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GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO
DE LÍNGUA
JORDANA AVELINO
MAURO R. TONIOLO SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGUÍSTICA
2.1 O ESTUDO DE GÊNEROS NÃO É
NOVO, MAS ESTÁ NA MODA
• “O estudo dos gêneros textuais não é novo e, no
Ocidente, já tem pelo menos vinte e cinco
séculos, se considerarmos que sua observação
sistemática iniciou-se em Platão.”
• No entanto, este estudo firmou em Aristóteles,
no qual temos no capítulo 3 da Retórica a divisão
do discurso em três elementos:
a) Aquele que fala;
b) Aquilo sobre o que se fala e;
c) Aquele a quem se fala.
=> “Hoje o estudo dos gêneros textuais está na
moda, mas em perspectiva diferente da
aristotélica.” Segundo alguns autores ele
encontrou o seu tempo e está cada vez mais
multidisciplinar.
Definição de gênero
• De acordo com Carolyn Miller (1984) os gêneros são
“uma forma de ação social”. Eles são um “artefato
cultural” importante como parte integrante da
estrutura comunicativa de nossa sociedade.
• Podemos afirmar ainda que gênero é:
=> uma categoria cultural
=> um esquema cognitivo
=> uma forma de ação social
=> uma estrutura textual
=> uma forma de organização social
=> uma ação retórica
2.2 O ESTUDO DE GÊNEROS MOSTRA
O FUNCIONAMENTO DA SOCIEDADE
Por que os membros de comunidades discursivas
específicas usam a língua da maneira como o
fazem?
Muitos fatos sociais são constituídos tão-somente
pelo discurso situado. Lembrando que um fato
social é aquilo que as pessoas acreditam e passam
a tomar como se fosse verdade, agindo de acordo
com essa crença.
Nesse contexto, portanto, são realizadas ações de
ordem comunicativa com estratégias
convencionais para atingir determinados objetivos.
Todos os gêneros tem forma e função, mas sua
determinação se dá basicamente pela função e
não pela forma.
2.3 ALGUMAS PERSPECTIVAS PARA O
ESTUDO DE GÊNEROS
• As correntes de estudo dos gêneros hoje no Brasil
são inúmeras, vejamos algumas tendências no
tratamento deste estudo:
a)Linha baktiniana alimentada pela perspectiva de
orientação vygotskyana socioconstrutivista da
Escola de Genebra representada por
Schneuwly∕Dolz e pelo interacionismo
sociodiscursivo de Bronckart;
b)Perspectiva “swalesiana”, na linha de escola norte-
americana mais formal e influenciada pelos
gêneros de John Swales (1990);
c) Perspectiva sistêmica-funcional da Escola
Australiana de Sydney, alimentada por Halliday;
d) Linhas mais gerais com influências de Bakhtin,
Adam, Bronckart e também os nortes-americanos
com Charles Bazerman, Carolyn Miller e outros.
• No Brasil se tem notado “uma enorme
proliferação de trabalhos, inicialmente na linha
de Swales e depois da Escola de Genebra com
influências de Bakhtin e hoje com a influência de
norte-americanos e da análise do discurso
crítica.”
• Ao observar tais perspectivas de estudo dos
gêneros, desenvolvidas em algumas
universidades no Brasil, gostariamos de saber em
qual linha de estudo a Faculdade de letras da UFG
se enquadra?
2.4 NOÇÃO DE GÊNERO TEXTUAL, TIPO
TEXTUAL E DOMÍNIO DISCURSIVO
Tipo Textual:
Pode ser caracterizado mais como sequência
linguística (sequência retórica) do que como
textos materializados.
Ex.:
-Narração;
- Argumentação;
- Exposição;
- Descrição;
- Injunção
É um conjunto de categorias limitado e sem
tendência a aumentar.
Gênero Textual:
Texto materializado em situações
comunicativas recorrentes. Apresentam
padrões sociocomunicativos característicos
definidos por composições funcionais,
objetivos enunciativos e estilos realizados na
integração de forças históricas, sociais,
institucionais e técnicas.
Ex.:
Carta comercial, bilhete, reportagem, receita
culinária, lista de compras, bula de remédio
etc.
Domínio discursivo:
Constitui uma “esfera da atividade humana”
(Bakhtin) e indica instâncias discursivas (p.ex.:
discurso jurídico, discurso religioso etc.)
Não abrange um gênero em particular, mas
dá origem a vários deles, já que os gêneros
são institucionalmente marcados.
Constituem práticas discursivas nas quais se
pode identificar um conjunto de gêneros
textuais estabelecidos como rotinas
comunicativas institucionalizadas e
instauradoras de relações de poder.
