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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
O JB News está sendo editado em Maceió
Participando da XLX CMSB 2016
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.101– Maceió (AL) - domingo, 3 de julho de 2016
Bloco 1 -Almanaque
Bloco 2 -IrNewton Agrella – O Caminho das Pedras (Editorial de domingo)
Bloco 3 -IrJoão Ivo Girardi – Coluna do Irmão João Gira – Máximas Maçônicas
Bloco 4 -IrJosé Ronaldo Viega Alves – Caligrafia e a Leitura são preteridas no mundo moderno.......
Bloco 5 -IrHercule Spoladore – Os Donos de Loja
Bloco 6 -IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçonaria, Psicologia e Cabala
Bloco 7 - Destaques JB – Breviário Maçônico - versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 2/32
Livros de artigos nos Graus de
Aprendiz, Companheiro e Mestre
Publicados na Revista O PRUMO.
Durante o período de 1970 a 2015.
Pedidos: site http://www.gosc.org.br
Ou pelo telefone: (48) 3952-3300


1 – ALMANAQUE
Hoje é o 185º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante)
Faltam 181 para terminar este ano bissexto
Dia do Papa
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
LIVROS
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 3/32
Hugo Capeto – 3 de julho de 987 – Rei dos Francos
 324 - Batalha de Adrianópolis: Constantino derrota Licínio, forçando-o a retirar-se para Bizâncio.
 987 - Hugo Capeto é coroado rei da França. É o primeiro rei da dinastia capetíngia.
 1766 - Alvará português que determina sob a forma de proceder aos aforamentos dos baldios a bem dos
concelhos. Transfere para as câmaras, nos concelhos onde os donatários não tinham o direito de os
aforar, maninhos e logradouros comuns. Exige-se consulta à Mesa do Desembargo do Paço para fazer
novos aforamentos de baldios, a fim de evitar os abusos e compadrios nos aforamentos que eram feitos
por pensões diminutas.
 1822 - Criação do Ministério da Justiça do Brasil.
 1844 - O último casal de Arau-gigante é morto.
 1849 - A França entra em Roma para restaurar o Papa Pio IX ao Poder. Isso tornou um grande
obstáculo para a Unificação Italiana.
 1857
 Fundação de Montes Claros, em Minas Gerais.
 Fundação de Ubá, em Minas Gerais.
 1863 - Último dia da Batalha de Gettysburg. O Exército de Potomac, sob George Meade, derrota
o Exército da Virgínia do Norte de Robert Lee, na batalha mais sangrenta da Guerra Civil Americana e
de toda história dos Estados Unidos.
 1866 - A vitória da Prússia sobre a Áustria na Batalha de Königgratz conclui a Guerra Austro-
Prussiana, dando à vencedora o papel de nação germânica predominante.
 1890 - Idaho torna-se o 43.º estado norte-americano.
 1928 - A primeira transmissão de TV em cores é feita em Londres por J.L. Baird.
 1938 - Fundação do Guarany Sporting Clube (Guarany de Sobral), no estado do Ceará.
 1944 - Segunda Guerra Mundial: Minsk é libertada do controle nazista pelas tropas soviéticas durante
a Operação Bagration.
 1952 - Inauguração do primeiro templo dedicado a Santa Maria Goretti em terras brasileiras, na cidade
potiguar de Currais Novos.
 1962 - A Guerra da Argélia contra a França chega ao fim e é adotada a atual bandeira da Argélia.
 1966 - Registrada a mais alta temperatura na cidade de Nova Iorque (42 graus Celsius).
 1970 - Conflito na Irlanda do Norte: A operação "Falls Curfew" começa em Belfast, Irlanda do Norte.
EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 4/32
 1986 - Reinauguração da Estátua da Liberdade, onde foi feita uma limpeza e substituição da coroa.
 1988 - O voo 655 da companhia iraniana Iran Air, um Airbus A300, foi abatido por um navio de guerra
da marinha americana, o USS Vincennes (CG-49). Todas as 290 pessoas a bordo morreram.
 1988 - A Ponte Fatih Sultão Mehmet em Istambul, Turquia, é completada. É a segunda ponte que
conecta a Europa com a Ásia pelo Bósforo.
 2009 - O canal Jetix muda seu nome para Disney XD.
 2010 - Roza Otunbayeva assume oficialmente o cargo da presidência interina no Quirquistão, após uma
série de conflitos étnicos no país.
 2013 - Golpe de Estado no Egito derruba o então presidente Mohamed Mursi, sendo também suspensa a
constituição.
1504 Após uma permanência de seis meses na Baía de Babitonga, na costa catarinense, o comandante
francês Binot Palmier de Goneville e a tripulação de seu navio “Espoir” regressam à França. Este
comandante levou consigo um jovem indígena de nome Içá-Mirim (Formiga Pequena) , filho de
um cacique local, com a promessa de ensinar-lhe o manejo de arma de fogo e devolvê-lo vinte luas
depois, o que não ocorreu.
1818 Nasce, em São José, Guilherme Xavier de Souza. Fez a carreira militar e participou das campanhas
contra Rosas e Solano Lopes. Alcançou o posto de Marechal-de-Campo e, como tal, foi
Comandante em-Chefe do Exército Brasileiro quando da ocupação em Assunção. Morreu na
capital catarinense a 21 de dezembro de 1870.
1871 Morre, no Rio de Janeiro, o senador catarinense José da Silva Mafra.
1775 O Ir Prince Hall foi o primeiro americano negro a receber os graus da Maçonaria nos Estados
Unidos.
1777 O Grande Oriente de França cria a palavra semestral, mais tarde adotada pelas demais
potências.
1777 Constituição da Grande Loja de Niedersachsen, Alemanha.
1833 Fundação da Loja Salomão 21. uma das mais tradicionais e antigas em atividade até os dias de
hoje no Brasil.
1973 Fundação da Loja Flor da Acácia nr. 2025 de Itajaí (GOB/SC)
1990 Fundação da Loja Francis Bacon nr. 2610 de Goiânia (GOEB/GOB)
históricos de santa Catarina
Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 5/32
Ir Newton Agrella - CIM 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"O CAMINHO DAS PEDRAS"
Simbolicamente a Pedra é um elemento primordial para a relação que se estabelece entre o
Homem Livre e de Bons Costumes e a própria Maçonaria.
Não fosse isso, e ela não se constituiria em objeto da primeira lição dos nosso Trabalhos,
especialmente ao Iniciado.
Como diz o provérbio :
"O distraído nela tropeçou.
O bruto a usou como arma.
O empreendedor a usou para construção.
O camponês dela fez um assento.
Michelangelo dela fez uma escultura.
Davi com ela matou o gigante.
Jesus mandou remove-la para ressuscitar Lázaro"
Fazendo-se uma breve analogia interpretativa à parábola acima, observa-se que somos inegáveis
reféns de nossas atitudes.
Senão vejamos:
Nossa distração e imprudência podem nos levar ao imponderado.
Nossa iniquidade pode nos conduzir ao trato rude e exacerbado contra o nosso semelhante.
Nosso espírito empreendedor transporta-nos ao aperfeiçoamento moral.
Nossa falta de comprometimento pode nos deixar no limiar da indiferença.
Nosso afinco e determinação tornam-nos verdadeiros construtores sociais.
Nossas atitudes impensadas nos remetem ao limbo.
Nossa capacidade de perdoar e tolerar fazem-nos seres humanos mais dignos.
A diferença portanto, está na maneira como se desbasta essa pedra no sentido mais esotérico que
possa haver.
2 – Editorial de domingo – O Caminho das Pedras
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 6/32
Ou seja; no conjunto de atitudes e interpretações que dizem respeito a natureza de nossas vidas,
que por si só encontram-se sutilmente ocultas.
Essa não-vulgarização do conhecimento enigmático contido nos Augustos Mistérios da Sublime
Ordem está intimamente vinculada a maneira como trabalhamos e burilamos o nosso templo
interior.
Desbastamos a pedra a que chamamos "bruta" mediante o nosso crescimento intelectual,
espiritual e cognitivo.
E assim vamos ganhando forma, equilíbrio e sustentação como Homens que se pretendem
difusores do bem, da virtude e da excelência da alma e do caráter.
A pedra irregular que ainda não se encaixa nas situações mais adversas que a vida nos reserva
necessita ser diariamente lapidada e trabalhada com muita precisão e denodo para aos poucos
conseguirmos poli-la, lustra-la e fazer dela exercício para nossa evolução.
Somos dotados de uma sabedoria que devemos explorar para que a Pedra com que nos
defrontamos seja alicerce em nossas vidas.
Como artífices do nosso tempo cabe-nos fazer da Pedra um elo contínuo e inquebrantável de
nossa construção esotérica ou exotérica, pois a Ordem requer uma obediência cultista e
conceptista em suas origens, princípios e postulados.
Nossa missão torna-se mais clara quando passamos a perceber que o trabalho do Maçom no que
tange a Pedra é a de desmaterializá-la e reproduzi-la, retificando-a como parte de nosso templo
ensejando a ela substância ao espírito.
Vale recordar-se do VITRIOL : "Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum
Lapidem" ou seja:
"Visita o interior da terra e, retificando-te, encontrarás a pedra oculta"
Aí reside o ofício do verdadeiro obreiro empenhado na atribuição iniciática de seu labor.
Fraternalmente
Newton Agrella
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC.
Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
MÁXIMAS MAÇÔNICAS
“Cercando-vos de máximas morais, a Maçonaria patenteou que sua linguagem não é a comum
das sociedades profanas”. (Ritual de Aprendiz, GLSC).
1. A origem da Maçonaria continua sendo um mistério envolto em muita polêmica, mas a
civilização moderna é em grande parte um projeto maçônico. (Richard Smoley).
2. Nenhum ser vivo pode representar a Maçonaria, mas você pode colocar em prática o
que dela aprendeu. (Paulo Ursaia).
3. O espaço progride sob as coordenadas do esquadro, e o tempo evolui sob o traçado do
compasso, porque o compasso é senhor do esquadro. (Juahrez Alves).
4. O que fizemos apenas por nós mesmos morre conosco; o que fizemos pelos outros e pelo
mundo permanece imortal. (Albert Pike).
5. Sendo eclética e procurando sempre estabelecer uma ordem ao caos, a Maçonaria colhe
da história e da evolução do pensamento humano, o que há de melhor e que possa
encontrar conexão e maior acordo universal. (Theobaldo Varoli Filho).
6. É possível fazer Maçonaria sem ser maçom. Mas nenhum homem será verdadeiramente
maçom se não conseguir fazer Maçonaria. (A)
7. As regras preconizadas pela Maçonaria são puramente morais; não derivam de
nenhuma fé religiosa, de nenhum credo político, de nenhuma palavra de ordem. Os homens
dilacerados podem aí reencontrar os caminhos, não da unidade que não é desejável, mas
da paz e de uma certa comunhão. (Roger Mériglier).
8. Ninguém pode ser reconhecido como maçom enquanto continuar servo das suas paixões,
escravo das suas crenças e cego pelos bens deste mundo. (Jean Mourgues).
3 – Coluna do Irmão João Gira – Máximas Maçônicas
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 8/32
9. A ideia è que cada indivíduo possa refletir sobre suas atitudes e busca sempre o caminho
do bem, e da perfeição a sociedade vai caminhar naturalmente para o progresso...
(Filosofia maçônica).
10. A Maçonaria é a mais bela das instituições, ela consegue ensinar filosofia em um
mundo onde a ignorância está se tornando virtude! (Tales Júnior).
11. O conhecimento, para ser o que deve ser, não se limita a uma simples teoria, mas
comporta em si mesmo a realização correspondente. (René Guénon).
12. Uma loja e oficina maçônica é forte e famosa não por sua idade, não pelos seus títulos
de antiguidade ou pela fama profana de alguns irmãos. A loja e oficina é forte e famosa
pelas obras de caridade, solidariedade, atos de beneficência e benemerência que
silenciosamente tornam o mundo melhor. (Ricardo Barradas).
13. Aquele que crê possuir a verdade não se preocupa em procurá-la, da mesma forma que
o justo satisfeito com a sua virtude negligencia o seu aperfeiçoamento moral… a intuição
dirige-se aos espíritos inquietos, àqueles que não se satisfazem com aquilo que puderam
aprender… Aquele que adere a um intangível credo religioso, filosófico, científico ou
político comete um erro em dirigir-se à porta do Templo: aí só poderá comportar-se como
um intruso… A vocação iniciática encontra-se no seio desses vagabundos espirituais que
erram na noite após terem desertado da sua escola ou igreja por lá não terem encontrado
a verdadeira Luz. (Oswald Wirth).
14. Dar socorro aos que necessitam, dar alívio aos que padecem, é obrigação essencial do
Maçom. A maior necessidade e enfermidade de um povo é, porém, a falta de doutrinação
esclarecida. É esta que lhe multiplica as dores e os crimes; é esta que, de ordinário, o
entrega surpreso e manietado às usurpações audazes. (Mendes Leal).
15. Quem tem de alardear aos quatro ventos que é alguma coisa, provavelmente não é.
(Ditado Maçom).
16. O topo derruba-nos, não os degraus que aí conduzem: gostamos de errar na planície,
com os olhos fixos no cume. Só uma parte da arte se pode ensinar, o artista tem
necessidade de arte total… o trabalho do maçom faz-se ao ar livre e termina, senão sempre
em segredo, pelo menos, pelo segredo. (Goethe).
17. A julgar pelas aparências, a Maçonaria parece mais uma associação discreta do que
um Templo defendido por muralhas intransponíveis. Os rituais de todos os seus graus já
foram publicados. As palavras, os sinais, a organização interna, a hierarquia da Ordem
maçônica já foram divulgados… portanto, apesar dessa larga difusão, a Maçonaria
continua uma realidade misteriosa não só para os profanos, mas também para os próprios
iniciados. (René Alleau).
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18. O objetivo da Maçonaria é forjar homens que não possam ser comprados nem
vendidos, que sejam honestos até a última fibra de seus corações, cuja consciência seja tão
fiel ao dever como a agulha magnética é ao norte; homens, enfim, que permaneçam ao
lado do direito embora o céu desabe. (Albert Tyler).
19. A Maçonaria é uma praia acolhedora. Ditosos aqueles que podem alcançá-la! Felizes
aqueles que podem chegar até ela, vencendo as Tempestades de Pensamento. No seio da
Maçonaria adquirem-se grandes Virtudes e descobrem-se grandes gênios da Ação e do
Pensamento. Na Maçonaria, o Homem aprende a elevar-se sobre o Vulgar, não tem dúvida
em esquecer-se de si mesmo, quando necessário, desde que possa oferecer a seus Irmãos
um pouco de doçura na existência. É uma Instituição Sublime. (Simón Bolívar).
20. A Maçonaria é um estado maior de espírito, no qual as aspirações nobres e puras
chegam a sublimar as vocações mecânicas da vida, para envolver o ser na auréola liberta,
fraterna e igualitária. (Octacílio Schüller Sobrinho).
Máximas semeadas nas Instruções do Simbolismo (GLSC, REAA):
1. Liberdade: Liberdade, cintilação divina, que nenhum poder tem o direito de obscurecer
ou apagar.
- A liberdade é necessária ao homem como o Sol à terra.
- A liberdade de consciência só será útil quando a razão dominá-los.
2. Solidariedade: Levai á choupana, onde a miséria e o infortúnio fazem sempre gemer e
chorar; o amparo de vossa inteligência e o supérfluo de vossa condição social.
3. Caridade: É no coração que Deus imprimiu o selo da Caridade.
4. Vida: Se queres bem empregar a tua vida, pensa na morte.
- A vida é a faculdade de resistir à morte; a inteligência é função ativa da alma, tanto
quanto o sentimento e a a vontade.
5. Religião: Cultiva sem cessar, tua religião, siga as aspirações de tua consciência e Deus
será testemunha de tua sinceridade.
6. Política: Sirva fiel e com probidade á tua Pátria e não te pediremos conta dos teus
credos políticos.
7. Verdade: Mostra-te sempre acessível ás verdades que se sentem e que não se exprimem.
- O simples ignorante está mais próximo da Verdade que o fátuo (vaidoso) que se jacta
(ostenta) de uma ciência enciclopédica apoiada unicamente em falsas noções.
8. Moral: É o equilíbrio da força e da sensibilidade de nossa alma.
9. Fraternidade: Toda ocasião que perderdes de ser útil, é uma infidelidade, todo o
socorro que recusares será um perjúrio.
