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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
LUCILANE TAVARES DE OLIVEIRA
CONSUMO SUSTENTÁVEL: A PERCEPÇÃO E A PRÁTICA DE ESTUDANTES
DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU
IGUATU-CEARÁ
2012
1
LUCILANE TAVARES DE OLIVEIRA
CONSUMO SUSTENTÁVEL: A PERCEPÇÃO E A PRÁTICA DE ESTUDANTES
DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU
Monografia apresentada ao curso de
Graduação em Ciências Biológicas da
Faculdade de Educação, Ciências e Letras de
Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará,
como requisito parcial para a obtenção do título
de Licenciado em Ciências Biológicas.
Orientadora: Profa
. Esp. Mayle Alves Bezerra.
IGUATU-CEARÁ
2012
2
LUCILANE TAVARES DE OLIVEIRA
3
Dedico a Deus, pelo amor e pela dádiva
de viver esse momento. A minha família,
a minha orientadora Mayle Alves Bezerra
e ao meu namorado Carlos Alberto, pelo
esforço de todos em me ajudar nessa
caminhada.
4
AGRADECIMENTOS
Neste momento, muitas coisas vêm em minha cabeça, muitas
lembranças, muitas pessoas e momentos que ficarão para sempre guardados em
meus pensamentos. Grandes foram às batalhas, derrotas e glórias em minha vida,
que deixaram marcas e ensinamentos que me ajudaram a crescer como pessoa e
como profissional.
Agradeço a Deus que sempre esteve presente em minha vida, e me
segurou firme impedindo que eu caísse em meio às lutas. Deus foi quem me
iluminou desde o vestibular até este momento, e sei que na minha jornada Ele
continuará a segurar em minha mão com todo o seu amor.
A minha querida orientadora Mayle Alves Bezerra, que levarei em meu
coração por toda minha vida, pois ela é para mim um exemplo de mulher
batalhadora, profissional exemplar e uma pessoa maravilhosa que me ajudou
sempre que precisei, me orientando com carinho e paciência.
De coração, agradeço ao meu namorado, Carlos Alberto, que foi um
presente que Deus me enviou, e que sempre me ajudou nessa jornada, e com toda
a sua paciência, não mediu esforços para me ver bem e realizada.
Agradeço a minha tão amada mãe Lúcia Maria, que sempre me apoiou e
me incentivou a não desistir nunca dos meus sonhos. Ao meu pai Francisco Felipe,
que sempre acreditou em mim e me ensinou a superar as barreiras que a vida nos
coloca. Ao meu irmão Leonardo, que foi a pessoa que mais me incentivou a
ingressar num curso acadêmico e que pela sua coragem e determinação em vencer
me impulsionou a tentar ser sempre o melhor possível, mesmo diante das
dificuldades. A minha linda e amada irmã Lucineide que sempre me apoiou em todas
as minhas escolhas e me incentiva a crescer sempre mais. Ao meu cunhado
Wilderval, que sempre quando possível me ajudou nessa etapa da minha vida.
Aos meus amigos de caminhada acadêmica, no qual dividimos as lutas e
aflições e que vivemos muitos momentos que marcaram minha vida, momentos
estes que nos tornou verdadeiros irmãos de coração, Deus nos uniu durante esses
anos para que realmente fossemos uma família, e foi isso que nos tornamos uma
5
grande e amável família. Nunca me esquecerei das nossas batalhas vencidas e
sofridas, pois foram elas que nos uniram, apesar das nossas diferenças.
Aos meus maravilhosos professores Alana Cecília, Ana Cristina, Ricardo
Rodrigues, Môngolla Abreu, Fernando Roberto, Carmen Rogelia, Sdena Nunes,
Irismaura, Ana Kelen, pelo incentivo e apoio, sempre nos impulsionando a crescer
como pessoa e como profissional. Esse grupo de professores foi muito importante
na minha vida, pois foram eles que me mostraram que ser professor é algo belo e
que vale a pena seguir nessa estrada, com eles aprendi não só disciplinas da grade
curricular, mas aprendi também a viver e isso ficará para sempre guardado em meu
coração. Esses professores são, sem dúvida alguma, os mais especiais presentes
que Deus colocou em meu caminho, agradeço com todo o meu amor por eles terem
cumprido perfeitamente a função de educar para ser um bom profissional e ser uma
ótima pessoa, eles se tornaram exemplos de vida e de amor pela profissão.
Obrigada a todos, pois sem vocês nada disso teria tanto valor!
6
Não desista, não pare de crer.
Os sonhos de Deus jamais vão morrer.
Ludmila Ferber
7
RESUMO
Nos últimos anos, a mídia e supostas necessidades pessoais vêm influenciando a
sociedade a desenvolver um consumo desordenado, o que vem acarretando atos
compulsivos em relação à aquisição de bens; muitas vezes, essa influência, apenas
potencializa um desejo já existente nos consumidores. Ambientalmente, isso
acarreta consequências desastrosas, principalmente para o meio ambiente. Por
essa razão, viu-se a necessidade de conhecer e praticar o consumo sustentável. O
curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências
e Letras de Iguatu, proporciona a disciplina de Educação Ambiental e a Ecologia,
que tratam do meio ambiente e das questões ambientais, tendo um papel
fundamental na formação de princípios e reflexões sobre a sustentabilidade. Este
trabalho teve como objetivo identificar o nível de sensibilização ambiental e a prática
do consumo sustentável dos alunos do curso de licenciatura em Ciências Biológicas,
verificando a influência do curso nessas práticas de consumo. A população
pesquisada foi alunos do sétimo e nono semestres do curso de Ciências Biológicas
da referida faculdade. Os dados foram coletados no mês de setembro de 2012, a
partir de um questionário estruturado, composto por dezesseis perguntas, com o
intuito de responder aos objetivos desta pesquisa. A partir deste trabalho, pôde-se
verificar que os universitários em estudo, tem um nível favorável de sensibilização
ambiental, sendo que a maioria deles reflete essa sensibilização nos seus atos de
consumo, apesar de alguns não praticarem o consumo sustentável, e o curso de
Ciências Biológicas tem uma influencia positiva nas práticas de consumo sustentável
dos universitários. Devido a isso, conclui-se que o curso de Ciências Biológicas,
juntamente com os professores, deve continuar atuando como incentivadores e
fornecedores de conhecimento sobre a sustentabilidade, seja em disciplinas como a
Educação Ambiental e a Ecologia, como também nas outras disciplinas de forma
interdisciplinar, com essa atitude, formar-se-á profissionais responsáveis e
conhecedores da importância da prática e do incentivo ao consumo sustentável em
seu cotidiano.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Educação Ambiental; Sensibilização Ambiental.
8
ABSTRACT
In recent years, the media and alleged personal needs has been influencing society
to develop a disordered consumption, which has been causing compulsive acts in
relation to the acquisition of goods; often this influence, only potentiates a desire
existing consumers. And environmentally, this entails disastrous consequences
mainly for the environment. Therefore see itself the need to know and practice
sustainable consumption. The Bachelor's Degree in Biological Sciences, Faculty of
Education, Sciences and Letters of Iguatu, offers the discipline of environmental
education and ecology, that deal with the environment and environmental issues,
having a fundamental role in the formation of principles and reflections on
sustainability. This study aimed to identify what level of environmental sensitization
and the practice of sustainable consumption of pupils the pursued a licentiate in
Biological Sciences, checking the influence the course of these consumption
practices. The surveyed population was pupils of the seventh and ninth semesters of
Biological Sciences, Faculty of Education, Sciences and Letters of Iguatu. The data
were collected in the month of September 2012, from one structured questionnaire
composed of sixteen questions, with the intention of respond to the objectives of this
research. From this work it can be verified that the academics under study has a
favorable level of environmental sensitization, the majority them reflects this
sensitization in their acts of consumption, despite some do not practice sustainable
consumption, and the Biological Sciences course has a positive influence on
sustainable consumption practices of academics. Because of this, it is concluded that
the course of Biological Sciences, together with teachers, should continue to act as
encouragers and providers of knowledge about the sustainability, is in disciplines
such as Environmental Education and Ecology, as also in other disciplines in an
interdisciplinary manner, with that attitude, will form responsible professionals and
connoisseurs the importance of practice and the incentive to sustainable
consumption in their daily.
Keywords: Sustainability, Environmental Education, Environmental sensitization.
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10
2 OBJETIVOS............................................................................................................ 12
2.1 Objetivo Geral...................................................................................................... 12
2.2 Objetivos Específicos........................................................................................... 12
3 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 13
3.1 A importância da Educação para a sustentabilidade........................................... 13
3.2 O consumismo e seus reflexos no Meio Ambiente.............................................. 14
3.3 Educação Ambiental e o consumo sustentável.................................................... 18
3.4 Percepção ambiental: a contribuição do ensino superior..................................... 22
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................................ 25
4.1 Tipo de Estudo...................................................................................................... 25
4.2 População e Amostra............................................................................................ 25
4.3 Local de Estudo.................................................................................................... 25
4.4 Coleta de Dados................................................................................................... 26
4.5 Análise Estatística de Dados................................................................................ 26
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 27
5.1 Nível de sensibilização ambiental dos alunos...................................................... 27
5.2 Prática de consumo sustentável por parte dos alunos......................................... 32
5.3 Influência do curso de Ciências Biológicas nas práticas de consumo
sustentável..................................................................................................................
45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 50
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 52
APÊNDICES............................................................................................................... 60
Apêndice A – Questionário para alunos do sétimo e nono semestres do curso de
Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu.......... 61
Apêndice B – Termo de Autorização para realização da pesquisa............................ 65
Apêndice C – Termo de Consentimento dos participantes da pesquisa.................... 67
10
1 INTRODUÇÃO
O futuro das espécies, inclusive da espécie humana, depende do
equilíbrio da natureza, isto é, de uma relação harmoniosa entre as espécies do
planeta. No entanto, nos últimos séculos esse equilíbrio tem-se desfeito devido à
prática egoísta dos humanos em querer dominar a natureza sem pensar em suas
consequências. Nesse sentido, vê-se a importância da Educação Ambiental no
processo de ensino, como uma ferramenta indispensável para a formação de
cidadãos cada vez mais preocupados com a conservação do meio ambiente,
formando pessoas com atitudes e valores voltados para o bem da natureza de forma
geral.
A Educação Ambiental pode ser considerada como uma forma de educar
o ser humano em relação ao meio ambiente ao qual ele é parte integrante que não
pode ser desvinculada (SOUZA; BENEVIDES, 2005). Por mais que essa Educação
Ambiental esteja presente, não basta só saber o que é correto, mas também praticar
aquilo que foi repassado, sendo esta ação transmitida para a sociedade como uma
forma de cidadania, pois o nível de sensibilização ambiental deverá ser medido por
ações e não simplesmente por saberes.
Atualmente, a sociedade é voltada para o consumo desenfreado,
influenciado pela mídia e por desejos pessoais. Os jovens são as principais vítimas
desse consumismo, querendo sempre seguir as tendências de moda que mudam
constantemente, exigindo deles a compra incessante de produtos novos. A cada
momento, surgem novas marcas, modelos, tecnologias e produtos, sempre
incentivando o consumo. Muitas vezes, o desejo de consumir sempre, se torna algo
compulsivo. Ambientalmente, isso acarreta consequências desastrosas, pois se o
consumo é maior, o descarte, o lixo e a produção de produtos também aumentam,
desequilibrando ainda mais a natureza por meio da poluição e da extração de
recursos naturais para a industrialização. Para isso, torna-se essencial a percepção
e a prática de um consumo mais equilibrado, que possa atender as nossas
necessidades e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente, entendendo o ser
humano como parte integrante e não como proprietário desse meio.
11
O processo de aprendizado, pela Educação Ambiental, é uma das
melhores maneiras de mudar esse consumismo desenfreado, colocando em prática
o consumo sustentável, que deverá ser refletido na sociedade como um ato de
consumo consciente, visando não só o bem estar próprio, mas também o bem da
natureza. Essa forma de consumo está relacionada ao ato da compra de produtos,
reciclagem e ao não desperdício dos recursos naturais.
A sustentabilidade é um tema que atualmente é discutido em todo o
mundo, e inclui questões sociais, econômicas e ambientais, que visam uma melhor
qualidade de vida, sem prejudicar o meio ambiente e as gerações futuras. Pode-se
dizer que a sustentabilidade, bem assimilada, consiste em assegurar, hoje, o bem-
estar físico, psíquico e espiritual, sem inviabilizar o multidimensional bem-estar futuro
(FREITAS, 2011).
O curso de licenciatura em Ciências Biológicas proporciona a disciplina de
Educação Ambiental e a Ecologia, que também trata do meio ambiente e das
questões ambientais, tendo um papel fundamental na formação de princípios e
reflexões sobre a sustentabilidade, algumas das responsabilidades é a formação de
uma sensibilização e atitude ambiental positiva, como o consumo sustentável.
Portanto, o curso de Ciências Biológicas, além de ter uma contribuição significativa
para a formação pessoal de seus alunos sobre a sensibilização ambiental, também
ajudará na disseminação dessa postura para outras instâncias, uma vez que esses
acadêmicos serão educadores e formadores de opiniões.
Entretanto, ter a percepção das questões ambientais, não significa,
obrigatoriamente, ter uma ação de consumo ecologicamente correto. Isso porque o
comportamento do consumidor consciente relacionado aos problemas ambientais,
deve ser analisado não somente por meio da conduta de compra, reciclagem ou
eliminação do produto, mas também através da verificação de atitudes ativas e
positivas (GOMES; GORNI; DREHER, 2011).
Neste contexto, percebeu-se a necessidade de realizar uma investigação
a fim de identificar se os discentes do curso de Ciências Biológicas aprenderam, no
decorrer do processo de formação acadêmica, a pensar, executar e disseminar a
sustentabilidade em todos os seus aspectos, visto que, serão futuros formadores de
opinião e certamente serão exemplos para boa parte de seus alunos.
12
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Investigar a percepção e a prática do consumo sustentável dentre os
alunos do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e
Letras de Iguatu – FECLI/CE.
2.2 Objetivos Específicos
 Identificar o nível de sensibilização ambiental dos alunos do curso de
Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu
– FECLI/CE;
 Investigar o comportamento quanto ao consumo sustentável dos alunos do
curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras
de Iguatu – FECLI/CE;
 Verificar a influência do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de
Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI/CE, nas práticas de consumo
sustentável dos alunos.
.
13
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 A importância da Educação para a sustentabilidade.
Nos últimos anos, os recursos naturais têm sido utilizados como se
fossem infinitos, e não há qualquer preocupação com os impactos das atividades
realizadas (GOMES, 2006). Com isso, a sociedade vem sentindo o efeito de
mudanças ecológicas, como as mudanças climáticas, que resultam em tragédias em
todos os cantos do mundo. Esse cenário promove um repensar sobre o
comportamento humano na sua relação com o ambiente (GOMES; GORNI;
DREHER, 2011).
De uma forma geral, a Educação é comumente conceituada, apenas
como o ato ou a arte de saber educar e educar-se. Sob o ponto de vista ecológico,
ela constitui a adaptação (ecológica- evolutiva- social) do ambiente em que se vive.
Em outras palavras, o homem tem que se instruir para conhecer seu ambiente
(SOUZA; BENEVIDES, 2005).
A Educação, relacionada ao meio ambiente, é entendida como os
processos por meio dos quais, o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade (CAVALHEIRO, 2008). Com o intuito de
despertar em todas as pessoas a consciência de que o ser humano depende do
meio ambiente para sua sobrevivência, e com isso superar a visão antropocêntrica,
que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de tudo (COSTA; PAIVA;
FILGUEIRA, 2006).
Nas suas diversas possibilidades, a educação para a sustentabilidade
abre um estimulante espaço para um repensar de práticas sociais, com base numa
adequada percepção, essencial do meio ambiente global e local, da
interdependência dos problemas e soluções e da importância da responsabilidade
de cada um para construir uma sociedade mais equitativa e ambientalmente
sustentável (JACOBI, 2006).
14
Partindo para o conceito de Sustentabilidade, em seu sentido lógico, é a
capacidade de se sustentar, de se manter. Uma atividade sustentável é aquela que
pode ser mantida para sempre. Em outras palavras, é uma exploração de um
recurso natural exercida de forma sustentável que durará para sempre, não se
esgotará nunca. O sentido mais importante dessa sustentabilidade é que ela
simplesmente representa a justiça em relação às gerações futuras (MIKHAILOVA,
2004).
Relativamente atualizado e relacionado a todas as esferas da vida em
sociedade, sejam elas econômicas, sociais, culturais ou ambientais, a definição de
sustentabilidade procura harmonizar o ser humano, enquanto um ser social, levando
em conta o desenvolvimento econômico e o equilíbrio do meio ambiente. Com isso,
é possível caracterizar práticas sustentáveis entre as ações que são, ao mesmo
tempo, economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente respeitosas e
ecologicamente corretas (INSTITUTO AKATU, 2009).
