PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
História da Libras e como ela surgiu no mundo.
1. A Educação de Surdos e a
língua de sinais no Mundo,
no Brasil e no Maranhão
Prof. Me. Ricardo Oliveira Barros
2. Os objetivos nessa aula
• Analisar aspectos históricos da
formação da Libras
• Discutir filosofias educacionais
aplicadas à educação de surdos
• Refletir sobre as implicações da
história da Libras na visa dos surdos
3. Atenção!
• Como a Libras se formou?
• Como a cultura foi importante
para a resistência da Libras?
• Quais filosofias educacionais
foram aplicadas à educação de
surdos?
4. Começo da história
conhecida da Libras
• Chegada de Edward Huet
• 1855
• Surdo
• Discípulo de L’Epeé
• Ex-diretor do Instituto de Bourges
• Apresentado pelo embaixador da
França no Brasil e pelo Ministro de
Instrução Pública.
Campello,2011
5. Começo da história
conhecida da Libras
[...] se deu através de Língua de Sinais,
pode-se deduzir que ele utilizava os Sinais
e a escrita, sendo considerado inclusive o
introdutor de Língua de Sinais Francesa no
Brasil, onde ela acabou por mesclar-se
com a Língua de Sinais utilizada pelos
Surdos em nosso país. O curriculum por
ele apresentado, em 1856, colocava
disciplinas como Português, Aritmética,
História, Geografia e incluía “Linguagem
Articulada” e “Leitura sobre os lábios” para
os que tivessem aptidão para tanto.
Moura,2000apudQuadrosetal,2023, p.64
7. A língua de sinais no Instituto
Língua de sinais francesa (LSF)
• Methode pour enseigner aux
sourds muets la langue
française, por J.J.Valade Gabel,
• Methode d´enseigner aux sourds
Campello,2011, p.22
8. A língua de sinais de
fora do instituto
• Surdos existem há muito tempo.
• Há relatos de surdos se
encontrando para conversar antes
mesmo de haver instituições que
os educassem.
• Havia uma língua de sinais em
circulação no Brasil.
9. Concepções sobre a surdez
No século IV AC, Aristóteles supunha que todos
os processos envolvidos na aprendizagem
ocorressem através da audição e que, em
consequência, os surdos seriam menos
educáveis que os cegos. Na Idade Média,
supunha-se que os surdos não teriam acesso à
salvação, já que, de acordo com Paulo na
Epístola aos Romanos, a fé provem do ouvir a
palavra de Cristo.
Capovilla, 2001, p.100
10. Concepções sobre a surdez
[...]após ressaltar que o caráter
semiótico não-icônico dos sons da
linguagem é a forma mais habilidosa
de denominar as coisas, Kant (1793)
concluiu que os surdos "nunca podem
atingir mais do que um análogo da
razão" (1980, p.49), e que mesmo
após aprender a sentir os movimentos
dos órgãos da fala, o surdo "nunca
chegará aos conceitos gerais porque
os sinais de que ele precisará para
tanto nunca serão capazes de
representar uma generalidade" (1980,
p. 54)
Capovilla, 2001, p.101
11. Concepções sobre a surdez
Schopenhauer também
expressava ideias semelhantes.
Para ele, os surdos não teriam
acesso direto ao raciocínio, já
que o raciocínio depende da
linguagem, e, à época, toda
linguagem plena seria oral.
Capovilla, 2001, p.101
12. Concepções sobre a surdez
Saussure (1916) enfatizava a
arbitrariedade das relações entre o
signo e o seu referente, e a iconicidade
de certos sinais era vista como prova
de sua inferioridade. À época
concebia-se a língua de sinais como
uma forma inferior de comunicação
composta de um vocabulário limitado
de sinais equivalentes à mera
gesticulação mímica e pantomima, sem
estrutura hierárquica, gramática ou
abstração, limitada a uma
representação holística de certos
aspectos concretos da realidade.
Capovilla, 2001, p.101
13. Segunda metade do século XVIII
Samuel
Heinick
e
Abade
Michel de
l'Epée
Língua gestual Oralização
14.
15.
16.
17. A proibição das línguas de sinais
• Milão,1880
• No Brasil em 1911
• Colonialismo
(Ladd;Gonçalves, 2011)
• A Libras resiste
Milan1880onthetable
NancyRourke
18. Na Escola
• Ênfase na oralização e nos
déficits dos surdos;
• A educação do surdo
reduziu-se ao ensino da
oralização;
• Os professores surdos
foram expulsos das salas de
aula;
• A língua de sinais foi banida
do ensino dos surdos;
Na Sociedade
• A comunidade surda foi
excluída da política das
instituições de ensino;
• Os surdos passaram a
esconder-se e a isolar-se;
• Os surdos passaram a ser
vistos unicamente como
deficientes;
Reflexos do oralismo
19. Reflexos do oralismo
• Rebaixamento significativo no desempenho cognitivo;
• O nível educacional do surdo caiu muito abaixo dos
ouvintes;
• 25% dos formados conseguiam articular palavras
inteligivelmente.
