O documento discute a história da educação de surdos ao longo dos séculos, desde a Antiguidade até o século 18. Aborda as primeiras tentativas de educar surdos, o desenvolvimento do oralismo e da linguagem de sinais, e o debate entre as abordagens oralista e gestual no século 18.
O documento discute estratégias para ensinar linguagem funcional para crianças surdas na educação infantil, incluindo atividades como respiração, relaxamento, exercícios orais e articulação, ritmo, leitura labial e dramatização. A dramatização é a estratégia principal para ensinar linguagem através de jogos de papéis e conversação. O objetivo é ajudar as crianças a adquirir português oral e escrito.
Elaboração e utilização de materiais didáticos para o ensino de Português c...Valeria de Oliveira
O documento discute a elaboração de materiais didáticos para o ensino de Língua Portuguesa para surdos nos anos iniciais. A oficina teve como objetivos apresentar informações sobre a política de inclusão do surdo, mostrar como adaptar atividades de leitura e escrita para surdos, e ilustrar textos e exercícios que facilitem a leitura de estudantes surdos. A oficina incluiu aulas expositivas sobre o cenário educacional dos surdos e abordagens para ensinar Língua Portuguesa como segunda
O documento discute o papel do profissional surdo na educação de crianças e jovens surdos. Primeiro, destaca que ser surdo significa pertencer a uma cultura visual e à língua de sinais. Em seguida, explica que crianças surdas com pais ouvintes têm interações limitadas e dificuldades cognitivas, enquanto a língua de sinais é essencial para o desenvolvimento das crianças surdas. Por fim, defende que o profissional surdo ajuda a promover a identidade surda e a líng
O documento discute a educação bilíngue para surdos no Brasil. Em três frases:
1) A educação bilíngue defende o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua de instrução, ao contrário da educação especial que vê a surdez como deficiência.
2) Pesquisas mostram que crianças surdas aprendem melhor na educação bilíngue, onde interagem com professores e colegas usuários de Libras.
3) No entanto, desafios permanecem como qualificar o ensino
Metodologia de Ensino de Língua Inglesa Leticia Costa
Trabalho de apresentação sobre a resenha do livro Línguas estrangeiras: o ensino em um contexto cultural. Postagem para a avaliação final do trabalho feito por alunas do curso de graduação de Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
O documento discute o ensino bilíngue nas escolas indígenas brasileiras. Aborda os diferentes tipos de bilinguismo, como o de transição, manutenção e imersão, e os desafios do ensino bilíngue, como a falta de professores qualificados e o empobrecimento das línguas indígenas. Também apresenta estratégias para fortalecer as línguas indígenas por meio do ensino bilíngue, como planejamento linguístico e formação de professores bilíngues.
Língua estrangeira na escola pública – é possível ensiná la...Marcos Santos
O documento discute como ensinar línguas estrangeiras nas escolas públicas brasileiras de maneira efetiva, descontruindo crenças limitantes e propondo estratégias como o uso de textos, músicas, vídeos e grupos de estudos na língua-alvo.
O documento discute estratégias para ensinar linguagem funcional para crianças surdas na educação infantil, incluindo atividades como respiração, relaxamento, exercícios orais e articulação, ritmo, leitura labial e dramatização. A dramatização é a estratégia principal para ensinar linguagem através de jogos de papéis e conversação. O objetivo é ajudar as crianças a adquirir português oral e escrito.
Elaboração e utilização de materiais didáticos para o ensino de Português c...Valeria de Oliveira
O documento discute a elaboração de materiais didáticos para o ensino de Língua Portuguesa para surdos nos anos iniciais. A oficina teve como objetivos apresentar informações sobre a política de inclusão do surdo, mostrar como adaptar atividades de leitura e escrita para surdos, e ilustrar textos e exercícios que facilitem a leitura de estudantes surdos. A oficina incluiu aulas expositivas sobre o cenário educacional dos surdos e abordagens para ensinar Língua Portuguesa como segunda
O documento discute o papel do profissional surdo na educação de crianças e jovens surdos. Primeiro, destaca que ser surdo significa pertencer a uma cultura visual e à língua de sinais. Em seguida, explica que crianças surdas com pais ouvintes têm interações limitadas e dificuldades cognitivas, enquanto a língua de sinais é essencial para o desenvolvimento das crianças surdas. Por fim, defende que o profissional surdo ajuda a promover a identidade surda e a líng
O documento discute a educação bilíngue para surdos no Brasil. Em três frases:
1) A educação bilíngue defende o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua de instrução, ao contrário da educação especial que vê a surdez como deficiência.
2) Pesquisas mostram que crianças surdas aprendem melhor na educação bilíngue, onde interagem com professores e colegas usuários de Libras.
3) No entanto, desafios permanecem como qualificar o ensino
Metodologia de Ensino de Língua Inglesa Leticia Costa
Trabalho de apresentação sobre a resenha do livro Línguas estrangeiras: o ensino em um contexto cultural. Postagem para a avaliação final do trabalho feito por alunas do curso de graduação de Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
O documento discute o ensino bilíngue nas escolas indígenas brasileiras. Aborda os diferentes tipos de bilinguismo, como o de transição, manutenção e imersão, e os desafios do ensino bilíngue, como a falta de professores qualificados e o empobrecimento das línguas indígenas. Também apresenta estratégias para fortalecer as línguas indígenas por meio do ensino bilíngue, como planejamento linguístico e formação de professores bilíngues.
Língua estrangeira na escola pública – é possível ensiná la...Marcos Santos
O documento discute como ensinar línguas estrangeiras nas escolas públicas brasileiras de maneira efetiva, descontruindo crenças limitantes e propondo estratégias como o uso de textos, músicas, vídeos e grupos de estudos na língua-alvo.
O documento discute a educação bilíngüe para alunos surdos no Brasil. Ele explica que a Libras é a língua natural dos surdos e deve ser ensinada desde cedo, enquanto o português é ensinado como segunda língua. Isso garante que os alunos surdos tenham acesso igual ao conhecimento e possam se desenvolver plenamente.
A importancia do ensino de libras na educacao fundamentalLuan Felipe Frade
Este documento discute a importância do ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na educação de crianças surdas. A LIBRAS é essencial para o desenvolvimento cognitivo e social de crianças surdas, mas muitas escolas não oferecem ensino adequado de LIBRAS. É importante que as escolas preparem professores para ensinar LIBRAS e adotem currículos que valorizem essa língua.
Universidade do estado do rio de janeiromarta santos
O documento discute a diversidade linguística no Brasil e a importância de reconhecer e respeitar as diferentes variedades da língua portuguesa faladas no país. Ele propõe um projeto pedagógico com atividades para alunos do 4o ano compreenderem a variação linguística e combater o preconceito contra determinados dialetos e sotaques.
1) O documento discute a ideologia de que alunos de escolas públicas têm menos aptidão para aprender línguas estrangeiras.
2) Ao longo da história, houve três orientações metodológicas para o ensino de línguas estrangeiras: ênfase estruturalista, comunicativa e nos letramentos múltiplos.
3) A proposta atual é promover o conhecimento mútuo e a compreensão entre culturas por meio de atividades de produção oral e escrita.
O documento discute:
1) A educação de surdos, comparando visões clínico-terapêuticas e sócio-antropológicas
2) As limitações enfrentadas por surdos na escola, trabalho e família
3) A importância do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na educação de surdos
Este documento descreve uma experiência de ensino de espanhol em uma escola técnica que abordou o tema do bullying. As atividades desenvolvidas durante um mês incluíram assistir a um filme sobre bullying, debates sobre o assunto e a produção de textos. Isso permitiu desenvolver competências linguísticas em espanhol e também discutir um problema social relevante. Os alunos se envolveram com o tema e apresentaram propostas para prevenir o bullying na escola.
