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Com 8,3 mil quilômetros quadrados, Creta é uma das maiores ilhas do Mediterrâ-
neo. Pertencente à Grécia, atrai todos os anos turistas do mundo inteiro que vão conhe-
cer os vestígios de sua civilização milenar. Muito procuradas são as ruínas do palácio de
Minos, erguido na antiga cidade de Cnossos.
Rico em afrescos, o palácio foi construído por volta de 2000 a.C. e era uma enor-
me construção de 20 mil metros quadrados. Os historiadores acreditam que ele teria
servido não apenas de morada real, mas também de centro administrativo e comercial
dos cretenses. Com seus cômodos e corredores, o palácio lembrava um labirinto. Segun-
do pesquisadores, ele teria servido de inspiração para a figura do Minotauro, ser mitoló-
gico metade touro, metade homem, que vivia encerrado em um labirinto na ilha de Cre-
ta e se alimentava de carne humana. A civilização que construiu o palácio de Minos
ficou conhecida como minoica. Ela teve forte influência no processo de formação da
civilização grega.
miscigenação étnica e cultural
A Grécia é um país mediterrâneo localizado na península Balcânica (veja o mapa
da página a seguir). Seu território, um pouco menor do que o estado do Ceará, é forma-
do por duas regiões: a continental e a insular, composta de mais de 2 mil ilhas espalha-
das pelos mares Egeu, Mediterrâneo e Jônico.
Nas origens da civilização grega, esse território foi ocupado por diferentes povos
indo-europeus, que entre 5 mil e 3 mil anos atrás aí se estabeleceram e se misturaram:
aqueus, eólios, jônios e dórios.
A miscigenação étnica e cultural observada entre eles, juntamente com a aquisi-
ção de hábitos e costumes de outros povos, como os fenícios e os egípcios, estão na ba-
se da formação da civilização grega. Além disso, os gregos também receberam forte
influência da civilização minoica.
Os cretenses
Pouco se sabe sobre as origens da civilização minoica– também conhecida como
cretense por ter se desenvolvido em torno da ilha de Creta –, mas o fato é que, por volta
de 2500 a.C., já podiam ser encontradas em Creta importantes cidades, com residências
de pedra e tijolos e artesãos hábeis no fabrico de joias e de outros artefatos de metal.
Para navegar entre as ilhas da região, os primeiros cretenses utilizavam canoas escava-
das em troncos de árvores.
No início do segundo milênio antes de Cristo, as primitivas canoas deram lugar a
embarcações mais sofisticadas, que permitiram aos cretenses expandir o comércio pelo
Mediterrâneo. A localização da ilha facilitou essa atividade mercantil, pois ela está a
pouco mais de 300 quilômetros da Grécia continental e a menos de 700 quilômetros do
Egito.
Em seu apogeu, a marinha cretense tornou-se a maior da época e seus mercado-
res chegaram a dominar o comércio do Mediterrâneo. Como resultado de suas viagens,
os cretenses entraram em contato com outros povos e assimilaram traços de diversas
culturas. Com os mesopotâmios, aprenderam a trabalhar o bronze; com os egípcios, a
fabricar vasos de pedra. A prosperidade advinda com o comércio possibilitou um gran-
de desenvolvimento urbanístico, com a construção de portos, aquedutos e palácios ornamen-
tados com afrescos.
Durante os primeiros séculos de sua consolidação, a sociedade minoica dividiu-se em
vários principados independentes. Por volta de 1450 a.C., os príncipes locais passaram a se
submeter ao controle do rei de Cnossos.
A pirâmide social cretense tinha no topo uma aristocracia formada pelo rei e por no-
bres, mercadores e sacerdotes; seguia-se o grupo dos artesãos, artistas e funcionários; abaixo
dele, vinham os agricultores e pastores; na base da pirâmide, encontravam-se os escravos.
No início do século XV a.C., Creta foi devastada por terremotos e guerras internas.
Enfraquecida, passou a ser alvo de ataques dos aqueus (veja o item 3 a seguir), que invadi-
ram e dominaram diversas colônias cretenses no mar Egeu e, por volta de 1400 a.C., ataca-
ram a própria cidade de Cnossos, cuja destruição marcou o colapso da sociedade minoica.
A invasão dória
Entre os séculos XII a.C. e VIII a.C., os
dórios exerceram a supremacia no Peloponeso
e em outras regiões da Grécia. Conhecido co-
mo Período Homérico, alguns historiadores
preferem chamá-lo de Idade das Trevas, uma
vez que as cidades micênicas foram destruídas,
seus palácios saqueados, as técnicas artesanais
praticamente abandonadas e a própria escrita de-
sapareceu. As populações que não fugiram e rea-
giram à invasão foram escravizadas, outros fize-
ram alianças. Os que se submeteram ao invasor
passaram a ocupar uma posição subalterna na
nova sociedade. Um dos fatores que favoreceram
o domínio dórico foram suas armas de ferro, mais
resistentes do que as de bronze, usadas pelos ven-
cidos.
Algumas regiões, contudo, permaneceram
sob o domínio de outros povos. A Ática, povoada pelos jônios, foi uma delas. E os que fugiram?
Muitos deles, como vimos, estabeleceram-se na Ásia Menor.