• 30% eram dos surdos eram analfabetos;
• Menos de 10% tinham um nível de leitura apropriado à
sua idade.
• Mesmo com aparelhos de ampliação sonora, não há o
alcance pretendido.
20.
21. Como a língua de
sinais sobreviveu
“[...] ela sobreviveu graças à
resistência do povo surdas
contra essa prática ouvintista.
Muitas crianças em escolas para
surdos onde a língua de sinais é
proibida, muitas vezes a
praticam Às escondidas entre si
[...].”
Strobel, 2018, p.125 OralistChildAbuse
NancyRourke
22. A Comunicação Total
“A filosofia educacional da
comunicação total (Ciccone,
1990; Denton, 1970, Raymann &
Warth, 1981) advoga o uso de
todos os meios que possam
facilitar a comunicação, da fala
sinalizada, a uma série de
sistemas artificiais até os sinais”
Capovilla, 2001, p.104
23. A Comunicação Total
•Métodos da fala sinalizada:
Os sistemas de sinais
Os vocabulários de sinal
A soletração digital por
meio do alfabeto manual
24. A Comunicação Total
De acordo com Hansen (1990), em
meados dos anos 70, começaram a
surgir problemas para os quais a
comunicação total parecia não
haver resposta. Embora a
comunicação entre as crianças
surdas e a comunidade ouvinte
tivesse melhorado drasticamente
com a adoção dos métodos da
comunicação total, foi observado
que as habilidades de leitura e
escrita ainda continuavam mais
limitadas do que o esperado.
Capovilla, 2001, p.108
25. Recolocação dos surdos
1970
• Comunicação Total
Década de 80
• FENEIDA
• FENEIS
Década de 90
• Bilinguismo
1999
• A Educação que nós surdos queremos
• MEC promove cursos para instrutores surdos
(Quadros; Stumpf, 2018)
26. Bilinguismo
No programa bilingue, foi
decidido que o primeiro ano
seria dedicado
exclusivamente ao
desenvolvimento da
linguagem de sinais como
língua materna que forneceria
a base da edificação escolar.
Capovilla, 2001,p.110
27. Bilinguismo
• Forte desenvolvimento das habilidades de leitura;
• Grande expansão do vocabulário de palavras;
• Melhoramento substancialmente das habilidades de leitura
labial;
• Nas habilidades sociais, cognitivas e acadêmicas dos
jovens;
• Nas habilidades de tomar decisões informadas acerca de
si mesmos e de encontrar seu lugar no mundo.
28. Bilinguismo
• Desenvolvimento adequado de competências linguística e
comunicativa;
• Aquisição espontânea da língua de sinais;
• Conexão baseada na experiência entre o uso da
linguagem e a formação de conceitos;
• Desenvolvimento de padrões de linguagem apropriados à
faixa etária para auxiliar em uma série de funções;
• Desenvolvimento de respeito e identidade próprios como
pessoa surda.
29. Revisão
• Como a Libras se formou?
• Como a cultura foi importante
para a resistência da Libras?
• Quais filosofias educacionais
foram aplicadas à educação de
surdos?
30. Referências
CAMPELLO, Ana R. e S. A constituição histórica da língua de sinais brasileira:
século XVIII a XXI. Revista Mundo & Letras, José Bonifácio, São Paulo, v.2,
julho/2011.
QUADROS, Ronice M.; STUMPF, Marianne R. Reconhecimento da língua
brasileira de sinais: legislação da língua de sinais e seus desdobramentos. In:
STUMPF, M.R.; QUADROS, R.M. (orgs.) Estudos da língua brasileira de sinais.
v.IV. Florianópolis: PGL/UFSC, 2018.
QUADROS, Ronice Muller de; et al. A Gramática da Libras.- Rio de Janeiro: INES,
2023 p. 511; v. 01 e v.02.
LADD, Paddy; GONÇALVES, Janie C. do A. Culturas surdas e o desenvolvimento
de pedagogias surdas. In: KARNOPP; L.B.; KLEIN, M. LUNARDI-LAZZARIN, M.L.
(orgs.) Cultura surda na contemporaneidade: negociações, intercorrências e
provocações. – Canoas: Ed. ULBRA, 2011.
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 4. ed. 1 reimp. –