O documento discute o papel do intérprete educacional de Língua Brasileira de Sinais (Libras) no município do Rio de Janeiro. Ele destaca a importância de se respeitar as diferenças dos alunos surdos e atender suas necessidades linguísticas por meio da Libras. Também discute os desafios do trabalho do intérprete em equilibrar as culturas da língua de sinais e da língua oral.
1) O documento discute um programa de educação bilíngue inclusivo para surdos no município de Piracicaba, incluindo desafios da formação de professores e intérpretes.
2) O programa coloca alunos surdos e ouvintes juntos em salas de aula com o apoio de intérpretes e oferece oficinas adicionais de LIBRAS e Português.
3) Após alguns anos de implementação, o programa tem gerado reflexões sobre como melhorar o atendimento e formação dos profissionais envolvidos.
Metodologia do ensino de lingua inglesa avaliação - Adriana Yuri Takamori SeichiAdriana Takamori
Este documento resume um capítulo de um livro sobre o ensino de línguas estrangeiras em contexto cultural. O capítulo discute a importância da interação e criatividade em ambientes comunicativos de aprendizagem, com ênfase no uso de materiais autênticos e projetos de trabalho em grupo. Também aborda questões comunicativas no contexto do mundo globalizado do século 21.
Trabalho de Metodologia da Língua InglesaFabymaciel36
[1] O documento resume os capítulos 4 e 5 de um livro sobre o ensino de línguas estrangeiras em contexto cultural. [2] Discutem-se técnicas interativas de ensino como trabalhos em grupo e projetos para promover a motivação e autonomia dos alunos. [3] Também são abordados conceitos como competência comunicativa, uso de textos autênticos e a era pós-método de ensino.
O documento discute a educação de pessoas surdas, enfatizando a importância do ensino bilíngue em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e português. Apresenta três momentos didáticos para o atendimento educacional especializado de alunos surdos: o ensino de conteúdos em Libras, o ensino de Libras e o ensino da língua portuguesa. Também discute as dificuldades na aquisição da linguagem por crianças surdas e a necessidade de estimular seu desenvolvimento cognitivo.
1) O documento discute as práticas de letramento na educação bilíngue para surdos.
2) Ele argumenta que o ensino de português como segunda língua para surdos deve ser mediado por elementos visuais como a Língua Brasileira de Sinais.
3) O documento busca superar concepções equivocadas sobre língua/linguagem e o ensino de língua materna versus segunda língua para surdos.
Ideais para ensino do portugues aos surdosasustecnologia
Este capítulo discute o contexto bilíngue da educação de surdos, reconhecendo a importância da Língua Brasileira de Sinais e da língua portuguesa. Apresenta conceitos como educação bilíngue, aquisição das línguas pela criança surda, estágios de interlíngua e alfabetização em português no contexto do aluno surdo.
Este documento descreve o projeto de implementação da educação bilíngue em 21 escolas municipais do Rio de Janeiro como escolas piloto. Ele define educação bilíngue, professor bilíngue e alfabetização de surdos, e descreve os componentes, critérios de seleção, visitas, relatórios e pontos fortes de cada escola piloto.
Este documento é um livro publicado em 2004 pelo Ministério da Educação sobre ensino de língua portuguesa para surdos. O livro fornece caminhos para a prática pedagógica de língua portuguesa dirigida a alunos surdos e faz parte do Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos.
Letramento e alfabetização. A muitas facetas Magda SoaresSusana Felix
O documento discute a evolução dos conceitos de alfabetização e letramento nas últimas décadas. A autora argumenta que o conceito de letramento surgiu na década de 1980 para descrever práticas avançadas de leitura e escrita, em contraste com a alfabetização básica. Enquanto nos países desenvolvidos esses conceitos são tratados separadamente, no Brasil eles se misturaram e confundiram. A autora pretende defender a especificidade e indissociabilidade de alfabetização e letramento tanto teoricamente quanto
A oralidade e a escrita prof roberta scheibe1Roberta Scheibe
O documento discute os conceitos de oralidade, escrita, alfabetização e letramento. Aprendemos ao longo da vida por meio da interação social e da experiência, não apenas em salas de aula. Letramento envolve as práticas sociais da leitura e escrita, não apenas habilidades básicas. Oralidade e escrita devem ser vistas como complementares, não opostas.
O documento descreve o período entre 1822-1836 no Instituto Nacional de Surdos de Paris, quando o método oralista começou a ser adotado em detrimento do método gestual. Isto causou revolta entre os professores e alunos Surdos. Os banquetes anuais em homenagem ao Abade de L'Épee tornaram-se importantes eventos para a comunidade Surda se organizar e defender a língua gestual.
No século XX, os surdos na Alemanha sofreram perseguição na 2a Guerra Mundial e quase 600 morreram. Nos EUA, o movimento "Deaf President Now!" protestou até que um surdo fosse nomeado reitor da Universidade Gallaudet. Na Europa, a França e Suécia reconheceram suas línguas gestuais, enquanto a Espanha ainda luta pelo reconhecimento. A Grã-Bretanha também reconheceu a Língua Gestual Britânica. A arte sempre teve participação de artistas sur
O período do oralismo em Portugal iniciou em 1913 com a introdução do método oral no ensino de Surdos. Em 1922 foi criado o Instituto de Surdos-Mudos de Jacob Rodrigues Pereira que se tornou na escola modelo em Portugal. O método oral foi implementado e a Língua Gestual foi proibida, visando o desenvolvimento da fala.
Durante o período entre 1822 e 1838 no Instituto Nacional de Surdos de Paris, o Barão Gerando defendeu o ensino oralista e proibiu a língua gestual, levando os professores surdos a serem afastados. Os banquetes de surdos em 1834 constituíram o movimento associativo surdo como fórum para defender seus direitos. As principais associações internacionais como a RAD, NAD, WFD e União Europeia de Surdos contribuíram defendendo os direitos das pessoas surdas e reconhecendo a importância das línguas gestua
O documento discute a educação bilíngüe para alunos surdos no Brasil. Ele explica que a Libras é a língua natural dos surdos e deve ser ensinada desde cedo, enquanto o português é ensinado como segunda língua. Isso garante que os alunos surdos tenham acesso igual ao conhecimento e possam se desenvolver plenamente.
A importancia do ensino de libras na educacao fundamentalLuan Felipe Frade
Este documento discute a importância do ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na educação de crianças surdas. A LIBRAS é essencial para o desenvolvimento cognitivo e social de crianças surdas, mas muitas escolas não oferecem ensino adequado de LIBRAS. É importante que as escolas preparem professores para ensinar LIBRAS e adotem currículos que valorizem essa língua.
Universidade do estado do rio de janeiromarta santos
O documento discute a diversidade linguística no Brasil e a importância de reconhecer e respeitar as diferentes variedades da língua portuguesa faladas no país. Ele propõe um projeto pedagógico com atividades para alunos do 4o ano compreenderem a variação linguística e combater o preconceito contra determinados dialetos e sotaques.
1) O documento discute a ideologia de que alunos de escolas públicas têm menos aptidão para aprender línguas estrangeiras.
2) Ao longo da história, houve três orientações metodológicas para o ensino de línguas estrangeiras: ênfase estruturalista, comunicativa e nos letramentos múltiplos.
3) A proposta atual é promover o conhecimento mútuo e a compreensão entre culturas por meio de atividades de produção oral e escrita.
O documento discute:
1) A educação de surdos, comparando visões clínico-terapêuticas e sócio-antropológicas
2) As limitações enfrentadas por surdos na escola, trabalho e família
3) A importância do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na educação de surdos
Este documento descreve uma experiência de ensino de espanhol em uma escola técnica que abordou o tema do bullying. As atividades desenvolvidas durante um mês incluíram assistir a um filme sobre bullying, debates sobre o assunto e a produção de textos. Isso permitiu desenvolver competências linguísticas em espanhol e também discutir um problema social relevante. Os alunos se envolveram com o tema e apresentaram propostas para prevenir o bullying na escola.
