As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), os parques eólicos e as usinas térmicas movidas a carvão devem concentrar os investimentos gaúchos para a produção de energia nos próximos anos. Esse e outros pontos foram debatidos durante seminário promovido pelo Sindicato dos Engenheiros (Senge-RS), na Pucrs. Na ocasião, profissionais e políticos envolvidos com o tema discutiram a crise energética e suas consequências para o desenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Sul.
Para o representante da Agenda 2020, Humberto César Busnello, os desafios do Estado na área energética precisam ser vistos no contexto do modelo brasileiro de geração e distribuição. Dentro da perspectiva de que a oferta nacional deva crescer 30% até 2019, os gaúchos contribuiriam, a partir de projetos com recursos que já estão garantidos, com 340 megawatts (MW) de energia térmica via carvão, 755 MW de eólica e 1,2 mil MW de gás. O palestrante sugere, entre outros pontos, a busca por uma estabilidade regulatória para o setor e a possibilidade de leilões regionais ou por fonte.
Além disso, Busnello destacou a importância do investimento estadual em PCHs, que possuem potencial para agregar 1,1 mil MW ao sistema, o que custaria em torno de R$ 5 bilhões. Nesse caso, atualmente, são 125 projetos em licenciamento que, uma vez concluídos, podem dar um retorno de R$ 195 milhões ao ano apenas em ICMS. "Trata-se de um ótimo negócio, especialmente para os municípios, pois é um sistema que gera empregos e arrecadação", afirmou.
2. “A SITUAÇÃO ENERGÉTICA DO
RIO GRANDE DO SUL TEM QUE
SER VISTA NO CONTEXTO DO
MODELO DO SETOR ELÉTRICO
BRASILEIRO, ESPECIALMENTE COM
OS REFORÇOS IMPLANTADOS NAS
INTERLIGAÇÕES NACIONAIS E
INTERNACIONAIS ”
3. SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL
CARACTRÍSTICAS:
Rede Básica com mais de 110 mil km
de linhas acima de 230 kV;
Grandes Usinas e
Interligações (madeira,
Belo Monte);
Interligação dos Sistemas
Isolados;
Ampliação das interligações
inter-regionais;
Operação e Despacho Centralizado
pelo ONS para otimização dos
recursos eletroenergéticos;
Interdependência entre Usinas e
Bacias para a produção de energia
5. ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
ANEEL
Agência Nacional de
Energia Elétrica
CNPE
Conselho Nacional de
Política Energética
MME
Ministério de Minas e
Energis
CMSE
Comitê de Monitoramento
do Setor Elétrico
EPE
Empresa de Pesquisa
Energética
ONS
Operador Nacional do
Sistema Elétrico
CCEE
Câmara de
Comercialização de
Energia Elétrica
AGENTES
Geração, Transmissão, Distribuição, Comercialização...
CERCA DE 340
6. COMPORTAMENTO DA CARGA DE ENERGIA - BRASIL
Mesmo com os adventos de crise nas últimas décadas, o crescimento
sempre retomou um ritmo da ordem de 3%-4% a.a.
32
34
36
38 39
41 42
39
41
43
45
47
49
51 52 52
56
58
61
63
65
10
20
30
40
50
60
70
RACIONAMENTO
CRISE MUNDIAL
(GWmed)
7. EXPECTATIVA DO CRESCIMENTO DA CARGA NO SIN
EXPECTATIVA DE CRESCIMENTO ZERO (2014-2015)
Desaceleração da economia
Tarifas elevadas
Readaptação do consumo
65,064
66,474
68,648
71,423
74,208
67,260
69,612
72,249
75,424 78,309
2015 2016 2017 2018 2019
Planejamento Anual de 2015 - 1ª REV. QUADR. MAIO
Planejamento Anual de 2015 - JANEIRO
(MWmédio)
Diferenças
-2.196 -3.138 -3.601 -4.001 -4.101
10. 103 340 890 1,405 1,541
3,852
10,808
18,711
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
20000
MATRIZ DA OFERTA DE GERAÇÃO - BRASIL
Crescimento 2014-2019 (MW)
Fonte: ONS
11. 103 340 890 1,405 1,541
3,852
10,808
18,711
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
20000
EÓLICAS
875 MW
ACRÉSCIMO DE GERAÇÃO NO RS
UTE PAMPA SUL
340 MW
UTE RIO GRANDE
1238 MW
Fonte: ONS
12. 103 340 890 1,405 1,541
3,852
10,808
18,711
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
20000
PROJETOS NOVOS DE HIDRELÉTRICAS SEM
RESERVATÓRIOS, EM FUNÇÃO PRINCIPALMENTE
DAS DIFICULDADES DE LICENCIAMENTO
CARACTERÍSTICAS DA EXPANSÃO DA OFERTA
FORTE EXPANSÃO DE FONTES
RENOVÁVEIS E INTERMITENTES
Fonte: ONS
14. Aumento da dependência de chuvas
Elevado despacho adicional de térmicas
Diminuição na segurança de atendimento
Custos elevados para o setor e sociedade.
CONSEQUENCIAS
15. Atraso de obras de geração e
transmissão, por questões associadas à
licenças ambientais
Condições hidrológicas extremamente
desfavoráveis em 2014 e 2015
(piores do histórico de 84 anos)
AGRAVANTES
17. DESAFIOS
Estabilidade institucional e regulatória;
Continuidade dos leilões com sinal de preço mais adequado,
possibilitando uma expansão mais equilibrada entre as fontes
Avaliar a possibilidade de eventuais leilões regionais e/ou por
fonte para fins de confiabilidade no atendimento as cargas;
Ação conjunta entre governo federal e estadual, juntamente
com órgãos ambientais, ministério público e outras instituições de
forma a aperfeiçoar regras e processos de autorizações e
licenças ambientais, minimizando atrasos de obras e
consequentes custos adicionais para a Sociedade;
Estímulo à eficiência tecnológica e racionalização do consumo.
20. “ A ENERGIA ELÉTRICA, FUNDAMENTAL
PARA QUALQUER PROCESSO
PRODUTIVO, É UM DOS PRINCIPAIS
PILARES DO CRESCIMENTO
ECONÔMICO. SEU CUSTO É UM DOS
FATORES MAIS RELEVANTES PARA
GARANTIR A COMPETITIVIDADE DE
UM ESTADO”
21. “A MULTIPLICIDADE DE AGENTES PÚBLICOS
E PRIVADOS, ASSOCIADOS AS DIMENSÕES
CONTINENTAIS DO SISTEMA INTERLIGADO
NACIONAL, CONDUZEM PARA A
NECESSIDADE DE UM GRANDE ESFORÇO
SINÉRGICO POR PARTE DOS GOVERNOS,
EMPRESÁRIOS, ÓRGÃOS AMBIENTAIS,
INSTITUIÇÕES E SOCIEDADE, NA BUSCA DE
UM MELHOR EQUILÍBRIO ENTRE ENERGIA,
DESENVOLVIMENTO, CONSUMO E MEIO
AMBIENTE”