O movimento Dadaísta surgiu na Suíça durante a Primeira Guerra Mundial como forma de protesto à guerra e à arte convencional, manifestando-se por meio de exposições, publicações e performances que provocavam choque e questionamento.
O Surrealismo, inspirado pela pintura metafísica e pela psicanálise, valorizava a irracionalidade e o inconsciente, representando figuras e sonhos de forma subjetiva, sem se prender a regras.
Artistas como Dali, Mag
2. MOVIMENTO DADAÍSMO
“Para compreender como nasceu o Dada é
preciso imaginar, de um lado, o espírito de um
grupo de jovens naquela espécie de prisão que
era a Suíça na época da Primeira Guerra
Mundial e, de outro, o nível intelectual da arte e
da literatura naquele tempo. Claro, a guerra
tinha que acabar e, depois dela, nós iríamos ter
outras. Mas, por volta de 1916-1917, a guerra
parecia que não teria mais fim. Além disso, de
longe, tanto para mim como para meus amigos,
ela assumiu proporções falseadas por uma
perspectiva demasiado ampla. Daí o desgosto
e a revolta. Éramos decididamente contra a
guerra, sem cair, porém, nas suposições fáceis
do pacifismo utopista.”
Entrevista concedia por Tristan Tzara à rádio francesa em 1950. (MICHELI, 1991)
3. Esse movimento artístico é marcado
pelo protesto e contestação de
valores vigentes.
Manifestava-se por diversos canais
culturais: exposições, apresentações
públicas, revistas, jornais, manifestos
e outros.
Visava atingir o maior número de
pessoas nas quais provocava
questionamento e choque.
4. "Toda página deve
explodir, seja pela
seriedade,
profundidade,
turbulência,
náusea, o neonato
novo, eterno e
aniquilador,
entusiasmo pelos
princípios, ou do
modo como é
impresso. A arte
deve ser
inespecífica no
extremo, inútil e
impossível de
justificar ".
Francis Picabia na
Revista 391, 1917
O francês Francis Picabia aderiu ao movimento
juntamente com Tristan Tzara e fundou uma revista
em Barcelona que questionava a arte.
5. Apesar do aparente delírio, estava
engajado em eventos da época e
mostrava a revolta, a desilusão e o
medo, marcas do tempo sombrio de
guerra.
Sua perspectiva niilista expressa um
movimento sem estilo ou prática
específicos, é adepto da diversidade.
6. Perspectiva niilista: parte
do princípio de que a arte
não tem que ser um
produto eterno e imutável
de uma sociedade.
“Os que estão conosco
conservam sua liberdade.
Nós não reconhecemos
nenhuma teoria. Bastam
com as academias
cubistas e futuristas,
laboratórios de ideias
formais.”
Tristan Tzara no Manifesto
Dadaísta de 1918
Colagem disposta segundo as leis do acaso, Hans
Arp, 1916-17. A contratição entre as palavras “leis” e
“acaso” transmitem a ideia da rejeição da arte
acadêmica
7. Seus protagonistas criaram, em 1916,
em Zurique, o Cabaré Voltaire, local
destinado a reuniões, apresentações
de música, poesia, teatro, desenho,
instalações e pinturas. Unidos pelo
espírito anárquico e de
questionamento crítico, expressavam
sua rejeição aos moldes da sociedade
da época da mesma forma como a
viam: sem valores humanos
expressivos ou significativos.
8. Prega a antiarte,
visto que um dos
requisitos para que
uma obra seja
considerada arte é
a necessidade de
ser original e única.
Através de suas
obras os dadaístas
evidenciavam a
inversão de valores
sociais nesse
momento de
descrédito com
governos, partidos
e ideologias.
Roda de bicicleta, 1913. Primeiro Ready-
made de Marcel Duchamp
9. Marcel Duchamp
Principal representante do grupo, o
francês Marcel Duchamp é o
responsável pelo conceito de ready-
made (pronto para uso), corrente que
se apropria de objetos, produtos ou
produções já prontos e destinados a
outro contexto e os colocam no
contexto artístico dadaísta.
10. Arte contra a arte:
Duchamp apresenta
um desafio a arte
tradicional e
clássica
defendendo que a
obra em si, seu
material e
concepção, não
importa e sim o
conceito que dela
emana.
A obra A fonte foi um marco da vertente ready-made. Esse
urinol foi adquirido pelo autor no comércio em 1917.
Assinou-o com o codinome R. Mutt e inscreveu-se numa
exposição que marcaria definitivamente a presença da arte
dadaísta.
11. PINTURA METAFÍSICA
Na mesma época o italiano Giorgio de
Chirico surge com um novo tipo de arte a
partir de um conceito metafísico. O objetivo
era se contrapor ao movimento italiano
futurista e suas relações políticas com a arte.
12. A linguagem metafísica apresentava uma
abordagem mais lírica e enigmática do que o
Dadaísmo. Isso por que os anseios sociais
também incomodavam os intelectuais que se
mostravam insatisfeitos com a Primeira Guerra
Mundial ainda em andamento.