O ensino para a sustentabilidade destaca a necessidade de mudança de
atitudes e comportamentos individuais em detrimento de mudanças que envolvem
processos políticos e econômicos (LIMA, 2003). Sendo este ensino, utilizada para
capacitar a sociedade no sentido de proteger o bem comum para a presente, e as
futuras gerações, incentivando a busca e a disseminação do conhecimento, a
implantação de tecnologias orientadas para uso eficiente de recursos naturais e a
proteção da natureza (BRASIL, 2011).
3.2 O consumismo e seus reflexos no Meio Ambiente.
O consumismo é considerado um consumo excessivo, irresponsável e
desenfreado, que pode ser entendido como o processo pelo qual o consumidor
interage com os elementos do universo material de que se apropriam, e por meio do
qual se relacionam com outros seres humanos e consigo mesmo, sem medir
qualquer consequência do excesso deste ato (BELINKY, 2010).
O modelo econômico adotado atualmente pelas sociedades proporciona e
induz a um alto padrão de consumo, que mesmo ao alcance de poucos, é
insustentável pelos danos que acarreta para o meio ambiente (GOMES, 2006).
15
O rápido crescimento populacional em todo o mundo causa uma
necessidade muito grande de bens de consumo, e o consumo excessivo, por sua
vez, gera desperdício (PANAROTTO, 2008). Consumir faz parte do dia-a-dia, e o
consumo identifica as pessoas e as torna homogêneas, ou heterogêneas pelo que
possuem (TRANNIN, 2011).
Deste modo, a sociedade atual de consumo, vende a satisfação dos
desejos individuais, mas desperta nos consumidores a cada momento novos
desejos a serem satisfeitos, fazendo-os querer consumir sempre mais (BUENO,
2008).
O consumo está presente em todos os momentos da vida do ser humano,
seja no ato de tomar banho, quando se utiliza água e sabonete, seja ao andar de
carro, quando se consome combustível. Dependendo da atividade exercida por cada
um, haverá diferentes tipos de consumo (COSTA; OLIVEIRA, 2009).
Os jovens, por exemplo, estão muito associados ao consumismo e ao
materialismo vinculados às marcas, às tecnologias e à mídia com os quais se
identificam. Dessa forma, eles se afirmam e se diferenciam perante os demais
grupos sociais, criando um estilo de vida que cultiva o presente e a sua satisfação
das necessidades (CARDOSO; CAIRRÃO, 2007). Inserido nesse contexto, o acesso
aos créditos, cartões e outras facilidades nas vias de pagamentos parcelados, faz
com que o consumo comece muito cedo e se ampara, sobretudo na combinação do
crédito fácil, do forte apelo do consumo e da necessidade de afirmação dentro do
grupo social. A responsabilidade sobre o consumo deve ser acompanhada para
evitar o endividamento e ter discernimento sobre o valor das coisas (AZEVEDO,
2011).
Isso acontece, porque para a sociedade a forma que se consome é
maneira de como se vê o mundo. Há, portanto, uma conexão entre valores éticos,
escolhas políticas, visões sobre a natureza e comportamentos relacionados às
atividades de consumo (BRASIL, 2005). Quando há o excesso de consumo, isso
pode indicar a despreocupação dos indivíduos quanto aos aspectos da coletividade,
na medida em que a consequência individualista indica o pensamento alienado,
quanto à abundância de recursos no meio ambiente.
16
Os produtos que consumimos, muitas vezes não são de boa qualidade, a
maioria deles são fabricados de modo que tenham curta duração e não permitam
consertos ou reutilização. Com isso, vão rapidamente parar nos lixões, onde geram
mais contaminação. Mantendo esse estilo de vida não sustentável, exercendo
excessiva pressão sobre o meio ambiente, dentro de algum tempo, poderá levar o
planeta a uma crise. Para que isso não ocorra é preciso reagir contra o consumismo
desenfreado aconselhado pelas mensagens publicitárias (UNIMED, 2005).
É por isso que deve haver uma mudança na maneira de como se
visualiza o modelo de desenvolvimento atual e, por conseguinte, nas práticas de
consumo até então realizadas. Isso pode ser conquistado com a modificação no
padrão de consumo, em que se busca redirecionar a visão do consumo moderno.
Como as práticas de consumo são individuais, percebe-se que cada um possui a
condição de escolha sobre suas ações, seguir a ideia de mudança no padrão de
consumo e considerá-lo viável (SILVA; BALBINO; GÓMEZ, 2011).
No entanto, é o comportamento do consumidor que direciona e influencia
a estrutura e o funcionamento do mercado, e este comportamento pode ser
influenciado pela mídia com suas mensagens publicitárias, pelos familiares, amigos,
formação cultural e pela educação (OLIVEIRA; CÂNDIDO, 2010).
O estudo relacionado ao comportamento do consumidor e o impacto que
este causa sobre o meio ambiente, inserindo a questão do consumo nas discussões
acerca da sustentabilidade é algo novo. Essa discussão surgiu diante da
comprovação dos altos níveis de degradação ambiental ocasionados pela excessiva
extração de recursos naturais necessárias à produção e pela grande quantidade de
resíduos gerados após o consumo dos itens produzidos (BARROS; OLIVEIRA;
CÂNDIDO, 2010).
O consumo irresponsável dos produtos gerados pela tecnologia tem
conduzido o planeta a um caminho de degradação e colocado em risco iminente à
sobrevivência de boa parte da humanidade. A urgência em encontrar soluções para
a crise ambiental, tem feito com que a palavra sustentabilidade esteja cada vez mais
presente nas discussões sobre como melhorar a qualidade de vida humana sem
causar os efeitos adversos da degradação ambiental (HARTMANN; ZIMMERMANN,
2008).
17
Ultimamente, a abundância dos bens de consumo, continuamente
produzidos pelo sistema industrial é considerada um símbolo do sucesso da
economia moderna. No entanto, esta abundância passou a receber um sentido
negativo, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo, um dos principais
problemas das sociedades industriais modernas. O aumento no consumo de
energia, água, minerais e elementos da biodiversidade vêm causando sérios
problemas ambientais, como a poluição da água e do ar, a contaminação e o
desgaste do solo, o desaparecimento de espécies animais e vegetais e as
mudanças climáticas (BRASIL, 2005).
Certamente, a vida é dependente do consumo, sendo que este em
excesso, implica em diminuição ou esgotamento de recursos naturais necessários à
produção. Desta forma, a questão central, transfere-se para a ocorrência do
consumo excessivo, ou seja, a obsessão por consumir sem preocupações com os
problemas ambientais e sociais resultantes destes processos (OLIVEIRA;
CÂNDIDO, 2010).
Com isso, o consumo passou a ser reconhecido como elemento vital em
debates sobre sustentabilidade, com destaque para a Agenda 21, documento
elaborado durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento - Rio 92, que consiste em um documento que estabelece um
programa de ação para implementar as decisões tomadas durante a realização da
“Rio 92”, estabelecendo as dez responsabilidades dos Estados em eliminar sistemas
insustentáveis de produção e consumo, o qual dedicou o capítulo às políticas
públicas para mudança nos padrões de consumo (JACKSON, 2006 apud OLIVEIRA;
CÂNDIDO, 2010).
A questão central da prática de consumo é saber que tipo de consumo se
deve praticar, para satisfazer necessidades básicas ou supérfluas. Aprender a
escolher e ajudar a sociedade a ter uma atitude crítica e saudável, com certeza
transformará as pessoas em seres humanos melhores, ampliando assim, o papel da
responsabilidade frente ao mundo, assim como a capacidade de agir e transformá-lo
(AIUB; MARTINS; REINECKE, 2011).
Com isso, a crescente degradação do meio ambiente devido ao consumo
exagerado, se tornou um desafio em estabelecer um equilíbrio entre o
18
desenvolvimento socioeconômico e a preservação do meio ambiente. Isso requer,
dentre outras atitudes, a incorporação de outra forma de consumo, conhecido como
consumo sustentável (COSTA; OLIVEIRA, 2009).
3.3 Educação Ambiental e o consumo sustentável
Em meio à complexidade que envolve o comportamento do consumidor,
destaca-se a importância da sua relação com o meio ambiente. Com isso, surge a
reflexão sobre como os indivíduos podem suprir sua necessidade de consumir bens
e serviços, de modo a não promover a degradação ambiental, pois, mesmo o
consumo de poucas pessoas, ao longo de suas vidas, faz diferença, tendo impacto
sobre a sociedade e o meio ambiente (GOMES; GORNI; DREHER, 2011). A
humanidade precisa fazer a transição para uma economia sustentável, que respeite
os limites físicos essenciais ao ecossistema mundial e garanta que continue
funcionando no futuro (DALY, 2005).
Estão surgindo novas preocupações por parte de alguns consumidores,
que mudaram o foco individualista de seu consumo para uma visão mais ampla,
dando origem ao movimento na sociedade, por um consumo mais consciente
(SANTOS et al., 2008 apud SILVA; BALBINO; GÓMEZ, 2011). Essa mudança de
pensamento se dá através da Educação Ambiental e educação para o consumo, da
percepção ambiental e da mudança de pequenas atitudes (PANAROTTO, 2008).
No entanto, a Educação Ambiental concorre com os apelos ao consumo
veiculados pelos meios de comunicação de massa, nos quais prevalece o apelo ao
consumismo, embora também veiculem campanhas ambientalistas (BRANDALISE
et al., 2009). Portanto, as ideias que os indivíduos têm sobre sustentabilidade podem
variar, podendo ser orientadas por vontades ou desejos pessoais (GUIMARÃES;
TOMAZELLO, 2004).
A Educação Ambiental consiste em contribuir para a percepção das
complexidades do ambiente de uma maneira que pode sensibilizar tanto o indivíduo,
quanto a coletividade, da importância de sua organização e participação na defesa
de todas as formas de vida. Pretendendo incentivar a mobilização dos cidadãos, a
partir do reconhecimento das causas e das consequências dos impactos
socioambientais que afligem o planeta, buscando satisfazer as necessidades
19
fundamentais da humanidade, ao mesmo tempo em que são respeitados os direitos
das gerações futuras terem acesso a um ambiente sadio. Resumindo, a Educação
Ambiental é um dos mecanismos que leva ao desenvolvimento sustentável, um dos
veículos das alternativas da sustentabilidade (CASTRO; VIEIRA, 2011).
O consumidor consciente ou sustentável é aquele que passa de ‘‘cidadão
consumidor’’ a ‘‘consumidor cidadão’’, e esse processo inclui a busca do equilíbrio
entre as necessidades individuais, as possibilidades ambientais e as necessidades
sociais nas três etapas de consumo, que é a escolha na compra, no uso e no
descarte. Nesse sentido, o consumidor passa a considerar os aspectos de eficiência
do produto ou do serviço ao lado dos impactos sobre o meio ambiente e na
sociedade (INSTITUTO AKATU, 2005). Este consumidor sustentável pode ser
considerado um primeiro passo, para alcançar a sustentabilidade, à medida que, no
plano individual, o consumidor pode adotar atitudes ambientalmente positivas,
mudando sua postura no consumo (COSTA; TEODÓSIO, 2011).
O consumo sustentável pode ainda ser entendido como sendo o
responsável pela mudança do cidadão. A responsabilidade social é uma nova
consciência do contexto social e cultural, no qual se inserem as empresas e os
cidadãos. A proposta do consumo sustentável está repleta de análises que
consideram que se os consumidores tiverem conhecimento suficiente, eles terão a
necessária sensibilização ambiental que poderá induzi-los a atitudes e
comportamentos corretos (AFONSO, PETRONI, SOUZA, 2011).
Ter uma consciência ambiental implica na busca e na concretização de
novos valores na forma de ver e viver no mundo, a partir da complexidade
ambiental, que possibilita a construção de novos padrões cognitivos na relação
homem/natureza (SOARES; NAVARRO; FERREIRA, 2004).
O consumo sustentável pode ser definido como a consciência ecológica
na compra de produtos e serviços, o não desperdício de recursos, o empenho em
reciclagem de materiais e produtos e a propensão para um estilo de vida menos
consumista (RIBEIRO; VEIGA, 2011).
Esse tipo de consumo nasce da mudança de atitude dos consumidores e
da sociedade em geral, é a forma de consumo que utiliza os recursos naturais para
20
satisfazer as necessidades atuais, sem comprometer as necessidades e os anseios
das gerações futuras (GOMES, 2006). Ele abrange muito mais do que a escolha de
produtos dentre os mais sustentáveis, exige a discussão ampla da revisão do
modelo de consumo vigente e, em alguns casos, o consumo sustentável pode levar
a um não consumo (CAPELINI, 2007).
O consumo sustentável pode ser considerado como o uso de bens e
serviços que atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor
qualidade de vida, enquanto minimizam o uso dos recursos naturais e materiais
tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes durante todo ciclo de vida
do produto ou do serviço, de modo que não se coloque em risco, as necessidades
das futuras gerações (BRASIL, 2011).
De modo mais simples, esta forma de consumo, pode ser definida como
um ato de equilíbrio. Trata-se de consumir protegendo o meio ambiente, utilizando
os recursos naturais com sabedoria e promovendo a qualidade de vida agora, e
mesmo assim não estragar a vida dos futuros consumidores (OLIVEIRA; CÂNDIDO,
2010).
A ideia de um consumo sustentável não se limita a mudanças
comportamentais de consumidores individuais ou, ainda, as mudanças tecnológicas
de produtos e serviços para atender a este novo nicho de mercado. Apesar disso,
não deixa de enfatizar o papel dos consumidores, porém priorizando suas ações,
individuais ou coletivas, enquanto práticas políticas (BRASIL, 2005).
Em sua essência, este modo de consumo deve criar nos consumidores
uma sensibilização ecologicamente seletiva, capaz de desenvolver dentro do
cotidiano novos hábitos de consumo mais responsáveis com menor volume de
desperdício. Primeiramente deve-se educar para a redução, afinal nem tudo que
consumimos é realmente uma necessidade, devemos passar a observar nossas
necessidades “reais” e as “criadas” pela mídia. Posteriormente, deve-se educar para
a reutilização, muitos dos produtos que consumimos podem servir para novos usos,
a introdução desta prática em nossas vidas também minimizam os impactos dos
descartáveis. E em seguida, temos que passar a reciclar os produtos já utilizados,
ou seja, introduzi-los novamente ao sistema produtivo de forma que se transformem
em novos produtos (ORTIGOZA, s/d).
21
Entretanto, o conhecimento das questões ambientais, apesar de ser
considerado como um indicador da possibilidade de ação consciente do consumidor,
não parece significar obrigatoriamente um comportamento de compra
ecologicamente correto (GOMES; GORNI; DREHER, 2011).
Isso porque o consumidor ecologicamente correto é aquele que tem
consciência do impacto de seus hábitos de consumo no meio ambiente e que se
empenha em comprar produtos que não prejudiquem o meio ambiente (CARDOSO;
CAIRRÃO, 2007). Sabe-se que para perceber que é necessário ser consciente de
que as ações do homem influenciarão no futuro da natureza e do planeta, é
necessário ter uma percepção ambiental. Essa percepção é a interpretação que uma
pessoa faz de uma mensagem e esta pode ser diferente dependendo de quem a
recebe, o que leva a crer que o nível de instrução e experiência, influencia no modo
como um estímulo é percebido e, consequentemente, nas atitudes e
comportamentos de consumo, sendo que essa percepção é decorrente da Educação
Ambiental (BRANDALISE et al., 2009).
É a partir da percepção de que os atuais padrões de consumo estão nas
raízes da crise ambiental, que a crítica ao consumismo pode passar a ser vista como
uma contribuição para a construção de uma sociedade mais sustentável. Mas como
o consumo faz parte do relacionamento entre as pessoas e promove a sua
integração nos grupos sociais, a mudança nos seus padrões se torna muito difícil.
Por isso, este tema vem fazendo parte de programas de Educação Ambiental
(BRASIL, 2005).
Devido aos aspectos mencionados anteriormente, a adesão dos
consumidores às propostas de consumo ecologicamente correto deve ser
compreendida e observada a partir de dois pontos de vista: atitudes e
comportamentos. “Atitude” significa o grau de adesão do consumidor a valores,
conceitos e opiniões sobre os papéis de empresas e consumidores em relação à
sustentabilidade, e consumo consciente. Já “comportamento” está ligado à prática
cotidiana de ações ligadas ao consumo e que geram impacto efetivo para o meio
ambiente, a economia, o bem-estar pessoal e a sociedade como um todo
(INSTITUTO AKATU, 2010).