2.5 GÊNEROS TEXTUAIS COMO
SISTEMA DE CONTROLE SOCIAL
• “Os gêneros são atividades discursivas
socialmente estabilizadas que se prestam aos
mais variados tipos de controle social e até
mesmo ao exercício de poder. Pode-se dizer que
os gêneros textuais são nossa forma de inserção,
ação e controle social no dia-a-dia.”
• Exemplo: a atividade discursiva no âmbito
acadêmico.
• Podemos dizer que é incontornável o controle social dos
gêneros discursivos, no entanto não é determinista, pois
eles manifestam apenas certas condições de suas
realizações.
• Segundo o autor, nós estamos envolvidos numa máquina
sociodiscursiva e um de seus instrumentos mais poderosos
são os gêneros textuais. Exemplo: expedir uma petição
judicial ou oferecer um curso de escrita acadêmica em
inglês em determinada instituição. Quem pode fazê-lo, para
quem e o porquê desta ação?
• Em síntese, podemos notar que língua não é somente uma
forma de comunicação, mas de acordo com Wittegenstein
é uma forma de vida e uma forma de ação. E por isso as
atividades discursivas são um meio de controle social, pois
através delas exercemos qualquer tipo de poder ou
influência.
2.6 A QUESTÃO DA INTERGENERICIDADE:
QUE NOME DAR AOS GÊNEROS?
Como é que se chega à denominação dos gêneros?
As denominações são históricas e socialmente
construídas. Se imbricam e interpenetram para
constituírem novos gêneros (Bakhtin).
Alguns critérios para nomear gêneros (p. 164):
1. Forma estrutural (gráfico, roda-pé, poema);
2. Propósito comunicativo (errata, endereço);
3. Conteúdo (nota de compra, resumo de novela0;
4. Meio de transmissão (telefonema, e-mail);
5. Papéis dos interlocutores (Exame oral, autorização);
6. Contexto situacional (conversação esp., carta
pessoal).
Intertextualidade tipológica – Ulla Fix (1997)
Intergenericidade – Marcuschi
Exemplo – p. 166
Forma do
Gênero A
Forma do
Gênero B
Função do
Gênero A
Função do
Gênero B
Publicidade
Bula de
remédio
Publicidade no
formato de bula
de remédio
2.7 A QUESTÃO INTERCULTURAL
• Bhatia relembra que o aspecto intercultural é
determinante quando se trata do ensino de
uma segunda língua, pois não podemos julgar
que em todas as culturas se escreva uma carta
da mesma forma
ou se dê um tele-
fonema da mesma
maneira.
• Temos de observar
também a problemática
das variedades dentro
de um mesmo país e
como isso é abordado
no livro didático.
• Está claro que deve-se oferecer um ensino
culturalmente sensível, no entanto resta-nos
refletir sobre determinadas questões:
a) Os manuais de ensino deveriam ou não ser
construídos com especial atenção para a cultura
local e regional, sem descuidar da grande
cultura nacional?
b) Qual o lugar e o papel da cultura regional no
ensino? Por que ela aparece tão pouco? A
cargo de quem fica esse trabalho?
 Para Marcuschi não se deveria privilegiar o
urbanismo elitizado,
mas a variação
linguística, social,
temática, de costumes,
crenças e valores.
2.8 A QUESTÃO DO SUPORTE DE
GÊNEROS TEXTUAIS
Suporte de um gênero é um locus físico ou
virtual com formato específico que serve de
base ou ambiente de fixação (apresentação)
do gênero materializado como texto.
Qual o papel do suporte na relação com os
gêneros?
Tem o gênero características distintivas
adicionais quando realizado e acessado em
um ou outro suporte?
“Paulo, te amo, me ligue o mais rápido que
puder. Te espero no fone 55 44 33 22.
Verônica”.
Paulo, te amo, me
ligue o mais rápido
que puder. Te
espero no fone 55
44 33 22. Verônica
RECADO
DOMÍNIO DISCURSIVO:
Jornalismo
FORMAÇÃO DISCURSIVA:
ideologia de esquerda
GÊNERO TEXTUAL:
Reportagem jornalística
TIPO TEXTUAL:
Narrativa
SUPORTE:
Jornal
Suportes convencionais
Suportes incidentais
2.9 ANÁLISE DOS GÊNEROS NA
ORALIDADE
• Os gêneros textuais falados pertencem a uma
área na qual há poucos estudos e trabalhos
realizados.
• “Para os linguistas alemães Heinemann &
Viehweger (1991:110), os falantes dispõem de
um conhecimento específico sobre estruturas
textuais globais que lhes possibilita
determinar um certo texto como membro de
uma classe mais geral.Isso quer dizer que os
falantes têm uma ideia bastante clara das
estratégias de produção de uma narrativa, de
um comentário.”
• “É muito comum que, com base nesse
conhecimento, os interlocutores especifiquem o
gênero de texto que estão produzindo durante
sua fala, como observou Gülich (1986:21).
