda os tópicos da pré-colonização e colonização maranhense, o contato com as tribos indígenas, o predomínio da escravidão e do extermínio dos povos originários, e as visões da colonização de historiadores como Gilberto Freire e Sérgio Buarque de Holanda.
O documento discute o patrimônio material e imaterial protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ele descreve o Iphan e suas responsabilidades de preservar o patrimônio cultural brasileiro. Também fornece exemplos de patrimônio material como as Pirâmides Egípcias, e patrimônio imaterial como a dança Catira.
O documento resume conceitos-chave da sociologia de Max Weber, incluindo:
1) A ação social é o objeto central da sociologia, definida como ação que leva em conta o comportamento e é afetada pelos outros.
2) Weber propõe a compreensão social como método, buscando entender os significados subjacentes às ações.
3) Ele desenvolve tipologias da ação social e da dominação legítima para analisar sociedades.
O documento descreve a civilização clássica da Grécia Antiga, incluindo as Guerras Greco-Persas, a Liga de Delos sob domínio de Atenas, a Guerra do Peloponeso e o subsequente domínio de Esparta. Também discute o domínio macedônio sob Filipe e Alexandre, o Grande, e a difusão da cultura helenística após as conquistas de Alexandre.
Roma antiga começou como uma monarquia no século VIII a.C. e evoluiu para uma república e depois um império entre os séculos I a.C. e V d.C. Sua sociedade era dividida entre patrícios ricos e plebeus pobres, e sua expansão resultou no domínio de grande parte da Europa e do Mediterrâneo. Após séculos de invasões bárbaras, o Império Romano do Ocidente ruiu em 476 d.C.
O documento discute a evolução dos estados territoriais para os estados nacionais modernos. Primeiro, aborda como os estados europeus se centralizaram em torno dos reis absolutos, unificando elementos como moeda, fronteiras e exército. Depois, fala sobre como as independências das colônias definiram os atuais estados nacionais e sobre diferentes formas de organização estatal, como sistemas unitários, federativos e confederativos.
O documento lista alunos e números de uma turma do 3o ano C, com a professora de geografia Conceição Fontolan. Também fornece informações sobre o clima, vegetação, localização e religiões predominantes no Oriente Médio, bem como sobre conflitos históricos e aspectos econômicos da região.
A Grécia Antiga era composta por cidades-estados independentes, como Atenas e Esparta. Atenas desenvolveu a primeira democracia, enquanto Esparta era uma oligarquia militarista. Após derrotar os persas, Atenas formou a Liga de Delos e se tornou a principal cidade grega, até ser derrotada por Esparta na Guerra do Peloponeso.
O documento discute as concepções urbanísticas do engenheiro Saturnino de Brito, um pioneiro do planejamento urbano moderno no Brasil. Brito defendia (1) planos gerais centralizados para guiar o crescimento das cidades, (2) traçados urbanos sinuosos para se adaptar à topografia em vez de grades retilíneas e (3) a intervenção estatal para coordenar os interesses públicos e privados no desenvolvimento urbano.
No governo de Pereira Passos, surge efetivamente a necessidade de modernizar, sobretudo, a área central da cidade do Rio de Janeiro. Entre os objetivos da reforma urbanística, proposta e efetivada por Pereira Passos, há a exclusão da população pobre. É sobre isso que o artigo trata.
A civilização da Índia é antiga, com povos dravidianos cultivando arroz há 2500 a.C. e invasão dos arianos por volta de 2000 a.C., dando origem à cultura hindu. Os textos sagrados hindus foram escritos em sânscrito, uma das línguas mais antigas. No século VI a.C., Buda pregou a meditação e desprendimento, fundando o budismo.
O documento discute a geologia e a escala de tempo geológico da Terra. Ele explica que a geologia estuda a origem, formação e transformações do planeta Terra ao longo do tempo. A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos e seu passado é registrado nas rochas e fósseis. O documento também descreve a escala de tempo geológico que divide a história da Terra em éons, eras, períodos e épocas.
A escravidão era uma parte importante da sociedade romana. Os escravos eram adquiridos principalmente através da guerra e da pirataria e trabalhavam em diversas áreas como agricultura, artesanato e mineração. Embora as condições fossem difíceis, alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade ou recebiam alforria de seus senhores.
O documento descreve a formação e o processo de urbanização das cidades brasileiras ao longo da história. Discute como as cidades foram fundadas em função de atividades econômicas como mineração, agricultura e pecuária. Também aborda as fases da urbanização no Brasil, desde a fase agrária até a concentração urbana atual, e os problemas sociais, ambientais e urbanos enfrentados pelas cidades brasileiras.
1) O documento discute as teorias contratualistas sobre a origem do Estado e do poder político, segundo autores como Hobbes, Locke e Rousseau.
2) Hobbes via o estado de natureza como um estado de guerra de todos contra todos, onde o contrato social estabelece um Estado absoluto para garantir a segurança.
3) Locke defendia que o estado de natureza tinha falta de regras, surgindo o Estado por meio de contrato para julgar disputas de forma imparcial.
4) Rousseau via o estado de natureza como harmônico,
O documento descreve os antecedentes e princípios do liberalismo, desde a Idade Média até o século XX. O liberalismo surgiu com o desenvolvimento do capitalismo mercantilista e a burguesia defendia ideais iluministas de livre mercado e limitação do poder do Estado. Os principais defensores foram Adam Smith, David Ricardo e Thomas Malthus, enquanto o neoliberalismo pregava ainda mais limitação das leis e privatizações no fim do século XX.
O documento apresenta uma breve história do Brasil desde o período colonial até a década de 1950, abordando temas como a economia colonial baseada na produção de cana-de-açúcar e ouro, a escravidão, a independência, o Império e a Primeira República, a Era Vargas, o governo de JK e a construção de Brasília. O texto também discute conceitos históricos como processo histórico, fontes históricas e cidadania.