22
Nesse contexto, a sensibilização ecológica deve ser buscada através da
Educação Ambiental, sendo esta, uma grande aliada do consumo consciente e
sustentável (PANAROTTO, 2008). Portanto, ela é uma forma efetiva de estimular a
sensibilização e a participação de todos os cidadãos, partindo-se da dimensão
individual para a coletiva e das questões locais para as globais (CASTRO; VIEIRA,
2011).
3.4 Percepção ambiental: a contribuição do ensino superior
Nos últimos anos, os problemas ambientais vêm sendo alvo de
constantes discussões no meio acadêmico, muito se discute sobre a origem desses
problemas, as proporções que eles estão tomando na terra e em alguns momentos,
também são apresentadas algumas propostas de prevenção aos impactos negativos
que geram os problemas ambientais (MACÊDO; OLIVEIRA; MARACAJÁ, 2012).
As Universidades, e todos os estabelecimentos de Ensino Superior, que
assumem uma responsabilidade na preparação das novas gerações para um futuro
viável quer pela reflexão e/ou por seus trabalhos de pesquisa, esses
estabelecimentos devem não somente advertir, ou mesmo dar o alarme, mas
também conceber soluções racionais. Devem tomar a iniciativa e indicar possíveis
alternativas, elaborando esquemas coerentes para o futuro (SOUZA; BENEVIDES,
2005).
Há uma necessidade de formar "ambientalmente" profissionais que, por
sua atividade, anseia de alguma maneira, a qualidade do meio ambiente que é
urgente, até porque, em última instância, é a qualidade do meio ambiente que vai
garantir a qualidade de vida em uma sociedade mais justa (GUIMARÃES;
TOMAZELLO, 2003).
De acordo com Oliveira (2009, p. 14-15):
As instituições de ensino superior (IES) têm sua empregabilidade embasada
por três linhas de ação: ensino, pesquisa e extensão. No contexto da
sustentabilidade, tais linhas são claramente definidas e valorizadas e de
importância inestimável. O ensino tem seu papel na formação dos futuros
profissionais, oferecendo não apenas a educação formal, as ferramentas e
a tecnologia, mas também propiciando uma formação plena, interiorizando
valores e moldando o caráter comprometido com a sustentabilidade do
planeta, com a promoção humana e valorização da vida. No campo da
pesquisa, as IES têm o compromisso de desenvolver tecnologias limpas,
voltadas para evitar ou reduzir os danos ambientais causados pelas
23
atividades antrópicas [...]. A extensão consiste na difusão de tais
tecnologias, aplicando-as em beneficio da coletividade [...].
A Universidade como contribuidora de um futuro sustentável, pode utilizar,
ao seu favor, as ciências e as tecnologias, a fim de proporcionar uma maior
compreensão dos limites da natureza, confrontando eficiência e produtividade na
certeza de que as necessidades atuais da humanidade estão próximas desses
limites; sendo a educação baseada na “eco-ética”, reconhecendo os recursos
naturais como bens universais e promovendo assim, um consumo justo e
responsável (OLIVEIRA, 2009).
Entende-se que cabem iniciativas de pesquisa sobre atitudes práticas dos
alunos em seu cotidiano, no sentido de fortalecer o preparo de profissionais que
sejam comprometidos com o atendimento de demandas relacionadas com a
sustentabilidade social e ambiental. É possível observar como prática relevante para
o contexto organizacional e social, assim como pelo crescente interesse e difusão, a
importância da formação em gestão social e ambiental para estudantes (AZEVEDO,
2011).
A Educação Ambiental no meio acadêmico pode ser considerada
essencial, como uma possível ferramenta mais apta e efetiva de sensibilização e
difusão de informações e percepções, capazes de tornar a coletividade, o ator
principal na luta pela sadia qualidade de vida (CASTRO; VIEIRA, 2011); sendo que
ela possui um papel fundamental na formulação de uma nova mentalidade. De modo
mais específico, a educação para o consumo é elemento-chave na sensibilização da
população. Somente com atitudes e procedimentos éticos será possível a
construção de uma sociedade mais justa, para o que a Educação Ambiental tem um
papel fundamental (GOMES, 2006).
A educação para a sustentabilidade deve ocorrer através de processos
contínuos e interativos, e inclina-se para a formação de atitudes, aptidões,
capacidade de avaliação e de ação crítica no mundo (SANTOS, 2002 apud GOMES,
2006). A partir desse momento, poderá haver uma mudança racional e acentuada
nos valores e princípios sociais, em que havendo um efetivo comprometimento no
resguardo da saúde das diferentes formas de vida, inclusive do próprio homem,
enquanto ser dependente e indissociável da cadeia formada pelas relações entre
sistemas vivos do planeta (CASTRO; VIEIRA, 2011).
24
No meio acadêmico, a sustentabilidade das ações humanas tem sido um
assunto tratado por algumas disciplinas, como a Educação Ambiental e a Ecologia,
ambas inseridas no curso de licenciatura em Ciências Biológicas, sendo que este
curso deve contribuir de forma significativa no processo de sensibilização ambiental
por parte dos alunos.
Os alunos inseridos nesse curso podem ter ações individuais mais
conscientes, por serem sensibilizados, informados e possivelmente preocupados
com as questões ambientais, tendo uma estratégia de mudança em direção à
sociedade sustentável. As mudanças devem ocorrer no sentido de mudar o perfil
desses consumidores e, posteriormente a sociedade, alertando a responsabilidade e
a questão ética destes, em saber consumir corretamente e de maneira sustentável
(PORTILHO, 2003).
A faculdade pode, a partir da discussão sobre o meio ambiente em sala
de aula, contribuir de várias formas para a sustentabilidade, e uma delas é como
modelo de práticas sustentáveis, baseado na premissa que o comportamento
sustentável deve começar dentro da própria faculdade, para que assim possa
disseminar as atitudes “sustentáveis” para a sociedade. Portanto, será importante
que as faculdades desempenhem seu papel como disseminadoras de conhecimento
através formação de uma percepção e sensibilização ambiental. Elas devem ser
modelos para os estudantes e para a sociedade, incentivando a sustentabilidade na
sociedade e mostrando-se como um exemplo através de suas práticas sustentáveis
(FERRANTI; JABBOUR, 2012).
Partindo da assimilação correta sobre a sustentabilidade nesse ambiente
acadêmico, os alunos poderão por meio da reflexão do seu ato de consumir (na hora
de escolher o que comprar, de quem comprar e definir a maneira de usar e como
descartar o que não serve mais), maximizar os impactos positivos e minimizar os
negativos do consumo, contribuindo com seu poder para construir um mundo melhor
(INSTITUTO AKATU, 2002).
Nesse sentido, acredita-se que os jovens universitários, por estarem
envolvidos em discussões atuais e acadêmicas sobre as questões ambientais,
podem ser considerados mais sensibilizados com relação ao consumo sustentável
(GORNI, GOMES, DREHER, 2011).
25
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Tipo de Estudo
Este estudo teve caráter exploratório, descritivo com abordagem
quantitativa. O objetivo de uma pesquisa exploratória é a familiarização com um
assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado. Ao final de uma pesquisa
exploratória, deve-se conhecer mais sobre aquele assunto tratado, estando apto a
construir hipóteses (GIL, 2008).
A pesquisa descritiva tem o objetivo de descrever determinada população
ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Esse tipo de estudo
tem como característica mais significativa a utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados, tais como o questionário (PONTE et al., 2007).
Uma pesquisa quantitativa se caracteriza, tanto na coleta de dados como
na sua análise, pela utilização de procedimentos numéricos, que garantem uma
maior precisão na interpretação dos resultados (BAPTISTA; CUNHA, 2007).
4.2 População e Amostra
A população do estudo envolveu alunos do sétimo e nono semestres, do
curso de licenciatura em Ciências Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e
Letras de Iguatu – FECLI, Ceará. Tendo como amostra um total de 42 universitários
que participaram da pesquisa.
Para seleção da amostra foram adotados os seguintes critérios de
inclusão: alunos que estiveram presente na aula no dia da realização do
questionário; alunos que tinham cursado as disciplinas obrigatórias Educação
Ambiental e Ecologia.
4.3 Local de Estudo
O estudo foi realizado no curso de Ciências Biológicas da Faculdade de
Educação, Ciências e Letras de Iguatu, unidade da Universidade Estadual do Ceará.
Situada no município de Iguatu, na Avenida Deoclécio Lima Verde s/n, Bairro Areias.
26
O município do Iguatu está localizado na região Centro-Sul do estado do
Ceará, a 305 km da capital Fortaleza, e está inserido no bioma da Caatinga,
ocupando uma área de aproximadamente 1.017 km2
. Estabelece limites com
Quixelô, ao Norte; Cedro e Cariús, ao Sul; Orós, Icó e Cedro (IBGE, 2010).
A Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, foi fundada no
ano de 1979, e atualmente dispõe de cinco cursos de graduação em licenciatura,
que são: Matemática, Física, Letras, Pedagogia e Ciências Biológicas, sendo que
este último começou a funcionar em 2003.
4.4 Coleta de Dados
Os dados foram coletados no mês de setembro de 2012, a partir de um
questionário estruturado (Apêndice A), composto por dezesseis perguntas, com o
intuito de responder aos objetivos desta pesquisa.
Um questionário pode ser considerado como um conjunto de questões,
feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do projeto. A sua
construção não é uma tarefa fácil, e aplicar tempo e esforço adequados para se
construir um questionário é uma necessidade, um fator de diferenciação favorável
(PARASURAMAN, 1991 apud CHAGAS, 2000).
O questionário é um dos métodos mais utilizados, e consiste em uma lista
de questões formuladas pelo pesquisador a serem respondidas pelos sujeitos
pesquisados (BAPTISTA; CUNHA, 2007).
4.5 Análise Estatística dos Dados
Após levantamento, realizou-se o tratamento de dados, buscando
conhecer o nível de sensibilização ambiental dos alunos, o reflexo dessa
sensibilização nas práticas de consumo e analisou-se a influência do curso de
Ciências Biológicas nessas práticas de consumo por meio do ensino sobre as
questões ambientais.
Como a pesquisa apresenta uma abordagem quantitativa, para a
amostragem dos dados utilizaram-se recursos estatísticos como porcentagens,
gráficos e tabelas.
27
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados encontrados foram analisados a partir de um levantamento
feito com universitários, do sétimo e nono semestres do curso de Ciências
Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, situada no
município de Iguatu/Ceará. Participaram da pesquisa 42 universitários, presentes na
sala de aula no dia da aplicação do questionário e que haviam cursado as disciplinas
obrigatórias que tratam das questões ambientais, critérios necessário para a
participação no estudo, informado aos alunos antes da aplicação do questionário.
Os dados foram analisados e demonstrados através de recursos
estatísticos com a utilização de porcentagens, gráficos e tabela, a fim de concretizar
os resultados da pesquisa com base nos objetivos propostos.
5.1 Nível de sensibilização ambiental dos alunos.
Para a análise do nível de sensibilização dos universitários, foram
elaborados alguns questionamentos. Na pergunta que versava sobre como os seres
humanos podem explorar os recursos naturais, a totalidade respondeu que devem
ser utilizados de forma equilibrada, respeitando os limites da natureza, lembrando
que os recursos naturais são limitados.
Um recurso natural é tudo que a natureza oferece para que a humanidade
possa atender às suas necessidades. Atualmente, esses recursos são utilizados de
forma desequilibrada, principalmente por algumas indústrias que pensam somente
no seu desenvolvimento econômico e social, esquecendo-se da importância que a
natureza tem para sobrevivência da humanidade. Muitas vezes, essas indústrias
utilizam esses recursos como se eles fossem infinitos, desequilibrando ainda mais a
natureza. É muito importante que cada pessoa saiba que é essencial para a
humanidade saber como utilizar os recursos que a natureza oferece, para que eles
não se esgotem.
Neste item, os universitários responderam positivamente a questão,
mostrando-se entendedores, este fato pode ter ocorrido devido aos alunos estarem
28
no curso de Ciências Biológicas, e em suas disciplinas estes assuntos serem
tratados e discutidos em sala de aula.
De acordo com Rosmaninho e Naendralal (2007), um recurso natural é
tudo o que existe na Natureza e que serve para satisfazer as necessidades da
humanidade. Esses recursos são considerados inesgotáveis, pois é possível sua
renovação, no entanto, a superexploração pode levar a exaustão destes recursos,
tornando-os limitados.
Conforme menciona Raulino; Nóbrega e Costa (2007), o meio ambiente é
fonte de matérias primas e energia, essenciais ao desenvolvimento econômico e
social. Contribuindo significativamente para o bem-estar da população. Porém, não
se pode permitir que o futuro da humanidade seja ameaçado por uma corrida
capitalista que se preocupa em excesso com o lucro, deixando de lado a qualidade
de vida do homem. Deve-se criar condições propícias a essa qualidade de vida,
preservando o meio ambiente em função das gerações futuras e criando soluções
adequadas, voltadas à conservação e ao controle dos recursos naturais, os quais se
apresentam como fonte primária da economia e do controle do meio.
Para Medina (2012) a humanidade precisa usar os recursos naturais para
sua sobrevivência, e não é preciso dizer que o uso indiscriminado, apenas
consumindo e retirando predatoriamente sem se preocupar com o meio ambiente de
onde se consumiu, é uma maneira bastante ignorante, baseada na ideia de ganho
fácil e de que os recursos são infindáveis. É preciso encontrar uma solução de
equilíbrio, entre as necessidades humanas e o que o ambiente pode oferecer.
Em relação como os seres humanos devem manter o equilíbrio da
natureza, 79% dos universitários considerou que tanto a convivência harmoniosa
entre natureza e humanidade, como a utilização dos recursos naturais de forma
equilibrada são fatores que mantém esse equilíbrio natural; 14% consideram que,
somente a utilização equilibrada dos recursos naturais é suficiente para o equilíbrio
da natureza, e alguns 7% consideram que somente a convivência harmoniosa entre
o homem e a natureza favorecerá esse equilíbrio (GRÁFICO 1).
29
GRÁFICO 1: Posicionamento dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE,
sobre como os seres humanos devem manter o equilíbrio da natureza. Iguatu/CE, 2012.]
Os universitários demonstraram ter consciência de como se deve manter
o equilíbrio natural, visto que nenhum dos pesquisados escolheu o item que afirma
que o equilíbrio da natureza deve ser pela exploração abusiva do meio ambiente a
favor do bem estar humano.
A harmonia entre homem e natureza, assim como o uso dos recursos
naturais de forma equilibrada são fatores essenciais para a manutenção do equilíbrio
natural. Os seres humanos não existem somente para explorar o meio ambiente a
seu favor, muitos não percebem que são parte integrante da natureza e que seu
desequilíbrio pode levar a grandes consequências para a humanidade, estando esta
afirmação de acordo com Macedo et al. (2003), que o respeito e a convivência
harmoniosa entre os seres humanos e o meio ambiente, é um fator essencial para a
conservação da natureza e da sustentabilidade.
Fernandes (2010) afirma que a natureza e o ser humano compõem um
conjunto com todo o planeta e o universo, e quando esse conjunto é separado causa
um grande desequilíbrio. Isso leva a crer que a convivência harmoniosa entre
homem e natureza é indispensável para a manutenção do equilíbrio natural.
Para haver esse equilíbrio é essencial que os recursos naturais sejam
utilizados de forma equilibrada, balanceando o que é produzido e o que é consumido
(MEDINA, 2012).
14%
7%
79%
Utilização dos recursos
naturais de forma equilibrada.
Convivência harmoniosa
entre a humanidade e a
natureza.
Os dois últimos itens
anteriores.
30
Em relação à percepção de quem deve se preocupar com a conservação
e a preservação do meio ambiente, 55% respondeu que os jovens universitários, a
sociedade, as indústrias, fábricas e os governantes, todos devem ser responsáveis
em preservar e conservar o ambiente; 45% dos universitários mencionaram que a
sociedade deve ser a responsável pela preservação e conservação do meio
ambiente.
Acredita-se que os universitários que mencionaram somente a sociedade,
que não inclui os empresários, como os responsáveis pela preocupação em
preservar e conservar o meio ambiente pode ser pouco conhecedor da
responsabilidade que as indústrias e fábricas (empresários) possuem com relação
ao meio ambiente, pois estes são os que mais exploram diretamente os recursos
naturais para produção de produtos e serviços, com o intuito de atender a sociedade
consumista que sempre quer uma maior quantidade de produtos para atender as
suas necessidades individuais, e isso torna as empresas mais preocupadas em
obter mais lucros, muitas vezes deixando de lado a questão ambiental.
