O documento discute a obra "Marxismo e Filosofia da Linguagem" de Bakhtin. Apresenta resumos do prefácio e das introduções, que descrevem a autoria controversa da obra e o contexto intelectual em que foi produzida. Também resume trechos-chave do capítulo 5 sobre língua, fala e enunciação, que criticam a abordagem objetivista e abstrata da linguística da época.
O documento discute a visão de Bakhtin sobre as relações entre linguagem, ideologia e consciência. Bakhtin argumenta que a ideologia faz parte do social e está presente nas interações humanas, com a palavra sendo um signo ideológico fundamental. Ele também critica as abordagens idealistas e objetivistas da linguagem, defendendo que o objeto de estudo deve ser a interação verbal concreta.
1) O documento descreve a biografia de Mikhail Bakhtin e o contexto de publicação de seu livro Marxismo e Filosofia da Linguagem.
2) Bakhtin publicou o livro sob o pseudônimo de V.N. Volochinov devido a restrições políticas na época.
3) O livro aborda as relações entre linguagem e sociedade de uma perspectiva marxista, antecipando debates posteriores sobre o tema.
O documento discute os conceitos de enunciado e gêneros do discurso. Afirma que cada enunciado particular pertence a um gênero discursivo específico, e que os gêneros podem ser primários ou secundários. Também distingue enunciado como unidade da comunicação discursiva de oração como unidade linguística.
Parte 2 linguística geral saussure - apresentaçãoMariana Correia
O documento apresenta um resumo histórico dos estudos linguísticos, desde a Índia antiga até Ferdinand de Saussure. Aborda as principais ideias de Saussure sobre linguística, destacando a distinção entre linguagem e língua, e entre língua e fala. Explora ainda os conceitos saussureanos de signo linguístico, sincronia e diacronia.
Slides relativos à discussão sobre Funcionalismo baseada na leitura do texto "Funcionalismo" de Angélica Furtado da Cunha no livro Manual de Linguística de Mário Eduardo Martelotta.
O documento discute as principais teorias linguísticas sobre o conceito de língua de acordo com Saussure, Chomsky e Benveniste. A língua é vista como (1) uma atividade mental segundo Chomsky, (2) uma estrutura abstrata de signos segundo Saussure, e (3) uma atividade manifestada no discurso segundo Benveniste.
O documento discute as principais visões do funcionalismo linguístico em 3 frases ou menos:
1) O funcionalismo estuda a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os contextos comunicativos em que são usadas, enfatizando a função das unidades linguísticas.
2) O funcionalismo inclui várias subteorias que consideram que a língua tem funções cognitivas e sociais que determinam suas estruturas e sistemas gramaticais.
3) Abordagens funcionais como a de Praga, Halliday e a
1. O documento discute questões teóricas e metodológicas na análise dos gêneros do discurso a partir da teoria bakhtiniana.
2. A autora defende a opção pela teoria bakhtiniana devido à ênfase nos elementos da situação de produção dos enunciados.
3. Problematiza diferentes leituras do conceito de gênero do discurso e questões metodológicas como a relação do pesquisador com os dados.
O documento discute a visão de Bakhtin sobre as relações entre linguagem, ideologia e consciência. Bakhtin argumenta que a ideologia faz parte do social e está presente nas interações humanas, com a palavra sendo um signo ideológico fundamental. Ele também critica as abordagens idealistas e objetivistas da linguagem, defendendo que o objeto de estudo deve ser a interação verbal concreta.
1) O documento descreve a biografia de Mikhail Bakhtin e o contexto de publicação de seu livro Marxismo e Filosofia da Linguagem.
2) Bakhtin publicou o livro sob o pseudônimo de V.N. Volochinov devido a restrições políticas na época.
3) O livro aborda as relações entre linguagem e sociedade de uma perspectiva marxista, antecipando debates posteriores sobre o tema.
O documento discute os conceitos de enunciado e gêneros do discurso. Afirma que cada enunciado particular pertence a um gênero discursivo específico, e que os gêneros podem ser primários ou secundários. Também distingue enunciado como unidade da comunicação discursiva de oração como unidade linguística.
Parte 2 linguística geral saussure - apresentaçãoMariana Correia
O documento apresenta um resumo histórico dos estudos linguísticos, desde a Índia antiga até Ferdinand de Saussure. Aborda as principais ideias de Saussure sobre linguística, destacando a distinção entre linguagem e língua, e entre língua e fala. Explora ainda os conceitos saussureanos de signo linguístico, sincronia e diacronia.
Slides relativos à discussão sobre Funcionalismo baseada na leitura do texto "Funcionalismo" de Angélica Furtado da Cunha no livro Manual de Linguística de Mário Eduardo Martelotta.
O documento discute as principais teorias linguísticas sobre o conceito de língua de acordo com Saussure, Chomsky e Benveniste. A língua é vista como (1) uma atividade mental segundo Chomsky, (2) uma estrutura abstrata de signos segundo Saussure, e (3) uma atividade manifestada no discurso segundo Benveniste.
O documento discute as principais visões do funcionalismo linguístico em 3 frases ou menos:
1) O funcionalismo estuda a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os contextos comunicativos em que são usadas, enfatizando a função das unidades linguísticas.
2) O funcionalismo inclui várias subteorias que consideram que a língua tem funções cognitivas e sociais que determinam suas estruturas e sistemas gramaticais.
3) Abordagens funcionais como a de Praga, Halliday e a
1. O documento discute questões teóricas e metodológicas na análise dos gêneros do discurso a partir da teoria bakhtiniana.
2. A autora defende a opção pela teoria bakhtiniana devido à ênfase nos elementos da situação de produção dos enunciados.
3. Problematiza diferentes leituras do conceito de gênero do discurso e questões metodológicas como a relação do pesquisador com os dados.
O documento fornece uma breve história do estudo da linguagem desde os textos hindus até os estudos contemporâneos de Saussure e Chomsky. Também define termos fundamentais da linguística como fonética, fonologia, gramática, morfologia e sintaxe.
1) O documento discute a diversidade linguística e como as línguas variam de acordo com fatores históricos, sociais e regionais.
2) É afirmado que do ponto de vista linguístico, todas as variedades de uma língua são equivalentes e não há como classificá-las como certas ou erradas.
3) A distinção entre variedades linguísticas é um fenômeno social e não linguístico.
Apresentação sobre um dos capítulos do livro Linguagem e Diálogo de Carlos Alberto Faraco para a disciplina Fundamentos de Interação do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
O documento apresenta um resumo sobre o pensamento do filósofo Mikhail Bakhtin. Apresenta sua biografia, obras principais e ideias como o dialogismo, que defende que a linguagem é constituída pelo diálogo entre vozes no discurso. Bakhtin argumenta que todo enunciado absorve discursos anteriores e contém mais de uma voz.
Estudo para a segunda prova de linguistica 09 11-14 estruturalismo e gerativismoIvana Botelho
Saussure foi um linguista suíço que revolucionou a linguística ao definir a língua como um sistema de signos. Ele propôs analisar a língua sob dois aspectos: langue, o sistema subjacente na mente dos falantes, e parole, a fala concreta. Saussure também introduziu dicotomias como sintagma x paradigma e significante x significado para descrever a natureza relacional e arbitrária dos signos linguísticos. Suas ideias fundamentaram a linguística moderna.
1) O documento descreve a pesquisa de Luria sobre o desenvolvimento da escrita em crianças, desde as primeiras etapas de "escrita indiferenciada" até o uso de símbolos.
2) Luria observou que as crianças desenvolvem diferentes tipos de escrita ao longo do tempo, como escrita pictográfica e escrita simbólica.
3) O documento também resume um estudo de Gontijo que analisou como crianças se apropriam da escrita ao longo do tempo.
