Módulo 2. O
dinamismo
civilizacional da
Europa
Ocidental nos
séc. XIII a XIV
Espaços,
Poderes e
Vivências
O Quadro
económico e
demográfico
02
O ocidente em recuperação
O desenvolvimento
agrícola
Implementam-se inovações que conduzem ao incremento e expansão da produção
agrícola:
■ novos sistemas de cultivo (passa-se a utilizar a técnica do pousio ou o sistema de
afolhamento trienal; uso do estrume; maior criação de gado);
■ alargamento das áreas cultivadas (arroteamentos, drenagens e secagens de
pântanos…);
■ divulgação do uso da Nora e dos moinhos de vento…
■ instrumentos fabricados em ferro;
■ processos que facilitam a tração animal: a atrelagem em fila, a ferradura, a coelheira, a
charrua.
O Desenvolvimento do
comércio
● O aumento da produção, ao possibilitar
a acumulação de excedentes, conduziu ao
desenvolvimento do comércio e à
generalização do uso de moeda, a qual
facilitou as trocas comerciais.
● Reabrem-se as rotas terrestres
europeias e desenvolvem-se as ligações
marítimas mediterrâneas, entre outras.
• A introdução dos sistemas de crédito ficou a dever-se a alguns fatores:
• o risco e dificuldade do transporte de espécies monetárias;
• a insuficiência de moeda metálica.
• Instrumentos de crédito utilizados:
• Letra de feira;
• Letra de câmbio;
• Cheque.
• A diversidade das espécies monetárias em circulação fez surgir a classe dos banqueiros
ou cambistas, atividade que permitia um grande enriquecimento.
• Desenvolvem-se ainda os mercados e feiras.
Novas práticas
comerciais
Com o desenvolvimento comercial, surge a necessidade de obter mais fundos para
custear as expedições. Assim, surgem novas formas de associação, de onde se
destacam:
● Comendas – o sócio investidor financiava em 100% o negócio, recebendo 75% dos
lucros finais.
● Companhias – normalmente com capitais de membros de uma mesma família, que
investia em todas as atividades: comerciais, industriais e bancárias).
● Guildas – associações de mercadores de uma cidade.
● Hansas – associações de cidades mercantis.
Polos de comércio
O surto
urbano
A cidade dispunha de um centro onde se
localizava um edifício religioso (a Catedral) e
uma praça onde se agrupavam os edifícios
administrativos e o mercado. Daqui partiam
as ruas mais importantes.
As outras, secundárias, ligavam as ruas
principais (as destinadas ao tráfego, comércio
e festejos da cidade) entre si, de uma forma
labiríntica e mesmo tortuosa (sistema
radioconcêntrico).
Nos bairros centrais da cidade habitavam os mais ricos e importantes, ao passo que
os pobres viviam em zonas mais afastadas da cidade.
A cidade era ainda composta pelos
arrabaldes e pelo termo. Os primeiros
eram os bairros fora das muralhas,
destinados aqueles que a cidade
marginalizava.
O termo era o conjunto dos campos
agrícolas que rodeavam a cidade e
que a abasteciam, em troca de certos
privilégios.
No século XIII, a cidade é, assim, um lugar de prosperidade.
Atraídos pelo sonho de riqueza, muitos camponeses abandonam o campo e instalam-
-se nos arrabaldes das cidades. Porém, muitos experimentam a miséria, ampliada
pelo sentimento de solidão, por falta das redes tradicionais de apoio (família, vizinhos,
paróquia). Surgem novas estruturas de apoio e redes de solidariedade.
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A crise do
séc. XIV
Um novo quadro económico-
social
• A esperança média de vida não ultrapassa os 30 anos;
• Apesar das melhorias na agricultura, o esgotamento dos
solos leva a novos períodos de carência alimentar;
• O clima arrefece, prejudicando as colheitas;
• A paragem dos arroteamentos que se verifica já desde finais do séc. XIII associada ao
baixo rendimento das sementeiras agravam a carência alimentar.