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10. Força: Só com as sementes apoiadas uma ás outras é que o fruto toma sua verdadeira
forma.
- O esforço, sofrimento provado, é o prêmio da vida, cujas alegrias são exatamente
poporcionais às ações empregadas para possuí-las.
11. Beleza: As coisas materiais são apenas um invólucro que cobre a beleza do invisível.
12. Virtudes Teologais: Fé, Esperança e Caridade, virtudes morais que devem ornar o
espírito e o coração de qualquer ser humano.
- A Fé é a sabedoria do espírito, e a Esperança sua força.
13. Conhecimento: O Conhecimento baseado na exatidão, ajudado pelo trabalho e
efetivado pela perseverança, vencerá todas as dificuldades, extinguindo as trevas da
ignorância e espargindo a felicidade no caminho da vida.
14. Morte: Se queres bem empregar a tua vida, pensa na morte!
15. Beneficência: A Beneficência não se traduz por atos de vaidade, próprios daqueles que
dão com orgulho, humilhando a quem recebe, mas com o elevado propósito de amenizar o
sofrimento de quem necessita.
- Que a mão direita não saiba o que a esquerda faz.
16. Trabalho: Inutilmente o coração conceberá e o cérebro projetará, se a mão não
estiver pronta para executaro trabalho.
- Todo esforço mal conduzido é esforço perdido.
17. Bem e o Mal: O mal existe por toda a parte com atrações tentadoras; mas por toda a
parte está, igualmente o bem servindo de paradigma a todas as exigências sociais do
porvir.
- O bem não deve ser premeditado, mas espontâneo.
18.Tranformação: Sois como uma larva que, para chegar ao seu completo
desenvolvimento, passa por sucessivas transformações.
19. Sabedoria: Em matéria de saber, a qualidade supera a quantidade. Sabei pouco, mas
esse pouco sabei-o bem.
- A Sabedoria não está em castigar os erros, mas em procurar-lhes as causas e afastá-
las.
- O sábio humilha-se sempre, quando em presença de uma verdade que reconhece
superior à sua compreensão.
- O saber sem critério é uma luz mortiça, e sem critério, os atos virtuosos são estéreis.
20. Sabedoria, Força e Beleza: A Sabedoria deve orientar-nos no caminho da vida; a
Força, animar-nos e sustentar-nos em todas as dificuldades; e a Beleza, adornar as nossas
ações, nosso caráter e nosso espírito.
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21. Superstição: A superstição é um falso culto, repleto de mentiras, contrário à razão; é a
religião dos ignorantes, das almas timoratas.
22. Justiça: Não será justo e nem honesto proteger o menos digno.
23. Desordem: A desordem é a lei da insânia.
24. Movimento: O movimento é vida, na terra e no espaço tudo se move, tudo trabalha,
tudo caminha.
- Penetremos até o centro e tudo nos obedecerá.
25. Equilíbrio: Os pratos de uma balança perfeita devem oscilar, porque a imobilidade é a
estagnação, é a morte.
26. Argumento: Com os argumentos das palavras se destroem os sofismas e os erros.
27. Mentalização: Guardai sempre o equilibrio mental que caracteriza o homem são de
espírito.
28. Heroísmo: Os verdadeiros heróis não foram os que, à custa do sangue fraterno,
conquistaram palmos de terra, mas o que se dedicaram, de alma e coração, ao bem-estar
de seus semelhantes.
29. Dogmatismo: Iludir com o propósito de dogmatizar são as características peculiares
dos espíritos tacanhos.
30. Aprendiz: Irradia por toda a parte a luz que recebestes.
31. Companheiro: Aprendendo, ensinarás; ensinando, aprenderás.
32. Mestre: Não fiqueis Mestres apenas nas insígnias e nos diplomas, mas também, nos
sentimentos e nas ações.
Finalizando: “Cem máximas que resumissem a sabedoria universal tornariam
dispensáveis os livros”. (Carlos D. de Andrade).
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
A CALIGRAFIA E A LEITURA SÃO PRETERIDAS NO MUNDO
MODERNO EM RAZÃO DE SUBSTITUTOS TECNOLÓGICOS. POR
CONTA DISSO, A MAÇONARIA SOFRERÁ MUDANÇAS TAMBÉM
NUM FUTURO?
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“Ler, portanto – dentro da concepção de que ler é interpretar o
mundo e de que, para tanto, a leitura da escrita é apenas uma das
leituras, mas é fundamental para qualificar a leitura sensitiva e
emocional – é um qualificador dos grandes homens e, por óbvio,
precisamos ler com olhos atentos, mente aberta e coração livre.
Quer dizer, se os homens que querem ser referência de
transformação social e liderança nos grupos em que atuam devem
ler, nós que fomos iniciados para construir um mundo melhor,
temos a obrigação de ler. E ler o quê? Livros, mas com o cuidado de
escolher, ao menos de vez em quando, aqueles que sejam mais do
que entretenimento.” (Irmão Gustavo Ferenci, em artigo de sua
autoria:
“O Papel da leitura na Formação Humana e Maçônica”)
INTRODUÇÃO:
Lendo um dos tantos artigos brilhantes de autoria do Irmão Hercule Spoladore,
deparo-me com o seguinte parágrafo, onde ele apresenta algumas sugestões:“Entretanto, a Ordem
deveria mudar o esquema de suas sessões imediatamente. Gastamos ¾ de uma sessão com
problemas administrativos. Aí está o grande mal. É aí que reside a nossa grande falha. Se
houvesse uma sessão administrativa mensal, onde uma diretoria capaz resolvesse todos os
problemas rotineiros, e as demais sessões fossem abertas e fechadas ritualisticamente, mas sua
sequência fosse tão somente de trabalhos apresentados, debates, instruções, doutrinação, temos
certeza de que mesmo aqueles Maçons que não lêem, não estudam, aprenderiam muito e tomariam
gosto pela leitura, pois seriam despertos de um sono que talvez a própria maneira atual de ser da
Ordem seja responsável.”
Sem dúvida, esse é um problema com sérias tendências a se agravar no futuro. O
Irmão Spoladore tem toda a razão em manifestar a sua preocupação, a mesma que em tempos
passados, já tinha sido motivo, felizmente, da manifestação de outros Irmãos. Só que parece que o
panorama não sofreu modificações.
4 – CALIGRAFIA E A LEITURA SÃO PRETERIDAS NO MUNDO MODERNO EM
RAZÃO DE SUBSTITUTOS TECNOLÓGICOS. POR CONTA DISSO, A MAÇONARIA
SOFRERÁ MUDANÇAS TAMBÉM NUM FUTURO?
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 13/32
Não custa nada lembrar que numa das primeiras coletâneas de trabalhos da Editora
“A Trolha”, editada em 1994, há um trabalho do Irmão Kurt Prober, com a data em que foi
elaborado, Janeiro de 1979. Nesse trabalho, a questão sobre a ausência de leitura já era crônica
conforme esse Irmão. Algumas passagens do mesmo, são dignas de serem reproduzidas: “O
iniciando, olhando respeitosamente os membros antigos das Lojas, especialmente os que fazem
questão de “enfeitar o Oriente”, ou os componentes da nossa honorável Fraternidade, de um modo
geral imagina-os bem ilustrados e informados, mas na realidade, em 99% dos casos, está
redondamente enganado. Se mostra o desejo de estudar e aprender alguma coisa, especialmente
quando possui um Grau de cultura mais elevado, é sumariamente freado e até ridicularizado com o
velho chavão: “Ainda é muito cedo para você ficar sabendo isto, porque isto irás aprendendo com
o tempo, quando for Mestre...” E mais adiante: “Provado está, portanto, sem qualquer resquício
de dúvida, que MAÇOM NÃO GOSTA DE ESTUDAR, estudar que é sinônimo de LER, e muito
menos gosta de escrever. Agora, POR QUE NÃO LÊ?... Bem, isto é outra página da história, e
faço votos que cada um consiga responder a esta pergunta indiscreta, pelo menos, para si mesmo,
e depois disto, poderá até ficar com “raiva” de mim, por ter dito a verdade...”
Imaginem que quando o texto acima foi escrito não havia a profusão de informações
na Internet, e que facilitou mais ainda para aqueles a quem se ele se refere como “os que não
gostam de estudar”, estudar que é sinônimo de ler, “e muito menos de escrever”.
Para corroborar as reais preocupações de todos esses Irmãos, que são as minhas
também, e que deveriam ser de todos nós, selecionei algumas notícias de jornais, publicadas
recentemente, que por si sós, revelam a velocidade com que as mudanças estão acontecendo. O
caos informacional é uma ameaça, e quer queiramos, ou não, os reflexos disso tudo logo se farão
sentir com mais veemência. Vivemos numa sociedade de falsas certezas, e não tratamos até agora
sequer de estabelecer critérios para fazer escolhas.
NOTÍCIA 1: “EL VALOR DE LA CALIGRAFIA EM LA ERA DEL iPAD – En Estados
Unidos debaten sobre la utilidad de escribir a mano”
O título acima pertence a um artigo da autoria de Robert MacPherson e foi
reportagem de capa do caderno “Correo de Ideas” do Jornal “El Obervador” de Montevideo,
Uruguay. Não vejo motivo para proceder a uma tradução do título pelo fato de que, as palavras
utilizadas são todas bem semelhantes às da Língua Portuguesa, e o próprio sentido das frases não
deixam maiores dúvidas.
Mas, o assunto em si é preocupante, pois, quando iríamos imaginar uma notícia desse
teor a um tempo atrás. (e não precisamos recuar muito no tempo) A caligrafia, essa verdadeira arte
de imprimir beleza aos caracteres gráficos, é agora, objeto de preconceito e até de desprezo.
A reportagem do título começa falando sobre os alunos pertencentes a uma escola
primária perto de Washington DC, que revelam suas opiniões sobre o fato de participarem de
aulas de caligrafia. O que fica patente entre eles é que eles acham divertido o aprendizado da
caligrafia. Mas, em contrapartida, muitos adultos questionam sobre a sua finalidade em plena era
digital.
Óbvio que no plano de estudos que a maioria das escolas adotam lá, não existe nada
específico sobre qualquer obrigatoriedade referente ao ensino da caligrafia, mas, simplesmente
sobre o escrever à mão. A verdade, é que num período anterior, uma primeira revolução teria
acontecido: com o advento dos computadores, o ato de digitar passou a ser mais importante do
que saber escrever à mão. Para as primeiras gerações, para quem coincidiu usar de um
aprendizado que já estava consolidado, ou seja, do teclar na máquina de escrever, foi mais fácil
teclar num teclado de computador? Pode até ter sido, mas o “know-how” do teclar na máquina de
escrever já era coisa do passado mesmo. Acho que ninguém imaginou quão rápido seria a
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 14/32
adaptação ou a transição, a ponto das crianças de hoje em dia, muito cedo já terem o domínio
completo do teclado.
A diretora da Escola Primária “Melrose Avenue Elementary School” de Los Angeles,
Bernadette Lucas, diz que foram investidos 30 milhões de dólares para a utilização de “iPADS”
por todos os alunos, e complementa: “Todo o mundo digita, todo o mundo envia mensagens de
texto, portanto, pode-se dizer que a caligrafia é uma espécie de arte perdida.”
Mas, algumas vozes dissonantes se fazem ouvir dizendo que, pela primeira vez na
história nos Estados Unidos se está educando uma geração que num futuro não vai se capaz de
assinar um cheque ou ler a Constituição na sua forma manuscrita original do séc. XVIII.
Vejamos o que diz o dicionário sobre o que seja a caligrafia:
CALIGRAFIA s.f. (Gr. Kalligraphía, as) 1. Arte de escrever à mão com elegância, harmonia,
etc. 2. Escrita produzida por essa arte. 3. Maneira própria de escrever á mão.
A título de ilustração, vejamos na sequência um pouco da importância da caligrafia
para a civilização árabe: “Na verdade, a palavra contida no Alcorão, palavra incriada e eterna de
Deus, texto maior do muçulmano, é, para o árabe, fundamento de vida. (...) A escrita e, sobretudo,
a caligrafia árabe, é uma das formas mais proeminentes de inserção do signo na realidade e na
memória dos homens, pois fixa a língua que se tornou veículo da revelação islâmica.” (...) Na
formulação de Flusser, citado por Lauand em ‘Escrita e Caligrafia árabes’ na Revista de Estudos
Árabes , da USP: “A mesquita – não há altares, não há imagens, mas há letras árabes em toda
parte. Esses sinais, curiosamente revoltos e cursivos, aparecem pintados e esculpidos nas paredes,
tecidos nos tapetes e nos medalhões que pendem do teto. A letra árabe é a razão de ser da
mesquita. Por ser uma casa da escrita, é a mesquita uma casa de Deus. A mesquita é uma casa de
leitura, porque leitura é prece.”
Eu fiquei a pensar, até quando, os que teimam em opor uma resistência, poderão
resistir de verdade. Também pensei na quantidade de balaústres e documentos escritos que fazem
a história das Lojas onde quer que a Maçonaria exista, nos manuscritos da Maçonaria Operativa
redigidos à punho, enfim numa imensidão de cartas, ofícios, tratados, e toda espécie de escritos
que acompanham a história do homem e das instituições, e que um dia num futuro podem não
valerem mais nada.
Cito exemplos: “O Manuscrito de Halliwell, também conhecido como Poema Regius,
é o primeiro dos Old Charges. Ele consiste em 64 páginas de papel velino escritas em dísticos e
rimados em inglês médio.” E também: “Diferente da maioria das antigas constituições, quem eram
escritas em bobinas, o manuscrito de Cooke foi escrito em folhas de papel velino, com 112mm de
altura por 86mm de largura encadernadas em um livro, ainda mantendo sua capa original em
carvalho.” Ainda, sobre o Manuscrito de Dowland: “Ele foi escrito em um longo rolo de
pergaminho, em uma caligrafia muito clara, aparentemente do século XVII, e provavelmente foi
copiado de um manuscrito de data anterior.”
E para que o futuro que se aproxima não seja sombrio demais, neste aspecto, uma
investigação realizada na Universidade Internacional da Flórida, revelou que as crianças de quatro
anos que escrevem bem à mão têm mais chances de se destacar em Matemática e leitura quando
chegam à escola primária.
No Canadá, um grupo de estudantes e professores de Quebec depois de um trabalho
em conjunto, sugerem com base em seus resultados, que aqueles que aprendem caligrafia obterão
melhores resultados em ortografia e sintaxe, graças a uma melhor capacidade gráfica.
Na realidade não se sabe o efeito real que irá ocasionar um provável abandono da
caligrafia num futuro, mas, de qualquer forma irá contribuir para deixar o homem cada vez mais
empobrecido.
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Com relação à diretora da escola que em seu depoimento diz que a caligrafia é uma
arte perdida, é lamentável que tenhamos de ouvir esses vaticínios de gente que deveria, no
mínimo, apreciar o que seja a arte, e somente por isso transcrevo a passagem abaixo que deixa
antever o que seja essa arte, pelo menos no mundo árabe:
“Dada sua estatura religiosa e considerando sua infinita gama de qualidades estético-estilísticas, a
caligrafia não se restringe apenas à mesquita: faz parte do ambiente didático da madrassa (em
árabe, “escola”, sobretudo a agregada à mesquita, preocupada com o estudo alcorânico); entra na
composição decorativa da cerâmica, da tapeçaria e de mosaicos; alça-se aos cimos de
monumentos e palácios; chega às tumbas; adquire, por vezes, no entanto, o caráter documental de
uma época, pela celebração de nomes e de feitos de governantes; integra pergaminhos e livros
científicos e literários, participando, assim, de instâncias que a fazem penetrar também no domínio
do profano.”
Tomamos emprestado até aqui, o exemplo do povo árabe que valoriza a sua
caligrafia, a ponto da mesma confundir-se com a própria identidade do Islam, e também como
prova de que o velho e o novo podem sim conviver quando há interesse em preservar as suas
tradições. Os meninos árabes certamente lidam muito bem com computadores e digitam com
velocidade, mas, aprendem nas “madrassas” a importância da sua arte mais nobre, que é
certamente a caligrafia.
E viva a arte da caligrafia, encantamento para os olhos. Aliás, diante de um cenário
como esse que se avizinha para o futuro, e ainda, com pessoas dispostas a apostar somente no
novo, como é que vão ficar num mundo digital, ou para onde serão relegados, se desprovido da
arte, os ideogramas chineses, ou o belo alfabeto hebraico, com verdadeiras obras-primas
caligráficas enfeitando as “hagadás”, além de uma variedade de livros sagrados?
