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Em síntese
Alberto
Caeiro ❶ Mestre de Fernando Pessoa e dos heterónimos
Campos e Reis; é a partir dos seus ensinamentos que
os heterónimos tecem os seus discursos.
❷ Poeta bucólico, estabelece uma ligação com um
tempo anterior, recuperando a unidade perdida com
a natureza e dando atenção à “eterna novidade do
mundo”.
❸ Criador do sensacionismo, é o poeta dos
sentidos, que recusa a intelectualização das
emoções, advogando a primazia das sensações (e em
especial do ver).
❹ Defensor do objetivismo e do concreto, a sua
poesia pode ser entendida como uma interpretação
do mundo em que se opera uma substituição do
pensamento pelas sensações.
Temáticas
• “O luar através dos altos ramos”
• “Sou um guardador de rebanhos”
• “O meu olhar é nítido como um girassol”
• “Como quem num dia de verão abre a porta de casa”
• “Se, depois de eu morrer…”
• “Quando vier a primavera”
Alberto
Caeiro ❶ Utilização do verso livre, reproduzindo um estilo
coloquial e popular.
❷ Para reproduzir este estilo coloquial, utiliza uma
linguagem simples e aparentemente pobre, com
simetrias, comparações e metáforas pouco
complexas.
❸ Preferência por frases coordenadas em
detrimento de frases subordinadas.
Linguagem e estilo
Alguns poemas
Voltar
Ricardo
Reis ❶ Advoga a intelectualização das emoções.
Procura uma ordem interior através das correntes
filosóficas clássicas do Estoicismo e do Epicurismo.
❷ Consciente da efemeridade da vida e da
iminência da morte, encena a própria mortalidade.
❸ Canta o regresso do neopaganismo, com a
apropriação do espaço sagrado pelos deuses.
❹ Resvala, num período mais tardio da sua
poética, num niilismo existencial que procura
afastar.
Temáticas
Ricardo
Reis
Temáticas
Epicurismo: tem como ideais o Fatalismo (o
poeta conforma-se com a morte inevitável), a
vivência moderada dos prazeres da vida (carpe
diem) e a fuga da dor.
Estoicismo: tem como ideais o domínio das
paixões e a aceitação da ordem natural das
coisas, através da ausência das emoções ou do
excesso por elas suscitado.
• “Quando, Lídia, vier o nosso outono”
• “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio”
• “Prefiro rosas, meu amor, à pátria”
• “As rosas amo dos jardins de Adónis”
• “Antes de nós nos mesmos arvoredos”
• “Ponho na altiva mente o fixo esforço”
Ricardo
Reis ❶ Uso de formas clássicas, como as odes de tipo horaciano.
❷ Estilo rigoroso, com linguagem elevada e disciplina
métrica e rimática – estrofes regulares (decassílabos
alternados ou não com hexassílabos) em verso branco.
❸ Linguagem de inspiração clássica (léxico e sintaxe
alatinados).
❹ Submissão da forma ao conteúdo (se o pensamento for
elevado, a forma será igualmente elevada).
Linguagem e estilo
Alguns poemas
Voltar
Álvaro de
Campos
Temáticas
❶ O poeta da modernidade –
indisciplinado por natureza, este
heterónimo pessoano é a manifestação do
desejo de cosmopolitismo do Modernismo
português e do Futurismo. Por isso, canta a
modernidade e a máquina. Através de um
canto arrebatado, exalta como matéria
épica a civilização industrial e da técnica, da
força, da violência e do excesso, querendo
“sentir tudo de todas as maneiras”.
Ex.: “Ode triunfal”
❷ Depois da fase sensacionista, passa por
uma fase metafísica em que, incapaz de se
deslumbrar pela sensação, sente uma
frustração que lhe provoca as insónias de
ser. É a fase em que revela uma angústia
existencial, o tédio e a fragmentação do
sujeito. Tal como o ortónimo, sente dor de
pensar, angústia pelo tempo que passa e a
nostalgia da infância.