Os fenícios habitavam uma estreita faixa de terra entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do Líbano. Devido à pobreza do solo, desenvolveram o comércio marítimo, pesca e artesanato. Organizavam-se politicamente em cidades-estados como Tiro, Sídon e Biblos. Criaram o primeiro alfabeto que influenciou muitas outras culturas.
O documento descreve a civilização do antigo Egito, localizado na África entre os desertos da Líbia e da Arábia. O Egito era dividido em Alto Egito e Baixo Egito, unificados por volta de 3200 a.C. sob o faraó. A agricultura baseada no Rio Nilo permitiu o desenvolvimento da sociedade egípcia, hierarquizada em torno do faraó e deuses politeístas.
O documento lista diversos conflitos em escala global, motivados por fatores como religião, étnia, cultura, política, economia e disputa por poder. Entre eles estão as guerras civis na República Democrática do Congo, Ruanda e Síria, o conflito entre a Coréia do Norte e do Sul, e disputas territoriais como a da Crimeia e as ações das FARC na Colômbia.
O documento discute a história colonial do Maranhão no contexto da expansão colonial portuguesa na América do Sul no século XVI. Aborda os tópicos da pré-colonização e colonização maranhense, o contato com as tribos indígenas, o predomínio da escravidão e do extermínio dos povos originários, e as visões da colonização de historiadores como Gilberto Freire e Sérgio Buarque de Holanda.
O documento discute o patrimônio material e imaterial protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ele descreve o Iphan e suas responsabilidades de preservar o patrimônio cultural brasileiro. Também fornece exemplos de patrimônio material como as Pirâmides Egípcias, e patrimônio imaterial como a dança Catira.
O documento resume conceitos-chave da sociologia de Max Weber, incluindo:
1) A ação social é o objeto central da sociologia, definida como ação que leva em conta o comportamento e é afetada pelos outros.
2) Weber propõe a compreensão social como método, buscando entender os significados subjacentes às ações.
3) Ele desenvolve tipologias da ação social e da dominação legítima para analisar sociedades.
O documento descreve a civilização clássica da Grécia Antiga, incluindo as Guerras Greco-Persas, a Liga de Delos sob domínio de Atenas, a Guerra do Peloponeso e o subsequente domínio de Esparta. Também discute o domínio macedônio sob Filipe e Alexandre, o Grande, e a difusão da cultura helenística após as conquistas de Alexandre.
Roma antiga começou como uma monarquia no século VIII a.C. e evoluiu para uma república e depois um império entre os séculos I a.C. e V d.C. Sua sociedade era dividida entre patrícios ricos e plebeus pobres, e sua expansão resultou no domínio de grande parte da Europa e do Mediterrâneo. Após séculos de invasões bárbaras, o Império Romano do Ocidente ruiu em 476 d.C.
O documento discute a evolução dos estados territoriais para os estados nacionais modernos. Primeiro, aborda como os estados europeus se centralizaram em torno dos reis absolutos, unificando elementos como moeda, fronteiras e exército. Depois, fala sobre como as independências das colônias definiram os atuais estados nacionais e sobre diferentes formas de organização estatal, como sistemas unitários, federativos e confederativos.
O documento lista alunos e números de uma turma do 3o ano C, com a professora de geografia Conceição Fontolan. Também fornece informações sobre o clima, vegetação, localização e religiões predominantes no Oriente Médio, bem como sobre conflitos históricos e aspectos econômicos da região.
A Grécia Antiga era composta por cidades-estados independentes, como Atenas e Esparta. Atenas desenvolveu a primeira democracia, enquanto Esparta era uma oligarquia militarista. Após derrotar os persas, Atenas formou a Liga de Delos e se tornou a principal cidade grega, até ser derrotada por Esparta na Guerra do Peloponeso.
O documento discute as concepções urbanísticas do engenheiro Saturnino de Brito, um pioneiro do planejamento urbano moderno no Brasil. Brito defendia (1) planos gerais centralizados para guiar o crescimento das cidades, (2) traçados urbanos sinuosos para se adaptar à topografia em vez de grades retilíneas e (3) a intervenção estatal para coordenar os interesses públicos e privados no desenvolvimento urbano.
No governo de Pereira Passos, surge efetivamente a necessidade de modernizar, sobretudo, a área central da cidade do Rio de Janeiro. Entre os objetivos da reforma urbanística, proposta e efetivada por Pereira Passos, há a exclusão da população pobre. É sobre isso que o artigo trata.
Michael Apple foi um educador americano que desenvolveu uma visão crítica do currículo escolar. Ele argumentou que (1) o currículo é usado para reproduzir a ideologia dominante da sociedade capitalista e (2) a seleção de conteúdo no currículo reflete os interesses das classes dominantes em manter o status quo. Apple defendia que o currículo deveria ser usado para emancipar e libertar os estudantes questionando criticamente a realidade social.
O documento discute os conceitos de paisagem, território e lugar. Ele explica que a paisagem é composta por elementos naturais e culturais e é afetada pelo tempo. Também discute as diferentes escalas geográficas e como a paisagem reflete desigualdades sociais.
O documento resume a obra O Cortiço de Aluísio Azevedo, publicada em 1890. A obra retrata a vida no cortiço São Romão no Rio de Janeiro e no sobrado do comerciante Miranda, representando a sociedade brasileira do final do Império. O cortiço é o espaço central onde os moradores lutam pela sobrevivência, enquanto o sobrado simboliza a classe média emergente. A narrativa explora temas como determinismo social e ambiental sobre os personagens.
O documento descreve a economia brasileira no final do século XIX e início do século XX, quando o país ainda dependia principalmente da exportação agrícola de café e borracha. A borracha teve um boom inicial, mas depois a produção foi superada por outros países asiáticos. O crescimento do café estimulou o desenvolvimento da indústria nas regiões Sudeste e Sul. Os trabalhadores sofriam em condições insalubres e exploratórias, o que levou a greves e movimentos sociais. Nesse período,
A paisagem pode ser definida como a porção do espaço geográfico visível ao olhar humano. O estudo da paisagem é importante para a Geografia, pois permite entender a interação entre o homem e o meio ambiente. A paisagem é composta por elementos naturais e humanos, sendo que a ação humana pode modificar a paisagem natural ao longo do tempo, processo chamado de humanização da paisagem.