Em termos de Maçonaria, o alfabeto maçônico, não é mais utilizado, até pelo fato de
que poderia numa época como essa soar um tanto ingênuo, embora constem as chaves em painéis
simbólicos. O que se quer aproveitar para fazer aqui é um alerta, e é sobre o abandono das
tradições. Quando nos damos conta, deixamos de cumprir uma delas, e mais adiante, outra... Será
que todos sabem as regras básicas para as abreviaturas maçônicas, ou já estão sendo deixadas de
lado também?
NOTÍCIA 2:“DESCASO COM AS BIBLIOTECAS – Pesquisa em 503 estabelecimentos no
país evidencia um baixo atendimento de visitantes por mês”
Este título é de uma reportagem publicada no Jornal Correio do Povo de Porto
Alegre.
Um estudo de parte do Observatório do Livro e da Leitura revelou em 503
bibliotecas distribuídas pelo país, que salvo algumas exceções, é preciso infra-estrutura,
tecnologia e mais visitantes. Com relação à média nacional de visitantes que é de 19 pessoas por
dia, e é bom frisar, estamos falando de média nacional, o número é preocupante, mas, não seria
nenhuma novidade dizer aqui, que esse número simplesmente aponta para um problema crônico
em nosso país: anos de descaso em políticas públicas para o setor. O número, portanto, é somente
um resultado, uma medida, que serve para avaliar o estrago que se produziu deliberadamente neste
país nesse setor. Quando paramos para pensar que o Brasil tem nas regiões Centro-Oeste e Norte,
respectivamente, 6,8% e 5,6% somente do universo das bibliotecas, dá para ter uma noção do
quanto resta para ser feito neste país.
Mas, mesmo criando mais bibliotecas, e outras ferramentas modernas que possam
auxiliar os alunos das escolas a cultivarem o saudável e útil hábito da leitura, isso bastaria por si
só? Não, pois, há que se desenvolver todo um trabalho de incentivo à leitura. O que não é feito
com pelo menos, continuidade.
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O MAÇOM E A LEITURA
Esse é um problema que está afeto aos Maçons também, a falta de leitura, daí o
registro feito pelo Irmão Hercule Spoladore em seu artigo, assim como, os de outros tantos Irmãos
que é passível de encontrarmos espalhados em revistas e livros maçônicos.
Sem dúvida, a Internet, ferramenta imprescindível no mundo atual, também tem sua
parcela de culpa. É notório, em muitos trabalhos que são apresentados em nossas Lojas,
independente de Grau, o quanto vem sendo copiado e colado. E vamos falar a verdade, ainda ter
de ouvir tecerem loas, elogios mil aos trabalhos esses que são meras cópias, que não exigiram
esforço algum de parte do apresentador, é muito teatro, não é não?
De um artigo de autoria do Irmão Gustavo Ferenci, e intitulado “O Papel da Leitura
na Formação Humana e Maçônica” pude ler trechos interessantíssimos que servem de subsidio a
este trabalho e que faço questão de reproduzi-los.
Falando sobre a obra do escritor mineiro Luiz Ruffato, que consta de uma série, onde
os personagens principais residem na classe operária brasileira, o Irmão Gustavo Ferenci faz um
resumo da mesma onde diz: “Ao longo do texto, o autor mineiro descreve com maestria a falta de
compreensão de mundo de seus personagens que vivem em pequenos universos oriundos de
sonhos criados pela sua ignorância. Estes personagens, com características semelhantes a muitas
pessoas que nós conhecemos, vivem num inferno provisório porque não conseguem libertar-se de
uma realidade cruel, não conseguem refletir para além do que está diante dos seus olhos, não
conseguem enxergar que a vida tem muito mais a oferecer, não conseguem perceber que o mundo
é uma construção e que eles não precisam ser vítimas da situação. O que estes personagens não
têm? Interpretação do mundo que os cerca, ou seja, leitura crítica do mundo.”
Prosseguindo no texto do Irmão Ferenci, ele faz uma pergunta cabal: “Meu grande
questionamento é por que homens que têm condições de ler o mundo e agir sobre ele ficam inertes
esperando as coisas mudarem?”
NOTÍCIA 3: “TABLETS COMEÇAM A SUBSTITUIR OS LIVROS”
Mais uma notícia um tanto perturbadora. Parece que o mundo cada vez mais fica
muito dividido, ou as fronteiras vão ficando mais rígidas. Imaginem as suas implicações num país
como o Brasil, que sempre foi pródigo em contrastes, de grandes disparidades sociais... É o
mesmo que dizer que o ensino fica cada vez mais elitizado e quanto às reais benesses, isso ainda
não está colocado de maneira muito clara.
O uso de “tablets” em sala de aula substituindo os livros tradicionais vem se tornando
uma realidade em várias escolas do país. Nas palavras do presidente da Federação Nacional das
Escolas Particulares: “Está ocorrendo uma interface entre o uso concomitante do livro eletrônico e
de papel. É uma tendência abandonar o livro didático, já que o livro eletrônico tem vantagens
sobre o impresso. Um “tablet” carrega todos os livros e cadernos e permite interatividade,
atualização, o que não ocorre com a versão impressa.”
O MEC diz contar desde 2012 com um projeto com o objetivo de oferecer
instrumentos e formação aos professores e gestores das escolas públicas para o uso dessa
tecnologia no processo de ensino e aprendizagem.
Alguns pais de alunos já mostram apreensão com a possibilidade de substituição total
dos livros impressos, outros acham que somente colocar o mundo digital dentro da sala de aula
não resolverá o problema de melhor atrair a atenção dos estudantes, ou que é preciso associar mais
a teoria à prática O presidente do IGV/FGV, Stravos P. Xanthopoylos, acha que há mercado para
qualquer estratégia, mas, que” nada substituirá a interação do aluno com quem é capaz de gerar o
conhecimento”.
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 17/32
Sem dúvida, toda mudança envolvendo tecnologias novas dividem opiniões, e
exigem discussões. Talvez, para aqueles que sempre se utilizaram dos métodos tradicionais, seja
mesmo mais difícil de aceitar, ou haja mais relutância, assim como, não dá para afirmar, creio eu,
ou pelo menos por enquanto, que essa metodologia é a mais eficiente, pois não foram testadas
num período de tempo que possa garantir os resultados das mesmas em termos de aproveitamento
do conteúdo pelo aluno. Talvez seja melhor pensarmos por enquanto em algo que veio para
agregar, para facilitar, e não como comportarmo-nos a ponto de ir defendendo uma metodologia,
que ainda não conhecemos muito bem, a ponto de desprezar tudo o que foi feito até hoje como
alguns sistemas que estão sendo deixados de lado. Tem um fator que não vem sendo discutido
suficientemente, que é a velha e boa interação entre os alunos, no relacionamento direto, ou com
os professores, ou seja, será que cada vez mais seres humanos tem de ser mais mecânicos? Essa,
com certeza, poderá ser uma das grandes discussões, ainda, mais num terreno onde deveriam
chover opiniões de educadores.
Em um século nada mudou em termos de Educação no Brasil, agora “as mudanças
são para ontem”, então, tem algo de muito errado nesse processo todo, e é de lembrar aqui o que
disse o professor Muniz Sodré: “a escola é do século 19, o professor é do século 20 e o estudante é
do século 21. É um enredo de filme de Ficção Científica. A questão é que isso tem conseqüências,
e como.
Projetando mais para o futuro, um dia a nossa Instituição, a Maçonaria, terá de
escolher os seus possíveis obreiros, com que perfil exatamente?
NOTÍCIA 4: “LITERATURA ENRIQUECE O CURRÍCULO”
Agora sim, uma notícia de primeira página do Caderno “Pense Empregos” do Jornal
Zero Hora, que faz jus àquela idéia que temos sobre o valor da leitura para o enriquecimento do
homem, seja a atividade que ele for exercer, ou como puro e simples lazer.
Essa reportagem começa dizendo que ler livros variados, e incluindo nesse pacote
livros técnicos ou de literatura ajudam o profissional a se manter atualizado e competitivo, além
de poder auxiliar no desenvolvimento de habilidades essenciais para qualquer tipo de atividade.
Outras vantagens para que lê; criatividade, capacidade de relacionamento, capacidade de análise,
bom português, escrita, benefícios cerebrais, eloquência, desenvolvimento de outros pontos de
vista, esclarecimento e isso que venho defendendo desde o começo deste trabalho: mais
humanização.
A reportagem confirma também que o hábito da leitura vem sendo negligenciado por
parte dos estudantes brasileiros. O hábito de ler e não a obrigação tem que ser trabalhado: inicia-se
por títulos mais populares até que se tome gosto por obras mais complexas, além de que deve
haver uma variação de gêneros, como medida de ir pegando o hábito. Não dá para ficar por fora
do que está acontecendo, num mundo em que as mudanças ocorrem muito rapidamente. A leitura
de jornais, por exemplo, é algo de fundamental.
CONCLUSÃO
É, são muitas as mudanças que se avizinham, e não tem como ficarmos alheios a tudo
isso. Não estamos aqui para impedi-las, nem somos uma espécie de novos luditas, mas,
transformações tem que ser discutidas para que se saiba o que vão trazer de utilidade, de
benefícios, ou seja, tem que passar por um processo de avaliação. Temos que evoluir sim, mas
sem apagar de vez o nosso passado, ou transformá-lo em cinzas.
No livro “Maçonaria, Mistérios, Lendas e Fatos”, o Irmão Joaquim Roberto pinto
Cortez diz que por volta de 1930, foram catalogados cerca de 60.00 títulos publicados em relação
à Maçonaria. Ainda, o Irmão faz um comentário sobre considerarmos numa progressão aritmética
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 18/32
o crescimento dessa produção..., e complementa dizendo que nos dias atuais se conseguíssemos
chegar à totalidade dos livros publicados no mundo toda essa cifra deverá estar acima de um
milhão de títulos.
Num primeiro momento dá para dizer ou supor que, é muita produção para pouca
leitura, ou muita oferta para pouca procura. E quem foi ou é bibliotecário que o diga: numa Loja a
procura por livros é ínfima.
O que tem de mudar: o método, a pedagogia, as exigências...? Certamente algumas
coisas precisam ser mudadas, e novamente teremos de entrar nas considerações tecidas pelo Irmão
Hercule Spoladore sobre o que transcorre numa sessão, e de como é aproveitado o tempo.
Voltando para o livro do Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez, há uma passagem em
que está registrado: “Acontece também, que muitas Lojas convidam os chamados medalhões para
realizarem palestras em datas especiais e sobre assuntos que, quase nunca, são de seu profundo
conhecimento.”
Dá para entender que a quantidade de livros disponíveis por si só não faz o problema
e nem a solução, mas, as políticas adotadas. Isso vale para o mundo profano e o mundo maçônico.
Há que se criar o hábito da leitura, e novamente: há que se incentivar o hábito da leitura.
Quando o Irmão Hercule Spoladore diz em seu artigo:“As descobertas científicas
aconteceram e acontecem sem qualquer antevisão do futuro. As suas consequências não
previsíveis dão forma para a nossa atual civilização. Quer dizer, não há uma programação objetiva
e direta direcionada a um ponto futuro para conduzir a Humanidade. A ciência empurra o homem.
Às vezes, ele não sabe aonde irá parar. Os cientistas não sabem para onde estão o indo e nem
aonde querem chegar. São guiados por suas descobertas, às vezes, imprevistas e, grande parte, por
acaso. Cada um destes cientistas representa o seu próprio pensamento, estabelece suas próprias
diretrizes para si e para a sociedade. Por analogia, o mesmo caso acontece com a Internet. Não
sabemos o que irá acontecer. Teremos que “pagar” para ver.”
Isso resume muito bem, o que estamos vivendo, não tem como saber para onde
estamos indo, e prosseguindo com o Irmão Spoladore:
“(...) Está havendo um grande equívoco na Maçonaria atual, pois esta tem em seus princípios
valores antigos tradicionais aparentemente conservados através dos rituais, costumes escritos,
constituições etc., que muitos Maçons tem a pretensão de estar seguindo, sem que isto seja
verdade. O que acontece na realidade, é que a maioria destes valores acabam sendo letras mortas,
pois o maçom na sua condição de Homem que recebe todas as influências citadas do mundo
profano, especialmente no terreno das comunicações, informações e do moderno relacionamento
humano, traz para o seio da maçonaria, tudo o que ele está sofrendo e se envolvendo fora das
lojas, tais como a competitividade desleal, o consumismo exagerado, a agressividade incontida, a
ganância pelo poder, a vaidade auto idólatra, enfim uma série de situações que ele mais cedo ou
mais tarde, quando fizer uma análise de consciência, se o fizer, pois a maioria nem isso faz, ele
verá que não foi bem isso que ele pretendia da Ordem. Então vem a desilusão total, uma das
causas de esvaziamento das nossas lojas. Fala-se em tradição da Maçonaria, mas em realidade esta
foi se distorcendo aos poucos, pois os tempos são outros e tudo muda, e as mudanças ocorrem sem
que sejam apercebidas, pois, muito embora aparentemente ligado ao passado, o Maçom vive o
tumultuado mundo presente.”
Tentou-se neste curto espaço de tempo, e através da utilização de notícias recentes de
jornais montar um panorama da realidade atual e do futuro que vem por aí. O mundo mudou
muito com o advento da internet, e tudo acaba passando por ela: as relações de trabalho, a
comunicação, os movimentos sociais, a educação, como bem ficou evidenciado em alguns
aspectos. É possível que não tenhamos parado para discutir o impacto disso tudo, memos o mundo
sendo uma aldeia global.
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 19/32
Se a Maçonaria é dita como progressista, o que significa exatamente isto? A
Maçonaria deve mudar? O que nos reserva o futuro? Como conviver com o velho e o novo? E os
landmarks, pelo menos alguns, não teriam que ser revistos? Se os jovens tem outro valores, outros
sonhos, nos próximos anos os que forem iniciados com sua nova maneira de pensar como verão a
nossa Ordem?
É preciso despertar, e enquanto ainda há tempo! Do contrário, o que resta? Da coluna
do Jornal Correio do povo sob a batuta do escritor Juremir Machado da Silva, e de uma crônica
sua que foi intitulada “O que resta?”, retirei a seguinte frase: “Resta essa estranha situação de
consolo na contemplação dos homens comuns que se distanciam lentamente pelas calçadas
titubeando em busca da consistência que se afasta como um horizonte sinuoso.” E nada mais.
Fontes Bibliográficas:
Internet:
JB NEWS nº 983, de 13.05 de 2013 – “O Maçom, esse Desconhecido” – Artigo do Irmão Hercule Spoladore
“Manuscritos Maçônicos” – disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Manuscritos_Maçônicos.html
Jornais:
“Correio do Povo” – Edições de 21, 22 e 27 de Abril de 2014 – Porto Alegre, RS.
‘EL OBSERVADOR” - Edição de 3 de novembro de 2013 – Montevideo, ROU.
“Zero Hora” – Edições de 9 e 27 de abril de 2014- Porto Alegre, RS.
Revistas:
Revista “ACÁCIA”, nº 91 – “O Papel da Leitura na Formação Humana e Maçônica” – Artigo do Irmão Gustavo
Ferenci
Revista “LÍNGUA PORTUGUESA ESPECIAL” – ‘Religião e Linguagem’ – Editora Segmento
Livros:
A TROLHA – COLETÂNEA 2 – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1994
CORTEZ, Joaquim Roberto Pinto. “MAÇONARIA – Mistérios, Lendas e Fatos” – Editora Maçônica “A Trolha”
Ltda. 2007
DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA LAROUSSE – Volume 5 – Editora Abril S/A 2006
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 20/32
O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
Estória de loja:
Os dois donos da Loja
Era uma cidade do interior, vinte mil habitantes mais ou menos, tranquila, todos se conheciam,
nada de crimes, assaltos, inclusive havia além do que toda cidade bucólica do interior tem, havia
uma loja maçônica.
Tinha um quadro de mais de quarenta Irmãos todos fraternais e solícitos para com seus irmãos.
Ajudavam as campanhas filantrópicas, os clubes de serviços e as quermesses que o vigário local
organizava. Este, por sinal tinha certa simpatia pelos maçons da cidade. Não os combatia porque
estes sempre o ajudavam e as cunhadas também.