Assim, ouvimos com frequência as pessoas
dizerem:
No telefonema
de ontem...
Na aula de
hoje...Nessa
discussão...
Minha
conferência foi...
O bate-boca
daquela
noite...
A piada do
dia é a
seguinte...
• Esses formas textuais
tem marcas
linguísticas mais ou
menos estereotipadas
identificáveis desde o
início:
• “O linguista inglês Douglas Biber (1988:170)
lembra que os gêneros são geralmente
determinados com base nos objetivos dos
falantes e natureza do tópico tratado, sendo
assim uma questão de uso e não de forma. “
• “Os gêneros textuais não são fruto de invenções
individuais, mas formas socialmente maturadas
em práticas comunicativas na ação linguageira.”
• Gêneros textuais => formas de condução
Exemplo: este seminário poderia ser avaliado de
diversas maneiras:
- “Gostei porque ele se ateve ao tema do
começo ao fim.”
- “Não gostei porque ele divagou demais.”
No entanto se tornaria estranho e até cômico se
em uma conversa de bar alguém dissesse:
- “Não gostei porque eles não aprofundavam os
temas e variavam demais.”
2.10 ANÁLISE DOS GÊNEROS NA
RELAÇÃO FALA E ESCRITA
Enquanto representação de ações sociais, a
correlação fala – escrita também se reproduz no
contínuo dos gêneros textuais?
As atividades comunicativas são uma das formas
de organização da sociedade e condicionam parte
das ações praticadas em sociedade. Isso faz com
que tenhamos uma noção clara do que convém ou
não convém em determinados momentos.
Os gêneros são padrões comunicativos
socialmente utilizados que funcionam como uma
espécie de modelo comunicativo que representa
um conhecimento social localizado em situações
concretas.
Sociedades tipicamente
orais desenvolvem certos
gêneros que se perdem
em outras tipicamente
escritas.
Marcuschi não postula uma simetria de
representação entre fala e escrita, mas uma relação
sistêmica no aspecto central das articulações
estritamente linguísticas. (p. 192)
2.11 DOMÍNIOS DISCURSIVOS E
GÊNEROS TEXTUAIS NA ORALIDADE E
NA ESCRITA
• Diante do que vimos anteriormente podemos
considerar que é “pelas distintas práticas sociais
desenvolvidas nos diversos domínios discursivos
que sabemos que nosso comportamento
discursivo num circo não pode ser o mesmo que
numa igreja e que nossa produção textual na
universidade e numa revista de variedade não
será a mesma.”
Marcuschi propõe um quadro geral com a
tentativa de distribuir os gêneros da oralidade
e escrita nos respectivos domínios discursivos.
(página 194) Entretanto, o autor considera
que este quadro é bastante restrito, pois se
considerássemos as diversas culturas teríamos
grandes surpresas e ele supõe ainda que há
mais gêneros textuais na escrita que na fala.
2.12 DISTRIBUIÇÃO DOS GÊNEROS NO
CONTINUUM DA RELAÇÃO FALA-
ESCRITA
Quadro p.197
2.13 OS GÊNEROS EMERGENTES NA
MÍDIA VIRTUAL E O ENSINO
• “Mais do que em qualquer outra época, hoje
proliferam gêneros novos dentro de novas
tecnologias, particularmente na mídia
eletrônica (digital).”
• Neste contexto, qual deveria ser o papel da
escola?
• Sacks, Scheloff e Schiffrin apontam que ocorre
uma mudança de gênero.
• “De maneira geral, a comunicação mediada
por computador abrange todos os formatos
de comunicação e os respectivos gêneros que
emergem nesse contexto.”
• O autor faz uma listagem de alguns gêneros presentes na
mídia virtual mais conhecidos e estudados no momento:
- e-mail
- Chat em aberto
- Videoconferência
- Entrevista com convidado
- Endereço eletrônico
- Weblog
De acordo com o autor os mais usados atualmente são: e-
mails, chats, listas de discussões e weblogs.
• É importante ressaltar que não podemos confundir um
programa com um gênero, uma vez que a rigidez de um
programa não se equivale à rigidez nas estratégias de
realização do gênero como instrumento de ação social.
2.14 A QUESTÃO DOS GÊNEROS E O
ENSINO DE LÍNGUAS
Será que existe algum gênero ideal para
tratamento em sala de aula?
Será que existem gêneros que são mais
importantes que outros?
Consumo receptivo X produção de texto
Os gêneros textuais são como esquemas de
compreensão e facilitação da ação
comunicativa interpessoal (Bakhtin).
A distribuição da produção discursiva em
gêneros tem como correlato a própria
organização da sociedade.