O documento descreve a urbanização no Brasil desde a década de 1940, dividindo o processo em três períodos. Abrange também os fatores que contribuíram para o êxodo rural e a formação de favelas, além dos principais problemas urbanos nas grandes cidades brasileiras, como habitação, enchentes e poluição.
1. O documento descreve a queda do Império e a proclamação da República no Brasil. Questões como a abolição da escravatura, conflitos religiosos e militares enfraqueceram o Império, levando à ascensão dos ideais republicanos. Em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca liderou um golpe que derrubou a Monarquia e estabeleceu uma República.
O documento discute os conceitos de espaço geográfico, paisagem, lugar e região. Ele também descreve as diferentes fases da industrialização brasileira, desde o século XIX até os dias atuais, incluindo a substituição de importações, o "milagre econômico" e as privatizações na era neoliberal. Por fim, aborda a mudança na distribuição industrial com indústrias se deslocando para outros estados.
O documento resume as informações sobre um professor de literatura chamado Alex Romero Lima. Ele tem graduação em Letras Português e Administração, é professor e coordenador de uma escola privada, tem especialização em literatura brasileira e portuguesa, e está cursando MBA em gestão empresarial.
Tendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson MartinsMariane Farias
O documento analisa as tendências da literatura brasileira contemporânea. Resume que: (1) A literatura ainda luta com o legado do Modernismo e procura novas concepções estéticas; (2) A prosa, liderada por Guimarães Rosa, tem se renovado mais do que a poesia; (3) O romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, foi uma obra revolucionária que abriu novos caminhos para a ficção brasileira.
Lisboa no século XVI era um importante ponto de encontro de culturas devido ao comércio marítimo português. A cidade era descrita como uma "rainha dos oceanos" e um local onde se cruzavam pessoas de diversos continentes. Autores como Damião de Góis enfatizavam o papel central de Lisboa como porta de entrada entre a África e Ásia para os portugueses. A cidade era vista como um símbolo do império português e de seu poder marítimo.
A representação da metrópole pós colonial n"Os versos satânicos" de Salman Ru...Erimar Cruz
1. O documento analisa a representação da metrópole pós-colonial em "Os Versos Satânicos" de Salman Rushdie, focando na construção discursiva do espaço na narrativa.
2. A pesquisa propõe uma abordagem interdisciplinar combinando análise literária com conceitos de estudos culturais, pós-coloniais e geografia simbólica para entender como o discurso colonial e pós-colonial articulam diferentes perspectivas sobre espaço na obra.
3. O estudo pretende ampliar pesquisas
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]Pedro Andrade
O documento divide a literatura brasileira em duas grandes eras - Era Colonial e Era Nacional - com base na evolução política e econômica. Cada era possui subdivisões chamadas de escolas literárias, que podem antecipar ou retomar características umas das outras. A Era Colonial inclui a literatura informativa dos cronistas e dos jesuítas no século XVI.
O documento resume momentos e autores importantes da literatura brasileira, começando com poemas de Aurineide Alencar no século XX e indo até o século XVI com a carta de Pero Vaz de Caminha. Apresenta também linhas do tempo com datas e excertos de obras de José de Anchieta, Gregório de Matos, Machado de Assis e Antonio Vieira, além de contextos históricos sobre o Barroco e a importância de 1808 para a literatura brasileira.
O documento discute a organização da literatura brasileira em períodos literários e escolas, facilitando o estudo e ensino da disciplina. Apresenta os principais períodos da literatura colonial brasileira (Quinhentismo, Barroco, Arcadismo) e do século XIX (Romantismo, Realismo, Parnasianismo, Simbolismo), além de resumir brevemente as características de cada um.
1. O documento analisa o contexto histórico e social da época em que Clarice Lispector escreveu sua obra A Hora da Estrela, o estilo literário modernista da época, e fornece detalhes sobre a autora e a obra.
2. Clarice Lispector questiona o que significa viver através da personagem Macabéa, uma jovem pobre e ignorante que vive sem realmente compreender a vida.
3. A linguagem é usada por Clarice Lispector para vislumbrar aspectos do ser humano e da
Cordel: Uma proposta para o ensino de HistóriaEmerson Mathias
Este artigo propõe o uso da literatura de cordel como recurso didático no ensino de História. A literatura de cordel surgiu no Brasil no século XVI trazida por portugueses e se desenvolveu principalmente no Nordeste, onde contava histórias do cotidiano e questões sociais. Os cordéis podem ser usados para estudar sujeitos sociais e transformações históricas de forma prazerosa.
"Grande sertão: veredas" e "Primeiras estórias"Mariana Klafke
- O documento analisa as obras "Grande sertão: veredas" e "Primeiras Estórias", de Guimarães Rosa, e como elas abordam os dilemas da modernização brasileira através da industrialização e urbanização.
- Embora as obras apresentem diferenças superficiais, na verdade existe coerência interna em ambas no tratar da modernização brasileira e da dificuldade de definir identidade no contexto de transformações do país.
- "Primeiras Estórias" pode ser vista como uma modulação de temas cent
Este documento discute como a ficção angolana moderna usa "cartogramas" para reforçar espaços e paisagens culturais angolanas. A autora analisa como os escritores angolanos intensificam aspectos dessas paisagens por meio de figuras, traços e cores para representar a diferença cultural angolana. Ela também discute como a ficção dos anos 1990 e 2000 continua esse trabalho de mapear culturalmente Angola por meio da linguagem ficcional.
O documento apresenta um resumo sobre o movimento Romantismo no século XVIII na Europa e no Brasil. O Romantismo surgiu como uma reação ao racionalismo do período neoclássico e enfatizava o subjetivismo e a expressão das emoções. No Brasil, autores como Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e principalmente José de Alencar ajudaram a desenvolver uma literatura nacional romântica com temas indianistas e regionais.
