Garcia de Resende (1470-1536) foi um poeta, cronista e arquiteto humanista português que serviu três reis de Portugal. Escreveu obras como o Cancioneiro Geral, uma coletânea de poemas de vários autores, e a Crônica da Vida e Feitos de D. João II. Foi reconhecido como um cronista palaciano e também demonstrou habilidade no desenho e arquitetura.
Garcia de Resende, poeta e cronista da corte de D. João II
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2. Poeta, cronista, músico, desenhador e arquitecto humanista, Garcia de Resende nasceu provavelmente em 1470, em Évora, e aí faleceu em 3 de Fevereiro de 1536 no convento de Espinheiro, sendo sepultado na capela que mandara edificar na cerca desse mesmo convento em 1520, em honra de Nossa Senhora. Filho de Francisco de Resende e de Beatriz Bota, criados do Bispo de Évora, D. Garcia de Meneses. Depois da morte de seu pai, como ainda era jovem, foi acolhido por um dos seus tios, que provavelmente terá sido Dr. Rui Boto, desembargador do paço que gozava de grande prestígio na época. Desta forma, tem uma educação esmerada, sendo criado no Paço. Muito novo, 1490, ingressou na corte como moço de Câmara de D. João II . Mais tarde foi nomeado moço de escrivaninha, uma espécie de secretário particular, cargo que ocupou até à morte do monarca, em 1495. Soube, também, conquistar a difícil estima deste monarca. Ainda durante o reinado deste monarca, em 1490, foi escolhido para acompanhar o seu filho, o príncipe D. Afonso que passava a ter casa própria. Mas após a sua morte, em 1491, volta aos serviços de D. João II.
3. Em 1515, é-lhe atribuída uma tença de 2000 reis e um ano depois é feito escrivão da fazenda do príncipe herdeiro, futuro D. João III. Através deste cargo recebeu grandes provendas em especiarias da Índia. Ainda chegou a servir D. João III , durante os primeiros 15 anos do seu reinado, que igualmente lhe concedeu grandes mercês. Garcia de Resende gozava de grande prestígio na corte. CONTINUAÇÃ0: Passou os últimos anos da sua vida nas suas terras em Évora. Pela dedicação com que serviu os 3 reis provieram-lhe avultados bens, entre os quais grandes casas na cidade de Évora e propriedades agrícolas na região vizinha. Apesar de ser uma pessoa forte, era uma figura espirituosa e insinuante, cuja convivência era desejada e procurada. Com uma grande sensibilidade lírica e artística, possuía uma cultura vasta e completa. Joaquim Veríssimo Serrão, na obra Crónica de D. João II e Miscelânea , chega mesmo a fazer referência ao testemunho de Gil Vicente “ Resende ... de tudo entende”.
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6. A sua obra Sermão dos três Reis Magos , cheia de bom-humor, foi escrita para se confortar do desgosto das frustradas negociações relativamente às missas quotidianas na capela que mandara erigir, no convento do Espinheiro. Escreveu ainda Breve Memorial sobre a Confissão editada em 1521 CONTINUAÇÃO:
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9. Livro das obras de Garcia de Resende Estátua de Garcia de Resende