A civilização grega
Nos séculos que se seguiram às invasões dórias ganhou impulso o processo de formação da
civilização grega, resultado do intercâmbio entre os diferentes
povos que ocupavam a península Balcânica ou com os quais esses povos travaram contato.
De modo geral, os gregos desse período estavam organizados em tribos que se subdivi-
diam em clãs (grupos de pessoas ligadas por laços sanguíneos e com um mesmo ancestral), os
genos. Estes eram constituídos por um senhor ou patriarca, seus familiares
e escravos, parentes próximos e hóspedes. A posse da terra era coletiva. O chefe tribal que
mais se destacava nas guerras tornava-se rei. Formaram--se assim diversos pequenos reinos.
Com o crescimento da população, a escassez de terras férteis e o uso de técnicas rudi-
mentares, a produção agrícola se tornou insuficiente. A falta de alimentos acirrou a disputa
pelo controle da terra.
Isso acabou levando à extinção da posse coletiva das propriedades agrícolas e ao apare-
cimento de desigualdades sociais.
O domínio da aristocracia
As maiores e melhores propriedades ficaram nas mãos de um pequeno grupo de pessoas,
chamadas em alguns lugares de eupátridas (bem-nascidos). Essas pessoas formaram uma espécie
de nobreza. O restante da população ou ficou sem terra ou obteve pequenos lotes, muitos dos quais
pouco férteis.
Detentores das melhores terras, em muitas regiões da Grécia os integrantes da nobreza aca-
baram afastando o rei e assumindo o poder. Com o tempo, a autoridade passou para as mãos de um
pequeno grupo de eupátridas. Esse grupo constituía uma aristocracia, palavra grega que pode ser
traduzida como “governo dos melhores”.
As primeiras Pólis
Todas essas mudanças contribuíram para o enfraquecimento dos genos, que perderam sua
força de coesão. Ao mesmo tempo, a necessidade de se defender contra a ação de inimigos externos
incentivou o agrupamento de vários genos em cidades com governo autônomo. Começavam a sur-
gir, assim, as pólis, ou cidades-Estado gregas. Esparta, por exemplo, surgiu da união de quatro vilas
vizinhas. Esse processo ocorreu quase ao mesmo tempo em toda a Grécia (veja o capítulo 12).
De modo geral, as pólis eram cidades fortificadas; na parte mais alta ficavam uma espécie de
fortaleza e um santuário. Essa parte da cidade era chamada de acrópole. Na região central da parte
baixa, havia uma praça, a ágora, onde os cidadãos se reuniam para tomar decisões políticas. Na
periferia, viviam os trabalhadores agrícolas e os pequenos proprietários rurais. A pólis, portanto,
englobava a cidade e as terras próximas a ela. Atenas, por exemplo, dominava toda a Ática, a pe-
nínsula na qual estava situada (reveja o mapa da página 82).
Assim, aos poucos, a sociedade grega deixava de ser primordialmente camponesa e guer-
reira e se transformava em uma civilização centrada em torno das pólis. No início do século VIII
a.C. o mundo grego estava politicamente dividido em uma grande quantidade de cidades-Estado,
cujos habitantes encontravam-se unidos por laços de parentesco.
Invocação às musas
Os poetas gregos costumavam pedir (invocar) a ajuda das musas (personagens da mitolo-
gia grega) ao começar seus poemas. A Odisseia
tem início com uma dessas invocações. A obra é
atribuída a Homero e foi escrita provavelmente no
final do século VIII a.C. Ela trata do retorno de
Odisseu (Ulisses) à sua casa na ilha de Ítaca, de-
pois da Guerra de Troia. Leia o texto e responda
às questões.
Musa, narra-me as aventuras do herói engenhoso
que, após saquear a sagrada fortaleza de Troia,
errou por tantíssimos lugares e, no mar, sofreu
tantas angústias no coração, tentando preservar a
vida e o repatriamento de seus companheiros,
sem, contudo, salvá-los, mau grado seu; eles per-
deram-se por seu próprio desatino; imbecis, devo-
raram as vacas de Hélio, filho de Hiperião, e ele
os privou do dia do regresso. Começa por onde te
apraz, deusa, filha de Zeus, e conta-as a nós tam-
bém.
HOMERO. Odisseia. Trad.: Jaime Bruna. São Paulo:
Cultrix, 1976. p. 9.
1. Logo no começo do texto, o autor se dirige a
uma musa. Faça uma pesquisa e responda: quem
são as musas na mitologia grega?
2. De acordo com o texto, com que finalidade o
autor invoca a presença da musa? Em sua opini-
ão, por que ele faz isso?
A Grécia Clássica
Nos primeiros anos do século XXI, o go-
verno da Grécia gastou muito mais do que arre-
cadava. Resultado: o país viu-se endividado e
precisou pedir elevados empréstimos junto à
comunidade internacional. O endividamento foi
tão grande que o governo ficou sem condições
de quitar seus empréstimos, levando a Grécia a
uma profunda crise que teve início em 2008.
Para tentar melhorar a condição financeira
do país, o governo grego adotou uma série de
medidas até então impensáveis no país, como
autorizar, em 2012, a exploração publicitária de
seus tesouros arqueológicos. Agora, por 1600 euros é possível fazer filmagens profissionais
até mesmo no Partenon, o monumento mais conhecido de toda a Grécia.