O documento descreve o período Pré-Modernista da literatura brasileira entre 1902-1922. Este período foi caracterizado por obras que buscavam interpretar a realidade brasileira e posicionar-se sobre problemas socio-políticos da época, embora não tivessem o caráter revolucionário do Modernismo. Alguns dos principais autores deste período foram Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato.
Relações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdfPatrciaSousa683558
Este documento apresenta uma breve revisão teórica das relações entre ficção e história ao longo da história do pensamento ocidental. Aborda como autores como Platão, Aristóteles, Hegel, Lukács, Barthes e outros pensaram sobre as fronteiras entre o ficcional e o factual no discurso literário e como a literatura pode incorporar elementos da realidade histórica.
1) O documento descreve o programa de Artes Visuais e Literatura do processo seletivo para o curso de Direito da Fundação Getúlio Vargas.
2) O programa avalia a sensibilidade estética e capacidade crítica e analítica dos candidatos em relação a obras literárias, artes plásticas e cinema.
3) O documento lista várias obras literárias, nacionais e internacionais, e obras de artes plásticas que serão usadas para avaliar os candidatos.
O documento apresenta uma unidade sobre a literatura barroca brasileira com três parágrafos que caracterizam o contexto histórico e estético do período, destacando autores como Bento Teixeira e Manuel Botelho de Oliveira e trechos representativos de suas obras.
Linguagem e trabalho: a figura do trabalhador em Lima Barreto.LinTrab
Este documento apresenta uma análise da figura do trabalhador na obra de Lima Barreto. Analisa-se duas crônicas do autor: "Maio" e "A matemática não falha". A literatura é capaz de representar as relações sociais de sua época, incluindo as relações de trabalho. Lima Barreto retrata as experiências dos trabalhadores no século XX no Brasil.
1) O documento discute a evolução da literatura gótica desde o século XVIII, considerando a estética e características que perduram até hoje.
2) As diferenças na manifestação dos gêneros masculino e feminino nas obras góticas são estudadas, com foco no erotismo. Romances góticos escritos por mulheres tendem a enfatizar a sensualidade, diferentemente dos escritos por homens.
3) A influência da cultura de massas na literatura gótica contemporânea é analisada, já que
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Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Centro Jacques Delors
Estrutura de apresentação:
- Apresentação do Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD);
- Documentação;
- Informação;
- Atividade editorial;
- Atividades pedagógicas, formativas e conteúdos;
- O CIEJD Digital;
- Contactos.
Para mais informações, consulte o portal Eurocid:
- https://eurocid.mne.gov.pt/quem-somos
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9267
Versão em inglês [EN] também disponível em:
https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9266
Data de conceção: setembro/2019.
Data de atualização: maio-junho 2024.
O cortiço e as transformações na cidade dor ro de janeiro
1. O CORTIÇO E A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DO RIO DE JANEIRO NAS
ÚLTIMAS DÉCADAS DO SÉCULO XIX
TEIXEIRA Ana Lúcia - UERJ - Graduanda de Geografia
Rua Itacoati – Lote17f Quadra C -CEP 26185060, Belford-Roxo, RJ.
analu.gheo@gmail.com
Resumo
O presente trabalho busca contribuir para a ampliação do debate entre
Geografia e Literatura e a possibilidade deste debate ser realizado pelo viés Histórico-crítico-
dialético. Utilizaremos o romance de Aluísio de Azevedo, O Cortiço. Pretendemos
demonstrar que nesta obra o autor faz uma crítica à produção do espaço urbano da cidade do
Rio de Janeiro, nos finais de 1800, bem como a construção das precárias moradias populares
para locação que promovia o enriquecimento dos proprietários desses imóveis a partir da
especulação imobiliária.
Palavras chaves: Geografia, Literatura, cortiço, espaço urbano.
Introdução
Na busca pela compreensão da produção/organização do espaço urbano carioca em
uma época na qual a ciência geográfica ainda não havia sido institucionalizada no país, “pois
é comum assinalar o ano de 1934, data da criação da Universidade de São Paulo, como
marco de fundação da moderna Geografia Brasileira”. (ABREU, 1994, p.24), faremos uso
dos debates realizados pelos literatos, que em suas obras discorrem a cerca do espaço urbano.
Mello (1990) nos diz que a Literatura tem sido utilizada, embora timidamente, por
geógrafos para empreenderem análises espaciais desde o início do século XX, por ser um
meio eficaz de investigação, que relata em diferentes escalas os lugares, o cotidiano, a
paisagem. Entretanto a Geografia brasileira, diferentemente da Geografia internacional,
continua negligenciando os textos literários como fonte de informação.
1
2. Tendo em vista o crescimento do debate entre a relação Geografia e Literatura este
estudo se propõe a analisar a produção/organização do espaço urbano do Rio de Janeiro
utilizando-se de um texto literário a partir da abordagem Histórico-Crítico-Dialética, uma vez
que as pesquisas sobre estes temas têm sido realizadas principalmente com a abordagem
fenomenológica-hermenêutica.
Sobre a possibilidade de se realizar uma pesquisa nestes moldes a geógrafa Carlos
(2002, p. 175 - 176) declara:
A geografia começou a refletir sobre o impensável, até bem pouco tempo.
Hoje, muitos trabalhos se debruçam sobre a festa, a música, a literatura, o
cinema, colocando em cena a relação entre a geografia e a arte, o que vem
abrindo muitas possibilidades de pesquisa. Muitas dessas pesquisas se
apóiam na Geografia Humanística, mas o materialismo também permite
construir uma rica interpretação desta relação.
Escolhemos o romance naturalista de Aluisio de Azevedo O Cortiço, como
referência para caracterizar a realidade urbana do Rio de Janeiro a partir de um texto literário.