Mas como nada é perfeito assim no mundo, esta loja tinha dois donos. Um fazendeirão muito rico
e o outro dono do cartório também rico e poderoso. Eles simplesmente se detestavam, mas tinham
a necessidade de estarem um perto do outro justamente para darem aquelas espetadas que
magoam. Aquelas flechadas que calam fundo. E eram inteligentes a ponto de saberem atingir um
o outro com certa elegância maligna. Que fazer, eles eram assim.
Pediram os Irmãos certa ocasião que um dos dois fundasse uma nova loja e assim através desta
cisão um ficaria longe do outro. Cada qual no seu canto usando sua ganância de poder do jeito que
bem entendesse. Mas nenhum concordou. A arena dos dois era justamente nas sessões da loja. E
isso até constituía uma atração para os Irmãos da loja frequentarem as sessões para verem o circo
pegar fogo. E pegava mesmo! Ambos estudavam as coisas básicas da Ordem, justamente para um
pegar um deslize, um erro do outro e na hora da palavra a bem da ordem, vinha aquela chibatada.
Os dois se revezavam no poder. Sucediam-se como venerável. A loja aceitava tacitamente esta
politica, porque ambos eram pessoas que ajudavam a
comunidade. Não eram de todos maus. Apenas não se
gostavam. Até mantinham um relacionamento falsamente
cordial.
Os membros da Loja equilibravam nas votações permitindo
que ora um, ora outro fosse o venerável. Por uma razão de
acomodação, não surgia nenhuma nova liderança, porque a aí
briga seria contra os dois. E eles eram poderosos.
A loja, no entanto, sabia dividir os poderes dos dois, mas havia
5 – Os Donos de Loja
Hercule Spoladore
JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 21/32
sempre aqueles irmãos danados, que ficam no anonimato que gostam de fofoca, e que gostam de
botar fogo na fogueira. Esta raça existe em toda loja.
É logico que quem estivesse como venerável levava certa vantagem, dado fato de ser do venerável
o último a emitir opiniões e nesta hora aproveitava para jogar as indiretas ferinas em cima do
outro. Este, dado o ritual, não poderia dar o troco naquele momento.
O Irmão do cartório costumava sempre chegar um pouco atrasado.
Certo dia, o fazendeiro então venerável caiu na besteira de dizer ao 2º Vigilante que na próxima
sessão ele iria telhar o seu adversário que sempre chegava atrasado. Não era costume nesta loja
usar este procedimento aos Irmãos que chegassem atrasados. Só raramente.
O 2º Vigilante que era um daqueles que gostam de ver as coisas mal feitas, bem feitas, avisou o
cartorário. “Na próxima sessão ele ira te telhar. Se prepare”.
Bem o cartorário que não era nada bobo decorou o ritual de telhamento a tal ponto de saber de cor
as perguntas e as respostas.
Lá veio a próxima sessão. Dois irmãos chegaram atrasados. O primeiro irmão a ser admitido no
templo entrou sem formalidades. O segundo que era justamente o cartorário, entrou fez os passos
de aprendiz e ficou entre colunas e aí veio a primeira pergunta:
De onde vindes meu Irmão?
O irmão cartorário disse:
-Venerável, estou entre colunas para responder perguntas que eu devo saber as respostas e as quais
responderei, mas desde que perguntadas com o ritual fechado. Peço em nome da Loja que feche o
ritual e me faça as perguntas sem lê-las, pois como primeiro mandatário da Loja, o Venerável
deve sabe-las de cór para dar exemplo à loja. E ao mesmo tempo peço justiça porque não ficará
bem o venerável ler as perguntas e eu ter que sabê-las de cór entre colunas. É um castigo que
nenhum Irmão merece. Isto não é justo e nem perfeito.
O Venerável pigarreou, tossiu, ficou vermelho, respirou fundo, muito sem graça fechou o ritual,
mas aí veio o pior ele não sabia como prosseguir o telhamento, sem ler.
Aí o irmão cartorário, com um ar de quem estava ganhando a guerra disse: “Venerável eu posso
ajuda-lo. Eu mesmo farei as perguntas e eu mesmo as responderei”. E não se fez de rogado. Em
voz alta, dicção perfeita repetiu perante todos o ritual de telhamento completo. A loja ficou
perplexa.
Depois dessa, a estória para por aqui.
Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil – Londrina - PR

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente O JB News está sendo editado em Maceió Participando da XLX CMSB 2016 Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.101– Maceió (AL) - domingo, 3 de julho de 2016 Bloco 1 -Almanaque Bloco 2 -IrNewton Agrella – O Caminho das Pedras (Editorial de domingo) Bloco 3 -IrJoão Ivo Girardi – Coluna do Irmão João Gira – Máximas Maçônicas Bloco 4 -IrJosé Ronaldo Viega Alves – Caligrafia e a Leitura são preteridas no mundo moderno....... Bloco 5 -IrHercule Spoladore – Os Donos de Loja Bloco 6 -IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçonaria, Psicologia e Cabala Bloco 7 - Destaques JB – Breviário Maçônico - versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 2/32 Livros de artigos nos Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre Publicados na Revista O PRUMO. Durante o período de 1970 a 2015. Pedidos: site http://www.gosc.org.br Ou pelo telefone: (48) 3952-3300   1 – ALMANAQUE Hoje é o 185º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante) Faltam 181 para terminar este ano bissexto Dia do Papa Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. LIVROS
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 3/32 Hugo Capeto – 3 de julho de 987 – Rei dos Francos  324 - Batalha de Adrianópolis: Constantino derrota Licínio, forçando-o a retirar-se para Bizâncio.  987 - Hugo Capeto é coroado rei da França. É o primeiro rei da dinastia capetíngia.  1766 - Alvará português que determina sob a forma de proceder aos aforamentos dos baldios a bem dos concelhos. Transfere para as câmaras, nos concelhos onde os donatários não tinham o direito de os aforar, maninhos e logradouros comuns. Exige-se consulta à Mesa do Desembargo do Paço para fazer novos aforamentos de baldios, a fim de evitar os abusos e compadrios nos aforamentos que eram feitos por pensões diminutas.  1822 - Criação do Ministério da Justiça do Brasil.  1844 - O último casal de Arau-gigante é morto.  1849 - A França entra em Roma para restaurar o Papa Pio IX ao Poder. Isso tornou um grande obstáculo para a Unificação Italiana.  1857  Fundação de Montes Claros, em Minas Gerais.  Fundação de Ubá, em Minas Gerais.  1863 - Último dia da Batalha de Gettysburg. O Exército de Potomac, sob George Meade, derrota o Exército da Virgínia do Norte de Robert Lee, na batalha mais sangrenta da Guerra Civil Americana e de toda história dos Estados Unidos.  1866 - A vitória da Prússia sobre a Áustria na Batalha de Königgratz conclui a Guerra Austro- Prussiana, dando à vencedora o papel de nação germânica predominante.  1890 - Idaho torna-se o 43.º estado norte-americano.  1928 - A primeira transmissão de TV em cores é feita em Londres por J.L. Baird.  1938 - Fundação do Guarany Sporting Clube (Guarany de Sobral), no estado do Ceará.  1944 - Segunda Guerra Mundial: Minsk é libertada do controle nazista pelas tropas soviéticas durante a Operação Bagration.  1952 - Inauguração do primeiro templo dedicado a Santa Maria Goretti em terras brasileiras, na cidade potiguar de Currais Novos.  1962 - A Guerra da Argélia contra a França chega ao fim e é adotada a atual bandeira da Argélia.  1966 - Registrada a mais alta temperatura na cidade de Nova Iorque (42 graus Celsius).  1970 - Conflito na Irlanda do Norte: A operação "Falls Curfew" começa em Belfast, Irlanda do Norte. EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 4/32  1986 - Reinauguração da Estátua da Liberdade, onde foi feita uma limpeza e substituição da coroa.  1988 - O voo 655 da companhia iraniana Iran Air, um Airbus A300, foi abatido por um navio de guerra da marinha americana, o USS Vincennes (CG-49). Todas as 290 pessoas a bordo morreram.  1988 - A Ponte Fatih Sultão Mehmet em Istambul, Turquia, é completada. É a segunda ponte que conecta a Europa com a Ásia pelo Bósforo.  2009 - O canal Jetix muda seu nome para Disney XD.  2010 - Roza Otunbayeva assume oficialmente o cargo da presidência interina no Quirquistão, após uma série de conflitos étnicos no país.  2013 - Golpe de Estado no Egito derruba o então presidente Mohamed Mursi, sendo também suspensa a constituição. 1504 Após uma permanência de seis meses na Baía de Babitonga, na costa catarinense, o comandante francês Binot Palmier de Goneville e a tripulação de seu navio “Espoir” regressam à França. Este comandante levou consigo um jovem indígena de nome Içá-Mirim (Formiga Pequena) , filho de um cacique local, com a promessa de ensinar-lhe o manejo de arma de fogo e devolvê-lo vinte luas depois, o que não ocorreu. 1818 Nasce, em São José, Guilherme Xavier de Souza. Fez a carreira militar e participou das campanhas contra Rosas e Solano Lopes. Alcançou o posto de Marechal-de-Campo e, como tal, foi Comandante em-Chefe do Exército Brasileiro quando da ocupação em Assunção. Morreu na capital catarinense a 21 de dezembro de 1870. 1871 Morre, no Rio de Janeiro, o senador catarinense José da Silva Mafra. 1775 O Ir Prince Hall foi o primeiro americano negro a receber os graus da Maçonaria nos Estados Unidos. 1777 O Grande Oriente de França cria a palavra semestral, mais tarde adotada pelas demais potências. 1777 Constituição da Grande Loja de Niedersachsen, Alemanha. 1833 Fundação da Loja Salomão 21. uma das mais tradicionais e antigas em atividade até os dias de hoje no Brasil. 1973 Fundação da Loja Flor da Acácia nr. 2025 de Itajaí (GOB/SC) 1990 Fundação da Loja Francis Bacon nr. 2610 de Goiânia (GOEB/GOB) históricos de santa Catarina Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 5/32 Ir Newton Agrella - CIM 199172 M I Gr 33 membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "O CAMINHO DAS PEDRAS" Simbolicamente a Pedra é um elemento primordial para a relação que se estabelece entre o Homem Livre e de Bons Costumes e a própria Maçonaria. Não fosse isso, e ela não se constituiria em objeto da primeira lição dos nosso Trabalhos, especialmente ao Iniciado. Como diz o provérbio : "O distraído nela tropeçou. O bruto a usou como arma. O empreendedor a usou para construção. O camponês dela fez um assento. Michelangelo dela fez uma escultura. Davi com ela matou o gigante. Jesus mandou remove-la para ressuscitar Lázaro" Fazendo-se uma breve analogia interpretativa à parábola acima, observa-se que somos inegáveis reféns de nossas atitudes. Senão vejamos: Nossa distração e imprudência podem nos levar ao imponderado. Nossa iniquidade pode nos conduzir ao trato rude e exacerbado contra o nosso semelhante. Nosso espírito empreendedor transporta-nos ao aperfeiçoamento moral. Nossa falta de comprometimento pode nos deixar no limiar da indiferença. Nosso afinco e determinação tornam-nos verdadeiros construtores sociais. Nossas atitudes impensadas nos remetem ao limbo. Nossa capacidade de perdoar e tolerar fazem-nos seres humanos mais dignos. A diferença portanto, está na maneira como se desbasta essa pedra no sentido mais esotérico que possa haver. 2 – Editorial de domingo – O Caminho das Pedras Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 6/32 Ou seja; no conjunto de atitudes e interpretações que dizem respeito a natureza de nossas vidas, que por si só encontram-se sutilmente ocultas. Essa não-vulgarização do conhecimento enigmático contido nos Augustos Mistérios da Sublime Ordem está intimamente vinculada a maneira como trabalhamos e burilamos o nosso templo interior. Desbastamos a pedra a que chamamos "bruta" mediante o nosso crescimento intelectual, espiritual e cognitivo. E assim vamos ganhando forma, equilíbrio e sustentação como Homens que se pretendem difusores do bem, da virtude e da excelência da alma e do caráter. A pedra irregular que ainda não se encaixa nas situações mais adversas que a vida nos reserva necessita ser diariamente lapidada e trabalhada com muita precisão e denodo para aos poucos conseguirmos poli-la, lustra-la e fazer dela exercício para nossa evolução. Somos dotados de uma sabedoria que devemos explorar para que a Pedra com que nos defrontamos seja alicerce em nossas vidas. Como artífices do nosso tempo cabe-nos fazer da Pedra um elo contínuo e inquebrantável de nossa construção esotérica ou exotérica, pois a Ordem requer uma obediência cultista e conceptista em suas origens, princípios e postulados. Nossa missão torna-se mais clara quando passamos a perceber que o trabalho do Maçom no que tange a Pedra é a de desmaterializá-la e reproduzi-la, retificando-a como parte de nosso templo ensejando a ela substância ao espírito. Vale recordar-se do VITRIOL : "Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem" ou seja: "Visita o interior da terra e, retificando-te, encontrarás a pedra oculta" Aí reside o ofício do verdadeiro obreiro empenhado na atribuição iniciática de seu labor. Fraternalmente Newton Agrella
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 7/32 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC. Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. MÁXIMAS MAÇÔNICAS “Cercando-vos de máximas morais, a Maçonaria patenteou que sua linguagem não é a comum das sociedades profanas”. (Ritual de Aprendiz, GLSC). 1. A origem da Maçonaria continua sendo um mistério envolto em muita polêmica, mas a civilização moderna é em grande parte um projeto maçônico. (Richard Smoley). 2. Nenhum ser vivo pode representar a Maçonaria, mas você pode colocar em prática o que dela aprendeu. (Paulo Ursaia). 3. O espaço progride sob as coordenadas do esquadro, e o tempo evolui sob o traçado do compasso, porque o compasso é senhor do esquadro. (Juahrez Alves). 4. O que fizemos apenas por nós mesmos morre conosco; o que fizemos pelos outros e pelo mundo permanece imortal. (Albert Pike). 5. Sendo eclética e procurando sempre estabelecer uma ordem ao caos, a Maçonaria colhe da história e da evolução do pensamento humano, o que há de melhor e que possa encontrar conexão e maior acordo universal. (Theobaldo Varoli Filho). 6. É possível fazer Maçonaria sem ser maçom. Mas nenhum homem será verdadeiramente maçom se não conseguir fazer Maçonaria. (A) 7. As regras preconizadas pela Maçonaria são puramente morais; não derivam de nenhuma fé religiosa, de nenhum credo político, de nenhuma palavra de ordem. Os homens dilacerados podem aí reencontrar os caminhos, não da unidade que não é desejável, mas da paz e de uma certa comunhão. (Roger Mériglier). 8. Ninguém pode ser reconhecido como maçom enquanto continuar servo das suas paixões, escravo das suas crenças e cego pelos bens deste mundo. (Jean Mourgues). 3 – Coluna do Irmão João Gira – Máximas Maçônicas João Ivo Girardi
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 8/32 9. A ideia è que cada indivíduo possa refletir sobre suas atitudes e busca sempre o caminho do bem, e da perfeição a sociedade vai caminhar naturalmente para o progresso... (Filosofia maçônica). 10. A Maçonaria é a mais bela das instituições, ela consegue ensinar filosofia em um mundo onde a ignorância está se tornando virtude! (Tales Júnior). 11. O conhecimento, para ser o que deve ser, não se limita a uma simples teoria, mas comporta em si mesmo a realização correspondente. (René Guénon). 12. Uma loja e oficina maçônica é forte e famosa não por sua idade, não pelos seus títulos de antiguidade ou pela fama profana de alguns irmãos. A loja e oficina é forte e famosa pelas obras de caridade, solidariedade, atos de beneficência e benemerência que silenciosamente tornam o mundo melhor. (Ricardo Barradas). 13. Aquele que crê possuir a verdade não se preocupa em procurá-la, da mesma forma que o justo satisfeito com a sua virtude negligencia o seu aperfeiçoamento moral… a intuição dirige-se aos espíritos inquietos, àqueles que não se satisfazem com aquilo que puderam aprender… Aquele que adere a um intangível credo religioso, filosófico, científico ou político comete um erro em dirigir-se à porta do Templo: aí só poderá comportar-se como um intruso… A vocação iniciática encontra-se no seio desses vagabundos espirituais que erram na noite após terem desertado da sua escola ou igreja por lá não terem encontrado a verdadeira Luz. (Oswald Wirth). 14. Dar socorro aos que necessitam, dar alívio aos que padecem, é obrigação essencial do Maçom. A maior necessidade e enfermidade de um povo é, porém, a falta de doutrinação esclarecida. É esta que lhe multiplica as dores e os crimes; é esta que, de ordinário, o entrega surpreso e manietado às usurpações audazes. (Mendes Leal). 15. Quem tem de alardear aos quatro ventos que é alguma coisa, provavelmente não é. (Ditado Maçom). 16. O topo derruba-nos, não os degraus que aí conduzem: gostamos de errar na planície, com os olhos fixos no cume. Só uma parte da arte se pode ensinar, o artista tem necessidade de arte total… o trabalho do maçom faz-se ao ar livre e termina, senão sempre em segredo, pelo menos, pelo segredo. (Goethe). 17. A julgar pelas aparências, a Maçonaria parece mais uma associação discreta do que um Templo defendido por muralhas intransponíveis. Os rituais de todos os seus graus já foram publicados. As palavras, os sinais, a organização interna, a hierarquia da Ordem maçônica já foram divulgados… portanto, apesar dessa larga difusão, a Maçonaria continua uma realidade misteriosa não só para os profanos, mas também para os próprios iniciados. (René Alleau).