2.15 VISÃO DOS PCNs A RESPEITO DA
QUESTÃO DOS GÊNEROS
2.16 GÊNEROS TEXTUAIS NA LÍNGUA
FALADA E ESCRITA DE ACORDO COM
OS PCNs
• Marcuschi aponta uma crença que circula
nas escolas:
“(...) a escrita como mera transposição
do oral, ou tratar as especificidades de
cada modalidade como polaridades.”
• O autor afirma que “a escrita não é a
representação gráfica da fala.”
• A partir de pensamentos como estes surgem vários
preconceitos tais como:
- Existe uma única forma ‘certa’ de falar;
- Essa forma pertenceria uma determinada região;
- O falar ‘certo’ se aproxima do padrão da escrita;
- Brasileiro fala mal
- É preciso ‘consertar’ a fala do aluno para evitar que
ele escreva errado.
• Tais preconceitos são vistos pelos PCNs como
insustentáveis e mutiladoras, os quais a escola deveria
evitar, para mostrar as diversas formas de expressar de
acordo com as situações, os contextos e os
interlocutores.
• Diante disso, nos perguntamos: “Então o que faço com
um aluno que diz ‘nois vai’?”
• Marcuschi analisa que as observações dadas
pelos PCNs quanto aos gêneros são vagas e que
são considerados somente os gêneros com
realizações linguísticas mais formais e não os
mais praticados nas atividades cotidianas.
• O autor observa também que há uma confusão
entre oralidade e escrita e que são sugeridos
mais gêneros para trabalhar a compreensão
que a produção. Assim, podemos observar a
existência de alunos que escrevem pouco e em
certos casos quase não escrevem.
• Com base nisso, o autor propõe ainda os
seguintes questionamentos:
- Por que não trabalhar telefonemas,
conversações espontâneas, consultas,
discussões etc, para a fala?
- Por que não analisar formulários, cartas,
bilhetes, documentos, receitas, bulas,
anúncios etc, para a escrita?
2.17 OS GÊNEROS TEXTUAIS EM SALA
DE AULA: AS “SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS”
Sequências didáticas: conjunto de atividades
escolares organizadas, de maneira sistemática,
em torno de um gênero textual oral ou escrito.
• Comunicação em situação real.
• Contempla semelhanças e diferenças entre
os gêneros e entre as modalidades oral e
escrita da língua.
• Gêneros = instrumentos comunicativos que
servem para realizar atividades formais e
informais de maneira adequada.
• Tarefa a ser desenvolvida. Modalidade: oral/escrita;
• Decide-se qual gênero produzir, para quem, modalidade, forma (suporte?);
• Definir conteúdos. Apresentar exemplares.
• 1ª formulação do texto. Avaliação formativa;
• Esboço geral sem destinação específica. Deve-se treinar o gênero;
• Quantidade de módulos é variável. Treina-se para a elaboração final;
• Deve dar conta dos problemas aparecidos até aqui;
• Realizar atividades de observação e análise dos textos, a fim de identificar se
o gênero foi bem produzido, alternativas, comparação etc;
• Deve-se aprender a falar sobre o gênero, adquirir meios de observá-lo e
adquirir linguagem técnica para se expressar sobre o que está fazendo;
• Coloca-se em prática o aprendizado feito ao longo dos módulos;
• O aluno obtém controle sobre sua aprendizagem e sabe o que fez, por que
fez e como fez;
•Permite a realização de avaliação somativa.
APRESENTAÇÃO
DA SITUAÇÃO
PRODUÇÃO
INICIAL
Módulo
1
Módulo
2
Módulo
3
PRODUÇÃO
FINAL
Uma perspectiva textual
O modelo das sequências didáticas segue os
princípios gerais da linguística textual:
• Questões gramaticais: embora a sintaxe não
se ligue ao gênero, contribui para a construção
do gênero;
•Questões de ortografia: Não deve sobrepor-
se ao trabalho efetivo com a produção de
texto.
Agrupamento dos gêneros e progressão
• Diz respeito à seleção dos gêneros a serem
tratados na sequência didática
• Devem ser agrupados por séries e que se
escolha um por vez para ser trabalhado;
• O quadro a seguir, organizado por Schneuwly
e Dolz, está conforme as modalidades
retóricas que correspondem aos tipos textuais:
AGRUPAMENTO DE GÊNEROS.docx
2.18 A PROPOSTA DE BRONKHART
• Bronckart lembra que os textos são um objeto
legítimo de estudo e sua análise nos leva a
trabalhar a maioria dos problemas relacionados
com a língua.
• Portanto esse trabalho se torna interessante
quando os gêneros são considerados
instrumentos de adaptação e participação na
vida social e comunicativa.
• Bronckart sugere uma atividade em quatro
fases:
1- Elaboração de um modelo didático;
2- identificação das capacidades adquiridas;
3- elaboração e condução das atividades de
produção e;
4- avaliação das novas capacidades adquiridas.
