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INSTITUTO SUPERIOR MUTASSA
UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO
Medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes de produção
do carvão vegetal – um estudo de caso no povoado de Matengane
distrito de Mossurize
Supervisor:
Dr: Gil Jaime/MSc
Realizado por:
Samuel Zefanias
Licenciatura em ensino de Geografia com Habilidades em Turismo
Chimoio, Dezembro, 2019
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO
Medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes de produção
do carvão vegetal – um estudo de caso no povoado de Matengane
distrito de Mossurize
Samuel Zefanias
Projecto de Relatório Final do curso de Geografia
Chimoio, Dezembro, 2019
Índice
DECLARAÇÃO................................................................................................................ i
DEDICATÓRIA.............................................................................................................. iii
LISTAS DE ABREVIATURAS ..................................................................................... iv
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... v
LISTA DE GRÁFICOS................................................................................................... vi
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... vii
Resumo.......................................................................................................................... viii
Abstract............................................................................................................................ ix
CAPITULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
I. Contextualizção......................................................................................................... 1
I.1. Descrição do Problema............................................................................................... 2
I.2. Hipóteses.................................................................................................................... 3
I.3. Objectivos ................................................................................................................. 3
I.3.1. Geral........................................................................................................................ 3
I.3.2. Específicos .............................................................................................................. 3
I.4. Justificativa ................................................................................................................ 3
I.5. Delimitação do tema................................................................................................... 4
CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................... 5
II.1. Breve historial do carvão vegetal............................................................................. 5
II.2. Conceito de Carvão Vegetal ..................................................................................... 5
II.3. O impacto ambiental................................................................................................ 6
CAPITULO III - METODOLOGIA ................................................................................ 8
III.Localização geográfica do distrito de Mossurize ........................................................ 8
III.1. A Vegetação ............................................................................................................ 8
III.2. Clima ....................................................................................................................... 9
III.4. Hidrografia............................................................................................................. 10
III.5. Principais Actividades de Rendimento do Distrito .............................................. 11
III.5.1. Produҫão agricula e sistemas de cultivos ........................................................... 11
III.6. Tipo de estudo ....................................................................................................... 13
III.7.1. Método dedutivo................................................................................................. 13
III.9. Técnica de recolha de dados.................................................................................. 15
III.9.1. Observação directa intensiva.............................................................................. 15
III.9.2. Observação directa extensiva ............................................................................. 15
III.10. Técnica de análise de dados................................................................................. 15
III.11. Instrumentos de recolha de dados........................................................................ 15
III.12. População e amostra............................................................................................ 15
III.13. Formas usadas para a criação de cada instrumento de recolha de dados ............ 16
III.13. 1. Garantia de validade de cada instrumento de recolha de dados ...................... 16
CAPITULO IV - ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.............................. 17
IV.1. Exploraҫão florestal no povoado de Matengane ................................................... 17
IV.2. Processo de Produção de Carvão Vegetal no povoado de Matengane................. 18
Fonte: Autor (2019)........................................................................................................ 22
IV.3. Os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de
Matengane ...................................................................................................................... 22
IV.3.1. Desmatamento................................................................................................... 23
IV.3.2. . Impactos relacionados à saúde humana no povoado de Matengane.............. 26
IV.3.3. Seca ................................................................................................................... 28
IV.4. Residentes da vila sede Espungabera e o consumo do Carvão Vegetal................ 29
IV.5. Proposta de medidas de mitigar dos impactos negativos resultantes da produção
do carvão vegetal no povoado de matengane ................................................................. 30
IV.5.1. Consciencialização da população sobre a preservação do ambiente................. 30
IV.5.2. Fiscalizaҫão e montagem de postos fixos ao longo das principais entradas da
vila Espungabera............................................................................................................. 32
IV.5.3. Licenciamento aos produtores de carvão vegetal no povoado de Matengane . 34
IV.5.4. Criaҫão de Associações comunitária de gestão dos Recursos Naturais no
povoado de Matengane................................................................................................... 34
IV.5.5. Criaҫão de programas de reflorestamento no povoado de Matengane............. 35
IV.6. Conclusões ........................................................................................................... 37
IV.7. Recomendações..................................................................................................... 38
IV.7.1. Ao Governo distrital........................................................................................... 38
IV.7.2. Aos carvoeiros.................................................................................................... 38
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 39
APÊNDECE ................................................................................................................... 41
i
DECLARAÇÃO
Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu
supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
Chimoio, Desembro de 2019
Autor
______________________________
(Samuel Zefanias)
ii
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela sabedoria e discernimento com os quais me iluminou durante esta trajectória.
Ao meu orientador pelas contribuições significativas para a elaboração da presente monografia.
Aos docentes e colegas do Instituto Superior Mutasa, pela amizade, apoio, carinho e pela
convivência agradável e ricas trocas de experiencia.
A Direcção Geral, a Coordenação Pedagógica e Administrativa, e aos funcionários da ISMU
pelo apoio e disponibilidade a mim concedida para conclusão do Curso de Graduação em Ensino
de Geografia.
iii
DEDICATÓRIA
Aos meus Pais, com amor e gratidão por seu incansável apoio ao longo da formação e elaboração
deste trabalho. Pelo apoio e amor incondicional, por acreditar em mim, por deixar-me sonhar,
por muitas vezes me trazer de volta á realidade e, principalmente, por me resgatar nos momentos
em que pensei em desistir.
iv
LISTAS DE ABREVIATURAS
SDAE Serviço Distrital de Actividades Économicas
MICOA Ministerio para a coordenação da acção ambiental
INE Instituto Nacional de Estatistica
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
DNTF Relatório de Balanço Anual de Terra e Floresta
MCRN Maneio Comunitário dos Recursos Naturais
SEMOC Sementes de Moçambique
MAE Ministério da Administração Estatal
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 11: Efeito Estufa................................................................................................................. 7
Figura 1: Localização e descricao florestal do distrito de Mossurize........................................... 8
Figura 2:Vegetação do posto admnistrativo de Espungabeira....................................................... 9
Figura 5: Troncos de arvores nativas abatidos atravez de motocerra alugado ............................ 18
Figura 6: Abate de arvores e destroncamento.............................................................................. 19
Figura 7:Arrumaҫão dos troncos no local da queima: ................................................................. 20
Figura 8:Construҫão do muro de arreia do forno......................................................................... 21
Figura 9:Separaҫão do carvão da areia ........................................................................................ 22
Figura 10:Troncos de arvores nativas abatidas pelos carvoeiros................................................. 23
Figura 12:Gases orindos da carbonização da madeira................................................................. 27
Figura 13: carvoeiro expostos ao sol ........................................................................................... 27
Figura 14:Carvoeiros num dos mercados da vila Espungabera................................................... 30
vi
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Especies de plantas mais concorridos para a produҫão de carvão vegetal no povoado
de Matengane................................................................................................................................ 24
Gráfico 2: Factores que contribuem para fraca precipitaҫão segundo os carvoeiros.................... 25
Gráfico 3: Consumo domestico do carvão vegetal na vila sede Espungabera.............................. 29
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Manifestaҫões respiratorias e doenҫas nos carvoeiros.................................................. 27
viii
Resumo
A produção de carvão vegetal é a fonte de renda de algumas famílias no posto Administrativo de
Espungabera. O carvão vegetal é produzido a partir de produtos florestais madeireiros, porem esta
actividade pode impactar o meio ambiente e comprometer a saúde dos carvoeiro do povoado de
matengane. Como consequência da produção de carvão, actualmente verifica se alguns problemas
ambientais tais como: a alteração da paisagem e redução da biodiversidade regional; demanda por
nutrientes, causando o empobrecimento do solo; impacto sobre os recursos hídricos, alteração da
vegetação induzido a uma instabilidade hidrológica; erosão causada pela exposição do solo. O objectivo
deste trabalho é de propor as medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do
carvão vegetal no povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera. Para a concretização
deste trabalho uso-se o método bibliográfico que consistiu na consulta de informações que sustentam a
fundamentação teórica, estas foram extraídas em bibliotecas virtuais, artigos científicos, livros e
monografias. Como instrumento de reclha de dados usou-se maquina fotográfica, bloco de nota e
inquéritos. São apresentados como medidas para reduzir estes impactos negativos, as seguintes:
consciencialização da população sobre os impactos negativos resultante da produção do carvão vegetal,
fiscalizaҫão florestal, licenciamento aos carvoeiros, criaҫão de associações comunitários de gestão dos
recursos naturais e implementaҫão de programa de reflorestamento. Conclui-se que a consciencialização
da população sobre os impactos negativos resultantes da produção de carvão vegetal impulsiona a
observância de medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal
no povoado de Matengane.
Palavras-chaves: Impactos negativos; produção; carvão vegetal.
ix
Abstract
Charcoal production is the source of income for some families at the Espungabera Administrative Post.
Charcoal is produced from timber forest products, but this activity can impact the environment and
compromise the health of the matengane village charcoal. As a consequence of coal production, there are
currently some environmental problems such as: landscape change and reduction of regional biodiversity;
demand for nutrients, causing soil impoverishment; impact on water resources, vegetation change induced
to hydrological instability; erosion caused by soil exposure. The objective of this work is to propose
measures to mitigate the negative impacts resulting from charcoal production in the village of Matengane
administrative post of Espungabera. For the realization of this work we use the bibliographic method that
consisted of consulting information that support the theoretical foundation, these were extracted in virtual
libraries, scientific articles, books and monographs. As a data collection instrument, a camera, notebook
and surveys were used. The following are presented as measures to reduce these negative impacts:
awareness of the population about the negative impacts resulting from charcoal production, forestry
supervision, charcoal licensing, creation of community natural resource management associations and
implementation of a reforestation program. It is concluded that raising the population's awareness of the
negative impacts resulting from charcoal production drives compliance with mitigation measures of the
negative impacts resulting from charcoal production in the village of Matengane.
Keywords: Negative impacts; production; charcoal.
1
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
I. Contextualizção
A produção de carvão vegetal é a fonte de renda de algumas famílias no posto
Administrativo de Espungabera. Mas essa actividade tem (altas implicações ecológicas).
O carvão vegetal é produzido a partir de produtos florestais madereiros, no caso do
povoado de Matengane, a floresta vem sendo desflorestada de forma ciclica para ser
usada na carbonização. Essa é uma das maiores causas de desmatamento na região em
particular na área de estudo, está a ter efeitos negativos como no caso de distúrbio aos
habitates.
Segundo os relatos dos residentes do povoado de matengane nas década 80 a 90 o posto
administrativo de Espungabera foi fresca e as quedas pluviometricas eram constantes.
Os montes Chipungumbira, Matengane, Mouth Selinda vizinha Zimbabwe assim como
o seu aspecto florestal, influenciava bastante para o micro clima.
Portanto, este trabalho tem como objectivo fazer uma pesquisa a respeito das
implicações possíveis do processo de exploração do carvão vegetal para os ecossitemas
locais afectados no povoado de Matengane bem como mostrar facto de alerta para a
necessidade de propor as medidas de mitigação dos possiveis impactos negativos
resultantes desta actividade.
A presente monografia de pesquisa tem como titulo, “medidas de mitigação dos
impactos negativos resultantes de produção do carvão vegetal, um estudo de caso no
povoado de Matengane distrito de Mossurize”.
O trabalho esta organizado em quatro (4) capítulos, onde o Capítulo I: Apresenta a
Introdução, o Capítulo II: Apresenta a Fundamentação Teórica, o Capítulo III:
Apresenta-se a metodologia e o Capítulo IV: Analise e Intrepretacao dos dados e
Conclusões.
2
I.1. Descrição do Problema
Independentemente das perspectivas qualquer iniciativa relacionada com a produção e
consumo de carvão incide, tem significado, influencia e é influenciada pelo seu contexto
socio ecológico Martins (2014). Quanto melhor e mais efectivo for o conhecimento
dessa realidade maiores serão as probabilidades de sucesso das iniciativas a
implementar.
Verifica-se que os carvoeiros do povoado de Matengane abatem as árvores nativas sem
observância de medidas para mitigar os impactos negativos resultantes da produção de
carvão vegetal, para fins do comércio na vila sede Espungabera.
Nos anos da década 80 a 90 a vila de Espungabera sempre era fresca e chovia
regularmente, devido ao seu aspecto florestal que influenciava bastante para baixa
temperatura.
A produção de carvão vegetal reduz a quantidade de árvores que servem como
reguladores de temperatura, providencia as necessidades de oxigénio para nossa
existência, Retém CO2, pois ajudam a diminuir a poluição do ar, Mantém a
biodiversidade, reduzem poluição sonora e os ventos, mantendo humidade do ar e
chuvas regulares. Fornecem base para produtos como medicamentos, além de frutas,
flores, sementes, fibras, madeira. Promovem saúde dos solos e evitam erosão com suas
raízes, beleza natural para nossos olhares e almas.
Os carvoeiros de Matengane usam materia prima florestal para a produção de carvão
vegetal, como consequência desta actividade verifica se a redução acelerada da flora,
extinção de algmas espécies da fauna, Alteração da paisagem, Erosão de solos, fraca
precipitação e empobrecimento dos solos, tornando-se um problema para os agricultores
e moderados do povoado de Matengane.
Com o disposto a cima coloca se a seguinte pergunta de pesquisa:
 Com a exploração do carvão vegetal que as comunidades de matengane praticam
quais são as possíveis medidas de mitigação dos impactos ambientais derivados da
produção do carvão vegetal?
3
I.2. Hipóteses
Hipótese principal
 A Consciencialização da população sobre os impactos negativos resultantes da
produção de carvão vegetal impulsiona a observância de medidas de mitigação dos
impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de
Matengane.
Hipótese secundário
 A fiscalização florestal e licenciamento aos carvoeiros pode minimizar os
impactos negativosde resultantes da produção de carvão vegetal no povoado de
Matengane .
I.3. Objectivos
I.3.1. Geral
 Propor medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do
carvão vegetal no povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera.
I.3.2. Específicos
 Identificar os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no
povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera;
 Descrever os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no
povoado de Matengane no posto administrativo de Espungabera;
 Identificar estratégias que visem melhorar a observância de medidas para mitigar
os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de
Matengane posto administrativo de Espungabera
I.4. Justificativa
O tema faz parte dos elementos que contribuem para o aquecimento global e é o
assunto de debate a nível mundial por causa das mudanças climáticas que tem se
verificado actualmente devido a acҫão humana que põe em perigo ao ambiente
causando perda da biodiversidade..
A escolha do tema deveu se a cadeira de Educação Ambiental que o autor teve durante
a sua formação de licenciatura ao ensino de Geografia e o tema tem grande contributo
na área académica e cientifica ao trazer respostas para o problema de aquecimento
4
global e ainda uma contribuição bastante positiva na sociedade ao Propor estratégias
que visem melhorar a observância de medidas para mitigar os impactos negativos
resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane posto
administrativo de Espungabera.
I.5. Delimitação do tema
O presente trabalho de pesquisa sobre “medidas de mitigação dos impactos negativos
resultantes de produção do carvão vegetal”, foi realizado no posto administrativo de
Espungabera, em particular no povoado de Matengane. Os limites do povoado em
pontos extremos são: a norte é limitado pela localidade de Muchenedzi através do rio
Buz, a sul com o bairro Chipungumbira através do rio Mutuadza, a oeste faz limite com
a Republica do Zimbabwe, e a este ainda faz limite com localidade de Muchenedzi
atravez do rio Buz (Autor, 2019).
A pesquisa teve uma duraҫão de 1 mês, isto é, a recolha de dados foi efectuado no mês
de Setembro de 2019.
5
CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
II.1. Breve historial do carvão vegetal
O carvão vegetal vem sendo usado desde das Antiguidade, na civilização egípcia tinha
seu uso difundido na purificação de óleos e uso medicinal. Na Segunda Guerra Mundial
serviu para a retirada de gases tóxicos a partir de sua elevada capacidade de absorver
impurezas sem alterar sua estrutura, devido a sua composição porosa. (FREITAS.2005).
O fabrico do Carvão existe desde da pré-história (Egipto - 3000 A.C );
 Utilizavam produtos derivados do carvão para embalsamar, preparando os corpos
para o sepultamento;
 Na Europa a cerca de 1100 A.C, o fabrico industrial do carvão era importante;
 Principal combustível para indústria de ferro, antes da Revolução Industrial;
 No séc. XX, aumento no consumo, decorrente da crescente demanda do aço em
outros países;
 Posterior declínio na produção, detrimento de combustíveis concorrentes como o
coque1, carvão mineral, lignito;
 Década de 50, desenvolvimento da pirólise rápida;
 De 1814 até o final do século XIX – Primeiras críticas contra o desmatamento das
florestas nativas;
SANTOS, (2012). relata que desde a era primitiva o homem utilizava pedaços
de madeira em chamas para seu aquecimento e iluminação, entre outras funções.
Este, não tardou a perceber que a madeira queimada, friável e de coloração preta não
gerava chama, e nem tanta fumaça, fornecendo calor de forma mais controlável em
relação à queima direta da madeira. Este evento, marca a descoberta do carvão vegetal e
seu uso como combustível.
II.2. Conceito de Carvão Vegetal
O Carvão vegetal é um produto sólido de cor negra, friável (propriedade que este possui
de gerar finos, quando sujeito à abrasão e à queda) possuindo densidade na faixa de 180
a 300 kg/m3, ( OLIVEIRA 2009). É produzido pelo aquecimento da madeira em fornos
com fluxo limitado de ar, num processo chamado de carbonização ou pirólise lenta.
Esses fornos podem variar muito em estrutura, tamanho e tecnologia, desde primitivos a
grandes fornos de alvenaria ou em estrutura metálica com dispositivos de controlo de
temperatura. O produto final desse processo é o carvão vegetal, que além de possuir
6
alto poder calorífico em relação à madeira, é inodoro e possui combustão estável (
ROSA, 2010).
II.3. O impacto ambiental
Segundo a resolução CONAMA Nº001 de janeiro de (1986), o impacto ambiental é
definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-
estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.
Analisando essa resolução, percebemos que qualquer atividade que o homem exerça no
meio ambiente provocará um impacto ambiental. Esse impacto, no entanto, pode ser
positivo ou não. Infelizmente, na grande maioria das vezes, os impactos são negativos,
acarretando degradação e poluição do ambiente.
Dentre os principais impactos ambientais negativos causados pelo homem, podemos
citar a diminuição dos mananciais, extinção de espécies, inundações, erosões,
poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva ácida,
agravamento do efeito estufa e destruição de habitats.