Ex.: “Aniversário”
“Depus a máscara…”
“Na casa defronte de mim e dos meus
sonhos”
Álvaro de
Campos
Temáticas
Álvaro de
Campos ❶ Tendência para o
emprego do verso solto.
❷ Vertigem da palavra –
que se traduz numa
gradação da linguagem.
❸ Uso de onomatopeias,
aliterações e outros recursos
fonéticos.
❹ Recurso a grafismos
expressivos e pontuação
emotiva.
Linguagem e estilo
Voltar
Recursos expressivos
Linguagem
e estilo Anáfora
Aliteração
Apóstrofe
Enumeração Gradação
Metáfora Personificação
Anástrofe
Onomatopeia
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RECURSOS EXPRESSIVOS
Repetição intencional do mesmo som consonântico em
palavras próximas, conferindo ao texto determinados
efeitos sonoros, rítmicos e de sentido.
“Em febre e olhando os motores
[como a uma Natureza
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humanos de ferro e fogo e força”
Álvaro de Campos, “Ode Triunfal”
A aliteração dos sons “f”, “r” e
“t” realça a robustez , a
energia o vigor que das
máquinas, sugerindo o ritmo
alucinante da sociedade
moderna e acentuando o
arrebatamento do canto do
sujeito poético.
Aliteração
Voltar
Repetição de uma palavra ou expressão em início de frases ou
versos sucessivos com o objetivo de intensificar a ideia
expressa.
“Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco,
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui – ai, meu Deus!, o que só hoje
[sei que fui…
A que distância!….”
Álvaro de Campos, “Ode Triunfal”
A anáfora
(“O que fui”) marca
remete para o tempo
passado, acentuando a
nostalgia da infância e
a saudade do passado
longínquo, para sempre
perdido.
Anáfora
RECURSOS EXPRESSIVOS
Voltar
Alteração da ordem comum das palavras (ex.: ocorrência
do complemento direto antes do verbo ou do
complemento do nome antes do nome), para criar efeitos
rítmicos, rimáticos e de sentido.
“Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.”
Ricardo Reis
As anástrofes colocam em
realce o vocativo “meu amor”
e a expressão “magnólias
amo”, acentuando o tom de
conversação e a importância e
o simbolismo das “magnólias”
(mundo natural vs. valores
sociais).
Anástrofe
RECURSOS EXPRESSIVOS
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Interpelação de um destinatário, que pode ser (ou não)
humano, real ou fictício, presente ou ausente, através do
vocativo.
“Quando, Lídia,
[vier o nosso outono”
Ricardo Reis
A apóstrofe realça o tom
de conversação com Lídia,
a figura feminina que se
assume frequentemente
como interlocutora e
amada do sujeito poético.
Apóstrofe
RECURSOS EXPRESSIVOS
Voltar
Apresentação ou listagem sucessiva de elementos
relacionados entre si e, geralmente, da mesma
classe gramatical, de forma a intensificar uma ideia.
“Ó fábricas, ó laboratórios,
[ó music-halls, ó Luna-Parks,
Ó couraçados, ó pontes,
[ó docas flutuantes –.”
Álvaro de Campos, “Ode Triunfal”
A enumeração
sugere o fascínio do
sujeito poético
perante a sociedade
moderna, marcando
o seu espírito épico
e o arrebatamento
do seu canto.
Enumeração
RECURSOS EXPRESSIVOS
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Apresentação de determinadas palavras ou conceitos de
forma crescente ou decrescente.
“Rasgar-me todo,
[abrir-me completamente,
[tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos […]”
Álvaro de Campos, “Ode Triunfal”
A gradação sugere a
progressiva euforia
do sujeito poético ao
exprimir a sua
pretensão de
sentir tudo, num
misto de volúpia e
vertigem.
Gradação
RECURSOS EXPRESSIVOS
Voltar
Utilização de um termo para designar algo diferente daquilo
que designa habitualmente, a partir de elementos que são
comuns a esse termo e ao que ele refere.