• Este modelo pode servir também para
gêneros textuais na oralidade.
• Em suma: “Seguramente, para cada gênero
trabalhado, podem-se trazer variações e
observar a multiplicidade de formas de
produzi-lo. (...) Uma sequência didática de
gêneros pode dedicar-se a observar também
questões específicas relacionadas a gêneros.”
REFERÊNCIAS:
MARCUSCHI, L. A. produção textual, análise de
gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editora,
2008.

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Gêneros no ensino de línguas Marcuschi

  • 1. GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA JORDANA AVELINO MAURO R. TONIOLO SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGUÍSTICA
  • 2. 2.1 O ESTUDO DE GÊNEROS NÃO É NOVO, MAS ESTÁ NA MODA
  • 3. • “O estudo dos gêneros textuais não é novo e, no Ocidente, já tem pelo menos vinte e cinco séculos, se considerarmos que sua observação sistemática iniciou-se em Platão.” • No entanto, este estudo firmou em Aristóteles, no qual temos no capítulo 3 da Retórica a divisão do discurso em três elementos: a) Aquele que fala; b) Aquilo sobre o que se fala e; c) Aquele a quem se fala. => “Hoje o estudo dos gêneros textuais está na moda, mas em perspectiva diferente da aristotélica.” Segundo alguns autores ele encontrou o seu tempo e está cada vez mais multidisciplinar.
  • 4. Definição de gênero • De acordo com Carolyn Miller (1984) os gêneros são “uma forma de ação social”. Eles são um “artefato cultural” importante como parte integrante da estrutura comunicativa de nossa sociedade. • Podemos afirmar ainda que gênero é: => uma categoria cultural => um esquema cognitivo => uma forma de ação social => uma estrutura textual => uma forma de organização social => uma ação retórica
  • 5. 2.2 O ESTUDO DE GÊNEROS MOSTRA O FUNCIONAMENTO DA SOCIEDADE
  • 6. Por que os membros de comunidades discursivas específicas usam a língua da maneira como o fazem? Muitos fatos sociais são constituídos tão-somente pelo discurso situado. Lembrando que um fato social é aquilo que as pessoas acreditam e passam a tomar como se fosse verdade, agindo de acordo com essa crença. Nesse contexto, portanto, são realizadas ações de ordem comunicativa com estratégias convencionais para atingir determinados objetivos. Todos os gêneros tem forma e função, mas sua determinação se dá basicamente pela função e não pela forma.
  • 7.
  • 8. 2.3 ALGUMAS PERSPECTIVAS PARA O ESTUDO DE GÊNEROS
  • 9. • As correntes de estudo dos gêneros hoje no Brasil são inúmeras, vejamos algumas tendências no tratamento deste estudo: a)Linha baktiniana alimentada pela perspectiva de orientação vygotskyana socioconstrutivista da Escola de Genebra representada por Schneuwly∕Dolz e pelo interacionismo sociodiscursivo de Bronckart; b)Perspectiva “swalesiana”, na linha de escola norte- americana mais formal e influenciada pelos gêneros de John Swales (1990); c) Perspectiva sistêmica-funcional da Escola Australiana de Sydney, alimentada por Halliday;
  • 10. d) Linhas mais gerais com influências de Bakhtin, Adam, Bronckart e também os nortes-americanos com Charles Bazerman, Carolyn Miller e outros. • No Brasil se tem notado “uma enorme proliferação de trabalhos, inicialmente na linha de Swales e depois da Escola de Genebra com influências de Bakhtin e hoje com a influência de norte-americanos e da análise do discurso crítica.” • Ao observar tais perspectivas de estudo dos gêneros, desenvolvidas em algumas universidades no Brasil, gostariamos de saber em qual linha de estudo a Faculdade de letras da UFG se enquadra?
  • 11. 2.4 NOÇÃO DE GÊNERO TEXTUAL, TIPO TEXTUAL E DOMÍNIO DISCURSIVO
  • 12. Tipo Textual: Pode ser caracterizado mais como sequência linguística (sequência retórica) do que como textos materializados. Ex.: -Narração; - Argumentação; - Exposição; - Descrição; - Injunção É um conjunto de categorias limitado e sem tendência a aumentar.
  • 13. Gênero Textual: Texto materializado em situações comunicativas recorrentes. Apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. Ex.: Carta comercial, bilhete, reportagem, receita culinária, lista de compras, bula de remédio etc.
  • 14. Domínio discursivo: Constitui uma “esfera da atividade humana” (Bakhtin) e indica instâncias discursivas (p.ex.: discurso jurídico, discurso religioso etc.) Não abrange um gênero em particular, mas dá origem a vários deles, já que os gêneros são institucionalmente marcados. Constituem práticas discursivas nas quais se pode identificar um conjunto de gêneros textuais estabelecidos como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de poder.