Construído no século V a.C. em homenagem à deusa Palas Atena, o Partenon foi ergui-
do numa época em que Atenas vivia um período de grande esplendor e tinha Esparta como sua
maior rival em termos políticos e econômicos. Neste capítulo conheceremos mais sobre essas
duas importantes cidades-Estado da Grécia antiga.
A pólis grega
A pólis, ou cidade-Estado, era a unidade política básica da Grécia antiga. Não havia um
Estado centralizado que unificasse toda a sociedade grega. Cada cidade constituía um pequeno
Estado autônomo que, muitas vezes, guerreava contra outras pólis. Por falta de documentação,
não se sabe o momento em que surgiram as primeiras pólis. Historiadores acreditam que isso
ocorreu entre os séculos VIII a.C. e VII a.C. – ou seja, no chamado Período Arcaico (séculos
VIII-VI a.C.) –, e que começou na Ásia Menor, onde se refugiaram grupos populacionais que
fugiam dos dórios (reveja o capítulo 11).
Em algumas pólis, o poder político era exercido diretamente pelos cidadãos por meio de
assembleias realizadas na ágora, a praça central da cidade. Discutiam-se aí questões de inte-
resse público, tomavam-se decisões e elaboravam-se as leis. Nesse processo, alguns cidadãos
começaram a se destacar no interior da pólis, dando origem à figura do político.
Entretanto, poucos habitantes da pólis eram considerados cidadãos. Apenas os homens
livres proprietários de terra, artesãos, comerciantes e pequenos proprietários detinham os direi-
tos de cidadania. Estavam excluídos da vida política os escravos, os estrangeiros livres
(metecos) e as mulheres em geral.
Entre as diversas cidades-Estado gregas, duas se destacaram por sua capacidade de lide-
rança: Esparta e Atenas (veja abaixo o mapa com estas e outras pólis gregas).
A sociedade espartana
Esparta foi fundada pelos dórios no sudeste do Peloponeso por volta do século IX a.C.,
como resultado da união de quatro aldeias vizinhas (veja o mapa). Depois de um período de
expansão, no final do século VII a.C. Esparta dominava um terço de todo o Peloponeso.
Seus governantes mantiveram a cidade isolada das outras pólis e adotaram uma rígida
disciplina militar. Para tanto, criaram um exército permanente, pronto para guerrear a qualquer
momento. Ao lado disso, estabeleceram-se na cidade relações sociais e econômicas baseadas
na total subordinação do indivíduo ao Estado.
A sociedade espartana dividia-se em três grupos bem diferenciados:
• Espartanos (ou espartíatas) – descendentes dos conquistadores dórios,
eram os únicos a ter direitos de cidadania. Possuíam as melhores terras e de-
viam dedicar todo o seu tempo à política e ao exército;
• Periecos – antigos habitantes das regiões conquistadas pelos dórios que
não resistiram à ocupação. Embora livres, eram submissos aos espartanos.
Sem direitos políticos, viviam na periferia da cidade;
• Hilotas – grupo formado pelos antigos habitantes do Peloponeso que resis-
tiram à invasão dos dórios e acabaram transformados em escravos. Todos os
anos, deviam dar metade do que colhiam aos seus proprietários espartanos.
Esparta era governada por dois reis que concentravam os poderes militar, religioso e
judiciário. Eles presidiam a Gerúsia, assembleia formada por 28 homens com mais de 60
anos (os gerontes), cuja função era decidir sobre questões importantes, propor leis, julgar
crimes. Os gerontes eram eleitos pela Apela, assembleia composta de todos os espartanos
com mais de 30 anos e que tinha a função de votar as questões encaminhadas pela Gerúsia.
Vida dedicada ao exército
Ao nascer, as crianças espartanas eram levadas para o conselho dos anciãos. Se fossem consideradas doentes,
deveriam ser jogadas do alto de um despenhadeiro ou adotadas por um hilota. Caso fossem saudáveis, as meni-
nas ficavam com as mães. Os meninos, a partir dos 7 anos, eram entregues ao governo e transferidos para
quartéis.
Até os 12 anos, eles se dedicavam aos esportes. A partir de então, tinham aulas de música e poesia. Aos 18
anos, iniciava-se para eles um período de treinamento militar intenso e rigoroso: tinham de andar descalços e
nus para ficar com a pele mais grossa e eram chicoteados até sangrar para aprender a dominar
a dor. Dos 20 aos 30 anos, permaneciam nos quartéis à espera de convocação para alguma guerra. Aos 30
anos, ao final do serviço militar, poderiam conquistar a cidadania, mas somente aos 60 estavam liberados de
suas obrigações para com o exército.
De olho no mundo
Embora diversos acordos internacionais proíbam o emprego de menores como força militar, alguns governos e
facções políticas utilizam hoje crianças para fins militares. Em grupos, façam uma pesquisa sobre essa situa-
ção. Ao final, produzam cartazes com fotos e comentários sobre o assunto e, com a autorização do professor,
fixem-nos nos corredores da escola.