Poderíamos ter escolhido uma obra de Lima Barreto, Machado de Assis ou de tantos outros
que destacaram a cidade em seus romances, mas Azevedo destaca em sua obra uma parcela da
população que até então não tinha sido representada: o povo, e traça um painel da sociedade
brasileira descrevendo em seus personagens os fatos sociais e políticos da época.
Colocando o “povo como personagem” Azevedo faz um relato minucioso de como era
viver em um cortiço, descreve com precisão o cotidiano dos moradores deste tipo de
habitação popular e a maneira como estes se organizavam naquele espaço, Sendo o espaço
produzido um resultado da ação humana sobre a superfície terrestre que expressa a cada
momento, as relações sociais que lhe deram origem (MORAES, 2002, p.15).
Os textos literários mesmo que ficcionais retratam, na maioria das vezes com riquezas
de detalhes, a sociedade da época e a forma como esta se apropriava do espaço. Por esse
motivo escolhemos o romance de Aluísio de Azevedo, pois nele o autor retrata um momento
da sociedade carioca ainda em construção onde o pensamento social estava fortemente
influenciado pelas teorias racionalistas. Este pensamento vai ser fundamental na estruturação
do espaço urbano das décadas finais do século XIX e nas inicias do século XX.
A obra é influenciada pelas teorias cientificistas da época (Evolucionismo,
Darwinismo, Determinismo, Positivismo) e retrata o Homem sujeito a influencia da raça, do
2
3. meio, e do momento histórico. Apesar disso o autor faz uma crítica aos poderosos
proprietários de cubículos que enriqueciam alugando–os aos menos favorecidos.
A critica realizada aos especuladores, principalmente ao imigrante português que além
de ser proprietário de grande parte das casas comerciais da cidade ainda exploravam os
aluguéis de casas de cômodos, está presente na crônica de Azevedo, em um fragmento
apresentado por Faraco (2002, p.10) no Pósfácio da edição d’O Cortiço por nós utilizada.
Azevedo declara que
há no Rio de Janeiro, entre os que não trabalham e conseguem (...) até
enriquecer, um tipo digno de estudo – é o ‘dono da casas de cômodo ‘.
Quase sempre forasteiro, exercia dantes um oficio na pátria que deixou para
vir tentar fortuna no Brasil; mas percebendo que aqui a especulação velhaca
produz muito mais que o trabalho honesto foi a um patrício seu, estabelecido
no comercio, pediu e dele obteve uma carta de fiança, alugou um vasto
casarão de dois ou três andares, meteu – se lá dentro, pregou escritos em
todas as janelas; e agora o verás!
Como na capital federal há mais quem habite do que onde habitar, começou
logo a entrar – lhe pela casa. Á procura de cômodos, uma interminável
procissão de desamparados da sorte e de magros lutadores pela vida, que lhe
foram enchendo surdamente, do primeiro ao último, os numerosos quartos.
(...).
Dessa forma, os cortiços tornaram-se parte essencial de um fenômeno social,
sintetizavam as transformações ocorridas no Rio de Janeiro nas últimas décadas do século
XIX, eram resultado direto do desenvolvimento desordenado associado à chegada em massa
de migrantes e imigrantes.
Objetivos
Geral
Este trabalho visa contribuir com o debate sobre a utilização da Literatura em
análises geográficas.
Específicos
• Mostrar que a Literatura brasileira é rica em obras que podem nos auxiliar na
busca pelo entendimento da produção e da organização do espaço urbano,
3
4. principalmente no período em que a Geografia moderna ainda não havia sido
institucionalizada no país;
• Realizar a interpretação de um texto literário a partir da abordagem Histórico-
Crítico-dialética;
• Demonstrar que embora de maneira mais sutil do que no período em que foi
escrito o romance O Cortiço, o pensamento racionalista com tendências
determinista ainda encontra-se presente na intelectualidade brasileira,
principalmente naqueles que pensam e planejam o espaço urbano;
Referencial Teórico e Metodológico
Segundo Gomes (2003, p.314) na Geografia Humanística, o geógrafo para fazer uma
verdadeira interpretação da inscrição espacial da cultura, deve ter o maior número possível de
elementos que tratem dos valores, das significações, e das associações construídas por um
grupo social. E o meio mais livre e espontâneo desse tipo de manifestação, é a arte, mas é na
Literatura que a maior parte dos estudos estão centrados.
Mello (1990, p.109) nos fala que a Literatura pode ser um meio eficaz de investigação
para os geógrafos, pois os textos literários evocam a alma dos lugares, os escritores captam,
interpretam e divulgam os sentimentos, o desempenho dos seres humanos, a fixação aos
lugares, às viagens, o cotidiano.
Os autores citados referem-se à análise de textos literários pela Geografia
Humanística de abordagem fenomenológica-Hermenêutica, no entanto como já exposto na
introdução deste estudo a geógrafa Carlos (2002) afirma que o materialismo também pode
realizar uma rica interpretação deste material. Por isso buscaremos uma interpretação do
romance de Azevedo pelo viés marxista.
O surgimento da proposição deste estudo se deu justamente com a leitura do livro da
geógrafa citada acima, Espaço tempo na Metrópole. Neste livro a autora usa trechos da obra
do poeta francês Baudelaire, bem como de Mário de Andrade para discorrer a respeito das
4
5. mutações ocorridas em São Paulo a partir da Operação Faria Lima e do sentimento de
estranhamento que esta estava impondo aos moradores dos bairros afetados pelas reformas.
Nesta obra Carlos utiliza-se de categorias como valor de uso e valor de troca, ordem
próxima e ordem distante, além das categorias que para Santos (1980) são imprescindíveis
para uma correta leitura do espaço geográfico, forma, processo, estrutura e função para
discorrer sobre as transformações ocorridas nos bairros paulistas. Comprovando que é
possível uma análise marxista de textos literários e que estes são importantes meios para o
entendimento do espaço urbano.