O documento discute o papel do intérprete educacional de Língua Brasileira de Sinais (Libras) no município do Rio de Janeiro. Ele destaca a importância de se respeitar as diferenças dos alunos surdos e atender suas necessidades linguísticas por meio da Libras. Também discute os desafios do trabalho do intérprete em equilibrar as culturas da língua de sinais e da língua oral.
1) O documento discute um programa de educação bilíngue inclusivo para surdos no município de Piracicaba, incluindo desafios da formação de professores e intérpretes.
2) O programa coloca alunos surdos e ouvintes juntos em salas de aula com o apoio de intérpretes e oferece oficinas adicionais de LIBRAS e Português.
3) Após alguns anos de implementação, o programa tem gerado reflexões sobre como melhorar o atendimento e formação dos profissionais envolvidos.
Metodologia do ensino de lingua inglesa avaliação - Adriana Yuri Takamori SeichiAdriana Takamori
Este documento resume um capítulo de um livro sobre o ensino de línguas estrangeiras em contexto cultural. O capítulo discute a importância da interação e criatividade em ambientes comunicativos de aprendizagem, com ênfase no uso de materiais autênticos e projetos de trabalho em grupo. Também aborda questões comunicativas no contexto do mundo globalizado do século 21.
Trabalho de Metodologia da Língua InglesaFabymaciel36
[1] O documento resume os capítulos 4 e 5 de um livro sobre o ensino de línguas estrangeiras em contexto cultural. [2] Discutem-se técnicas interativas de ensino como trabalhos em grupo e projetos para promover a motivação e autonomia dos alunos. [3] Também são abordados conceitos como competência comunicativa, uso de textos autênticos e a era pós-método de ensino.
O documento discute a educação de pessoas surdas, enfatizando a importância do ensino bilíngue em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e português. Apresenta três momentos didáticos para o atendimento educacional especializado de alunos surdos: o ensino de conteúdos em Libras, o ensino de Libras e o ensino da língua portuguesa. Também discute as dificuldades na aquisição da linguagem por crianças surdas e a necessidade de estimular seu desenvolvimento cognitivo.
1) O documento discute as práticas de letramento na educação bilíngue para surdos.
2) Ele argumenta que o ensino de português como segunda língua para surdos deve ser mediado por elementos visuais como a Língua Brasileira de Sinais.
3) O documento busca superar concepções equivocadas sobre língua/linguagem e o ensino de língua materna versus segunda língua para surdos.
Ideais para ensino do portugues aos surdosasustecnologia
Este capítulo discute o contexto bilíngue da educação de surdos, reconhecendo a importância da Língua Brasileira de Sinais e da língua portuguesa. Apresenta conceitos como educação bilíngue, aquisição das línguas pela criança surda, estágios de interlíngua e alfabetização em português no contexto do aluno surdo.
Este documento descreve o projeto de implementação da educação bilíngue em 21 escolas municipais do Rio de Janeiro como escolas piloto. Ele define educação bilíngue, professor bilíngue e alfabetização de surdos, e descreve os componentes, critérios de seleção, visitas, relatórios e pontos fortes de cada escola piloto.
Este documento é um livro publicado em 2004 pelo Ministério da Educação sobre ensino de língua portuguesa para surdos. O livro fornece caminhos para a prática pedagógica de língua portuguesa dirigida a alunos surdos e faz parte do Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos.
Letramento e alfabetização. A muitas facetas Magda SoaresSusana Felix
O documento discute a evolução dos conceitos de alfabetização e letramento nas últimas décadas. A autora argumenta que o conceito de letramento surgiu na década de 1980 para descrever práticas avançadas de leitura e escrita, em contraste com a alfabetização básica. Enquanto nos países desenvolvidos esses conceitos são tratados separadamente, no Brasil eles se misturaram e confundiram. A autora pretende defender a especificidade e indissociabilidade de alfabetização e letramento tanto teoricamente quanto
A oralidade e a escrita prof roberta scheibe1Roberta Scheibe
O documento discute os conceitos de oralidade, escrita, alfabetização e letramento. Aprendemos ao longo da vida por meio da interação social e da experiência, não apenas em salas de aula. Letramento envolve as práticas sociais da leitura e escrita, não apenas habilidades básicas. Oralidade e escrita devem ser vistas como complementares, não opostas.
O documento descreve o período entre 1822-1836 no Instituto Nacional de Surdos de Paris, quando o método oralista começou a ser adotado em detrimento do método gestual. Isto causou revolta entre os professores e alunos Surdos. Os banquetes anuais em homenagem ao Abade de L'Épee tornaram-se importantes eventos para a comunidade Surda se organizar e defender a língua gestual.
No século XX, os surdos na Alemanha sofreram perseguição na 2a Guerra Mundial e quase 600 morreram. Nos EUA, o movimento "Deaf President Now!" protestou até que um surdo fosse nomeado reitor da Universidade Gallaudet. Na Europa, a França e Suécia reconheceram suas línguas gestuais, enquanto a Espanha ainda luta pelo reconhecimento. A Grã-Bretanha também reconheceu a Língua Gestual Britânica. A arte sempre teve participação de artistas sur
O período do oralismo em Portugal iniciou em 1913 com a introdução do método oral no ensino de Surdos. Em 1922 foi criado o Instituto de Surdos-Mudos de Jacob Rodrigues Pereira que se tornou na escola modelo em Portugal. O método oral foi implementado e a Língua Gestual foi proibida, visando o desenvolvimento da fala.
Durante o período entre 1822 e 1838 no Instituto Nacional de Surdos de Paris, o Barão Gerando defendeu o ensino oralista e proibiu a língua gestual, levando os professores surdos a serem afastados. Os banquetes de surdos em 1834 constituíram o movimento associativo surdo como fórum para defender seus direitos. As principais associações internacionais como a RAD, NAD, WFD e União Europeia de Surdos contribuíram defendendo os direitos das pessoas surdas e reconhecendo a importância das línguas gestua
Em Portugal no século XIX:
1) A Língua Gestual foi instituída em 1833 para educar surdos.
2) Em 1870, um professor criou uma escola gratuita para surdos usando o método gestual.
3) Nos anos 1880-1890, escolas para surdos foram abertas e fechadas em várias cidades, com métodos orais ou gestuais sendo usados.
A história e educação dos surdos (renata pontes araújo 201103535 8)Renata Araújo
O documento resume a história e educação dos surdos ao longo dos tempos. Começa descrevendo como diferentes culturas antigas tratavam os surdos, desde adoração até lançá-los ao mar. A primeira escola para surdos foi criada na França no século 18. Ao longo dos séculos, foram desenvolvidas línguas de sinais e métodos de ensino, e atualmente a tecnologia auxilia na inclusão dos surdos.
O documento descreve vários educadores importantes para a história da educação de surdos, como Sicard, Massieu, Clerc e Gallaudet. Também discute as diferentes abordagens de ensino defendidas por Bell, Clerc e Gallaudet. Finalmente, resume os eventos do Congresso de Milão de 1880 que estabeleceram o método oral como preferencial na educação de surdos na Europa.
O documento discute conceitos e métodos históricos, incluindo a distinção entre a história positivista e a nova história, fontes primárias e secundárias, e ciências auxiliares da história como arqueologia e demografia. Também lista obras de referência importantes sobre a história dos surdos e reflete sobre a importância dos conhecimentos adquiridos para realizar pesquisas históricas.
O documento descreve a situação dos surdos durante a Segunda Guerra Mundial, quando muitos foram esterilizados e assassinados pelo regime nazi por serem considerados "imperfeitos". Também aborda o movimento "Deaf President Now" nos EUA, quando estudantes surdos exigiram um presidente surdo na universidade Gallaudet. Por fim, discute o reconhecimento das línguas gestuais na Europa, com exemplos da França, Suécia, Espanha e Grã-Bretanha.