CIDADES GREGAS E TERRITÓRIOS COLONIZADOS (SÉCULOS VIII a.C. A VI
A democracia em Atenas
Situada na Ática, Atenas (reveja o mapa da
página 88) foi fundada pelos jônios por volta do
século IX a.C. No início, a cidade foi governada
por um rei que também exercia a função de princi-
pal sacerdote. Com ele governavam o polemarca,
comandante das forças militares, e o arconte, prin-
cipal autoridade civil. Essas pessoas eram escolhi-
das entre os integrantes da aristocracia ateniense,
os eupátridas.
Com a extinção da realeza, polemarcas e
arcontes passaram a exercer o poder político, militar e religioso, assessorados por um conselho
de anciãos, o Areópago, formado por eupátridas. Ao lado desse órgão, havia a Assembleia
(Eclésia), composta dos homens livres que integravam o exército. Ela elegia os governantes,
aprovava leis e decidia questões relativas
à paz e à guerra.
As alterações políticas, contudo, não foram acompanhadas de mudanças na esfera soci-
al. As desigualdades em Atenas eram grandes: enquanto os comerciantes enriqueciam, peque-
nos camponeses e artesãos viviam na miséria. Muitos eram transformados em escravos por não
poder pagar suas dívidas. Entre os séculos VII a.C. e VI a.C., eclodiram conflitos sociais que
obrigaram os legisladores a promover novas reformas.
Uma das mais importantes foi realizada pelo arconte Sólon a partir de 594 a.C.: ele per-
doou os devedores, proibiu a escravidão por dívidas, devolveu aos antigos donos as pequenas
propriedades tomadas pelos grandes senhores de terras, conferiu maiores poderes à Eclésia e
instituiu um tribunal popular, a Bulé, cujos juízes eram escolhidos por sorteio entre os cida-
dãos. Sólon também estabeleceu o mesmo peso para o voto dos cidadãos, fossem eles ricos ou
pobres.
Com essas mudanças, a aristocracia começava a enfraquecer. Esse declínio se acentuou
entre 561 a.C. e 528 a.C., período em que Atenas foi governada pelo tirano Pisístrato. Ele
confiscou grandes propriedades dos nobres, promoveu uma reforma agrária, realizou obras
públicas que geraram trabalho para muitos atenienses e incentivou as artes e o comércio, trans-
formando Atenas em importante centro comercial, artístico e cultural da Grécia.
O declínio da aristocracia ateniense se consumou pouco depois, quando o arconte Clís-
tenes (508-507 a.C.) promoveu nova e profunda mudança na organização do Estado. Clístenes
dividiu a Ática em cem unidades políticas e territoriais, os demos, cada qual reunindo indiví-
duos de diferentes clãs e pessoas de várias camadas sociais. Os demos tinham cada um o seu
chefe, o demiarca, escolhido por meio do voto. Os demos foram agrupados em dez diferentes
distritos eleitorais, de modo que os cidadãos votavam ou iam para a guerra como representan-
tes de seus distritos.
O principal órgão legislativo era a Assembleia, que se reunia a cada dez dias. Nessas
ocasiões, qualquer cidadão poderia pedir a palavra e expor sua opinião ou dar seu voto em al-
guma questão colocada em pauta. Tais reformas deram origem à democracia em Atenas
(outras cidades também adotariam essa forma de governo. Em grego, democracia significa
governo dos demos, ou governo da maioria).
Embora mulheres, escravos, ex-escravos e estrangeiros representassem a maior parte da
população (cerca de 360 mil pessoas numa população de 400 mil no século V a.C.), não eram
considerados cidadãos e por isso estavam impedidos de participar das assembleias.
Entretanto, embora não beneficiasse a todos, com a democracia os cidadãos tinham assegura-
dos três direitos essenciais: liberdade individual, igualdade perante a lei e direito de expressar
suas opiniões nas assembleias.
A DECADÊNCIA DO MUNDO GREGO
O choque de interesses entre Atenas e Esparta, somando-se à rivalidade, provocou um conflito
armado entre essas cidades – foi a Guerra do Peloponeso. Lutando entre si por várias décadas,
as cidades-estados se enfraqueceram e entraram em decadência, sendo alvo fácil de conquistas.
Lição de Casa (1,5)
Compare a democracia da Grécia Antiga com a democracia atual do
Brasil e responda:
a) Quem eram os cidadãos de Atenas?
b) Quem são os cidadãos hoje, no Brasil?
1. A pólis ou cidade-Estado era a forma de organização social e política entre os gregos na Anti-
guidade. Quais eram suas características fundamentais?
2. Quem era considerado cidadão na pólis?
3. Uma das mais importantes cidades-Estado foi Esparta, conhecida pelo rigor de suas leis e pelo
acentuado caráter guerreiro dos seus cidadãos. Defina como a educação em Esparta contribuía
para a militarização da sociedade.
4. Esparta e Atenas foram as duas pólis que mais se destacaram na história política da Grécia
antiga. Aponte as principais características de cada uma delas.
5. A democracia ateniense foi um dos mais importantes legados da Grécia antiga para a humani-
dade. Entretanto, a democracia em Atenas não surgiu de repente nem foi obra do acaso, mas de
um longo amadurecimento político. Escreva um texto sobre a história política que conduziu à
construção da democracia ateniense.