• A mortalidade era elevada, principalmente nas crianças e mulheres em idade fértil;
• A população para de crescer.
Fomes, pestes e guerras
• Ao longo do séc. XIV, ocorre uma confluência de factos que explicam a designação de
trilogia de morte:
• A crise agrícola que provoca fomes como a de 1315-1317, a oscilação dos preços, o
despovoamento dos campos e o agudizar dos conflitos sociais.
• A Peste Negra (1348) e as várias epidemias que assolam o mundo. A população
subalimentada não resiste.
Consequências da crise
• A ruína e abandono dos campos - muitos senhores e camponeses morreram, deixando
as suas terras sem semear.
• Os bosques e pântanos alargam a sua área.
• A população rural, que vive numa constante insegurança, inicia uma fuga desordenada
para as cidades, onde procuravam obter uma vida melhor.
• A quebra dos rendimentos senhoriais.
• As revoltas sociais.
• As desordens sociais e o bandoleirismo organizado.
• A crise monetária e as desvalorizações.
Consequências mentais
• As crises constantes do século XIV exerceram grande influência na mentalidade das
populações da época, modificando os comportamentos: surgem os movimentos de
penitência (como forma de alcançar a vida eterna); as manifestações coletivas de
piedade...
• Muitos aproveitavam para gozar a vida, abandonando o trabalho e a família.
• Em várias regiões europeias reaparecem os
Flagelantes, penitentes que procuravam a
salvação coletiva e individual.
Medidas de resolução
Em Portugal:
• D. Afonso IV publica a Circular de 1349:
- Obrigatoriedade de continuação de trabalho.
- Tabelamento de salários.
- Impedimento de mobilidade da mão de obra.
• D. Pedro I publica as Posturas Municipais (1361): Tabelamento de Salários.
• D. Fernando publica a Lei das Sesmarias (1375): obrigatoriedade de cultivo da terra sob
pena de expropriação; tabelamento dos salários; coação dos mendigos e dos
vagabundos ao trabalho rural…

1.2. O quadro económico e demográfico XII-XIV.ppsx

  • 1.
    Módulo 2. O dinamismo civilizacionalda Europa Ocidental nos séc. XIII a XIV Espaços, Poderes e Vivências
  • 2.
  • 3.
    O ocidente emrecuperação
  • 4.
    O desenvolvimento agrícola Implementam-se inovaçõesque conduzem ao incremento e expansão da produção agrícola: ■ novos sistemas de cultivo (passa-se a utilizar a técnica do pousio ou o sistema de afolhamento trienal; uso do estrume; maior criação de gado); ■ alargamento das áreas cultivadas (arroteamentos, drenagens e secagens de pântanos…); ■ divulgação do uso da Nora e dos moinhos de vento… ■ instrumentos fabricados em ferro; ■ processos que facilitam a tração animal: a atrelagem em fila, a ferradura, a coelheira, a charrua.
  • 5.
    O Desenvolvimento do comércio ●O aumento da produção, ao possibilitar a acumulação de excedentes, conduziu ao desenvolvimento do comércio e à generalização do uso de moeda, a qual facilitou as trocas comerciais. ● Reabrem-se as rotas terrestres europeias e desenvolvem-se as ligações marítimas mediterrâneas, entre outras.
  • 6.
    • A introduçãodos sistemas de crédito ficou a dever-se a alguns fatores: • o risco e dificuldade do transporte de espécies monetárias; • a insuficiência de moeda metálica. • Instrumentos de crédito utilizados: • Letra de feira; • Letra de câmbio; • Cheque. • A diversidade das espécies monetárias em circulação fez surgir a classe dos banqueiros ou cambistas, atividade que permitia um grande enriquecimento. • Desenvolvem-se ainda os mercados e feiras.
  • 8.
