2. Níveis de desempenho
• Discutir o conceito de Pessoa partindo de referências etimológicas, históricas e
simbólicas.
• Compreender o modo como se estrutura a personalidade: corpo e herança biológica;
meio, cultura e herança cultural.
• Reconhecer a existência de diferentes contextos com os quais as comunidades
humanas se deparam: a relatividade cultural; os padrões de cultura e aculturação
como indutores de comportamentos comuns/grupais.
• Problematizar algumas características do Homem como ser social: a interferência
sobre o meio e o seu recíproco; a adaptação como meio de sobrevivência.
• Relacionar desenvolvimento pessoal e inserção social: a socialização entre pares
etários e entre gerações.
3. Níveis de desempenho
• Identificar alguns agentes de socialização e suas estratégias: a família; a escola; a
comunicação social; a moda; a publicidade.
• Compreender a importância da opinião pública como instrumento de controlo dos
comportamentos individuais.
• Bibliografia
• Borregana, António (1998), Fernando Pessoa e Heterónimos: o texto em análise,
Lisboa, Texto Editora.
• Chevalier, Jean; Gheerbrant, Alain (1994), Dicionário dos Símbolos, Lisboa, Teorema.
• Enciclopédia Einaudi (vd. Tema-problema 1.1.)
• Ishiguro, Kasuo (1991), Os Despojos do Dia, Lisboa, Gradiva.
• Lessing, Doris (1990), Os Diários de Jane Somers: diário de uma boa vizinha, col.
Século XX, Lisboa, Europa-América.
• Sarraute, Natalie (1984), Infância, Lisboa, Publicações D. Quixote
4. PESSOA
• O substantivo feminino singular da língua portuguesa «pessoa»
deriva etimologicamente da palavra latina persona.
• A palavra persona significava o mesmo que a palavra grega
prósopon: máscara e personagem.
• Em português familiar, pessoa é sinónimo de ser humano.
• Pessoa significa atualmente indivíduo, considerado em si mesmo,
homem ou mulher, ser humano; personagem social.
• “Pessoa é a característica do indivíduo dotado de personalidade”.
5. PERSONALIDADE
• Segundo Alport, um dos maiores estudiosos da personalidade
humana, a personalidade pode ser definida como «a organização
psicodinâmica dos sistemas psicofísicos do indivíduo que
determinam o seu comportamento e pensamento característico».
• A personalidade é uma construção pessoal que fazemos ao longo da
vida, da forma como sentimos as nossas experiências.
• A personalidade é o que nos torna únicos, diferentes de todos.
• Diz respeito às nossas características pessoais. É o que permite que
nos reconheçamos e que sejamos reconhecidos pelos outros.
6. PERSONALIDADE
• Para Carl Jung, a personalidade saudável é aquela que consegue o
equilíbrio entre o consciente e o inconsciente, entre a vida interior e
exterior.
• A formação da personalidade é um processo complexo, gradual e
único.
• São três os fatores que influenciam a personalidade:
– influências hereditárias;
– meio (físico e social);
– experiências pessoais.
7. HEREDITARIEDADE
• O padrão genético influencia as características da personalidade
que um indivíduo desenvolverá. Por exemplo, um mal que afete o
cérebro, herdado ou causado à nascença pode ter grande influência
sobre o comportamento da pessoa.
• As alterações individuais do organismo, concretamente a
constituição física e o funcionamento do sistema nervoso, que são
em grande parte hereditários, podem também ter reflexos na
personalidade do ser humano.
8. HEREDITARIEDADE
• Fatores corporais ou orgânicos como o peso, a altura ou o
funcionamento dos órgãos dos sentidos podem afetar o
desenvolvimento da personalidade.
• O estudo dos gémeos é um dos métodos usados para analisar o
papel da hereditariedade. Este estudo demonstrou que, na
generalidade, é nas características da personalidade que a
semelhança é menor, em comparação com as semelhanças físicas
e intelectuais.
9. MEIO FÍSICO
• O aspeto que menos nos condiciona enquanto seres em formação.
• É verdade que lugares com condições geográficas e ambientais
mais agradáveis produzem seres humanos mais alegres e
comunicativos. O oposto é também verdade. No entanto, podemos
encontrar pessoas com uma personalidade depressiva no Brasil ou
a pessoa mais feliz na Islândia.
10. MEIO SOCIAL
• O meio social desempenha um papel determinante na construção
da personalidade.
• Esta forma-se num processo interativo com tudo o que envolve a
vida em sociedade: a família, o grupo de amigos, a escola, o
trabalho, ...
• A família tem um papel muito importante, principalmente nos
primeiros anos de vida pelas características e qualidade das
relações existentes.
11. MEIO SOCIAL
• O contexto em que estamos inseridos e as pessoas com quem
estabelecemos relações contribuem para o desenvolvimento da
personalidade, uma vez que conduzem à aquisição de valores,
atitudes, normas, comportamentos e construção de padrões de
relacionamento com os outros.
• Quanto mais próximo é o relacionamento de duas pessoas, mais é
provável que as características da sua personalidade sejam
semelhantes.
12. EXPERIÊNCIAS
• A qualidade das relações iniciais e a relação mãe/filho são
fundamentais na estruturação e organização da personalidade.
• A complexidade das relações familiares vai influenciar as
capacidades cognitivas, linguísticas, afetivas, de autonomia, de
socialização e de construção de valores das crianças e jovens.
• A adolescência é a época da vida humana mais importante na
formação de uma identidade, que se reflete no vestir, nas ideias
defendidas e nas formas de se expressar.