“(Pensar é estar doente
[dos olhos)”
Alberto Caeiro
Através da metáfora, o sujeito
poético acentua a recusa do
pensar, ato que associa à
incapacidade de fruição do
mundo (realidade exterior)
captado pelos sentidos.
Metáfora
RECURSOS EXPRESSIVOS
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Atribuição de características humanas (pensamentos,
sentimentos, ações) a seres inanimados, a animais ou a
entidades abstratas.
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O sujeito poético
interpela o seu “coração”,
personificando-o e
acentuando o sofrimento
causado pela consciência e
pela dor de pensar.
Personificação
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Imitação de um som (ruído de um objeto ou de um
fenómeno da natureza, som emitido por um animal…)
“Ó rodas, ó engrenagens,
[r-r-r-r-r-r-r eterno!”
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A onomatopeia imita o
ruído causado pelas
máquinas, acentuando o
ritmo, a energia e a força da
civilização industrial.
Onomatopeia
RECURSOS EXPRESSIVOS
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Em síntese
O fingimento artístico
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– Ricardo Reis, o poeta “clássico”
– Álvaro de Campos, o poeta da modernidade
Reflexão existencial
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– Ricardo Reis: a consciência e a encenação da mortalidade
– Álvaro de Campos: sujeito, consciência e tempo; nostalgia da infância.
O imaginário épico (Álvaro de Campos)
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Linguagem, estilo e estrutura
– formas poéticas e formas estróficas, métrica e rima
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Pessoa heteronimos

  • 2. Séc. XVII BARROCO Séc. XIX ROMANTISMO Friso cronológico IDADE MÉDIA Séc. XV-XVI RENASCIMENTO REALISMO Séc. XX MODERNISMO Fernando Pessoa 1888-1935 Fernando Pessoa | Poesia dos heterónimos.
  • 3. O poeta “bucólico” O poeta “clássico” O poeta da modernidade O primado das sensações A consciência e encenação da mortalidade Sujeito, consciência e tempo Nostalgia da infância Alberto Caeiro Ricardo Reis Álvaro de Campos O FINGIMENTO ARTÍSTICO Ortónimo: teorizador do fingimento artístico REFLEXÃO EXISTENCIAL Fernando Pessoa | Poesia dos heterónimos.
  • 4. Ricardo Reis Álvaro de Campos Alberto Caeiro Fernando Pessoa | Poesia dos heterónimos. Linguagem e estilo Em síntese
  • 5. Alberto Caeiro ❶ Mestre de Fernando Pessoa e dos heterónimos Campos e Reis; é a partir dos seus ensinamentos que os heterónimos tecem os seus discursos. ❷ Poeta bucólico, estabelece uma ligação com um tempo anterior, recuperando a unidade perdida com a natureza e dando atenção à “eterna novidade do mundo”. ❸ Criador do sensacionismo, é o poeta dos sentidos, que recusa a intelectualização das emoções, advogando a primazia das sensações (e em especial do ver). ❹ Defensor do objetivismo e do concreto, a sua poesia pode ser entendida como uma interpretação do mundo em que se opera uma substituição do pensamento pelas sensações. Temáticas
  • 6. • “O luar através dos altos ramos” • “Sou um guardador de rebanhos” • “O meu olhar é nítido como um girassol” • “Como quem num dia de verão abre a porta de casa” • “Se, depois de eu morrer…” • “Quando vier a primavera” Alberto Caeiro ❶ Utilização do verso livre, reproduzindo um estilo coloquial e popular. ❷ Para reproduzir este estilo coloquial, utiliza uma linguagem simples e aparentemente pobre, com simetrias, comparações e metáforas pouco complexas. ❸ Preferência por frases coordenadas em detrimento de frases subordinadas. Linguagem e estilo Alguns poemas Voltar
  • 7. Ricardo Reis ❶ Advoga a intelectualização das emoções. Procura uma ordem interior através das correntes filosóficas clássicas do Estoicismo e do Epicurismo. ❷ Consciente da efemeridade da vida e da iminência da morte, encena a própria mortalidade. ❸ Canta o regresso do neopaganismo, com a apropriação do espaço sagrado pelos deuses. ❹ Resvala, num período mais tardio da sua poética, num niilismo existencial que procura afastar. Temáticas
  • 8. Ricardo Reis Temáticas Epicurismo: tem como ideais o Fatalismo (o poeta conforma-se com a morte inevitável), a vivência moderada dos prazeres da vida (carpe diem) e a fuga da dor. Estoicismo: tem como ideais o domínio das paixões e a aceitação da ordem natural das coisas, através da ausência das emoções ou do excesso por elas suscitado.