Isso acarreta, consequentemente, o aumento do número de doenças na população e em
outros seres vivos e afeta a qualidade de vida.
II.4. Efeito estufa
O efeito estufa é um fenómeno que garante a existência da vida no planeta Terra. Os
gases de efeito estufa nomeadamente o dióxido de carbono (CO2), nitrogénio (N2), o
oxigénio (O2) ozono (O3), metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) e o vapor de água
(H2O), retêm parte do calor emitido pelo sol. Em decorrência deste efeito estufa a
temperatura média no planeta Terra é de 14 °, caso este fenómeno não existisse a Terra
seria gelada, com 19° graus negativos, com uma temperatura imprópria para qualquer
tipo de vida (BEYRUTH, 2008).
7
Figura 1: Efeito Estufa
Fonte:BORREGO (2010).
Na figura acima, encontra-se a representado do efeito estufa na planeta, onde pode-se
observar a incidência da radiação solar na atmosfera terrestre e também a sua irradiação
através dos gases de efeito estufa encontrados na atmosfera da terra.
II.5. Causas do Efeito Estufa
Os processos de origem antrópica ou da actividade humana que intensificam o efeito
estufa ocorrem a partir da queima proposital ou acidental de diferentes produtos
orgânicos pelo ser humano como o carvão, madeira e combustíveis fósseis (diesel,
gasolina e outros derivados de petróleo) e actividades comerciais e industriais (produção
de aço, de cimento, de alumínio, de papel), que resultam principalmente na emissão de
CO2 (PRIMAVESI, 2007).
Respondendo a questão número 17 do formulário. “Alguma medida tomada para
redução da emissão de fumaças oriundas dos fornos”? A maior dos carvoeiros
responderam: “não” com esta resposta indica que os carvoeros do povoado de
Matengane contribuem para o aquecimento global.
8
CAPITULO III - METODOLOGIA
III.Localização geográfica do distrito de Mossurize
O distrito de Mossurize está localizado entre os distritos de Sussundenga a Norte e de
Chibabava a Nordeste e de Machaze a Sul. Toda a sua extensão ocidental é limitada por
território da República do Zimbabwe (ver figura 1). A Vila de Espungabera, capital
distrital de Mossurize, localiza-se a sul da capital provincial de Manica, (MAE, 2005).
Figura 2: Localização e descricao florestal do distrito de Mossurize
Fonte: Atlas de Vegetação de Moçambique,2013
III.1. A Vegetação
O distrito de Mossurize é mais diversificado em termos de vegetação arborea, com
extractos de varios tipos, para o posto admnistrativo de Espungabeira foco central da
area de estudo é menos diverso cuja a descrição comparativa se encontra nas figuras (1
e 2).
9
Figura 3:Vegetação do posto admnistrativo de Espungabeira
Fonte: Atlas de vegetação de Moçambique,2013
A vegetação do vale consiste principalmente de savanas e florestas abertas com
superfícies abundantes de matos. Ao longo dos rios Mossurize e Muronguezi, as
superfícies extensivas dos solos de aluvião apoiam as florestas fluviais, a maioria das
quais foi desmatada para dar lugar a machambas. Estas faixas aluviais possuem, em
certos locais, 1km de largura, aqui se concentrando um número significativo da
população. É nos vales onde se encontram as melhores áreas de pastagem
III.2. Clima
O clima do distrito de Mossurize está, segundo a classificação do Köppen, é do tipo
temperado húmido. A precipitação média mensal é de 24.9mm e a anual é cerca de
1.501 mm de acordo com os dados da estação meteorológica de Espungabera e a
estação chuvosa ocorre principalmente de Outubro a Abril com as maiores
precipitações de Dezembro a Março. (MAE, 2005)
A evapotranspiração de referência média anual é cerca de 1.170 mm. As temperaturas
médias oscilam à volta de 20°C, sendo a máxima média anual de 25°C e a média
mínima de 15.1°C. MAE, (2005)
10
Apresenta um período de crescimento normal com ocorrência de um período seco de 95
dias de duração, de um período intermédio de 120 dias, entre o período seco e húmido,
tendo este 150 dias de duração. O período húmido tem início na primeira quinzena de
Novembro e termina na1ª quinzena do mês de Abril. (MAE, 2005)
(veja tabelas em anexo).
III.3. Topografia & Relevo
No distrito de Mossurize o relevo do terreno é caracterizado pela ocorrência de colinas e
montanhas fortemente dissecadas por muitos riachos que drenam a área juntando-se aos
rios mais importantes.
Estas formações são o prolongamento da escarpa de Manica, parte integrante dos montes
de Chimanimani. (MAE, 2005)
Dentre as formações montanhosas do distrito destacam-se os montes Citatonga 1 e 2,
Chipungumbira, Macuiana, Alto Chinguno, Alto Mude, Matengane e Alto Búzi. A zona
quefaz fronteira com o distrito de Machaze é composta por planícies de savanas abertas.
O distrito de Mossurize integra as seguintes zonas agro-ecológicas:
Terras altas e planaltos – Tem uma altitude que varia entre 700 e 1.000m acima do
nível do mar e apresenta uma precipitação entre 1.300 a 1.500mm e abrange a zona
imediata de Macuiana, pequenas áreas ao longo da fronteira com o Zimbabwé e as
montanhas de Citatonga 2 e Chipungumbira com 800m a 1.050 m de altitude;
Área centra e escarpada l – Tem uma altitude que varia de 300 a 700m acima do nível
do mar e cobre a maior parte do distrito. Inclui os vales dos rios Lucite, Puizice,
Chicambwe, Muchenedzi, Alto-Búzi, Zona e Chinhica, assim como as zonas escarpadas
que fazem fronteira com Mossurize, Morungueze e os vales do Baixo Búzi.
Cerca de 65% da população do distrito vive nesta zona, cuja precipitação média anual
situa-se entre 1.000 e 1.300mm.; e
Zonas baixas e vales dos rios Mossurize, Morungwez e Baixo Búzi – a altitude varia
entre 150 e 1.000m acima do nível do mar e corresponde aos vales destes rios até à
fronteira com o distrito de Chibabava. A precipitação varia de 800mm a 1.000mm/ano e
a temperatura média na região varia de 26 a 27°C. MAE, (2005).
III.4. Hidrografia
Dada a disposição do relevo do distrito de Mossurize está, os cursos de água que
atravessam o distrito correm geralmente no sentido Oeste-Este.
11
O distrito possui dois rios importantes de regime permanente, nomeadamente, Búzi e
Mossurize, para além de outros rios de importância secundária, tais como, Chicambwe,
Dacata, Muchenedzi, Zona, Chinhica, Rupice, Mucurumadzi, Lucite, Mavuaze e
Mussessa. (MAE, 2005)
Existem riachos complementares, afluentes dos rios principais, alguns dos quais de
regime temporário.
Em termos de potencialidades hídricas, o rio Búzi denota condições naturais para a
montagem de uma barragem hidroeléctrica. (MAE, 2005)
III.5. Principais Actividades de Rendimento do Distrito
III.5.1. Produҫão agricula e sistemas de cultivos
De um modo geral, a agricultura e praticada manualmente em pequenas exploracoes
familiares em regime de consociacao de altura com baseem variedades locais. O sistema
de producao predominate nos solos de texturas pesadas e mal dreinados é a
monoocultura de bata doce em regime de camalhoes ou matutos (época fresca) , em
enquanto que nos solos moderadamente bem dreinados predominam as consociacoes de
milho, mapira, mandioca e feijão nhemba. Algodão, cana de acucar e girassol são
culturas de rendimento, produzidas em regime de monoculturas. Este sistema de
producao é ainda completado por criacoes de espécies como gado bovino,caprino, e
aves. (MAE, 2005)
Existem actualmente no distrito duas empresas que se dedicam oao fomento do algodão
e do tabaco, nomeadamente a “ Algodão de Zambeze” e a “ Tabacos de Manica” –
DIMON, respectivamente. Na faixa da fronteiriça com Zimbabwe, os solos tem boa
capacidade de retencao de agua, e os sistemas de producao compreendem consociacoes
de milho e feijão vulgar. Há observância ainda da producao de cultura de rendimento
tais como: bata Reno e feijão manteiga, sendo de assinalar ainda que esta cultura pode
ser feita em duas épocas. (MAE, 2005)
Durante a época fresca, em particular nos vales, em comum a producao de horticulas.
(MAE, 2005)
A producao agrícola é feita predominantemente em condicoes de sequeiro, nem sempre
bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa
capacidade de armazenamento de humidade no solo durante o período crescimento das
culturas. (MAE, 2005)
12
O cultivo é feito com base no trabalho manual familiar, envolvendo homens, mulheres
e crianças e sempre que necessário, recore se ao uso de mão de obra sazonal paga. Em
ambos os casos é utilizada tracao animal ( bois e burros). (MAE, 2005)
A semente sertificada era adquirida no visinho Zimbabwe, mas devido a crise sócio-
economico, verificada naquele pais, muitos recorrem á SEMOC ou PANNAR e a
sementes de variedade local. (MAE, 2005)
As cheias que assolaram o distrito em 2000/01 foram devastadoras, levando a perdas
significativas na campanha agrícola e afectando grande parte de producao do distrito.
MAE, (2005)
Somente em 2003 apos o período de seca e estiagem que se seguiu a reabilitacao de
algumas infra estruturas, se reiniciou timidamente a exploracao agrícola do distrito e a
recuperacao dos níveis de producao. A inrregularidade da precipitacao e a
vulnerabilidade ás calamidades naturais condicionam, pois, o potencial de producao
agrícola do distrito. (MAE, 2005)
III.5.2. A pecuária
O distrito de Mossurize é um dos que possui o maior efetivo bovino no pais. Os vales
dos rios Mossurize e Morunguezi, bem como as savanas da região sul do distrito
oferemexcelentes condicoes para criacao de bovinos e caprinos. O fomento pecuário no
distrito tem sido fraco. Porem, dada a tradicao na criacao de gado e em algumas infra
estruturas existentes, verificou se um crescimento do efectivo de 6000 cabecas em 2000
para serca de 12000 em 2004. (MAE, 2005)
Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condicoes para o desenvolvimento da
pecuária, sendo as doenças e falta de fundo e de serviço de extensão, os principais
obstáculos ao seu desenvolvimento. (MAE, 2005)
Existem no distrito 7 tanques caracicidas, sendo 3 no PA de Dacata, 1 no PA de
espungabera e 3 no PA de Chiurairue, bem como 6 mangas de tratamentos
nomeadamente, dois no PA de Dacata, 1 no PA de Espungabera e 3 em chiurairue. As
doenças mais frequentes nos bovinos são Febre Aftosa, doenças gastro-intestinais
(Parasitoses) e doenças provocas por carraças. Anualmente verifica se um índice
elevado de galinhas afectada pela doença de Newcastle. (MAE, 2005)
O sector de pecuária da DDADR tem levado anualmente a cabo uma campanha de
vacinacoes contra febre aftosa e os carbúnculos hemántico e Sintomático, nos bovinos,
“Newcastle” nas galinhas e raiva nos caninos. (MAE, 2005)
13
As principais pragas em Mossurize tem sido o rato, as lagartas, os afideos e as brocas.
Nos armazéns, as principais pragas são ratos, gorgulhos e muchém. As doenças mais
comuns são míldio ( provocada pela fitoftora) e o listrado do milho. (MAE, 2005)
III.6. Tipo de estudo
III.6.1. Quanto a Abordagem do Problema
É uma pesquisa quantitativa. Na pesquisa quantitativa há medição numérica, estudo
estatístico, mensuração, há busca generalização dos resultados, as perguntas são
fechadas, pois quando os dados já tiverem sido coletados e analisados, os resultados
serão mensurados e apresentados por gráficos.
III.6.2. Quanto aos objectvos
A pesquisa quanto aos objectivos é Exploratória. De acordo com (Severino, 2007) A
pesquisa exploratória estabelece critérios, métodos e técnicas para a elaboração de uma
pesquisa e visa oferecer informações sobre o objeto desta e orientar a formulação de
hipóteses.
A pesquisa exploratória visa à descoberta, o achado, a elucidação de fenômenos ou a
explicação daqueles que não eram aceitos apesar de evidentes. A exploração representa,
atualmente, um importante diferencial competitivo em termos de concorrência
(Gonçalves, 2014).
III.6.3. Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos
Quanto aos procedimentos técnicos a pequisa classifica em Estudo de Caso. Segundo
Gil (2008), consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de
maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
III.7. Método de abordagem
III.7.1. Método dedutivo
O estudo usou o método dedutivo que Segundo (LAKATOS, MARCONI, p. 63):O
método dedutivo parte das teorias e leis consideradas gerais e universais buscando
explicar a ocorrência de fenómenos particulares. O exercício metódico da dedução parte
de enunciados gerais (leis universais) que supostos constituem as premissas do
pensamento racional e deduzidas chegam a conclusões. O exercício do pensamento pela
14
razão cria uma operação na qual são formuladas premissas e as regras de conclusão que
se denominam demonstração.
O autor a partir de algumas fontes bibliográficas, livros, monografias, regulamento de
exploração florestal teve uma informação adequada sobre impactos negativos
resultantes de produção de carvão e consciencializar os carvoeiros a abandonarem esta
actividade.
III.8. Método de procedimento
III.8.1. Bibliográfica
Com este método fez-se uma busca de informações que sustentam a fundamentação
teórica, estas foram extraídas em bibliotecas virtuais, artigos científicos, livros e
monografias.
É através deste método que o pesquisador passou a conhecer a respeito do que se
escreveu e publicado por outros autores, quais os aspectos que foram abordados sobre o
tema ou sobre a questão da pesquisa proposta. Ao conhecer o tema o autor forneceu a
melhor fundamentação teórica que deu suporte e justificação da proposta de pesquisa,
além de definir com mais precisão os seus objectivos evitando a repetição de estudos
anteriores.
III.8.2. Observação directa
A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os
sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em
ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar.
Baseou-se deste método para observar os lugares onde se produzem carvão vegetal,
observar os fornos, ver os tipos de arvore que abatem para a produção de carvão
vegetal, deslocou se até aos carvoeiros e no mercado onde praticam o comércio e viu de
perto os factos.
Ainda usou-se através da observação no ambiente real, e registou os dados à medida
que ocorriam.
15
III.9. Técnica de recolha de dados
III.9.1. Observação directa intensiva
A utilização desta técnica consistiu na deslocação do autor a zona de produção de
carvão, e assistiu e observou no concreto todo o processo de produção de carvão vegetal
e aquilo que constitui como impactos negativos no povoado de Matengane posto
administrativo de Espungabera.
III.9.2. Observação directa extensiva
Este tipo de observação foi realizado por meio de um questionário. Com questões
simples e claras. Questionários e formulários que ajudaram o autor, a colher
informações sobre as medidas para mitigar os impactos negativos resultantes de
produҫão do carvão vegetal.resultantes da produção do carvão vegetal.
III.10. Técnica de análise de dados
Após a colecta de dados, com o uso de ferramentas estatísticas, os dados foram
resumidos, agrupados e organizados em um software Microsoft Office Excel. Em
seguida, buscou-se mostrar os resultados obtidos na colecta de dados, sendo assim,
foram elaborados as tabelas (apresentação numérica) e os gráficos (apresentação
gráfica). Diante disto foi realizada a análise e discussão dos dados.
III.11. Instrumentos de recolha de dados
Os instrumentos de recolha de dados usados foram: máquina fotográfica, bloco de
notas, esferográfica e inquéritos.
III.12. População e amostra
O Universo da população (N) da pesquisa foi composto por um total de 150
individuos.
III.12.1. Cálculo do tamanho da amostra
A amostra foi constituída por um total de 97 residentes do povoado de Matengane o
autor seleccionou a amostra através do uso da fórmula de CEP ( Centro Estatístico de
Processos) por ter um número bastante representativo. A margem de erro foi de 6%. A
forma para determinação da amostra foi a seguinte:
16
Onde:
n = é o tamanho da amostra desejada;
N = é o universo da população;
= margem de erro.
Dados
N=150
= 6 %
n=?
III.13. Formas usadas para a criação de cada instrumento de recolha de dados
Para a entrevista o autor elaborou as perguntas de acordo com as medidas de mitigação
dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no posto
administrativo de Espungabera.
Os instrumentos: máquina fotográfica, bloco de notas, esferográfica o autor adquiriu no
mercado.
III.13. 1. Garantia de validade de cada instrumento de recolha de dados
A máquina confirmou as imagens, o formulário foi fiável porque o autor é que
preencheu.
𝑛 =(𝐸)2
𝑛 =
( . 6)2
= 𝑛 =
( . 36)⬚ = 𝑛 = 277.7
≈ 278
𝑛
41700
428
𝑛 97.42 ≈ 97
17
CAPITULO IV - ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Após a aplicação do instrumento de recolha de dados, torna-se necessário proceder à
respectiva apresentação dos resultados e análise dos mesmos, a fim de se poderem
extrair algumas ilações. Neste âmbito, o método estatístico apresentam-se como o
método mais adequado para uma melhor compreensão dos dados (através do
apuramento e apresentação dos dados em gráfico) e a apresentação, através de
descrição, de entrevistas feitas no terreno.
IV.1. Exploraҫão florestal no povoado de Matengane
A atividade de produҫão de carvão vegetal no povoado de Matengane é uma fonte
alternativa de renda, para os momentos baixos das atividades agrícolas e não tem como
impedir.
O autor teve uma entrevista com um técnico de actividades económico do distrito de
Mossurize na área de Floresta e Fauna Bravia afim de recolher algumas informaҫões
básicas intereҫantes para o trabalho.
No povoado de Matengane as principais espécies vegetais nativas são: Pericopsis
angolenses (Chianga), Cordyla africana (Mutondo), Moru lactea (Mutsatsa), Burkea
africana (Mukarati) e Milletia stuhlmannii (Mujanje) estas são as mais usadas para
construҫão de casas, fabrico da madeira, lenha e produҫão de carvão vegetal SDAE-
Mossurize ( 2019).
E em relaҫão as associaҫões comunitárias de gestão de recursos naturais o povoado de
Matengane possui quantas? E quantos carvoeiros possuem licença florestal?
O povoado de matengane não possui associaҫões comunitários de gestão de recursos
natuais e ninguém possui licença florestal.SDAE (2019)
As licenças de exploração de carvão vegetal são emitidas pelas autoridades da Direcção
Provincial da Agricultura (DPA) apenas nós passamos guia de transido. SDAE (2019)
Segundo a entrevista feita pelo autor indica que os carvoreiros de Matengane nenhum
possui licença ambiental nem o povoado possui associaҫões comunitárias.