O documento discute os aspectos constitutivos da enunciação de acordo com a perspectiva de José Luiz Fiorin. Aborda conceitos como enunciação enunciada versus enunciado, debreagem e embreagem, noção de pessoa, tempo e espaço em enunciação, e como esses elementos são instaurados no enunciado.
Este documento fornece um resumo da Sociolinguística em três frases:
1) A Sociolinguística estuda a relação entre linguagem e sociedade, analisando como fatores sociais influenciam a variação linguística.
2) A variação linguística é inerente às línguas e está relacionada a fatores geográficos, sociais e de estilo/registro.
3) A Sociolinguística busca descrever e interpretar o comportamento linguístico no contexto social, levando em
O documento discute o preconceito linguístico, definido como o julgamento depreciativo da fala de outras pessoas baseado em diferenças linguísticas. Explica que não existe uma forma correta única de linguagem e que o preconceito surge da ideia de normatividade linguística. Aponta que a linguagem é dinâmica e varia de acordo com fatores históricos, geográficos, sociais e estilísticos. Conclui que o preconceito linguístico na verdade serve para discriminar pessoas por caracterí
O documento resume os principais conceitos da teoria linguística de Ferdinand de Saussure abordados no curso de Linguística I, incluindo a distinção entre língua e fala, o conceito de signo linguístico e suas partes (significante e significado), as quatro dicotomias saussurianas (língua-fala, significante-significado, sincronia-diacronia e paradigma-sintagma) e a noção de língua como um sistema de valores estruturado e autônomo.
O documento resume os principais conceitos da teoria da enunciação de Émile Benveniste, incluindo: 1) a definição de enunciação como o ato individual de utilização da língua; 2) a noção de pessoa e as categorias eu, tu e ele; 3) a subjetividade da linguagem através da constituição do eu no discurso.
O documento discute os conceitos-chave da análise de discurso, incluindo: (1) A análise de discurso examina como a linguagem é usada em contextos sociais e históricos; (2) Teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault influenciaram o desenvolvimento da análise de discurso ao entender a linguagem como um ato social e discursivo; (3) A escola francesa da análise de discurso procura entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade
O documento discute estratégias de leitura e produção textual, abordando tópicos como leitura, compreensão, resumo e redação. Apresenta diretrizes para a aplicação de técnicas de leitura antes, durante e depois da leitura de um texto, além de instruções sobre a apresentação visual e produção de redações.
O documento discute os principais conceitos do gerativismo, incluindo a faculdade da linguagem humana proposta por Chomsky e a hipótese da gramática universal. Apresenta os modelos iniciais de gramática transformacional e como evoluiu para a teoria de princípios e parâmetros, descrevendo similaridades e variações entre línguas. Também menciona a descoberta do gene FOXP2 e seu possível papel no controle da capacidade linguística.
O documento discute os conceitos de gêneros textuais, tipos textuais e domínios discursivos. Apresenta diferentes perspectivas para o estudo dos gêneros e discute como os gêneros funcionam como formas de controle social. Também aborda questões interculturais relacionadas aos gêneros e questiona se determinados suportes, como livros didáticos, devem ser considerados gêneros.
Aula 01 - CONCEPCÕES DE LÍNGUA, SUJEITO, TEXTO E SENTDO.pptxJacksonCiceroFranaBa
1) O documento discute diferentes concepções de língua, sujeito, texto e sentido. 2) Há três posições clássicas sobre o sujeito: como dono absoluto da linguagem, como determinado pelo sistema, ou como entidade psicossocial. 3) A compreensão de texto e sentido depende da concepção adotada: como representação mental, como produto da codificação ou como construído na interação entre sujeitos.
Este documento discute as abordagens formal e funcional no estudo da linguagem. A abordagem formal vê a linguagem como um fenômeno mental autônomo, enquanto a abordagem funcional a vê como um instrumento de comunicação social. Embora diferente em suas perspectivas, ambas reconhecem a universalidade da linguagem humana.
O documento discute conceitos fundamentais da sociolinguística como linguagem, língua e variação linguística. Aborda como a língua é influenciada pelo contexto social e como varia de acordo com fatores diatópicos, diastráticos e diafásicos. Também apresenta as principais áreas de estudo da sociolinguística.
O documento discute a evolução da Linguística Aplicada. Inicialmente focada na aplicação de teorias linguísticas, tornou-se uma disciplina autônoma e interdisciplinar, preocupada com questões de uso da linguagem em contextos reais. Nos últimos anos, passou a enfatizar estudos críticos e a atuar como agente de transformação social.
- Bakhtin critica as abordagens subjetivistas e objetivistas da linguística, defendendo uma visão social e dialógica da linguagem.
- Ele rejeita a noção de que a língua é um sistema fechado de normas ou uma mera expressão da subjetividade individual.
- Para Bakhtin, a enunciação ocorre no diálogo e é determinada ideologicamente pelas relações sociais.
1. O documento apresenta uma introdução à análise do discurso, discutindo sua evolução histórica e perspectivas teóricas.
2. Aborda a distinção entre língua e fala proposta por Saussure e como Bakhtin superou essa dicotomia valorizando o discurso.
3. Discorre sobre como a linguagem é o lugar de manifestação da ideologia e não pode ser estudada de forma isolada do contexto social.
O documento fornece uma breve história do estudo da linguagem desde os textos hindus até os estudos contemporâneos de Saussure e Chomsky. Também define termos fundamentais da linguística como fonética, fonologia, gramática, morfologia e sintaxe.
1) O documento discute a diversidade linguística e como as línguas variam de acordo com fatores históricos, sociais e regionais.
2) É afirmado que do ponto de vista linguístico, todas as variedades de uma língua são equivalentes e não há como classificá-las como certas ou erradas.
3) A distinção entre variedades linguísticas é um fenômeno social e não linguístico.
Apresentação sobre um dos capítulos do livro Linguagem e Diálogo de Carlos Alberto Faraco para a disciplina Fundamentos de Interação do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
O documento apresenta um resumo sobre o pensamento do filósofo Mikhail Bakhtin. Apresenta sua biografia, obras principais e ideias como o dialogismo, que defende que a linguagem é constituída pelo diálogo entre vozes no discurso. Bakhtin argumenta que todo enunciado absorve discursos anteriores e contém mais de uma voz.
Estudo para a segunda prova de linguistica 09 11-14 estruturalismo e gerativismoIvana Botelho
Saussure foi um linguista suíço que revolucionou a linguística ao definir a língua como um sistema de signos. Ele propôs analisar a língua sob dois aspectos: langue, o sistema subjacente na mente dos falantes, e parole, a fala concreta. Saussure também introduziu dicotomias como sintagma x paradigma e significante x significado para descrever a natureza relacional e arbitrária dos signos linguísticos. Suas ideias fundamentaram a linguística moderna.
1) O documento descreve a pesquisa de Luria sobre o desenvolvimento da escrita em crianças, desde as primeiras etapas de "escrita indiferenciada" até o uso de símbolos.
2) Luria observou que as crianças desenvolvem diferentes tipos de escrita ao longo do tempo, como escrita pictográfica e escrita simbólica.
3) O documento também resume um estudo de Gontijo que analisou como crianças se apropriam da escrita ao longo do tempo.
O documento discute os aspectos constitutivos da enunciação de acordo com a perspectiva de José Luiz Fiorin. Aborda conceitos como enunciação enunciada versus enunciado, debreagem e embreagem, noção de pessoa, tempo e espaço em enunciação, e como esses elementos são instaurados no enunciado.
Este documento fornece um resumo da Sociolinguística em três frases:
1) A Sociolinguística estuda a relação entre linguagem e sociedade, analisando como fatores sociais influenciam a variação linguística.
2) A variação linguística é inerente às línguas e está relacionada a fatores geográficos, sociais e de estilo/registro.