Inovação, teoria e prática no ensino bilingue trab. ind.hipopotama
Este documento discute a importância da Língua Gestual Portuguesa (LGP) como a língua materna das crianças surdas e propõe um modelo de educação bilingue para surdos que prioriza o desenvolvimento da LGP desde cedo. O documento também descreve os desafios do desenvolvimento das crianças surdas filhas de pais ouvintes e as qualificações necessárias para professores de LGP.
Historia da educação do surdo, segunfo Fernandinoasustecnologia
O documento descreve trechos da biografia do abade l'Epée escrita por Ferdinand Berthier em 1840. Berthier elogia l'Epée por criar a primeira escola para surdos na França, mas critica seu método por modificar a língua de sinais de forma a torná-la estranha aos surdos. O texto também discute os debates históricos sobre qual língua deveria ser usada na educação dos surdos, entre a língua de sinais e a oral, um debate que ainda ocorre hoje.
O documento discute a história dos movimentos sociais surdos e do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no Brasil, com foco em São Paulo e Rio de Janeiro. Ele descreve como os surdos eram marginalizados e como as associações surdas e os intérpretes de Libras lutaram pelo reconhecimento da língua de sinais. Apesar da lei de 2002, ainda há desafios em garantir os direitos surdos na educação e no mercado de trabalho.
ARTEFATO CULTURAL DO SURDO: VIDA CULTURAL E ARTES VISUAIS - RELATO DE EPERIÊN...mitiyo
O documento descreve uma visita de estudantes surdos a um museu, com o objetivo de promover sua cultura e arte visual. A experiência permitiu que os alunos observassem obras de arte, aprendessem novos sinais e consolidassem conhecimentos em Língua Brasileira de Sinais e português escrito.
A Língua Gestual Portuguesa (LGP) é a língua usada pela comunidade surda em Portugal para se comunicar. Ela usa gestos sistematizados e é processada visualmente. Apesar de inicialmente ser proibida, a LGP agora é reconhecida como uma das línguas oficiais de Portugal desde 1997. Ela tem sua própria gramática e vocabulário que variam regionalmente.
Três bruxas chamadas Rita Maldita, Rosa Maldosa e Conceição Maldição vão reclamar com o Pai Natal por nunca terem recebido presentes no Natal. Elas limpam o castelo enquanto esperam e à meia-noite recebem cada uma um embrulho com um cartão com um nome mais bonito.
Este documento descreve os elementos essenciais de uma carta, incluindo sua estrutura, tipos, e funções comunicativas. A carta permite a comunicação entre um remetente e destinatário ausentes, e deve ser adequada ao contexto e relação entre os interlocutores.
La Unión Europea ha acordado un paquete de sanciones contra Rusia por su invasión de Ucrania. Las sanciones incluyen restricciones a las transacciones con bancos rusos clave y la prohibición de la venta de aviones y equipos a Rusia. Los líderes de la UE esperan que las sanciones aumenten la presión económica sobre Rusia y la disuadan de continuar su agresión contra Ucrania.
Fundamentos da educaaao_de_surdos_1354887964Ivan Machado
1. A educação de surdos passou por diversas mudanças ao longo da história, saindo do isolamento no século XVI para métodos que usavam a língua de sinais ou a oralização.
2. O Congresso de Milão em 1880 declarou a superioridade do método oral, levando à hegemonia do modelo oralista por um século e banimento da língua de sinais.
3. A partir da década de 1960, estudos passaram a reconhecer a língua de sinais como uma língua legítima, valorizando a
O documento discute a educação bilíngüe para pessoas surdas, argumentando que a língua de sinais deve ser ensinada como primeira língua e que as pessoas surdas formam uma minoria cultural distinta, não um grupo com deficiência.
O documento descreve a evolução histórica da educação e do tratamento de pessoas com deficiência, desde a antiguidade até os dias atuais. Começando pela exclusão em Esparta na Grécia antiga, passando pela segregação em asilos na Idade Média até o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais no século 21.
O documento discute o uso de jogos adaptados para ensinar Libras (Língua Brasileira de Sinais) em salas de aula regulares em Castanhal, Pará. O objetivo é promover maior interação entre alunos surdos e ouvintes, facilitando o aprendizado. A pesquisa mostra como o ensino de Libras é desenvolvido e sugere reflexões sobre como fazer um trabalho diferenciado e atrativo para alunos surdos.
Faculdade Evangélica do Meio Norte-FAEMEUFMA e UEMA
O documento discute a história da educação de surdos, desde a antiguidade até a era moderna. Apresenta os principais educadores e suas abordagens, como o método gestual de Charles-Michel de l'Epée versus o método oral de Samuel Heinicke. Também descreve a fundação da primeira escola para surdos nos EUA por Thomas Hopkins Gallaudet e Laurent Clerc.
3o slide linha do tempo na historia da educacao de surdosJean Rodrigo
O documento descreve a linha do tempo da história da educação de surdos, desde a Antiguidade até os dias atuais. Começa com a exclusão de surdos na Grécia Antiga e continua com períodos de segregação e abandono na Idade Média e Moderna. No século XVIII, surge o primeiro pesquisador a desenvolver um método de ensino para surdos. Ao longo dos séculos, houve controvérsias entre métodos orais e de língua de sinais, culminando no Congresso de Milão que proibiu a língua de sina
A influncia da libras no processo educacional de estudantes surdos em escola ...mardone visgueira
O documento discute a influência da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no processo educacional de estudantes surdos em escolas regulares. Aborda a história da educação de surdos e como a inclusão da Libras no currículo escolar tem proporcionado melhores condições de ensino-aprendizagem para esses estudantes, vistos não mais como tendo déficit cognitivo.
Os educadores Pedro Ponce de Léon, Pablo Bonet e John Bulwer tiveram influência na história da educação de surdos ao desenvolverem métodos iniciais de ensino, como um alfabeto manual e reconhecendo a linguagem gestual. John Wallis e Konrad Amman também contribuíram estudando formas de ensinar surdos a escrever e falar. Abade de L'Épee e Samuel Heinicke desenvolveram métodos distintos, gestual versus oral, que dominaram o debate sobre educação de surdos por séculos.
História da Libras e como ela surgiu no mundo.LucasBrando77
O documento discute a história da educação de surdos no Brasil e da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Apresenta como a Libras se formou a partir da chegada de Edward Huet em 1855, trazendo a Língua de Sinais Francesa. Também discute as diferentes filosofias educacionais aplicadas aos surdos ao longo do tempo, desde a proibição das línguas de sinais até a adoção do bilinguismo.
O documento discute o mito de que é preciso saber gramática para falar e escrever bem. Apresenta diversas citações de escritores que demonstraram ter dificuldades com gramática, mas escreviam bem. Também mostra que a língua grega se desenvolveu literariamente antes da criação das primeiras gramáticas. Defende que a gramática deve descrever a norma culta, e não estabelecer regras, e que seu ensino não garante a formação de bons usuários da língua.
O documento apresenta uma linha do tempo da história da educação de surdos, desde a antiguidade até a era contemporânea. Destaca os principais pensadores e suas abordagens, como o oralismo defendido por Amman no século XVIII e o reconhecimento da língua de sinais por Charles-Michel de L'Epée. O Congresso de Milão em 1880 marcou o triunfo do oralismo puro sobre a língua de sinais na educação de surdos na Europa e América Latina.
Este documento apresenta o plano de aulas para a disciplina "Educação Bilíngue: Libras / Língua Portuguesa". O curso abordará histórico da educação de surdos, identidade surda, LIBRAS e relações entre LIBRAS e português ao longo de 8 semanas com aulas expositivas e práticas em LIBRAS. O curso avaliará a participação dos alunos por meio de resenhas, dramatizações e autoavaliação.
O documento discute a proposta de educação bilíngue para crianças surdas, reconhecendo a língua de sinais como primeira língua e o português como segunda. O bilinguismo ajuda no desenvolvimento cognitivo e ampliação do vocabulário, permitindo que crianças surdas se desenvolvam integralmente e se integrem tanto na cultura surda quanto ouvinte. É importante que as crianças adquiram primeiro a língua de sinais para facilitar o aprendizado do português.