Atualmente algumas empresas devido ao grande consumo de recursos
naturais, estão incorporando em suas estratégias o conceito de sustentabilidade e
produção mais limpa, pois são alvos de novas expectativas quanto as suas
responsabilidades para com a sociedade, como agentes que dispõem de recursos
tecnológicos e financeiros para uma atuação mais rápida, efetiva e eficaz na solução
dos problemas ambientais e sociais (MARTINS; CONTI; LISBOA, 2011).
Os governantes também são responsáveis pela preocupação com o meio
ambiente, através do incentivo à população em favor da preservação ambiental em
cada município, estado e/ou país, seja através de campanhas, projetos e
mobilização da sociedade em prol do bem da natureza.
O fato da maioria dos universitários considerarem que todos são
responsáveis pela preservação do meio ambiente, é algo positivo, pois esta deve ser
uma preocupação de todos, se cada um fizer a sua parte o meio ambiente se tornará
menos prejudicado pela ação humana, todos devem se preocupar com a
preservação da natureza, porque a humanidade depende diretamente do meio
ambiente para sua sobrevivência. Este resultado reflete a consciência dos
31
universitários sobre a responsabilidade geral, diante da preocupação com a
preservação ambiental.
Macedo et al. (2003) afirma sobre a responsabilidade sobre o meio
ambiente, que a construção coletiva de um ambiente e de uma sociedade melhor,
depende de todos, sejam eles, alunos, políticos, governos, empresários, instituições
ou sociedade.
Para Salera Júnior (2010) não é diferente, segundo ele, todos contribuem
de diferentes maneiras, seja involuntariamente ou não, para a degradação do meio
ambiente, pois todo ser humano faz uso dos recursos que vêm da natureza por meio
da obtenção de bens e serviços diversos, o que constantemente causa alterações
nos ecossistemas naturais. Devido a este fato, todos são responsáveis pela
conservação e preservação do meio ambiente, sejam eles os jovens, a sociedade,
as indústrias e os governantes, visto que todos utilizam os recursos provenientes do
meio ambiente.
Relacionado ao conhecimento que os universitários detêm sobre as
definições de sustentabilidade e reciclagem, verificou-se que 100% são
entendedores sobre esses dois conceitos, que são fundamentais para verificar a
percepção e a sensibilização dos alunos com relação ao meio ambiente.
A sustentabilidade é uma forma de garantir uma boa qualidade de vida
para as gerações futuras, ou seja, é atender as necessidades básicas e atuais de
modo responsável, para que essas também possam atender as suas necessidades
sem que haja a destruição dos recursos. O desenvolvimento econômico é algo
essencial para o crescimento de uma cidade, estado ou pais, contudo, deve ocorrer
de forma sustentável, sem agredir o meio ambiente através do excesso de extração
de recursos naturais ou pela poluição causada pelos resíduos gerados. Já a
reciclagem é uma forma de reaproveitamento de materiais para a produção de
outros produtos de consumo.
Conhecer a definição de sustentabilidade e reciclagem é algo
indispensável para a obtenção de uma sensibilização ambiental, pois a partir deles é
que as pessoas podem ter hábitos de vida mais adequados à preservação do meio
ambiente. O conhecimento dos universitários, sobre essas definições pode ter sido
32
obtido através do meio acadêmico ou através dos meios de comunicação, como a
mídia, que hoje em dia fala bastante sobre esses termos.
Para Matias e Pinheiro (2008), a sustentabilidade consiste em atender as
necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras, e que o
desenvolvimento econômico deve ocorrer sem causar nenhum dano ao meio
ambiente. No que se refere ao processo de reciclagem, ela pode ser entendida
como o reaproveitamento de materiais como matéria-prima para um novo produto e
como a reutilização e/ou transformação de materiais usados em novos produtos de
consumo.
Costa (2009) afirma que tanto a sustentabilidade, quanto seus termos
derivados como, por exemplo, desenvolvimento e consumo sustentável remetem à
ideia de que sustentável seria aquele modo de viver, de consumir e de desenvolver
que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as
futuras gerações satisfazerem as próprias necessidades.
Conforme menciona Freguglia, Silva e Almeida (2012), reciclagem é o uso
do lixo para produzir novos produtos, e é uma medida consciente de salvar o
planeta, pois ajuda a preservar as matérias-primas, e também reduz a poluição,
porque o lixo não precisa ser incinerado, enterrado ou controlado em locais
apropriados. Martins, Conti e Lisboa (2011) têm o mesmo pensamento, pois para
eles, a tecnologia avançada se propõe a facilitar a vida do ser humano, trazendo
materiais portáteis, fáceis de manipular e de pouca duração, o que
consequentemente torna-se lixo mais rápido, e a reciclagem é uma atividade que
ajuda minimizar os problemas causados pelo lixo gerado.
5.2 Prática de consumo sustentável por parte dos alunos.
Como análise da prática de consumo sustentável dos universitários, foram
elaboradas perguntas pessoais sobre seus hábitos diários de consumo. Foi
questionado aos universitários quanto à presença de produtos e/ou alimentos
produzidos por ele mesmo, ou por alguém da família em sua residência, como por
exemplo, alimentos plantados e materiais de limpeza. Verificou-se que 71%, não
possuem esses produtos em casa; 29% possuem esses produtos e alimentos que
33
são plantas frutíferas, legumes, verdura, queijos, erva e material de limpeza, como o
sabão (GRÁFICO 2).
GRÁFICO 2: Atitude dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, quanto a
produção de produtos e/ou alimentos em sua casa. Iguatu/CE, 2012.
Ter o hábito de produção caseira é algo que não é difícil de ser praticado,
seja de materiais de limpeza ou pequenas plantações. E essa prática está
diretamente associada à questão da sustentabilidade, não apenas ambiental, mas
também econômica e social, uma vez que, esses produtos são considerados menos
agressivos ao meio ambiente devido a pouca utilização de matéria-prima química e
contaminante que pode em longo prazo, prejudicar a saúde humana e o meio
ambiente.
No caso de alimentos plantados, como legumes, verduras e ervas, alguns
dos universitários podem ter respondido não realizar esta prática por morarem na
zona urbana, pois muitas vezes, esta prática está associada somente a quem mora
em zona rural, no entanto, morar na zona urbana não impede de ter esses alimentos
em casa, por serem plantas pequenas e de fácil cuidado. É muito bom ter acesso
fácil a uma erva ou legume em casa, por ser mais saudável, além de favorecer a
saúde, devido ser um produto considerado orgânico por não ter grande quantidade
de agrotóxicos como aqueles encontrados no mercado, favorecendo também o meio
ambiente.
De acordo com Gontijo (2011), vivendo em zona urbana, são poucas as
pessoas que podem ir até o quintal e colher verduras, legumes e ervas fresquinhos
29%
71%
Sim. Não.
34
na hora de preparar as refeições. Nos centros urbanos, a solução é mesmo fazer no
mercado, mas, para quem quer ter sempre à mão temperos naturais não é tão difícil
montar uma horta doméstica. Além de proporcionar a quantidade certa de ervas,
legumes e hortaliças, sem desperdício, plantar mudas em casa traz também a
vantagem de ter o alimento a um custo quase nulo. Qualquer pessoa que tenha um
espaço livre em casa com alguma incidência de sol pode cultivar, desde temperos,
ervas medicinais e aromáticas até hortaliças e legumes frescos, livres de produtos
químicos.
Bianco (2011) menciona que os alimentos plantados em casa têm
grandes vantagens, por serem mais saborosos que os encontrados no mercado,
eles estão sempre frescos, livres de agrotóxicos e podem ser plantados em qualquer
lugar, desde que haja incidência de luz, sem esquecer que são altamente
sustentáveis para o meio ambiente.
A produção de materiais de limpeza, como o sabão citado pelos
universitários, é uma pratica sustentável que utiliza óleo de cozinha usado. Este
sabão é considerado menos agressivo ao meio ambiente pela não utilização de
produtos químicos que geram poluição no meio ambiente, além de serem de baixo
custo e fácil de ser produzido. Esta prática é simples, pode ser realizada por
qualquer pessoa e em qualquer lugar, no entanto os alunos se apresentam pouco
interessados em ter esses hábitos mais sustentáveis de consumo.
Aikawa (2010) menciona que o sabão caseiro por utilizar menos matéria-
prima química, causa menor impacto à natureza após escoar pelo ralo e chegar aos
rios e oceanos. Também são mais baratos e tão eficientes quanto os
industrializados. Os produtos caseiros tendem a ser menos agressivos ao ambiente
do que os industrializados. Além de ser eficiente e poluir menos, o sabão caseiro
reaproveita o óleo, que causaria estragos ao ambiente se chegasse aos rios, sem
contar o risco de entupimento de tubulações de esgoto.
Apesar das grandes vantagens em realizar essas práticas de consumo,
isto parece não influenciar os universitários em estudo, talvez pela falta de
conhecimento, incentivo ou até mesmo pela falta de interesse dos mesmos em ter
hábitos simples de consumo sustentável no seu cotidiano.
35
No que se refere aos alunos darem prioridade a produtos que não
prejudiquem o meio ambiente e se eles já influenciaram alguém a praticar essa
atitude, percebeu-se que 36% nunca praticaram esse ato; 31% sempre que possível
praticam essa ação; 19% dão preferência a esses produtos e já influenciaram
alguém a praticar a mesma atitude; e 14% dão preferência, mas não influenciaram
ninguém a isso (GRÁFICO 3).
GRÁFICO 3: Prática dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, em relação
a darem prioridade a produtos que não prejudicam o meio ambiente e a influenciar alguém a praticar
essa atitude. Iguatu/CE, 2012.
Produtos que não prejudicam o meio ambiente podem ser biodegradáveis
ou aqueles feitos com material reciclado. Estes são encontrados atualmente em
muitos mercados, e tem a característica de agredir pouco ou não trazer nenhuma
consequência ao meio ambiente, desde a sua produção até o seu descarte.
Brandalise et al. (2009) considera um produto que não prejudica o meio
ambiente, como aquele que impacta de forma mínima a natureza, nas suas etapas
do ciclo de vida, que é a obtenção e o processamento de matérias-primas, uso, pós-
utilização e descarte, considerando a extração de matéria-prima utilizada, o seu
transporte, o quantidade de energia consumida, sua vida útil, biodegradabilidade e
reciclabilidade.
Atualmente muitas empresas, devido a grande repercussão do tema
sustentabilidade em conferências, debates e na mídia, elas são incentivadas a
produzir mais produtos que não prejudiquem o meio ambiente. Graças a esse
14%
19%
31%
36%
Sim, dou preferência, mas
não influenciei ninguém a
isso.
Sim, dou preferência e já
influenciei algumas pessoas.
Sempre que possível pratico
essa ação.
Nunca pratiquei esse ato.
36
incentivo, às pessoas podem escolher produtos mais sustentáveis e que estejam
engajados em causas sociais e ambientais.
Para Costa (2009) devido ao aumento no interesse pelas questões
socioambientais por parte de algumas empresas, não demorou muito a aparecer no
mercado novos produtos e serviços engajados a alguma causa social, como os
produtos ecologicamente corretos, os produtos orgânicos, entre outros, para atender
a essa nova demanda por parte dos consumidores.
Dar preferência a produtos que não prejudicam o meio ambiente é algo
essencial para ser um consumidor sustentável. Um verdadeiro consumidor
sustentável não apenas escolhe esses produtos, como também tenta influenciar as
pessoas a seu redor, seja familiares, amigos, vizinhos, a praticar a mesma atitude. O
que infelizmente prevalece apenas em uma minoria dos universitários em estudo.
Para Raposo (2003) ser um consumidor ecologicamente correto ou
sustentável, é preciso ter a atitude de selecionar os produtos que compra e usa em
casa, dando preferência aos que menos contaminam o meio ambiente. E tentando
influenciar as pessoas ao seu redor a terem a mesma atitude.
De acordo com a pesquisa, praticar esse ato é algo que prevalece entre
muitos dos universitários, apesar de alguns ainda mencionarem não praticar essa
atitude, o que é algo preocupante o fato de universitários do curso de Ciências
Biológicas, possíveis conhecedores da importância do meio ambiente.
Quando questionados sobre a responsabilidade em relação ao processo
de reciclagem, verificou-se que 60% dos alunos mencionaram que sempre quando
possível, reaproveitam produtos ou materiais de consumo; 5% dão prioridade a
produtos feitos com material reciclável ou biodegradável; 33% responderam que
priorizam produtos feitos com material reciclado, como também quando possível
fazem o reaproveitamento de materiais e produtos; e 2% dos universitários
responderam diferente, justificando que não se importam em realizar a reciclagem
em seu dia a dia (GRÁFICO 4).
37
GRÁFICO 4: Atitude dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, sobre o que
eles desempenham no ato de consumo com relação a reciclagem. Iguatu/CE, 2012.
Comprar produtos feitos com material reciclado ou biodegradáveis é de
grande importância para a disseminação da sustentabilidade no mercado, pois
quando a demanda por esses produtos aumentam, consequentemente as empresas
se sentem incentivadas a produzir e a comercializar ainda mais. Muitos materiais
podem se tornar outro produto pelo processo de reutilização, com esta prática
ocorrerá à diminuição na produção de lixo e o custo é bem menor do que comprar
um novo produto. Essa atitude simples contribui para a prática do consumo
sustentável.
É notável que os universitários em estudo, sejam praticantes do processo
de reciclagem, fator positivo e determinante para a dispersão da prática do consumo
sustentável, tanto no meio acadêmico como também no dia a dia dos universitários.
Dessa maneira podem influenciar direta ou indiretamente as pessoas que estão ao
seu redor.
Um produto reciclado é aquele que ao chegar às mãos dos consumidores,
já passou por vários ciclos, por exemplo, uma cartela de ovo um dia já foi caixa de
papelão. O material reciclado também pode ter sido empregado anteriormente na
mesma forma que você o encontra hoje, ou seja, a cartela de ovos que tens em
mãos pode ter sido preparada com o mesmo papelão de uma cartela de ovos que
você comprou há meses atrás (FREGUGLIA; SILVA; ALMEIDA, 2012).
5%
60%
33%
2%
Dá prioridade a produtos
feitos de material reciclado
e/ou biodegradáveis.
Sempre que possível
reaproveita produtos e/ou
materiais de consumo.
Os dois itens anteriores.
Outra (Por favor especifique)
38
Segundo Santos, Marques e Rosendahl (2006), a necessidade de reciclar
e reutilizar os produtos encontra cada vez mais adeptos e com isso incentiva as
empresas a terem atitudes mais sustentáveis. As empresas, embora um pouco
tardiamente, tem vindo a dar a sua contribuição nos últimos anos. Porém, mais que
mudar mentalidades é preciso mudar comportamentos. É preciso fazer ver que ao
proteger a natureza a humanidade se beneficia. Ao utilizar produtos reciclados
contribui para um ambiente mais limpo e sustentável.
Relacionado ao conhecimento dos universitários sobre embalagens
biodegradáveis, verificou-se que 95% dos alunos conhecem a definição desses
produtos e 5% demonstraram não conhecer o seu conceito (GRÁFICO 5).
GRÁFICO 5: Opinião dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, sobre o que
eles consideram como uma embalagem biodegradável. Iguatu/CE, 2012.
Conhecer o conceito de produtos biodegradáveis é um item fundamental
para ser um consumidor sustentável, esses produtos têm como principal
característica a fácil degradação no ambiente quando descartados, e essa vantagem
se deve ao fato de serem fabricados com fontes renováveis, como as fontes
vegetais. Isso mostra que os universitários em questão, têm conhecimento sobre o
que são esses produtos devido às respostas que prevaleceram positivas em relação
a este item. Apesar de alguns ainda não conhecerem este conceito tão discutido
atualmente.
3%2%
95%
Uma embalagem produzida
com material proveniente de
recursos naturais não
renováveis, como por
exemplo o petróleo.
Embalagem que quando
descartada pode demorar
séculos para ser
decomposta, como os
plásticos a base de
polietileno.
São embalagens produzidas
de matéria-prima natural
renovável, como a utilização
de fontes vegetais.
39
De acordo com Brito et al. (2011), embalagens biodegradáveis são
aquelas provenientes de matérias-primas de fontes naturais renováveis, como milho,
cana-de-açúcar, celulose. As fontes renováveis são assim conhecidas por
possuírem um ciclo de vida mais curto, se comparado com fontes fósseis como o
petróleo o qual leva milhares de anos para se formar. Devido a isso quando são
descartadas demoram pouco tempo para ser decomposta no meio ambiente.
A sociedade sempre esteve acostumada a utilizar produtos não
biodegradáveis, como por exemplo, as famosas sacolas plásticas entregues em
supermercados e lojas. Este produto é bastante agressivo ao meio ambiente, pois
quando descartado não é renovável. Atualmente, existem empresas que produzem
sacolas biodegradáveis, provenientes de fontes renováveis, com isso é importante
conhecer o que é um produto biodegradável, porque a partir daí, as pessoas podem
no momento da compra, exigir dos comerciantes este tipo de sacola, isso irá
incentivar tanto os empresários que fabricam as sacolas, como também os que
utilizam em seu comércio, a serem mais sustentáveis.
