Contexto histórico
Abertura de museus no
Rio e em São Paulo
(1948)
I Bienal de Artes (1951)
Arte Concreta com
Grupo Ruptura (1952)
Construção de Brasília
(1960)
Golpe Militar (1964)
Arte Concreta/ou Concretismo –
Grupo Ruptura
Os artistas concretistas
do Grupo Ruptura, em
São Paulo, se
dedicavam à uma
estética extremamente
racional em suas obras
em oposição à arte
abstrata pois não
apresentava conotação
lírica (sentimentalismos)
Luiz Sacilotto
Vibração Ondular - 1953
Grupo Frente
No Rio de Janeiro um outro grupo
dava prioridade para as correntes
subjetivas e líricas.
O Grupo Frente surgiu em 1954
em oposição ao Grupo Ruptura.
Contra o excesso de regras e as
intransigências em relação ao uso da
geometria, esses artistas defendiam a
liberdade de experimentação, o
retorno à expressão emocional e o
resgate de valores individuais.
Sem título (1954), de Ivan Serpa , um dos precursores
da abstração geométrica no Brasil. Ele abre sua primeira
exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro.
apresentada pelo crítico Ferreira Gullar.
Influência do Construtivismo
Após a Segunda Guerra
Mundial (1945) o
movimento de origem
russa Construtivismo
influencia bastante os
trabalhos dos artistas
concretos no Brasil.
Fundado por Vladimir
Evgrafovic Tatlin ainda
nos anos 20, o
construtivismo, defendia
a interação entre
pintura, escultura,
arquitetura e até
fotografia.
Monumento à III Internacional, ou Torre de Tatlin
(1919). Por falta de fundos não chegou a ser
executado em escala real.
Um ótimo exemplo de influência construtivista podemos ver na obra “Grande
núcleo”, de Helio Oiticica (1960-66) que relaciona escultura com arquitetura
possibilitando, também, a participação do espectador na obra.
Qual a diferença?
Possuem a mesma base
concreta, inclusive, em 1956
os dois grupos expõem
juntos na I Exposição
Nacional de Arte Concreta.
Mas, diferentemente do
Grupo Ruptura, o Grupo
Frente pregava a
experimentação de todas as
linguagens artísticas
(música, dança, artes
plásticas e artes cênicas)
Parangolés, de
Helio Oiticia, em
exposição e sendo
usado em uma
performance por
Nildo da
Mangueira, 1964
Grupo Ruptura
(São Paulo)
Grupo Frente
(Rio de Janeiro)
RACIONAL: Enfatizam o
conceito de pura
visualidade da forma
EMOCIONAL: Defendem a
interação entre as artes e o
espectador
Waldemar Cordeiro,
Contradição Espacial, 1958
Helio Oiticica
Instalação Grande Núcleo, 1960-66
Surge o Neoconcretismo
Dessa forma, em 1959, com a assinatura do Manifesto
Neoconcreto, surge a Arte Neoconcreta (Movimento
Neoconcreto): Não concebemos a obra de arte nem como uma
"máquina" nem como um "objeto", mas como um "qüasi-
corpus", isto é, um ser cuja realidade não se esgota nas
relações exteriores de seus elementos; um ser que,
decomponível em partes pela análise, só se dá plenamente
à abordagem direta, fenomenológica. Acreditamos que a
obra de arte supera o mecanismo material sobre o qual ela
repousa, não por alguma virtude extraterrena: supera por
transcender essas relações mecânicas (que a Gestalt
objetiva) e criar uma significação tácita (M. Ponty) que
emerge nela pela primeira vez. Se tivéssemos que buscar
um símile para a obra de arte, não o poderíamos encontrar,
portanto, nem na máquina nem no objeto mas, como S.
Langer e W. Wleidlé, nos organismos vivos. Essa
comparação, entretanto, ainda não bastaria para expressar
a realidade específica do organismo estético.
Arte interativa –
Relação entre obra e espectador
Os neoconcretos
criaram a
possibilidade de
participação real e
de caráter lúdico
entre o espectador
e a obra, não só na
contemplação, mas
na alteração do
projeto artístico. Em
outras palavras,
buscavam formas
de incorporar o
observador, que, ao
tocar e manipular
as obras tornava-se
parte delas.
Lygia Clark,
Esculturas em metal da série
Os Bichos, (1960)
Lygia Clark (1920-1988)
Escultura “Obra Mole”,
da série Trepantes 1964 (borracha)
Escultura “Laço Infinito” (1960), de
Max Bill baseada no princípio da
Fita de Moebius.
Gostava de explorar o espaço com os seus não-objetos, como ela mesma chamava. Utilizando
materiais diversos como madeira, alumínio e borracha, suas esculturas assumem formas
orgânicas e se integram ao espaço, se adaptam, como se estivessem vivas.
Lygia Clark na obra
“Caminhando” (1964) em que
também utiliza a fita de
Moebius.
Lygia Pape (1927-2004)
gravura da série Tecelares, 1955
Como gravadora explorava a textura pré-existentes nos materiais, como a madeira. Também
produziu uma série de instalações e performances que envolviam a utilização do corpo na
transformação do objeto.
Em Ovo,1967, cubos de madeira são envolvidos
em papel fino e rompido como um nascimento.
Em Balé Neoconcreto, 1958, bailarinos
ocupam os objetos em forma de cilindros e
paralelepípedos e andam sobre um palco
negro.
Já em Divisor, 1968, uma multidão preenche um pano
de 30 por 30 metros, colocando a cabeça nas várias
aberturas existentes e andam pela cidade.
Amílcar de Castro (1920-2002)
Além de vários desenhos e pintura, Amílcar de Castro explora diferentes materiais em
suas esculturas sem utilizar solda ou nada do tipo. Sem fragmentar a forma utilizava-se
de dobras e cortes para manter sua essência.
Sem Título, déc.1990
(aço)
Veja outras obras em: http://www.institutoamilcardecastro.com.br/esculturas.html
Sem Título ,1950 (madeira) Sem título, 2001
(mármore)
Abraham Palatnik (1928- )
Palatnik é considerado o principal representante
da Arte Cinética no Brasil, arte que explora
efeitos visuais a partir do movimento das
formas. Utilizando arame, imãs e parafusos o
artista criou esculturas dinâmicas únicas e
originais, como vemos no Objeto Cinético, da
década de 60, ao lado.
Escultura “Gongo Tripo” (1958), de Alexander Calder,
pioneiro do Cinetismo nos EUA na década de 50, que
influenciou os trabalhos de Palatnik.
Objeto cinético de Palatnik
Franz Weissmann (1911-2005)
De origem austríaca, iniciou seus trabalhos no Brasil com obras construtivistas. Depois
se tornou um dos fundadores do neoconcretismo e passou a explorar outros materiais
como chapa de zinco ou alumínio e a expor em diversos lugares pelas grandes cidades.
Dois cubos lineares
virtuais, 1954 (vistos
de ângulos
diferentes)
A Torre, escultura com influência
construtivista (veja A Torre de Tatlin),
1957
Diálogo, 1979
(na Praça da
Sé, SP)
Grande quadrado preto com
fita, 1985
(no Parque Ibirapuera, SP)
Retângulo Vazado,
1996
(no Centro Cultura
Carioca, RJ)