O documento discute a Língua Brasileira de Sinais (Libras), incluindo sua importância no ensino e aprendizagem de surdos. Libras é reconhecida como uma língua natural que evoluiu culturalmente e possui sua própria gramática. O documento também descreve a importância da disciplina de Libras nos cursos de licenciatura para preparar professores a se comunicarem com alunos surdos.
O documento descreve a história dos surdos desde a antiguidade até o século XIX. Inicialmente, os surdos eram vistos como inferiores e incapazes. Posteriormente, educadores como Charles Michel de L'Epée reconheceram a língua de sinais como meio efetivo de ensino, permitindo que os surdos tivessem acesso ao conhecimento. No entanto, ainda havia resistência de quem defendia a oralização forçada. A luta pela aceitação da língua de sinais continuou ao longo dos séculos
1. O documento descreve a evolução histórica dos métodos de ensino de línguas estrangeiras, desde os primeiros métodos no século XVI até a abordagem comunicativa moderna.
2. Os principais métodos discutidos incluem o método tradicional de gramática e tradução, o método direto e a abordagem comunicativa.
3. A ascensão da linguística como ciência no século XIX influenciou o desenvolvimento de novos métodos baseados em princípios científicos.
1. O documento descreve a evolução histórica dos métodos de ensino de línguas estrangeiras.
2. Inicialmente, o método tradicional de gramática e tradução era dominante, focando em regras gramaticais e tradução.
3. Posteriormente, surgiram novos métodos como o direto e audiolingual, influenciados pelo avanço da linguística e fonética.
Este documento discute a história dos surdos, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a surdez. A história dos surdos é traçada desde a antiguidade, quando eram maltratados, até os dias atuais, com o reconhecimento da Libras como língua oficial no Brasil. A Libras teve origem na língua de sinais francesa e passou a ser reconhecida como língua própria em 2002. Por fim, aborda as causas da surdez, como ruídos intensos, do
Este documento resume um projeto de estágio realizado para ensinar espanhol como língua estrangeira para alunos do ensino médio. O projeto desenvolveu atividades para as quatro habilidades linguísticas ao longo de oito dias utilizando músicas como recurso didático. O estágio contribuiu para o desenvolvimento profissional dos autores ao observarem a realidade das escolas públicas.
Este documento resume um projeto de estágio realizado para ensinar espanhol como língua estrangeira para alunos do ensino médio. O projeto utilizou músicas e atividades práticas para desenvolver as quatro habilidades linguísticas ao longo de oito dias. O estágio contribuiu para o aprendizado dos futuros professores e destacou desafios como falta de recursos e variação nos níveis dos alunos.
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Lacerda historia abordagens_educacionais
1. Um pouco da história das diferentes abordagens na educação dos surdos
Cristina B.F. de Lacerda*
Resumo: A educação dos surdos é um problema inquietante por suas dificuldades e
limitações. Ao longo da história, esse assunto tem sido polêmico, gerando desdobramentos
em várias vertentes com diferentes conseqüências. O objetivo deste artigo é dar a conhecer
um pouco de sua história, focalizando principalmente o oralismo, a comunicação total e o
bilingüismo como propostas educacionais e suas implicações.
Palavras-chave: educação de surdos, crianças deficientes auditivas: educação, educação
especial
A educação de surdos é um assunto inquietante, principalmente pelas dificuldades que
impõe e por suas limitações. As propostas educacionais direcionadas para o sujeito surdo
têm como objetivo proporcionar o desenvolvimento pleno de suas capacidades; contudo,
não é isso que se observa na prática. Diferentes práticas pedagógicas envolvendo os
sujeitos surdos apresentam uma série de limitações, e esses sujeitos, ao final da
escolarização básica, não são capazes de ler e escrever satisfatoriamente ou ter um domínio
adequado dos conteúdos acadêmicos. Esses problemas têm sido abordados por uma série
de autores que, preocupados com a realidade escolar do surdo no Brasil, procuram
identificar tais problemas (Fernandes 1989, Trenche 1995 e Mélo 1995) e apontar
caminhos possíveis para a prática pedagógica (Góes 1996 e Lacerda 1996). Nesse sentido,
parece oportuno refletir sobre alguns aspectos da educação de surdos ao longo da história,
procurando compreender seus desdobramentos e influências sobre a educação na
atualidade.
Durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média pensava-se que os surdos não
fossem educáveis, ou que fossem imbecis. Os poucos textos encontrados referem-se
prioritariamente a relatos de curas milagrosas ou inexplicáveis (Moores 1978).
É no início do século XVI que se começa a admitir que os surdos podem aprender através
de procedimentos pedagógicos sem que haja interferências sobrenaturais. Surgem relatos
de diversos pedagogos que se dispuseram a trabalhar com surdos, apresentando diferentes
resultados obtidos com essa prática pedagógica. O propósito da educação dos surdos,
então, era que estes pudessem desenvolver seu pensamento, adquirir conhecimentos e se
comunicar com o mundo ouvinte. Para tal, procurava-se ensiná-los a falar e a compreender
a língua falada, mas a fala era considerada uma estratégia, em meio a outras, de se alcançar
tais objetivos.
Entretanto, era freqüente na época manter em segredo o modo como se conduzia a
educação dos surdos. Cada pedagogo trabalhava autonomamente e não era comum a troca
de experiências. Heinicke, importante pedagogo alemão, professor de surdos, escreveu que
2. seu método de educação não era conhecido por ninguém, exceto por seu filho. Alegava ter
passado por tantas dificuldades que não pretendia dividir suas conquistas com ninguém
(Sánchez 1990). Assim, torna-se difícil saber o que era feito naquela época; em
conseqüência, muitos dos trabalhos desenvolvidos se perderam.
A figura do preceptor era muito freqüente em tal contexto educacional. Famílias nobres e
influentes que tinham um filho surdo contratavam os serviços de professores/preceptores
para que ele não ficasse privado da fala e conseqüentemente dos direitos legais, que eram
subtraídos daqueles que não falavam. O espanhol Pedro Ponce de Leon é, em geral,
reconhecido nos trabalhos de caráter histórico como o primeiro professor de surdos.
Nas tentativas iniciais de educar o surdo, além da atenção dada à fala, a língua escrita
também desempenhava papel fundamental. Os alfabetos digitais eram amplamente
utilizados. Eles eram inventados pelos próprios professores, porque se argumentava que se
o surdo não podia ouvir a língua falada, então ele podia lê-la com os olhos. Falava-se da
capacidade do surdo em correlacionar as palavras escritas com os conceitos diretamente,
sem necessitar da fala. Muitos professores de surdos iniciavam o ensinamento de seus
alunos através da leitura-escrita e, partindo daí, instrumentalizavam-se diferentes técnicas
para desenvolver outras habilidades, tais como leitura labial e articulação das palavras.
Os surdos que podiam se beneficiar do trabalho desses professores eram muito poucos,
somente aqueles pertencentes às famílias abastadas. É justo pensar que houvesse um
grande número de surdos sem qualquer atenção especial e que, provavelmente, se vivessem
agrupados, poderiam ter desenvolvido algum tipo de linguagem de sinais através da qual
interagissem.
A partir desse período podem ser distinguidas, nas propostas educacionais vigentes,
iniciativas antecedentes do que hoje chamamos de "oralismo" e outras antecedentes do que
chamamos de `"gestualismo'".
Em seu início, no campo da pedagogia do surdo, existia um acordo unânime sobre a
conveniência de que esse sujeito aprendesse a língua que falavam os ouvintes da sociedade
na qual viviam; porém, no bojo dessa unanimidade, já no começo do século XVIII, foi
aberta uma brecha que se alargaria com o passar do tempo e que separaria
irreconciliavelmente oralistas de gestualistas. Os primeiros exigiam que os surdos se
reabilitassem, que superassem sua surdez, que falassem e, de certo modo, que se
comportassem como se não fossem surdos. Os proponentes menos tolerantes pretendiam
reprimir tudo o que fizesse recordar que os surdos não poderiam falar como os ouvintes.