6. O que significa a expressão “Século de Péricles”?
7. Observe o mapa da página 88, com as principais cidades e territórios colonizados pelos gregos
dos séculos VIII a.C. a VI a.C. Depois, compare-o com um mapa político da mesma região nos
dias de hoje e indique pelo menos três países em cujos territórios os gregos antigos fundaram
colônias.

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  • 1. Com 8,3 mil quilômetros quadrados, Creta é uma das maiores ilhas do Mediterrâ- neo. Pertencente à Grécia, atrai todos os anos turistas do mundo inteiro que vão conhe- cer os vestígios de sua civilização milenar. Muito procuradas são as ruínas do palácio de Minos, erguido na antiga cidade de Cnossos. Rico em afrescos, o palácio foi construído por volta de 2000 a.C. e era uma enor- me construção de 20 mil metros quadrados. Os historiadores acreditam que ele teria servido não apenas de morada real, mas também de centro administrativo e comercial dos cretenses. Com seus cômodos e corredores, o palácio lembrava um labirinto. Segun- do pesquisadores, ele teria servido de inspiração para a figura do Minotauro, ser mitoló- gico metade touro, metade homem, que vivia encerrado em um labirinto na ilha de Cre- ta e se alimentava de carne humana. A civilização que construiu o palácio de Minos ficou conhecida como minoica. Ela teve forte influência no processo de formação da civilização grega. miscigenação étnica e cultural A Grécia é um país mediterrâneo localizado na península Balcânica (veja o mapa da página a seguir). Seu território, um pouco menor do que o estado do Ceará, é forma- do por duas regiões: a continental e a insular, composta de mais de 2 mil ilhas espalha- das pelos mares Egeu, Mediterrâneo e Jônico. Nas origens da civilização grega, esse território foi ocupado por diferentes povos indo-europeus, que entre 5 mil e 3 mil anos atrás aí se estabeleceram e se misturaram: aqueus, eólios, jônios e dórios. A miscigenação étnica e cultural observada entre eles, juntamente com a aquisi- ção de hábitos e costumes de outros povos, como os fenícios e os egípcios, estão na ba- se da formação da civilização grega. Além disso, os gregos também receberam forte influência da civilização minoica. Os cretenses Pouco se sabe sobre as origens da civilização minoica– também conhecida como cretense por ter se desenvolvido em torno da ilha de Creta –, mas o fato é que, por volta de 2500 a.C., já podiam ser encontradas em Creta importantes cidades, com residências de pedra e tijolos e artesãos hábeis no fabrico de joias e de outros artefatos de metal. Para navegar entre as ilhas da região, os primeiros cretenses utilizavam canoas escava- das em troncos de árvores. No início do segundo milênio antes de Cristo, as primitivas canoas deram lugar a embarcações mais sofisticadas, que permitiram aos cretenses expandir o comércio pelo Mediterrâneo. A localização da ilha facilitou essa atividade mercantil, pois ela está a pouco mais de 300 quilômetros da Grécia continental e a menos de 700 quilômetros do Egito. Em seu apogeu, a marinha cretense tornou-se a maior da época e seus mercado- res chegaram a dominar o comércio do Mediterrâneo. Como resultado de suas viagens, os cretenses entraram em contato com outros povos e assimilaram traços de diversas culturas. Com os mesopotâmios, aprenderam a trabalhar o bronze; com os egípcios, a fabricar vasos de pedra. A prosperidade advinda com o comércio possibilitou um gran- de desenvolvimento urbanístico, com a construção de portos, aquedutos e palácios ornamen- tados com afrescos. Durante os primeiros séculos de sua consolidação, a sociedade minoica dividiu-se em vários principados independentes. Por volta de 1450 a.C., os príncipes locais passaram a se submeter ao controle do rei de Cnossos. A pirâmide social cretense tinha no topo uma aristocracia formada pelo rei e por no- bres, mercadores e sacerdotes; seguia-se o grupo dos artesãos, artistas e funcionários; abaixo dele, vinham os agricultores e pastores; na base da pirâmide, encontravam-se os escravos. No início do século XV a.C., Creta foi devastada por terremotos e guerras internas. Enfraquecida, passou a ser alvo de ataques dos aqueus (veja o item 3 a seguir), que invadi- ram e dominaram diversas colônias cretenses no mar Egeu e, por volta de 1400 a.C., ataca- ram a própria cidade de Cnossos, cuja destruição marcou o colapso da sociedade minoica. A invasão dória Entre os séculos XII a.C. e VIII a.C., os dórios exerceram a supremacia no Peloponeso e em outras regiões da Grécia. Conhecido co- mo Período Homérico, alguns historiadores preferem chamá-lo de Idade das Trevas, uma vez que as cidades micênicas foram destruídas, seus palácios saqueados, as técnicas artesanais praticamente abandonadas e a própria escrita de- sapareceu. As populações que não fugiram e rea- giram à invasão foram escravizadas, outros fize- ram alianças. Os que se submeteram ao invasor passaram a ocupar uma posição subalterna na nova sociedade. Um dos fatores que favoreceram o domínio dórico foram suas armas de ferro, mais resistentes do que as de bronze, usadas pelos ven- cidos. Algumas regiões, contudo, permaneceram sob o domínio de outros povos. A Ática, povoada pelos jônios, foi uma delas. E os que fugiram? Muitos deles, como vimos, estabeleceram-se na Ásia Menor.