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 9/32 18. O objetivo da Maçonaria é forjar homens que não possam ser comprados nem vendidos, que sejam honestos até a última fibra de seus corações, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a agulha magnética é ao norte; homens, enfim, que permaneçam ao lado do direito embora o céu desabe. (Albert Tyler). 19. A Maçonaria é uma praia acolhedora. Ditosos aqueles que podem alcançá-la! Felizes aqueles que podem chegar até ela, vencendo as Tempestades de Pensamento. No seio da Maçonaria adquirem-se grandes Virtudes e descobrem-se grandes gênios da Ação e do Pensamento. Na Maçonaria, o Homem aprende a elevar-se sobre o Vulgar, não tem dúvida em esquecer-se de si mesmo, quando necessário, desde que possa oferecer a seus Irmãos um pouco de doçura na existência. É uma Instituição Sublime. (Simón Bolívar). 20. A Maçonaria é um estado maior de espírito, no qual as aspirações nobres e puras chegam a sublimar as vocações mecânicas da vida, para envolver o ser na auréola liberta, fraterna e igualitária. (Octacílio Schüller Sobrinho). Máximas semeadas nas Instruções do Simbolismo (GLSC, REAA): 1. Liberdade: Liberdade, cintilação divina, que nenhum poder tem o direito de obscurecer ou apagar. - A liberdade é necessária ao homem como o Sol à terra. - A liberdade de consciência só será útil quando a razão dominá-los. 2. Solidariedade: Levai á choupana, onde a miséria e o infortúnio fazem sempre gemer e chorar; o amparo de vossa inteligência e o supérfluo de vossa condição social. 3. Caridade: É no coração que Deus imprimiu o selo da Caridade. 4. Vida: Se queres bem empregar a tua vida, pensa na morte. - A vida é a faculdade de resistir à morte; a inteligência é função ativa da alma, tanto quanto o sentimento e a a vontade. 5. Religião: Cultiva sem cessar, tua religião, siga as aspirações de tua consciência e Deus será testemunha de tua sinceridade. 6. Política: Sirva fiel e com probidade á tua Pátria e não te pediremos conta dos teus credos políticos. 7. Verdade: Mostra-te sempre acessível ás verdades que se sentem e que não se exprimem. - O simples ignorante está mais próximo da Verdade que o fátuo (vaidoso) que se jacta (ostenta) de uma ciência enciclopédica apoiada unicamente em falsas noções. 8. Moral: É o equilíbrio da força e da sensibilidade de nossa alma. 9. Fraternidade: Toda ocasião que perderdes de ser útil, é uma infidelidade, todo o socorro que recusares será um perjúrio.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 10/32 10. Força: Só com as sementes apoiadas uma ás outras é que o fruto toma sua verdadeira forma. - O esforço, sofrimento provado, é o prêmio da vida, cujas alegrias são exatamente poporcionais às ações empregadas para possuí-las. 11. Beleza: As coisas materiais são apenas um invólucro que cobre a beleza do invisível. 12. Virtudes Teologais: Fé, Esperança e Caridade, virtudes morais que devem ornar o espírito e o coração de qualquer ser humano. - A Fé é a sabedoria do espírito, e a Esperança sua força. 13. Conhecimento: O Conhecimento baseado na exatidão, ajudado pelo trabalho e efetivado pela perseverança, vencerá todas as dificuldades, extinguindo as trevas da ignorância e espargindo a felicidade no caminho da vida. 14. Morte: Se queres bem empregar a tua vida, pensa na morte! 15. Beneficência: A Beneficência não se traduz por atos de vaidade, próprios daqueles que dão com orgulho, humilhando a quem recebe, mas com o elevado propósito de amenizar o sofrimento de quem necessita. - Que a mão direita não saiba o que a esquerda faz. 16. Trabalho: Inutilmente o coração conceberá e o cérebro projetará, se a mão não estiver pronta para executaro trabalho. - Todo esforço mal conduzido é esforço perdido. 17. Bem e o Mal: O mal existe por toda a parte com atrações tentadoras; mas por toda a parte está, igualmente o bem servindo de paradigma a todas as exigências sociais do porvir. - O bem não deve ser premeditado, mas espontâneo. 18.Tranformação: Sois como uma larva que, para chegar ao seu completo desenvolvimento, passa por sucessivas transformações. 19. Sabedoria: Em matéria de saber, a qualidade supera a quantidade. Sabei pouco, mas esse pouco sabei-o bem. - A Sabedoria não está em castigar os erros, mas em procurar-lhes as causas e afastá- las. - O sábio humilha-se sempre, quando em presença de uma verdade que reconhece superior à sua compreensão. - O saber sem critério é uma luz mortiça, e sem critério, os atos virtuosos são estéreis. 20. Sabedoria, Força e Beleza: A Sabedoria deve orientar-nos no caminho da vida; a Força, animar-nos e sustentar-nos em todas as dificuldades; e a Beleza, adornar as nossas ações, nosso caráter e nosso espírito.
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 11/32 21. Superstição: A superstição é um falso culto, repleto de mentiras, contrário à razão; é a religião dos ignorantes, das almas timoratas. 22. Justiça: Não será justo e nem honesto proteger o menos digno. 23. Desordem: A desordem é a lei da insânia. 24. Movimento: O movimento é vida, na terra e no espaço tudo se move, tudo trabalha, tudo caminha. - Penetremos até o centro e tudo nos obedecerá. 25. Equilíbrio: Os pratos de uma balança perfeita devem oscilar, porque a imobilidade é a estagnação, é a morte. 26. Argumento: Com os argumentos das palavras se destroem os sofismas e os erros. 27. Mentalização: Guardai sempre o equilibrio mental que caracteriza o homem são de espírito. 28. Heroísmo: Os verdadeiros heróis não foram os que, à custa do sangue fraterno, conquistaram palmos de terra, mas o que se dedicaram, de alma e coração, ao bem-estar de seus semelhantes. 29. Dogmatismo: Iludir com o propósito de dogmatizar são as características peculiares dos espíritos tacanhos. 30. Aprendiz: Irradia por toda a parte a luz que recebestes. 31. Companheiro: Aprendendo, ensinarás; ensinando, aprenderás. 32. Mestre: Não fiqueis Mestres apenas nas insígnias e nos diplomas, mas também, nos sentimentos e nas ações. Finalizando: “Cem máximas que resumissem a sabedoria universal tornariam dispensáveis os livros”. (Carlos D. de Andrade).
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 12/32 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. A CALIGRAFIA E A LEITURA SÃO PRETERIDAS NO MUNDO MODERNO EM RAZÃO DE SUBSTITUTOS TECNOLÓGICOS. POR CONTA DISSO, A MAÇONARIA SOFRERÁ MUDANÇAS TAMBÉM NUM FUTURO? *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. “Ler, portanto – dentro da concepção de que ler é interpretar o mundo e de que, para tanto, a leitura da escrita é apenas uma das leituras, mas é fundamental para qualificar a leitura sensitiva e emocional – é um qualificador dos grandes homens e, por óbvio, precisamos ler com olhos atentos, mente aberta e coração livre. Quer dizer, se os homens que querem ser referência de transformação social e liderança nos grupos em que atuam devem ler, nós que fomos iniciados para construir um mundo melhor, temos a obrigação de ler. E ler o quê? Livros, mas com o cuidado de escolher, ao menos de vez em quando, aqueles que sejam mais do que entretenimento.” (Irmão Gustavo Ferenci, em artigo de sua autoria: “O Papel da leitura na Formação Humana e Maçônica”) INTRODUÇÃO: Lendo um dos tantos artigos brilhantes de autoria do Irmão Hercule Spoladore, deparo-me com o seguinte parágrafo, onde ele apresenta algumas sugestões:“Entretanto, a Ordem deveria mudar o esquema de suas sessões imediatamente. Gastamos ¾ de uma sessão com problemas administrativos. Aí está o grande mal. É aí que reside a nossa grande falha. Se houvesse uma sessão administrativa mensal, onde uma diretoria capaz resolvesse todos os problemas rotineiros, e as demais sessões fossem abertas e fechadas ritualisticamente, mas sua sequência fosse tão somente de trabalhos apresentados, debates, instruções, doutrinação, temos certeza de que mesmo aqueles Maçons que não lêem, não estudam, aprenderiam muito e tomariam gosto pela leitura, pois seriam despertos de um sono que talvez a própria maneira atual de ser da Ordem seja responsável.” Sem dúvida, esse é um problema com sérias tendências a se agravar no futuro. O Irmão Spoladore tem toda a razão em manifestar a sua preocupação, a mesma que em tempos passados, já tinha sido motivo, felizmente, da manifestação de outros Irmãos. Só que parece que o panorama não sofreu modificações. 4 – CALIGRAFIA E A LEITURA SÃO PRETERIDAS NO MUNDO MODERNO EM RAZÃO DE SUBSTITUTOS TECNOLÓGICOS. POR CONTA DISSO, A MAÇONARIA SOFRERÁ MUDANÇAS TAMBÉM NUM FUTURO? José Ronaldo Viega Alves
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 13/32 Não custa nada lembrar que numa das primeiras coletâneas de trabalhos da Editora “A Trolha”, editada em 1994, há um trabalho do Irmão Kurt Prober, com a data em que foi elaborado, Janeiro de 1979. Nesse trabalho, a questão sobre a ausência de leitura já era crônica conforme esse Irmão. Algumas passagens do mesmo, são dignas de serem reproduzidas: “O iniciando, olhando respeitosamente os membros antigos das Lojas, especialmente os que fazem questão de “enfeitar o Oriente”, ou os componentes da nossa honorável Fraternidade, de um modo geral imagina-os bem ilustrados e informados, mas na realidade, em 99% dos casos, está redondamente enganado. Se mostra o desejo de estudar e aprender alguma coisa, especialmente quando possui um Grau de cultura mais elevado, é sumariamente freado e até ridicularizado com o velho chavão: “Ainda é muito cedo para você ficar sabendo isto, porque isto irás aprendendo com o tempo, quando for Mestre...” E mais adiante: “Provado está, portanto, sem qualquer resquício de dúvida, que MAÇOM NÃO GOSTA DE ESTUDAR, estudar que é sinônimo de LER, e muito menos gosta de escrever. Agora, POR QUE NÃO LÊ?... Bem, isto é outra página da história, e faço votos que cada um consiga responder a esta pergunta indiscreta, pelo menos, para si mesmo, e depois disto, poderá até ficar com “raiva” de mim, por ter dito a verdade...” Imaginem que quando o texto acima foi escrito não havia a profusão de informações na Internet, e que facilitou mais ainda para aqueles a quem se ele se refere como “os que não gostam de estudar”, estudar que é sinônimo de ler, “e muito menos de escrever”. Para corroborar as reais preocupações de todos esses Irmãos, que são as minhas também, e que deveriam ser de todos nós, selecionei algumas notícias de jornais, publicadas recentemente, que por si sós, revelam a velocidade com que as mudanças estão acontecendo. O caos informacional é uma ameaça, e quer queiramos, ou não, os reflexos disso tudo logo se farão sentir com mais veemência. Vivemos numa sociedade de falsas certezas, e não tratamos até agora sequer de estabelecer critérios para fazer escolhas. NOTÍCIA 1: “EL VALOR DE LA CALIGRAFIA EM LA ERA DEL iPAD – En Estados Unidos debaten sobre la utilidad de escribir a mano” O título acima pertence a um artigo da autoria de Robert MacPherson e foi reportagem de capa do caderno “Correo de Ideas” do Jornal “El Obervador” de Montevideo, Uruguay. Não vejo motivo para proceder a uma tradução do título pelo fato de que, as palavras utilizadas são todas bem semelhantes às da Língua Portuguesa, e o próprio sentido das frases não deixam maiores dúvidas. Mas, o assunto em si é preocupante, pois, quando iríamos imaginar uma notícia desse teor a um tempo atrás. (e não precisamos recuar muito no tempo) A caligrafia, essa verdadeira arte de imprimir beleza aos caracteres gráficos, é agora, objeto de preconceito e até de desprezo. A reportagem do título começa falando sobre os alunos pertencentes a uma escola primária perto de Washington DC, que revelam suas opiniões sobre o fato de participarem de aulas de caligrafia. O que fica patente entre eles é que eles acham divertido o aprendizado da caligrafia. Mas, em contrapartida, muitos adultos questionam sobre a sua finalidade em plena era digital. Óbvio que no plano de estudos que a maioria das escolas adotam lá, não existe nada específico sobre qualquer obrigatoriedade referente ao ensino da caligrafia, mas, simplesmente sobre o escrever à mão. A verdade, é que num período anterior, uma primeira revolução teria acontecido: com o advento dos computadores, o ato de digitar passou a ser mais importante do que saber escrever à mão. Para as primeiras gerações, para quem coincidiu usar de um aprendizado que já estava consolidado, ou seja, do teclar na máquina de escrever, foi mais fácil teclar num teclado de computador? Pode até ter sido, mas o “know-how” do teclar na máquina de escrever já era coisa do passado mesmo. Acho que ninguém imaginou quão rápido seria a
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 14/32 adaptação ou a transição, a ponto das crianças de hoje em dia, muito cedo já terem o domínio completo do teclado. A diretora da Escola Primária “Melrose Avenue Elementary School” de Los Angeles, Bernadette Lucas, diz que foram investidos 30 milhões de dólares para a utilização de “iPADS” por todos os alunos, e complementa: “Todo o mundo digita, todo o mundo envia mensagens de texto, portanto, pode-se dizer que a caligrafia é uma espécie de arte perdida.” Mas, algumas vozes dissonantes se fazem ouvir dizendo que, pela primeira vez na história nos Estados Unidos se está educando uma geração que num futuro não vai se capaz de assinar um cheque ou ler a Constituição na sua forma manuscrita original do séc. XVIII. Vejamos o que diz o dicionário sobre o que seja a caligrafia: CALIGRAFIA s.f. (Gr. Kalligraphía, as) 1. Arte de escrever à mão com elegância, harmonia, etc. 2. Escrita produzida por essa arte. 3. Maneira própria de escrever á mão. A título de ilustração, vejamos na sequência um pouco da importância da caligrafia para a civilização árabe: “Na verdade, a palavra contida no Alcorão, palavra incriada e eterna de Deus, texto maior do muçulmano, é, para o árabe, fundamento de vida. (...) A escrita e, sobretudo, a caligrafia árabe, é uma das formas mais proeminentes de inserção do signo na realidade e na memória dos homens, pois fixa a língua que se tornou veículo da revelação islâmica.” (...) Na formulação de Flusser, citado por Lauand em ‘Escrita e Caligrafia árabes’ na Revista de Estudos Árabes , da USP: “A mesquita – não há altares, não há imagens, mas há letras árabes em toda parte. Esses sinais, curiosamente revoltos e cursivos, aparecem pintados e esculpidos nas paredes, tecidos nos tapetes e nos medalhões que pendem do teto. A letra árabe é a razão de ser da mesquita. Por ser uma casa da escrita, é a mesquita uma casa de Deus. A mesquita é uma casa de leitura, porque leitura é prece.” Eu fiquei a pensar, até quando, os que teimam em opor uma resistência, poderão resistir de verdade. Também pensei na quantidade de balaústres e documentos escritos que fazem a história das Lojas onde quer que a Maçonaria exista, nos manuscritos da Maçonaria Operativa redigidos à punho, enfim numa imensidão de cartas, ofícios, tratados, e toda espécie de escritos que acompanham a história do homem e das instituições, e que um dia num futuro podem não valerem mais nada. Cito exemplos: “O Manuscrito de Halliwell, também conhecido como Poema Regius, é o primeiro dos Old Charges. Ele consiste em 64 páginas de papel velino escritas em dísticos e rimados em inglês médio.” E também: “Diferente da maioria das antigas constituições, quem eram escritas em bobinas, o manuscrito de Cooke foi escrito em folhas de papel velino, com 112mm de altura por 86mm de largura encadernadas em um livro, ainda mantendo sua capa original em carvalho.” Ainda, sobre o Manuscrito de Dowland: “Ele foi escrito em um longo rolo de pergaminho, em uma caligrafia muito clara, aparentemente do século XVII, e provavelmente foi copiado de um manuscrito de data anterior.” E para que o futuro que se aproxima não seja sombrio demais, neste aspecto, uma investigação realizada na Universidade Internacional da Flórida, revelou que as crianças de quatro anos que escrevem bem à mão têm mais chances de se destacar em Matemática e leitura quando chegam à escola primária. No Canadá, um grupo de estudantes e professores de Quebec depois de um trabalho em conjunto, sugerem com base em seus resultados, que aqueles que aprendem caligrafia obterão melhores resultados em ortografia e sintaxe, graças a uma melhor capacidade gráfica. Na realidade não se sabe o efeito real que irá ocasionar um provável abandono da caligrafia num futuro, mas, de qualquer forma irá contribuir para deixar o homem cada vez mais empobrecido.