O sector de actividades económicas (SDAE) área de floresta e fauna Bravia passam
apenas guias de transido e alegam que licença florestal é a nível provincial. A sua
fiscalizaҫão é anivel do mercado da vila Espungabera. Não existe uma fiscalizaҫão
participativa e severa nas principais entradas para vila Espungabera.
18
IV.2. Processo de Produção de Carvão Vegetal no povoado de Matengane
O autor observou junto aos produtores de carvão vegetal, a constituição dos fornos, seu
funcionamento, fases de produção de carvão vegetal, os impactos negativos causados ao
longo processo de produção de carvão vegetal.
O processo de produção de carvão vegetal começa pelo abate e corte de madeiras, que é
realizado em muitos casos pelos membros dos agregados familiares, com uma estrutura
de divisão do trabalho que incluem adolescentes, jovens e homens adultos. Em outros
casos, o corte e o abate é feito por trabalhadores assalariados, contratados pelos
produtores e estes usam motocerra (ver a figura abaixo).
Figura 4: Troncos de arvores nativas abatidos atravez de motocerra alugado
Fonte: Autor (2019)
Os homens e adolescentes abatem as árvores de espécie própria para a produção de
carvão e as mulheres, constroem os fornos onde fazem o carvão (entrevistas realizadas
pelo autor aos produtores de carvão vegetal, (Setembro de 2019).
O abate florestal deve ser feito com autorização das autoridades locais e com consulta
feita as associações de gestão. Mas, em muitos casos o abate é feito de uma forma
ilegal, sem o cumprimento dos procedimentos (SDAE, 2019)
O processo de produção do carvão vegetal consiste na degradação parcial da madeira e a
sua carbonização.
Primeira fase:
19
Abate das árvores e o destroncamento em medidas que variam de um metro ponto cinco
a dois metros de comprimento cada. Por conseguinte segue-se a arrumação dos troncos
no local da queima.
Figura 5: Abate de arvores e destroncamento
Fonte: autor (2019)
Segunda fase:
No processo de arrumação a altura do forno deve ser calculada de modo a facilitar a
cobertura do forno, a largura do forno corresponde ao comprimento dos troncos e o seu
comprimento vária de acordo as potencialidades de cada produtor.
Após a arrumação dos troncos, segue-se a construção do muro de areia até a altura do
forno. Feito o muro, em seguida passa-se areia por cima de modo a não permitir a
entrada de ar no forno.
20
Figura 6:Arrumaҫão dos troncos no local da queima:
Fonte: Autor (2019)
Terceira fase:
Num dos lados da largura do forno deixa-se uma abertura, de modo a permitir com que
o produtor coloque fogo no interior do forno. Após a introdução do fogo, o produtor
procura verificar se realmente a chama está acesa por completo, se estiver fecha-se a
abertura e em seguida abrem-se respiradores de pequena dimensão que ficam a uma
altura de 20cm de cima para baixo do forno, por sua vez, estes respiradores são abertos
do lado do comprimento do forno.
O forno já em processo de queima do carvão, é necessário que o produtor fique por
perto e seja sempre vigilante, caso haja uma abertura na parte de cima do forno que
permita que a chama se alastre para a parte exterior do forno, deve-se colocar de
imediato areia no local, de modo a não permitir a entrada de ar no interior do forno,
caso contrario transformaria a lenha totalmente numa cinza.
21
Figura 7:Construҫão do muro de arreia do forno
Fonte: autor (2019)
Quarta fase:
Feito o lançamento da chama o processo leva três (3) a quatro (4) dias se for o caso da
queima de troncos secos, e se for o caso de troncos ainda frescos o processo leva entre
seis (6) a sete (7) dias.
Para verificar se o processo está completamente concluído a altura do forno reduz a
metade, daí segue-se a separação do carvão da areia e o seu posterior ensacamento.
22
Figura 8:Separaҫão do carvão da areia
Fonte: Autor (2019)
IV.3. Os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado
de Matengane
É de facto que qualquer actividade que se leva a cabo sobre o meio ambiente, causa impactos
sobre o mesmo meio, podendo ser positivos ou negativos; portanto, a producacao de carvão
vegetal, está incluso nas actividades que causam impactos negativos, sobre os diversos meios
como, biofísico e sócio- ecónomico. Observou-se os seguintes impactos negativos causados pela
produção de carvão vegetal no Matengane:
 Desflorestamento;
 Perda de espécies de flora e fauna;
 Alteração da paisagem;
 Erosão de solos;
 Impactos relacionados a saúde humana.
De um modo geral, os carvoeiros do povoado de Matengane para produzirem carvão
vegetal, recorrem ao abate de árvores nativas, onde por sua vez, causam
desflorestamento e a consequente desertificação na terra, saúde humana comprometida e
erosão dos solos. A imagem abaixo ilustra o abate das arvos para a produção do carvão,
consequentemente o desflostamento.
23
Figura 9:Troncos de arvores nativas abatidas pelos carvoeiros
Fonte: Autor (2019)
Na combustão da madeira , produzem-se gases tais como: Dióxido de Carbono (CO2)
gases estes que são responsáveis do efeito estufa. O fumo produzido durante a
combustão da madeira provoca impactos negativos à saúde dos carvoeiros. Ainda esta
actividade contribui para mudanҫas climaticas, calamidades naturais como a seca, fraca
precipitaҫão, fraca produҫão agricola no povoado de Matengane.
IV.3.1. Desmatamento
A partir do formulário aplicado foi possível na questão número (5) avaliar algumas
informaҫões relacionados com a materia prima utilizada na produҫão de carvão vegetal
no povoado de Matengane.
“Qual a principal matéria prima utilizada na produção de carvão vegetal”? Em resposta
da pergunta “ As principais matérias prima que usam são: Pericopsis angolenses
(Chianga), Cordyla africana (Mutondo), Moru lactea (Mutsatsa), Burkea africana
(Mukarati) e Milletia stuhlmannii (Mujanje)”. Acrescentaram ainda que: “estas plantas
é que possuem maior rendimento devido as suas qualidades, são muito económico
porque ficam muito tempo no fogão e são pesadas, muito concorridos”. Entretanto, nas
carvoarias visitadas é predominante o uso da floresta nativa para a produção de carvão
24
vegetal segundo mostra o grafico abaixo.
Gráfico 1: Especies de plantas mais concorridos para a produҫão de carvão vegetal
no povoado de Matengane
Fonte: Autor, (2019)
Dos 97 carvoeiros que responderam o questionário eis o resultado acima indicando
especies nativas mais usadas para a procuҫão do carvão vegetal.
O desmatamento desordenado e intenso das florestas está propiciar a extinção
de espécies como: umbila, Panga-Panga ou Jambire, Mutondo Chanfuta e mais outros.
O abate das plantas nativas no povoado de Matengane tambem está contribuir para a
elevação das temperaturas locais e regionais, aumento dos processos erosivos,
empobrecimento do solo, diminuição dos índices pluviométricos e assoreamento de
rios.
Os questionados sobre o que estaria por de trás da fraca precipitaҫão, subida de
temperatura e fraca produҫão nas machambas, responderam o seguinte a maioria ao
questionário no seu número 20 opsão d: “o que está contribuir para a fraca
precipitaҫão, aumento da temperatura e consequentemente fraca produҫão nas
machambas é que as pessoas já não respeitam lugares sagrados e muitos já não
prestam culto aos antepassados”.
Com esta resposta dá entender que a maioria dos carvoeiros questionados não tem
noҫão da importancia das arvores sobre o meio ambiente.
Chianga
26%
Eucalipto
0%
Acacia
0%Mujanje
11%
Mutondo
38%
Mukarati
25%
25
Gráfico 2: Factores que contribuem para fraca precipitaҫão segundo os carvoeiros
Fonte: Autor (2019)
Foi possivel ainda entrevistar alguns carvoeiros, porque é que apostavam na produҫão
do carvão vegetal como actividade de rendimento economico para alem da agricultura?
Todos respondiam dizendo: “a produҫão de carvão vegetal, aposto nesta actividades
porque é a base para sustento da minha familia e a agracultura já não é rentavel estes
ultimos anos.” E rematou o outro carvoeiro acrescentando: “é destes poucos
rendimentos que conseguimos vender para obter outros recursos que respondem as
nossas necessidades básicas, conseguimos vender e comprar sabões, material escolar
para as crianças, vestuário, óleo, material de construção de habitaҫão um pouco
melhorado”. Este ultimo por não saber melhor que o trabalho que fazimos era de grande
importância para todos, respondeu duma forma sentimental e ainda temendo que
fossemos fiscais. Também o autor entendeu que a agricultura já não estava render
naquela povoaҫão. O abate de arvores tem esta consequência na agricultura.
As florestas desempenham a função de armazenar carbono. Armazenam em suas
árvores e solo mais carbono que o existente na atmosfera atualmente. Porém se
cortadas liberam rapidamente boa parte do carbono para a atmosfera quando queimadas,
e em processo de decomposição isso ocorre de forma mais lenta BARRETO; FREITAS;
PAIVA, (2009).
O abate de arvores para produҫão de carvão sem a observacias de medidas de mitigaҫão
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Série1
26
causa ainda alguns efeitos no povoado de Matengane como:
 Alteração na paisagem e redução da biodiversidade regional;
 Demanda por nutrientes, causando o empobrecimento do solo;
 Impacto sobre os recursos hídricos, avaliados através da percepção de
gricultores que habitam áreas próximas pela alteração da vegetação induzindo a
uma instabilidade hidrológica;
 Erosão causada pela exposição do solo no momento do corte trazendo como
consequência o aumento da velocidade do escoamento superficial e
 Transporte de sedimentos para os leitos dos rios;
IV.3.2. . Impactos relacionados à saúde humana no povoado de Matengane
As medidas adotadas para atender a resposta da questão do formulario sobre a
ocorrência de doenças decorrentes da atividade produtora de carvão envolveu os
estudos de (Hess 2008). Em suas pesquisas eles relacionaram a ocorrência de doenças,
como rinite alérgica e sintomas como, dispneia associados ao convívio desta atividade.
Aliado a estes estudos as questões 6 do formulário averiguam o perfil dos funcionários,
que há ocorrência de sintomas e/ou doenças nos carvoeiros. Cabe ressaltar que não foi
utilizado nenhum equipamento nessa etapa, como respirometro, por exemplo. As
informações foram baseadas exclusivamente nas respostas dos trabalhadores.
A maioria dos Trabalhadores eram jovens e adultos, havendo presença de menores de
idade com idade escolar inicial.
Além das características dos trabalhadores, observaram-se as condições de trabalho nas
carvoarias. Os carvoeiros ficam expostos aos gases oriundos da carbonização durante a
jornada de trabalho, e muitas vezes fazem excessivo esforço físico, como demonstra a
27
Figura 10:Gases orindos da carbonização
da madeira
Figura 11: carvoeiro expostos ao sol
Fonte: Autor 2019
Quanto aos sintomas e doenças respiratórios possivelmente relacionados à produção
de carvão vegetal, foram relatados, espirro, tosse, e rinite alérgica.(ver a tabela a baixo)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Doenças respiratoria dos carvoeros
Número
28
Tabela 1: Manifestaҫões respiratorias e doenҫas nos carvoeiros
MANIFESTAҪÃO Número ( %)
Espirro (quando as vias respiratórias expulsam, de forma involuntária, qualquer
substância estranha, como vírus, pólen, poeira, ácaros, entre outros)
3 5%
Secreção nasal (descarga líquida acompanhada de congestão nasal)
Tosse (tosse crônica, persistente e bastante incômoda) 7 11%
Rinite alérgica (corrimento nasal cristalino, acompanhado de espirros em salva,
irritação ocular )
2 3%
Asma brônquica (processo inflamatório crónico nas vias aéreas, que as torna mais
reativas)
Rinite ocupacional (doença inflamatória da mucosa nasal)
Não manifestaram 85 81%
Fonte: Autor, (2019)
Algumas circunstâncias nesta atividade propiciam a inserção precoce de crianças no
trabalho devido ao aspecto do trabalho sendo do género familiar.
Para Dias et al. (2002), nestas situações é preciso a fiscalização e punição dos infratores
da lei e subsídios por parte do governo que possibilitem as famílias carentes liberarem
as crianças para o estudo e outras perspectivas de vida. É possível que os produtores
ignorem os sintomas ou até mesmo evitem expor aspectos negativos da produção de
carvão vegetal. Os entrevistados que alegaram algum sintoma/doença são produtores.
IV.3.3. Seca
Este fenómeno em termos históricos tem provocado impactos maiores que os das cheias
na vida da população, possuindo um potencial para causar roturas económicas de longo
termo contrariamente a uma calamidade de curta duração MICOA, (2006).
De acordo com QUEFACE (2009) no período entre 1956 a 2008 ocorreram 10 eventos
de seca no País. Conforme o MICOA (2007) as secas são frequentes nas regiões centro
e sul de Moçambique. Em Matengane a seca resulta dos baixos índices de precipitação
que resultam devido a falta da boa cobertura vegetal já derubada.
29
IV.4. Residentes da vila sede Espungabera e o consumo do Carvão Vegetal
Na vila sede Espungabera onde o carvão é vendido, existem vários tipos de energia para
o uso domestico dentre as quais:a Energia lenhosa, Energia do carvão vegetal, Energia
eléctrica, Gás de cozinha.
Segundo os 31 residentes que responderam guia de questionário indica que a energia
da biomassa (carvão vagetal) representa cerca 74% de consumo doméstico. A maior
parte das famílias residentes na vila sede Espungabera utilizam o carvão vegetal como
fonte de energia domestica. ( ver o gráfico abaixo).
Gráfico 3: Consumo domestico do carvão vegetal na vila sede Espungabera
Fonte Autor, (2019)
Dada a grande procura deste produto e por ter vindo a ser uma actividade bastante
lucrativa para os grossistas e produtores de carvão vegetal tem se verificado grande
tráfego deste produto de Matengane para vila Espungabera.
Energia
lenhosa
16%
Energia de carvão
vegetal
74%
Energia eléctrica
(cozinha)
7%
Gás de
cozinha3%
30
Figura 12:Carvoeiros num dos mercados da vila Espungabera
Fonte: Autor, (2019)
As famílias com maiores rendimentos financeiros recorrem poucas vezes ao carvão e
lenha. Os grandes consumidores de carvão vegetal são famílias de menor poder
económico e estas famílias constituem o maior número da populaҫão da vila
Espungabera.
IV.5. Proposta de medidas de mitigar dos impactos negativos resultantes da
produção do carvão vegetal no povoado de matengane
Como propostas das principais medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes
de produҫão do carvão vegetal , destacam-se as seguintes:
 Consciencialização da população sobre a preservação do ambiente;
 Fiscalizaҫão e montagem de postos fixos ao longo das principais entradas da vila
espungabera;
 Licenciamento aos produtores de carvão vegetal no povoado de matengane;
 Criaҫão de Associações comunitária de gestão dos Recursos Naturais no
povoado de Matengane;
 Criaҫão de programas de reflorestamento no povoado de Matengane.
IV.5.1. Consciencialização da população sobre a preservação do ambiente
A educação ambiental deve ser um processo contínuo e permanente, iniciando em
nível préescolar e estendendo-se por todas as etapas da educação formal ou informal.
31
O ambiente escolar é um dos primeiros passos para a conscientização dos futuros
cidadãos para com o meio ambiente, por isso a EA devia ser introduzida em todos os
conteúdos (interdisciplinar) relacionando o ser humano com a natureza. A inserção da
EA na formação de jovens pode ser uma forma de sensibilizar os educandos para um
convívio mais saudável com a natureza. Este tema deve ser trabalhado com grande
freqüência na escola, porque é um lugar por onde passam os futuros cidadãos, ou que
pelo menos deveriam passar e quando se é criança, tem mais facilidade para aprender.
Antes, de pensar que os problemas ambientais estão tão distantes do homem que é
muito bom que se passe a observar com mais atenção o ambiente que o cerca.
Segundo Segura (2001, p. 21): A escola foi um dos primeiros espaços a absorver
esse processo de “ambientalização” da sociedade, recebendo a sua cota de
responsabilidade para melhorar a qualidade de vida da população, por meio de
informação e conscientização.
Para conscientizar um grupo, primeiro é preciso delimitar o que se quer e o que deseja
alcançar. Para que o interesse desperte no aluno, é necessário que o professor utilize a
“bagagem de conhecimentos trazidos de casa” pelos alunos, assim levando-o a perceber
que o problema ambiental esta mais perto de todos, do que se imagina. Em seguida,
explicar que os impactos ambientais existentes no mundo, atinge todos os seres vivos,
por causa, das atitudes de alguns que pensam que somente eles não adiantam tentar
preservar o planeta. A partir do momento em que o indivíduo perceber a existência de
um todo, deixar de lado a existência única e começar a notar a presença do outro, o
planeta vai caminhar para o equilíbrio natural.
Já tem muitos educadores trabalhando esse tema de forma bem simples com seus
alunos, reflorestando os seus quintais, o jardim da escola. Preservar o meio ambiente é
preparar um mundo melhor para a humanidade do futuro e protegê-la dos equívocos
cometidos no passado, colocando o homem como a figura central dos acontecimentos
da vida. É pensar com inteligência e colaborar com a natureza para que o ser humano
possa viver harmonicamente e aprender com o próximo no magnífico cenário natural
que lhe foi presenteado. Entende - se que esse objetivo pode ser conquistado com o
auxilio da educação que pode ser uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento
sustentável. Mas ela não deve ser restrita aos bancos escolares, senão alcançar o
ambiente familiar e o do trabalho. Deve ser muito mais do que informação, senão
percepção, entendimento e compreensão da vida humana em suas relações pessoais e
32
com a natureza. O contexto social que cada indivíduo compõe deve ser por ele
entendido, bem como suas obrigações e responsabilidades.
O meio ambiente em que o ser humano está inserido está pedindo novos olhares sobre
ele. No entanto, se faz necessário estudar mais sobre esses novos olhares,
principalmente nas escolas onde tudo começa, porque para os adultos, que já tem seus
pensamentos arraigados, a possibilidade de mudança é pequena, infelizmente (mas isso
não significa deixar de lado os projetos ambientais onde os todos estão inseridos). Só
que os acontecimentos ambientais negativos vão crescendo a cada dia e os indivíduos,
muitas vezes, como meros expectadores, assistem e usam o controle remoto para trocar
de canal e faz de conta, então, que nada está acontecendo e não depende dele também a
mudança para a melhoria desse problema que não é individual, mas sim, global.