Principais Pontos Desenvolvidos
As alterações demográficas e a questão da habitação
Na busca pelos motivos que levaram o autor a escrever um romance dedicado a uma
habitação popular e aos fatores que o consagraram como um retrato da sociedade brasileira,
nos finais do século XIX realizamos uma contextualização do processo pelo qual passou a
cidade e que desencadeou esta forma como importante fenômeno na estrutura social daquele
tempo, pois a cidade é uma construção histórica. E de acordo com Carlos (2001) “em cada
momento da historia se produz um espaço, este se revela em cada momento histórico, uma
cidade e suas possibilidades”.
Sendo o espaço urbano construído pelas relações sociais (CARLOS 2001;
LEFEBVRE, 1991; SANTOS; 1980) e partindo de O Cortiço pretendemos buscar uma visão
das relações sociais que contribuíram para a formação do espaço urbano do Rio de janeiro nos
1800 e que influenciam também o espaço de hoje, pois de acordo com Milton Santos (2004;
p.14,15) o “passado está sempre aqui e participa da vida atual como forma indispensável à
realização social” e Citando Della Volpe nos fala que “devemos ver o passado como algo
que encerra as raízes do presente, sob pena de nos perdermos num presente abstrato, irreal e
impotente”.
A cidade passou por um processo de transformação urbana ao longo do século XIX e
nas primeiras décadas do século XX, sofrendo alterações demográficas e étnicas em sua
estrutura social na última década do referido século. Tendo que absorver cerca de 200 mil
5
6. novos habitantes. No Rio de Janeiro em 1890 apenas 54% da população era carioca, 24%
eram imigrantes estrangeiros; e 22% eram brasileiros vindos de outras regiões. (LESSA;
2001; p.132).
Esse crescimento demográfico gerou uma crise habitacional. O aumento da demanda e
a baixa disponibilidade das ofertas de moradias provocaram um desequilíbrio no setor
habitacional que contribuiu para a proliferação dos cortiços, e sobre essas transformações
ocorridas na cidade, Abreu (2006, p.42) afirma que sendo
sede agora de modernidades urbanísticas, o centro, contraditoriamente,
mantinha também a sua condição de local de residência das populações mais
miseráveis da cidade. Estas, sem nenhum poder de mobilidade, dependiam
de uma localização central, ou periférica ao centro para sobreviver. Com
efeito, para muitos, livres ou escravos, a procura de trabalho era diária, e este
era apenas encontrado na área central.
A solução era então o cortiço, habitação coletiva e insalubre e palco de
atuação preferencial das epidemias de febre amarela, que passam a grassar a
cidade a partir de 1850.
O cortiço era uma importante forma de habitação popular naquela época e a sua
presença na cidade não pode ser desprezada, Abreu (1991) apresenta dados que atestam que
mais de 10% da população da área central da cidade e de suas freguesias periféricas
habitavam em cortiços. Carvalho (1996, p.139-140) ratificando as palavras de Abreu, diz que
em 1869 existiam 642 cortiços na cidade com 9.671 quartos e uma população de 21.929
pessoas, passando esse número em 1888 para 1.331 cortiços com 18.866 quartos e uma
população de 46.680 pessoas. A porcentagem de cortiços era de 3,96% e de sua população de
11,72%.
A partir dos dados expostos percebemos que o problema da habitação popular está
diretamente relacionado à reprodução da força de trabalho; era necessário que esta população
marginalizada estivesse disponível ao capital como mão-de-obra barata residindo próximo ao
local de trabalho, por isso o enorme contingente de trabalhadores que afluía a cidade
concentrava-se nas áreas onde as ofertas de trabalho fossem maiores e habitavam locais que
seus baixos rendimentos pudessem pagar. Dessa maneira fica claro que a questão da habitação
popular pode ser entendida a partir do desenvolvimento capitalista que materializa no espaço
da cidade os processos de trabalho que se dão de forma fragmentada e heterogênea.
6
7. O romance de Azevedo reforça o argumento de que o adensamento populacional dos
cortiços era decorrente, em parte, das necessidades de proximidade ao trabalho:
Não obstante, as casinhas do cortiço, à proporção que se atamancavam,
enchiam-se logo, sem mesmo dar tempo a que as tintas secassem. Havia
grande avidez em alugá-las; aquele era o melhor ponto para a gente do
trabalho. Os empregados da pedreira preferiam todos morar lá, porque
ficavam a dois passos da obrigação (p.25).
Percebemos também retratada em sua obra a ocupação do espaço urbano e o
crescimento da especulação imobiliária da seguinte maneira:
A rua lá fora povoava-se de um modo admirável.Construía-se mal, porém
muito; surgiam chalés e casinhas da noite para o dia; subiam os aluguéis; as
propriedades dobravam de valor. Montara-se uma fabrica de massas italianas
e outra de velas, e os trabalhadores passavam de manhã... (p.24).
Azevedo escreveu “O Cortiço” entre 1872 e 1880. Ele viveu na cidade entre os anos
de 1872 a 1878, a distância entre a produção da obra e sua publicação (1890) não a
desqualifica, ao contrário, foi justamente a partir da década de 1870 que se intensificou o
adensamento populacional no Rio de Janeiro. Como exposto, a população da cidade
praticamente dobrou entre os anos de 1872 e 1890 e a crise de habitação fez com que a maior
parte dessa população fosse se alojar nos cortiços da área central da cidade ou de sua periferia.
O Cortiço e o homem como produto do meio
O criador do Naturalismo brasileiro pretendia realizar uma obra que refletisse a
sociedade tal qual ela era. Ele queria fazer uma cópia fiel da sociedade representando em sues
personagens os fatos políticos e sociais e [...] reunir todos os tipos brasileiros, bons e maus
do seu tempo e compendiar, em forma de romance, todos os fatos de nossa vida publica, que
jamais serão apresentados pela História. (FARACO, 2002, p.20).
7
8. No entanto sua obra é fortemente influenciada pelas teorias cientificas da época, seus
personagens estão sujeitos aos instintos, aos sentidos e a influência do meio. O determinismo
do meio sobre o indivíduo é ressaltado por Azevedo na trajetória do personagem Jerônimo, o
português honesto e virtuoso, que veio com a mulher e a filha tentar a vida no Brasil e é
corrompido pela atmosfera carioca; vai se abrasileirando pouco a pouco.
