2. Anotações
O mundo empresarial e profissional não é exceção.
Às vezes parece que o mercado de trabalho abriga
mais conflitos que qualquer outro lugar. São
empresas em luta mortal para conquistar os
grandes clientes umas das outras; empregadores
buscando maximizar a produtividade de seus
empregados, ao mesmo tempo que oferecem a
menor compensação e benefícios possíveis;
colegas de trabalho competindo de forma
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agressiva, fazendo o que for necessário para
ganhar uma promoção importante; concorrentes
buscando ganhar vantagem pela descoberta de
planos secretos uns dos outros.
Mas onde encontrar paz? Certamente não através
de boas intenções ou crendo que nossos desejos
se realizarão. A Bíblia, onde Deus promete a Seus
seguidores "a paz que excede todo entendimento",
apresenta sua parcela de conflitos. Apenas quatro
capítulos de toda a Bíblia não relata conflitos: os
dois primeiros capítulos de Gênesis (relato da
criação) e os dois últimos capítulos de Apocalipse
(promessa de novo céu e nova terra).
Em meio ao caos e o conflito que permeiam a
narrativa bíblica, Deus faz a extraordinária
afirmação de que a verdadeira paz é alcançável. A
Bíblia promete que podemos alcançar paz com
Deus e uns com os outros.
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3. Anotações
1 - Causa pessoal - Ocorre quando os conflitos se
dão por uma questão de gosto, opinião, opção ou
estilo individual. Por exemplo, se uma família vai
viajar, alguns podem preferir a praia, outros, o
campo. Esse tipo de conflito é natural, mas precisa
ser bem conduzido e bem resolvido para não gerar
problemas maiores. Enquadra-se nesse item o caso
de Paulo e Barnabé, cuja questão foi em torno de
uma viagem e se deveriam ou não levar consigo o
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jovem Marcos.
2 - Causa doutrinária - É o caso de haver dentro da
igreja um grupo que defende uma interpretação
bíblica sobre um assunto e outro grupo que
entende diferente. Foi a situação da igreja de
Corinto. Esse tipo de desentendimento não pode
ser simplesmente desconsiderado nem
sumariamente proibido. O próprio Paulo não
proibiu nem poderia fazê-lo. Disse até que isso
poderia ser necessário. Certamente, se surge uma
heresia na igreja, é bom que surja o conflito para
que o mal seja eliminado, esteja ele do lado que
estiver. Quando existe um corpo estranho no
organismo, como uma farpa de vidro ou um
espinho, é natural que haja o inchaço, a dor, e
talvez até a febre, como sinais que alertam contra
uma anomalia. E assim continua até que o mal seja
extirpado. Este tem sido o principal motivo do
surgimento de tantas denominações evangélicas:
conflitos doutrinários. Tais problemas devem ser
resolvidos pelos líderes eclesiásticos, conforme
modelo de Atos 15.7,28,29. Para tão nobre
tarefa, é mister que os líderes estejam cheios do
Espírito Santo, como também é biblicamente
natural que estejam (At.6.3).
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4. Anotações
3 - Causa carnal - A problema dos gálatas foi a
carnalidade, isto é, a condução da vida e do
comportamento de acordo com as inclinações da
natureza pecaminosa, a qual está diretamente
ligada aos desejos físicos e egoístas. Observe que o
conflito de causa pessoal ou doutrinária pode ser
também carnal, bastando que um dos envolvidos
esteja dominado pela carnalidade. A própria
heresia, que, a princípio pode surgir de uma
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simples falta de entendimento bíblico, pode
também ser obra da carne, conforme Gálatas 5.20.
É o caso de pessoas que "forçam" a interpretação
de textos bíblicos para atender aos seus próprios
desejos carnais. O conflito carnal entre os gálatas
tinha cunho doutrinário mas parecia envolver
também a cobiça por posições de destaque ou
desejo de reconhecimento (Gálatas 5.26). Daí
surgiam as disputas dentro da igreja. Sobre esse
tipo de discórdia, veja também Tiago 4.1-2.
4 - Causa diabólica - Muitos conflitos são, certamente, idealizados por Satanás.
Ele é o maior semeador de contendas entre os irmãos, mas o que ele faz na
maioria das vezes é "aproveitar a nossa lenha para fazer sua fogueira". Então, os
conflitos pessoais, que podem ter até uma causa natural, ou os conflitos carnais
e doutrinários, podem acabar se tornando instrumento nas mãos do inimigo. O
seu maior desejo é ver o povo de Deus lutando consigo mesmo, quando
deveríamos, juntos, lutar contra as forças das trevas. Veja que isso foi o que ele
fez no céu, até que os anjos, que antes faziam parte do mesmo
exército, começaram a lutar entre si, surgindo então o exército demoníaco.
Como foi exposto no início, alguns conflitos podem ter causas naturais e outros
podem até ser necessários. Contudo, o perigo sempre existe. O conflito é como
o fogo. Muitas vezes utilizamos o fogo em nossas casas. Ele é
necessário, útil, embora se trate de uma força destruidora. Se perdermos o
controle sobre o fogo que usamos, então tudo pode ser destruído
repentinamente.
O conflito precisa ser administrado, controlado, afim de que não se desenvolva
numa sequência mortal como esta: 4
discordância, discussão, contenda, divisão, guerra.
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5. Anotações
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Mateus 5.23,24
No dia de Natal de 1957, o dr. Martin Luther King Jr. pregou um sermão na Dexter Avenue Baptist Church,
em Montgomery, Alabama (EUA). Baseava-se exatamente neste texto, e o título do sermão era "Amando
os inimigos". Nesse sermão, Martin Luther King sugeriu três modos de fazer isso.
Em primeiro lugar, precisamos desenvolver e manter a capacidade de perdoar. E perdão não significa
ignorar o erro cometido contra nós: significa não permitir que o erro seja uma barreira em nosso
relacionamento. De acordo com King, o perdão "é o catalisador que cria a atmosfera necessária para um
novo começo".
Em segundo lugar, precisamos reconhecer que o erro cometido contra nós não representa inteiramente a
personalidade da outra pessoa. Precisamos reconhecer que nosso oponente, como todos nós, possui
características boas e más. Assim, devemos concentrar-nos nas boas qualidades dele.
Em terceiro lugar, não devemos ter por objetivo derrotar ou humilhar o oponente, mas conquistar sua
compreensão e sua amizade. Esse tipo de atitude não brota de nós mesmos, mas de Deus, quando seu
amor incondicional age em nós. 5
Como seguidores de Cristo e aprendizes de sua liderança, precisamos lembrar que quanto mais livremente
perdoarmos, com mais clareza iremos demonstrar a natureza de nosso Pai celestial.
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6. Anotações
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ADMINISTRANDO O CONFLITO
Antes de tudo, devemos perguntar: Vale a pena começar a questão?
Cada um deve fazer a si mesmo esta pergunta antes de levantar uma polêmica.
Analise a causa do conflito antes de começá-lo. Será que vale a pena criar um
problema no ônibus por causa de 1 centavo de troco? Quanto vale a nossa paz e
a tranquilidade da nossa consciência? Algumas pessoas acham que sempre
devem brigar por seu direito. O apóstolo Paulo nos orienta que, algumas vezes,
em determinados casos, é melhor o cristão sofrer algum dano do que criar uma
disputa (I Cor.6.7). Afinal, não foi isso que Cristo ensinou, quando falou em "dar a 6
outra face", "entregar a capa" e "caminhar a segunda milha"?
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