  • 2. A civilização grega Nos séculos que se seguiram às invasões dórias ganhou impulso o processo de formação da civilização grega, resultado do intercâmbio entre os diferentes povos que ocupavam a península Balcânica ou com os quais esses povos travaram contato. De modo geral, os gregos desse período estavam organizados em tribos que se subdivi- diam em clãs (grupos de pessoas ligadas por laços sanguíneos e com um mesmo ancestral), os genos. Estes eram constituídos por um senhor ou patriarca, seus familiares e escravos, parentes próximos e hóspedes. A posse da terra era coletiva. O chefe tribal que mais se destacava nas guerras tornava-se rei. Formaram--se assim diversos pequenos reinos. Com o crescimento da população, a escassez de terras férteis e o uso de técnicas rudi- mentares, a produção agrícola se tornou insuficiente. A falta de alimentos acirrou a disputa pelo controle da terra. Isso acabou levando à extinção da posse coletiva das propriedades agrícolas e ao apare- cimento de desigualdades sociais. O domínio da aristocracia As maiores e melhores propriedades ficaram nas mãos de um pequeno grupo de pessoas, chamadas em alguns lugares de eupátridas (bem-nascidos). Essas pessoas formaram uma espécie de nobreza. O restante da população ou ficou sem terra ou obteve pequenos lotes, muitos dos quais pouco férteis. Detentores das melhores terras, em muitas regiões da Grécia os integrantes da nobreza aca- baram afastando o rei e assumindo o poder. Com o tempo, a autoridade passou para as mãos de um pequeno grupo de eupátridas. Esse grupo constituía uma aristocracia, palavra grega que pode ser traduzida como “governo dos melhores”. As primeiras Pólis Todas essas mudanças contribuíram para o enfraquecimento dos genos, que perderam sua força de coesão. Ao mesmo tempo, a necessidade de se defender contra a ação de inimigos externos incentivou o agrupamento de vários genos em cidades com governo autônomo. Começavam a sur- gir, assim, as pólis, ou cidades-Estado gregas. Esparta, por exemplo, surgiu da união de quatro vilas vizinhas. Esse processo ocorreu quase ao mesmo tempo em toda a Grécia (veja o capítulo 12). De modo geral, as pólis eram cidades fortificadas; na parte mais alta ficavam uma espécie de fortaleza e um santuário. Essa parte da cidade era chamada de acrópole. Na região central da parte baixa, havia uma praça, a ágora, onde os cidadãos se reuniam para tomar decisões políticas. Na periferia, viviam os trabalhadores agrícolas e os pequenos proprietários rurais. A pólis, portanto, englobava a cidade e as terras próximas a ela. Atenas, por exemplo, dominava toda a Ática, a pe- nínsula na qual estava situada (reveja o mapa da página 82). Assim, aos poucos, a sociedade grega deixava de ser primordialmente camponesa e guer- reira e se transformava em uma civilização centrada em torno das pólis. No início do século VIII a.C. o mundo grego estava politicamente dividido em uma grande quantidade de cidades-Estado, cujos habitantes encontravam-se unidos por laços de parentesco. Invocação às musas Os poetas gregos costumavam pedir (invocar) a ajuda das musas (personagens da mitolo- gia grega) ao começar seus poemas. A Odisseia tem início com uma dessas invocações. A obra é atribuída a Homero e foi escrita provavelmente no final do século VIII a.C. Ela trata do retorno de Odisseu (Ulisses) à sua casa na ilha de Ítaca, de- pois da Guerra de Troia. Leia o texto e responda às questões. Musa, narra-me as aventuras do herói engenhoso que, após saquear a sagrada fortaleza de Troia, errou por tantíssimos lugares e, no mar, sofreu tantas angústias no coração, tentando preservar a vida e o repatriamento de seus companheiros, sem, contudo, salvá-los, mau grado seu; eles per- deram-se por seu próprio desatino; imbecis, devo- raram as vacas de Hélio, filho de Hiperião, e ele os privou do dia do regresso. Começa por onde te apraz, deusa, filha de Zeus, e conta-as a nós tam- bém. HOMERO. Odisseia. Trad.: Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix, 1976. p. 9. 1. Logo no começo do texto, o autor se dirige a uma musa. Faça uma pesquisa e responda: quem são as musas na mitologia grega? 2. De acordo com o texto, com que finalidade o autor invoca a presença da musa? Em sua opini- ão, por que ele faz isso?