Impuseram a oralização para que os surdos fossem aceitos socialmente e, nesse processo,
deixava-se a imensa maioria dos surdos de fora de toda a possibilidade educativa, de toda a
possibilidade de desenvolvimento pessoal e de integração na sociedade, obrigando-os a se
organizar de forma quase clandestina. Os segundos, gestualistas, eram mais tolerantes
diante das dificuldades do surdo com a língua falada e foram capazes de ver que os surdos
desenvolviam uma linguagem que, ainda que diferente da oral, era eficaz para a
comunicação e lhes abria as portas para o conhecimento da cultura, incluindo aquele
dirigido para a língua oral. Com base nessas posições, já abertamente encontradas no final
do século XVIII, configuram-se duas orientações divergentes na educação de surdos, que
se mantiveram em oposição até a atualidade, apesar das mudanças havidas no
desdobramento de propostas educacionais.
3. Como representante mais importante do que se conhece como abordagem gestualista está o
"método francês" de educação de surdos. O abade Charles M. De L'Epée foi o primeiro a
estudar uma língua de sinais usada por surdos, com atenção para suas características
lingüísticas. O abade, a partir da observação de grupos de surdos, verifica que estes
desenvolviam um tipo de comunicação apoiada no canal viso-gestual, que era muito
satisfatória. Partindo dessa linguagem gestual, ele desenvolveu um método educacional,
apoiado na linguagem de sinais da comunidade de surdos, acrescentando a esta sinais que
tornavam sua estrutura mais próxima à do francês e denominou esse sistema de "sinais
metódicos". A proposta educativa defendia que os educadores deveriam aprender tais
sinais para se comunicar com os surdos; eles aprendiam com os surdos e, através dessa
forma de comunicação, ensinavam a língua falada e escrita do grupo socialmente
majoritário.
Diferentemente de seus contemporâneos, De L'Epée não teve problemas para romper com
a tradição das práticas secretas e não se limitou a trabalhar individualmente com poucos
surdos. Em 1775, fundou uma escola, a primeira em seu gênero, com aulas coletivas, onde
professores e alunos usavam os chamados sinais metódicos. Divulgava seus trabalhos em
reuniões periódicas e propunha-se a discutir seus resultados. Em 1776, publicou um livro
no qual divulgava suas técnicas. Seus alunos manejavam bem a escrita, e muitos deles
ocuparam mais tarde o lugar de professores de outros surdos. Nesse período, alguns surdos
puderam destacar-se e ocupar posições importantes na sociedade de seu tempo. O abade
mostrava-se orgulhoso de que seus discípulos não só liam e escreviam em francês, mas que
podiam refletir e discutir sobre os conceitos que expressavam, embora houvesse avaliações
contrárias que indicavam haver profundas restrições nesse suposto êxito. Existem vários
livros datados dessa época, escritos por surdos, que abordam suas dificuldades de
expressão e os problemas ocasionados pela surdez (Lane e Fischer 1993).
Para De L'Epée, a linguagem de sinais é concebida como a língua natural dos surdos e
como veículo adequado para desenvolver o pensamento e sua comunicação. Para ele, o
domínio de uma língua, oral ou gestual, é concebido como um instrumento para o sucesso
de seus objetivos e não como um fim em si mesmo. Ele tinha claras a diferença entre
linguagem e fala e a necessidade de um desenvolvimento pleno de linguagem para o
desenvolvimento normal dos sujeitos.
Contemporaneamente a De L'Epée havia renomados pedagogos oralistas que o criticavam
e que desenvolviam outro modo de trabalhar com os surdos, como, por exemplo, Pereira,
em Portugal, e Heinicke, na Alemanha. Heinicke é considerado o fundador do oralismo e
de uma metodologia que ficou conhecida como o "método alemão". Para ele, o pensamento
só é possível através da língua oral, e depende dela. A língua escrita teria uma importância
secundária, devendo seguir a língua oral e não precedê-la. O ensinamento através da
linguagem de sinais significava ir em contrário ao avanço dos alunos (Moores 1978). Os
pressupostos de Heinicke têm até hoje adeptos e defensores.
Em conseqüência do avanço e da divulgação das práticas pedagógicas com surdos, foi
realizado, em 1878, em Paris, o I Congresso Internacional sobre a Instrução de Surdos, no
qual se fizeram acalorados debates a respeito das experiências e impressões sobre o
trabalho realizado até então. Naquele congresso alguns grupos defendiam a idéia de que
falar era melhor que usar sinais, mas que estes eram muito importantes para a criança
poder se comunicar. Alí, os surdos tiveram algumas conquistas importantes, como o direito
4. a assinar documentos, tirando-os da "marginalidade" social, mas ainda estava distante a
possibilidade de uma verdadeira integração social.
Em 1880, foi realizado o II Congresso Internacional, em Milão, que trouxe uma completa
mudança nos rumos da educação de surdos e, justamente por isso, ele é considerado um
marco histórico. O congresso foi preparado por uma maioria oralista com o firme propósito
de dar força de lei às suas proposições no que dizia respeito à surdez e à educação de
surdos. O método alemão vinha ganhando cada vez mais adeptos e estendendo-se
progressivamente para a maioria dos países europeus, acompanhando o destaque político
da Alemanha no quadro internacional da época.
As discussões do congresso foram feitas em debates acaloradíssimos. Apresentaram-se
muitos surdos que falavam bem, para mostrar a eficiência do método oral. Com exceção da
delegação americana (cinco membros) e de um professor britânico, todos os participantes,
em sua maioria europeus e ouvintes, votaram por aclamação a aprovação do uso exclusivo
e absoluto da metodologia oralista e a proscrição da linguagem de sinais. Acreditava-se
que o uso de gestos e sinais desviasse o surdo da aprendizagem da língua oral, que era a
mais importante do ponto de vista social. As resoluções do congresso (que era uma
instância de prestígio e merecia ser seguida) foram determinantes no mundo todo,
especialmente na Europa e na América Latina.
As decisões tomadas no Congresso de Milão levaram a que a linguagem gestual fosse
praticamente banida como forma de comunicação a ser utilizada por pessoas surdas no
trabalho educacional. A única oposição clara feita ao oralismo foi apresentada por
Gallaudet que, desenvolvendo nos Estados Unidos um trabalho baseado nos sinais
metódicos do abade De L'Epée, discordava dos argumentos apresentados, reportando-se
aos sucessos obtidos por seus alunos (Sachs 1990, Lane 1989).
Com o Congresso de Milão termina uma época de convivência tolerada na educação dos
surdos entre a linguagem falada e a gestual e, em particular, desaparece a figura do
professor surdo que, até então, era freqüente. Era o professor surdo que, na escola,
intervinha na educação, de modo a ensinar/transmitir um certo tipo de cultura e de
informação através do canal visogestual e que, após o congresso, foi excluído das escolas.
Assim, no mundo todo, a partir do Congresso de Milão, o oralismo foi o referencial
assumido e as práticas educacionais vinculadas a ele foram amplamente desenvolvidas e
divulgadas. Essa abordagem não foi, praticamente, questionada por quase um século. Os
resultados de muitas décadas de trabalho nessa linha, no entanto, não mostraram grandes
sucessos. A maior parte dos surdos profundos não desenvolveu uma fala socialmente
satisfatória e, em geral, esse desenvolvimento era parcial e tardio em relação à aquisição de
fala apresentada pelos ouvintes, implicando um atraso de desenvolvimento global
significativo. Somadas a isso estavam as dificuldades ligadas à aprendizagem da leitura e
da escrita: sempre tardia, cheia de problemas, mostrava sujeitos, muitas vezes, apenas
parcialmente alfabetizados após anos de escolarização. Muitos estudos apontam para tais
problemas, desenvolvidos em diferentes realidades e que acabam revelando sempre o
mesmo cenário: sujeitos pouco preparados para o convívio social, com sérias dificuldades
de comunicação, seja oral ou escrita, tornando claro o insucesso pedagógico dessa
abordagem (Johnson et al. 1991, Fernandes 1989).