Sem dúvidas, os cidadãos devem estar cientes do mundo em que vivem. Um mundo em
que se não ser organizado pelo homem tudo pode acabar inclusive os seres humanos,
mesmo com toda a falta de respeito com a natureza e conscientização sobre a mesma.
Fazer a parte atribuída ao homem da melhor maneira possível é responsabilidade,
principalmente em tentar mostrar aos outros que não nenhum ser vivo está isolado e, ou
melhor encontra – se acompanhados com ela e por ela, a mãe natureza.
IV.5.2. Fiscalizaҫão e montagem de postos fixos ao longo das principais entradas
da vila Espungabera
A DNTF (2007) defende que o licenciamento de actividades comercial que não seja
acompanhado pela correspondente capacidade de controlo e fiscalização põe em causa a
própria continuidade do recurso com graves prejuízos económicos, sociais e ambientais.
Isto é, sem um sistema de fiscalização eficiente, dinâmico, abrangente e preventivo,
toda a sustentabilidade fica comprometida, pondo em risco a perenidade dos recursos
florestais
Operadores ilegais e sem licença podem perigar o processo de comercialização de
carvão. Para colmatar esta situação, requer uma fiscalização em meios humanos,
materiais e tecnológicos.
O governo local, devia envidenciar esforços em termos activos ou repressivos através da
instalação de postos fixos colocados nas principais estradas na vila do posto
Epungabera, ou então através do controlo de licenças e guias de trânsito .
33
O Estado, através do governo local garante também o cumprimento da legislação que
regula o comércio do Carvão Vegetal.
Para tal duas legislações controlam e protegem os recursos florestais em Moçambique: a
Lei Territorial de 1997 e a Lei das Florestas e da Vida Silvestre de 1999, com
regulações aprovadas em 2002.
A Lei Territorial (1997) reconhece e protege os direitos tradicionais à terra, inclusive às
florestas. Para além de reconhecer os direitos comunitários à terra, esta lei obriga à
realização de consulta à comunidade quando ocorre a alocação de direitos de uso a uma
segunda parte. Faz também um reconhecimento limitado dos direitos consuetudinários
de forma a defender os direitos das mulheres Assim, “mesmo que as comunidades
possam usar os produtos florestais para seu próprio consumo, não são permitidos a
comercializar esses produtos sem uma licença”. (Nhantumbo, 1994:33).
A Lei das Florestas e da Vida Silvestre (1999) descreve os direitos e benefícios das
comunidades locais que dependem das florestas, tais como: o uso dos recursos para a
subsistência, a participação no maneio dos recursos florestais, a consulta à comunidade
e aprévia aprovação de concessões de direitos de exploração a terceiras partes, os
benefícios do desenvolvimento decorrentes da produção madeireira sob um sistema de
concessão.
A Lei das Florestas e a Vida Silvestre visa o maneio sustentável dos recursos florestais,
e à criação de uma estrutura mais efectiva para a geração e distribuição da arrecadação
fiscal correspondente. Para essa lei, é essencial o conceito de Maneio Comunitário dos
Recursos Naturais (MCRN) que tem sido amplamente adoptado no sul da África como
um “processo de descentralização que visa dar às instituições populares o poder de
decidir e o direito de controlar seus recursos (Nhantumbo, 2003:88).
Os governos provinciais garantem a fiscalização da comercialização do carvão vegetal
em trânsito. Uma actividade que tem contribuído para reduzir o transporte ilegal de
grandes quantidades de carvão vegetal.
Em resumo o papel do governo local no processo de produção e comercialização é de
conceder licença de exploração e transporte de produtos florestais. O governo garante a
fiscalização das actividades florestais através dos Serviços Provinciais de Florestas e
Fauna Bravia, para tal não existem postos fixos localizados ao longo da principal
estrada do povoado de Matengane para os mercados da vila sede Espungabera. Nos
postos fixos podia-se fazer o controle das licenças de transporte de produtos florestais,
34
na via pública, e a aplicação de multas aos operadores e público em geral que forem
encontrados sem a devida licença e guia de trânsito (Bila,2005:13)
IV.5.3. Licenciamento aos produtores de carvão vegetal no povoado de
Matengane
O licenciamento florestal surgiu como forma de incentivar uma utilização racional e
sustentada do recurso florestal em benefício nacional e local. Em particular existem dois
tipos de licenças para a produção de carvão em Moçambique: a licença de exploração
florestal simples (ou simplificada); e a licença de concessão florestal. Decreto 12 (2002)
que aprova a regulamentação das Florestas e Lei da Vida Selvagem.
A licença de exploração florestal simples foi desenvolvida pelo Governo Moçambicano
para formalizar e controlar o uso de recursos florestais naturais por entidades
individuais e colectivas. Este processo de licenciamento foca-se principalmente em
membros das comunidades locais que pretendam aproveitar as florestas naturais
vizinhas para desenvolver actividades económicas como a produção de madeira, lenha e
carvão.
Entidades individuais e colectivas externas à comunidade podem também obter esta
licença desde que obtenham por um processo de consulta comunitário a devida
autorização comunitária para operarem na região. Decreto 12 (2002) que aprova a
regulamentação das Florestas e Lei da Vida Selvagem no seu artigo.
Como forma de reduzir a taxa de desflorestação este tipo de licença limita: os tipos de
espécies de árvores a abater; a área de exploração a menos de 500ha;
A licença de concessão florestal tem por alvo tipicamente grandes operadores florestais
por um período máximo de 50 anos renováveis e, tal como no DUAT, a entidade
emissora da licença depende da área de concessão requerida. O Governador Provincial
para áreas até 20000ha; o Ministro da Agricultura para áreas entre 20000-100000ha; e o
Concelho de Ministros para áreas superiores a 100000ha.
O Governo devia identificar os produtores de carvão vegetal para os organizar e os
licenciar, estratégia para diminuir a desflorestação.
IV.5.4. Criaҫão de Associações comunitária de gestão dos Recursos Naturais no
povoado de Matengane.
Em todo o povoado de Matengane, não existem Associações de gestão dos Recursos
Naturais. Estas associações seriam responsáveis pelas consultas para exploração
35
florestal, ou seja qualquer cidadão que queira explorar o comércio do carvão vegetal
tem de fazer a consulta comunitária. São estas associações locais que deviam ser as
gestoras dos recursos florestais.
Cada associação podia possuir um representante que recebesse o valor e canalizasse
para a associação ou comunidade, e os seus membros estão isentos de pagamentos das
taxas de exploração.
Resumindo, o papel das associações ou comunidades é de “colaborar com os governos
locais no processo de fiscalização, por via de consultas que comerciantes são
obrigadas a fazer junto a essas comunidades, ou seja são responsáveis pelo uso dos
recursos florestais e faunísticos por empresas e operadores não residentes na zona.”
Bila, (2005).
IV.5.5. Criaҫão de programas de reflorestamento no povoado de Matengane
Reflorestamento é a atividade ou ação ambiental de plantar árvores e vegetações em
zonas que foram desmatadas, seja por força da natureza (incêndios e tempestades) ou
por influência humana (queimadas, ou madeireira e etc).
O termo reflorestamento só pode ser utilizado quando a ação é de replantar, ou seja,
plantar novamente em um lugar em que já existiam vegetações outrora.
No entanto, profissionais dos mais variados segmentos estão preocupados devido à
falta de sementes, mudas e plantas de espécies, matéria prima fundamental para levar
adiante os projetos de reflorestamento. Tendo oferta de serviços de extensão ou
providenciando cursos regulares de formação em maneio sustentável das florestas isso
podia estimular e incentivar a criação e organização de viveiros de sementes, mudas e
plantas nativas assim como de outras especies no povoado de Matengane.
A produção de mudas e sementes favorece a recuperação das florestas nativas e
promove a correta compensação ambiental. De acordo com o projeto, cada viveiro
deverá ser coordenado por um (a) engenheiro (a) agrônomo ou florestal ou, ainda, um
profissional com capacidade técnica equivalente.
A importância de a planta ser nativa e termos outras especies prende-se ao fato de que
não basta apenas ter potencial para sequestrar e manter o carbono, tem, antes de tudo,
que obedecer a natureza e a biodiversidade.
Os espaços de cultivo deverão ser abertos para visitas públicas com o objetivo de
difundir o plantio, o cultivo, a valorização e a preservação do meio ambiente.
36
Já ao estado cabe elaborar normas e procedimentos complementares relativos à
produção de sementes, mudas e plantas, bem como exercer a fiscalização do comercio.
O programa um aluno uma planta, um regulo uma floresta uma vez que necessitava de
certa especialista não existente entre os moradores, tal fato não gerou a dinâmica
pretendida, uma vez que não houve florestamento significante.
A atividade de reflorestamento deveria levar desenvolvimento para áreas
economicamente carentes, gerando empregos a fim de melhorar as condições de vida
da população.
O objectivo do reflorestamento é estabelecer na comunidade a cultura de plantar,
tratar, manejar e proteger arvores para reabilitação e melhoria da qualidade do
ambiente e da paisagem tendo em conta nos seguintes aspectos:
a) Estimular na população o gosto pelas árvores, florestas e a natureza dum modo
geral, e o seu engajamento em ações concretas criação, manutenção e proteção das
arvores e da cobertura vegetal em geral;
b) Promover sistemas agroflorestais em áreas de agricultura itinerante;
c) Promover e incentivar o plantio de arvores de uso múltiplo, para reabilitação de
solos, proteção contra sol e vento e, em geral, melhorar a qualidade do ambiente e da
paisagem;
d) Promover o plantio de arvores de uso múltiplo nas machambas, nos quintais,
aldeias, vilas e centros urbanos;
e) Aumentar a cobertura vegetal dos quintais, escolas, espaços públicos, aldeias, vilas.
37
IV.6. Conclusões
Conclui-se que a Consciencialização da população sobre os impactos negativos
resultantes da produção de carvão vegetal impulsiona a observância de medidas de
mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no
povoado de Matengane.
Para alem das medidas acima citadas destaca se ainda a criaҫão de associações
comunitários de gestão dos recursos naturais e implementaҫão de programas de
reflorestamento no povoado de Matengane.
As medidas de mitigaҫão dos impactos negativos devem ser tomadas com seriedade
para salvar o planeta Terra, visto que os impactos negativos resultates da produҫão do
carvão vegetal são alarmantes e que directa ou indirectamente influenciam nas
tragédias, como o ciclone, cheias, secas e que resultam entre perdas económicas e
humanas.
38
IV.7. Recomendações
Depois da realização da pesquisa o autor Recomenda aos seguintes sectores:
IV.7.1. Ao Governo distrital
Mossurize, um distrito já em défice de biomassa e parcialmente com alto risco de
degradação florestal deviam fazer um Plano Local de Adaptação no qual define como
objectivos estratégicos:
 Criar associações de gestão dos recursos naturais;
 Promover a legalidade no sentido de Licenciamento Florestal;
 Consciencializar a população sobre a preservação do ambiente;
 Promover o uso de forno melhorados para a produção de carvão vegetal;
 Promover o plantio de espécies de rápido crescimento para produção de carvão
vegetal;
Criação de uma incubadora comunitária de negócios para a produção sustentável de
bioenergia afecta a uma plantação. Este projecto deveria incluir:
 Definição, junto da comunidade, sector privado e entidades de ensino e investigação
(Mutasa), de esquemas de participação e co-responsabilização no design do projecto,
implementação, gestão e monitorização;
 Utilização da incubadora como plataforma de troca de conhecimento,experimentação
e definição de estudos de investigação participada (e.g. estágios académicos, trabalhos
de fim-de-curso, ideias da comunidade).
 Instalação de postos fixos colocados nas principais estradas na vila do posto
Epungabera, ou então através do controlo de licenças e guias de trânsito.
IV.7.2. Aos carvoeiros
 uso de fornos melhorados para a produҫão de carvão vegetal.
 Não incluir as criaҫas no trabalho de produҫão de carvão vegetal para elas se
dedicarem muito mais nos estudos e terem um aproveitamento positivo.
39
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BARRETO, L. V.; FREITAS, A. C. S.; PAIVA, L. C. (2009) Sequestro de
Carbono. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. Curso de
Especialização em Meio Ambiente e Desenvolvimento.
2. Bila, A. 2005. Bila, A (2005) Estratégia para a fiscalização participativa de
florestas e fauna bravia em Moçambique. Eduardo Mondlane University,
Maputo, Mozambique
3. BILA, A.(2005),”Papel das comunidades no processo de exploração florestal”,
disponivel em www.portaldogoverno.gov.mz, acessado a 7 de Julho de 2019
4. Conselho Nacional do Meio Ambiente [CONAMA] (1986). Resolução
n.001/1986 de 23 de janeiro. Recuperado de: :<http//www.mma.gov.br>. acesso
em: 25.Maio.2019
5. DNTF (2012) Relatório de balanço anual de terras, florestas e fauna bravia 2011.
Maputo.
6. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
7. INE. (2011),Estatísticas do Distrito de Mossurize, Mocambique.INE, Instituto
Nacional de Estatística. Disponível em Setembro , 15, 2019
em :<http//www.ine.gov.mz › manica › 2011 › distrito-de-mossurize.pdf › view
7. LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. (2000). Metodologia Científica. (3. Ed). rev. ampl. São
Paulo: Atlas.
a. Martins, R. (2014). The Wood Fuel Energy Systems Conceptual Design
Metamodel, A Novel Approach To Participatory Design Contextualised
To The Case Of Mozambique, PhD Thesis, Imperial College London.
8. MICOA (2007). Programa de Acção Nacional para a Adaptação às Mudanças
Climáticas (NAPA). Direcção Nacional de Gestão Ambiental. Ministério para a
Coordenação da Acção Ambiental. República de Moçambique. Dezembro 2007.
9. MICOA/DNP (2006) – “Pobreza e Ambiente”, Maputo.Mozambique.
10. NHANTUMBO, I (1994), Gestão de Recursos Naturais com Base Comunitária
em Moçambique, uma estratégia teórica ou prática para o desenvolvimento
sustentável local (o estudo de caso da floresta Maputo - Moçambique
8. OLIVEIRA, A. C. (2009). Avaliação de diferentes marcas de carvão vegetal
comercializados na cidade de Viçosa – MG. In: Congresso Brasileiro sobre
florestas energéticas, Belo Horizonte. Anais... Colombo: Embrapa Florestas.
40
9. República de Moçambique (1999) Lei de Florestas e Vida Selvagem (Lei
10/99). Boletim da República No.27, 4ª Supp, Série I, 12 de julho de 1999.
disponivel: http://tinyurl.com/faolex-law-10-99-mozambique Acessado
10.05.2019
10. República de Moçambique (2002) Decreto 12/2002 que aprova a
regulamentação das Florestas e Lei da Vida Selvagem (Lei 10/99). Boletim da
República No. 22, Série I, 6 de junho de 2002: 194 (3) - 194 (27) disponivel:
http://tinyurl.com/faolex-decree-10-05-mozambique Acessado 10.05.2019.
11. ROSA, R. A. (2010). Qualidade do carvão vegetal para uso doméstico,
comercializado em três municípios do estado do Espírito Santo. Monografia
(Graduação em Engenharia Industrial Madeireira) –Universidade Federal do
Espírito Santo.
12. SEGURA, S. B. (2001). Educação Ambiental na escola pública: da curiosidade
ingênua à consciência crítica. São Paulo: Annablume: Fapesp.
13. SEVERINO, A. J. (2007). Metodologia do Trabalho Cientifico. (23ª Edicao),
rev. e actual São Paulo: Cortez.
14. TRUJILLO, F. A.(1974). Metodologia da ciência. (3. Ed). Rio de Janeiro:
Kennedy.
41
APÊNDECE
Apêndice 1 . Guia de questionários dirigido aos carvoeiros
Inquérito relacionado com a produção de carvão no povoado de Matengane
Distrito/Localidade ______________; Nr. Questionário ________; Data __/___/_____/
Nome do povoado _____________________;
I. INFORMҪÃO BÁSICA DOS CARVOEIROS NO POVOADO DE MATENGANE
1. No povoado de Matengante tem associação dos carvoeiros? Usa x para cada opção
Sim (____) Não (____)
2. Quantas associaҫões existem no povoado de Matengane? Indicar o
número______
3. Indica o número total de carvoeiros existentes no Povoado de Matengane (____)
4. O abate florestal é feito com autorização das autoridades locais e com consulta feita
as associações de gestão?
Sim (__) Não (__)
5. Qual a principal matéria prima utilizada na produção de carvão vegetal?
(____ ) Acácia (___ ) Eucalipto ( ___) Outra. Qual? __________
6. Entre os trabalhadores, algum deles apresenta sintomas ou doenças como: ( ) Espirro
(_ ) Secreção nasal ( )Tosse ( ) Expectoração ( ) Dispneia ( ) Rinite ocupacional ( )
Rinite alérgica(_)Asma brônquica ( )Asma ocupacional ( ) Brônquite crônica ( ) Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
II. EXPLORAÇÃO FLORESTAL
LICENÇA AMBIENTAL
7. O carvoeiro possui licença ambiental?
Sim (_____) Não (_____)
8. A produção de carvão vegetal trás impactos negativos para o ambiente?
Sim (_____) Não (_____)
9. Há controlo sobre os impactos ambientais negativos resultantes de produção do
carvão vegetal?
Sim (_____) Não (_____)
III. COMÉRCIO DO CARVÃO VEGETAL
10. Quanto custa uma lata de carvão vegetal? (____)MT
11. Quanto custa um molho de lenha (_____)MT
12. Quantas latas produzem por mês (_____) quantificar
Sim (_____) Não (_____)
13. Conhece os impactos ambientais resultantes da produção do carvão vegetal?
Sim (_____) Não (_____)
14. Achas que a produção de Carvão vegetal trás impactos negativos ao ambiente?
Sim (_____) Não (_____)
IV. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTO NEGATIVO DE PRODUÇÃO
DO CARVÃO VEGETAL?
15. Conhece algumas medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da
produção do carvão vegetal?
Sim (_____) Não (_____)
16. Já ouviu falar do uso sustentável dos recursos florestais?
Sim (_____) Não (_____)
17. Alguma medida tomada para redução da emissão de fumaças oriundas dos
fornos?