O autor sugere que todas as mudanças ocorridas na vida de Jerônimo decorreram de
sua convivência com os colegas de trabalho, com o fumo, o café, as rodas de samba e de viola
que tinham lugar no interior do cortiço. Como se pode observar na passagem a seguir,
uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele dia-a-dia, hora a hora,
reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso
de crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e
amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora
aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; (...) tomava gosto aos
prazeres, e volvia-se preguiçoso, resignado e vencido, às imposições do sol e
do calor (...).
Jerônimo abrasileirou-se. A sua casa perdeu aquele ar sombrio e concentrado
que a entristecia; já apareciam por lá alguns companheiros de estalagem para
dar dois dedos de palestra das horas de descanso, e aos domingos, reunia-se
gente para o jantar. A revolução afinal foi completa: a aguardente de cana
substituiu o vinho; a farinha de mandioca sucedeu à broa; a carne-seca e o
feijão-preto ao bacalhau com batatas e cebolas cozidas, a pimenta-
malagueta, e a pimenta-de-cheiro invadiram vitoriosamente a sua mesa [...] e
desde que o café encheu a casa com seu aroma quente, Jerônimo principiou a
achar graça no cheiro do fumo e não tardou a fumar também com os amigos
(p. 85 - 86).
Percebemos claramente nestas palavras de Azevedo a influência do
determinismo da Escola alemã na literatura, o abrasileiramento de Jerônimo se deu em um
processo “lento e profundo” a partir de suas relações cotidianas com os moradores do cortiço
e com seus amigos do trabalho, ou seja, são os fatores externos os responsáveis pela
transformação. Gomes (2003, p. 176) nos diz que isso é uma característica da abordagem
determinista, que considera todo acontecimento ou estado como sendo o produto direto de
causas externas atuantes. De acordo com Buckle, citado por Lessa (2001, p. 185), “a
informação combinada sobre o clima, alimento, solo e conformação geral do cenário natural
determinariam o ponto de partida da conduta humana”, era isso que acontecia com os
imigrantes moradores do cortiço eles eram influenciados não só pelo clima, mas também
pelos hábitos alimentares e pela cultura brasileira de modo geral.
8
9. O pensamento social entre 1870 e 1900 era dominado pelo pensamento darwiniano. O
sucesso da teoria evolucionista fez com que a Biologia fosse considerada como um novo
paradigma para as outras ciências. O evolucionismo juntamente com o positivismo formou a
base do determinismo, que teve fortes influências sobre as ciências humanas. Santos (1980,
p.30) nos diz que “o determinismo se nutre dessas duas fontes: o evolucionismo e o
positivismo”.
Bossi (1994, p. 163) esclarece que o pensamento europeu que se constelava em torno
da filosofia positivista e do evolucionismo vão esposar a intelectualidade brasileira nesta
mesma época. O autor ainda nos diz que há um esforço, por parte do escritor naturalista de
“acercar-se de impessoalidade e uma sede de objetividade, que responde aos métodos
científicos cada vez mais exatos nas ultimas décadas do século XIX”.
A discussão positivista esteve presente quase que na totalidade das ciências nos finais
do século XIX e durante muito tempo ao longo do século XX. A respeito da influência do
positivismo sobre as ciências humanas, Santos (1980, p.30) declara que
o positivismo haja contaminado até o marxismo nos dá a medida da
importância que adquiriu em uma fase tão importante da historia cientifica.
(...) Uma aliança deste gênero justifica que se dê um lugar de exagerado a
conceitos originários das ciências naturais, impostos às ciências humanas
sob o pretexto de lhes oferecer aquela categoria cientifica que elas procuram
a todo custo.
É claro que a fragilidade dessas teorias deterministas já foi comprovada teórica e
historicamente, Gomes (2003) esclarece que “o ponto de vista que coloca o homem submetido
às condições naturais está associado ao caráter mesológico preconizado por Ratzel e
considerado encerrado desde os anos 20 do século passado”. No entanto, segundo Lessa
(2001, p.185) “estas serviram admiravelmente, em seu tempo”.
O pensamento baseado nas teorias cientificas dos anos finais do oitocentos foram à
base para as intervenções urbanas realizadas na cidade, que pretendiam fazer uma “limpeza”
no centro, retirando dali toda a imundície, ou seja, os cortiços e seus moradores, que para a
elite daquele período eram a causa da classificação da capital da República de suja e
pestilenta.
Do Cortiço à Favela: o lugar do pobre no Rio de Janeiro.
9
10. A idéia de que as habitações populares e os seus habitantes eram a causa de toda
desgraça que acontecia na cidade — sobretudo da febre amarela — existia desde o Império.
Contudo foi nos primeiros anos da República que ela prosperou. As autoridades políticas e a
elite carioca enxergavam os cortiços como ameaça e os encortiçados não eram vistos apenas
como perigo social e econômico, mas também como transmissores de doenças, entre as quais
a febre amarela que dizimava milhares de pessoas desde 1850, principalmente os imigrantes
europeus.
No romance de Azevedo dois imigrantes, “Delporto e Pompeo foram varridos pela
febre amarela e outros três italianos estiveram em risco de vida”, mas mesmo assim “muitos
pretendentes surgiam disputando os cômodos desalugados”, comprovando que apesar de
tudo os cortiços não paravam de crescer.
Os cortiços, por abrigarem habitações com características de insalubridade, tornavam-
se o alvo dessas políticas saneadoras na cidade. Sanear a cidade, naquele momento significou
erradicar os cortiços de onde os focos contagiosos poderiam se alastrar.
Temos então todos os ingredientes que vão formar a base do pensamento acerca da
cidade e culminarão nas reformas urbanas, que aparecem no livro de forma sutil, representada
pela transformação do Cortiço São Romão em Alameda São Romão.