5. Nada de realmente importante aconteceu em relação ao oralismo até o início dos anos 50,
com as novas descobertas técnicas e a possibilidade de se "protetizar" crianças surdas
muito pequenas. Era um novo impulso para a educação voltada para a vocalização. Foram
desenvolvidas novas técnicas para que a escola pudesse trabalhar sobre aspectos da
percepção auditiva e de leitura labial da linguagem falada, surgindo assim um grande
número de métodos, dando ensejo a momentos de nova esperança de que, com o uso de
próteses, se pudessem educar crianças com surdez grave e profunda a ouvir e,
conseqüentemente, a falar.
Para os oralistas, a linguagem falada é prioritária como forma de comunicação dos surdos e
a aprendizagem da linguagem oral é preconizada como indispensável para o
desenvolvimento integral das crianças. De forma geral, sinais e alfabeto digitais são
proibidos, embora alguns aceitem o uso de gestos naturais, e recomenda-se que a recepção
da linguagem seja feita pela via auditiva (devidamente treinada) e pela leitura orofacial
(Trenche 1995).
Os métodos orais sofrem uma série de críticas pelos limites que apresentam, mesmo com o
incremento do uso de próteses. As críticas vêm, principalmente, dos Estados Unidos.
Alguns métodos prevêem, por exemplo, que se ensinem palavras para crianças surdas de
um ano. Entretanto, elas terão de entrar em contato com essas palavras de modo
descontextualizado de interlocuções efetivas, tornando a linguagem algo difícil e artificial.
Outro aspecto a ser desenvolvido é a leitura labial, que para a idade de um ano é, em
termos cognitivos, uma tarefa bastante complexa, para não dizer impossível. É muito
difícil para uma criança surda profunda, ainda que "protetizada", reconhecer, tão
precocemente, uma palavra através da leitura labial. Limitar-se ao canal vocal significa
limitar enormemente a comunicação e a possibilidade de uso dessa palavra em contextos
apropriados. O que ocorre praticamente não pode ser chamado de desenvolvimento de
linguagem, mas sim de treinamento de fala organizado de maneira formal, artificial, com o
uso da palavra limitado a momentos em que a criança está sentada diante de desenhos, fora
de contextos dialógicos propriamente ditos, que de fato permitiriam o desenvolvimento do
significado das palavras. Esse aprendizado de linguagem é desvinculado de situações
naturais de comunicação, e restringe as possibilidades do desenvolvimento global da
criança.
Na década de 1960, começaram a surgir estudos sobre as línguas de sinais utilizadas pelas
comunidades surdas. Apesar da proibição dos oralistas no uso de gestos e sinais, raramente
se encontrava uma escola ou instituição para surdos que não tivesse desenvolvido, às
margens do sistema, um modo próprio de comunicação através dos sinais.
A primeira caracterização de uma língua de sinais usada entre pessoas surdas se encontra
nos escritos do abade De L'Epée. Muito tempo se passou até que o interesse pelo estudo
das línguas de sinais de um ponto de vista lingüístico fosse despertado novamente, o que
ocorreu nos anos 60 com os estudos de Willian Stokoe (1978).
Ao estudar a Língua de Sinais Americana (ASL), Stokoe encontra uma estrutura que, de
muitos modos, se assemelha àquela das línguas orais. Argumenta que, assim como da
combinação de um número restrito de sons (fonemas) cria-se um número vastíssimo de
unidades dotadas de significado (palavras), com a combinação de um número restrito de
unidades mínimas na dimensão gestual (queremas) pode-se produzir um grande número de
unidades com significados (sinais). Propôs também em sua análise que um sinal pode ser
6. decomposto em três parâmetros básicos: O lugar no espaço onde as mãos se movem, a
configuração da(s) mão(s) ao realizar o sinal e o movimento da(s) mão(s) ao realizar o
sinal, sendo estes então os "traços distintivos" dos sinais.
Esses estudos iniciais e outros que vieram após o pioneiro trabalho de Stokoe revelaram
que as línguas de sinais eram verdadeiras línguas, preenchendo em grande parte os
requisitos que a lingüística de então colocava para as línguas orais.
O descontentamento com o oralismo e as pesquisas sobre línguas de sinais deram origem a
novas propostas pedagógico-educacionais em relação à educação da pessoa surda, e a
tendência que ganhou impulso nos anos 70 foi a chamada comunicação total. "A
Comunicação Total é a prática de usar sinais, leitura orofacial, amplificação e alfabeto
digital para fornecer inputs lingüísticos para estudantes surdos, ao passo que eles podem
expressar-se nas modalidades preferidas" (Stewart 1993, p. 118). O objetivo é fornecer à
criança a possibilidade de desenvolver uma comunicação real com seus familiares,
professores e coetâneos, para que possa construir seu mundo interno. A oralização não é o
objetivo em si da comunicação total, mas uma das áreas trabalhadas para possibilitar a
integração social do indivíduo surdo. A comunicação total pode utilizar tanto sinais
retirados da língua de sinais usada pela comunidade surda quanto sinais gramaticais
modificados e marcadores para elementos presentes na língua falada, mas não na língua de
sinais. Dessa forma, tudo o que é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que
o representam, o que facilitaria a aquisição da língua oral e posteriormente da leitura e da
escrita (Moura 1993).
Entretanto, a forma de implementar a comunicação total mostra-se muito diferente nas
diversas experiências relatadas; nota-se que muitas foram as maneiras de realizar essa
prática envolvendo sinais, fala e outros recursos.
Práticas reunidas sob o nome de comunicação total, em suas várias acepções, foram
amplamente desenvolvidas nos Estados Unidos e em outros países nas décadas de 1970 e
1980 e muitos estudos foram realizados para verificar sua eficácia. O que esses estudos
têm apontado é que, em relação ao oralismo, alguns aspectos do trabalho educativo foram
melhorados e que os surdos, no final do processo escolar, conseguem compreender e se
comunicar um pouco melhor. Entretanto, segundo essas análises avaliativas, eles
apresentam ainda sérias dificuldades em expressar sentimentos e idéias e comunicar-se em
contextos extra-escolares. Em relação à escrita, os problemas apresentados continuam a ser
muito importantes, sendo que poucos sujeitos alcançam autonomia nesse modo de
produção de linguagem. Observam-se alguns poucos casos bem-sucedidos, mas a grande
maioria não consegue atingir níveis acadêmicos satisfatórios para sua faixa etária. Em
relação aos sinais, estes ocupam um lugar meramente acessório de auxiliar da fala, não
havendo um espaço para seu desenvolvimento. Assim, muitas vezes, os surdos atendidos
segundo essa orientação comunicam-se precariamente apesar do acesso aos sinais. É que
esse acesso é ilusório no âmbito de tais práticas, pois os alunos não aprendem a
compreender os sinais como uma verdadeira língua, e desse uso não decorre um efetivo
desenvolvimento lingüístico. Os sinais constituem um apoio para a língua oral e
continuam, de certa forma, "quase interditados" aos surdos.
O que a comunicação total favoreceu de maneira efetiva foi o contato com sinais, que era
proibido pelo oralismo, e esse contato propiciou que os surdos se dispusessem à
aprendizagem das línguas de sinais, externamente ao trabalho escolar. Essas línguas são
7. freqüentemente usadas entre os alunos, enquanto na relação com o professor é usado um
misto de língua oral com sinais.