    Novas práticas comerciais Com odesenvolvimento comercial, surge a necessidade de obter mais fundos para custear as expedições. Assim, surgem novas formas de associação, de onde se destacam: ● Comendas – o sócio investidor financiava em 100% o negócio, recebendo 75% dos lucros finais. ● Companhias – normalmente com capitais de membros de uma mesma família, que investia em todas as atividades: comerciais, industriais e bancárias). ● Guildas – associações de mercadores de uma cidade. ● Hansas – associações de cidades mercantis.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
    A cidade dispunhade um centro onde se localizava um edifício religioso (a Catedral) e uma praça onde se agrupavam os edifícios administrativos e o mercado. Daqui partiam as ruas mais importantes. As outras, secundárias, ligavam as ruas principais (as destinadas ao tráfego, comércio e festejos da cidade) entre si, de uma forma labiríntica e mesmo tortuosa (sistema radioconcêntrico).
  • 12.
    Nos bairros centraisda cidade habitavam os mais ricos e importantes, ao passo que os pobres viviam em zonas mais afastadas da cidade. A cidade era ainda composta pelos arrabaldes e pelo termo. Os primeiros eram os bairros fora das muralhas, destinados aqueles que a cidade marginalizava. O termo era o conjunto dos campos agrícolas que rodeavam a cidade e que a abasteciam, em troca de certos privilégios.
  • 13.
    No século XIII,a cidade é, assim, um lugar de prosperidade. Atraídos pelo sonho de riqueza, muitos camponeses abandonam o campo e instalam- -se nos arrabaldes das cidades. Porém, muitos experimentam a miséria, ampliada pelo sentimento de solidão, por falta das redes tradicionais de apoio (família, vizinhos, paróquia). Surgem novas estruturas de apoio e redes de solidariedade.
  • 14.
    CREDITS: This presentationtemplate was created by Slidesgo, and includes icons by Flaticon, and infographics & images by Freepik A crise do séc. XIV
  • 15.
    Um novo quadroeconómico- social • A esperança média de vida não ultrapassa os 30 anos; • Apesar das melhorias na agricultura, o esgotamento dos solos leva a novos períodos de carência alimentar; • O clima arrefece, prejudicando as colheitas; • A paragem dos arroteamentos que se verifica já desde finais do séc. XIII associada ao baixo rendimento das sementeiras agravam a carência alimentar. • A mortalidade era elevada, principalmente nas crianças e mulheres em idade fértil; • A população para de crescer.
  • 16.
    Fomes, pestes eguerras • Ao longo do séc. XIV, ocorre uma confluência de factos que explicam a designação de trilogia de morte: • A crise agrícola que provoca fomes como a de 1315-1317, a oscilação dos preços, o despovoamento dos campos e o agudizar dos conflitos sociais. • A Peste Negra (1348) e as várias epidemias que assolam o mundo. A população subalimentada não resiste.
  • 17.
    Consequências da crise •A ruína e abandono dos campos - muitos senhores e camponeses morreram, deixando as suas terras sem semear. • Os bosques e pântanos alargam a sua área. • A população rural, que vive numa constante insegurança, inicia uma fuga desordenada para as cidades, onde procuravam obter uma vida melhor. • A quebra dos rendimentos senhoriais. • As revoltas sociais. • As desordens sociais e o bandoleirismo organizado. • A crise monetária e as desvalorizações.
  • 18.
    Consequências mentais • Ascrises constantes do século XIV exerceram grande influência na mentalidade das populações da época, modificando os comportamentos: surgem os movimentos de penitência (como forma de alcançar a vida eterna); as manifestações coletivas de piedade... • Muitos aproveitavam para gozar a vida, abandonando o trabalho e a família. • Em várias regiões europeias reaparecem os Flagelantes, penitentes que procuravam a salvação coletiva e individual.
  • 19.
    Medidas de resolução EmPortugal: • D. Afonso IV publica a Circular de 1349: - Obrigatoriedade de continuação de trabalho. - Tabelamento de salários. - Impedimento de mobilidade da mão de obra. • D. Pedro I publica as Posturas Municipais (1361): Tabelamento de Salários. • D. Fernando publica a Lei das Sesmarias (1375): obrigatoriedade de cultivo da terra sob pena de expropriação; tabelamento dos salários; coação dos mendigos e dos vagabundos ao trabalho rural…