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 15/32 Com relação à diretora da escola que em seu depoimento diz que a caligrafia é uma arte perdida, é lamentável que tenhamos de ouvir esses vaticínios de gente que deveria, no mínimo, apreciar o que seja a arte, e somente por isso transcrevo a passagem abaixo que deixa antever o que seja essa arte, pelo menos no mundo árabe: “Dada sua estatura religiosa e considerando sua infinita gama de qualidades estético-estilísticas, a caligrafia não se restringe apenas à mesquita: faz parte do ambiente didático da madrassa (em árabe, “escola”, sobretudo a agregada à mesquita, preocupada com o estudo alcorânico); entra na composição decorativa da cerâmica, da tapeçaria e de mosaicos; alça-se aos cimos de monumentos e palácios; chega às tumbas; adquire, por vezes, no entanto, o caráter documental de uma época, pela celebração de nomes e de feitos de governantes; integra pergaminhos e livros científicos e literários, participando, assim, de instâncias que a fazem penetrar também no domínio do profano.” Tomamos emprestado até aqui, o exemplo do povo árabe que valoriza a sua caligrafia, a ponto da mesma confundir-se com a própria identidade do Islam, e também como prova de que o velho e o novo podem sim conviver quando há interesse em preservar as suas tradições. Os meninos árabes certamente lidam muito bem com computadores e digitam com velocidade, mas, aprendem nas “madrassas” a importância da sua arte mais nobre, que é certamente a caligrafia. E viva a arte da caligrafia, encantamento para os olhos. Aliás, diante de um cenário como esse que se avizinha para o futuro, e ainda, com pessoas dispostas a apostar somente no novo, como é que vão ficar num mundo digital, ou para onde serão relegados, se desprovido da arte, os ideogramas chineses, ou o belo alfabeto hebraico, com verdadeiras obras-primas caligráficas enfeitando as “hagadás”, além de uma variedade de livros sagrados? Em termos de Maçonaria, o alfabeto maçônico, não é mais utilizado, até pelo fato de que poderia numa época como essa soar um tanto ingênuo, embora constem as chaves em painéis simbólicos. O que se quer aproveitar para fazer aqui é um alerta, e é sobre o abandono das tradições. Quando nos damos conta, deixamos de cumprir uma delas, e mais adiante, outra... Será que todos sabem as regras básicas para as abreviaturas maçônicas, ou já estão sendo deixadas de lado também? NOTÍCIA 2:“DESCASO COM AS BIBLIOTECAS – Pesquisa em 503 estabelecimentos no país evidencia um baixo atendimento de visitantes por mês” Este título é de uma reportagem publicada no Jornal Correio do Povo de Porto Alegre. Um estudo de parte do Observatório do Livro e da Leitura revelou em 503 bibliotecas distribuídas pelo país, que salvo algumas exceções, é preciso infra-estrutura, tecnologia e mais visitantes. Com relação à média nacional de visitantes que é de 19 pessoas por dia, e é bom frisar, estamos falando de média nacional, o número é preocupante, mas, não seria nenhuma novidade dizer aqui, que esse número simplesmente aponta para um problema crônico em nosso país: anos de descaso em políticas públicas para o setor. O número, portanto, é somente um resultado, uma medida, que serve para avaliar o estrago que se produziu deliberadamente neste país nesse setor. Quando paramos para pensar que o Brasil tem nas regiões Centro-Oeste e Norte, respectivamente, 6,8% e 5,6% somente do universo das bibliotecas, dá para ter uma noção do quanto resta para ser feito neste país. Mas, mesmo criando mais bibliotecas, e outras ferramentas modernas que possam auxiliar os alunos das escolas a cultivarem o saudável e útil hábito da leitura, isso bastaria por si só? Não, pois, há que se desenvolver todo um trabalho de incentivo à leitura. O que não é feito com pelo menos, continuidade.
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 16/32 O MAÇOM E A LEITURA Esse é um problema que está afeto aos Maçons também, a falta de leitura, daí o registro feito pelo Irmão Hercule Spoladore em seu artigo, assim como, os de outros tantos Irmãos que é passível de encontrarmos espalhados em revistas e livros maçônicos. Sem dúvida, a Internet, ferramenta imprescindível no mundo atual, também tem sua parcela de culpa. É notório, em muitos trabalhos que são apresentados em nossas Lojas, independente de Grau, o quanto vem sendo copiado e colado. E vamos falar a verdade, ainda ter de ouvir tecerem loas, elogios mil aos trabalhos esses que são meras cópias, que não exigiram esforço algum de parte do apresentador, é muito teatro, não é não? De um artigo de autoria do Irmão Gustavo Ferenci, e intitulado “O Papel da Leitura na Formação Humana e Maçônica” pude ler trechos interessantíssimos que servem de subsidio a este trabalho e que faço questão de reproduzi-los. Falando sobre a obra do escritor mineiro Luiz Ruffato, que consta de uma série, onde os personagens principais residem na classe operária brasileira, o Irmão Gustavo Ferenci faz um resumo da mesma onde diz: “Ao longo do texto, o autor mineiro descreve com maestria a falta de compreensão de mundo de seus personagens que vivem em pequenos universos oriundos de sonhos criados pela sua ignorância. Estes personagens, com características semelhantes a muitas pessoas que nós conhecemos, vivem num inferno provisório porque não conseguem libertar-se de uma realidade cruel, não conseguem refletir para além do que está diante dos seus olhos, não conseguem enxergar que a vida tem muito mais a oferecer, não conseguem perceber que o mundo é uma construção e que eles não precisam ser vítimas da situação. O que estes personagens não têm? Interpretação do mundo que os cerca, ou seja, leitura crítica do mundo.” Prosseguindo no texto do Irmão Ferenci, ele faz uma pergunta cabal: “Meu grande questionamento é por que homens que têm condições de ler o mundo e agir sobre ele ficam inertes esperando as coisas mudarem?” NOTÍCIA 3: “TABLETS COMEÇAM A SUBSTITUIR OS LIVROS” Mais uma notícia um tanto perturbadora. Parece que o mundo cada vez mais fica muito dividido, ou as fronteiras vão ficando mais rígidas. Imaginem as suas implicações num país como o Brasil, que sempre foi pródigo em contrastes, de grandes disparidades sociais... É o mesmo que dizer que o ensino fica cada vez mais elitizado e quanto às reais benesses, isso ainda não está colocado de maneira muito clara. O uso de “tablets” em sala de aula substituindo os livros tradicionais vem se tornando uma realidade em várias escolas do país. Nas palavras do presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares: “Está ocorrendo uma interface entre o uso concomitante do livro eletrônico e de papel. É uma tendência abandonar o livro didático, já que o livro eletrônico tem vantagens sobre o impresso. Um “tablet” carrega todos os livros e cadernos e permite interatividade, atualização, o que não ocorre com a versão impressa.” O MEC diz contar desde 2012 com um projeto com o objetivo de oferecer instrumentos e formação aos professores e gestores das escolas públicas para o uso dessa tecnologia no processo de ensino e aprendizagem. Alguns pais de alunos já mostram apreensão com a possibilidade de substituição total dos livros impressos, outros acham que somente colocar o mundo digital dentro da sala de aula não resolverá o problema de melhor atrair a atenção dos estudantes, ou que é preciso associar mais a teoria à prática O presidente do IGV/FGV, Stravos P. Xanthopoylos, acha que há mercado para qualquer estratégia, mas, que” nada substituirá a interação do aluno com quem é capaz de gerar o conhecimento”.
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 17/32 Sem dúvida, toda mudança envolvendo tecnologias novas dividem opiniões, e exigem discussões. Talvez, para aqueles que sempre se utilizaram dos métodos tradicionais, seja mesmo mais difícil de aceitar, ou haja mais relutância, assim como, não dá para afirmar, creio eu, ou pelo menos por enquanto, que essa metodologia é a mais eficiente, pois não foram testadas num período de tempo que possa garantir os resultados das mesmas em termos de aproveitamento do conteúdo pelo aluno. Talvez seja melhor pensarmos por enquanto em algo que veio para agregar, para facilitar, e não como comportarmo-nos a ponto de ir defendendo uma metodologia, que ainda não conhecemos muito bem, a ponto de desprezar tudo o que foi feito até hoje como alguns sistemas que estão sendo deixados de lado. Tem um fator que não vem sendo discutido suficientemente, que é a velha e boa interação entre os alunos, no relacionamento direto, ou com os professores, ou seja, será que cada vez mais seres humanos tem de ser mais mecânicos? Essa, com certeza, poderá ser uma das grandes discussões, ainda, mais num terreno onde deveriam chover opiniões de educadores. Em um século nada mudou em termos de Educação no Brasil, agora “as mudanças são para ontem”, então, tem algo de muito errado nesse processo todo, e é de lembrar aqui o que disse o professor Muniz Sodré: “a escola é do século 19, o professor é do século 20 e o estudante é do século 21. É um enredo de filme de Ficção Científica. A questão é que isso tem conseqüências, e como. Projetando mais para o futuro, um dia a nossa Instituição, a Maçonaria, terá de escolher os seus possíveis obreiros, com que perfil exatamente? NOTÍCIA 4: “LITERATURA ENRIQUECE O CURRÍCULO” Agora sim, uma notícia de primeira página do Caderno “Pense Empregos” do Jornal Zero Hora, que faz jus àquela idéia que temos sobre o valor da leitura para o enriquecimento do homem, seja a atividade que ele for exercer, ou como puro e simples lazer. Essa reportagem começa dizendo que ler livros variados, e incluindo nesse pacote livros técnicos ou de literatura ajudam o profissional a se manter atualizado e competitivo, além de poder auxiliar no desenvolvimento de habilidades essenciais para qualquer tipo de atividade. Outras vantagens para que lê; criatividade, capacidade de relacionamento, capacidade de análise, bom português, escrita, benefícios cerebrais, eloquência, desenvolvimento de outros pontos de vista, esclarecimento e isso que venho defendendo desde o começo deste trabalho: mais humanização. A reportagem confirma também que o hábito da leitura vem sendo negligenciado por parte dos estudantes brasileiros. O hábito de ler e não a obrigação tem que ser trabalhado: inicia-se por títulos mais populares até que se tome gosto por obras mais complexas, além de que deve haver uma variação de gêneros, como medida de ir pegando o hábito. Não dá para ficar por fora do que está acontecendo, num mundo em que as mudanças ocorrem muito rapidamente. A leitura de jornais, por exemplo, é algo de fundamental. CONCLUSÃO É, são muitas as mudanças que se avizinham, e não tem como ficarmos alheios a tudo isso. Não estamos aqui para impedi-las, nem somos uma espécie de novos luditas, mas, transformações tem que ser discutidas para que se saiba o que vão trazer de utilidade, de benefícios, ou seja, tem que passar por um processo de avaliação. Temos que evoluir sim, mas sem apagar de vez o nosso passado, ou transformá-lo em cinzas. No livro “Maçonaria, Mistérios, Lendas e Fatos”, o Irmão Joaquim Roberto pinto Cortez diz que por volta de 1930, foram catalogados cerca de 60.00 títulos publicados em relação à Maçonaria. Ainda, o Irmão faz um comentário sobre considerarmos numa progressão aritmética
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 18/32 o crescimento dessa produção..., e complementa dizendo que nos dias atuais se conseguíssemos chegar à totalidade dos livros publicados no mundo toda essa cifra deverá estar acima de um milhão de títulos. Num primeiro momento dá para dizer ou supor que, é muita produção para pouca leitura, ou muita oferta para pouca procura. E quem foi ou é bibliotecário que o diga: numa Loja a procura por livros é ínfima. O que tem de mudar: o método, a pedagogia, as exigências...? Certamente algumas coisas precisam ser mudadas, e novamente teremos de entrar nas considerações tecidas pelo Irmão Hercule Spoladore sobre o que transcorre numa sessão, e de como é aproveitado o tempo. Voltando para o livro do Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez, há uma passagem em que está registrado: “Acontece também, que muitas Lojas convidam os chamados medalhões para realizarem palestras em datas especiais e sobre assuntos que, quase nunca, são de seu profundo conhecimento.” Dá para entender que a quantidade de livros disponíveis por si só não faz o problema e nem a solução, mas, as políticas adotadas. Isso vale para o mundo profano e o mundo maçônico. Há que se criar o hábito da leitura, e novamente: há que se incentivar o hábito da leitura. Quando o Irmão Hercule Spoladore diz em seu artigo:“As descobertas científicas aconteceram e acontecem sem qualquer antevisão do futuro. As suas consequências não previsíveis dão forma para a nossa atual civilização. Quer dizer, não há uma programação objetiva e direta direcionada a um ponto futuro para conduzir a Humanidade. A ciência empurra o homem. Às vezes, ele não sabe aonde irá parar. Os cientistas não sabem para onde estão o indo e nem aonde querem chegar. São guiados por suas descobertas, às vezes, imprevistas e, grande parte, por acaso. Cada um destes cientistas representa o seu próprio pensamento, estabelece suas próprias diretrizes para si e para a sociedade. Por analogia, o mesmo caso acontece com a Internet. Não sabemos o que irá acontecer. Teremos que “pagar” para ver.” Isso resume muito bem, o que estamos vivendo, não tem como saber para onde estamos indo, e prosseguindo com o Irmão Spoladore: “(...) Está havendo um grande equívoco na Maçonaria atual, pois esta tem em seus princípios valores antigos tradicionais aparentemente conservados através dos rituais, costumes escritos, constituições etc., que muitos Maçons tem a pretensão de estar seguindo, sem que isto seja verdade. O que acontece na realidade, é que a maioria destes valores acabam sendo letras mortas, pois o maçom na sua condição de Homem que recebe todas as influências citadas do mundo profano, especialmente no terreno das comunicações, informações e do moderno relacionamento humano, traz para o seio da maçonaria, tudo o que ele está sofrendo e se envolvendo fora das lojas, tais como a competitividade desleal, o consumismo exagerado, a agressividade incontida, a ganância pelo poder, a vaidade auto idólatra, enfim uma série de situações que ele mais cedo ou mais tarde, quando fizer uma análise de consciência, se o fizer, pois a maioria nem isso faz, ele verá que não foi bem isso que ele pretendia da Ordem. Então vem a desilusão total, uma das causas de esvaziamento das nossas lojas. Fala-se em tradição da Maçonaria, mas em realidade esta foi se distorcendo aos poucos, pois os tempos são outros e tudo muda, e as mudanças ocorrem sem que sejam apercebidas, pois, muito embora aparentemente ligado ao passado, o Maçom vive o tumultuado mundo presente.” Tentou-se neste curto espaço de tempo, e através da utilização de notícias recentes de jornais montar um panorama da realidade atual e do futuro que vem por aí. O mundo mudou muito com o advento da internet, e tudo acaba passando por ela: as relações de trabalho, a comunicação, os movimentos sociais, a educação, como bem ficou evidenciado em alguns aspectos. É possível que não tenhamos parado para discutir o impacto disso tudo, memos o mundo sendo uma aldeia global.