Paralelamente ao desenvolvimento das propostas de comunicação total, estudos sobre
línguas de sinais foram se tornando cada vez mais estruturados e com eles foram surgindo
também alternativas educacionais orientadas para uma educação bilíngüe. Essa proposta
defende a idéia de que a língua de sinais é a língua natural dos surdos, que, mesmo sem
ouvir, podem desenvolver plenamente uma língua visogestual. Certos estudos (Bouvet
1990) mostram que as línguas de sinais são adquiridas pelos surdos com naturalidade e
rapidez, possibilitando o acesso a uma linguagem que permite uma comunicação eficiente
e completa como aquela desenvolvida por sujeitos ouvintes. Isso também permitiria ao
surdo um desenvolvimento cognitivo, social etc. muito mais adequado, compatível com
sua faixa etária.
O modelo de educação bilíngüe contrapõe-se ao modelo oralista porque considera o canal
visogestual de fundamental importância para a aquisição de linguagem da pessoa surda. E
contrapõe-se à comunicação total porque defende um espaço efetivo para a língua de sinais
no trabalho educacional; por isso advoga que cada uma das línguas apresentadas ao surdo
mantenha suas características próprias e que não se "`misture" uma com a outra. Nesse
modelo, o que se propõe é que sejam ensinadas duas línguas, a língua de sinais e,
secundariamente, a língua do grupo ouvinte majoritário. A língua de sinais é considerada a
mais adaptada à pessoa surda, por contar com a integridade do canal visogestual. Porque as
interações podem fluir, a criança surda é exposta, então, o mais cedo possível, à língua de
sinais, aprendendo a sinalizar tão rapidamente quanto as crianças ouvintes aprendem a
falar. Ao sinalizar, a criança desenvolve sua capacidade e sua competência lingüística,
numa língua que lhe servirá depois para aprender a língua falada, do grupo majoritário,
como segunda língua, tornando-se bilíngüe, numa modalidade de bilingüismo sucessivo.
Essa situação de bilingüismo não é como aquela de crianças que têm pais que falam duas
línguas diferentes, porque nesse caso elas aprendem as duas línguas usando o canal
auditivo-vocal num bilingüismo contemporâneo, enquanto no caso das crianças surdas,
trata-se da aprendizagem de duas línguas que envolvem canais de comunicação diversos.
Pesquisas sobre esse tema (Taeschner 1985) apontam para a conveniência de não haver
sobreposição das duas línguas envolvidas. A aprendizagem da língua de sinais deve se dar
em família, quando possível, ou num outro contexto, com um membro da comunidade
surda, por exemplo, e a língua falada deve ser ensinada por uma outra pessoa
caracterizando um outro contexto comunicativo. Tais contextos não devem se sobrepor; as
pessoas que produzem cada uma das línguas com a criança, no início, devem ser pessoas
diferentes e o ideal parece ser que a família participe sinalizando. Num outro contexto, a
criança aprenderá a desenvolver sua capacidade articulatória e fará sua adaptação de
prótese e sua educação acústica. A língua de sinais estará sempre um pouco mais
desenvolvida e adiante da língua falada, de modo que a competência lingüística na língua
de sinais servirá de base para a competência na aquisição da língua falada. Será a
aprendizagem de uma língua através da competência em outra língua, como fazem os
ouvintes quando aprendem uma segunda língua sempre tendo por base sua língua materna.
O objetivo da educação bilíngüe é que a criança surda possa ter um desenvolvimento
cognitivo-lingüístico equivalente ao verificado na criança ouvinte, e que possa desenvolver
uma relação harmoniosa também com ouvintes, tendo acesso às duas línguas: a língua de
sinais e a língua majoritária.
8. A filosofia bilíngüe possibilita também que, dada a relação entre o adulto surdo e a criança,
esta possa construir uma auto-imagem positiva como sujeito surdo, sem perder a
possibilidade de se integrar numa comunidade de ouvintes. A língua de sinais poderia ser
introjetada pela criança surda como uma língua valorizada, coisa que até hoje tem sido
bastante difícil apesar de esta ocupar um lugar central na configuração das comunidades
surdas. O fato é que tais línguas foram sistematicamente rejeitadas e só recentemente têm
sido valorizadas pelos meios acadêmicos e pelos próprios surdos (Moura 1993).
As experiências com educação bilíngüe ainda são recentes; poucos países têm esse sistema
implantado há pelo menos dez anos. A aplicação prática do modelo de educação bilíngüe
não é simples e exige cuidados especiais, formação de profissionais habilitados, diferentes
instituições envolvidas com tais questões etc. Os projetos já realizados em diversas partes
do mundo (como Suécia, Estados Unidos, Venezuela e Uruguai) têm princípios filosóficos
semelhantes, mas se diferenciam em alguns aspectos metodológicos. Para alguns, é
necessária a participação de professores surdos, o que nem sempre é possível conseguir.
Quando se recorre a professores ouvintes, nem sempre sua competência em língua de
sinais é suficiente, comprometendo significativamente o processo de aprendizagem.
Algumas propostas indicam uma passagem da língua de sinais diretamente para a língua
escrita entendendo que a língua oral é muito difícil para o surdo, além de ser "antinatural".
Existem países que têm assegurado, por lei, o direito das pessoas surdas à língua de sinais;
outros realizam projetos envolvendo a educação bilíngüe quase à revelia das propostas
estatais.
Em cada um desses países o aprofundamento dos estudos sobre suas línguas de sinais é
diferente e, apenas em alguns casos, esses estudos estão bastante desenvolvidos. Nos
Estados Unidos, por exemplo, a Língua Americana de Sinais é bastante conhecida, talvez a
língua de sinais mais bem estudada até hoje. Entretanto, as práticas de comunicação total
são prevalentes lá, indicando que o desenvolvimento do conhecimento acadêmico sobre as
línguas de sinais não é suficiente para sua efetiva inserção no atendimento educacional. Em
outros países tais estudos são ainda iniciais, auxiliando pouco aqueles que desenvolvem
práticas de educação bilíngüe. Tais práticas remetem a um universo amplo de questões
ainda pouco explorado, que parece apresentar vários problemas ao mesmo tempo em que
aponta para formas de atendimento mais adequadas às pessoas surdas.
Em diversos países, como no nosso, as experiências com educação bilíngüe ainda estão
restritas a alguns poucos centros, dadas as dificuldades apontadas acima, e também pela
resistência de muitos em considerar a língua de sinais como uma língua verdadeira ou
aceitar sua adequação ao trabalho com as pessoas surdas. Assim sendo, a maioria das
práticas de educação para surdos ainda hoje é oralista ou se enquadra dentro da
comunicação total. Apesar de não haver dados oficiais do Brasil, pode-se afirmar, por
observações assistemáticas, que a comunicação total encontra-se em desenvolvimento
enquanto as práticas oralistas tendem a diminuir. Com o surgimento da comunicação total,
a grande mudança pedagógica foi a entrada dos sinais em sala de aula. O uso dos sinais
pode ser muito variado, dependendo da opção feita no trabalho de comunicação total.
Pode-se encontrar a língua de sinais sendo usada separadamente da fala, uso do português
sinalizado acompanhando a fala numa prática bimodal, fala acompanhada de sinais
retirados da língua de sinais, tentativas de representar todos os aspectos do português
falado em sinais etc.
9. Diante desse panorama é possível constatar que, de alguma maneira, as três principais
abordagens de educação de surdos (oralista, comunicação total e bilingüismo) coexistem,
com adeptos de todas elas nos diferentes países. Cada qual com seus prós e contras, essas
abordagens abrem espaço para reflexões na busca de um caminho educacional que de fato
favoreça o desenvolvimento pleno dos sujeitos surdos, contribuindo para que sejam
cidadãos em nossa sociedade.
A short history of different approaches to the education of the deaf
ABSTRACT: The education of the deaf is a complex problem characterised by difficulties
and limitations. Throughout history, this subject has been polemic bringing different
consequences to that education. This article aims at presenting the history of the education
of the deaf focusing on oralism, total communication, bilinguism and its consequences.
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