Com o crescimento explosivo no consumo de plásticos (polietileno),
tornou-se necessário a produção de substitutos ambientalmente sustentáveis,
importante para o gerenciamento de resíduos, que são os plásticos biodegradáveis,
esta é uma opção adicional para conter o problema do lixo plástico. A degrabilidade
destes materiais, após seu uso permite que eles permaneçam no ciclo natural do
carbono. Esses plásticos biodegradáveis são feitos para substituir os plásticos
convencionais resultando em materiais de baixo custo e desempenho. Essa
substituição de recursos não renováveis por recursos renováveis contribui para o
desenvolvimento sustentável de forma direta (INNOCENTINI-MEI; MARIANI, 2006).
Quando os alunos foram questionados sobre a preferência por um
produto com embalagem biodegradável, mesmo sendo um pouco mais caro que os
produtos com embalagem comum, 31% afirmou não fazer esta consulta na hora da
compra, demonstrando indiferença em relação ao assunto; 28% mencionaram que
nem sempre, pois muitas vezes a preocupação com o meio ambiente não os
influencia na hora da compra; 24% afirmaram que pagariam a mais pelo produto
com embalagem biodegradável, porque se preocupam com a ação desse produto no
40
meio ambiente; e 17% citaram não escolher o produto com embalagem
biodegradável, pois a economia é sempre mais importante (GRÁFICO 6).
GRÁFICO 6: Preferência dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, a
comprar um produto mais caro com embalagem biodegradável ao invés de comprar o mesmo produto
porém mais barato e sem embalagem biodegradável. Iguatu/CE, 2012.
O mercado oferece variados produtos, dentre eles podem-se encontrar
produtos que tenham algum objetivo ambiental, como é o caso de produtos com
embalagens biodegradáveis que causam menos danos ao meio ambiente no
momento em que forem descartados. Muitas vezes, os consumidores têm a sua
disposição produtos iguais, porém um com embalagem biodegradável e o outro não.
Se esses produtos tiverem preços diferentes a escolha por parte dos consumidores
partirá ou de suas condições financeiras ou do interesse pelo bem do meio
ambiente.
Nesse sentido, quando os universitários foram colocados em uma
situação em que o produto com embalagem biodegradável é mais caro do que outro,
os mesmos mostraram que não se preocupam, o que demonstra um desinteresse
pelas causas ambientais e sociais no momento da compra, isso pode ocorrer por
eles não se lembrarem de fazer essa pesquisa ou por não entenderem a importância
dessa atitude.
Cardoso (2011) em sua pesquisa que verificou a percepção ambiental de
alunos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual e Federal do Rio
24%
17%
28%
31%
Sim, pois me preocupo com a
ação desse produto no meio
ambiente.
Não, pois para mim a economia
na hora da compra é mais
importante.
Nem sempre, pois muitas
vezes a preocupação com o
meio ambiente não influencia
na hora da compra.
Não faço este tipo de pesquisa
no momento da compra.
41
Grande do Sul, encontrou um resultado diferente em relação a este item, no qual
88,3% dos seus pesquisados responderam que pagariam a mais por um produto
que causasse menos danos ao meio ambiente, apenas 10% responderam que não e
somente 1,7% preferiram não responder a questão.
Para o autor supracitado, por serem alunos de um curso de Ciências
Biológicas, ele já esperava este resultado, pois se subtende que esses universitários
devem ser mais conhecedores das causas ambientais e pratiquem esse
conhecimento no seu dia a dia. Fato que não é comprovado pela pesquisa feita por
Coelho, Silva e Carregosa (2012) para analisar o nível de consciência ambiental de
alunos do curso de Ciências Biológicas de uma universidade pública da Bahia, o seu
resultado mostrou que os discentes pesquisados dão mais valor ao preço e a
durabilidade do produto do que as consequências ambientais causadas por estes.
Este caso indica que dos universitários pesquisados neste estudo, poucos
se preocupam com a compra de embalagens biodegradáveis por serem menos
prejudiciais ao meio ambiente, e que no momento da compra, este critério de
escolha ainda não é preferencial pelos universitários, fato que os mesmos
apresentam-se pouco preocupados em ter este hábito de consumo sustentável em
seu cotidiano, mesmo sendo alunos do curso de Ciências Biológicas.
Para Portilho (2005), o consumidor sustentável é aquele que além de
considerar aspectos como preço e qualidade, considera também a questão da
sustentabilidade, e procura, através do consumo, não apenas obter vantagens
econômicas, mas considera também aspectos como justiça social e preservação
ambiental. Com isso, consumidor através de suas escolhas cotidianas, seria um
corresponsável por gerar mudanças nos sistemas de produção e comercialização.
Em relação à preocupação que os alunos têm de como são utilizados os
recursos como água e energia elétrica, 79% responderam que se preocupam com o
consumo desses recursos em sua residência; 19% afirmaram que somente às vezes
se preocupam com isto; e apenas 2% responderam não se preocupar com esse
consumo (GRÁFICO 7).
42
GRÁFICO 7: Existência de preocupação dos universitários do curso de Ciências Biológicas da
FECLI/UECE, em relação ao consumo de água e energia elétrica em sua residência. Iguatu/CE,
2012.
Para ser um consumidor sustentável é fundamental que haja uma
preocupação com a utilização da energia elétrica e principalmente com o uso da
água. A água é um recurso natural abundante, porém a quantidade de água potável
é pequena e está sujeita a escassez, devido ao uso excessivo e irresponsável por
parte da população.
Geralmente, as pessoas que não se preocupam com o excesso de
consumo de água e energia elétrica em sua residência, não estão conscientes de
que seu ato pode acarretar problemas ambientais, como a escassez desses
recursos (BERTOLINI; POSSAMAI, 2005). E para ser um consumidor sustentável é
essencial ter hábitos de consumo mais responsáveis e que apresentem um baixo
volume de desperdício (CORTEZ; ORTIGOZA, 2007).
Para Abreu (2012), várias são as formas de ter um consumo sustentável
em casa, uma delas é a economia de água, este é um recurso abundante no
planeta, mas suas reservas de água potável são bastante limitadas. Fechar a
torneira, reduzir o tempo no banho, fazer o reaproveitamento de água das máquinas
de lavar são dicas simples para se tornar um cidadão ambientalmente sustentável.
É muito importante que as pessoas atentem para o cuidado com o
excesso de consumo tanto de água como também da energia elétrica, realizando
79%
19%
2%
Sim.
Às vezes.
Não.
43
esta prática, além de contribuir para a sustentabilidade ambiental ainda estarão
economizando nas contas.
O resultado em relação a este item foi bastante significativo, pois mostra
que os universitários se preocupam com o consumo desses recursos, mesmo que
para alguns essa preocupação esteja associada somente a economia nas contas.
Em todo caso, há vantagens para o meio ambiente, pela prática sustentável
afirmada pelos universitários.
De acordo com Batista (2011) ter uma atitude sustentável significa fazer
coisas que preservem o meio ambiente, melhorando a vida das pessoas, e isso
inclui a utilização com responsabilidade dos recursos naturais que são esgotáveis,
como a água. Também se deve atentar para o uso indiscriminado da energia
elétrica.
Dos universitários, 52% admitiram que em relação a o que os influencia a
comprar produtos novos é o atendimento de suas necessidades básicas, ou seja,
somente quando realmente precisam; 41% mencionaram que compram para atender
suas necessidades básicas e também os seus desejos momentâneos; 7%
responderam que o incentivo a comprar, é o aparecimento de um novo produto
tecnológico mais avançado, e nenhum dos universitários teve outra resposta que
definisse o que os influenciam no momento da compra.
O mercado atualmente dispõe de vários produtos inovadores que
despertam nos consumidores o desejo de possuí-los, influenciando as pessoas a
consumirem sempre mais, mesmo sem necessidade. Esse comportamento do
consumidor é algo complexo que envolve várias questões sociais, culturais,
econômicas.
Conforme menciona Rocha (2005), o consumo é um fenômeno
essencialmente cultural, e como tal, torna-se imprescindível que seja desvendado,
caso queiramos compreender e analisar a sociedade atual. Na sua visão, mesmo as
necessidades básicas são culturalmente inventadas, ou seja, são criadas e fazem
sentido apenas dentro de um contexto cultural específico. O consumo deve ser
compreendido como um sistema cultural de significação, que busca suprir,
primordialmente, necessidades simbólicas.
44
De acordo com Rambalducci (2010), para se verificar o comportamento
de um consumidor, é preciso estudar como eles selecionam, compram, usam e
descartam produtos ou serviços para atender suas necessidades e desejos, sendo
estes, influenciados por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos.
O excesso de consumo pode acarretar grandes problemas ambientais,
pois se o consumo é maior, consequentemente a produção de lixo irá aumentar,
poluindo ainda mais o meio ambiente. Por isso, é muito importante que as pessoas
analisem a real importância e necessidade do consumo, que na maioria das vezes,
serve somente para atender desejos supérfluos.
A sociedade atual quer consumir sempre mais, quanto mais conforto as
pessoas têm, mais elas querem ter, adquirindo cada vez mais, bens de consumo
muitas vezes desnecessários. A sociedade cria necessidades por novos produtos, e
estes são sempre substituídos por outro, e assim incentivando as pessoas a
constantemente comprarem novos produtos. A cada nova invenção tecnológica
lançada no mercado, às pessoas criam necessidade por este produto, fato que não
é a tecnologia que atende às nossas necessidades, e sim as necessidades é que
são criadas para atender à crescente produção e à elaboração cada vez mais
diversificada dos bens de consumo. Mas quando se conhece que o excesso de
consumo desnecessário afeta diretamente o meio ambiente, o consumidor pode
mudar seus hábitos de consumo (EDDINE; VETTORAZZI; FREITAS, 2008).
Neste item, obteve-se um resultado satisfatório, apesar de alguns ainda
comprar em para atender seus desejos momentâneos. O fato de a maioria ter uma
atitude coerente com o meio ambiente, já é um grande avanço, pois os universitários
são todos jovens e representam o público alvo dos apelos das mensagens
publicitárias a comprar produtos novos, mesmo assim, mostram-se conscientes da
responsabilidade ambiental que os consumidores devem ter podendo esse ser o
reflexo do conhecimento adquirido por eles na vida acadêmica.
Para Dias e Moura (2007), um consumidor sustentável é aquele que
compra e usa bens ou serviços somente para atender as suas necessidades
básicas, lembrando que, com isso pode-se diminuir a degradação ambiental provada
pelo excesso de consumo.
45
No dia em que cada pessoa souber consumir com qualidade, ou seja,
maximizando sua satisfação a cada compra, aproveitará melhor o que consome e,
consequentemente, consumirá em menor quantidade. Isso naturalmente, já contribui
para o ambiente, sem muito esforço adicional (CERBASI, 2012).
5.3 Influência do curso de Ciências Biológicas nas práticas de consumo
sustentável.
Para verificar a influência do curso de licenciatura em Ciências Biológicas
nas práticas de consumo dos universitários, foram elaboradas quatro perguntas. A
tabela 1 mostra que quando os universitários foram indagados sobre se sentirem
bem informados a respeito da sustentabilidade no meio acadêmico, 57,1%
respondeu que se sente bem informados. Em relação à influência dos professores
do curso a mudar seus hábitos de consumo, 64,3% mencionaram ser influenciados.
Quando questionados se o curso e as disciplinas os influenciaram a mudar seus
hábitos de consumo, 57,1% citaram ser influenciados a ter hábitos de consumo mais
sustentáveis. Com o conhecimento adquirido pelos universitários no decorrer do
curso, foram interrogados sobre se já influenciaram outras pessoas a ter também
hábitos de consumo sustentável, 62% admitiu que influenciam outras pessoas,
sempre que possível.
Tabela 1: Questionamentos para verificar a influência do curso de Ciências Biológicas da
FECLI/UECE, nas práticas de consumo sustentável dos universitários. Iguatu/CE, 2012.
Nº %
Considera-se bem
informado sobre a
sustentabilidade no
meio acadêmico? (n=42)
Sim. 24 57,1
Um pouco. 15 35,8
Não. 3 7,1
Sente-se influenciado
pelos professores do
curso de Ciências
Biológicas a ter hábitos
de vida mais
sustentáveis? (n=42)
Sim. 27 64,3
46
Às vezes. 13 30,9
Nunca. 2 4,8
O Curso e as disciplinas
te influenciaram a mudar
hábitos de consumo?
(n=42)
Sim. 24 57,1
Um pouco, mas não o
suficiente.
17 40,5
Não. 1 2,4
Com o conhecimento
sobre as consequências
do excesso de consumo
para o meio ambiente, já
influenciou alguém a
praticar o consumo
sustentável? (n=42)
Sempre que possível. 26 62,0
Algumas vezes. 15 35,8
Nunca. 1 2,2
FONTE: Direta Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI-UECE/2012.
Atualmente, a sustentabilidade é um tema bastante discutido nas
universidades, pelos meios de comunicação e empresas, com o intuito de formar
profissionais conhecedores das causas ambientais. Devido a isto, o atual modelo
econômico vem tentando ser mais sustentável, e as instituições de ensino estão
assumindo o compromisso de educar para o respeito perante o meio ambiente.
Como relata Spuldaro e Pereira (2011), a palavra sustentabilidade vem se
tornando comum em função das frequentes abordagens veiculadas pela mídia,
deixando explícito, as reais e variadas finalidades deste termo. Para Dubeux e
Borges (2010), além da mídia, o termo sustentabilidade penetrou em outros campos,
como o governamental, o acadêmico e o empresarial, impulsionando seu uso tanto
em discursos mais formais como em conversas do cotidiano.
Segundo Rocha, Pereira e Barbosa (2010) para atender as exigências
atuais da sociedade, as universidades têm se dedicado à formação de profissionais
diversos, que possam atuar nas diferentes áreas do conhecimento voltadas para o
meio ambiente, envolvendo os diversos currículos de cursos de áreas de
licenciaturas que têm focalizado com maior intensidade a educação ambiental e a
47
necessidade de formação de educadores ambientais ou de profissionais voltados
para o desenvolvimento sustentável do planeta.
A educação ainda é um dos principais veículos de disseminação do
conhecimento sobre a sustentabilidade. Nas universidades, este tema é abordado
em várias disciplinas, motivado pela situação de degradação no qual se encontra o
meio ambiente. O curso de licenciatura em Ciências Biológicas tem disciplinas
envolvidas nas questões ambientais, tais como a educação ambiental, talvez por
este motivo os universitários mencionaram ser bem informados em relação a
sustentabilidade. Segundo Kraemer (2006), a educação ambiental é parte essencial
e indispensável na tentativa de se chegar ao desenvolvimento sustentável, pois é a
maneira mais direta e funcional de se conseguir a participação da população.
Araújo (2004) aponta que as faculdades de licenciatura, por serem
formadoras de educadores ambientais, têm duas principais funções, que é a de
formar professores para os distintos níveis de escolaridade, propondo iniciativas de
continuidade dessa formação, e de investir em pesquisa de práticas educativas e
metodologias fundadas na interdisciplinaridade e na investigação.
Conforme menciona Guimarães e Tomazelo (2003), a introdução da
educação para o meio ambiente na universidade como uma prática indispensável
para trabalhar valores e conceitos, além de desenvolver atitudes e aptidões para que
universitários possam adotar uma posição crítica, e ao mesmo tempo participativa,
em relação aos complexos problemas ambientais, firmando um compromisso com a
melhoria da qualidade de vida de todos.
Para Kraemer (2006), as Universidades, assim como todos os
estabelecimentos de Ensino Superior, que assumem uma responsabilidade
essencial na preparação das novas gerações para um futuro viável, tanto pela
reflexão como também por seus trabalhos de pesquisa básica, esses locais devem
não somente advertir, mas idealizar soluções racionais. Devem tomar a iniciativa
elaborando esquemas lógicos para o futuro. Devem também, fazer com que os
universitários tomem consciência dos problemas e das soluções através de seus
programas educativos e dando a eles o exemplo.
48
A universidade é, sem dúvida, um local que pode contribuir com a
geração de uma cultura que incentive práticas, atitudes e comportamentos positivos
em relação ao ambiente (GUIMARÃES; TOMAZELO, 2003).
No momento em que é discutido o tema sustentabilidade em sala de aula,
espera-se que isto possa influenciar alguns alunos a terem hábitos de vida mais
sustentáveis, influência esta proveniente das disciplinas e dos professores que as
ministram, que tem como função repassar a importância do meio ambiente para os
alunos e os incentivar a preservá-lo para que a sociedade futura não se prejudique
pela escassez de recursos.