3) A Sociolinguística busca descrever e interpretar o comportamento linguístico no contexto social, levando em
O documento discute o preconceito linguístico, definido como o julgamento depreciativo da fala de outras pessoas baseado em diferenças linguísticas. Explica que não existe uma forma correta única de linguagem e que o preconceito surge da ideia de normatividade linguística. Aponta que a linguagem é dinâmica e varia de acordo com fatores históricos, geográficos, sociais e estilísticos. Conclui que o preconceito linguístico na verdade serve para discriminar pessoas por caracterí
O documento resume os principais conceitos da teoria linguística de Ferdinand de Saussure abordados no curso de Linguística I, incluindo a distinção entre língua e fala, o conceito de signo linguístico e suas partes (significante e significado), as quatro dicotomias saussurianas (língua-fala, significante-significado, sincronia-diacronia e paradigma-sintagma) e a noção de língua como um sistema de valores estruturado e autônomo.
O documento resume os principais conceitos da teoria da enunciação de Émile Benveniste, incluindo: 1) a definição de enunciação como o ato individual de utilização da língua; 2) a noção de pessoa e as categorias eu, tu e ele; 3) a subjetividade da linguagem através da constituição do eu no discurso.
O documento discute os conceitos-chave da análise de discurso, incluindo: (1) A análise de discurso examina como a linguagem é usada em contextos sociais e históricos; (2) Teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault influenciaram o desenvolvimento da análise de discurso ao entender a linguagem como um ato social e discursivo; (3) A escola francesa da análise de discurso procura entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade
O documento discute estratégias de leitura e produção textual, abordando tópicos como leitura, compreensão, resumo e redação. Apresenta diretrizes para a aplicação de técnicas de leitura antes, durante e depois da leitura de um texto, além de instruções sobre a apresentação visual e produção de redações.
O documento discute os principais conceitos do gerativismo, incluindo a faculdade da linguagem humana proposta por Chomsky e a hipótese da gramática universal. Apresenta os modelos iniciais de gramática transformacional e como evoluiu para a teoria de princípios e parâmetros, descrevendo similaridades e variações entre línguas. Também menciona a descoberta do gene FOXP2 e seu possível papel no controle da capacidade linguística.
O documento discute os conceitos de gêneros textuais, tipos textuais e domínios discursivos. Apresenta diferentes perspectivas para o estudo dos gêneros e discute como os gêneros funcionam como formas de controle social. Também aborda questões interculturais relacionadas aos gêneros e questiona se determinados suportes, como livros didáticos, devem ser considerados gêneros.
Aula 01 - CONCEPCÕES DE LÍNGUA, SUJEITO, TEXTO E SENTDO.pptxJacksonCiceroFranaBa
1) O documento discute diferentes concepções de língua, sujeito, texto e sentido. 2) Há três posições clássicas sobre o sujeito: como dono absoluto da linguagem, como determinado pelo sistema, ou como entidade psicossocial. 3) A compreensão de texto e sentido depende da concepção adotada: como representação mental, como produto da codificação ou como construído na interação entre sujeitos.
Este documento discute as abordagens formal e funcional no estudo da linguagem. A abordagem formal vê a linguagem como um fenômeno mental autônomo, enquanto a abordagem funcional a vê como um instrumento de comunicação social. Embora diferente em suas perspectivas, ambas reconhecem a universalidade da linguagem humana.
O documento discute conceitos fundamentais da sociolinguística como linguagem, língua e variação linguística. Aborda como a língua é influenciada pelo contexto social e como varia de acordo com fatores diatópicos, diastráticos e diafásicos. Também apresenta as principais áreas de estudo da sociolinguística.
O documento discute a evolução da Linguística Aplicada. Inicialmente focada na aplicação de teorias linguísticas, tornou-se uma disciplina autônoma e interdisciplinar, preocupada com questões de uso da linguagem em contextos reais. Nos últimos anos, passou a enfatizar estudos críticos e a atuar como agente de transformação social.
- Bakhtin critica as abordagens subjetivistas e objetivistas da linguística, defendendo uma visão social e dialógica da linguagem.
- Ele rejeita a noção de que a língua é um sistema fechado de normas ou uma mera expressão da subjetividade individual.
- Para Bakhtin, a enunciação ocorre no diálogo e é determinada ideologicamente pelas relações sociais.
1. O documento apresenta uma introdução à análise do discurso, discutindo sua evolução histórica e perspectivas teóricas.
2. Aborda a distinção entre língua e fala proposta por Saussure e como Bakhtin superou essa dicotomia valorizando o discurso.
3. Discorre sobre como a linguagem é o lugar de manifestação da ideologia e não pode ser estudada de forma isolada do contexto social.
O documento discute a visão de Bakhtin sobre análise do discurso. Para Bakhtin, o discurso só pode ser estudado no contexto da interação humana, e não isoladamente. Ele define os gêneros discursivos como tipos de enunciados ligados a situações sociais típicas. O enunciado é a unidade concreta da comunicação, que reflete o contexto social e a individualidade do falante.
1) O autor critica a abordagem da linguística de considerar a língua como um objeto de intelecção ao invés de um instrumento de ação e poder.
2) Ele argumenta que a competência linguística não pode ser analisada de forma isolada, mas deve ser vista como parte do capital simbólico de um indivíduo, que depende de sua posição social.
3) O autor defende que a análise linguística deve levar em conta as relações de produção e circulação linguísticas, que variam de acordo com a estr
O documento discute os conceitos-chave da Análise de Discurso, incluindo suas origens na linguística e desenvolvimento a partir de teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault. A AD busca entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade, considerando fatores linguísticos e extralinguísticos como ideologia e poder.
O documento discute a Linguística Aplicada e sua evolução de um apêndice da Linguística para uma disciplina transdisciplinar produtiva. Também resume as principais correntes linguísticas como o Estruturalismo de Saussure, o Gerativismo de Chomsky e o Funcionalismo de Jakobson. Por fim, discute a abordagem Interacionista e a importância de considerar as diferenças linguísticas dos estudantes na escolha de material didático.
Oralidade em Rubem Fonseca: uma intervenção do aluno em situação de risco socialRosana Nascimento Costa
O documento discute a oralidade na obra literária de Rubem Fonseca, especificamente como recurso para intervenção pedagógica com jovens em situação de risco social. Primeiro, define termos-chave como linguagem, língua, fala e variação linguística. Em seguida, analisa como a oralidade é tratada no ensino e na literatura. Por fim, propõe uma oficina literária utilizando contos e romances de Fonseca para aproximar os alunos da leitura e escrita de forma lúdica e humanizada.
CONCEITOS BAKTINIANOS NA ANÁLISE DA INSCRIÇÃO DA SUBJETIVIDADE NO DISCURSO TR...planetanet
Este documento resume uma pesquisa sobre como os conceitos bakhtinianos podem ser aplicados à análise do discurso tradutório e da subjetividade do tradutor. Analisa como o tradutor apreende o discurso do autor original e como conceitos como dialogismo e polifonia são úteis para entender a produção do texto traduzido.
O documento discute o conceito de discurso na ciência da linguagem, definindo-o como toda atividade comunicativa entre interlocutores que produz sentidos. Apresenta algumas características fundamentais do discurso, como ser contextualizado e produzido por um sujeito em interação com outros, tendo um caráter dialógico ao dialogar com outros discursos.
Os gêneros do discurso são formas relativamente estáveis de comunicação determinadas pelo contexto e situação específicos. Eles podem ser primários, surgindo de situações cotidianas, ou secundários, mais elaborados em esferas públicas complexas. Os gêneros se organizam por tema, estrutura e estilo e circulam em diferentes esferas humanas de comunicação como a pública, burocrática, religiosa e científica.
1) O texto descreve a evolução histórica da Análise do Discurso como disciplina, desde suas primeiras tentativas na década de 1960 até sua consolidação.
2) As primeiras tentativas ainda estavam presas à dicotomia saussuriana entre língua e fala e não conseguiam definir claramente o objeto discurso.