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 19/32 Se a Maçonaria é dita como progressista, o que significa exatamente isto? A Maçonaria deve mudar? O que nos reserva o futuro? Como conviver com o velho e o novo? E os landmarks, pelo menos alguns, não teriam que ser revistos? Se os jovens tem outro valores, outros sonhos, nos próximos anos os que forem iniciados com sua nova maneira de pensar como verão a nossa Ordem? É preciso despertar, e enquanto ainda há tempo! Do contrário, o que resta? Da coluna do Jornal Correio do povo sob a batuta do escritor Juremir Machado da Silva, e de uma crônica sua que foi intitulada “O que resta?”, retirei a seguinte frase: “Resta essa estranha situação de consolo na contemplação dos homens comuns que se distanciam lentamente pelas calçadas titubeando em busca da consistência que se afasta como um horizonte sinuoso.” E nada mais. Fontes Bibliográficas: Internet: JB NEWS nº 983, de 13.05 de 2013 – “O Maçom, esse Desconhecido” – Artigo do Irmão Hercule Spoladore “Manuscritos Maçônicos” – disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Manuscritos_Maçônicos.html Jornais: “Correio do Povo” – Edições de 21, 22 e 27 de Abril de 2014 – Porto Alegre, RS. ‘EL OBSERVADOR” - Edição de 3 de novembro de 2013 – Montevideo, ROU. “Zero Hora” – Edições de 9 e 27 de abril de 2014- Porto Alegre, RS. Revistas: Revista “ACÁCIA”, nº 91 – “O Papel da Leitura na Formação Humana e Maçônica” – Artigo do Irmão Gustavo Ferenci Revista “LÍNGUA PORTUGUESA ESPECIAL” – ‘Religião e Linguagem’ – Editora Segmento Livros: A TROLHA – COLETÂNEA 2 – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1994 CORTEZ, Joaquim Roberto Pinto. “MAÇONARIA – Mistérios, Lendas e Fatos” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2007 DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA LAROUSSE – Volume 5 – Editora Abril S/A 2006
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 20/32 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br Estória de loja: Os dois donos da Loja Era uma cidade do interior, vinte mil habitantes mais ou menos, tranquila, todos se conheciam, nada de crimes, assaltos, inclusive havia além do que toda cidade bucólica do interior tem, havia uma loja maçônica. Tinha um quadro de mais de quarenta Irmãos todos fraternais e solícitos para com seus irmãos. Ajudavam as campanhas filantrópicas, os clubes de serviços e as quermesses que o vigário local organizava. Este, por sinal tinha certa simpatia pelos maçons da cidade. Não os combatia porque estes sempre o ajudavam e as cunhadas também. Mas como nada é perfeito assim no mundo, esta loja tinha dois donos. Um fazendeirão muito rico e o outro dono do cartório também rico e poderoso. Eles simplesmente se detestavam, mas tinham a necessidade de estarem um perto do outro justamente para darem aquelas espetadas que magoam. Aquelas flechadas que calam fundo. E eram inteligentes a ponto de saberem atingir um o outro com certa elegância maligna. Que fazer, eles eram assim. Pediram os Irmãos certa ocasião que um dos dois fundasse uma nova loja e assim através desta cisão um ficaria longe do outro. Cada qual no seu canto usando sua ganância de poder do jeito que bem entendesse. Mas nenhum concordou. A arena dos dois era justamente nas sessões da loja. E isso até constituía uma atração para os Irmãos da loja frequentarem as sessões para verem o circo pegar fogo. E pegava mesmo! Ambos estudavam as coisas básicas da Ordem, justamente para um pegar um deslize, um erro do outro e na hora da palavra a bem da ordem, vinha aquela chibatada. Os dois se revezavam no poder. Sucediam-se como venerável. A loja aceitava tacitamente esta politica, porque ambos eram pessoas que ajudavam a comunidade. Não eram de todos maus. Apenas não se gostavam. Até mantinham um relacionamento falsamente cordial. Os membros da Loja equilibravam nas votações permitindo que ora um, ora outro fosse o venerável. Por uma razão de acomodação, não surgia nenhuma nova liderança, porque a aí briga seria contra os dois. E eles eram poderosos. A loja, no entanto, sabia dividir os poderes dos dois, mas havia 5 – Os Donos de Loja Hercule Spoladore
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 21/32 sempre aqueles irmãos danados, que ficam no anonimato que gostam de fofoca, e que gostam de botar fogo na fogueira. Esta raça existe em toda loja. É logico que quem estivesse como venerável levava certa vantagem, dado fato de ser do venerável o último a emitir opiniões e nesta hora aproveitava para jogar as indiretas ferinas em cima do outro. Este, dado o ritual, não poderia dar o troco naquele momento. O Irmão do cartório costumava sempre chegar um pouco atrasado. Certo dia, o fazendeiro então venerável caiu na besteira de dizer ao 2º Vigilante que na próxima sessão ele iria telhar o seu adversário que sempre chegava atrasado. Não era costume nesta loja usar este procedimento aos Irmãos que chegassem atrasados. Só raramente. O 2º Vigilante que era um daqueles que gostam de ver as coisas mal feitas, bem feitas, avisou o cartorário. “Na próxima sessão ele ira te telhar. Se prepare”. Bem o cartorário que não era nada bobo decorou o ritual de telhamento a tal ponto de saber de cor as perguntas e as respostas. Lá veio a próxima sessão. Dois irmãos chegaram atrasados. O primeiro irmão a ser admitido no templo entrou sem formalidades. O segundo que era justamente o cartorário, entrou fez os passos de aprendiz e ficou entre colunas e aí veio a primeira pergunta: De onde vindes meu Irmão? O irmão cartorário disse: -Venerável, estou entre colunas para responder perguntas que eu devo saber as respostas e as quais responderei, mas desde que perguntadas com o ritual fechado. Peço em nome da Loja que feche o ritual e me faça as perguntas sem lê-las, pois como primeiro mandatário da Loja, o Venerável deve sabe-las de cór para dar exemplo à loja. E ao mesmo tempo peço justiça porque não ficará bem o venerável ler as perguntas e eu ter que sabê-las de cór entre colunas. É um castigo que nenhum Irmão merece. Isto não é justo e nem perfeito. O Venerável pigarreou, tossiu, ficou vermelho, respirou fundo, muito sem graça fechou o ritual, mas aí veio o pior ele não sabia como prosseguir o telhamento, sem ler. Aí o irmão cartorário, com um ar de quem estava ganhando a guerra disse: “Venerável eu posso ajuda-lo. Eu mesmo farei as perguntas e eu mesmo as responderei”. E não se fez de rogado. Em voz alta, dicção perfeita repetiu perante todos o ritual de telhamento completo. A loja ficou perplexa. Depois dessa, a estória para por aqui. Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil – Londrina - PR
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 22/32 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br MAÇONARIA, PSICOLOGIA E CABALA Assim como na Maçonaria, a prática cabalística hospeda uma forma operativa e uma especulativa. A Cabala operativa, em princípio, congregava alquimistas e praticantes do ocultismo, na busca de meios para preservar a saúde, obter riqueza material, sucesso em empreendimentos profanos, ou simplesmente como processo de conhecimento, com o objetivo de atingir a Gnose.1 Essa forma de Cabala foi desenvolvida pelos rabinos judeus como fórmula de reação ao rancoroso antissemitismo que se instalou entre os cristãos logo após o Cristianismo ter se transformado na religião oficial do Império Romano.2 Mais tarde foi apropriada pelos adeptos da Arte de Hermes, que nela viram uma poderosa ferramenta para o estudo e o desenvolvimento do processo alquímico que conduzia á sinterização da pedra filosofal. Daí muitos autores dizerem que a alquimia era, na verdade, uma espécie de Cabala operativa.3 Dessa atividade derivou-se uma técnica que buscava aplicar o conhecimento esotérico contido nas combinações numéricas e sonoras do alfabeto sagrado para a resolução de problemas da vida real. Essa prática, embora tenha rendido aos seus cultores muitas acusações de charlatanismo, não obstante resultou em importantes descobertas e aplicações resolutivas no campo das ciências e da filosofia, como mostram Pawels e Bergier em sua obra, ao se referirem ao trabalho realizado pelos alquimistas na pesquisa da Grande Obra.4 Porém, a maior aplicação da simbologia cabalística ocorreu no campo da psicologia. Essa aplicação ocorreu principalmente com os trabalhos de Jung. A partir da análise dos sonhos de seus pacientes, Jung deduziu que certas imagens e conceitos existentes na cultura humana eram comuns á todas as pessoas, em lugares e tempos diferentes. O exemplo veio do sonho de um paciente psicótico que se referia ao “falo do sol como sendo a origem do vento”. Pesquisando o sentido psicológico dessa imagem ele encontrou o mesmo conteúdo simbólico em um mito de uma antiga religião persa. Depois de estudar vários casos semelhantes, ele concluiu que esses símbolos e imagens eram manifestações do inconsciente 1 Gnose significa iluminação. Aqui o termo é empregado no sentido de obter o conhecimento necessário para a elevação do espírito á um nível cósmico, onde as grandes verdades do universo lhe são reveladas. 2 Consequência dos evangelhos canônicos, que mostram os judeus como os principais responsáveis pela condenação e morte de Jesus. Ver, nesse sentido, Gershon Shcholem- A Cabala e Seu Simbolismo. Ed. Perspectiva, 2015. 3 A pedra filosofal era um artefato que permitia a transformação de metais comuns em ouro, e também operava uma transmutação psíquica no operador. 4 O Despertar dos Mágicos, Ed.Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 26º Ed.1996. A Cabala, como mostram os autores em questão, emprestou aos alquimistas uma boa parte do seu simbolismo e da sua linguagem. As mais famosas obras alquímicas, de uma forma geral, fazem larga utilização desse tipo de linguagem. 6 – Maçonaria, Psicologia e Cabala João Anatalino Rodrigues
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 23/32 coletivo da humanidade, os quais estavam presentes na psique mais profunda de todos os indivíduos, independente de suas origens e crenças. Foram á essas imagens e símbolos que ele chamou de arquétipos. O termo arquétipo foi inspirado na filosofia de Platão. Para aquele filósofo, a mente humana trabalhava com duas estruturas conceituais: uma, que é a imagem das coisas particulares, as quais podem ser conhecidas através dos nossos sentidos e a outra a imagem das coisas universais, as quais, segundo acreditava, vinham da mente dos deuses e serviam de base para todos os modelos conceituais adotados pelos seres humanos. O mundo das coisas particulares, dizia Platão, é um mundo inferior, do qual participamos com os sentidos. Nele nos relacionamos com as coisas físicas que podem ser identificadas no tempo e no espaço pelos atributos que elas têm. Um animal, uma planta, um ser humano, um elemento químico, um alimento, um fenômeno da natureza, etc. Mas além desse mundo inferior há outro, superior, com qual só podemos nos comunicar com a nossa mente: esse é o mundo das ideias, das formas ideais, um universo composto de essência imaterial e eterna. Esse, segundo Platão, é o verdadeiro mundo, pois o meio físico em que vivemos é feito apenas de cópias desse universo arquetípico. Nesse sentido, alguns conceitos desenvolvidos pela civilização eram formas incorpóreas, imateriais, pensadas pelos deuses e transmitidas á consciência humana como “universais”, porque serviam, indistintamente, a todos os indivíduos e povos como padrões de pensamento e conduta. Destarte, conceitos como moral, justiça, bondade, beleza, eram arquétipos compartilhados pela humanidade em geral, assim como as formas geométricas, os números, as cores e outros padrões comuns de pensamento e sensibilidade, que são suscetíveis de serem pensados e sentidos por vários indivíduos, de um modo geral, em todos os lugares e tempos. Descrever um arquétipo, segundo o próprio Jung logo descobriu, era praticamente impossível, porque são muito ricos em conteúdo simbólico. Assim, atribuir um significado único a um arquétipo faz com que ele perca sua qualidade essencial, que é a natureza múltipla do seu significado. Por isso a dificuldade de conceituar o que é moral, beleza, bondade, justiça, etc., pois esses conceitos variam de pessoa para pessoa e assumem, na mente de cada uma, um significado particular. Outro exemplo dessa ambiguidade são os arquétipos materno, paterno, do herói, do velho, do sábio, do filho, da mulher fatal, da mãe amorosa, da madrasta terrível, da morte, a bruxa, a fada, o homem mau etc. Os arquétipos se manifestam em nossa vida emocional, através dos sonhos, fantasias, hábitos, crenças e muitas vezes são causas de distúrbios psíquicos e comportamentos aberrantes como aqueles inspirados por complexos, que Freud e Jung chamaram de Complexo de Édipo ou de Eletra, respectivamente.5 Esses padrões exercem uma grande influência em nossa psique. A grande maioria dos heróis e dos vilões do cinema e da literatura é inspirada em figuras arquetípicas. Homens e mulheres sem filhos, por exemplo, ao ter que tomar conta de um bebê, podem praticar, inconscientemente, os mesmos comportamentos que uma mãe, ou um pai, teriam em relação á uma criança. Algumas mães adotivas, mesmo sem ter tido a experiência da maternidade, conseguem amamentar uma criança por inspiração do arquétipo mãe. Arquétipos geram heróis e bandidos. Pode inspirar um santo ou fabricar um demônio. Hitler, por exemplo, foi extremamente influenciado pelo arquétipo do super-homem, desenvolvido por Nietzsche. César e Napoleão reconheceram publicamente a influência que receberam do arquétipo 5 Édipo e Eletra são personagens mitológicas da cultura grega. Ambos viveram tragédias pessoais em virtude das inconscientes atrações psicossexuais que eles sentiam por seus pais. Édipo com relação á sua mãe, Jocasta, e Eletra, com relação á Agammenon, seu pai.
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 24/32 do conquistador simbolizado em Alexandre, o Grande, da mesma forma que este se inspirava no mito do guerreiro Aquiles. Como bem definiu Jung, os arquétipos presentes no inconsciente coletivo da espécie humana são universais, e isso faz com que sejam compartilhados pela humanidade em geral, em todos os tempos e lugares. Eles se manifestam de forma simbólica nas diversas religiões, mitos, contos de fadas e fantasias, que são, mais ou menos, intuições padronizadas encontráveis na cultura de todos os povos, em todos os tempos. E surgem, amiúde, em nossos sonhos e fantasias. Alguns arquétipos são conceitos relacionados com o nascimento, a morte, os poderes do sol, da lua, do fogo, e os instintos conectados com o pai, a mãe, reis e outras figuras de poder, e ainda com ideias de ressurreição, medo da morte, etc. Todos esses arquétipos são imagens preconcebidas que já existem “a priori” na mente das pessoas desde o seu nascimento. São desenvolvidas e moldadas conforme as experiências de vida do indivíduo. Assim, por exemplo, as mulheres nascem com o conceito arquetípico da mãe, ou seja, a imagem pré-formada da figura materna, e à medida que esta criança presencia, vê e interage com a mãe, desenvolve-se nela uma imagem definitiva desse arquétipo. Da mesma forma, o arquétipo “mãe” age no inconsciente da mulher para moldar nela a característica da maternidade, assim como o arquétipo ”pai” trabalha no homem o sentimento característico do pai. Outros arquétipos, como casamento, a crença em um salvador, medo de tempestades, de cobras, do escuro, o culto aos mortos, etc, também constituem parte dessa fauna misteriosa que se hospeda no inconsciente coletivo da humanidade. Daí essa simbologia estar representada nas cartas do Tarô e as estranhas conexões que muitas vezes essas cartas parecem ter com situações vividas pelas pessoas no mundo real.6 Ao estudar os símbolos contidos nas cartas do Tarô, Jung intuiu que esse, como muitos outros tipos de jogos e processos adivinhatórios, usados pelas antigas civilizações, estava profundamente ligado aos padrões mais profundos do inconsciente coletivo da humanidade. E eram usados como âncoras de acesso a conteúdos inacessíveis á consciência normal dos indivíduos. Funcionam como pontes não racionais entre o inconsciente e a consciente, por onde o mundo dos valores, ou seja, conceitos apriorísticos á própria consciência humana, podem entrar para preencher os vazios da mente, que os sistemas de linguagem não conseguem traduzir. Assim, o Tarô, como outros jogos adivinhatórios, seria uma forma de ampliação das nossas percepções, através do símbolo. Esse também era o pensamento de Eliphas Levi ao escrever que “O Tarô é uma verdadeira máquina filosófica que impede a mente de vagar, embora mantenha sua iniciativa e liberdade; é matemática aplicada ao Absoluto e aliança entre o positivo e o ideal, uma loteria de pensamentos tão exatos quanto os números, talvez a mais simples e maior criação do gênio humano (...).” 7 E a relação do Tarô com a Cabala lhe parece ainda mais próxima já que “a Tétrada simbólica representada nos mistérios de Memphis e Tebas pelos quatro aspectos da esfinge - homem, águia, leão e touro, correspondia aos quatro elementos do mundo antigo: água, ar, fogo e terra (...) Agora, estes quatro símbolos com todas as suas analogias, explicam o mundo único e oculto em todos os santuários (...) Além do mais, a palavra sagrada que não era pronunciada, era soletrada e expressa em quatro letras: Iod, He, Vau, He (...) escreve o famoso mago, denotando a estreiteza da existência de uma identidade simbólica entre a Cabala e o mundo dos arquétipos. Por isso, na linha de Cabala operativa podemos também elencar a prática de adivinhação do Tarô, tipo de prognóstico que um operador, conhecedor da simbologia arquetípica dessa tradição faz usando as figuras representadas nas cartas de um baralho especial. Essas figuras constituem símbolos que são relacionados a conteúdos inconscientes da mente do consulente, o que 6 Carl Gustav Jung- Obras Completas, citado. 7 Eliphas Levi- Dogma e Ritual da Alta Magia, Ed. Pensamento, 1968.
