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FALAR E SER OUVIDO!
Deixa-me detalhar como funciona o processo de psicoterapia.
Duas pessoas se encontram com papéis bem definidos. Uma quer falar e ser
ouvida. A fala pode girar em torno de questões do coração, do estresse nas
relações interpessoais, dos sonhos, das frustrações. Enfim, de uma série de
questões. A outra pessoa é alguém que domina a arte da escuta. É profissional
habilitado com sólida formação acadêmica e experiente na escuta.
O encontro é focado, com horário marcado e objetivos estabelecidos. Nunca um
encontro fortuito. Nunca uma conversa entre amigos, mas profissional. Na qual
os honorários são previamente combinados.
O local do encontro pode ocorrer numa casa, num prédio, numa instituição.
O encontro seinicia com uma conversa diretiva para a coleta1
de alguns dados do
paciente ou do cliente, tais como: identificação (dados pessoais), motivo do
encontro, história de vida, estado de saúde física. É a anamnese. Para a
complementação da coleta de dados o psicoterapeuta pode optar pela aplicação
de testes como os de personalidade.
A escuta me faz perscrutar o que as palavras não revelam. Presto atenção nas
palavras se negativas ou positivas, nos gestos e movimentos corporais, observo
as congruências e as incongruências entre o discurso e o corpo do paciente. Vou
trilhando um caminho conhecido2
para a elaboração de perguntas. Nunca busco
respostas para mim. As boas perguntas ajudarão o paciente na descoberta de
trilhas ou caminhos para a solução de problemas. Quando uso uma afirmação o
faço com um tom claro de provocação para que se eliciem perguntas. Acredito
fortemente que num encontro psicoterapêutico a busca do psicoterapeuta deve
ser por boas perguntas de acordo com o seu referencial teórico. Nunca qualquer
pergunta. Mas perguntas com embasamento numa abordagem psicoterapêutica
e científica.
Há uma especificidade das perguntas. Como as roupas feitas por alfaiates, as
perguntas devem ser feitas sob medida para alguém que está ali à frente do
profissional, submetendo-se à fita métrica dele. Nem mais e nem menos, a
medida tem de ser certa. Enquanto não se tem a medida correta, não se pode
1 Anamnese é o termo técnico para a coleta de dados.
2 Abordagem Existencial
oferecer uma pergunta. Por isso, não basta ter um glossário de perguntas para
diversas personalidades.
Já aconteceu comigo de, não uma e nem duas vezes, no primeiro encontro
conseguir obter perguntas nas medidas certas. E, por conta disso, oferecer uma
pergunta sob medida no primeiro encontro de psicoterapia. Desse tipo de
oferecimento aprendi que não basta o profissional ter a pergunta sob medida. É
preciso saber se o paciente ou o cliente está pronto para lidar com aquela
pergunta no primeiro encontro.
As descobertas do paciente vão acontecendo à medida que ele se ajusta ao
processo psicoterapêutico, ou seja, incorpora na sua agenda um horário semanal
para tratar dos seus assuntos com um profissional da psicoterapia, organiza seu
orçamento para priorizar a interação semanal, realiza tarefas solicitadas, evolui e
realiza mudanças. Além é claro de conseguir uma medida de autoconhecimento
e aumento de autoestima.
O caminho para o encontro do algo que alguém tanto deseja ou necessita
requer muita atenção, pois pode ser um caminho longo. Se não houver a
priorização para um investimento de tempo a descoberta de algo poderá não
ocorrer.
É assim em psicoterapia e em mentoria o processo é fundamental. Portanto,
necessário se faz descartar a mentalidade imediatista. Nada acontece da noite
para o dia, mas sim numa construção ao longo de um tempo de nossa história. E
dela participarmos como sujeitos engajados nas mudanças. É isso!
Paulo Pinto Alexandre, pastor e psicólogo clínico. Mestre em Ciências da
Religião e Distúrbios do Desenvolvimento.