3) Jean Dubois e Michel Pêcheux, na década de 1968, fundaram a Análise do Discurso de linha francesa, definindo o discurso como determinado historicamente e o sujeito
1) O documento discute os gêneros do discurso e define-os como tipos relativamente estáveis de enunciados que são desenvolvidos em cada campo de atividade humana para facilitar a comunicação.
2) Apresenta as diferenças entre enunciados como unidades da comunicação discurso e orações como unidades gramaticais da língua.
3) Discutem-se as peculiaridades constitutivas dos enunciados como alternância de sujeitos do discurso e conclusibilidade.
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso carmem e chagasMarcos Silvabh
Este documento discute concepções de sujeito na psicanálise, análise do discurso e linguística. Apresenta definições de língua, linguagem e discurso segundo diferentes autores e discute como o sujeito é construído na e pela linguagem. Também faz um paralelo entre as ideias de Freud, Lacan, Foucault e Pêcheux sobre o conceito de sujeito.
O documento discute os conceitos de gêneros do discurso e estilo de acordo com Bakhtin. Afirma que os gêneros surgem da necessidade de comunicação em determinados contextos sociais e podem ser primários ou secundários. Também discute que o estilo está ligado aos gêneros e reflete a individualidade do falante, mas depende do gênero escolhido para a comunicação.
Este documento fornece um resumo histórico do estudo da linguagem e da linguística, desde os primeiros estudos na Índia e Grécia antiga até os desenvolvimentos modernos na linguística com Saussure e Chomsky. Também define termos-chave da linguística como fonética, fonologia, gramática, morfologia e sintaxe.
Influência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptxAnnyGabrielly25
O documento discute a influência do tratamento da língua e da linguagem no ensino ao longo das décadas. Apresenta as diferentes concepções de linguagem que nortearam as leis de educação e como isso influenciou o ensino de língua portuguesa, desde a ênfase na gramática até a visão mais atual de linguagem como processo social. Também discute as três grandes correntes dos estudos linguísticos que influenciaram a visão sobre o assunto.
Este documento discute diferentes concepções de linguagem ao longo do tempo, desde a visão da linguagem como expressão do pensamento até a visão atual da linguagem como processo de interação. Também aborda os conceitos de linguagem como instrumento de comunicação e a função da língua de acordo com cada concepção.
O documento apresenta uma resenha crítica do livro "Linguagem e Ideologia" de José Luiz Fiorin. A resenha discute como a linguagem é influenciada pela ideologia e cultura e como, por sua vez, influencia a visão de mundo das pessoas. Também aborda como a linguagem é usada para transmitir pensamentos de forma diferente por classes sociais distintas.
O documento apresenta uma resenha crítica do livro "Linguagem e Ideologia" de José Luiz Fiorin. A resenha discute como a linguagem carrega a cultura e costumes de cada grupo social e como o discurso é influenciado pela ideologia. Também aborda como a linguagem é usada para transmitir pensamentos e como a consciência é formada pelos discursos absorvidos ao longo da vida.
Semelhante a Marxismo e filosofia da linguagem (20)
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This document provides resources and strategies for teaching English as an additional language. It includes links to websites with information on differentiation strategies, assessment, games, and resources for new English learners. Some key strategies mentioned are using visuals, modeling, scaffolding, grouping students by ability, and providing leveled texts. The document also discusses the cognitive neuroscience of second language acquisition, including the brain regions involved and how individual differences impact language learning. Finally, it provides examples of British English words and phrases for students to learn. The overall purpose is to support teachers in helping English language learners progress quickly and achieve their full potential.
The document discusses various topics related to nouns in English, including countability, types of nouns, and noun phrases. It provides definitions and examples of countable nouns, uncountable nouns, plural-only nouns, and bipartite nouns. It also discusses how countability can shift depending on context and compares countability between English and Portuguese nouns. Exercises are included to help illustrate countability rules.
Induction cooking works by using electromagnetic induction to heat cookware. An induction hob contains a coil that produces a high-frequency electromagnetic field. When a ferromagnetic cookware vessel is placed on the hob, the field induces currents in the cookware which heat it up quickly. Induction cooking has advantages over gas or electric cooking as it is more energy efficient, with no heat radiation and easy to clean ceramic surfaces.
2. Prefácio (R. Jakobson)
• Afirma que a obra é de Bakhtin;
• Chama Voloshinov de “adepto e discípulo do pesquisador”,
“Apesar de toda a singularidade da biografia do livro e de seu autor,
é pela novidade e originalidade de seu conteúdo que a obra mais
surpreende todo leitor de espírito aberto. Esse volume, cujo subtítulo
diz Os problemas fundamentais do método sociológico na ciência da
linguagem, antecipa as atuais explorações realizadas no campo da
sociolingüística e, principalmente, consegue preceder as pesquisas
semióticas de hoje e fixar-lhes novas tarefas de grande envergadura.
A “dialética do signo”, e do signo verbal em particular, que é
estudada no livro conserva, ou melhor, adquire um grande valor
sugestivo à luz dos debates semióticos contemporâneos.”
3. Introdução (Marina Yaguello)
“Bakhtin pertencia a um pequeno círculo de intelectuais e de
artistas entre os quais se encontravam Marc Chagall e o musicólogo
Sollertinsky, amigo íntimo de Chostakovitch. Também fazia parte
deste círculo um jovem professor do Conservatório de Música de
Vitebsk, V. N. Volochínov, e ainda P. N. Medviédiev, empregado de
uma casa editora. Os dois tornaram-se alunos, amigos devotados e
ardorosos admiradores de Bakhtin. Este círculo, conhecido sob o
nome de “círculo de Bakhtin”, foi um cadinho de idéias inovadoras,
numa época de muita criatividade, particularmente nos domínios da
arte e das ciências humanas.”
4. Introdução (Marina Yaguello)
“Em 1923, atacado de osteomielite, Bakhtin retornou a Petrogrado.
Impossibilitado de trabalhar regularmente, deve ter passado por uma
situação material difícil. Seus discípulos e admiradores, Volochínov e
Medviédiev, seguiram-no a Petrogrado. Animados pelo desejo de vir
ajudar financeiramente a seu mestre e, ao mesmo tempo, divulgar suas
idéias, ofereceram seus nomes a fim de tornar possível a publicação
de suas primeiras obras. Freidizm (O Freudismo, Leningrado, 1927)
e Marxismo e Filosofia da Linguagem (Leningrado, 1929) saíram sob o
nome de Volochínov. Formalni métod v literaturoviédenie. Kritítcheskoie
vvdiénie v sotsiologuítcheskuiu poétiku (O Método Formalista
Aplicado à Crítica Literária. Introdução Crítica à Poética Sociológica)
que constituiu uma crítica aos formalistas, foi publicado em 1928,
também em Leningrado sob a assinatura de Medviédiev. Por que,
então Bakhtin não os publicou com seu próprio nome? Não há
dúvidas quanto à paternidade de suas obras. (...)”
5. BRANDIST, C. The Bakhtin circle.
Philosophy, Culture and Politics
“As noted earlier, the works with which we will be concerned in this
chapter are of disputed authorship, and Bakhtin’s participation in
their production cannot be excluded. However, I will discuss them
as predominantly the work of their signatories, but also as products
of the meetings and discussions of the Circle at the time.We will see
that Voloshinov and Medvedev brought to the Circle expertise in
contemporary psychology, philosophy of language and German art
history that ultimately transformed ‘Bakhtinian’ theory into what we
know today. (...)
Apart from the very different tone and language of the works
published in the names of Voloshinov and Medvedev, one is
immediately struck by the quality and quantity of footnote references
found there. Together, these factors signal a very different authorial
practice (...).” (p. 62)
6. Split or whole – the status of subject and
society in Voloshinov’s work – 2005
Patrick Seriot
• http://www.ut.ee/SOSE/oppetoo/seriot_txt/seriot_split.pdf
• O autor critica a recepção feita de Voloshinov no
ocidente.