13. EXPERIÊNCIAS
• Ao longo de toda a vida verificam-se acontecimentos que marcam a
personalidade de quem os vive, tais como: mortes, violações,
frustrações, cura de uma doença grave, divórcio.
• A forma como conseguimos (ou não) superá-las e integrá-las na
nossa vida traduzem a nossa personalidade.
14. CULTURA
• No sentido corrente, cultura é o “Conjunto de conhecimentos em
domínios considerados «nobres».
Ex: considera-se culta uma pessoa que domine bem conhecimentos de
literatura, filosofia, música ou arte.
• Em sentido sociológico, refere-se ao “Conjunto de maneiras de
pensar, sentir e agir específicas de um grupo social”.
Ex: cumprimentar baixando a cabeça com respeito ou comer peixe cru
são alguns dos traços da cultura japonesa.
15. CULTURA E PERSONALIDADE
• Quando nasce, o ser humano é “uma tábua rasa” (John Locke).
• Ao tomar conhecimento do que a rodeia, a criança vai assimilando,
de forma gradual, valores, normas e regras.
• O comportamento é regulado pelos padrões de conduta do grupo,
mostrando que o conhecimento resulta de uma aprendizagem.
• A sua personalidade vai sendo moldada pelo contacto com o grupo
e pelos padrões de conduta do espaço em que se insere.
16. ELEMENTOS
DA CULTURA
Material
inclui todos os
utensílios criados
pelo ser humano.
Imaterial
inclui os princípios
da vida social:
valores, normas,
costumes,
ideologias...
17. PADRÕES DE CULTURA
• Padrões de cultura: ”Conjuntos específicos de maneiras de
pensar, sentir e agir e exclusivos dos grupos sociais”.
• Os padrões de cultura (normas específicas de uma população
que a permitem identificar e distinguir de outras) moldam o
indivíduo.
• O facto de frequentarmos vários grupos ao longo da vida, às
vezes com regras específicas um pouco diferentes entre si, faz
com que absorvamos ideias de muitos lados e que as levemos
connosco para onde quer que vamos.
18. SOCIALIZAÇÃO
• Todas as sociedades têm os seus padrões de cultura. É este que
garante o entendimento dos indivíduos.
• É esse processo de ensino-aprendizagem da cultura de um grupo
que chamamos de socialização. É um processo:
√ permanente;
√ dinâmico;
√ de ensino e aprendizagem da cultura;
√ que tem em vista a integração social;
√ que tem como consequência a coesão social.
20. AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO
• Primária: a família. Para a criança, a socialização faz-se por via
afetiva.
• Secundária (processos posteriores de aprendizagem social):
– A escola;
– Os amigos;
– Os mass media;
– Outras instituições.
21. ETAPAS DA SOCIALIZAÇÃO
• Infância: período de maior aprendizagem cultural da vida do ser
humano, que aprende sua primeira língua e começa a ter o seu
comportamento moldado pelo convívio social com a família.
• Adolescência: o contacto com os pares, as novidades decorrentes
de uma nova realidade como o grupo de amigos, permite uma nova
forma de socialização.
• Maturidade ou idade adulta: os mass media, o trabalho… trazem
consigo valores, normas e crenças agregadas à realidade social e
cultural na qual o indivíduo se insere.
22. SOCIEDADE E OPINIÃO PÚBLICA
• Opinião pública designa a opinião geral de uma sociedade.
Aqui se inserem as ideias consideradas corretas pela maior
parte da sociedade, que seguem um padrão ético-moral
segundo a cultura, condições sociais e, em alguns casos, a
religião de uma determinada sociedade.
• Forma-se com base em alguns fatores:
• sociais;
• psicológicos;
• mass media;
• influência de grupos;
• influência de líderes.
23. SOCIEDADE E OPINIÃO PÚBLICA
Fatores sociais Fatores psicológicos – persuasão
e estereótipos
A sociedade a que se pertence, a
classe social e as várias relações
estabelecidas interferem na formação
da opinião pública.
“Toda a opinião é uma opinião de
classe, uma opinião determinada pelo
grupo social em que se vive.”
(Marx)
Relaciona-se com o conjunto de
crenças e ideologias que tem disposição
para expressar-se.
Os estereótipos são fantasias que
determinam atitudes que podem levar à
ação. Pessoas, frases e modelos podem
transformar-se em estereótipos.
Criar estereótipos, alterar e induzir
opiniões requer a persuasão.
24. SOCIEDADE E OPINIÃO PÚBLICA
Ex: Grupos Ex: Líderes Ex. Mass Media
Todos nós pertencemos a
grupos, onde partilhamos
opiniões, finalidades e
objetivos.
É no interior destes
grupos que as opiniões se
formam, sejam elas de
apoio ou oposição.
Indivíduos que se
destacam dos restantes do
grupo.
Caracterizam-se pela
forte personalidade e
poder de persuasão.
Conseguem mobilizar o
grupo e atribuir uma
sensação de realização de
um objetivo.
Os mass media, através
de persuasão direta ou
indireta têm o poder de
controlar as notícias e
as ideias, formando a
opinião pública e, com
isso, exercendo uma
verdadeira manipulação
de massas.
25. ACULTURAÇÃO
• NATUREZA DAS RELAÇÕES CULTURAIS:
– Coexistência Cultural: ocorre quando há convivência entre duas
ou mais culturas.
– Troca Cultural: quando alguns elementos culturais se unificam
devido a trocas comerciais, matrimónio ou guerras.
– Fusão Cultural: quando os elementos culturais de duas ou mais
culturas se misturam e dão origem a uma nova cultura.
– Segregação Cultural: quando se verifica a recusa de qualquer
tipo de aculturação.