  • 15. 2.5 GÊNEROS TEXTUAIS COMO SISTEMA DE CONTROLE SOCIAL
  • 16. • “Os gêneros são atividades discursivas socialmente estabilizadas que se prestam aos mais variados tipos de controle social e até mesmo ao exercício de poder. Pode-se dizer que os gêneros textuais são nossa forma de inserção, ação e controle social no dia-a-dia.” • Exemplo: a atividade discursiva no âmbito acadêmico.
  • 17. • Podemos dizer que é incontornável o controle social dos gêneros discursivos, no entanto não é determinista, pois eles manifestam apenas certas condições de suas realizações. • Segundo o autor, nós estamos envolvidos numa máquina sociodiscursiva e um de seus instrumentos mais poderosos são os gêneros textuais. Exemplo: expedir uma petição judicial ou oferecer um curso de escrita acadêmica em inglês em determinada instituição. Quem pode fazê-lo, para quem e o porquê desta ação? • Em síntese, podemos notar que língua não é somente uma forma de comunicação, mas de acordo com Wittegenstein é uma forma de vida e uma forma de ação. E por isso as atividades discursivas são um meio de controle social, pois através delas exercemos qualquer tipo de poder ou influência.
  • 18. 2.6 A QUESTÃO DA INTERGENERICIDADE: QUE NOME DAR AOS GÊNEROS?
  • 19. Como é que se chega à denominação dos gêneros? As denominações são históricas e socialmente construídas. Se imbricam e interpenetram para constituírem novos gêneros (Bakhtin).
  • 20. Alguns critérios para nomear gêneros (p. 164): 1. Forma estrutural (gráfico, roda-pé, poema); 2. Propósito comunicativo (errata, endereço); 3. Conteúdo (nota de compra, resumo de novela0; 4. Meio de transmissão (telefonema, e-mail); 5. Papéis dos interlocutores (Exame oral, autorização); 6. Contexto situacional (conversação esp., carta pessoal). Intertextualidade tipológica – Ulla Fix (1997) Intergenericidade – Marcuschi Exemplo – p. 166
  • 21. Forma do Gênero A Forma do Gênero B Função do Gênero A Função do Gênero B Publicidade Bula de remédio Publicidade no formato de bula de remédio
  • 22. 2.7 A QUESTÃO INTERCULTURAL
  • 23. • Bhatia relembra que o aspecto intercultural é determinante quando se trata do ensino de uma segunda língua, pois não podemos julgar que em todas as culturas se escreva uma carta da mesma forma ou se dê um tele- fonema da mesma maneira.
  • 24. • Temos de observar também a problemática das variedades dentro de um mesmo país e como isso é abordado no livro didático. • Está claro que deve-se oferecer um ensino culturalmente sensível, no entanto resta-nos refletir sobre determinadas questões: a) Os manuais de ensino deveriam ou não ser construídos com especial atenção para a cultura local e regional, sem descuidar da grande cultura nacional?
  • 25. b) Qual o lugar e o papel da cultura regional no ensino? Por que ela aparece tão pouco? A cargo de quem fica esse trabalho?  Para Marcuschi não se deveria privilegiar o urbanismo elitizado, mas a variação linguística, social, temática, de costumes, crenças e valores.
  • 26. 2.8 A QUESTÃO DO SUPORTE DE GÊNEROS TEXTUAIS
  • 27. Suporte de um gênero é um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação (apresentação) do gênero materializado como texto. Qual o papel do suporte na relação com os gêneros? Tem o gênero características distintivas adicionais quando realizado e acessado em um ou outro suporte?
  • 28. “Paulo, te amo, me ligue o mais rápido que puder. Te espero no fone 55 44 33 22. Verônica”. Paulo, te amo, me ligue o mais rápido que puder. Te espero no fone 55 44 33 22. Verônica RECADO
  • 29. DOMÍNIO DISCURSIVO: Jornalismo FORMAÇÃO DISCURSIVA: ideologia de esquerda GÊNERO TEXTUAL: Reportagem jornalística TIPO TEXTUAL: Narrativa SUPORTE: Jornal
  • 32. 2.9 ANÁLISE DOS GÊNEROS NA ORALIDADE
  • 33. • Os gêneros textuais falados pertencem a uma área na qual há poucos estudos e trabalhos realizados. • “Para os linguistas alemães Heinemann & Viehweger (1991:110), os falantes dispõem de um conhecimento específico sobre estruturas textuais globais que lhes possibilita determinar um certo texto como membro de uma classe mais geral.Isso quer dizer que os falantes têm uma ideia bastante clara das estratégias de produção de uma narrativa, de um comentário.”