  • 3. A Grécia Clássica Nos primeiros anos do século XXI, o go- verno da Grécia gastou muito mais do que arre- cadava. Resultado: o país viu-se endividado e precisou pedir elevados empréstimos junto à comunidade internacional. O endividamento foi tão grande que o governo ficou sem condições de quitar seus empréstimos, levando a Grécia a uma profunda crise que teve início em 2008. Para tentar melhorar a condição financeira do país, o governo grego adotou uma série de medidas até então impensáveis no país, como autorizar, em 2012, a exploração publicitária de seus tesouros arqueológicos. Agora, por 1600 euros é possível fazer filmagens profissionais até mesmo no Partenon, o monumento mais conhecido de toda a Grécia. Construído no século V a.C. em homenagem à deusa Palas Atena, o Partenon foi ergui- do numa época em que Atenas vivia um período de grande esplendor e tinha Esparta como sua maior rival em termos políticos e econômicos. Neste capítulo conheceremos mais sobre essas duas importantes cidades-Estado da Grécia antiga. A pólis grega A pólis, ou cidade-Estado, era a unidade política básica da Grécia antiga. Não havia um Estado centralizado que unificasse toda a sociedade grega. Cada cidade constituía um pequeno Estado autônomo que, muitas vezes, guerreava contra outras pólis. Por falta de documentação, não se sabe o momento em que surgiram as primeiras pólis. Historiadores acreditam que isso ocorreu entre os séculos VIII a.C. e VII a.C. – ou seja, no chamado Período Arcaico (séculos VIII-VI a.C.) –, e que começou na Ásia Menor, onde se refugiaram grupos populacionais que fugiam dos dórios (reveja o capítulo 11). Em algumas pólis, o poder político era exercido diretamente pelos cidadãos por meio de assembleias realizadas na ágora, a praça central da cidade. Discutiam-se aí questões de inte- resse público, tomavam-se decisões e elaboravam-se as leis. Nesse processo, alguns cidadãos começaram a se destacar no interior da pólis, dando origem à figura do político. Entretanto, poucos habitantes da pólis eram considerados cidadãos. Apenas os homens livres proprietários de terra, artesãos, comerciantes e pequenos proprietários detinham os direi- tos de cidadania. Estavam excluídos da vida política os escravos, os estrangeiros livres (metecos) e as mulheres em geral. Entre as diversas cidades-Estado gregas, duas se destacaram por sua capacidade de lide- rança: Esparta e Atenas (veja abaixo o mapa com estas e outras pólis gregas). A sociedade espartana Esparta foi fundada pelos dórios no sudeste do Peloponeso por volta do século IX a.C., como resultado da união de quatro aldeias vizinhas (veja o mapa). Depois de um período de expansão, no final do século VII a.C. Esparta dominava um terço de todo o Peloponeso. Seus governantes mantiveram a cidade isolada das outras pólis e adotaram uma rígida disciplina militar. Para tanto, criaram um exército permanente, pronto para guerrear a qualquer momento. Ao lado disso, estabeleceram-se na cidade relações sociais e econômicas baseadas na total subordinação do indivíduo ao Estado. A sociedade espartana dividia-se em três grupos bem diferenciados: • Espartanos (ou espartíatas) – descendentes dos conquistadores dórios, eram os únicos a ter direitos de cidadania. Possuíam as melhores terras e de- viam dedicar todo o seu tempo à política e ao exército; • Periecos – antigos habitantes das regiões conquistadas pelos dórios que não resistiram à ocupação. Embora livres, eram submissos aos espartanos. Sem direitos políticos, viviam na periferia da cidade; • Hilotas – grupo formado pelos antigos habitantes do Peloponeso que resis- tiram à invasão dos dórios e acabaram transformados em escravos. Todos os anos, deviam dar metade do que colhiam aos seus proprietários espartanos. Esparta era governada por dois reis que concentravam os poderes militar, religioso e judiciário. Eles presidiam a Gerúsia, assembleia formada por 28 homens com mais de 60 anos (os gerontes), cuja função era decidir sobre questões importantes, propor leis, julgar crimes. Os gerontes eram eleitos pela Apela, assembleia composta de todos os espartanos com mais de 30 anos e que tinha a função de votar as questões encaminhadas pela Gerúsia. Vida dedicada ao exército Ao nascer, as crianças espartanas eram levadas para o conselho dos anciãos. Se fossem consideradas doentes, deveriam ser jogadas do alto de um despenhadeiro ou adotadas por um hilota. Caso fossem saudáveis, as meni- nas ficavam com as mães. Os meninos, a partir dos 7 anos, eram entregues ao governo e transferidos para quartéis. Até os 12 anos, eles se dedicavam aos esportes. A partir de então, tinham aulas de música e poesia. Aos 18 anos, iniciava-se para eles um período de treinamento militar intenso e rigoroso: tinham de andar descalços e nus para ficar com a pele mais grossa e eram chicoteados até sangrar para aprender a dominar a dor. Dos 20 aos 30 anos, permaneciam nos quartéis à espera de convocação para alguma guerra. Aos 30 anos, ao final do serviço militar, poderiam conquistar a cidadania, mas somente aos 60 estavam liberados de suas obrigações para com o exército. De olho no mundo Embora diversos acordos internacionais proíbam o emprego de menores como força militar, alguns governos e facções políticas utilizam hoje crianças para fins militares. Em grupos, façam uma pesquisa sobre essa situa- ção. Ao final, produzam cartazes com fotos e comentários sobre o assunto e, com a autorização do professor, fixem-nos nos corredores da escola. CIDADES GREGAS E TERRITÓRIOS COLONIZADOS (SÉCULOS VIII a.C. A VI