Passaram a contemplar o mundo com um olhar
mais crítico e reflexivo e apresentavam uma
visão mais elaborada a partir do conhecimento
dos fatos e do sentimento de estranheza e
desconforto provocados pela guerra.
Por esse motivo se inspiraram nos conceitos
científicos da Metafísica, que estuda tudo o que
se manifesta além da matéria partindo para o
campo da cognição, do sentimento e do
sobrenatural.
13. De Chirico
apresentava
perspectivas
inesperadas,
conexões ilógicas
entre os elementos
da obra e criação
de espaços vazios,
da mesmo forma
com que sentiam o
mundo.Retratava
cenas urbanas com
elementos
construtivos,
isolados e
estranhos dentro
da perspectiva aos
quais estava
introduzidos.
Plaza de Italia, 1913
15. Associava personagens
descaracterizados,
inertes e
desproporcionais,
prolongados por
sombras ilógicas e sem
sentido, remetendo o
conjunto a termos
oníricos (dos sonhos) e
estranhos ao mundo
real.
Suas obras causam
sensações complexas,
de natureza inquietante
e com múltiplas
possibilidades de
interpretação.
As Musas Inquietantes,1916
16. MOVIMENTO
SURREALISMO
Inspirados pela pintura metafísica de De
Chirico, em 1924 o escritor francês Andre
Breton publica o Manifesto dos Surrealistas
que tinha como objetivo a expressão dos
sentimentos mais íntimos e verdadeiros do
ser humano em relação às suas dores,
desilusões, amores e medos. Mas, diferente
dos Expressionistas, sua abordagem está
relacionada como a irracionalidade, com uma
busca interior e com a valorização das
angústias humanas.
17. Teoria da Psicanálise
Os conceitos da Teoria da
Psicanálise, do Inconsciente e da
Interpretação dos sonhos, publicados
nessa época pelo psicanalista alemão
Sigmund Freud também serviram
como fundamento para o surrealismo.
18. Tanto na pintura como na escultura
essas teorias ficam evidentes pela
representação de figuras fantásticas e
marcadas por um subjetivismo
inconscientes (o interior do artista, o
que ele sente inconscientemente)
19. Na escultura Vênus
de Milo com gavetas,
Salvador Dalí tenta
“acessar” o interior
de uma pessoa, suas
partes escondidas,
seus segredos (como
gavetas trancadas).
20. Marcas das manifestações desse
período, os valores oníricos, a prática
do automatismo psíquico, a
exploração do inconsciente e dos
sonhos, o hipnotismo, a sexualidade e
o amor exacerbado, são o norte da
pesquisa surrealista.
Em suma, não se prendiam à moral, à
lógica ou à razão.
21. Nessa pintura Dali
se inspirou num
sonho contado por
sua esposa Gala
em que um vôo de
uma abelha ao
redor de uma romã
madura
desencadeava uma
série de estranhas
imagens. Para o
cristianismo a romã
é símbolo da
Virgem Maria e esta
associada a
fertilidade. Por isso
a romã maior ao
fundo espalha suas
sementes no mar.
Sonho causado pelo voo de uma abelha ao
redor de uma romã um segundo antes de
acordar, Salvador Dali, 1944
22. Nessa pintura Dali
revela suas
impressões da
guerra como uma
grande caveira.
Dentro dela outras
caveiras e dentro
delas outras
caveiras e outras
mais até criar uma
percepção infinita
de morte e
desolação.
A face da Guerra, Salvador Dali - 1940.
23. Aqui Dali baseia-se na
pintura de mesmo nome
de El Bosco para criar
imagens de desejo sexual
e luxúria que assaltam um
eremita: elefantes
carregam uma mulher nua
sobre um pedestal; um
obelisco e um templo de
prazer; das nuvens
emergem as alucinações
de Santo Antônio; armado
com uma cruz o santo
detém as visões . O
triunfo do bem surge à
direita com um mosteiro,
símbolo da força divina.A tentação de Santo Antônio, Salvador
Dali, 1946
24. Principais artistas
O mais conhecido foi o espanhol
Salvador Dali
Outros artistas importantes foram o
belga René Magritte, o espanhol Joan
Miró, o norte-americano May Ray e a
suiça Meret Oppenheim.
Os dadaístas alemães Max Ernst e
Hans Arp depois também se uniram
ao grupo.
27. May Ray
“Pinto o que não pode
ser fotografado, algo
surgido da imaginação,
ou um sonho, ou um
impulso do
subconsciente.
Fotografo as coisas
que não quero pintar,
coisas que já existem."
Branco e preto, 1926 (fotografia)
29. Max Ernst
Conheceu a colagem num dia
chuvoso de 1919 ao folhear as
páginas de um catálogo
ilustrado de objetos para
demonstrações antropológicas,
microscópicas, mineralógicas e
paleontológicas e assim, como
ele mesmo disse, “obtive uma
imagem fixa fiel às minhas
alucinações e transformei em
dramas reveladores os meus
mais secretos desejos – tudo
isso a partir do que antes eram
apenas umas banais páginas de
anúncios”.
Duas Crianças Ameaçadas por um
Rouxinol, 1924