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FALAR SE SER OUVIDO

  • 1. FALAR E SER OUVIDO! Deixa-me detalhar como funciona o processo de psicoterapia. Duas pessoas se encontram com papéis bem definidos. Uma quer falar e ser ouvida. A fala pode girar em torno de questões do coração, do estresse nas relações interpessoais, dos sonhos, das frustrações. Enfim, de uma série de questões. A outra pessoa é alguém que domina a arte da escuta. É profissional habilitado com sólida formação acadêmica e experiente na escuta. O encontro é focado, com horário marcado e objetivos estabelecidos. Nunca um encontro fortuito. Nunca uma conversa entre amigos, mas profissional. Na qual os honorários são previamente combinados. O local do encontro pode ocorrer numa casa, num prédio, numa instituição. O encontro seinicia com uma conversa diretiva para a coleta1 de alguns dados do paciente ou do cliente, tais como: identificação (dados pessoais), motivo do encontro, história de vida, estado de saúde física. É a anamnese. Para a complementação da coleta de dados o psicoterapeuta pode optar pela aplicação de testes como os de personalidade. A escuta me faz perscrutar o que as palavras não revelam. Presto atenção nas palavras se negativas ou positivas, nos gestos e movimentos corporais, observo as congruências e as incongruências entre o discurso e o corpo do paciente. Vou trilhando um caminho conhecido2 para a elaboração de perguntas. Nunca busco respostas para mim. As boas perguntas ajudarão o paciente na descoberta de trilhas ou caminhos para a solução de problemas. Quando uso uma afirmação o faço com um tom claro de provocação para que se eliciem perguntas. Acredito fortemente que num encontro psicoterapêutico a busca do psicoterapeuta deve ser por boas perguntas de acordo com o seu referencial teórico. Nunca qualquer pergunta. Mas perguntas com embasamento numa abordagem psicoterapêutica e científica. Há uma especificidade das perguntas. Como as roupas feitas por alfaiates, as perguntas devem ser feitas sob medida para alguém que está ali à frente do profissional, submetendo-se à fita métrica dele. Nem mais e nem menos, a medida tem de ser certa. Enquanto não se tem a medida correta, não se pode 1 Anamnese é o termo técnico para a coleta de dados. 2 Abordagem Existencial
  • 2. oferecer uma pergunta. Por isso, não basta ter um glossário de perguntas para diversas personalidades. Já aconteceu comigo de, não uma e nem duas vezes, no primeiro encontro conseguir obter perguntas nas medidas certas. E, por conta disso, oferecer uma pergunta sob medida no primeiro encontro de psicoterapia. Desse tipo de oferecimento aprendi que não basta o profissional ter a pergunta sob medida. É preciso saber se o paciente ou o cliente está pronto para lidar com aquela pergunta no primeiro encontro. As descobertas do paciente vão acontecendo à medida que ele se ajusta ao processo psicoterapêutico, ou seja, incorpora na sua agenda um horário semanal para tratar dos seus assuntos com um profissional da psicoterapia, organiza seu orçamento para priorizar a interação semanal, realiza tarefas solicitadas, evolui e realiza mudanças. Além é claro de conseguir uma medida de autoconhecimento e aumento de autoestima. O caminho para o encontro do algo que alguém tanto deseja ou necessita requer muita atenção, pois pode ser um caminho longo. Se não houver a priorização para um investimento de tempo a descoberta de algo poderá não ocorrer. É assim em psicoterapia e em mentoria o processo é fundamental. Portanto, necessário se faz descartar a mentalidade imediatista. Nada acontece da noite para o dia, mas sim numa construção ao longo de um tempo de nossa história. E dela participarmos como sujeitos engajados nas mudanças. É isso! Paulo Pinto Alexandre, pastor e psicólogo clínico. Mestre em Ciências da Religião e Distúrbios do Desenvolvimento.