  • 9. • “Quando, Lídia, vier o nosso outono” • “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio” • “Prefiro rosas, meu amor, à pátria” • “As rosas amo dos jardins de Adónis” • “Antes de nós nos mesmos arvoredos” • “Ponho na altiva mente o fixo esforço” Ricardo Reis ❶ Uso de formas clássicas, como as odes de tipo horaciano. ❷ Estilo rigoroso, com linguagem elevada e disciplina métrica e rimática – estrofes regulares (decassílabos alternados ou não com hexassílabos) em verso branco. ❸ Linguagem de inspiração clássica (léxico e sintaxe alatinados). ❹ Submissão da forma ao conteúdo (se o pensamento for elevado, a forma será igualmente elevada). Linguagem e estilo Alguns poemas Voltar
  • 10. Álvaro de Campos Temáticas ❶ O poeta da modernidade – indisciplinado por natureza, este heterónimo pessoano é a manifestação do desejo de cosmopolitismo do Modernismo português e do Futurismo. Por isso, canta a modernidade e a máquina. Através de um canto arrebatado, exalta como matéria épica a civilização industrial e da técnica, da força, da violência e do excesso, querendo “sentir tudo de todas as maneiras”. Ex.: “Ode triunfal”
  • 11. ❷ Depois da fase sensacionista, passa por uma fase metafísica em que, incapaz de se deslumbrar pela sensação, sente uma frustração que lhe provoca as insónias de ser. É a fase em que revela uma angústia existencial, o tédio e a fragmentação do sujeito. Tal como o ortónimo, sente dor de pensar, angústia pelo tempo que passa e a nostalgia da infância. Ex.: “Aniversário” “Depus a máscara…” “Na casa defronte de mim e dos meus sonhos” Álvaro de Campos Temáticas
  • 12. Álvaro de Campos ❶ Tendência para o emprego do verso solto. ❷ Vertigem da palavra – que se traduz numa gradação da linguagem. ❸ Uso de onomatopeias, aliterações e outros recursos fonéticos. ❹ Recurso a grafismos expressivos e pontuação emotiva. Linguagem e estilo Voltar
  • 13. Recursos expressivos Linguagem e estilo Anáfora Aliteração Apóstrofe Enumeração Gradação Metáfora Personificação Anástrofe Onomatopeia Voltar
  • 14. RECURSOS EXPRESSIVOS Repetição intencional do mesmo som consonântico em palavras próximas, conferindo ao texto determinados efeitos sonoros, rítmicos e de sentido. “Em febre e olhando os motores [como a uma Natureza [tropical – Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força” Álvaro de Campos, “Ode Triunfal” A aliteração dos sons “f”, “r” e “t” realça a robustez , a energia o vigor que das máquinas, sugerindo o ritmo alucinante da sociedade moderna e acentuando o arrebatamento do canto do sujeito poético. Aliteração Voltar
  • 15. Repetição de uma palavra ou expressão em início de frases ou versos sucessivos com o objetivo de intensificar a ideia expressa. “Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo, O que fui de coração e parentesco, O que fui de serões de meia-província, O que fui de amarem-me e eu ser menino, O que fui – ai, meu Deus!, o que só hoje [sei que fui… A que distância!….” Álvaro de Campos, “Ode Triunfal” A anáfora (“O que fui”) marca remete para o tempo passado, acentuando a nostalgia da infância e a saudade do passado longínquo, para sempre perdido. Anáfora RECURSOS EXPRESSIVOS Voltar