• O autor diz que:
– o sujeito é em Voloshinov concreto (indivíduo), não é o sujeito
da enunciação; é “completo”, todo poderoso, todo consciência,
não é o sujeito dividido da psicanálise. Há uma interação como
“cooperação”, sem desentendimentos.
– A visão de sociedade em Voloshinov é determinista. A
sociedade é um bloco homogêneo.
– A ideologia não é falsa consciência, não há ideologia
dominante.
7. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
p. 92/93 – língua como algo concreto, em uso, signo variável e
flexível
Na realidade, o locutor serve-se da língua para suas necessidades
enunciativas concretas (para o locutor, a construção da língua está
orientada no sentido da enunciação da fala). Trata-se, para ele, de
utilizar as formas normativas (admitamos, por enquanto, a
legitimidade destas) num dado contexto concreto. Para ele, o centro
de gravidade da língua não reside na conformidade à norma da forma
utilizada, mas na nova significação que essa forma adquire
no contexto. O que importa não é o aspecto da forma lingüística
que, em qualquer caso em que esta é utilizada, permanece sempre
idêntico. Não; para o locutor o que importa é aquilo que permite
que a forma lingüística figure num dado contexto, aquilo que a torna
um signo adequado às condições de uma situação concreta dada. Para
o locutor, a forma lingüística não tem importância enquanto sinal
estável e sempre igual a si mesmo, mas somente enquanto signo
sempre variável e flexível. Este é o ponto de vista do locutor.
8. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
p. 93 – o ponto de vista do receptor/destinatário – a questão da
leitura
Mas o locutor também deve levar em consideração o ponto de
vista do receptor. Seria aqui que a norma lingüística entraria em jogo?
Não, também não é exatamente assim. É impossível reduzir-se o ato
de descodificação ao reconhecimento de uma forma lingüística
utilizada pelo locutor como forma familiar, conhecida – modo como
reconhecemos, por exemplo, um sinal ao qual não estamos
suficientemente habituados ou uma forma de uma língua que
conhecemos mal. Não; o essencial na tarefa de descodificação não
consiste em reconhecer a forma utilizada, mas compreendê-la num
contexto concreto preciso, compreender sua significação numa
enunciação particular. Em suma, trata-se de perceber seu caráter de
novidade e não somente sua conformidade à norma. Em outros
termos, o receptor, pertencente à mesma comunidade lingüística,
também considera a forma lingüística utilizada como um signo
variável e flexível e não como um sinal imutável e sempre idêntico a
si mesmo.
9. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
• p. 95 – palavra e ideologia
Assim, na prática viva da língua, a consciência lingüística do locutor e
do receptor nada tem a ver com um sistema abstrato de formas
normativas, mas apenas com a linguagem no sentido de conjunto dos
contextos possíveis de uso de cada forma particular. Para o falante nativo,
a palavra não se apresenta como um item de dicionário, mas como parte
das mais diversas enunciações dos locutores A, B ou C de sua
comunidade e das múltiplas enunciações de sua própria prática
lingüística. (...)
De fato, a forma lingüística, como acabamos de mostrar, sempre se
apresenta aos locutores no contexto de enunciações precisas, o que
implica sempre um contexto ideológico preciso. Na realidade, não são
palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou
mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou
desagradáveis, etc. A palavra está sempre carregada de um conteúdo
ou de um sentido ideológico ou vivencial. É assim que
compreendemos as palavras e somente reagimos àquelas que
despertam em nós ressonâncias ideológicas ou concernentes à vida.
10. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
• p. 98 – o enunciado é orientado para um outro (outro social)
Toda enunciação monológica, inclusive uma inscrição num monumento,
constitui um elemento inalienável da comunicação verbal. Toda enunciação,
mesmo na forma imobilizada da escrita, é uma resposta a alguma
coisa e é construída como tal. Não passa de um elo da cadeia dos atos
de fala. Toda inscrição prolonga aquelas que a precederam, trava uma
polêmica com elas, conta com as reações ativas da compreensão,
antecipa-as. Cada inscrição constitui uma parte inalienável da ciência
ou da literatura ou da vida política. Uma inscrição, como toda
enunciação monológica, é produzida para ser compreendida, é
orientada para uma leitura no contexto da vida científica ou da
realidade literária do momento, isto é, no contexto do processo
ideológico do qual ela é parte integrante.
O filólogo-lingüista desvincula-a dessa esfera real, apreende-a
como um todo isolado que se basta a si mesmo, e não lhe aplica uma
compreensão ideológica ativa, e sim, ao contrário, uma compreensão
totalmente passiva, que não comporta nem o esboço de uma resposta,
como seria exigido por qualquer espécie autêntica de compreensão. O
filólogo contenta-se em tomar essa inscrição isolada como um
documento de linguagem e em compará-la com outras inscrições no
quadro geral de uma língua dada.
11. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
• p. 99 – compreensão ativa / crítica à linguística da época
Veremos mais adiante que esse tipo de compreensão, que exclui de
antemão qualquer resposta, nada tem a ver com a compreensão da
linguagem. Essa última confunde-se com uma tomada de posição
ativa a propósito do que é dito e compreendido. A compreensão
passiva caracteriza-se justamente por uma nítida percepção do
componente normativo do signo lingüístico, isto é, pela percepção do
signo como objeto-sinal: correlativamente, o reconhecimento
predomina sobre a compreensão.
Assim é a língua morta-escrita-estrangeira que serve de base à
concepção da língua que emana da reflexão lingüística. A enunciação
isolada-fechada-monológica, desvinculada de seu contexto lingüístico
e real, à qual se opõe, não uma resposta potencial ativa, mas a
compreensão passiva do filólogo: este é o “dado” último e o ponto de
partida da reflexão lingüística.
12. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
• p. 103 - Objetivismo abstrato:
1. Nas formas lingüísticas, o fator normativo e estável prevalece
sobre o caráter mutável.
2. O abstrato prevalece sobre o concreto.
3. O sistemático abstrato prevalece sobre a verdade histórica.
4. As formas dos elementos prevalecem sobre as do conjunto.
5. A reificação do elemento lingüístico isolado substitui a
dinâmica da fala.
6. Univocidade da palavra mais do que polissemia e plurivalência
vivas.
7. Representação da linguagem como um produto acabado, que
se
transmite de geração a geração.
8. Incapacidade de compreender o processo gerativo interno da
língua.
13. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
(p. 107) 7. Para o objetivismo abstrato, a língua, como produto acabado,
transmite-se de geração a geração. Evidentemente, é de um ângulo
metafórico que os adeptos da segunda orientação entendem essa
transmissão da língua como herança de um objeto: mas essa
comparação não constitui para eles apenas uma metáfora.
Configurando o sistema da língua e tratando as línguas vivas como se
fossem mortas e estrangeiras, o objetivismo abstrato coloca a língua
fora do fluxo da comunicação verbal. Esse fluxo avança
continuamente, enquanto a língua, como uma bola, pula de geração
para geração.
Entretanto, a língua é inseparável desse fluxo e avança juntamente
com ele. Na verdade, a língua não se transmite; ela
dura e perdura sob a forma de um processo evolutivo contínuo.
Os indivíduos não recebem a língua pronta para ser usada;
eles penetram na corrente da comunicação verbal; ou melhor, somente
quando mergulham nessa corrente é que sua consciência
desperta e começa a operar. É apenas no processo de aquisição
de uma língua estrangeira que a consciência já consti-
tuída – graças à língua materna – se confronta com uma língua
toda pronta, que só lhe resta assimilar. Os sujeitos não “adquirem”
sua língua materna; é nela e por meio dela que ocorre o primeiro
despertar da consciência.
14. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
(p. 108)
8. O objetivismo abstrato, como vimos, não sabe ligar a existência
da língua na sua abstrata dimensão sincrônica com
sua evolução. Para a consciência do locutor, a língua existe
como sistema de formas sujeitas a normas; e só para o historiador
é que ela existe como processo evolutivo. O que exclui a possibilidade
de associação ativa da consciência do locutor com o processo
de evolução histórica. Torna-se, assim, impossível a conjunção
dialética entre necessidade e liberdade e até, por assim dizer,
a responsabilidade lingüística. Assenta-se, aqui, o reino de
uma concepção puramente mecanicista da necessidade no domínio
da língua. (...)
Ao contrário, ele nos distancia da realidade
evolutiva e viva da língua e de suas funções sociais, embora os
adeptos do objetivismo abstrato tenham pretensões quanto à
significação sociológica de seus pontos de vista. Na base dos
fundamentos teóricos do objetivismo abstrato,
estão as premissas de uma visão do mundo racionalista e mecanicista,
as menos favoráveis a uma concepção correta da história; ora, a
língua é um fenômeno puramente histórico.
15. Cap. 5 – Língua, fala e enunciação
• p. 109 – síntese dialética entre objetivismo abstrato e
subjetivismo individualista
Queremos, agora, chamar a atenção para o seguinte: ao considerar
que só o sistema lingüístico pode dar conta dos fatos da língua, o
objetivo abstrato rejeita a enunciação, o ato de fala, como sendo
individual. Como dissemos, é esse o proton pseudos, a “primeira
mentira”, do objetivismo abstrato. O subjetivismo individualista, ao
contrário, só leva em consideração a fala. Mas ele também considera
o ato de fala como individual e é por isso que tenta explicá-lo a partir
das condições da vida psíquica individual do sujeito falante. E esse é
o seu proton pseudos.
Na realidade, o ato de fala, ou, mais exatamente, seu produto, a
enunciação, não pode de forma alguma ser considerado como
individual no sentido estrito do termo; não pode ser explicado a partir
das condições psicofisiológicas do sujeito falante. A enunciação é de
natureza social.
16. Cap. 6 – A interação verbal
• Subjetivismo idealista:
P. 110-111:
Como se apresenta a enunciação monológica do ponto de vista
do subjetivismo individualista? Vimos que ela se apresenta como um
ato puramente individual, como uma expressão da consciência
individual, de seus desejos, suas intenções, seus impulsos criadores,
seus gostos, etc. (...)
Mas o que é afinal a expressão? Sua mais simples e mais grosseira
definição é: tudo aquilo que, tendo se formado e determinado de
alguma maneira no psiquismo do indivíduo, exterioriza-se
objetivamente para outrem com a ajuda de algum código de signos
exteriores.
A expressão comporta, portanto, duas facetas: o conteúdo
(interior) e sua objetivação exterior para outrem (ou também para si
mesmo). A teoria da expressão supõe
inevitavelmente um certo dualismo entre o que é interior e o que é
exterior, com primazia explícita do conteúdo interior, já que todo ato
de objetivação (expressão) procede do interior para o exterior. Suas
fontes são interiores. Não é por acaso que a teoria do subjetivismo
individualista, como todas as teorias da expressão, só se pôde
desenvolver sobre um terreno idealista e espiritualista. Tudo que é
essencial é interior, o que é exterior só se torna essencial a título de
receptáculo do conteúdo interior, de meio de expressão do espírito.
17. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 112 (centro no exterior)
A teoria da expressão que serve de fundamento à primeira
orientação do pensamento filosófico-lingüístico é radicalmente falsa.
O conteúdo a exprimir e sua objetivação externa são criados, como
vimos, a partir de um único e mesmo material, pois não existe
atividade mental sem expressão semiótica. Conseqüentemente, é
preciso eliminar de saída o princípio de uma distinção qualitativa
entre o conteúdo interior e a expressão exterior.
Além disso, o centro organizador e formador não se situa no
interior, mas no exterior. Não é a atividade mental que
organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que
organiza a atividade mental, que a modela e determina sua
orientação.
18. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 112 (situação imediata e interlocutor)
Qualquer que seja o aspecto da expressão-enunciação considerado,
ele será determinado pelas condições reais da enunciação em questão,
isto é, antes de tudo pela situação social mais imediata.
Com efeito, a enunciação é o produto da interação de dois
indivíduos socialmente organizados e, mesmo que não haja um
interlocutor real, este pode ser substituído pelo representante médio
do grupo social ao qual pertence o locutor. A palavra dirige-se a um
interlocutor: ela é função da pessoa desse interlocutor: variará se se
tratar de uma pessoa do mesmo grupo social ou não, se esta for
inferior ou superior na hierarquia social, se estiver ligada ao locutor
por laços sociais mais ou menos estreitos (pai, mãe, marido, etc.).
19. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 112 – 113 (interação no horizonte social mais amplo)
Na maior parte dos casos, é
preciso supor além disso um certo horizonte social definido e
estabelecido que determina a criação ideológica do grupo social e da
época a que pertencemos, um horizonte contemporâneo da nossa
literatura, da nossa ciência, da nossa moral, do nosso direito.
O mundo interior e a reflexão de cada indivíduo têm um
auditório social próprio bem estabelecido, em cuja atmosfera se
constroem suas deduções interiores, suas motivações, apreciações,
etc. Quanto mais aculturado for o indivíduo, mais o auditório em
questão se aproximará do auditório médio da criação ideológica, mas
em todo caso o interlocutor ideal não pode ultrapassar as fronteiras de
uma classe e de uma época bem definidas.
Essa orientação da palavra em função do interlocutor tem uma
importância muito grande. Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém,
como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente
o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de
expressão a um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me
em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à
coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e
os outros. Se ela se apóia sobre mim numa extremidade, na outra
apóia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o território comum do
locutor e do interlocutor.
20. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 115 – p. 116 (atividade mental do eu e atividade mental do
nós)
Na relação com um ouvinte potencial (e algumas vezes
distintamente percebido), podem-se distinguir dois pólos, dois limites,
dentro dos quais se realiza a tomada de consciência e a elaboração
ideológica. A atividade mental oscila de um a outro. Por convenção,
chamemos esses dois pólos atividade mental do eu e atividade mental
do nós. (...)
A atividade mental do nós permite diferentes graus e diferentes
tipos de modelagem ideológica (...)
Todos os tipos de atividade mental que examinamos
[para expressão da fome], com suas
inflexões principais, geram modelos e formas de enunciações
correspondentes. Em todos os casos, a situação social determina que
modelo, que metáfora, que forma de enunciação servirá para exprimir
a fome a partir das direções inflexivas da experiência.
21. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 117-118 (consciência do sujeito)
Assim, a personalidade que se exprime, apreendida, por
assim dizer, do interior, revela-se um produto total da inter-relação
social. A atividade mental do sujeito constitui, da mesma forma que a
expressão exterior, um território social. Em conseqüência, todo o
itinerário que leva da atividade mental (o “conteúdo a exprimir”) à
sua objetivação externa (a “enunciação”) situa-se completamente em
território social. (...)
Tudo isso lança uma nova luz sobre o problema da consciência
e da ideologia. Fora de sua objetivação, de sua realização num
material determinado (o gesto, a palavra, o grito), a consciência
é uma ficção. (...)
Uma vez materializada, a expressão exerce um
efeito reversivo sobre a atividade mental: ela põe-se então a estruturar
a vida interior, a dar-lhe uma expressão ainda mais definida
e mais estável.