  • 34. • “É muito comum que, com base nesse conhecimento, os interlocutores especifiquem o gênero de texto que estão produzindo durante sua fala, como observou Gülich (1986:21). Assim, ouvimos com frequência as pessoas dizerem: No telefonema de ontem... Na aula de hoje...Nessa discussão... Minha conferência foi... O bate-boca daquela noite... A piada do dia é a seguinte...
  • 35. • Esses formas textuais tem marcas linguísticas mais ou menos estereotipadas identificáveis desde o início:
  • 36. • “O linguista inglês Douglas Biber (1988:170) lembra que os gêneros são geralmente determinados com base nos objetivos dos falantes e natureza do tópico tratado, sendo assim uma questão de uso e não de forma. “ • “Os gêneros textuais não são fruto de invenções individuais, mas formas socialmente maturadas em práticas comunicativas na ação linguageira.” • Gêneros textuais => formas de condução
  • 37. Exemplo: este seminário poderia ser avaliado de diversas maneiras: - “Gostei porque ele se ateve ao tema do começo ao fim.” - “Não gostei porque ele divagou demais.” No entanto se tornaria estranho e até cômico se em uma conversa de bar alguém dissesse: - “Não gostei porque eles não aprofundavam os temas e variavam demais.”
  • 38. 2.10 ANÁLISE DOS GÊNEROS NA RELAÇÃO FALA E ESCRITA
  • 39. Enquanto representação de ações sociais, a correlação fala – escrita também se reproduz no contínuo dos gêneros textuais? As atividades comunicativas são uma das formas de organização da sociedade e condicionam parte das ações praticadas em sociedade. Isso faz com que tenhamos uma noção clara do que convém ou não convém em determinados momentos. Os gêneros são padrões comunicativos socialmente utilizados que funcionam como uma espécie de modelo comunicativo que representa um conhecimento social localizado em situações concretas.
  • 40. Sociedades tipicamente orais desenvolvem certos gêneros que se perdem em outras tipicamente escritas. Marcuschi não postula uma simetria de representação entre fala e escrita, mas uma relação sistêmica no aspecto central das articulações estritamente linguísticas. (p. 192)
  • 41. 2.11 DOMÍNIOS DISCURSIVOS E GÊNEROS TEXTUAIS NA ORALIDADE E NA ESCRITA
  • 42. • Diante do que vimos anteriormente podemos considerar que é “pelas distintas práticas sociais desenvolvidas nos diversos domínios discursivos que sabemos que nosso comportamento discursivo num circo não pode ser o mesmo que numa igreja e que nossa produção textual na universidade e numa revista de variedade não será a mesma.”
  • 43. Marcuschi propõe um quadro geral com a tentativa de distribuir os gêneros da oralidade e escrita nos respectivos domínios discursivos. (página 194) Entretanto, o autor considera que este quadro é bastante restrito, pois se considerássemos as diversas culturas teríamos grandes surpresas e ele supõe ainda que há mais gêneros textuais na escrita que na fala.
  • 44. 2.12 DISTRIBUIÇÃO DOS GÊNEROS NO CONTINUUM DA RELAÇÃO FALA- ESCRITA
  • 46. 2.13 OS GÊNEROS EMERGENTES NA MÍDIA VIRTUAL E O ENSINO
  • 47. • “Mais do que em qualquer outra época, hoje proliferam gêneros novos dentro de novas tecnologias, particularmente na mídia eletrônica (digital).” • Neste contexto, qual deveria ser o papel da escola?
  • 48. • Sacks, Scheloff e Schiffrin apontam que ocorre uma mudança de gênero. • “De maneira geral, a comunicação mediada por computador abrange todos os formatos de comunicação e os respectivos gêneros que emergem nesse contexto.”
  • 49. • O autor faz uma listagem de alguns gêneros presentes na mídia virtual mais conhecidos e estudados no momento: - e-mail - Chat em aberto - Videoconferência - Entrevista com convidado - Endereço eletrônico - Weblog De acordo com o autor os mais usados atualmente são: e- mails, chats, listas de discussões e weblogs. • É importante ressaltar que não podemos confundir um programa com um gênero, uma vez que a rigidez de um programa não se equivale à rigidez nas estratégias de realização do gênero como instrumento de ação social.
  • 50. 2.14 A QUESTÃO DOS GÊNEROS E O ENSINO DE LÍNGUAS
  • 51. Será que existe algum gênero ideal para tratamento em sala de aula? Será que existem gêneros que são mais importantes que outros? Consumo receptivo X produção de texto Os gêneros textuais são como esquemas de compreensão e facilitação da ação comunicativa interpessoal (Bakhtin). A distribuição da produção discursiva em gêneros tem como correlato a própria organização da sociedade.
  • 52. 2.15 VISÃO DOS PCNs A RESPEITO DA QUESTÃO DOS GÊNEROS 2.16 GÊNEROS TEXTUAIS NA LÍNGUA FALADA E ESCRITA DE ACORDO COM OS PCNs
  • 53. • Marcuschi aponta uma crença que circula nas escolas: “(...) a escrita como mera transposição do oral, ou tratar as especificidades de cada modalidade como polaridades.” • O autor afirma que “a escrita não é a representação gráfica da fala.”