A evolução do Cortiço nos mostra de forma indireta a transformação e as reformas que
aconteceram no Rio de Janeiro, pois
o cortiço já não era o mesmo; estava muito diferente; mal dava idéia do que
fora. O pátio (...) estreitara-se (...) agora parecia uma rua, todo calçado por
igual e iluminado (...) de cento e tantos a numeração dos cômodos elevou-se
para mais de quatrocentos; e tudo caiadinho e pintado de fresco; paredes
brancas, portas verdes (p.181).
Saíram de cena os elementos que “sujavam” a estalagem, “foram-se as iscas de fígado
e as sardinhas preparadas ali mesmo à porta da venda (...)”, foi-se aquela “gente sem
gravata e sem meias”.
A Capital Federal precisava ser modificada em seus usos e costumes, tornando-se
cartão postal da cidade, no qual não deveriam aparecer as imagens das “repúblicas dos
cortiços”. Entrou-se de vez no espírito francês da belle époque que teve seu auge na primeira
década do século XX (Carvalho, 1987, p.39).
10
11. A reconstrução do cortiço é significativa, através dela podemos notar a diminuição dos
espaços para circulação de ar e principalmente de pessoas, bem como a supressão dos espaços
verdes, “o pátio estreitara-se”, “desapareceram as pequenas hortas, e os jardins de quatro a
oito palmos”, ”Já não se faziam sambas ao relento (...) agora o forte eram os forrobodós
dentro de casa”. Já não havia mais a alegria das rodas de samba promovidas pela Mulata Rita
Baiana, que reunia todos os moradores do cortiço no pátio até a madrugada, “o cortiço agora
estava banzeiro; havia apenas uns grupos magros, que se divertiam à porta de casa”.
O processo de transformação pelo qual passou o cortiço impôs mudanças nos
hábitos e comportamentos de seus moradores, dissolvendo os antigos modos de vida e
transformando as relações entre as pessoas bem como reduzindo e redefinindo as formas de
apropriação do espaço.
Como já foi dito, O Cortiço é considerado pela critica literária e mesmo por
historiadores, como uma representação da sociedade carioca. Vassallo (2000, p. 104) refere-se
a ele como microcosmo que reproduz o macrocosmo e Oliveira (2007, p. 4) como uma micro
representação da cidade do Rio de Janeiro. Traduzindo para uma linguagem geográfica,
poderíamos falar em ordem próxima e ordem distante, pois como nos explica Lefebvre
(1991), a ordem distante se projeta na ordem próxima, porém a ordem próxima não é um
reflexo da ordem distante em plenitude.
As demolições realizadas por Pereira Passos desalojaram entre 14 mil e 20 mil
pessoas, grande parte desta população foi forçada a morar com outras famílias, a pagar
aluguéis mais caros — uma vez que a houve diminuição da oferta — ou a mudar-se para os
subúrbios; houve um “neo-encortiçamento” na cidade, os novos cortiços reproduziram-se,
com alguma melhoria da fachada, porém continuavam superlotados (Lessa, 2001; Abreu,
2006; Carvalho, 1987; 1996).
A reforma urbana pretendia esconder o povo, tirá-lo de vista, um povo pobre
miserável e molambento não era motivo de orgulho para uma sociedade que se pretendia
civilizada.
Abreu (2006, p.66) afirma que a destruição dos cortiços fez da favela a única
alternativa para a população pobre que precisava morar próximo ao local de trabalho,
entretanto Lessa (2001, p. 227) diz que foram poucos os que subiram o morro, pois apesar da
favela ser um cortiço onde não se paga aluguel, a falta de água limitou o crescimento da
população.
11
12. Embora haja controvérsias a respeito das origens da favela, o fato é que ela existe,
está lá inserida na paisagem da cidade, deixando claro que os pobres também têm um lugar na
cidade, embora este não seja o lugar ideal, comprovando que todos os planos de remoção dos
indesejáveis foram por água a abaixo.
Resultados Alcançados
Nosso estudo versa sobre a organização do espaço urbano da Cidade do Rio de Janeiro
no final do século XIX. Nesse período, as transformações pelas quais a cidade passou e que se
materializaram no espaço urbano, culminaram em mudanças em diversos setores da
sociedade, entre eles o das habitações populares mereceu especial atenção.
Lefebvre, em o Direito a cidade, nos diz que a cidade não é objeto de estudo exclusivo
de uma única ciência e que seu estudo fragmentado não nos propicia uma visão do todo.
Assim, para resgatar a produção do espaço urbano carioca, tentamos fazer uma ponte
entre Geografia e Literatura por um viés diferente dos realizados até então. Para isso, a obra
de Azevedo por nos escolhida foi de fundamental importância.
“O Cortiço” é maior do que as 200 páginas que compõem o romance. O romance
cresce na medida em que o lemos, são tantos os caminhos que podemos trilhar, que a todo o
momento precisamos ter cuidado para não perdermos o foco.
No livro estão presentes as relações capitalistas de explorarão e expropriação
representadas pelo personagem João Romão, as migrações e todas as implicações que trazem
para a cidade e para o migrante, além das relações deterministas entre homem e meio tão
comuns no período em que o livro foi escrito. Enfim, esses temas por si só já mereceriam
estudos individuais, no entanto nossa proposta foi de relacionar os temas presentes na obra de
Azevedo, buscando um entendimento de como participavam na produção do espaço urbano da
cidade do Rio de Janeiro.
Em nossa análise e pesquisa descobrimos que muito do que foi descrito pelo autor
ainda hoje influencia o pensamento sobre a cidade. É fato que as classes pobres,
principalmente as que residiam em cortiços e hoje em favelas, são vistas como classes
perigosas que ameaçam a vida da elite. Se antes o perigo estava no contágio por doenças
12
13. infecto-contagiosa, hoje ele consiste basicamente no discurso da violência urbana e, neste
ponto, o pensamento determinista de que o homem é produto do meio parece estar presente no
pensamento das autoridades que governam a cidade em diferentes instâncias.
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13
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15