Os professores devem sensibilizar os universitários através do ensino e
também por meio de suas atitudes que servem como modelo de vida que os alunos
decidirão seguir ou não. Fato este, que é comprovado pela afirmação dos
universitários que se sentem mais influenciados pelos professores do que até
mesmo pelo curso e as disciplinas, sendo este um fator positivo, pois demonstra que
os professores são preparados para exercerem sua função, facilitando o
aprendizado dos universitários.
De acordo com Rambalducci (2010) a aprendizagem é um processo
contínuo, onde o conhecimento adquirido sobre o mundo é revisado
constantemente, enquanto as pessoas são expostas a novos estímulos.
O professor acadêmico precisa garantir na sua ação cotidiana um
posicionamento coerente entre o conhecimento que ensina e o conhecimento
científico. Fato este, fundamental para modificar as atitudes de alguns alunos que,
por algum motivo, ainda não fazem referência da importância e da responsabilidade
que cada indivíduo possui para com o meio ambiente (SPULDARO; PEREIRA,
2011).
O excesso de consumo causa vários problemas ambientais, como a
poluição e a extração irregular dos recursos naturais. A educação pode mudar a
atitude de muitas pessoas para praticarem o consumo sustentável, quando se tem
conhecimento das causas ambientais e são influenciados a mudar hábitos de vida. É
importante que nesse momento exerça a função de disseminar o conhecimento
49
adquirido, influenciando outras pessoas a terem hábitos de consumo sustentável, é
este o papel de cada cidadão sensibilizado sobre as questões ambientais.
Por estarem incluídos no curso de licenciatura em Ciências Biológicas, e
futuros educadores e biólogos, é essencial que os universitários entendam o que é o
termo sustentabilidade, assim como pratiquem o consumo sustentável em seu
cotidiano. Pois são esses jovens que podem influenciar positivamente outras
pessoas a mudarem seus hábitos de vida não sustentáveis para serem
consumidores ecologicamente corretos.
A posição social desejável do Biólogo diante do público leigo seria, entre
outras atribuições, o de trazer à tona as problemáticas ambientais, para que este
possa formar sua consciência sobre o assunto (BELTRAME, 2008).
Os universitários, conhecedores das causas ambientais, devem enquanto
consumidores, ter comportamentos de consumo mais compatíveis com as causas
ambientais e, como cidadãos, devem ter plena consciência de seu papel e das
consequências de suas ações, para contribuir de forma decisiva, seja
individualmente como voluntário ou coletivamente, de forma organizada, para
construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais responsável, que se preocupe
com a herança que deixará para as gerações futuras (ALMEIDA; JÚNIOR;
PASTORE, 2007).
Para Coelho (2012), a educação tem a função de contribuir para uma
mudança de comportamento em relação ao consumo não responsável, tornando-se
um instrumento de transformação da conduta dos indivíduos, contribuindo, dessa
forma, para a construção de valores sociais, atitudes e aptidões, com vistas à
concretização de um modelo de desenvolvimento que considere os aspectos sociais
e ecológicos.
50
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sustentabilidade é um tema amplamente abordado e discutido nos
meios de comunicação, conferências e debates. Para se alcançar a
sustentabilidade, um dos caminhos é ser um consumidor ecologicamente correto ou
sustentável; considerando o atual modelo econômico e a sociedade consumista,
esse ato se torna um grande desafio.
O presente trabalho analisou três fatores essenciais para a disseminação
da sustentabilidade, em universitários incluídos no sétimo e nono semestres, do
curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de
Iguatu (FECLI). Os fatores foram: o nível de sensibilização ambiental dos
universitários, bem como as práticas de consumo sustentável por parte deles e a
influência da graduação nas suas práticas de consumo.
No estudo, percebeu-se que os universitários demonstraram um nível
favorável de sensibilização ambiental, comprovado pelas respostas que foram
positivas e coerentes com relação ao meio ambiente.
Na análise das práticas de consumo sustentável dos universitários,
evidenciou-se que a maioria deles pode ser considerados consumidores
sustentáveis, fato ocorrido provavelmente por serem universitários veteranos do
curso de Ciências Biológicas e possivelmente conscientes das suas atitudes na
sociedade do consumo. Apesar disso, alguns universitários não demonstraram ter
hábitos de consumo sustentável em seu cotidiano, mostrando que a prática do
consumo envolve outros fatores, que podem superar a preocupação que os alunos
possam ter com relação o meio ambiente no momento da compra.
O curso de Ciências Biológicas da FECLI demonstra contribuir para a
disseminação do conhecimento sobre a sustentabilidade, fato confirmado pela
pesquisa evidenciando que os universitários sentem-se influenciados pelo curso,
disciplinas e professores a serem consumidores sustentáveis e preocupados com as
causas ambientais. Esse conhecimento e atitude são decorrentes da percepção que
os universitários obtiveram sobre os assuntos tratados em sala de aula.
51
Com isso, torna-se um fator de grande importância, que os professores do
curso de licenciatura em Ciências Biológicas permaneçam atuando como
incentivadores e fornecedores de conhecimento sobre a sustentabilidade, seja em
disciplinas como a Educação Ambiental e a Ecologia, como também em outras
disciplinas de forma interdisciplinar. Incentivando os universitários a participarem de
campanhas, projetos, debates relacionados às questões ambientais. Essa atitude da
faculdade poderá formar futuros profissionais conscientes da importância da
conservação do meio ambiente e da utilização equilibrada dos recursos naturais,
tornando-se possíveis consumidores responsáveis em seu cotidiano e também
propagadores do consumo sustentável.
52
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Dissertação (Mestrado em Administração Pública) – Escola de Administração de
Empresas de São Paulo, São Paulo. 2010.
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Consumo sustentável a percepção e a prática de estudantes do curso de ciências biológicas da faculdade de educação, ciências e letras de iguatu luc

  • 1. 0 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LUCILANE TAVARES DE OLIVEIRA CONSUMO SUSTENTÁVEL: A PERCEPÇÃO E A PRÁTICA DE ESTUDANTES DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU IGUATU-CEARÁ 2012
  • 2. 1 LUCILANE TAVARES DE OLIVEIRA CONSUMO SUSTENTÁVEL: A PERCEPÇÃO E A PRÁTICA DE ESTUDANTES DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU Monografia apresentada ao curso de Graduação em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas. Orientadora: Profa . Esp. Mayle Alves Bezerra. IGUATU-CEARÁ 2012
  • 4. 3 Dedico a Deus, pelo amor e pela dádiva de viver esse momento. A minha família, a minha orientadora Mayle Alves Bezerra e ao meu namorado Carlos Alberto, pelo esforço de todos em me ajudar nessa caminhada.
  • 5. 4 AGRADECIMENTOS Neste momento, muitas coisas vêm em minha cabeça, muitas lembranças, muitas pessoas e momentos que ficarão para sempre guardados em meus pensamentos. Grandes foram às batalhas, derrotas e glórias em minha vida, que deixaram marcas e ensinamentos que me ajudaram a crescer como pessoa e como profissional. Agradeço a Deus que sempre esteve presente em minha vida, e me segurou firme impedindo que eu caísse em meio às lutas. Deus foi quem me iluminou desde o vestibular até este momento, e sei que na minha jornada Ele continuará a segurar em minha mão com todo o seu amor. A minha querida orientadora Mayle Alves Bezerra, que levarei em meu coração por toda minha vida, pois ela é para mim um exemplo de mulher batalhadora, profissional exemplar e uma pessoa maravilhosa que me ajudou sempre que precisei, me orientando com carinho e paciência. De coração, agradeço ao meu namorado, Carlos Alberto, que foi um presente que Deus me enviou, e que sempre me ajudou nessa jornada, e com toda a sua paciência, não mediu esforços para me ver bem e realizada. Agradeço a minha tão amada mãe Lúcia Maria, que sempre me apoiou e me incentivou a não desistir nunca dos meus sonhos. Ao meu pai Francisco Felipe, que sempre acreditou em mim e me ensinou a superar as barreiras que a vida nos coloca. Ao meu irmão Leonardo, que foi a pessoa que mais me incentivou a ingressar num curso acadêmico e que pela sua coragem e determinação em vencer me impulsionou a tentar ser sempre o melhor possível, mesmo diante das dificuldades. A minha linda e amada irmã Lucineide que sempre me apoiou em todas as minhas escolhas e me incentiva a crescer sempre mais. Ao meu cunhado Wilderval, que sempre quando possível me ajudou nessa etapa da minha vida. Aos meus amigos de caminhada acadêmica, no qual dividimos as lutas e aflições e que vivemos muitos momentos que marcaram minha vida, momentos estes que nos tornou verdadeiros irmãos de coração, Deus nos uniu durante esses anos para que realmente fossemos uma família, e foi isso que nos tornamos uma
  • 6. 5 grande e amável família. Nunca me esquecerei das nossas batalhas vencidas e sofridas, pois foram elas que nos uniram, apesar das nossas diferenças. Aos meus maravilhosos professores Alana Cecília, Ana Cristina, Ricardo Rodrigues, Môngolla Abreu, Fernando Roberto, Carmen Rogelia, Sdena Nunes, Irismaura, Ana Kelen, pelo incentivo e apoio, sempre nos impulsionando a crescer como pessoa e como profissional. Esse grupo de professores foi muito importante na minha vida, pois foram eles que me mostraram que ser professor é algo belo e que vale a pena seguir nessa estrada, com eles aprendi não só disciplinas da grade curricular, mas aprendi também a viver e isso ficará para sempre guardado em meu coração. Esses professores são, sem dúvida alguma, os mais especiais presentes que Deus colocou em meu caminho, agradeço com todo o meu amor por eles terem cumprido perfeitamente a função de educar para ser um bom profissional e ser uma ótima pessoa, eles se tornaram exemplos de vida e de amor pela profissão. Obrigada a todos, pois sem vocês nada disso teria tanto valor!
  • 7. 6 Não desista, não pare de crer. Os sonhos de Deus jamais vão morrer. Ludmila Ferber
  • 8. 7 RESUMO Nos últimos anos, a mídia e supostas necessidades pessoais vêm influenciando a sociedade a desenvolver um consumo desordenado, o que vem acarretando atos compulsivos em relação à aquisição de bens; muitas vezes, essa influência, apenas potencializa um desejo já existente nos consumidores. Ambientalmente, isso acarreta consequências desastrosas, principalmente para o meio ambiente. Por essa razão, viu-se a necessidade de conhecer e praticar o consumo sustentável. O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, proporciona a disciplina de Educação Ambiental e a Ecologia, que tratam do meio ambiente e das questões ambientais, tendo um papel fundamental na formação de princípios e reflexões sobre a sustentabilidade. Este trabalho teve como objetivo identificar o nível de sensibilização ambiental e a prática do consumo sustentável dos alunos do curso de licenciatura em Ciências Biológicas, verificando a influência do curso nessas práticas de consumo. A população pesquisada foi alunos do sétimo e nono semestres do curso de Ciências Biológicas da referida faculdade. Os dados foram coletados no mês de setembro de 2012, a partir de um questionário estruturado, composto por dezesseis perguntas, com o intuito de responder aos objetivos desta pesquisa. A partir deste trabalho, pôde-se verificar que os universitários em estudo, tem um nível favorável de sensibilização ambiental, sendo que a maioria deles reflete essa sensibilização nos seus atos de consumo, apesar de alguns não praticarem o consumo sustentável, e o curso de Ciências Biológicas tem uma influencia positiva nas práticas de consumo sustentável dos universitários. Devido a isso, conclui-se que o curso de Ciências Biológicas, juntamente com os professores, deve continuar atuando como incentivadores e fornecedores de conhecimento sobre a sustentabilidade, seja em disciplinas como a Educação Ambiental e a Ecologia, como também nas outras disciplinas de forma interdisciplinar, com essa atitude, formar-se-á profissionais responsáveis e conhecedores da importância da prática e do incentivo ao consumo sustentável em seu cotidiano. Palavras-chave: Sustentabilidade; Educação Ambiental; Sensibilização Ambiental.
  • 9. 8 ABSTRACT In recent years, the media and alleged personal needs has been influencing society to develop a disordered consumption, which has been causing compulsive acts in relation to the acquisition of goods; often this influence, only potentiates a desire existing consumers. And environmentally, this entails disastrous consequences mainly for the environment. Therefore see itself the need to know and practice sustainable consumption. The Bachelor's Degree in Biological Sciences, Faculty of Education, Sciences and Letters of Iguatu, offers the discipline of environmental education and ecology, that deal with the environment and environmental issues, having a fundamental role in the formation of principles and reflections on sustainability. This study aimed to identify what level of environmental sensitization and the practice of sustainable consumption of pupils the pursued a licentiate in Biological Sciences, checking the influence the course of these consumption practices. The surveyed population was pupils of the seventh and ninth semesters of Biological Sciences, Faculty of Education, Sciences and Letters of Iguatu. The data were collected in the month of September 2012, from one structured questionnaire composed of sixteen questions, with the intention of respond to the objectives of this research. From this work it can be verified that the academics under study has a favorable level of environmental sensitization, the majority them reflects this sensitization in their acts of consumption, despite some do not practice sustainable consumption, and the Biological Sciences course has a positive influence on sustainable consumption practices of academics. Because of this, it is concluded that the course of Biological Sciences, together with teachers, should continue to act as encouragers and providers of knowledge about the sustainability, is in disciplines such as Environmental Education and Ecology, as also in other disciplines in an interdisciplinary manner, with that attitude, will form responsible professionals and connoisseurs the importance of practice and the incentive to sustainable consumption in their daily. Keywords: Sustainability, Environmental Education, Environmental sensitization.
  • 10. 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10 2 OBJETIVOS............................................................................................................ 12 2.1 Objetivo Geral...................................................................................................... 12 2.2 Objetivos Específicos........................................................................................... 12 3 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 13 3.1 A importância da Educação para a sustentabilidade........................................... 13 3.2 O consumismo e seus reflexos no Meio Ambiente.............................................. 14 3.3 Educação Ambiental e o consumo sustentável.................................................... 18 3.4 Percepção ambiental: a contribuição do ensino superior..................................... 22 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................................ 25 4.1 Tipo de Estudo...................................................................................................... 25 4.2 População e Amostra............................................................................................ 25 4.3 Local de Estudo.................................................................................................... 25 4.4 Coleta de Dados................................................................................................... 26 4.5 Análise Estatística de Dados................................................................................ 26 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 27 5.1 Nível de sensibilização ambiental dos alunos...................................................... 27 5.2 Prática de consumo sustentável por parte dos alunos......................................... 32 5.3 Influência do curso de Ciências Biológicas nas práticas de consumo sustentável.................................................................................................................. 45 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 50 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 52 APÊNDICES............................................................................................................... 60 Apêndice A – Questionário para alunos do sétimo e nono semestres do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu.......... 61 Apêndice B – Termo de Autorização para realização da pesquisa............................ 65 Apêndice C – Termo de Consentimento dos participantes da pesquisa.................... 67
  • 11. 10 1 INTRODUÇÃO O futuro das espécies, inclusive da espécie humana, depende do equilíbrio da natureza, isto é, de uma relação harmoniosa entre as espécies do planeta. No entanto, nos últimos séculos esse equilíbrio tem-se desfeito devido à prática egoísta dos humanos em querer dominar a natureza sem pensar em suas consequências. Nesse sentido, vê-se a importância da Educação Ambiental no processo de ensino, como uma ferramenta indispensável para a formação de cidadãos cada vez mais preocupados com a conservação do meio ambiente, formando pessoas com atitudes e valores voltados para o bem da natureza de forma geral. A Educação Ambiental pode ser considerada como uma forma de educar o ser humano em relação ao meio ambiente ao qual ele é parte integrante que não pode ser desvinculada (SOUZA; BENEVIDES, 2005). Por mais que essa Educação Ambiental esteja presente, não basta só saber o que é correto, mas também praticar aquilo que foi repassado, sendo esta ação transmitida para a sociedade como uma forma de cidadania, pois o nível de sensibilização ambiental deverá ser medido por ações e não simplesmente por saberes. Atualmente, a sociedade é voltada para o consumo desenfreado, influenciado pela mídia e por desejos pessoais. Os jovens são as principais vítimas desse consumismo, querendo sempre seguir as tendências de moda que mudam constantemente, exigindo deles a compra incessante de produtos novos. A cada momento, surgem novas marcas, modelos, tecnologias e produtos, sempre incentivando o consumo. Muitas vezes, o desejo de consumir sempre, se torna algo compulsivo. Ambientalmente, isso acarreta consequências desastrosas, pois se o consumo é maior, o descarte, o lixo e a produção de produtos também aumentam, desequilibrando ainda mais a natureza por meio da poluição e da extração de recursos naturais para a industrialização. Para isso, torna-se essencial a percepção e a prática de um consumo mais equilibrado, que possa atender as nossas necessidades e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente, entendendo o ser humano como parte integrante e não como proprietário desse meio.