  • 16. Alteração da ordem comum das palavras (ex.: ocorrência do complemento direto antes do verbo ou do complemento do nome antes do nome), para criar efeitos rítmicos, rimáticos e de sentido. “Prefiro rosas, meu amor, à pátria, E antes magnólias amo Que a glória e a virtude.” Ricardo Reis As anástrofes colocam em realce o vocativo “meu amor” e a expressão “magnólias amo”, acentuando o tom de conversação e a importância e o simbolismo das “magnólias” (mundo natural vs. valores sociais). Anástrofe RECURSOS EXPRESSIVOS Voltar
  • 17. Interpelação de um destinatário, que pode ser (ou não) humano, real ou fictício, presente ou ausente, através do vocativo. “Quando, Lídia, [vier o nosso outono” Ricardo Reis A apóstrofe realça o tom de conversação com Lídia, a figura feminina que se assume frequentemente como interlocutora e amada do sujeito poético. Apóstrofe RECURSOS EXPRESSIVOS Voltar
  • 18. Apresentação ou listagem sucessiva de elementos relacionados entre si e, geralmente, da mesma classe gramatical, de forma a intensificar uma ideia. “Ó fábricas, ó laboratórios, [ó music-halls, ó Luna-Parks, Ó couraçados, ó pontes, [ó docas flutuantes –.” Álvaro de Campos, “Ode Triunfal” A enumeração sugere o fascínio do sujeito poético perante a sociedade moderna, marcando o seu espírito épico e o arrebatamento do seu canto. Enumeração RECURSOS EXPRESSIVOS Voltar
  • 19. Apresentação de determinadas palavras ou conceitos de forma crescente ou decrescente. “Rasgar-me todo, [abrir-me completamente, [tornar-me passento A todos os perfumes de óleos […]” Álvaro de Campos, “Ode Triunfal” A gradação sugere a progressiva euforia do sujeito poético ao exprimir a sua pretensão de sentir tudo, num misto de volúpia e vertigem. Gradação RECURSOS EXPRESSIVOS Voltar
  • 20. Utilização de um termo para designar algo diferente daquilo que designa habitualmente, a partir de elementos que são comuns a esse termo e ao que ele refere. “(Pensar é estar doente [dos olhos)” Alberto Caeiro Através da metáfora, o sujeito poético acentua a recusa do pensar, ato que associa à incapacidade de fruição do mundo (realidade exterior) captado pelos sentidos. Metáfora RECURSOS EXPRESSIVOS Voltar
  • 21. Atribuição de características humanas (pensamentos, sentimentos, ações) a seres inanimados, a animais ou a entidades abstratas. “Para, meu coração! Não penses! [Deixa o pensar na cabeça!” Álvaro de Campos O sujeito poético interpela o seu “coração”, personificando-o e acentuando o sofrimento causado pela consciência e pela dor de pensar. Personificação RECURSOS EXPRESSIVOS Voltar
  • 22. Imitação de um som (ruído de um objeto ou de um fenómeno da natureza, som emitido por um animal…) “Ó rodas, ó engrenagens, [r-r-r-r-r-r-r eterno!” Álvaro de Campos, “Ode Triunfal” A onomatopeia imita o ruído causado pelas máquinas, acentuando o ritmo, a energia e a força da civilização industrial. Onomatopeia RECURSOS EXPRESSIVOS Voltar
  • 23. Em síntese O fingimento artístico – Alberto Caeiro, o poeta “bucólico” – Ricardo Reis, o poeta “clássico” – Álvaro de Campos, o poeta da modernidade Reflexão existencial – Alberto Caeiro: o primado das sensações – Ricardo Reis: a consciência e a encenação da mortalidade – Álvaro de Campos: sujeito, consciência e tempo; nostalgia da infância. O imaginário épico (Álvaro de Campos) – matéria épica: a exaltação do Moderno – o arrebatamento do canto Linguagem, estilo e estrutura – formas poéticas e formas estróficas, métrica e rima – recursos expressivos: aliteração, anáfora, anástrofe, apóstrofe, enumeração, a gradação, metáfora e personificação – onomatopeia – Voltar