( __) Sim. Qual?_________________ ( __) Não
18. Qual o papel das associaҫões dos carvoeiros no povoado de Matengane.
a) colaborar com os governos locais no processo de fiscalização (__)
b) Não tem nada haver com fiscalizaҫão (__)
19. Quando abate uma árvore tem substituído?
Não (__) Sim (___)
20. Factores que contribuem para fraca precipitaҫão
a) Falta de chuva no ceu (__)
b) Fraca evaporacao da agua (__)
c) Desflorestamento (_)
d) Outos (_) quais ________________________________________________
Apêndice 2 . Guia de questionários dirigido aos consumidores de carvão vegetal
Inquérito relacionado com a produção de carvão no povoado de Matengane
Distrito/Localidade ______________; Nr. Questionário ________; Data __/___/_____/
Nome do povoado _____________________;
CONSUMO DO CARVÃO VEGETAL
Que tipo de energia usa para cozinha?
a) Energia lenhosa (___)
b) Energia do carvão vegetal (____)
c) Energia eléctrica (cozinha) (_____)
d) Gás natural (_____)
Autorizaҫão para transporte de carvão vegetal
Recibo de pagamento de carvão
Apendice 3: Desmatamento
Apendice 4: Libertação de gases oriondo da carbonizacão da lenha

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Medidas para mitigar impactos do carvão vegetal

  • 1. INSTITUTO SUPERIOR MUTASSA UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO Medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes de produção do carvão vegetal – um estudo de caso no povoado de Matengane distrito de Mossurize Supervisor: Dr: Gil Jaime/MSc Realizado por: Samuel Zefanias Licenciatura em ensino de Geografia com Habilidades em Turismo Chimoio, Dezembro, 2019
  • 2. INSTITUTO SUPERIOR MUTASA UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO Medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes de produção do carvão vegetal – um estudo de caso no povoado de Matengane distrito de Mossurize Samuel Zefanias Projecto de Relatório Final do curso de Geografia Chimoio, Dezembro, 2019
  • 3. Índice DECLARAÇÃO................................................................................................................ i DEDICATÓRIA.............................................................................................................. iii LISTAS DE ABREVIATURAS ..................................................................................... iv LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... v LISTA DE GRÁFICOS................................................................................................... vi LISTA DE TABELAS ................................................................................................... vii Resumo.......................................................................................................................... viii Abstract............................................................................................................................ ix CAPITULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................ 1 I. Contextualizção......................................................................................................... 1 I.1. Descrição do Problema............................................................................................... 2 I.2. Hipóteses.................................................................................................................... 3 I.3. Objectivos ................................................................................................................. 3 I.3.1. Geral........................................................................................................................ 3 I.3.2. Específicos .............................................................................................................. 3 I.4. Justificativa ................................................................................................................ 3 I.5. Delimitação do tema................................................................................................... 4 CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................... 5 II.1. Breve historial do carvão vegetal............................................................................. 5 II.2. Conceito de Carvão Vegetal ..................................................................................... 5 II.3. O impacto ambiental................................................................................................ 6 CAPITULO III - METODOLOGIA ................................................................................ 8 III.Localização geográfica do distrito de Mossurize ........................................................ 8 III.1. A Vegetação ............................................................................................................ 8 III.2. Clima ....................................................................................................................... 9 III.4. Hidrografia............................................................................................................. 10 III.5. Principais Actividades de Rendimento do Distrito .............................................. 11 III.5.1. Produҫão agricula e sistemas de cultivos ........................................................... 11 III.6. Tipo de estudo ....................................................................................................... 13 III.7.1. Método dedutivo................................................................................................. 13 III.9. Técnica de recolha de dados.................................................................................. 15 III.9.1. Observação directa intensiva.............................................................................. 15 III.9.2. Observação directa extensiva ............................................................................. 15
  • 4. III.10. Técnica de análise de dados................................................................................. 15 III.11. Instrumentos de recolha de dados........................................................................ 15 III.12. População e amostra............................................................................................ 15 III.13. Formas usadas para a criação de cada instrumento de recolha de dados ............ 16 III.13. 1. Garantia de validade de cada instrumento de recolha de dados ...................... 16 CAPITULO IV - ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.............................. 17 IV.1. Exploraҫão florestal no povoado de Matengane ................................................... 17 IV.2. Processo de Produção de Carvão Vegetal no povoado de Matengane................. 18 Fonte: Autor (2019)........................................................................................................ 22 IV.3. Os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane ...................................................................................................................... 22 IV.3.1. Desmatamento................................................................................................... 23 IV.3.2. . Impactos relacionados à saúde humana no povoado de Matengane.............. 26 IV.3.3. Seca ................................................................................................................... 28 IV.4. Residentes da vila sede Espungabera e o consumo do Carvão Vegetal................ 29 IV.5. Proposta de medidas de mitigar dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de matengane ................................................................. 30 IV.5.1. Consciencialização da população sobre a preservação do ambiente................. 30 IV.5.2. Fiscalizaҫão e montagem de postos fixos ao longo das principais entradas da vila Espungabera............................................................................................................. 32 IV.5.3. Licenciamento aos produtores de carvão vegetal no povoado de Matengane . 34 IV.5.4. Criaҫão de Associações comunitária de gestão dos Recursos Naturais no povoado de Matengane................................................................................................... 34 IV.5.5. Criaҫão de programas de reflorestamento no povoado de Matengane............. 35 IV.6. Conclusões ........................................................................................................... 37 IV.7. Recomendações..................................................................................................... 38 IV.7.1. Ao Governo distrital........................................................................................... 38 IV.7.2. Aos carvoeiros.................................................................................................... 38 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 39 APÊNDECE ................................................................................................................... 41
  • 5. i DECLARAÇÃO Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico. Chimoio, Desembro de 2019 Autor ______________________________ (Samuel Zefanias)
  • 6. ii AGRADECIMENTOS A Deus, pela sabedoria e discernimento com os quais me iluminou durante esta trajectória. Ao meu orientador pelas contribuições significativas para a elaboração da presente monografia. Aos docentes e colegas do Instituto Superior Mutasa, pela amizade, apoio, carinho e pela convivência agradável e ricas trocas de experiencia. A Direcção Geral, a Coordenação Pedagógica e Administrativa, e aos funcionários da ISMU pelo apoio e disponibilidade a mim concedida para conclusão do Curso de Graduação em Ensino de Geografia.
  • 7. iii DEDICATÓRIA Aos meus Pais, com amor e gratidão por seu incansável apoio ao longo da formação e elaboração deste trabalho. Pelo apoio e amor incondicional, por acreditar em mim, por deixar-me sonhar, por muitas vezes me trazer de volta á realidade e, principalmente, por me resgatar nos momentos em que pensei em desistir.
  • 8. iv LISTAS DE ABREVIATURAS SDAE Serviço Distrital de Actividades Économicas MICOA Ministerio para a coordenação da acção ambiental INE Instituto Nacional de Estatistica CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente DNTF Relatório de Balanço Anual de Terra e Floresta MCRN Maneio Comunitário dos Recursos Naturais SEMOC Sementes de Moçambique MAE Ministério da Administração Estatal
  • 9. v LISTA DE FIGURAS Figura 11: Efeito Estufa................................................................................................................. 7 Figura 1: Localização e descricao florestal do distrito de Mossurize........................................... 8 Figura 2:Vegetação do posto admnistrativo de Espungabeira....................................................... 9 Figura 5: Troncos de arvores nativas abatidos atravez de motocerra alugado ............................ 18 Figura 6: Abate de arvores e destroncamento.............................................................................. 19 Figura 7:Arrumaҫão dos troncos no local da queima: ................................................................. 20 Figura 8:Construҫão do muro de arreia do forno......................................................................... 21 Figura 9:Separaҫão do carvão da areia ........................................................................................ 22 Figura 10:Troncos de arvores nativas abatidas pelos carvoeiros................................................. 23 Figura 12:Gases orindos da carbonização da madeira................................................................. 27 Figura 13: carvoeiro expostos ao sol ........................................................................................... 27 Figura 14:Carvoeiros num dos mercados da vila Espungabera................................................... 30
  • 10. vi LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Especies de plantas mais concorridos para a produҫão de carvão vegetal no povoado de Matengane................................................................................................................................ 24 Gráfico 2: Factores que contribuem para fraca precipitaҫão segundo os carvoeiros.................... 25 Gráfico 3: Consumo domestico do carvão vegetal na vila sede Espungabera.............................. 29
  • 11. vii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Manifestaҫões respiratorias e doenҫas nos carvoeiros.................................................. 27
  • 12. viii Resumo A produção de carvão vegetal é a fonte de renda de algumas famílias no posto Administrativo de Espungabera. O carvão vegetal é produzido a partir de produtos florestais madeireiros, porem esta actividade pode impactar o meio ambiente e comprometer a saúde dos carvoeiro do povoado de matengane. Como consequência da produção de carvão, actualmente verifica se alguns problemas ambientais tais como: a alteração da paisagem e redução da biodiversidade regional; demanda por nutrientes, causando o empobrecimento do solo; impacto sobre os recursos hídricos, alteração da vegetação induzido a uma instabilidade hidrológica; erosão causada pela exposição do solo. O objectivo deste trabalho é de propor as medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera. Para a concretização deste trabalho uso-se o método bibliográfico que consistiu na consulta de informações que sustentam a fundamentação teórica, estas foram extraídas em bibliotecas virtuais, artigos científicos, livros e monografias. Como instrumento de reclha de dados usou-se maquina fotográfica, bloco de nota e inquéritos. São apresentados como medidas para reduzir estes impactos negativos, as seguintes: consciencialização da população sobre os impactos negativos resultante da produção do carvão vegetal, fiscalizaҫão florestal, licenciamento aos carvoeiros, criaҫão de associações comunitários de gestão dos recursos naturais e implementaҫão de programa de reflorestamento. Conclui-se que a consciencialização da população sobre os impactos negativos resultantes da produção de carvão vegetal impulsiona a observância de medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane. Palavras-chaves: Impactos negativos; produção; carvão vegetal.
  • 13. ix Abstract Charcoal production is the source of income for some families at the Espungabera Administrative Post. Charcoal is produced from timber forest products, but this activity can impact the environment and compromise the health of the matengane village charcoal. As a consequence of coal production, there are currently some environmental problems such as: landscape change and reduction of regional biodiversity; demand for nutrients, causing soil impoverishment; impact on water resources, vegetation change induced to hydrological instability; erosion caused by soil exposure. The objective of this work is to propose measures to mitigate the negative impacts resulting from charcoal production in the village of Matengane administrative post of Espungabera. For the realization of this work we use the bibliographic method that consisted of consulting information that support the theoretical foundation, these were extracted in virtual libraries, scientific articles, books and monographs. As a data collection instrument, a camera, notebook and surveys were used. The following are presented as measures to reduce these negative impacts: awareness of the population about the negative impacts resulting from charcoal production, forestry supervision, charcoal licensing, creation of community natural resource management associations and implementation of a reforestation program. It is concluded that raising the population's awareness of the negative impacts resulting from charcoal production drives compliance with mitigation measures of the negative impacts resulting from charcoal production in the village of Matengane. Keywords: Negative impacts; production; charcoal.
  • 14. 1 CAPITULO I: INTRODUÇÃO I. Contextualizção A produção de carvão vegetal é a fonte de renda de algumas famílias no posto Administrativo de Espungabera. Mas essa actividade tem (altas implicações ecológicas). O carvão vegetal é produzido a partir de produtos florestais madereiros, no caso do povoado de Matengane, a floresta vem sendo desflorestada de forma ciclica para ser usada na carbonização. Essa é uma das maiores causas de desmatamento na região em particular na área de estudo, está a ter efeitos negativos como no caso de distúrbio aos habitates. Segundo os relatos dos residentes do povoado de matengane nas década 80 a 90 o posto administrativo de Espungabera foi fresca e as quedas pluviometricas eram constantes. Os montes Chipungumbira, Matengane, Mouth Selinda vizinha Zimbabwe assim como o seu aspecto florestal, influenciava bastante para o micro clima. Portanto, este trabalho tem como objectivo fazer uma pesquisa a respeito das implicações possíveis do processo de exploração do carvão vegetal para os ecossitemas locais afectados no povoado de Matengane bem como mostrar facto de alerta para a necessidade de propor as medidas de mitigação dos possiveis impactos negativos resultantes desta actividade. A presente monografia de pesquisa tem como titulo, “medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes de produção do carvão vegetal, um estudo de caso no povoado de Matengane distrito de Mossurize”. O trabalho esta organizado em quatro (4) capítulos, onde o Capítulo I: Apresenta a Introdução, o Capítulo II: Apresenta a Fundamentação Teórica, o Capítulo III: Apresenta-se a metodologia e o Capítulo IV: Analise e Intrepretacao dos dados e Conclusões.
  • 15. 2 I.1. Descrição do Problema Independentemente das perspectivas qualquer iniciativa relacionada com a produção e consumo de carvão incide, tem significado, influencia e é influenciada pelo seu contexto socio ecológico Martins (2014). Quanto melhor e mais efectivo for o conhecimento dessa realidade maiores serão as probabilidades de sucesso das iniciativas a implementar. Verifica-se que os carvoeiros do povoado de Matengane abatem as árvores nativas sem observância de medidas para mitigar os impactos negativos resultantes da produção de carvão vegetal, para fins do comércio na vila sede Espungabera. Nos anos da década 80 a 90 a vila de Espungabera sempre era fresca e chovia regularmente, devido ao seu aspecto florestal que influenciava bastante para baixa temperatura. A produção de carvão vegetal reduz a quantidade de árvores que servem como reguladores de temperatura, providencia as necessidades de oxigénio para nossa existência, Retém CO2, pois ajudam a diminuir a poluição do ar, Mantém a biodiversidade, reduzem poluição sonora e os ventos, mantendo humidade do ar e chuvas regulares. Fornecem base para produtos como medicamentos, além de frutas, flores, sementes, fibras, madeira. Promovem saúde dos solos e evitam erosão com suas raízes, beleza natural para nossos olhares e almas. Os carvoeiros de Matengane usam materia prima florestal para a produção de carvão vegetal, como consequência desta actividade verifica se a redução acelerada da flora, extinção de algmas espécies da fauna, Alteração da paisagem, Erosão de solos, fraca precipitação e empobrecimento dos solos, tornando-se um problema para os agricultores e moderados do povoado de Matengane. Com o disposto a cima coloca se a seguinte pergunta de pesquisa:  Com a exploração do carvão vegetal que as comunidades de matengane praticam quais são as possíveis medidas de mitigação dos impactos ambientais derivados da produção do carvão vegetal?
  • 16. 3 I.2. Hipóteses Hipótese principal  A Consciencialização da população sobre os impactos negativos resultantes da produção de carvão vegetal impulsiona a observância de medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane. Hipótese secundário  A fiscalização florestal e licenciamento aos carvoeiros pode minimizar os impactos negativosde resultantes da produção de carvão vegetal no povoado de Matengane . I.3. Objectivos I.3.1. Geral  Propor medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera. I.3.2. Específicos  Identificar os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera;  Descrever os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane no posto administrativo de Espungabera;  Identificar estratégias que visem melhorar a observância de medidas para mitigar os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera I.4. Justificativa O tema faz parte dos elementos que contribuem para o aquecimento global e é o assunto de debate a nível mundial por causa das mudanças climáticas que tem se verificado actualmente devido a acҫão humana que põe em perigo ao ambiente causando perda da biodiversidade.. A escolha do tema deveu se a cadeira de Educação Ambiental que o autor teve durante a sua formação de licenciatura ao ensino de Geografia e o tema tem grande contributo na área académica e cientifica ao trazer respostas para o problema de aquecimento
  • 17. 4 global e ainda uma contribuição bastante positiva na sociedade ao Propor estratégias que visem melhorar a observância de medidas para mitigar os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera. I.5. Delimitação do tema O presente trabalho de pesquisa sobre “medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes de produção do carvão vegetal”, foi realizado no posto administrativo de Espungabera, em particular no povoado de Matengane. Os limites do povoado em pontos extremos são: a norte é limitado pela localidade de Muchenedzi através do rio Buz, a sul com o bairro Chipungumbira através do rio Mutuadza, a oeste faz limite com a Republica do Zimbabwe, e a este ainda faz limite com localidade de Muchenedzi atravez do rio Buz (Autor, 2019). A pesquisa teve uma duraҫão de 1 mês, isto é, a recolha de dados foi efectuado no mês de Setembro de 2019.
  • 18. 5 CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA II.1. Breve historial do carvão vegetal O carvão vegetal vem sendo usado desde das Antiguidade, na civilização egípcia tinha seu uso difundido na purificação de óleos e uso medicinal. Na Segunda Guerra Mundial serviu para a retirada de gases tóxicos a partir de sua elevada capacidade de absorver impurezas sem alterar sua estrutura, devido a sua composição porosa. (FREITAS.2005). O fabrico do Carvão existe desde da pré-história (Egipto - 3000 A.C );  Utilizavam produtos derivados do carvão para embalsamar, preparando os corpos para o sepultamento;  Na Europa a cerca de 1100 A.C, o fabrico industrial do carvão era importante;  Principal combustível para indústria de ferro, antes da Revolução Industrial;  No séc. XX, aumento no consumo, decorrente da crescente demanda do aço em outros países;  Posterior declínio na produção, detrimento de combustíveis concorrentes como o coque1, carvão mineral, lignito;  Década de 50, desenvolvimento da pirólise rápida;  De 1814 até o final do século XIX – Primeiras críticas contra o desmatamento das florestas nativas; SANTOS, (2012). relata que desde a era primitiva o homem utilizava pedaços de madeira em chamas para seu aquecimento e iluminação, entre outras funções. Este, não tardou a perceber que a madeira queimada, friável e de coloração preta não gerava chama, e nem tanta fumaça, fornecendo calor de forma mais controlável em relação à queima direta da madeira. Este evento, marca a descoberta do carvão vegetal e seu uso como combustível. II.2. Conceito de Carvão Vegetal O Carvão vegetal é um produto sólido de cor negra, friável (propriedade que este possui de gerar finos, quando sujeito à abrasão e à queda) possuindo densidade na faixa de 180 a 300 kg/m3, ( OLIVEIRA 2009). É produzido pelo aquecimento da madeira em fornos com fluxo limitado de ar, num processo chamado de carbonização ou pirólise lenta. Esses fornos podem variar muito em estrutura, tamanho e tecnologia, desde primitivos a grandes fornos de alvenaria ou em estrutura metálica com dispositivos de controlo de temperatura. O produto final desse processo é o carvão vegetal, que além de possuir
  • 19. 6 alto poder calorífico em relação à madeira, é inodoro e possui combustão estável ( ROSA, 2010). II.3. O impacto ambiental Segundo a resolução CONAMA Nº001 de janeiro de (1986), o impacto ambiental é definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem- estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. Analisando essa resolução, percebemos que qualquer atividade que o homem exerça no meio ambiente provocará um impacto ambiental. Esse impacto, no entanto, pode ser positivo ou não. Infelizmente, na grande maioria das vezes, os impactos são negativos, acarretando degradação e poluição do ambiente. Dentre os principais impactos ambientais negativos causados pelo homem, podemos citar a diminuição dos mananciais, extinção de espécies, inundações, erosões, poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, agravamento do efeito estufa e destruição de habitats. Isso acarreta, consequentemente, o aumento do número de doenças na população e em outros seres vivos e afeta a qualidade de vida. II.4. Efeito estufa O efeito estufa é um fenómeno que garante a existência da vida no planeta Terra. Os gases de efeito estufa nomeadamente o dióxido de carbono (CO2), nitrogénio (N2), o oxigénio (O2) ozono (O3), metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) e o vapor de água (H2O), retêm parte do calor emitido pelo sol. Em decorrência deste efeito estufa a temperatura média no planeta Terra é de 14 °, caso este fenómeno não existisse a Terra seria gelada, com 19° graus negativos, com uma temperatura imprópria para qualquer tipo de vida (BEYRUTH, 2008).