  • 12. 11 O processo de aprendizado, pela Educação Ambiental, é uma das melhores maneiras de mudar esse consumismo desenfreado, colocando em prática o consumo sustentável, que deverá ser refletido na sociedade como um ato de consumo consciente, visando não só o bem estar próprio, mas também o bem da natureza. Essa forma de consumo está relacionada ao ato da compra de produtos, reciclagem e ao não desperdício dos recursos naturais. A sustentabilidade é um tema que atualmente é discutido em todo o mundo, e inclui questões sociais, econômicas e ambientais, que visam uma melhor qualidade de vida, sem prejudicar o meio ambiente e as gerações futuras. Pode-se dizer que a sustentabilidade, bem assimilada, consiste em assegurar, hoje, o bem- estar físico, psíquico e espiritual, sem inviabilizar o multidimensional bem-estar futuro (FREITAS, 2011). O curso de licenciatura em Ciências Biológicas proporciona a disciplina de Educação Ambiental e a Ecologia, que também trata do meio ambiente e das questões ambientais, tendo um papel fundamental na formação de princípios e reflexões sobre a sustentabilidade, algumas das responsabilidades é a formação de uma sensibilização e atitude ambiental positiva, como o consumo sustentável. Portanto, o curso de Ciências Biológicas, além de ter uma contribuição significativa para a formação pessoal de seus alunos sobre a sensibilização ambiental, também ajudará na disseminação dessa postura para outras instâncias, uma vez que esses acadêmicos serão educadores e formadores de opiniões. Entretanto, ter a percepção das questões ambientais, não significa, obrigatoriamente, ter uma ação de consumo ecologicamente correto. Isso porque o comportamento do consumidor consciente relacionado aos problemas ambientais, deve ser analisado não somente por meio da conduta de compra, reciclagem ou eliminação do produto, mas também através da verificação de atitudes ativas e positivas (GOMES; GORNI; DREHER, 2011). Neste contexto, percebeu-se a necessidade de realizar uma investigação a fim de identificar se os discentes do curso de Ciências Biológicas aprenderam, no decorrer do processo de formação acadêmica, a pensar, executar e disseminar a sustentabilidade em todos os seus aspectos, visto que, serão futuros formadores de opinião e certamente serão exemplos para boa parte de seus alunos.
  • 13. 12 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Investigar a percepção e a prática do consumo sustentável dentre os alunos do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI/CE. 2.2 Objetivos Específicos  Identificar o nível de sensibilização ambiental dos alunos do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI/CE;  Investigar o comportamento quanto ao consumo sustentável dos alunos do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI/CE;  Verificar a influência do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI/CE, nas práticas de consumo sustentável dos alunos. .
  • 14. 13 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 A importância da Educação para a sustentabilidade. Nos últimos anos, os recursos naturais têm sido utilizados como se fossem infinitos, e não há qualquer preocupação com os impactos das atividades realizadas (GOMES, 2006). Com isso, a sociedade vem sentindo o efeito de mudanças ecológicas, como as mudanças climáticas, que resultam em tragédias em todos os cantos do mundo. Esse cenário promove um repensar sobre o comportamento humano na sua relação com o ambiente (GOMES; GORNI; DREHER, 2011). De uma forma geral, a Educação é comumente conceituada, apenas como o ato ou a arte de saber educar e educar-se. Sob o ponto de vista ecológico, ela constitui a adaptação (ecológica- evolutiva- social) do ambiente em que se vive. Em outras palavras, o homem tem que se instruir para conhecer seu ambiente (SOUZA; BENEVIDES, 2005). A Educação, relacionada ao meio ambiente, é entendida como os processos por meio dos quais, o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (CAVALHEIRO, 2008). Com o intuito de despertar em todas as pessoas a consciência de que o ser humano depende do meio ambiente para sua sobrevivência, e com isso superar a visão antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de tudo (COSTA; PAIVA; FILGUEIRA, 2006). Nas suas diversas possibilidades, a educação para a sustentabilidade abre um estimulante espaço para um repensar de práticas sociais, com base numa adequada percepção, essencial do meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e soluções e da importância da responsabilidade de cada um para construir uma sociedade mais equitativa e ambientalmente sustentável (JACOBI, 2006).
  • 15. 14 Partindo para o conceito de Sustentabilidade, em seu sentido lógico, é a capacidade de se sustentar, de se manter. Uma atividade sustentável é aquela que pode ser mantida para sempre. Em outras palavras, é uma exploração de um recurso natural exercida de forma sustentável que durará para sempre, não se esgotará nunca. O sentido mais importante dessa sustentabilidade é que ela simplesmente representa a justiça em relação às gerações futuras (MIKHAILOVA, 2004). Relativamente atualizado e relacionado a todas as esferas da vida em sociedade, sejam elas econômicas, sociais, culturais ou ambientais, a definição de sustentabilidade procura harmonizar o ser humano, enquanto um ser social, levando em conta o desenvolvimento econômico e o equilíbrio do meio ambiente. Com isso, é possível caracterizar práticas sustentáveis entre as ações que são, ao mesmo tempo, economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente respeitosas e ecologicamente corretas (INSTITUTO AKATU, 2009). O ensino para a sustentabilidade destaca a necessidade de mudança de atitudes e comportamentos individuais em detrimento de mudanças que envolvem processos políticos e econômicos (LIMA, 2003). Sendo este ensino, utilizada para capacitar a sociedade no sentido de proteger o bem comum para a presente, e as futuras gerações, incentivando a busca e a disseminação do conhecimento, a implantação de tecnologias orientadas para uso eficiente de recursos naturais e a proteção da natureza (BRASIL, 2011). 3.2 O consumismo e seus reflexos no Meio Ambiente. O consumismo é considerado um consumo excessivo, irresponsável e desenfreado, que pode ser entendido como o processo pelo qual o consumidor interage com os elementos do universo material de que se apropriam, e por meio do qual se relacionam com outros seres humanos e consigo mesmo, sem medir qualquer consequência do excesso deste ato (BELINKY, 2010). O modelo econômico adotado atualmente pelas sociedades proporciona e induz a um alto padrão de consumo, que mesmo ao alcance de poucos, é insustentável pelos danos que acarreta para o meio ambiente (GOMES, 2006).
  • 16. 15 O rápido crescimento populacional em todo o mundo causa uma necessidade muito grande de bens de consumo, e o consumo excessivo, por sua vez, gera desperdício (PANAROTTO, 2008). Consumir faz parte do dia-a-dia, e o consumo identifica as pessoas e as torna homogêneas, ou heterogêneas pelo que possuem (TRANNIN, 2011). Deste modo, a sociedade atual de consumo, vende a satisfação dos desejos individuais, mas desperta nos consumidores a cada momento novos desejos a serem satisfeitos, fazendo-os querer consumir sempre mais (BUENO, 2008). O consumo está presente em todos os momentos da vida do ser humano, seja no ato de tomar banho, quando se utiliza água e sabonete, seja ao andar de carro, quando se consome combustível. Dependendo da atividade exercida por cada um, haverá diferentes tipos de consumo (COSTA; OLIVEIRA, 2009). Os jovens, por exemplo, estão muito associados ao consumismo e ao materialismo vinculados às marcas, às tecnologias e à mídia com os quais se identificam. Dessa forma, eles se afirmam e se diferenciam perante os demais grupos sociais, criando um estilo de vida que cultiva o presente e a sua satisfação das necessidades (CARDOSO; CAIRRÃO, 2007). Inserido nesse contexto, o acesso aos créditos, cartões e outras facilidades nas vias de pagamentos parcelados, faz com que o consumo comece muito cedo e se ampara, sobretudo na combinação do crédito fácil, do forte apelo do consumo e da necessidade de afirmação dentro do grupo social. A responsabilidade sobre o consumo deve ser acompanhada para evitar o endividamento e ter discernimento sobre o valor das coisas (AZEVEDO, 2011). Isso acontece, porque para a sociedade a forma que se consome é maneira de como se vê o mundo. Há, portanto, uma conexão entre valores éticos, escolhas políticas, visões sobre a natureza e comportamentos relacionados às atividades de consumo (BRASIL, 2005). Quando há o excesso de consumo, isso pode indicar a despreocupação dos indivíduos quanto aos aspectos da coletividade, na medida em que a consequência individualista indica o pensamento alienado, quanto à abundância de recursos no meio ambiente.
  • 17. 16 Os produtos que consumimos, muitas vezes não são de boa qualidade, a maioria deles são fabricados de modo que tenham curta duração e não permitam consertos ou reutilização. Com isso, vão rapidamente parar nos lixões, onde geram mais contaminação. Mantendo esse estilo de vida não sustentável, exercendo excessiva pressão sobre o meio ambiente, dentro de algum tempo, poderá levar o planeta a uma crise. Para que isso não ocorra é preciso reagir contra o consumismo desenfreado aconselhado pelas mensagens publicitárias (UNIMED, 2005). É por isso que deve haver uma mudança na maneira de como se visualiza o modelo de desenvolvimento atual e, por conseguinte, nas práticas de consumo até então realizadas. Isso pode ser conquistado com a modificação no padrão de consumo, em que se busca redirecionar a visão do consumo moderno. Como as práticas de consumo são individuais, percebe-se que cada um possui a condição de escolha sobre suas ações, seguir a ideia de mudança no padrão de consumo e considerá-lo viável (SILVA; BALBINO; GÓMEZ, 2011). No entanto, é o comportamento do consumidor que direciona e influencia a estrutura e o funcionamento do mercado, e este comportamento pode ser influenciado pela mídia com suas mensagens publicitárias, pelos familiares, amigos, formação cultural e pela educação (OLIVEIRA; CÂNDIDO, 2010). O estudo relacionado ao comportamento do consumidor e o impacto que este causa sobre o meio ambiente, inserindo a questão do consumo nas discussões acerca da sustentabilidade é algo novo. Essa discussão surgiu diante da comprovação dos altos níveis de degradação ambiental ocasionados pela excessiva extração de recursos naturais necessárias à produção e pela grande quantidade de resíduos gerados após o consumo dos itens produzidos (BARROS; OLIVEIRA; CÂNDIDO, 2010). O consumo irresponsável dos produtos gerados pela tecnologia tem conduzido o planeta a um caminho de degradação e colocado em risco iminente à sobrevivência de boa parte da humanidade. A urgência em encontrar soluções para a crise ambiental, tem feito com que a palavra sustentabilidade esteja cada vez mais presente nas discussões sobre como melhorar a qualidade de vida humana sem causar os efeitos adversos da degradação ambiental (HARTMANN; ZIMMERMANN, 2008).
  • 18. 17 Ultimamente, a abundância dos bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema industrial é considerada um símbolo do sucesso da economia moderna. No entanto, esta abundância passou a receber um sentido negativo, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo, um dos principais problemas das sociedades industriais modernas. O aumento no consumo de energia, água, minerais e elementos da biodiversidade vêm causando sérios problemas ambientais, como a poluição da água e do ar, a contaminação e o desgaste do solo, o desaparecimento de espécies animais e vegetais e as mudanças climáticas (BRASIL, 2005). Certamente, a vida é dependente do consumo, sendo que este em excesso, implica em diminuição ou esgotamento de recursos naturais necessários à produção. Desta forma, a questão central, transfere-se para a ocorrência do consumo excessivo, ou seja, a obsessão por consumir sem preocupações com os problemas ambientais e sociais resultantes destes processos (OLIVEIRA; CÂNDIDO, 2010). Com isso, o consumo passou a ser reconhecido como elemento vital em debates sobre sustentabilidade, com destaque para a Agenda 21, documento elaborado durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92, que consiste em um documento que estabelece um programa de ação para implementar as decisões tomadas durante a realização da “Rio 92”, estabelecendo as dez responsabilidades dos Estados em eliminar sistemas insustentáveis de produção e consumo, o qual dedicou o capítulo às políticas públicas para mudança nos padrões de consumo (JACKSON, 2006 apud OLIVEIRA; CÂNDIDO, 2010). A questão central da prática de consumo é saber que tipo de consumo se deve praticar, para satisfazer necessidades básicas ou supérfluas. Aprender a escolher e ajudar a sociedade a ter uma atitude crítica e saudável, com certeza transformará as pessoas em seres humanos melhores, ampliando assim, o papel da responsabilidade frente ao mundo, assim como a capacidade de agir e transformá-lo (AIUB; MARTINS; REINECKE, 2011). Com isso, a crescente degradação do meio ambiente devido ao consumo exagerado, se tornou um desafio em estabelecer um equilíbrio entre o
  • 19. 18 desenvolvimento socioeconômico e a preservação do meio ambiente. Isso requer, dentre outras atitudes, a incorporação de outra forma de consumo, conhecido como consumo sustentável (COSTA; OLIVEIRA, 2009). 3.3 Educação Ambiental e o consumo sustentável Em meio à complexidade que envolve o comportamento do consumidor, destaca-se a importância da sua relação com o meio ambiente. Com isso, surge a reflexão sobre como os indivíduos podem suprir sua necessidade de consumir bens e serviços, de modo a não promover a degradação ambiental, pois, mesmo o consumo de poucas pessoas, ao longo de suas vidas, faz diferença, tendo impacto sobre a sociedade e o meio ambiente (GOMES; GORNI; DREHER, 2011). A humanidade precisa fazer a transição para uma economia sustentável, que respeite os limites físicos essenciais ao ecossistema mundial e garanta que continue funcionando no futuro (DALY, 2005). Estão surgindo novas preocupações por parte de alguns consumidores, que mudaram o foco individualista de seu consumo para uma visão mais ampla, dando origem ao movimento na sociedade, por um consumo mais consciente (SANTOS et al., 2008 apud SILVA; BALBINO; GÓMEZ, 2011). Essa mudança de pensamento se dá através da Educação Ambiental e educação para o consumo, da percepção ambiental e da mudança de pequenas atitudes (PANAROTTO, 2008). No entanto, a Educação Ambiental concorre com os apelos ao consumo veiculados pelos meios de comunicação de massa, nos quais prevalece o apelo ao consumismo, embora também veiculem campanhas ambientalistas (BRANDALISE et al., 2009). Portanto, as ideias que os indivíduos têm sobre sustentabilidade podem variar, podendo ser orientadas por vontades ou desejos pessoais (GUIMARÃES; TOMAZELLO, 2004). A Educação Ambiental consiste em contribuir para a percepção das complexidades do ambiente de uma maneira que pode sensibilizar tanto o indivíduo, quanto a coletividade, da importância de sua organização e participação na defesa de todas as formas de vida. Pretendendo incentivar a mobilização dos cidadãos, a partir do reconhecimento das causas e das consequências dos impactos socioambientais que afligem o planeta, buscando satisfazer as necessidades
  • 20. 19 fundamentais da humanidade, ao mesmo tempo em que são respeitados os direitos das gerações futuras terem acesso a um ambiente sadio. Resumindo, a Educação Ambiental é um dos mecanismos que leva ao desenvolvimento sustentável, um dos veículos das alternativas da sustentabilidade (CASTRO; VIEIRA, 2011). O consumidor consciente ou sustentável é aquele que passa de ‘‘cidadão consumidor’’ a ‘‘consumidor cidadão’’, e esse processo inclui a busca do equilíbrio entre as necessidades individuais, as possibilidades ambientais e as necessidades sociais nas três etapas de consumo, que é a escolha na compra, no uso e no descarte. Nesse sentido, o consumidor passa a considerar os aspectos de eficiência do produto ou do serviço ao lado dos impactos sobre o meio ambiente e na sociedade (INSTITUTO AKATU, 2005). Este consumidor sustentável pode ser considerado um primeiro passo, para alcançar a sustentabilidade, à medida que, no plano individual, o consumidor pode adotar atitudes ambientalmente positivas, mudando sua postura no consumo (COSTA; TEODÓSIO, 2011). O consumo sustentável pode ainda ser entendido como sendo o responsável pela mudança do cidadão. A responsabilidade social é uma nova consciência do contexto social e cultural, no qual se inserem as empresas e os cidadãos. A proposta do consumo sustentável está repleta de análises que consideram que se os consumidores tiverem conhecimento suficiente, eles terão a necessária sensibilização ambiental que poderá induzi-los a atitudes e comportamentos corretos (AFONSO, PETRONI, SOUZA, 2011). Ter uma consciência ambiental implica na busca e na concretização de novos valores na forma de ver e viver no mundo, a partir da complexidade ambiental, que possibilita a construção de novos padrões cognitivos na relação homem/natureza (SOARES; NAVARRO; FERREIRA, 2004). O consumo sustentável pode ser definido como a consciência ecológica na compra de produtos e serviços, o não desperdício de recursos, o empenho em reciclagem de materiais e produtos e a propensão para um estilo de vida menos consumista (RIBEIRO; VEIGA, 2011). Esse tipo de consumo nasce da mudança de atitude dos consumidores e da sociedade em geral, é a forma de consumo que utiliza os recursos naturais para
  • 21. 20 satisfazer as necessidades atuais, sem comprometer as necessidades e os anseios das gerações futuras (GOMES, 2006). Ele abrange muito mais do que a escolha de produtos dentre os mais sustentáveis, exige a discussão ampla da revisão do modelo de consumo vigente e, em alguns casos, o consumo sustentável pode levar a um não consumo (CAPELINI, 2007). O consumo sustentável pode ser considerado como o uso de bens e serviços que atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes durante todo ciclo de vida do produto ou do serviço, de modo que não se coloque em risco, as necessidades das futuras gerações (BRASIL, 2011). De modo mais simples, esta forma de consumo, pode ser definida como um ato de equilíbrio. Trata-se de consumir protegendo o meio ambiente, utilizando os recursos naturais com sabedoria e promovendo a qualidade de vida agora, e mesmo assim não estragar a vida dos futuros consumidores (OLIVEIRA; CÂNDIDO, 2010). A ideia de um consumo sustentável não se limita a mudanças comportamentais de consumidores individuais ou, ainda, as mudanças tecnológicas de produtos e serviços para atender a este novo nicho de mercado. Apesar disso, não deixa de enfatizar o papel dos consumidores, porém priorizando suas ações, individuais ou coletivas, enquanto práticas políticas (BRASIL, 2005). Em sua essência, este modo de consumo deve criar nos consumidores uma sensibilização ecologicamente seletiva, capaz de desenvolver dentro do cotidiano novos hábitos de consumo mais responsáveis com menor volume de desperdício. Primeiramente deve-se educar para a redução, afinal nem tudo que consumimos é realmente uma necessidade, devemos passar a observar nossas necessidades “reais” e as “criadas” pela mídia. Posteriormente, deve-se educar para a reutilização, muitos dos produtos que consumimos podem servir para novos usos, a introdução desta prática em nossas vidas também minimizam os impactos dos descartáveis. E em seguida, temos que passar a reciclar os produtos já utilizados, ou seja, introduzi-los novamente ao sistema produtivo de forma que se transformem em novos produtos (ORTIGOZA, s/d).