  • 54. • A partir de pensamentos como estes surgem vários preconceitos tais como: - Existe uma única forma ‘certa’ de falar; - Essa forma pertenceria uma determinada região; - O falar ‘certo’ se aproxima do padrão da escrita; - Brasileiro fala mal - É preciso ‘consertar’ a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. • Tais preconceitos são vistos pelos PCNs como insustentáveis e mutiladoras, os quais a escola deveria evitar, para mostrar as diversas formas de expressar de acordo com as situações, os contextos e os interlocutores. • Diante disso, nos perguntamos: “Então o que faço com um aluno que diz ‘nois vai’?”
  • 55. • Marcuschi analisa que as observações dadas pelos PCNs quanto aos gêneros são vagas e que são considerados somente os gêneros com realizações linguísticas mais formais e não os mais praticados nas atividades cotidianas. • O autor observa também que há uma confusão entre oralidade e escrita e que são sugeridos mais gêneros para trabalhar a compreensão que a produção. Assim, podemos observar a existência de alunos que escrevem pouco e em certos casos quase não escrevem.
  • 56. • Com base nisso, o autor propõe ainda os seguintes questionamentos: - Por que não trabalhar telefonemas, conversações espontâneas, consultas, discussões etc, para a fala? - Por que não analisar formulários, cartas, bilhetes, documentos, receitas, bulas, anúncios etc, para a escrita?
  • 57. 2.17 OS GÊNEROS TEXTUAIS EM SALA DE AULA: AS “SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS”
  • 58. Sequências didáticas: conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito. • Comunicação em situação real. • Contempla semelhanças e diferenças entre os gêneros e entre as modalidades oral e escrita da língua. • Gêneros = instrumentos comunicativos que servem para realizar atividades formais e informais de maneira adequada.
  • 59. • Tarefa a ser desenvolvida. Modalidade: oral/escrita; • Decide-se qual gênero produzir, para quem, modalidade, forma (suporte?); • Definir conteúdos. Apresentar exemplares. • 1ª formulação do texto. Avaliação formativa; • Esboço geral sem destinação específica. Deve-se treinar o gênero; • Quantidade de módulos é variável. Treina-se para a elaboração final; • Deve dar conta dos problemas aparecidos até aqui; • Realizar atividades de observação e análise dos textos, a fim de identificar se o gênero foi bem produzido, alternativas, comparação etc; • Deve-se aprender a falar sobre o gênero, adquirir meios de observá-lo e adquirir linguagem técnica para se expressar sobre o que está fazendo; • Coloca-se em prática o aprendizado feito ao longo dos módulos; • O aluno obtém controle sobre sua aprendizagem e sabe o que fez, por que fez e como fez; •Permite a realização de avaliação somativa. APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO PRODUÇÃO INICIAL Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 PRODUÇÃO FINAL
  • 60. Uma perspectiva textual O modelo das sequências didáticas segue os princípios gerais da linguística textual: • Questões gramaticais: embora a sintaxe não se ligue ao gênero, contribui para a construção do gênero; •Questões de ortografia: Não deve sobrepor- se ao trabalho efetivo com a produção de texto.
  • 61. Agrupamento dos gêneros e progressão • Diz respeito à seleção dos gêneros a serem tratados na sequência didática • Devem ser agrupados por séries e que se escolha um por vez para ser trabalhado; • O quadro a seguir, organizado por Schneuwly e Dolz, está conforme as modalidades retóricas que correspondem aos tipos textuais: AGRUPAMENTO DE GÊNEROS.docx
  • 62. 2.18 A PROPOSTA DE BRONKHART
  • 63. • Bronckart lembra que os textos são um objeto legítimo de estudo e sua análise nos leva a trabalhar a maioria dos problemas relacionados com a língua. • Portanto esse trabalho se torna interessante quando os gêneros são considerados instrumentos de adaptação e participação na vida social e comunicativa.
  • 64. • Bronckart sugere uma atividade em quatro fases: 1- Elaboração de um modelo didático; 2- identificação das capacidades adquiridas; 3- elaboração e condução das atividades de produção e; 4- avaliação das novas capacidades adquiridas.
  • 65. • Este modelo pode servir também para gêneros textuais na oralidade. • Em suma: “Seguramente, para cada gênero trabalhado, podem-se trazer variações e observar a multiplicidade de formas de produzi-lo. (...) Uma sequência didática de gêneros pode dedicar-se a observar também questões específicas relacionadas a gêneros.”
  • 66. REFERÊNCIAS: MARCUSCHI, L. A. produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editora, 2008.