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 25/32 possibilita, por parte de um operador preparado nessa técnica, uma análise da sua personalidade e por consequência, um aconselhamento para ele lidar com seus problemas pessoais. As cartas do Tarô representam diferentes conteúdos arquetípicos, vistos pela ótica medieval. Conforme o conhecemos hoje, parece que esse tipo de jogo premonitório originou-se na Itália. Há registros de um jogo semelhante sendo praticado em Veneza já em fins do século IV, onde se usavam setenta e oito figuras pintadas em tabuinhas de madeira, com iluminuras. Dessas setenta e oito sobressaíam-se vinte e oito, que eram consideradas arquétipos principais, ou “trunfos” que cortavam todos os outros, inclusive o poder dos reis. Esses são os arcanos hoje conhecidos no jogo de tarô moderno, quais sejam o Saltimbanco, a Papisa, a Imperatriz, o Imperador, o Papa, o Amoroso, o Carro, a Justiça, o Eremita, a Roda da Fortuna, a Força, o Enforcado, a Morte, a Temperança, o Diabo, a Casa-de-Deus, a Estrela, a Lua, o Sol, o Julgamento, o Mundo e o Joker, espécie de curinga que cabe em qualquer combinação.8 O jogo de Tarô, depois dos trabalhos de Jung e das suas descobertas de como o nosso inconsciente registra as diversas informações que o mundo nos fornece, deixou de ser considerado como uma mera superstição medieval e passou a ser estudado com mais cuidado pelos interessados na psicologia do inconsciente. Isso porque cada uma das vinte e duas principais cartas desse baralho representam arquétipos que simbolizam estados psicológicos que todo ser humano compartilha, pois eles pertencem ao inconsciente coletivo da humanidade. E nesse sentido, quer queiramos ou não, todos estamos, de alguma forma, relacionados á esses padrões estruturais da nossa psique, os quais são comuns a todos os povos e tempos. Assim, aprender o significado desses arquétipos e observar as relações que a nossa mente trava com esses símbolos pode ser uma excelente ferramenta para se aprender a lidar com os desafios que a vida nos coloca, pois a maior parte das nossas crenças e valores é, de algum modo, influenciada por esses padrões neurológicos inconscientes que constituem uma herança da nossa espécie. O jogo do Tarô se tornou uma das aplicações mais conhecidas da Cabala operativa, e ainda hoje é muito utilizado como técnica de terapia holística. Um bom operador de tarô pode nos revelar muita coisa sobre a nossa vida psíquica que, muitas vezes, escapa ao mais competente psicólogo. Já a Cabala especulativa procurou construir um sistema cosmológico e ético capaz de explicar as origens, o desenvolvimento e o processo de construção do universo e a maneira pela qual o homem pode se harmonizar com ele. Á esta última forma pode-se associar os nomes de alguns cientistas e filósofos famosos, como Paracelso, Cornélius Agrippa, Robert Boyle, Giordano Bruno, Roger Bacon, Robert Fludd, Eliphas Levi e outros, que foram alquimistas e pesquisadores da filosofia oculta, predecessores dos modernos cientistas. Suas origens parecem estar nas especulações de cabalistas medievais oriundos especialmente da Espanha e da região da Provença, onde a heresia cátara deitou raízes nos espíritos mais sensíveis que não se conformavam com a doutrina empobrecida da Igreja de Roma e ansiavam por uma melhor explicação do mundo e seus mistérios. Um dos mais influentes cabalístas dessa linha foi o já referido Isaac Lúria, considerado o pai da Cabala filosófica. A Cabala especulativa também integra a parte dita filosófica, aplicativo mais moderno dessa doutrina, desenvolvida principalmente após as incursões de Jung nesse assunto. As concepções doutrinárias que hoje são trabalhadas nesse tema constituem uma eficiente ferramenta para os psicólogos e terapeutas holísticos que trabalham com orientação espiritual. É nesse sentido que a Cabala filosófica, estudando as relações da mente humana com a simbologia hospedada nas suas 8 Alexandrian, op. citado, pg. 240. Na imagem, as cartas do Tarô de Marselha. Fonte: Wikipédia Foundation.
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 26/32 camadas mais profundas, procura encontrar caminhos mais seguros para uma formação moral e ética do homem, levando-o a encontrar o equilíbrio entre os seus próprios desejos e o ambiente em que ele vive. Em vista disso uma boa parte da doutrina moral ensinada pela moderna Cabala também pode ser encontrada nos pressupostos do chamado pensamento positivo, nos ensinamentos da psicologia gestaltiana e nas fórmulas utilizadas pelos praticantes da técnica conhecida como programação neurolinguística (PNL). Isso porque, sendo a Cabala uma disciplina que trabalha, fundamentalmente, com informações armazenadas no nosso inconsciente, informações essas codificadas na forma de símbolos, ela abre as portas desse mundo estranho e incompreensível que se hospeda nas profundezas da nossa psique e nos trás respostas mais completas sobre aspectos ligados ás raízes do nosso próprio ego. Tratando de temas tão caros á nossa vida moderna, como equilíbrio interior e interação com o meio ambiente, o sentido da vida, o processo cármico, a reencarnação, a integração entre ciência e religião, a busca do prazer e a forma de evitar a dor, a Cabala, ao tratar desses assuntos, nos dá uma visão bastante ampla de um processo onde se pode obter respostas interessantes para todos esses questionamentos, sem excluir nenhuma crença. Ao contrário, oferece uma visão integradora de todas as partes envolvidas no processo de desenvolvimento interno (espiritual) e externo (material) do ser humano e do mundo em que ele vive, proporcionando um melhor entendimento do nosso papel nesse processo. Como já dissemos antes, essa visão da Cabala como ferramenta de análise psicológica e aperfeiçoamento pessoal é mérito de Jung. Ele analisou a personalidade dos mais famosos autores e praticantes das ciências ocultas, especialmente grandes mestres cabalistas, praticantes de alquimia, pensadores gnósticos, taumaturgos, e concluiu que geralmente a pessoa que atinge um alto grau de maturidade psíquica tem um lado místico bastante pronunciado. O verdadeiro cientista, diz Jung, não é, como comumente se pensa, um racionalista empedernido, que só acredita no que vê e aceita só o que pode provar por meio de raciocínios lógicos ou laudos científicos. Ele é, antes de tudo, um visionário, cujo espírito não se contenta em permanecer no território da razão lógica e constantemente se aventura pelo lado sutil das suas experiências, sentindo que é no mistério que geralmente se encontram as causas fundamentais dos fenômenos observados. Einstein chegou à idêntica conclusão. Uma de suas frases mais famosas resume sua ideia sobre ciência e religião: “a ciência sem religião é coxa, a religião sem ciência é cega”, disse ele. Outra de suas frases famosas é a que afirma que a coisa mais perfeita que podemos experimentar é o misterioso. O mistério é a fonte de toda arte e de toda ciência verdadeira. Assim, a Cabala tem um lado prático que pode muito bem ser estudado de forma epistemológica, como se fosse, de fato, uma ciência de comportamento e uma síntese cosmológica. Depois de Jung ela deixou de ser apenas mais uma aventura metafísica muito a gosto de taumaturgos fantasiosos, “mistificadores do improvável” como Pawels e Bergier chamam aos falsos mágicos que iludem a boa fé dos incautos que vivem á procura do maravilhoso em causas que são apenas naturais.9 E depois de Capra e dos trabalhos dos chamados “novos gnósticos” de Princeton, as intuições da Cabala passaram a ser vistas pelos cientistas, senão com respeito, pelo menos com muito interesse. E dado a grande influência que a Cabala tem sobre a Maçonaria, torna-se importante, para os Irmãos, o estudo desse tema, razão pela qual o nosso próximo livro “A Árvore e a Loja- A Cabala e sua Influência na Maçonaria” tratará com maior profundidade deste assunto. 9 O Despertar dos Mágicos, op. citado, pg. 18. É o que faz Gershon Scholen, por exemplo, que nos mostra a Cabala de um ponto de vista científico e filosófico.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 27/32 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br Data Nome Oriente 01.07.1977 Alferes Tiradentes, nr. 20 Florianópolis 07.07.1999 Solidariedade Içarense, nr. 73 Içara 07.07.2005 Templários da Nova Era, nr. 91 Florianópolis 10.07.2007 Obreiros da Maravilha, nr. 96 Maravilha 12.07.1980 XV de Novembro, nr. 25 Imbituba 21.07.1993 Liberdade Criciumense, nr. 55 Criciuma 28.072006 Anhatomirim, nr. 94 Florianópolis 31.07.1975 Obreiros de Hiram, nr. 18 Xanxerê 31.07.2007 Acácia Palhocense, nr. 97 Palhoça GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Loja Oriente 02.07.01 Renovação - 3387 Florianópolis 03.07.78 Flor da Acácia - 2025 Itajaí 08.07.10 Lealdade - 3058 Florianópolis 13.07.01 Frat. Alcantarense - 3393 Biguaçú 17.07.02 Colunas da Serra - 3461 Joinville 17.02.02 Mestres da Fraternidade-3454 Florianópolis 17.07.97 Compasso das Águas -3070 São Carlos 23.07.1875 Luz e Caridade - 327 São Francisco do Sul 26.07.05 Frat. Acad. Ciência e Artes - 3685 Jaraguá do Sul 29.07.96 Estrela Matutina - 2965 Florianópolis Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de julho 7 – Destaques (Resenha Final)
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 28/32 GOSC https://www.gosc.org.br Pensamento “Um pensamento tem o potencial inerente para se manifestar no mundo através de nossas ações. Ele é a fonte de tudo que fazemos. Cada pensamento que acessamos cria um sentimento correspondente dentro de nós. Se pensamos sobre a felicidade, ficaremos felizes; se relembramos de momentos tristes, nos sentiremos tristes; se a mente está presa no passado, ficaremos cansados; se pensamos positivo, ficaremos esperançosos e, se mentalmente vivemos no presente, ficaremos fortalecidos.” José Aparecido dos Santos TIM: 044-9846-3552 E-mail: aparecido14@gmail.com Visite nosso site: www.ourolux.com.br "Tudo o que somos é o resultado dos nossos pensamentos". Data Nome da Loja Oriente 04/07/1999 Giuseppe Garibaldi Florianópolis 04/07/2002 Léo Martins São José 11/07/2009 Universitária Luz de Moriah Chapecó 11/07/2009 Passos dos Fortes Xaxim 12/07/2006 Colunas Da Concórdia Concórdia 18/07/2003 Ardósia do Vale Rio do Sul 21/07/1973 Silêncio de Elêusis Chapecó 22/07/1981 Acácia da Ilha Florianópolis 24/07/2013 Triângulo Força e União Cocal do Sul 25/07/1995 Gitahy Ribeiro Borges Florianópolis 26/07/1980 União da Fronteira São Miguel do Oeste 27/07/1981 Arquitetos do Oriente Xanxerê 27/07/2009 Luz da Acácia Capivari de Baixo
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 29/32 CONVOCAÇÃO e CONVITE O Secretário da Loja, que subscreve, convoca todos os Irmãos do quadro, com base no inciso V do Artº 116 do Regulamento Geral da Federação e convida todos os demais Irmãos, para a 44ª Sessão da A.R.L.S. “Alvorada da Sabedoria” nº 4.285 em conjunto com a A.R.L.S. Cavaleiros da Luz, nº 3657, dia 26 de JULHO, TERÇA-FEIRA, quando teremos uma Loja de Mesa (Jantar Ritualístico) no ritual britânico (Royal Festive Board). Será realizado em comemoração ao solstício de verão (no hemisfério norte) ocorrido em 20 de junho e comemoração dos 299 anos de fundação (em 24 de junho) da Grande Loja de Londres e Westminster. Cardápio: ovelha/carneiro, pão ázimo, vinho tinto e água. A Loja de Mesa será no Salão da Epagri, sede social da Associação dos Funcionários da Epagri, situado na Servidão Caminho do Porto, Itacorubi (entrada da Cidasc, seguindo a Servidão, segunda entrada à direita). Programação: 20:00 h: início do evento. Traje: maçônico completo. Convites a R$ 100,oo. Não serão vendidos convites após dia 24 de julho. Os convites poderão ser adquiridos com os Irs.: Marcos de Oliveira: tel. 9111 0090; Paulo Velloso: tel. 8408 2446; Lima: tels. 9911 0343 ou 9155 0343; Marcos Vinicius: tel. 9980 9355 Ruben Luz da Costa: tel. 9972 5934; Ir.’. João F.R. Baggio, Secretário Wisdom Dawn Lodge
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 30/32 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) BREVIÁRIO MAÇÔNICO – 2 de julho INICIADO Iniciado é a pessoa que passou por uma Iniciação; o homem pode considerar-se um Iniciado quando seleciona uma profissão, uma doutrina, uma religião ou uma filosofia. Em Maçonaria, Iniciado é aquele que “viveu” a Iniciação; não basta “passar pela Iniciação”, mas, sim, ter consciência do que ela “despertou”, daquilo em que se constitui e de que, realmente, surgiu uma “nova criatura”, destinada a uma “nova vida” ou “vivência” entre Irmãos, ou seja, entre iniciados. O Iniciado não sobrevive isoladamente; tem necessidade de manter contato com um grupo, pois tem deveres a cumprir em Loja, dentro do cerimonial. O Iniciado não permanece um “anônimo”; não se oculta, mas se sobressai pelas suas virtudes; ele difere do homem comum, uma vez que assumiu um novo modo de vida, uma novel filosofia de comportamento. Toda vez que o maçom contatar com algo “maçônico”, deve conscientizar-se de que é um Iniciado e atuar no meio onde se encontra como tal. A força da Maçonaria está no agrupamento de seus iniciados, que atuam isolada e conjuntamente, para “cavar masmorras ao vício e erguer Templos à virtude”. Ser maçom é ser um Iniciado, e como tal, seguir sua trajetória, visto que o “novo princípio” conduz a realizações quotidianas; não basta deixar de praticar o mal; é preciso praticar o bem. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 203.
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 31/32 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Não sei porque, são tão estreitas as vielas da minha Terra. Talvez, por terem o nome de " viela"...
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.101 – Maceió (AL) domingo, 3 de julho de 2016 Pág. 32/32 São românticas, dando passagem somente às pessoas, e repletas de tulipas e margaridas. Os beija-flores, verdes e azuis, dão rasantes para brincar com os amantes, sentados nas escadarias. Mal iluminadas, mas bem sonorizadas pelo fado na vitrola, não permitem pressa no caminhar... Janelas abertas, mostram a beleza das toalhas de rendas branquinhas, estendidas sobre as mesas, parecendo o altar da felicidade ! Em cima do Itajer, durante à noite, reina a pomboca, iluminando a pequenina sala, reservada às visitas que são, sempre, bem vindas. A janela baixinha, permite o flerte da rapariga vizinha, observando os gajos, loucos para namorar ! Ah, Deus, Já se passaram tantos séculos mas, ainda, sinto na alma o perfume das flores e da gente, das vielas da minha Terra ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis