O documento discute as relações entre educação e pobreza. Aponta que, apesar do aumento do investimento em educação, as taxas de pobreza permanecem altas. Argumenta que é necessário considerar como a pobreza afeta a "educabilidade", ou a capacidade de uma criança ser educada, ao invés de apenas focar no acesso à educação. Também discute a noção de "habitus" e a importância de entender as experiências de vida dos pobres.
1. Educação Globalização e
Desenvolvimento
Educação e Desigualdade
Paulo Almeida
https://www.facebook.com/psicologopauloalmeida
Dez/2003
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento
2. Educação e Pobreza
Teoria do capital humano: educação = investimento
produtivo com rentabilidade privada e social
Implica que a Educação é percebida como fator central para
explicar o crescimento econômico e potencial reduçaõ da
pobreza e da desigualdade.
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Desenvolvimento
3. Educação e Pobreza
Pergunta Principal: não é se o investimento em educação
deveria ou não ser uma prioridade, mas quanto investimento
e em que tipo de educação deveria se investir.
Axioma da teoria da modernização e consenso de
Washington (UNESCO, OCDE, E BANCO MUNDIAL)
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Desenvolvimento
4. Educação e Pobreza
Desde 1963 o Banco Mundial investiu mais de 41 bilhões de
dólares em créditos e empréstimos para o setor educacional.
Últimos 5 anos média anual de 2 bilhões de dólares
Em 2006, o gasto público em educação equivale a 4,9% do PIB
em nível global
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento
5. Educação e Pobreza
Apesar do aumento da expansão educacional em nível
global, as taxas de pobreza e desigualdade se mantém
invariáveis.
Existem 1,4 bilhões de pessoas (26% da população total) que
vivem na extrema pobreza ou na miséria.
A democratização da educação com maior aumento das
oportunidades pelos grupos excluídos não tem evitado a
reprodução social e a persistência de elevadas taxas de
pobreza.
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Desenvolvimento
6. Educação e Pobreza
Boudon (1983): o aproveitamento do aumento das
oportunidades educativas, depende da expansão relativa do
nível educacional de cada grupo social, e da margem de
crescimento dos níveis educacionais mais elevados de cada
grupo.
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Desenvolvimento
7. Educação e Pobreza
Um modelo de análise que ignora a diversidade da demanda:
as relações lineares entre demanda e oferta ou entre oferta
de títulos e demanda de ocupação, tendem a desconsiderar
um conjunto de aspectos que produzem efeitos inesperados
no comportamento da demanda.
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Desenvolvimento
8. Educação e Pobreza
Aspectos intangíveis para compreender o comportamento da
demanda: em torno cultural; necessidade econômica,
situação familiar, a qualidade da escola.
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento
9. Educabilidade
nova forma de abordar as relações entre
pobreza e educação
Omissão central: ignorar os efeitos da pobreza sobre a
educação como fator decisivo para compreender as
possibilidades de aproveitamento educativo dos meninos e
meninas em situação de pobreza.
A existência de condições vitais fora das capacidades inatas
do indivíduo se convertem em fator decisivo para se
compreender porque as práticas educativas não resultam
exitosas para determinadas crianças.
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Desenvolvimento
10. Educabilidade
nova forma de abordar as relações entre
pobreza e educação
Educabilidade = conjunto de recursos, aptidões ou
predisposições que fazem com que uma criança ou
adolescente acompanhe exitosamente a escola, e como
garantir que todas as crianças tenham acesso a esses
recursos.
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Desenvolvimento
11. Educabilidade
nova forma de abordar as relações entre
pobreza e educação
Educabilidade = disposição dinâmica e não uma
determinação fixa.
O contexto familiar, social e escolar jogam um papel chave no
desenvolvimento ou impedimento da potencialidade
educativa.
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Desenvolvimento
12. Educabilidade
nova forma de abordar as relações entre
pobreza e educação
Educabilidade = é uma relação entre as características
subjetivas e o conjunto de mecanismos objetivos que
contribuem para produzir a subjetividade.
Relação entre o aluno e o conjunto das relações sociais,
familiares, econômicas e educativas onde ele se encontra.
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Desenvolvimento
13. Educabilidade
nova forma de abordar as relações entre
pobreza e educação
Tedesco: Abaixo da linha de subsistência, as mudanças
institucionais ou pedagógicas tem um impacto muito pouco
significativo nos resultados escolares dos alunos.
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento
14. Educabilidade
Educabilidade =
Ter condições mínimas de alimentação, roupa e material
escolar;
Ter uma família que não se oponha às práticas educacionais;
Ter um entorno escolar que respeita os diferentes ritmos de
aprendizagem
Alunos que internalizam um conjunto de representações,
valores e atitudes favoráveis ao aprendizado escolar
Professores que confiem nas capacidades dos alunos;
Condições sociais que permitam às famílias frequentarem a
escola com regularidade
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Desenvolvimento
15. Educabilidade
Cepal , 2006 – “A pobreza adquire um caráter
multidimensional em termos de suas causas, consequencias e
manifestações. Não consiste unicamente em não contar com
os recursos necessários para ter acesso ao consumo de bens
e serviços imprescindíveis para as necessidades básicas; ser
pobre é também padecer da exclusão social, que impede
uma participação plena na sociedade e diminui a exigibilidade
dos direitos.”
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento
16. Cenários de interação entre as
múltiplas expressões da pobreza
Educabilidade= 1. por oportunidade; 2. por investimento
Ineducabilidade = 3. por carencia afetivo-normativa; 4. por
estigma; 5. por violência; 6. ineducabilidade crônica
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Desenvolvimento
17. Habitus - Bourdie
Habitus = estruturas interiorizadas a partir das quais se
percebe o mundo e se atua nele. Estruturas sociais
interiorizadas, esquemas de percepções, pensamentos e
ações. As práticas dos atores sociais se explicam pela
relação dinâmica entre as estruturas sociais externas, pelas
posições ocupadas pelos sujeitos nestas estruturas e pelas
estruturas sociais interiorizadas.
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Desenvolvimento
18. Conclusões
Descobrir o habitus (forma de
ver e entender o mundo) da
pobreza para educar
Viver na pobreza é uma
experiência vital singular;
Ter força para sobreviver a
violência, abandono e depressão
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento
19. Conclusões
Exemplo: Marco Antônio: mãe
deprimida; pai com quem não se
entende e que impõe normas
excessivas sem controlá-las; situação
de incomunicação; e um lazer
abandonado
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Desenvolvimento
20. Conclusões
Esperança e empatia:
união de
alunos e professores e adultos para lutar
contra as adversidades; professores que
conheçam a situação familiar da criança,
seus medos e suas relações;
Intervenção de toda a comunidade e da
escola para intervir de forma ativa e
coordenada
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento
21. Conclusões
Políticas de subjetividade:
Projeto de vida ;Narrativa; confiança;
Transversalidade,intersetorialidade;correponsabilidade, flexibilidade, diversidade
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento
22. Conclusões
Combater
a
pobreza
pela
educação é um objetivo desejável,
mas só é possível se sabemos
reconhecer como a pobreza se
configura uma experiência social
que frequentemente impede a
educação.
Fonte: Mino y Davila - Coleção Educação, Globalização e
Desenvolvimento