  • 4. A democracia em Atenas Situada na Ática, Atenas (reveja o mapa da página 88) foi fundada pelos jônios por volta do século IX a.C. No início, a cidade foi governada por um rei que também exercia a função de princi- pal sacerdote. Com ele governavam o polemarca, comandante das forças militares, e o arconte, prin- cipal autoridade civil. Essas pessoas eram escolhi- das entre os integrantes da aristocracia ateniense, os eupátridas. Com a extinção da realeza, polemarcas e arcontes passaram a exercer o poder político, militar e religioso, assessorados por um conselho de anciãos, o Areópago, formado por eupátridas. Ao lado desse órgão, havia a Assembleia (Eclésia), composta dos homens livres que integravam o exército. Ela elegia os governantes, aprovava leis e decidia questões relativas à paz e à guerra. As alterações políticas, contudo, não foram acompanhadas de mudanças na esfera soci- al. As desigualdades em Atenas eram grandes: enquanto os comerciantes enriqueciam, peque- nos camponeses e artesãos viviam na miséria. Muitos eram transformados em escravos por não poder pagar suas dívidas. Entre os séculos VII a.C. e VI a.C., eclodiram conflitos sociais que obrigaram os legisladores a promover novas reformas. Uma das mais importantes foi realizada pelo arconte Sólon a partir de 594 a.C.: ele per- doou os devedores, proibiu a escravidão por dívidas, devolveu aos antigos donos as pequenas propriedades tomadas pelos grandes senhores de terras, conferiu maiores poderes à Eclésia e instituiu um tribunal popular, a Bulé, cujos juízes eram escolhidos por sorteio entre os cida- dãos. Sólon também estabeleceu o mesmo peso para o voto dos cidadãos, fossem eles ricos ou pobres. Com essas mudanças, a aristocracia começava a enfraquecer. Esse declínio se acentuou entre 561 a.C. e 528 a.C., período em que Atenas foi governada pelo tirano Pisístrato. Ele confiscou grandes propriedades dos nobres, promoveu uma reforma agrária, realizou obras públicas que geraram trabalho para muitos atenienses e incentivou as artes e o comércio, trans- formando Atenas em importante centro comercial, artístico e cultural da Grécia. O declínio da aristocracia ateniense se consumou pouco depois, quando o arconte Clís- tenes (508-507 a.C.) promoveu nova e profunda mudança na organização do Estado. Clístenes dividiu a Ática em cem unidades políticas e territoriais, os demos, cada qual reunindo indiví- duos de diferentes clãs e pessoas de várias camadas sociais. Os demos tinham cada um o seu chefe, o demiarca, escolhido por meio do voto. Os demos foram agrupados em dez diferentes distritos eleitorais, de modo que os cidadãos votavam ou iam para a guerra como representan- tes de seus distritos. O principal órgão legislativo era a Assembleia, que se reunia a cada dez dias. Nessas ocasiões, qualquer cidadão poderia pedir a palavra e expor sua opinião ou dar seu voto em al- guma questão colocada em pauta. Tais reformas deram origem à democracia em Atenas (outras cidades também adotariam essa forma de governo. Em grego, democracia significa governo dos demos, ou governo da maioria). Embora mulheres, escravos, ex-escravos e estrangeiros representassem a maior parte da população (cerca de 360 mil pessoas numa população de 400 mil no século V a.C.), não eram considerados cidadãos e por isso estavam impedidos de participar das assembleias. Entretanto, embora não beneficiasse a todos, com a democracia os cidadãos tinham assegura- dos três direitos essenciais: liberdade individual, igualdade perante a lei e direito de expressar suas opiniões nas assembleias. A DECADÊNCIA DO MUNDO GREGO O choque de interesses entre Atenas e Esparta, somando-se à rivalidade, provocou um conflito armado entre essas cidades – foi a Guerra do Peloponeso. Lutando entre si por várias décadas, as cidades-estados se enfraqueceram e entraram em decadência, sendo alvo fácil de conquistas. Lição de Casa (1,5) Compare a democracia da Grécia Antiga com a democracia atual do Brasil e responda: a) Quem eram os cidadãos de Atenas? b) Quem são os cidadãos hoje, no Brasil? 1. A pólis ou cidade-Estado era a forma de organização social e política entre os gregos na Anti- guidade. Quais eram suas características fundamentais? 2. Quem era considerado cidadão na pólis? 3. Uma das mais importantes cidades-Estado foi Esparta, conhecida pelo rigor de suas leis e pelo acentuado caráter guerreiro dos seus cidadãos. Defina como a educação em Esparta contribuía para a militarização da sociedade. 4. Esparta e Atenas foram as duas pólis que mais se destacaram na história política da Grécia antiga. Aponte as principais características de cada uma delas. 5. A democracia ateniense foi um dos mais importantes legados da Grécia antiga para a humani- dade. Entretanto, a democracia em Atenas não surgiu de repente nem foi obra do acaso, mas de um longo amadurecimento político. Escreva um texto sobre a história política que conduziu à construção da democracia ateniense. 6. O que significa a expressão “Século de Péricles”? 7. Observe o mapa da página 88, com as principais cidades e territórios colonizados pelos gregos dos séculos VIII a.C. a VI a.C. Depois, compare-o com um mapa político da mesma região nos dias de hoje e indique pelo menos três países em cujos territórios os gregos antigos fundaram colônias.