1. O Exame do Paciente na Unidade de Cuidados Intensivos
2. O primeiro passo é conhecer bem seu paciente!
Como isso é possível? Pacientes nem sempre estão
“lúcidos”?!
ANAMNESE (do grego anamnesis, e significa recordar)
A anamnese mantém a posição de ser a mais importante
fonte de informação sobre número elevado de doenças.
A anamnese exerce um efeito psicológico positivo sobre
a recuperação do paciente, “uma relação terapêutica”, a
ponto de Balint & Novell afirmarem que “quando o
doente não se sente melhor depois da consulta ao
médico, é porque este é um mau médico”.
3. Qual seria o segundo passo?
EXAME CLÍNICO
Como eu faço? Os pacientes nem sempre
cooperam e muitos podem estar sedados!
O exame clínico é o processo no qual o
agente de saúde investiga o corpo do
paciente por sinais da doença. Inicia-se pela
Ectoscopia e Sinais Vitais. Começa pela
cabeça e termina pelas extremidades.
4. “Quanto mais cuidadosa é a exploração, tanto
maior é o número de sinais que se obtém”
Hänel
“Busca fatos e terá idéias”
Kant
“De um médico tão atento e que maneja
instrumentos tão complicados pode-se esperar um
bom diagnóstico e um tratamento feliz”
Braum
“A maior parte dos erros dos médicos provém não
de maus raciocínios baseados em fatos bem
estudados, mas sim de raciocínios bem
estabelecidos baseados em fatos mal observados”
Pascal
5. Estudo realizado por Peterson e colaboradores mostrou que a história cuidadosa foi
capaz de apontar 76% de diagnósticos corretos entre os diagnósticos diferenciais,
previamente listados por internistas, em pacientes de clínica geral.
Pesquisa realizada em serviços ambulatoriais da Inglaterra concluiu que diagnósticos
corretos foram alcançados em 56% dos casos apenas com a história clínica; com o
exame físico foi possível acrescentar mais 17% de acertos. Desta forma, não usando
quaisquer exames complementares, houve precisão de 73% nos diagnósticos.
Os exames de rotina de patologia clínica não chegaram a contribuir com 1% de
certeza diagnóstica.
Estudo de Hampton (Reino Unido, 1975) avaliou o papel da anamnese, exame clínico
e exames complementares no diagnóstico de 80 pacientes: a) anamnese – 66
(82,5%); b) anamnese + exame clínico – 7 (8,75%); c) anamnese + exame clínico +
exames complementares – 7 (8,75%)
Sandler (Reino Unido 1979) estudou 630 pacientes: A = 56%, A+EC = 17% e
A+EC+Ecompl = 27%
Peterson (EUA, 1992) 80 pacientes: A=76%, A+EC = 12%, A+EC+RCompl = 11%
Roshan & Rao (Índia, 2000) 100 pacientes: A=79%, A+EC=8%, A+EC+ECompl = 13%
6. “Mesmo quando os pacientes são referenciados a
centros terciários após exaustiva investigação
laboratorial, a atenção do especialista se direciona
apropriadamente à anamnese e exame clínico.
Quando um gastroenterologista de um centro
terciário recebeu um paciente já submetido a uma
ampla investigação laboratorial (endoscopia,
exames de sangue e radiológicos), ele exclamou: Só
sobrou para nós fazermos a anamnese e o exame
clínico!...”
7. Estado mental
Verificar sono, analgesia, sedação, delírio
Cabeça e pescoço
TOT, CNE, CNG, etc...
Tórax
Aparelho cardiovascular
Aparelho respiratório
Abdome
Diurese, hábito intestinal, etc...
Membros Inferiores
Sinais de TVP
Osteoarticular
Principalmente no trauma
Neurológico
Acessos
Curativos
8.
9.
10.
11.
12. Escala de Ramsay:
1- Ansioso, agitado.
2- Cooperativo, orientado, tranqüilo.
3- Sonolento, atendendo a comandos.
4- Dormindo, responde rapidamente ao
estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro.
5- Dormindo, responde lentamente ao estímulo
glabelar ou ao estímulo sonoro vigoroso.
6- Dormindo sem resposta.
13. Conhece a história?
Realizou exame físico?
Então já está pronto para verificar as últimas
24 horas e olhar para os monitores,
ventiladores e outras tecnologias!
14. Verificar exames complementares
Laboratório
Imagem
Verificar prescrição
Medicações principais
Profilaxias
SOS
Monitorizações
Hidratação e soluções especiais
15. Paciente tem diagnóstico?
Você tem impressão clínica?
Existe plano terapêutico?
Então está na hora de registrar em
prontuário!
Não esqueça de datar, colocar hora do registro e
identificar
16. Cabeçalho
Tempo de UTI
Diagnóstico principal (em geral causa da internação)
Diagnósticos secundários (fatos novos relevantes e
co-morbidades)
Tempo de medicações importantes (p.ex.
antibióticos)
Tempo de “devices” (TOT, PVP, PAM, PIC/DVE, etc...)