  • 20. 7 Figura 1: Efeito Estufa Fonte:BORREGO (2010). Na figura acima, encontra-se a representado do efeito estufa na planeta, onde pode-se observar a incidência da radiação solar na atmosfera terrestre e também a sua irradiação através dos gases de efeito estufa encontrados na atmosfera da terra. II.5. Causas do Efeito Estufa Os processos de origem antrópica ou da actividade humana que intensificam o efeito estufa ocorrem a partir da queima proposital ou acidental de diferentes produtos orgânicos pelo ser humano como o carvão, madeira e combustíveis fósseis (diesel, gasolina e outros derivados de petróleo) e actividades comerciais e industriais (produção de aço, de cimento, de alumínio, de papel), que resultam principalmente na emissão de CO2 (PRIMAVESI, 2007). Respondendo a questão número 17 do formulário. “Alguma medida tomada para redução da emissão de fumaças oriundas dos fornos”? A maior dos carvoeiros responderam: “não” com esta resposta indica que os carvoeros do povoado de Matengane contribuem para o aquecimento global.
  • 21. 8 CAPITULO III - METODOLOGIA III.Localização geográfica do distrito de Mossurize O distrito de Mossurize está localizado entre os distritos de Sussundenga a Norte e de Chibabava a Nordeste e de Machaze a Sul. Toda a sua extensão ocidental é limitada por território da República do Zimbabwe (ver figura 1). A Vila de Espungabera, capital distrital de Mossurize, localiza-se a sul da capital provincial de Manica, (MAE, 2005). Figura 2: Localização e descricao florestal do distrito de Mossurize Fonte: Atlas de Vegetação de Moçambique,2013 III.1. A Vegetação O distrito de Mossurize é mais diversificado em termos de vegetação arborea, com extractos de varios tipos, para o posto admnistrativo de Espungabeira foco central da area de estudo é menos diverso cuja a descrição comparativa se encontra nas figuras (1 e 2).
  • 22. 9 Figura 3:Vegetação do posto admnistrativo de Espungabeira Fonte: Atlas de vegetação de Moçambique,2013 A vegetação do vale consiste principalmente de savanas e florestas abertas com superfícies abundantes de matos. Ao longo dos rios Mossurize e Muronguezi, as superfícies extensivas dos solos de aluvião apoiam as florestas fluviais, a maioria das quais foi desmatada para dar lugar a machambas. Estas faixas aluviais possuem, em certos locais, 1km de largura, aqui se concentrando um número significativo da população. É nos vales onde se encontram as melhores áreas de pastagem III.2. Clima O clima do distrito de Mossurize está, segundo a classificação do Köppen, é do tipo temperado húmido. A precipitação média mensal é de 24.9mm e a anual é cerca de 1.501 mm de acordo com os dados da estação meteorológica de Espungabera e a estação chuvosa ocorre principalmente de Outubro a Abril com as maiores precipitações de Dezembro a Março. (MAE, 2005) A evapotranspiração de referência média anual é cerca de 1.170 mm. As temperaturas médias oscilam à volta de 20°C, sendo a máxima média anual de 25°C e a média mínima de 15.1°C. MAE, (2005)
  • 23. 10 Apresenta um período de crescimento normal com ocorrência de um período seco de 95 dias de duração, de um período intermédio de 120 dias, entre o período seco e húmido, tendo este 150 dias de duração. O período húmido tem início na primeira quinzena de Novembro e termina na1ª quinzena do mês de Abril. (MAE, 2005) (veja tabelas em anexo). III.3. Topografia & Relevo No distrito de Mossurize o relevo do terreno é caracterizado pela ocorrência de colinas e montanhas fortemente dissecadas por muitos riachos que drenam a área juntando-se aos rios mais importantes. Estas formações são o prolongamento da escarpa de Manica, parte integrante dos montes de Chimanimani. (MAE, 2005) Dentre as formações montanhosas do distrito destacam-se os montes Citatonga 1 e 2, Chipungumbira, Macuiana, Alto Chinguno, Alto Mude, Matengane e Alto Búzi. A zona quefaz fronteira com o distrito de Machaze é composta por planícies de savanas abertas. O distrito de Mossurize integra as seguintes zonas agro-ecológicas: Terras altas e planaltos – Tem uma altitude que varia entre 700 e 1.000m acima do nível do mar e apresenta uma precipitação entre 1.300 a 1.500mm e abrange a zona imediata de Macuiana, pequenas áreas ao longo da fronteira com o Zimbabwé e as montanhas de Citatonga 2 e Chipungumbira com 800m a 1.050 m de altitude; Área centra e escarpada l – Tem uma altitude que varia de 300 a 700m acima do nível do mar e cobre a maior parte do distrito. Inclui os vales dos rios Lucite, Puizice, Chicambwe, Muchenedzi, Alto-Búzi, Zona e Chinhica, assim como as zonas escarpadas que fazem fronteira com Mossurize, Morungueze e os vales do Baixo Búzi. Cerca de 65% da população do distrito vive nesta zona, cuja precipitação média anual situa-se entre 1.000 e 1.300mm.; e Zonas baixas e vales dos rios Mossurize, Morungwez e Baixo Búzi – a altitude varia entre 150 e 1.000m acima do nível do mar e corresponde aos vales destes rios até à fronteira com o distrito de Chibabava. A precipitação varia de 800mm a 1.000mm/ano e a temperatura média na região varia de 26 a 27°C. MAE, (2005). III.4. Hidrografia Dada a disposição do relevo do distrito de Mossurize está, os cursos de água que atravessam o distrito correm geralmente no sentido Oeste-Este.
  • 24. 11 O distrito possui dois rios importantes de regime permanente, nomeadamente, Búzi e Mossurize, para além de outros rios de importância secundária, tais como, Chicambwe, Dacata, Muchenedzi, Zona, Chinhica, Rupice, Mucurumadzi, Lucite, Mavuaze e Mussessa. (MAE, 2005) Existem riachos complementares, afluentes dos rios principais, alguns dos quais de regime temporário. Em termos de potencialidades hídricas, o rio Búzi denota condições naturais para a montagem de uma barragem hidroeléctrica. (MAE, 2005) III.5. Principais Actividades de Rendimento do Distrito III.5.1. Produҫão agricula e sistemas de cultivos De um modo geral, a agricultura e praticada manualmente em pequenas exploracoes familiares em regime de consociacao de altura com baseem variedades locais. O sistema de producao predominate nos solos de texturas pesadas e mal dreinados é a monoocultura de bata doce em regime de camalhoes ou matutos (época fresca) , em enquanto que nos solos moderadamente bem dreinados predominam as consociacoes de milho, mapira, mandioca e feijão nhemba. Algodão, cana de acucar e girassol são culturas de rendimento, produzidas em regime de monoculturas. Este sistema de producao é ainda completado por criacoes de espécies como gado bovino,caprino, e aves. (MAE, 2005) Existem actualmente no distrito duas empresas que se dedicam oao fomento do algodão e do tabaco, nomeadamente a “ Algodão de Zambeze” e a “ Tabacos de Manica” – DIMON, respectivamente. Na faixa da fronteiriça com Zimbabwe, os solos tem boa capacidade de retencao de agua, e os sistemas de producao compreendem consociacoes de milho e feijão vulgar. Há observância ainda da producao de cultura de rendimento tais como: bata Reno e feijão manteiga, sendo de assinalar ainda que esta cultura pode ser feita em duas épocas. (MAE, 2005) Durante a época fresca, em particular nos vales, em comum a producao de horticulas. (MAE, 2005) A producao agrícola é feita predominantemente em condicoes de sequeiro, nem sempre bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de armazenamento de humidade no solo durante o período crescimento das culturas. (MAE, 2005)
  • 25. 12 O cultivo é feito com base no trabalho manual familiar, envolvendo homens, mulheres e crianças e sempre que necessário, recore se ao uso de mão de obra sazonal paga. Em ambos os casos é utilizada tracao animal ( bois e burros). (MAE, 2005) A semente sertificada era adquirida no visinho Zimbabwe, mas devido a crise sócio- economico, verificada naquele pais, muitos recorrem á SEMOC ou PANNAR e a sementes de variedade local. (MAE, 2005) As cheias que assolaram o distrito em 2000/01 foram devastadoras, levando a perdas significativas na campanha agrícola e afectando grande parte de producao do distrito. MAE, (2005) Somente em 2003 apos o período de seca e estiagem que se seguiu a reabilitacao de algumas infra estruturas, se reiniciou timidamente a exploracao agrícola do distrito e a recuperacao dos níveis de producao. A inrregularidade da precipitacao e a vulnerabilidade ás calamidades naturais condicionam, pois, o potencial de producao agrícola do distrito. (MAE, 2005) III.5.2. A pecuária O distrito de Mossurize é um dos que possui o maior efetivo bovino no pais. Os vales dos rios Mossurize e Morunguezi, bem como as savanas da região sul do distrito oferemexcelentes condicoes para criacao de bovinos e caprinos. O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porem, dada a tradicao na criacao de gado e em algumas infra estruturas existentes, verificou se um crescimento do efectivo de 6000 cabecas em 2000 para serca de 12000 em 2004. (MAE, 2005) Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condicoes para o desenvolvimento da pecuária, sendo as doenças e falta de fundo e de serviço de extensão, os principais obstáculos ao seu desenvolvimento. (MAE, 2005) Existem no distrito 7 tanques caracicidas, sendo 3 no PA de Dacata, 1 no PA de espungabera e 3 no PA de Chiurairue, bem como 6 mangas de tratamentos nomeadamente, dois no PA de Dacata, 1 no PA de Espungabera e 3 em chiurairue. As doenças mais frequentes nos bovinos são Febre Aftosa, doenças gastro-intestinais (Parasitoses) e doenças provocas por carraças. Anualmente verifica se um índice elevado de galinhas afectada pela doença de Newcastle. (MAE, 2005) O sector de pecuária da DDADR tem levado anualmente a cabo uma campanha de vacinacoes contra febre aftosa e os carbúnculos hemántico e Sintomático, nos bovinos, “Newcastle” nas galinhas e raiva nos caninos. (MAE, 2005)
  • 26. 13 As principais pragas em Mossurize tem sido o rato, as lagartas, os afideos e as brocas. Nos armazéns, as principais pragas são ratos, gorgulhos e muchém. As doenças mais comuns são míldio ( provocada pela fitoftora) e o listrado do milho. (MAE, 2005) III.6. Tipo de estudo III.6.1. Quanto a Abordagem do Problema É uma pesquisa quantitativa. Na pesquisa quantitativa há medição numérica, estudo estatístico, mensuração, há busca generalização dos resultados, as perguntas são fechadas, pois quando os dados já tiverem sido coletados e analisados, os resultados serão mensurados e apresentados por gráficos. III.6.2. Quanto aos objectvos A pesquisa quanto aos objectivos é Exploratória. De acordo com (Severino, 2007) A pesquisa exploratória estabelece critérios, métodos e técnicas para a elaboração de uma pesquisa e visa oferecer informações sobre o objeto desta e orientar a formulação de hipóteses. A pesquisa exploratória visa à descoberta, o achado, a elucidação de fenômenos ou a explicação daqueles que não eram aceitos apesar de evidentes. A exploração representa, atualmente, um importante diferencial competitivo em termos de concorrência (Gonçalves, 2014). III.6.3. Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos Quanto aos procedimentos técnicos a pequisa classifica em Estudo de Caso. Segundo Gil (2008), consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. III.7. Método de abordagem III.7.1. Método dedutivo O estudo usou o método dedutivo que Segundo (LAKATOS, MARCONI, p. 63):O método dedutivo parte das teorias e leis consideradas gerais e universais buscando explicar a ocorrência de fenómenos particulares. O exercício metódico da dedução parte de enunciados gerais (leis universais) que supostos constituem as premissas do pensamento racional e deduzidas chegam a conclusões. O exercício do pensamento pela
  • 27. 14 razão cria uma operação na qual são formuladas premissas e as regras de conclusão que se denominam demonstração. O autor a partir de algumas fontes bibliográficas, livros, monografias, regulamento de exploração florestal teve uma informação adequada sobre impactos negativos resultantes de produção de carvão e consciencializar os carvoeiros a abandonarem esta actividade. III.8. Método de procedimento III.8.1. Bibliográfica Com este método fez-se uma busca de informações que sustentam a fundamentação teórica, estas foram extraídas em bibliotecas virtuais, artigos científicos, livros e monografias. É através deste método que o pesquisador passou a conhecer a respeito do que se escreveu e publicado por outros autores, quais os aspectos que foram abordados sobre o tema ou sobre a questão da pesquisa proposta. Ao conhecer o tema o autor forneceu a melhor fundamentação teórica que deu suporte e justificação da proposta de pesquisa, além de definir com mais precisão os seus objectivos evitando a repetição de estudos anteriores. III.8.2. Observação directa A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar. Baseou-se deste método para observar os lugares onde se produzem carvão vegetal, observar os fornos, ver os tipos de arvore que abatem para a produção de carvão vegetal, deslocou se até aos carvoeiros e no mercado onde praticam o comércio e viu de perto os factos. Ainda usou-se através da observação no ambiente real, e registou os dados à medida que ocorriam.
  • 28. 15 III.9. Técnica de recolha de dados III.9.1. Observação directa intensiva A utilização desta técnica consistiu na deslocação do autor a zona de produção de carvão, e assistiu e observou no concreto todo o processo de produção de carvão vegetal e aquilo que constitui como impactos negativos no povoado de Matengane posto administrativo de Espungabera. III.9.2. Observação directa extensiva Este tipo de observação foi realizado por meio de um questionário. Com questões simples e claras. Questionários e formulários que ajudaram o autor, a colher informações sobre as medidas para mitigar os impactos negativos resultantes de produҫão do carvão vegetal.resultantes da produção do carvão vegetal. III.10. Técnica de análise de dados Após a colecta de dados, com o uso de ferramentas estatísticas, os dados foram resumidos, agrupados e organizados em um software Microsoft Office Excel. Em seguida, buscou-se mostrar os resultados obtidos na colecta de dados, sendo assim, foram elaborados as tabelas (apresentação numérica) e os gráficos (apresentação gráfica). Diante disto foi realizada a análise e discussão dos dados. III.11. Instrumentos de recolha de dados Os instrumentos de recolha de dados usados foram: máquina fotográfica, bloco de notas, esferográfica e inquéritos. III.12. População e amostra O Universo da população (N) da pesquisa foi composto por um total de 150 individuos. III.12.1. Cálculo do tamanho da amostra A amostra foi constituída por um total de 97 residentes do povoado de Matengane o autor seleccionou a amostra através do uso da fórmula de CEP ( Centro Estatístico de Processos) por ter um número bastante representativo. A margem de erro foi de 6%. A forma para determinação da amostra foi a seguinte:
  • 29. 16 Onde: n = é o tamanho da amostra desejada; N = é o universo da população; = margem de erro. Dados N=150 = 6 % n=? III.13. Formas usadas para a criação de cada instrumento de recolha de dados Para a entrevista o autor elaborou as perguntas de acordo com as medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no posto administrativo de Espungabera. Os instrumentos: máquina fotográfica, bloco de notas, esferográfica o autor adquiriu no mercado. III.13. 1. Garantia de validade de cada instrumento de recolha de dados A máquina confirmou as imagens, o formulário foi fiável porque o autor é que preencheu. 𝑛 =(𝐸)2 𝑛 = ( . 6)2 = 𝑛 = ( . 36)⬚ = 𝑛 = 277.7 ≈ 278 𝑛 41700 428 𝑛 97.42 ≈ 97
  • 30. 17 CAPITULO IV - ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Após a aplicação do instrumento de recolha de dados, torna-se necessário proceder à respectiva apresentação dos resultados e análise dos mesmos, a fim de se poderem extrair algumas ilações. Neste âmbito, o método estatístico apresentam-se como o método mais adequado para uma melhor compreensão dos dados (através do apuramento e apresentação dos dados em gráfico) e a apresentação, através de descrição, de entrevistas feitas no terreno. IV.1. Exploraҫão florestal no povoado de Matengane A atividade de produҫão de carvão vegetal no povoado de Matengane é uma fonte alternativa de renda, para os momentos baixos das atividades agrícolas e não tem como impedir. O autor teve uma entrevista com um técnico de actividades económico do distrito de Mossurize na área de Floresta e Fauna Bravia afim de recolher algumas informaҫões básicas intereҫantes para o trabalho. No povoado de Matengane as principais espécies vegetais nativas são: Pericopsis angolenses (Chianga), Cordyla africana (Mutondo), Moru lactea (Mutsatsa), Burkea africana (Mukarati) e Milletia stuhlmannii (Mujanje) estas são as mais usadas para construҫão de casas, fabrico da madeira, lenha e produҫão de carvão vegetal SDAE- Mossurize ( 2019). E em relaҫão as associaҫões comunitárias de gestão de recursos naturais o povoado de Matengane possui quantas? E quantos carvoeiros possuem licença florestal? O povoado de matengane não possui associaҫões comunitários de gestão de recursos natuais e ninguém possui licença florestal.SDAE (2019) As licenças de exploração de carvão vegetal são emitidas pelas autoridades da Direcção Provincial da Agricultura (DPA) apenas nós passamos guia de transido. SDAE (2019) Segundo a entrevista feita pelo autor indica que os carvoreiros de Matengane nenhum possui licença ambiental nem o povoado possui associaҫões comunitárias. O sector de actividades económicas (SDAE) área de floresta e fauna Bravia passam apenas guias de transido e alegam que licença florestal é a nível provincial. A sua fiscalizaҫão é anivel do mercado da vila Espungabera. Não existe uma fiscalizaҫão participativa e severa nas principais entradas para vila Espungabera.