Essa ação reversiva da expressão bem formada sobre a atividade
mental (isto é, a expressão interior) tem uma importância
enorme, que deve ser sempre considerada. Pode-se dizer que não
é tanto a expressão que se adapta ao nosso mundo interior, mas
o nosso mundo interior que se adapta às possibilidades de
nossa expressão, aos seus caminhos e orientações possíveis
22. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 118-119 – ideologia do cotidiano e sistemas ideológicos
constituídos
Chamaremos a totalidade da atividade mental centrada sobre a vida
cotidiana, assim como a expressão que a ela se liga, ideologia do
cotidiano, para distingui-la dos sistemas ideológicos constituídos, tais
como a arte, a moral, o direito, etc. A ideologia do cotidiano constitui
o domínio da palavra interior e exterior desordenada e não fixada num
sistema, que acompanha cada um dos nossos atos ou gestos e cada
um dos nossos estados de consciência. (...)
Os sistemas ideológicos constituídos da moral social, da ciência,
da arte e da religião cristalizam-se a partir da ideologia do cotidiano,
exercem por sua vez sobre esta, em retorno, uma forte influência e
dão assim normalmente o tom a essa ideologia. Mas, ao mesmo
tempo, esses produtos ideológicos constituídos conservam
constantemente um elo orgânico vivo com a ideologia do cotidiano;
alimentam-se de sua seiva, pois, fora dela, morrem (...).
23. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 119-120 - ideologia do cotidiano
Na ideologia do cotidiano, é preciso distinguir vários níveis (...).
Esse tipo de atividade mental constitui o nível inferior, aquele que
desliza e muda mais rapidamente na ideologia do cotidiano.
Conseqüentemente, colocaremos nesse nível todas as atividades
mentais e pensamentos confusos e informes que se acendem e apagam
na nossa alma, assim como as palavras fortuitas ou inúteis. Estamos
diante de abortos da orientação social, incapazes de viver,
comparáveis a romances sem heróis ou a representações sem
espectadores. São privados de toda lógica ou unicidade. É
extremamente difícil perceber nesses farrapos ideológicos leis
sociológicas. (...)
Os níveis superiores da ideologia do cotidiano que estão
em contato direto com os sistemas ideológicos, são substanciais e
têm um caráter de responsabilidade e de criatividade. São mais móveis
e sensíveis que as ideologias constituídas. São capazes
de repercutir as mudanças da infra-estrutura sócio-econômica
mais rápida e mais distintamente. Aí justamente é que se acumulam
as energias criadoras com cujo auxílio se efetuam as revisões
parciais ou totais dos sistemas ideológicos. Logo que aparecem, as
novas forças sociais encontram sua primeira expressão e sua
elaboração ideológica nesses níveis superiores da ideologia do
cotidiano, antes que consigam invadir a arena da ideologia oficial
constituída
24. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 121-122 – resumo
Assim, a teoria da expressão subjacente ao subjetivismo
individualista deve ser completamente rejeitada. O centro organizador
de toda enunciação, de toda expressão, não é interior, mas exterior:
está situado no meio social que envolve o indivíduo (...).
A enunciação individual (a “parole”), contrariamente à teoria
do objetivismo abstrato, não é de maneira alguma um fato individual
que, pela sua individualidade, não se presta à análise sociológica. (...)
A estrutura da
enunciação e da atividade mental a exprimir são de natureza social. A
elaboração estilística da enunciação é de natureza sociológica e a
própria cadeia verbal, à qual se reduz em última análise a realidade da
língua, é social. Cada elo dessa cadeia é social, assim como toda a
dinâmica da sua evolução. (...)
A verdadeira substância da
língua não é constituída por um sistema abstrato de formas
lingüísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato
psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da
interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações.
A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua.
A língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal
concreta, não no sistema lingüístico abstrato das formas da língua
nem no psiquismo individual dos falantes. (p. 124)
25. Cap. 6 – A interação verbal
• p. 123 - diálogo
O diálogo, no sentido estrito do termo, não constitui, é claro, senão
uma das formas, é verdade que das mais importantes, da interação
verbal. Mas pode-se compreender a palavra “diálogo” num sentido
amplo, isto é, não apenas como a comunicação em voz alta, de
pessoas colocadas face a face, mas toda comunicação verbal, de
qualquer tipo que seja.
O livro, isto é, o ato de fala impresso, constitui igualmente um
elemento da comunicação verbal. Ele é objeto de discussões ativas
sob a forma de diálogo e, além disso, é feito para ser apreendido de
maneira ativa, para ser estudado a fundo, comentado e criticado no
quadro do discurso interior, sem contar as reações impressas,
institucionalizadas, que se encontram nas diferentes esferas da
comunicação verbal (críticas, resenhas, que exercem influência sobre
os trabalhos posteriores, etc.). Além disso, o ato de fala sob a forma
de livro é sempre orientado em função das intervenções anteriores na
mesma esfera de atividade, tanto as do próprio autor como as de
outros autores: ele decorre portanto da situação particular de um
problema científico ou de um estilo de produção literária. Assim, o
discurso escrito é de certa maneira parte integrante de uma discussão
ideológica em grande escala: ele responde a alguma coisa, refuta,
confirma, antecipa as respostas e objeções potenciais, procura apoio,
etc.
26. Cap. 6 – A interação verbal
• Tipo de interação verbal (gêneros do discurso) – metodologia
• Unidade de estudo
• Esferas de atividade
“Disso decorre que a ordem metodológica para o estudo da língua
deve ser o seguinte:
1. As formas e os tipos de interação verbal em ligação com as
condições concretas em que se realiza.
2. As formas das distintas enunciações, dos atos de fala isolados,
em ligação estreita com a interação de que constituem os elementos,
isto é, as categorias de atos de fala na vida e na criação ideológica que
se prestam a uma determinação pela interação verbal.
3. A partir daí, exame das formas da língua na sua interpretação
lingüística habitual. (...)
as unidades reais da cadeia verbal são as enunciações. Mas, justamente,
para estudar as formas dessas unidades, convém não separá-las do
curso histórico das enunciações. Enquanto um todo, a enunciação só
se realiza no curso da comunicação verbal, pois o todo é determinado
pelos seus limites, que se configuram pelos pontos de contato de uma
determinada enunciação com o meio extraverbal e verbal (isto é, as
outras enunciações).”
27. Cap. 6 – A interação verbal
Só se pode falar de fórmulas específicas, de estereótipos no discurso da vida
cotidiana quando existem formas de vida em comum relativamente regularizadas,
reforçadas pelo uso e pelas circunstâncias. Assim, encontram-se tipos particulares
de fórmulas estereotipadas servindo às necessidades da conversa de salão, fútil e
que não cria nenhuma obrigação, em que todos os participantes são familiares uns
aos outros e onde a diferença principal é entre homens e mulheres. Encontram-se
elaboradas formas particulares de palavras-alusões, de subentendidos, de
reminiscências de pequenos incidentes sem nenhuma importância, etc. Um outro
tipo de fórmula elabora-se na conversa entre marido e mulher, entre irmão e irmã.
Pessoas inteiramente estranhas umas às outras e reunidas por acaso (numa fila,
numa entidade qualquer) começam, constroem e terminam suas declarações e suas
réplicas de maneira completamente diferente. Encontram-se ainda outros tipos nos
serões no campo, nas quermesses populares na cidade, na conversa dos operários
à hora do almoço, etc. Toda situação inscrita duravelmente nos costumes possui um
auditório organizado de uma certa maneira e conseqüentemente um certo repertório
de pequenas fórmulas correntes. A fórmula estereotipada adapta-se, em qualquer
lugar, ao canal de interação social que lhe é reservado, refletindo
ideologicamente o tipo, a estrutura, os objetivos e a composição social do
grupo. As fórmulas da vida corrente fazem parte do meio social, são elementos da
festa, dos lazeres, das relações que se travam no hotel, nas fábricas, etc. Elas
coincidem com esse meio, são por ele delimitadas e determinadas em todos os
aspectos. Assim, encontram-se diferentes formas de construção de enunciações
nos lugares de produção de trabalho e nos meios de comércio.