Últimas 24 horas
Exame clínico
Impressão não é resumo do caso!
Plano terapêutico (conduta)
17. Coloque em prática o seu plano
Verifique a evolução ao longo do tempo
Registre novos fatos
21. Tempo prolongado da assistência ventilatória
Supersedação
Dor
Posição no leito
Prevenção do tromboembolismo
Prevenção da úlcera de stress
Profilaxia das úlceras de pressão
Nutrição
Cuidado com lesões oculares
Controle da glicemia
Prevenção de infecções
26. Analgesia:
Escala numérica –
tratar conforme
intensidade da dor.
Sono: Abstinência:
Não, após medidas de Sim. Qual?
controle da luz e ruído. - Nicotina: patch de
Iniciar flunitrazepan 1 nicotina 21 mg SC
mg VO às 22h. - Álcool: Psicosedin 25
mg VO até iniciar o
sono.
- Opióide: Metadona.
Delirium:
CAM-ICU: Haldol 5
mg IV. Após controle
da crise quetiapina 25
mg VO dia.
27. Analgesia:
Fentanil em infusão
contínua com titulação
da dose.
Abstinência:
Sedação: Patch de nicotina em
Analgesia sempre tabagistas.
antes. Desmane em 50% da
Sedação conforme sedação a cada 2 horas em
protocolo infusões com mais de 5
dias.
Delirium:
Desmame mais lento da
sedação.
Haldol 5 mg IV. Precedex
em infusão contínua.
28.
29. Três fases da sedação em Unidades de Terapia Intensiva:
1- Sedação profunda para todos os pacientes.
2- Percepção de que sedação em excesso pode ser deletéria.
• Interrupção diária da sedação.
• CCC ( confortable, calm and cooperative ) e escalas de sedação.
3- Sedação mínima ou mantidos sem sedação “ sedationless”.
• Vigilância multidisciplinar.
• Estimulação física e mental.
•Adequação da analgesia.
• Melhor comunicação equipe X paciente.
37. Contato (respeito às precauções de contato)
Cabeceira elevada a > 30º em relação ao solo
Interrupção diária da sedação e ventilação mecânica
Higiene oral, com clorexedina 0,2% de 6/6 h
Profilaxia de lesão aguda de mucosa gastroduodenal
Antibiótico empírico guiado por recomendações institucionais e
suspenso precocemente (CPIS e PCR)
Vigilância estrita e troca dos filtros hidrofóbicos e circuitos
Mobilização dos pacientes, agrupando-os conforme o germe
* Auditoria diária das medidas pela rotina médica e CCIH.
38. Definição
Apresentação clínico-endoscópica
Profilaxia para quem?
Coagulopatia
Necessidade de VM > 48 horas
TCE (ECG ≤10)
Queimaduras >35% da superfície de área corporal
Politraumatismo (incluindo TRM)
Hepatectomia parcial
Per ou pós-operatório (especialmente após transplante hepático ou renal)
Insuficiência hepática aguda
Insuficiência renal aguda
História de úlcera gástrica ou sangramento digestivo no último ano antes
da internação
Complicações da profilaxia
39. Antagonistas H2 reduzem significativamente a
incidência de sangramentos gastrointestinais
clinicamente importantes em pacientes sob VM
sem aumentar o risco de PAVM
Sucralfato reduz sangramento porém a
ranitidina é melhor
Omeprazol tão eficaz quanto cimetidina
40.
41. Hiperglicemia
Liberação de hormônios contra-reguladores da insulina
aumento da produção hepática de glicose – gliconeogênese
Estímulo a glicogenólise
Redução da captação periférica
Imobilização
GLUT-4
Atividade da glicogênio sintase
Resitência a insulina!
42. Resposta fisiológica adaptativa e benéfica?
O estado da arte até então era:
Tolerar níveis de glicemia até 220mg/dl
▪ Glicemia alvo: 180-200 mg/dl
43. Sobrecarga celular de glicose glicólise e
fosforilação oxidativa
Tecidos independentes de insulina
Hepatócitos, endotélio, células imunológicas e
neurônios! – GLUT-1, 2 e 3
Stress oxidativo – superóxido + NO = disfunção
mitocondrial
44. Polineuropatia
↓Estado neurológico
↑ PIC
↑hospitalização
↑mortalidade
↑tempo de UTI
↑hospitalização
↑mortalidade
↑taxa infecção
↓Recuperação funcional
↑tempo de VM
45.
46. Tratamento intensivo
▪ A partir de 110mg/dl.
▪ Glicemia alvo – 80-110 mg/dl
47.
48. Estudo não totalmente cego
População de pacientes cirúrgicos
Níveis de insulina vs. Glicemia
Único centro
Suporte nutricional
49. Mortalidade na população com a intenção de
tratar
Hipoglicemia - perigo?
Altas doses de insulina – perigo?
51. A demonstração dos benefícios do
tratamento intensivo da hiperglicemia com
insulina depende da qualidade do controle da
glicemia, da duração do tratamento e do
poder estatístico dos estudos.