  • 31. 18 IV.2. Processo de Produção de Carvão Vegetal no povoado de Matengane O autor observou junto aos produtores de carvão vegetal, a constituição dos fornos, seu funcionamento, fases de produção de carvão vegetal, os impactos negativos causados ao longo processo de produção de carvão vegetal. O processo de produção de carvão vegetal começa pelo abate e corte de madeiras, que é realizado em muitos casos pelos membros dos agregados familiares, com uma estrutura de divisão do trabalho que incluem adolescentes, jovens e homens adultos. Em outros casos, o corte e o abate é feito por trabalhadores assalariados, contratados pelos produtores e estes usam motocerra (ver a figura abaixo). Figura 4: Troncos de arvores nativas abatidos atravez de motocerra alugado Fonte: Autor (2019) Os homens e adolescentes abatem as árvores de espécie própria para a produção de carvão e as mulheres, constroem os fornos onde fazem o carvão (entrevistas realizadas pelo autor aos produtores de carvão vegetal, (Setembro de 2019). O abate florestal deve ser feito com autorização das autoridades locais e com consulta feita as associações de gestão. Mas, em muitos casos o abate é feito de uma forma ilegal, sem o cumprimento dos procedimentos (SDAE, 2019) O processo de produção do carvão vegetal consiste na degradação parcial da madeira e a sua carbonização. Primeira fase:
  • 32. 19 Abate das árvores e o destroncamento em medidas que variam de um metro ponto cinco a dois metros de comprimento cada. Por conseguinte segue-se a arrumação dos troncos no local da queima. Figura 5: Abate de arvores e destroncamento Fonte: autor (2019) Segunda fase: No processo de arrumação a altura do forno deve ser calculada de modo a facilitar a cobertura do forno, a largura do forno corresponde ao comprimento dos troncos e o seu comprimento vária de acordo as potencialidades de cada produtor. Após a arrumação dos troncos, segue-se a construção do muro de areia até a altura do forno. Feito o muro, em seguida passa-se areia por cima de modo a não permitir a entrada de ar no forno.
  • 33. 20 Figura 6:Arrumaҫão dos troncos no local da queima: Fonte: Autor (2019) Terceira fase: Num dos lados da largura do forno deixa-se uma abertura, de modo a permitir com que o produtor coloque fogo no interior do forno. Após a introdução do fogo, o produtor procura verificar se realmente a chama está acesa por completo, se estiver fecha-se a abertura e em seguida abrem-se respiradores de pequena dimensão que ficam a uma altura de 20cm de cima para baixo do forno, por sua vez, estes respiradores são abertos do lado do comprimento do forno. O forno já em processo de queima do carvão, é necessário que o produtor fique por perto e seja sempre vigilante, caso haja uma abertura na parte de cima do forno que permita que a chama se alastre para a parte exterior do forno, deve-se colocar de imediato areia no local, de modo a não permitir a entrada de ar no interior do forno, caso contrario transformaria a lenha totalmente numa cinza.
  • 34. 21 Figura 7:Construҫão do muro de arreia do forno Fonte: autor (2019) Quarta fase: Feito o lançamento da chama o processo leva três (3) a quatro (4) dias se for o caso da queima de troncos secos, e se for o caso de troncos ainda frescos o processo leva entre seis (6) a sete (7) dias. Para verificar se o processo está completamente concluído a altura do forno reduz a metade, daí segue-se a separação do carvão da areia e o seu posterior ensacamento.
  • 35. 22 Figura 8:Separaҫão do carvão da areia Fonte: Autor (2019) IV.3. Os impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane É de facto que qualquer actividade que se leva a cabo sobre o meio ambiente, causa impactos sobre o mesmo meio, podendo ser positivos ou negativos; portanto, a producacao de carvão vegetal, está incluso nas actividades que causam impactos negativos, sobre os diversos meios como, biofísico e sócio- ecónomico. Observou-se os seguintes impactos negativos causados pela produção de carvão vegetal no Matengane:  Desflorestamento;  Perda de espécies de flora e fauna;  Alteração da paisagem;  Erosão de solos;  Impactos relacionados a saúde humana. De um modo geral, os carvoeiros do povoado de Matengane para produzirem carvão vegetal, recorrem ao abate de árvores nativas, onde por sua vez, causam desflorestamento e a consequente desertificação na terra, saúde humana comprometida e erosão dos solos. A imagem abaixo ilustra o abate das arvos para a produção do carvão, consequentemente o desflostamento.
  • 36. 23 Figura 9:Troncos de arvores nativas abatidas pelos carvoeiros Fonte: Autor (2019) Na combustão da madeira , produzem-se gases tais como: Dióxido de Carbono (CO2) gases estes que são responsáveis do efeito estufa. O fumo produzido durante a combustão da madeira provoca impactos negativos à saúde dos carvoeiros. Ainda esta actividade contribui para mudanҫas climaticas, calamidades naturais como a seca, fraca precipitaҫão, fraca produҫão agricola no povoado de Matengane. IV.3.1. Desmatamento A partir do formulário aplicado foi possível na questão número (5) avaliar algumas informaҫões relacionados com a materia prima utilizada na produҫão de carvão vegetal no povoado de Matengane. “Qual a principal matéria prima utilizada na produção de carvão vegetal”? Em resposta da pergunta “ As principais matérias prima que usam são: Pericopsis angolenses (Chianga), Cordyla africana (Mutondo), Moru lactea (Mutsatsa), Burkea africana (Mukarati) e Milletia stuhlmannii (Mujanje)”. Acrescentaram ainda que: “estas plantas é que possuem maior rendimento devido as suas qualidades, são muito económico porque ficam muito tempo no fogão e são pesadas, muito concorridos”. Entretanto, nas carvoarias visitadas é predominante o uso da floresta nativa para a produção de carvão
  • 37. 24 vegetal segundo mostra o grafico abaixo. Gráfico 1: Especies de plantas mais concorridos para a produҫão de carvão vegetal no povoado de Matengane Fonte: Autor, (2019) Dos 97 carvoeiros que responderam o questionário eis o resultado acima indicando especies nativas mais usadas para a procuҫão do carvão vegetal. O desmatamento desordenado e intenso das florestas está propiciar a extinção de espécies como: umbila, Panga-Panga ou Jambire, Mutondo Chanfuta e mais outros. O abate das plantas nativas no povoado de Matengane tambem está contribuir para a elevação das temperaturas locais e regionais, aumento dos processos erosivos, empobrecimento do solo, diminuição dos índices pluviométricos e assoreamento de rios. Os questionados sobre o que estaria por de trás da fraca precipitaҫão, subida de temperatura e fraca produҫão nas machambas, responderam o seguinte a maioria ao questionário no seu número 20 opsão d: “o que está contribuir para a fraca precipitaҫão, aumento da temperatura e consequentemente fraca produҫão nas machambas é que as pessoas já não respeitam lugares sagrados e muitos já não prestam culto aos antepassados”. Com esta resposta dá entender que a maioria dos carvoeiros questionados não tem noҫão da importancia das arvores sobre o meio ambiente. Chianga 26% Eucalipto 0% Acacia 0%Mujanje 11% Mutondo 38% Mukarati 25%
  • 38. 25 Gráfico 2: Factores que contribuem para fraca precipitaҫão segundo os carvoeiros Fonte: Autor (2019) Foi possivel ainda entrevistar alguns carvoeiros, porque é que apostavam na produҫão do carvão vegetal como actividade de rendimento economico para alem da agricultura? Todos respondiam dizendo: “a produҫão de carvão vegetal, aposto nesta actividades porque é a base para sustento da minha familia e a agracultura já não é rentavel estes ultimos anos.” E rematou o outro carvoeiro acrescentando: “é destes poucos rendimentos que conseguimos vender para obter outros recursos que respondem as nossas necessidades básicas, conseguimos vender e comprar sabões, material escolar para as crianças, vestuário, óleo, material de construção de habitaҫão um pouco melhorado”. Este ultimo por não saber melhor que o trabalho que fazimos era de grande importância para todos, respondeu duma forma sentimental e ainda temendo que fossemos fiscais. Também o autor entendeu que a agricultura já não estava render naquela povoaҫão. O abate de arvores tem esta consequência na agricultura. As florestas desempenham a função de armazenar carbono. Armazenam em suas árvores e solo mais carbono que o existente na atmosfera atualmente. Porém se cortadas liberam rapidamente boa parte do carbono para a atmosfera quando queimadas, e em processo de decomposição isso ocorre de forma mais lenta BARRETO; FREITAS; PAIVA, (2009). O abate de arvores para produҫão de carvão sem a observacias de medidas de mitigaҫão 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Série1
  • 39. 26 causa ainda alguns efeitos no povoado de Matengane como:  Alteração na paisagem e redução da biodiversidade regional;  Demanda por nutrientes, causando o empobrecimento do solo;  Impacto sobre os recursos hídricos, avaliados através da percepção de gricultores que habitam áreas próximas pela alteração da vegetação induzindo a uma instabilidade hidrológica;  Erosão causada pela exposição do solo no momento do corte trazendo como consequência o aumento da velocidade do escoamento superficial e  Transporte de sedimentos para os leitos dos rios; IV.3.2. . Impactos relacionados à saúde humana no povoado de Matengane As medidas adotadas para atender a resposta da questão do formulario sobre a ocorrência de doenças decorrentes da atividade produtora de carvão envolveu os estudos de (Hess 2008). Em suas pesquisas eles relacionaram a ocorrência de doenças, como rinite alérgica e sintomas como, dispneia associados ao convívio desta atividade. Aliado a estes estudos as questões 6 do formulário averiguam o perfil dos funcionários, que há ocorrência de sintomas e/ou doenças nos carvoeiros. Cabe ressaltar que não foi utilizado nenhum equipamento nessa etapa, como respirometro, por exemplo. As informações foram baseadas exclusivamente nas respostas dos trabalhadores. A maioria dos Trabalhadores eram jovens e adultos, havendo presença de menores de idade com idade escolar inicial. Além das características dos trabalhadores, observaram-se as condições de trabalho nas carvoarias. Os carvoeiros ficam expostos aos gases oriundos da carbonização durante a jornada de trabalho, e muitas vezes fazem excessivo esforço físico, como demonstra a
  • 40. 27 Figura 10:Gases orindos da carbonização da madeira Figura 11: carvoeiro expostos ao sol Fonte: Autor 2019 Quanto aos sintomas e doenças respiratórios possivelmente relacionados à produção de carvão vegetal, foram relatados, espirro, tosse, e rinite alérgica.(ver a tabela a baixo) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Doenças respiratoria dos carvoeros Número
  • 41. 28 Tabela 1: Manifestaҫões respiratorias e doenҫas nos carvoeiros MANIFESTAҪÃO Número ( %) Espirro (quando as vias respiratórias expulsam, de forma involuntária, qualquer substância estranha, como vírus, pólen, poeira, ácaros, entre outros) 3 5% Secreção nasal (descarga líquida acompanhada de congestão nasal) Tosse (tosse crônica, persistente e bastante incômoda) 7 11% Rinite alérgica (corrimento nasal cristalino, acompanhado de espirros em salva, irritação ocular ) 2 3% Asma brônquica (processo inflamatório crónico nas vias aéreas, que as torna mais reativas) Rinite ocupacional (doença inflamatória da mucosa nasal) Não manifestaram 85 81% Fonte: Autor, (2019) Algumas circunstâncias nesta atividade propiciam a inserção precoce de crianças no trabalho devido ao aspecto do trabalho sendo do género familiar. Para Dias et al. (2002), nestas situações é preciso a fiscalização e punição dos infratores da lei e subsídios por parte do governo que possibilitem as famílias carentes liberarem as crianças para o estudo e outras perspectivas de vida. É possível que os produtores ignorem os sintomas ou até mesmo evitem expor aspectos negativos da produção de carvão vegetal. Os entrevistados que alegaram algum sintoma/doença são produtores. IV.3.3. Seca Este fenómeno em termos históricos tem provocado impactos maiores que os das cheias na vida da população, possuindo um potencial para causar roturas económicas de longo termo contrariamente a uma calamidade de curta duração MICOA, (2006). De acordo com QUEFACE (2009) no período entre 1956 a 2008 ocorreram 10 eventos de seca no País. Conforme o MICOA (2007) as secas são frequentes nas regiões centro e sul de Moçambique. Em Matengane a seca resulta dos baixos índices de precipitação que resultam devido a falta da boa cobertura vegetal já derubada.
  • 42. 29 IV.4. Residentes da vila sede Espungabera e o consumo do Carvão Vegetal Na vila sede Espungabera onde o carvão é vendido, existem vários tipos de energia para o uso domestico dentre as quais:a Energia lenhosa, Energia do carvão vegetal, Energia eléctrica, Gás de cozinha. Segundo os 31 residentes que responderam guia de questionário indica que a energia da biomassa (carvão vagetal) representa cerca 74% de consumo doméstico. A maior parte das famílias residentes na vila sede Espungabera utilizam o carvão vegetal como fonte de energia domestica. ( ver o gráfico abaixo). Gráfico 3: Consumo domestico do carvão vegetal na vila sede Espungabera Fonte Autor, (2019) Dada a grande procura deste produto e por ter vindo a ser uma actividade bastante lucrativa para os grossistas e produtores de carvão vegetal tem se verificado grande tráfego deste produto de Matengane para vila Espungabera. Energia lenhosa 16% Energia de carvão vegetal 74% Energia eléctrica (cozinha) 7% Gás de cozinha3%
  • 43. 30 Figura 12:Carvoeiros num dos mercados da vila Espungabera Fonte: Autor, (2019) As famílias com maiores rendimentos financeiros recorrem poucas vezes ao carvão e lenha. Os grandes consumidores de carvão vegetal são famílias de menor poder económico e estas famílias constituem o maior número da populaҫão da vila Espungabera. IV.5. Proposta de medidas de mitigar dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de matengane Como propostas das principais medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes de produҫão do carvão vegetal , destacam-se as seguintes:  Consciencialização da população sobre a preservação do ambiente;  Fiscalizaҫão e montagem de postos fixos ao longo das principais entradas da vila espungabera;  Licenciamento aos produtores de carvão vegetal no povoado de matengane;  Criaҫão de Associações comunitária de gestão dos Recursos Naturais no povoado de Matengane;  Criaҫão de programas de reflorestamento no povoado de Matengane. IV.5.1. Consciencialização da população sobre a preservação do ambiente A educação ambiental deve ser um processo contínuo e permanente, iniciando em nível préescolar e estendendo-se por todas as etapas da educação formal ou informal.
  • 44. 31 O ambiente escolar é um dos primeiros passos para a conscientização dos futuros cidadãos para com o meio ambiente, por isso a EA devia ser introduzida em todos os conteúdos (interdisciplinar) relacionando o ser humano com a natureza. A inserção da EA na formação de jovens pode ser uma forma de sensibilizar os educandos para um convívio mais saudável com a natureza. Este tema deve ser trabalhado com grande freqüência na escola, porque é um lugar por onde passam os futuros cidadãos, ou que pelo menos deveriam passar e quando se é criança, tem mais facilidade para aprender. Antes, de pensar que os problemas ambientais estão tão distantes do homem que é muito bom que se passe a observar com mais atenção o ambiente que o cerca. Segundo Segura (2001, p. 21): A escola foi um dos primeiros espaços a absorver esse processo de “ambientalização” da sociedade, recebendo a sua cota de responsabilidade para melhorar a qualidade de vida da população, por meio de informação e conscientização. Para conscientizar um grupo, primeiro é preciso delimitar o que se quer e o que deseja alcançar. Para que o interesse desperte no aluno, é necessário que o professor utilize a “bagagem de conhecimentos trazidos de casa” pelos alunos, assim levando-o a perceber que o problema ambiental esta mais perto de todos, do que se imagina. Em seguida, explicar que os impactos ambientais existentes no mundo, atinge todos os seres vivos, por causa, das atitudes de alguns que pensam que somente eles não adiantam tentar preservar o planeta. A partir do momento em que o indivíduo perceber a existência de um todo, deixar de lado a existência única e começar a notar a presença do outro, o planeta vai caminhar para o equilíbrio natural. Já tem muitos educadores trabalhando esse tema de forma bem simples com seus alunos, reflorestando os seus quintais, o jardim da escola. Preservar o meio ambiente é preparar um mundo melhor para a humanidade do futuro e protegê-la dos equívocos cometidos no passado, colocando o homem como a figura central dos acontecimentos da vida. É pensar com inteligência e colaborar com a natureza para que o ser humano possa viver harmonicamente e aprender com o próximo no magnífico cenário natural que lhe foi presenteado. Entende - se que esse objetivo pode ser conquistado com o auxilio da educação que pode ser uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento sustentável. Mas ela não deve ser restrita aos bancos escolares, senão alcançar o ambiente familiar e o do trabalho. Deve ser muito mais do que informação, senão percepção, entendimento e compreensão da vida humana em suas relações pessoais e
  • 45. 32 com a natureza. O contexto social que cada indivíduo compõe deve ser por ele entendido, bem como suas obrigações e responsabilidades. O meio ambiente em que o ser humano está inserido está pedindo novos olhares sobre ele. No entanto, se faz necessário estudar mais sobre esses novos olhares, principalmente nas escolas onde tudo começa, porque para os adultos, que já tem seus pensamentos arraigados, a possibilidade de mudança é pequena, infelizmente (mas isso não significa deixar de lado os projetos ambientais onde os todos estão inseridos). Só que os acontecimentos ambientais negativos vão crescendo a cada dia e os indivíduos, muitas vezes, como meros expectadores, assistem e usam o controle remoto para trocar de canal e faz de conta, então, que nada está acontecendo e não depende dele também a mudança para a melhoria desse problema que não é individual, mas sim, global. Sem dúvidas, os cidadãos devem estar cientes do mundo em que vivem. Um mundo em que se não ser organizado pelo homem tudo pode acabar inclusive os seres humanos, mesmo com toda a falta de respeito com a natureza e conscientização sobre a mesma. Fazer a parte atribuída ao homem da melhor maneira possível é responsabilidade, principalmente em tentar mostrar aos outros que não nenhum ser vivo está isolado e, ou melhor encontra – se acompanhados com ela e por ela, a mãe natureza. IV.5.2. Fiscalizaҫão e montagem de postos fixos ao longo das principais entradas da vila Espungabera A DNTF (2007) defende que o licenciamento de actividades comercial que não seja acompanhado pela correspondente capacidade de controlo e fiscalização põe em causa a própria continuidade do recurso com graves prejuízos económicos, sociais e ambientais. Isto é, sem um sistema de fiscalização eficiente, dinâmico, abrangente e preventivo, toda a sustentabilidade fica comprometida, pondo em risco a perenidade dos recursos florestais Operadores ilegais e sem licença podem perigar o processo de comercialização de carvão. Para colmatar esta situação, requer uma fiscalização em meios humanos, materiais e tecnológicos. O governo local, devia envidenciar esforços em termos activos ou repressivos através da instalação de postos fixos colocados nas principais estradas na vila do posto Epungabera, ou então através do controlo de licenças e guias de trânsito .
  • 46. 33 O Estado, através do governo local garante também o cumprimento da legislação que regula o comércio do Carvão Vegetal. Para tal duas legislações controlam e protegem os recursos florestais em Moçambique: a Lei Territorial de 1997 e a Lei das Florestas e da Vida Silvestre de 1999, com regulações aprovadas em 2002. A Lei Territorial (1997) reconhece e protege os direitos tradicionais à terra, inclusive às florestas. Para além de reconhecer os direitos comunitários à terra, esta lei obriga à realização de consulta à comunidade quando ocorre a alocação de direitos de uso a uma segunda parte. Faz também um reconhecimento limitado dos direitos consuetudinários de forma a defender os direitos das mulheres Assim, “mesmo que as comunidades possam usar os produtos florestais para seu próprio consumo, não são permitidos a comercializar esses produtos sem uma licença”. (Nhantumbo, 1994:33). A Lei das Florestas e da Vida Silvestre (1999) descreve os direitos e benefícios das comunidades locais que dependem das florestas, tais como: o uso dos recursos para a subsistência, a participação no maneio dos recursos florestais, a consulta à comunidade e aprévia aprovação de concessões de direitos de exploração a terceiras partes, os benefícios do desenvolvimento decorrentes da produção madeireira sob um sistema de concessão. A Lei das Florestas e a Vida Silvestre visa o maneio sustentável dos recursos florestais, e à criação de uma estrutura mais efectiva para a geração e distribuição da arrecadação fiscal correspondente. Para essa lei, é essencial o conceito de Maneio Comunitário dos Recursos Naturais (MCRN) que tem sido amplamente adoptado no sul da África como um “processo de descentralização que visa dar às instituições populares o poder de decidir e o direito de controlar seus recursos (Nhantumbo, 2003:88). Os governos provinciais garantem a fiscalização da comercialização do carvão vegetal em trânsito. Uma actividade que tem contribuído para reduzir o transporte ilegal de grandes quantidades de carvão vegetal. Em resumo o papel do governo local no processo de produção e comercialização é de conceder licença de exploração e transporte de produtos florestais. O governo garante a fiscalização das actividades florestais através dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, para tal não existem postos fixos localizados ao longo da principal estrada do povoado de Matengane para os mercados da vila sede Espungabera. Nos postos fixos podia-se fazer o controle das licenças de transporte de produtos florestais,
  • 47. 34 na via pública, e a aplicação de multas aos operadores e público em geral que forem encontrados sem a devida licença e guia de trânsito (Bila,2005:13) IV.5.3. Licenciamento aos produtores de carvão vegetal no povoado de Matengane O licenciamento florestal surgiu como forma de incentivar uma utilização racional e sustentada do recurso florestal em benefício nacional e local. Em particular existem dois tipos de licenças para a produção de carvão em Moçambique: a licença de exploração florestal simples (ou simplificada); e a licença de concessão florestal. Decreto 12 (2002) que aprova a regulamentação das Florestas e Lei da Vida Selvagem. A licença de exploração florestal simples foi desenvolvida pelo Governo Moçambicano para formalizar e controlar o uso de recursos florestais naturais por entidades individuais e colectivas. Este processo de licenciamento foca-se principalmente em membros das comunidades locais que pretendam aproveitar as florestas naturais vizinhas para desenvolver actividades económicas como a produção de madeira, lenha e carvão. Entidades individuais e colectivas externas à comunidade podem também obter esta licença desde que obtenham por um processo de consulta comunitário a devida autorização comunitária para operarem na região. Decreto 12 (2002) que aprova a regulamentação das Florestas e Lei da Vida Selvagem no seu artigo. Como forma de reduzir a taxa de desflorestação este tipo de licença limita: os tipos de espécies de árvores a abater; a área de exploração a menos de 500ha; A licença de concessão florestal tem por alvo tipicamente grandes operadores florestais por um período máximo de 50 anos renováveis e, tal como no DUAT, a entidade emissora da licença depende da área de concessão requerida. O Governador Provincial para áreas até 20000ha; o Ministro da Agricultura para áreas entre 20000-100000ha; e o Concelho de Ministros para áreas superiores a 100000ha. O Governo devia identificar os produtores de carvão vegetal para os organizar e os licenciar, estratégia para diminuir a desflorestação. IV.5.4. Criaҫão de Associações comunitária de gestão dos Recursos Naturais no povoado de Matengane. Em todo o povoado de Matengane, não existem Associações de gestão dos Recursos Naturais. Estas associações seriam responsáveis pelas consultas para exploração
  • 48. 35 florestal, ou seja qualquer cidadão que queira explorar o comércio do carvão vegetal tem de fazer a consulta comunitária. São estas associações locais que deviam ser as gestoras dos recursos florestais. Cada associação podia possuir um representante que recebesse o valor e canalizasse para a associação ou comunidade, e os seus membros estão isentos de pagamentos das taxas de exploração. Resumindo, o papel das associações ou comunidades é de “colaborar com os governos locais no processo de fiscalização, por via de consultas que comerciantes são obrigadas a fazer junto a essas comunidades, ou seja são responsáveis pelo uso dos recursos florestais e faunísticos por empresas e operadores não residentes na zona.” Bila, (2005). IV.5.5. Criaҫão de programas de reflorestamento no povoado de Matengane Reflorestamento é a atividade ou ação ambiental de plantar árvores e vegetações em zonas que foram desmatadas, seja por força da natureza (incêndios e tempestades) ou por influência humana (queimadas, ou madeireira e etc). O termo reflorestamento só pode ser utilizado quando a ação é de replantar, ou seja, plantar novamente em um lugar em que já existiam vegetações outrora. No entanto, profissionais dos mais variados segmentos estão preocupados devido à falta de sementes, mudas e plantas de espécies, matéria prima fundamental para levar adiante os projetos de reflorestamento. Tendo oferta de serviços de extensão ou providenciando cursos regulares de formação em maneio sustentável das florestas isso podia estimular e incentivar a criação e organização de viveiros de sementes, mudas e plantas nativas assim como de outras especies no povoado de Matengane. A produção de mudas e sementes favorece a recuperação das florestas nativas e promove a correta compensação ambiental. De acordo com o projeto, cada viveiro deverá ser coordenado por um (a) engenheiro (a) agrônomo ou florestal ou, ainda, um profissional com capacidade técnica equivalente. A importância de a planta ser nativa e termos outras especies prende-se ao fato de que não basta apenas ter potencial para sequestrar e manter o carbono, tem, antes de tudo, que obedecer a natureza e a biodiversidade. Os espaços de cultivo deverão ser abertos para visitas públicas com o objetivo de difundir o plantio, o cultivo, a valorização e a preservação do meio ambiente.
  • 49. 36 Já ao estado cabe elaborar normas e procedimentos complementares relativos à produção de sementes, mudas e plantas, bem como exercer a fiscalização do comercio. O programa um aluno uma planta, um regulo uma floresta uma vez que necessitava de certa especialista não existente entre os moradores, tal fato não gerou a dinâmica pretendida, uma vez que não houve florestamento significante. A atividade de reflorestamento deveria levar desenvolvimento para áreas economicamente carentes, gerando empregos a fim de melhorar as condições de vida da população. O objectivo do reflorestamento é estabelecer na comunidade a cultura de plantar, tratar, manejar e proteger arvores para reabilitação e melhoria da qualidade do ambiente e da paisagem tendo em conta nos seguintes aspectos: a) Estimular na população o gosto pelas árvores, florestas e a natureza dum modo geral, e o seu engajamento em ações concretas criação, manutenção e proteção das arvores e da cobertura vegetal em geral; b) Promover sistemas agroflorestais em áreas de agricultura itinerante; c) Promover e incentivar o plantio de arvores de uso múltiplo, para reabilitação de solos, proteção contra sol e vento e, em geral, melhorar a qualidade do ambiente e da paisagem; d) Promover o plantio de arvores de uso múltiplo nas machambas, nos quintais, aldeias, vilas e centros urbanos; e) Aumentar a cobertura vegetal dos quintais, escolas, espaços públicos, aldeias, vilas.
  • 50. 37 IV.6. Conclusões Conclui-se que a Consciencialização da população sobre os impactos negativos resultantes da produção de carvão vegetal impulsiona a observância de medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal no povoado de Matengane. Para alem das medidas acima citadas destaca se ainda a criaҫão de associações comunitários de gestão dos recursos naturais e implementaҫão de programas de reflorestamento no povoado de Matengane. As medidas de mitigaҫão dos impactos negativos devem ser tomadas com seriedade para salvar o planeta Terra, visto que os impactos negativos resultates da produҫão do carvão vegetal são alarmantes e que directa ou indirectamente influenciam nas tragédias, como o ciclone, cheias, secas e que resultam entre perdas económicas e humanas.
  • 51. 38 IV.7. Recomendações Depois da realização da pesquisa o autor Recomenda aos seguintes sectores: IV.7.1. Ao Governo distrital Mossurize, um distrito já em défice de biomassa e parcialmente com alto risco de degradação florestal deviam fazer um Plano Local de Adaptação no qual define como objectivos estratégicos:  Criar associações de gestão dos recursos naturais;  Promover a legalidade no sentido de Licenciamento Florestal;  Consciencializar a população sobre a preservação do ambiente;  Promover o uso de forno melhorados para a produção de carvão vegetal;  Promover o plantio de espécies de rápido crescimento para produção de carvão vegetal; Criação de uma incubadora comunitária de negócios para a produção sustentável de bioenergia afecta a uma plantação. Este projecto deveria incluir:  Definição, junto da comunidade, sector privado e entidades de ensino e investigação (Mutasa), de esquemas de participação e co-responsabilização no design do projecto, implementação, gestão e monitorização;  Utilização da incubadora como plataforma de troca de conhecimento,experimentação e definição de estudos de investigação participada (e.g. estágios académicos, trabalhos de fim-de-curso, ideias da comunidade).  Instalação de postos fixos colocados nas principais estradas na vila do posto Epungabera, ou então através do controlo de licenças e guias de trânsito. IV.7.2. Aos carvoeiros  uso de fornos melhorados para a produҫão de carvão vegetal.  Não incluir as criaҫas no trabalho de produҫão de carvão vegetal para elas se dedicarem muito mais nos estudos e terem um aproveitamento positivo.
  • 52. 39 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BARRETO, L. V.; FREITAS, A. C. S.; PAIVA, L. C. (2009) Sequestro de Carbono. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. Curso de Especialização em Meio Ambiente e Desenvolvimento. 2. Bila, A. 2005. Bila, A (2005) Estratégia para a fiscalização participativa de florestas e fauna bravia em Moçambique. Eduardo Mondlane University, Maputo, Mozambique 3. BILA, A.(2005),”Papel das comunidades no processo de exploração florestal”, disponivel em www.portaldogoverno.gov.mz, acessado a 7 de Julho de 2019 4. Conselho Nacional do Meio Ambiente [CONAMA] (1986). Resolução n.001/1986 de 23 de janeiro. Recuperado de: :<http//www.mma.gov.br>. acesso em: 25.Maio.2019 5. DNTF (2012) Relatório de balanço anual de terras, florestas e fauna bravia 2011. Maputo. 6. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 7. INE. (2011),Estatísticas do Distrito de Mossurize, Mocambique.INE, Instituto Nacional de Estatística. Disponível em Setembro , 15, 2019 em :<http//www.ine.gov.mz › manica › 2011 › distrito-de-mossurize.pdf › view 7. LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. (2000). Metodologia Científica. (3. Ed). rev. ampl. São Paulo: Atlas. a. Martins, R. (2014). The Wood Fuel Energy Systems Conceptual Design Metamodel, A Novel Approach To Participatory Design Contextualised To The Case Of Mozambique, PhD Thesis, Imperial College London. 8. MICOA (2007). Programa de Acção Nacional para a Adaptação às Mudanças Climáticas (NAPA). Direcção Nacional de Gestão Ambiental. Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental. República de Moçambique. Dezembro 2007. 9. MICOA/DNP (2006) – “Pobreza e Ambiente”, Maputo.Mozambique. 10. NHANTUMBO, I (1994), Gestão de Recursos Naturais com Base Comunitária em Moçambique, uma estratégia teórica ou prática para o desenvolvimento sustentável local (o estudo de caso da floresta Maputo - Moçambique 8. OLIVEIRA, A. C. (2009). Avaliação de diferentes marcas de carvão vegetal comercializados na cidade de Viçosa – MG. In: Congresso Brasileiro sobre florestas energéticas, Belo Horizonte. Anais... Colombo: Embrapa Florestas.
  • 53. 40 9. República de Moçambique (1999) Lei de Florestas e Vida Selvagem (Lei 10/99). Boletim da República No.27, 4ª Supp, Série I, 12 de julho de 1999. disponivel: http://tinyurl.com/faolex-law-10-99-mozambique Acessado 10.05.2019 10. República de Moçambique (2002) Decreto 12/2002 que aprova a regulamentação das Florestas e Lei da Vida Selvagem (Lei 10/99). Boletim da República No. 22, Série I, 6 de junho de 2002: 194 (3) - 194 (27) disponivel: http://tinyurl.com/faolex-decree-10-05-mozambique Acessado 10.05.2019. 11. ROSA, R. A. (2010). Qualidade do carvão vegetal para uso doméstico, comercializado em três municípios do estado do Espírito Santo. Monografia (Graduação em Engenharia Industrial Madeireira) –Universidade Federal do Espírito Santo. 12. SEGURA, S. B. (2001). Educação Ambiental na escola pública: da curiosidade ingênua à consciência crítica. São Paulo: Annablume: Fapesp. 13. SEVERINO, A. J. (2007). Metodologia do Trabalho Cientifico. (23ª Edicao), rev. e actual São Paulo: Cortez. 14. TRUJILLO, F. A.(1974). Metodologia da ciência. (3. Ed). Rio de Janeiro: Kennedy.
  • 55. Apêndice 1 . Guia de questionários dirigido aos carvoeiros Inquérito relacionado com a produção de carvão no povoado de Matengane Distrito/Localidade ______________; Nr. Questionário ________; Data __/___/_____/ Nome do povoado _____________________; I. INFORMҪÃO BÁSICA DOS CARVOEIROS NO POVOADO DE MATENGANE 1. No povoado de Matengante tem associação dos carvoeiros? Usa x para cada opção Sim (____) Não (____) 2. Quantas associaҫões existem no povoado de Matengane? Indicar o número______ 3. Indica o número total de carvoeiros existentes no Povoado de Matengane (____) 4. O abate florestal é feito com autorização das autoridades locais e com consulta feita as associações de gestão? Sim (__) Não (__) 5. Qual a principal matéria prima utilizada na produção de carvão vegetal? (____ ) Acácia (___ ) Eucalipto ( ___) Outra. Qual? __________ 6. Entre os trabalhadores, algum deles apresenta sintomas ou doenças como: ( ) Espirro (_ ) Secreção nasal ( )Tosse ( ) Expectoração ( ) Dispneia ( ) Rinite ocupacional ( ) Rinite alérgica(_)Asma brônquica ( )Asma ocupacional ( ) Brônquite crônica ( ) Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) II. EXPLORAÇÃO FLORESTAL LICENÇA AMBIENTAL 7. O carvoeiro possui licença ambiental? Sim (_____) Não (_____) 8. A produção de carvão vegetal trás impactos negativos para o ambiente? Sim (_____) Não (_____) 9. Há controlo sobre os impactos ambientais negativos resultantes de produção do carvão vegetal? Sim (_____) Não (_____)
  • 56. III. COMÉRCIO DO CARVÃO VEGETAL 10. Quanto custa uma lata de carvão vegetal? (____)MT 11. Quanto custa um molho de lenha (_____)MT 12. Quantas latas produzem por mês (_____) quantificar Sim (_____) Não (_____) 13. Conhece os impactos ambientais resultantes da produção do carvão vegetal? Sim (_____) Não (_____) 14. Achas que a produção de Carvão vegetal trás impactos negativos ao ambiente? Sim (_____) Não (_____) IV. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTO NEGATIVO DE PRODUÇÃO DO CARVÃO VEGETAL? 15. Conhece algumas medidas de mitigação dos impactos negativos resultantes da produção do carvão vegetal? Sim (_____) Não (_____) 16. Já ouviu falar do uso sustentável dos recursos florestais? Sim (_____) Não (_____) 17. Alguma medida tomada para redução da emissão de fumaças oriundas dos fornos? ( __) Sim. Qual?_________________ ( __) Não 18. Qual o papel das associaҫões dos carvoeiros no povoado de Matengane. a) colaborar com os governos locais no processo de fiscalização (__) b) Não tem nada haver com fiscalizaҫão (__) 19. Quando abate uma árvore tem substituído? Não (__) Sim (___) 20. Factores que contribuem para fraca precipitaҫão a) Falta de chuva no ceu (__) b) Fraca evaporacao da agua (__) c) Desflorestamento (_) d) Outos (_) quais ________________________________________________
  • 57. Apêndice 2 . Guia de questionários dirigido aos consumidores de carvão vegetal Inquérito relacionado com a produção de carvão no povoado de Matengane Distrito/Localidade ______________; Nr. Questionário ________; Data __/___/_____/ Nome do povoado _____________________; CONSUMO DO CARVÃO VEGETAL Que tipo de energia usa para cozinha? a) Energia lenhosa (___) b) Energia do carvão vegetal (____) c) Energia eléctrica (cozinha) (_____) d) Gás natural (_____)
  • 58. Autorizaҫão para transporte de carvão vegetal Recibo de pagamento de carvão
  • 60. Apendice 4: Libertação de gases oriondo da carbonizacão da lenha