28. Cap. 6 – A interação verbal
No que se refere às formas da
comunicação ideológica no sentido preciso do termo – as formas das
declarações políticas, atos políticos, leis, decretos, manifestos, etc.; e
as formas das enunciações poéticas, tratados científicos, etc. – todas
elas foram objeto de pesquisas especializadas em retórica e poética.
Mas, como vimos, essas pesquisas estiveram completamente
divorciadas, de um lado, do problema da linguagem, e do outro, do
problema da comunicação social. Uma análise fecunda das formas do
conjunto de enunciações como unidades reais na cadeia verbal só é
possível de uma perspectiva que encare a enunciação individual como
um fenômeno puramente sociológico. A filosofia marxista
da linguagem deve justamente colocar como base de sua doutrina
a enunciação como realidade da linguagem e como estrutura
sócio-ideológica.
29. CAPÍTULO 7
TEMA E SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA
• P. 128, 129 – tema (unidade temática, verbal e não verbal)
Um sentido definido e único, uma significação unitária, é uma
propriedade que pertence a cada enunciação como um todo. Vamos
chamar o sentido da enunciação completa o seu tema. O tema deve
ser único. Caso contrário, não teríamos nenhuma base para definir a
enunciação. O tema da enunciação é na verdade, assim como a
própria enunciação, individual e não reiterável. Ele se apresenta como
a expressão de uma situação histórica concreta que deu origem à
enunciação. A enunciação: “Que horas são?” tem um sentido
diferente cada vez que é usada e também, conseqüentemente, na nossa
terminologia, um outro tema, que depende da situação histórica
concreta (histórica, numa escala microscópica) em que é pronunciada
e da qual constitui na verdade um elemento.
Conclui-se que o tema da enunciação é determinado não só
pelas formas lingüísticas que entram na composição (as palavras, as
formas morfológicas ou sintáticas, os sons, as entoações), mas
igualmente pelos elementos não verbais da situação. Se perdermos
de vista os elementos da situação, estaremos tão pouco aptos
a compreender a enunciação como se perdêssemos suas palavras
mais importantes. O tema da enunciação é concreto, tão concreto
como o instante histórico ao qual ela pertence. Somente
a enunciação tomada em toda a sua amplitude concreta, como
fenômeno histórico, possui um tema. Isto é o que se entende por
tema da enunciação.
30. CAPÍTULO 7
TEMA E SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA
• P. 129 – tema e significação
Além do tema, ou, mais exatamente,
no interior dele, a enunciação é igualmente dotada de uma
significação. Por significação, diferentemente do tema, entendemos
os elementos da enunciação que são reiteráveis e idênticos cada
vez que são repetidos. Naturalmente, esses elementos são abstratos:
fundados sobre uma convenção, eles não têm existência concreta
independente, o que não os impede de formar uma parte inalienável,
indispensável, da enunciação. (...)
O tema é um sistema de signos dinâmico e complexo, que procura
adaptar-se adequadamente às condições de um dado momento
da evolução. O tema é uma reação da consciência em devir ao ser
em devir. A significação é um aparato técnico para a realização
do tema. Bem entendido, é impossível traçar uma fronteira mecânica
absoluta entre a significação e o tema. Não há tema
sem significação, e vice-versa
31. CAPÍTULO 7
TEMA E SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA
• P. 131 – relação entre significação e tema
A maneira mais correta de formular a inter-relação do tema e
da significação é a seguinte: o tema constitui o estágio superior
real da capacidade lingüística de significar. De fato, apenas o
tema significa de maneira determinada. A significação é o estágio
inferior da capacidade de significar. A significação não quer dizer
nada em si mesma, ela é apenas um potencial, uma possibilidade de
significar no interior de um tema concreto. A investigação da
significação de um ou outro elemento lingüístico pode, segundo a
definição que demos, orientar-se para duas direções: para o estágio
superior, o tema; nesse caso, tratar-se-ia da investigação da
significação contextual de uma dada palavra nas condições de uma
enunciação concreta. Ou então ela pode tender para o estágio inferior,
o da significação: nesse caso, será a investigação da significação da
palavra no sistema da língua, ou em outros termos a investigação da
palavra dicionarizada.
32. CAPÍTULO 7
TEMA E SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA
• P. 131-132 – tema, significação e compreensão
Qualquer tipo genuíno de compreensão deve
ser ativo, deve conter já o germe de uma resposta. Só a compreensão
ativa nos permite apreender o tema (...).
Compreender a enunciação de outrem significa orientar-se
em relação a ela, encontrar o seu lugar adequado no contexto
correspondente. A cada palavra da enunciação que estamos em
processo de compreender, fazemos corresponder uma série de
palavras nossas, formando uma réplica. Quanto mais numerosas e
substanciais forem, mais profunda e real é a nossa compreensão.
Assim, cada um dos elementos significativos isoláveis de
uma enunciação e a enunciação toda são transferidos nas nossas
mentes para um outro contexto, ativo e responsivo. A compreensão
é uma forma de diálogo; ela está para a enunciação assim como
uma réplica está para a outra no diálogo. Compreender é opor
a palavra do locutor uma contrapalavra. (...).
Na verdade, a significação pertence a uma palavra enquanto
traço de união entre os interlocutores, isto é, ela só se realiza no
processo de compreensão ativa e responsiva.
33. CAPÍTULO 7
TEMA E SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA
• p. 132 -134 – acento apreciativo e entoação
Toda palavra usada na fala real possui não apenas tema
e significação no sentido objetivo, de conteúdo, desses termos, mas
também um acento de valor ou apreciativo, isto é, quando um
conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito)
pela fala viva, ele é acento apreciativo, não há palavra.
Em que consiste esse acento e qual é a sua relação com a face
objetiva da significação? O nível mais óbvio, que é ao mesmo tempo
o mais superficial da apreciação social contida na palavra, é
transmitido através da entoação expressiva. Na maioria dos casos, a
entoação é determinada pela situação imediata e freqüentemente por
suas circunstâncias mais efêmeras (...).
Os acentos apreciativos dessa ordem e
as entoações correspondentes não podem ultrapassar os limites
estreitos da situação imediata e de um pequeno círculo social íntimo.
Podemos qualificá-los como auxiliares marginais das significações
lingüísticas.
34. CAPÍTULO 7
TEMA E SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA
p. 134-136 – acento apreciativo e horizonte social
Entretanto, nem todos os julgamentos de valor são como esses.
Em qualquer enunciação, por maior que seja amplitude do seu
espectro semântico e da audiência social de que goza, uma enorme
importância pertence à apreciação. (...). Não se pode construir
uma enunciação sem modalidade apreciativa. Toda enunciação
compreende antes de mais nada uma orientação apreciativa.
É por isso que, na enunciação viva, cada elemento contém ao mesmo
tempo um sentido e uma apreciação. (...)
É justamente para compreender a evolução histórica do tema e
das significações que o compõem que é indispensável levar em
conta a apreciação social. A evolução semântica na língua é sempre
ligada à evolução do horizonte apreciativo de um dado grupo
social e a evolução do horizonte apreciativo – no sentido da totalidade
de tudo que tem sentido e importância aos olhos de um determinado
grupo – é inteiramente determinada pela expansão da infra-estrutura
econômica.
35. CAPÍTULO 7
TEMA E SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA
• P. 136 - RESUMO
O resultado é uma luta incessante dos acentos em cada área
semântica da existência. Não há nada na composição do sentido que
possa colocar-se acima da evolução, que seja independente do
alargamento dialético do horizonte social. A sociedade em
transformação alarga-se para integrar o ser em transformação. Nada
pode permanecer estável nesse processo. É por isso que a
significação, elemento abstrato igual a si mesmo, é absorvida pelo
tema, e dilacerada por suas contradições vivas, para retornar enfim
sob a forma de uma nova significação com uma estabilidade e uma
identidade igualmente provisórias.