  • 22. 21 Entretanto, o conhecimento das questões ambientais, apesar de ser considerado como um indicador da possibilidade de ação consciente do consumidor, não parece significar obrigatoriamente um comportamento de compra ecologicamente correto (GOMES; GORNI; DREHER, 2011). Isso porque o consumidor ecologicamente correto é aquele que tem consciência do impacto de seus hábitos de consumo no meio ambiente e que se empenha em comprar produtos que não prejudiquem o meio ambiente (CARDOSO; CAIRRÃO, 2007). Sabe-se que para perceber que é necessário ser consciente de que as ações do homem influenciarão no futuro da natureza e do planeta, é necessário ter uma percepção ambiental. Essa percepção é a interpretação que uma pessoa faz de uma mensagem e esta pode ser diferente dependendo de quem a recebe, o que leva a crer que o nível de instrução e experiência, influencia no modo como um estímulo é percebido e, consequentemente, nas atitudes e comportamentos de consumo, sendo que essa percepção é decorrente da Educação Ambiental (BRANDALISE et al., 2009). É a partir da percepção de que os atuais padrões de consumo estão nas raízes da crise ambiental, que a crítica ao consumismo pode passar a ser vista como uma contribuição para a construção de uma sociedade mais sustentável. Mas como o consumo faz parte do relacionamento entre as pessoas e promove a sua integração nos grupos sociais, a mudança nos seus padrões se torna muito difícil. Por isso, este tema vem fazendo parte de programas de Educação Ambiental (BRASIL, 2005). Devido aos aspectos mencionados anteriormente, a adesão dos consumidores às propostas de consumo ecologicamente correto deve ser compreendida e observada a partir de dois pontos de vista: atitudes e comportamentos. “Atitude” significa o grau de adesão do consumidor a valores, conceitos e opiniões sobre os papéis de empresas e consumidores em relação à sustentabilidade, e consumo consciente. Já “comportamento” está ligado à prática cotidiana de ações ligadas ao consumo e que geram impacto efetivo para o meio ambiente, a economia, o bem-estar pessoal e a sociedade como um todo (INSTITUTO AKATU, 2010).
  • 23. 22 Nesse contexto, a sensibilização ecológica deve ser buscada através da Educação Ambiental, sendo esta, uma grande aliada do consumo consciente e sustentável (PANAROTTO, 2008). Portanto, ela é uma forma efetiva de estimular a sensibilização e a participação de todos os cidadãos, partindo-se da dimensão individual para a coletiva e das questões locais para as globais (CASTRO; VIEIRA, 2011). 3.4 Percepção ambiental: a contribuição do ensino superior Nos últimos anos, os problemas ambientais vêm sendo alvo de constantes discussões no meio acadêmico, muito se discute sobre a origem desses problemas, as proporções que eles estão tomando na terra e em alguns momentos, também são apresentadas algumas propostas de prevenção aos impactos negativos que geram os problemas ambientais (MACÊDO; OLIVEIRA; MARACAJÁ, 2012). As Universidades, e todos os estabelecimentos de Ensino Superior, que assumem uma responsabilidade na preparação das novas gerações para um futuro viável quer pela reflexão e/ou por seus trabalhos de pesquisa, esses estabelecimentos devem não somente advertir, ou mesmo dar o alarme, mas também conceber soluções racionais. Devem tomar a iniciativa e indicar possíveis alternativas, elaborando esquemas coerentes para o futuro (SOUZA; BENEVIDES, 2005). Há uma necessidade de formar "ambientalmente" profissionais que, por sua atividade, anseia de alguma maneira, a qualidade do meio ambiente que é urgente, até porque, em última instância, é a qualidade do meio ambiente que vai garantir a qualidade de vida em uma sociedade mais justa (GUIMARÃES; TOMAZELLO, 2003). De acordo com Oliveira (2009, p. 14-15): As instituições de ensino superior (IES) têm sua empregabilidade embasada por três linhas de ação: ensino, pesquisa e extensão. No contexto da sustentabilidade, tais linhas são claramente definidas e valorizadas e de importância inestimável. O ensino tem seu papel na formação dos futuros profissionais, oferecendo não apenas a educação formal, as ferramentas e a tecnologia, mas também propiciando uma formação plena, interiorizando valores e moldando o caráter comprometido com a sustentabilidade do planeta, com a promoção humana e valorização da vida. No campo da pesquisa, as IES têm o compromisso de desenvolver tecnologias limpas, voltadas para evitar ou reduzir os danos ambientais causados pelas
  • 24. 23 atividades antrópicas [...]. A extensão consiste na difusão de tais tecnologias, aplicando-as em beneficio da coletividade [...]. A Universidade como contribuidora de um futuro sustentável, pode utilizar, ao seu favor, as ciências e as tecnologias, a fim de proporcionar uma maior compreensão dos limites da natureza, confrontando eficiência e produtividade na certeza de que as necessidades atuais da humanidade estão próximas desses limites; sendo a educação baseada na “eco-ética”, reconhecendo os recursos naturais como bens universais e promovendo assim, um consumo justo e responsável (OLIVEIRA, 2009). Entende-se que cabem iniciativas de pesquisa sobre atitudes práticas dos alunos em seu cotidiano, no sentido de fortalecer o preparo de profissionais que sejam comprometidos com o atendimento de demandas relacionadas com a sustentabilidade social e ambiental. É possível observar como prática relevante para o contexto organizacional e social, assim como pelo crescente interesse e difusão, a importância da formação em gestão social e ambiental para estudantes (AZEVEDO, 2011). A Educação Ambiental no meio acadêmico pode ser considerada essencial, como uma possível ferramenta mais apta e efetiva de sensibilização e difusão de informações e percepções, capazes de tornar a coletividade, o ator principal na luta pela sadia qualidade de vida (CASTRO; VIEIRA, 2011); sendo que ela possui um papel fundamental na formulação de uma nova mentalidade. De modo mais específico, a educação para o consumo é elemento-chave na sensibilização da população. Somente com atitudes e procedimentos éticos será possível a construção de uma sociedade mais justa, para o que a Educação Ambiental tem um papel fundamental (GOMES, 2006). A educação para a sustentabilidade deve ocorrer através de processos contínuos e interativos, e inclina-se para a formação de atitudes, aptidões, capacidade de avaliação e de ação crítica no mundo (SANTOS, 2002 apud GOMES, 2006). A partir desse momento, poderá haver uma mudança racional e acentuada nos valores e princípios sociais, em que havendo um efetivo comprometimento no resguardo da saúde das diferentes formas de vida, inclusive do próprio homem, enquanto ser dependente e indissociável da cadeia formada pelas relações entre sistemas vivos do planeta (CASTRO; VIEIRA, 2011).
  • 25. 24 No meio acadêmico, a sustentabilidade das ações humanas tem sido um assunto tratado por algumas disciplinas, como a Educação Ambiental e a Ecologia, ambas inseridas no curso de licenciatura em Ciências Biológicas, sendo que este curso deve contribuir de forma significativa no processo de sensibilização ambiental por parte dos alunos. Os alunos inseridos nesse curso podem ter ações individuais mais conscientes, por serem sensibilizados, informados e possivelmente preocupados com as questões ambientais, tendo uma estratégia de mudança em direção à sociedade sustentável. As mudanças devem ocorrer no sentido de mudar o perfil desses consumidores e, posteriormente a sociedade, alertando a responsabilidade e a questão ética destes, em saber consumir corretamente e de maneira sustentável (PORTILHO, 2003). A faculdade pode, a partir da discussão sobre o meio ambiente em sala de aula, contribuir de várias formas para a sustentabilidade, e uma delas é como modelo de práticas sustentáveis, baseado na premissa que o comportamento sustentável deve começar dentro da própria faculdade, para que assim possa disseminar as atitudes “sustentáveis” para a sociedade. Portanto, será importante que as faculdades desempenhem seu papel como disseminadoras de conhecimento através formação de uma percepção e sensibilização ambiental. Elas devem ser modelos para os estudantes e para a sociedade, incentivando a sustentabilidade na sociedade e mostrando-se como um exemplo através de suas práticas sustentáveis (FERRANTI; JABBOUR, 2012). Partindo da assimilação correta sobre a sustentabilidade nesse ambiente acadêmico, os alunos poderão por meio da reflexão do seu ato de consumir (na hora de escolher o que comprar, de quem comprar e definir a maneira de usar e como descartar o que não serve mais), maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos do consumo, contribuindo com seu poder para construir um mundo melhor (INSTITUTO AKATU, 2002). Nesse sentido, acredita-se que os jovens universitários, por estarem envolvidos em discussões atuais e acadêmicas sobre as questões ambientais, podem ser considerados mais sensibilizados com relação ao consumo sustentável (GORNI, GOMES, DREHER, 2011).
  • 26. 25 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 4.1 Tipo de Estudo Este estudo teve caráter exploratório, descritivo com abordagem quantitativa. O objetivo de uma pesquisa exploratória é a familiarização com um assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado. Ao final de uma pesquisa exploratória, deve-se conhecer mais sobre aquele assunto tratado, estando apto a construir hipóteses (GIL, 2008). A pesquisa descritiva tem o objetivo de descrever determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Esse tipo de estudo tem como característica mais significativa a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário (PONTE et al., 2007). Uma pesquisa quantitativa se caracteriza, tanto na coleta de dados como na sua análise, pela utilização de procedimentos numéricos, que garantem uma maior precisão na interpretação dos resultados (BAPTISTA; CUNHA, 2007). 4.2 População e Amostra A população do estudo envolveu alunos do sétimo e nono semestres, do curso de licenciatura em Ciências Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI, Ceará. Tendo como amostra um total de 42 universitários que participaram da pesquisa. Para seleção da amostra foram adotados os seguintes critérios de inclusão: alunos que estiveram presente na aula no dia da realização do questionário; alunos que tinham cursado as disciplinas obrigatórias Educação Ambiental e Ecologia. 4.3 Local de Estudo O estudo foi realizado no curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, unidade da Universidade Estadual do Ceará. Situada no município de Iguatu, na Avenida Deoclécio Lima Verde s/n, Bairro Areias.
  • 27. 26 O município do Iguatu está localizado na região Centro-Sul do estado do Ceará, a 305 km da capital Fortaleza, e está inserido no bioma da Caatinga, ocupando uma área de aproximadamente 1.017 km2 . Estabelece limites com Quixelô, ao Norte; Cedro e Cariús, ao Sul; Orós, Icó e Cedro (IBGE, 2010). A Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, foi fundada no ano de 1979, e atualmente dispõe de cinco cursos de graduação em licenciatura, que são: Matemática, Física, Letras, Pedagogia e Ciências Biológicas, sendo que este último começou a funcionar em 2003. 4.4 Coleta de Dados Os dados foram coletados no mês de setembro de 2012, a partir de um questionário estruturado (Apêndice A), composto por dezesseis perguntas, com o intuito de responder aos objetivos desta pesquisa. Um questionário pode ser considerado como um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do projeto. A sua construção não é uma tarefa fácil, e aplicar tempo e esforço adequados para se construir um questionário é uma necessidade, um fator de diferenciação favorável (PARASURAMAN, 1991 apud CHAGAS, 2000). O questionário é um dos métodos mais utilizados, e consiste em uma lista de questões formuladas pelo pesquisador a serem respondidas pelos sujeitos pesquisados (BAPTISTA; CUNHA, 2007). 4.5 Análise Estatística dos Dados Após levantamento, realizou-se o tratamento de dados, buscando conhecer o nível de sensibilização ambiental dos alunos, o reflexo dessa sensibilização nas práticas de consumo e analisou-se a influência do curso de Ciências Biológicas nessas práticas de consumo por meio do ensino sobre as questões ambientais. Como a pesquisa apresenta uma abordagem quantitativa, para a amostragem dos dados utilizaram-se recursos estatísticos como porcentagens, gráficos e tabelas.
  • 28. 27 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados encontrados foram analisados a partir de um levantamento feito com universitários, do sétimo e nono semestres do curso de Ciências Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, situada no município de Iguatu/Ceará. Participaram da pesquisa 42 universitários, presentes na sala de aula no dia da aplicação do questionário e que haviam cursado as disciplinas obrigatórias que tratam das questões ambientais, critérios necessário para a participação no estudo, informado aos alunos antes da aplicação do questionário. Os dados foram analisados e demonstrados através de recursos estatísticos com a utilização de porcentagens, gráficos e tabela, a fim de concretizar os resultados da pesquisa com base nos objetivos propostos. 5.1 Nível de sensibilização ambiental dos alunos. Para a análise do nível de sensibilização dos universitários, foram elaborados alguns questionamentos. Na pergunta que versava sobre como os seres humanos podem explorar os recursos naturais, a totalidade respondeu que devem ser utilizados de forma equilibrada, respeitando os limites da natureza, lembrando que os recursos naturais são limitados. Um recurso natural é tudo que a natureza oferece para que a humanidade possa atender às suas necessidades. Atualmente, esses recursos são utilizados de forma desequilibrada, principalmente por algumas indústrias que pensam somente no seu desenvolvimento econômico e social, esquecendo-se da importância que a natureza tem para sobrevivência da humanidade. Muitas vezes, essas indústrias utilizam esses recursos como se eles fossem infinitos, desequilibrando ainda mais a natureza. É muito importante que cada pessoa saiba que é essencial para a humanidade saber como utilizar os recursos que a natureza oferece, para que eles não se esgotem. Neste item, os universitários responderam positivamente a questão, mostrando-se entendedores, este fato pode ter ocorrido devido aos alunos estarem
  • 29. 28 no curso de Ciências Biológicas, e em suas disciplinas estes assuntos serem tratados e discutidos em sala de aula. De acordo com Rosmaninho e Naendralal (2007), um recurso natural é tudo o que existe na Natureza e que serve para satisfazer as necessidades da humanidade. Esses recursos são considerados inesgotáveis, pois é possível sua renovação, no entanto, a superexploração pode levar a exaustão destes recursos, tornando-os limitados. Conforme menciona Raulino; Nóbrega e Costa (2007), o meio ambiente é fonte de matérias primas e energia, essenciais ao desenvolvimento econômico e social. Contribuindo significativamente para o bem-estar da população. Porém, não se pode permitir que o futuro da humanidade seja ameaçado por uma corrida capitalista que se preocupa em excesso com o lucro, deixando de lado a qualidade de vida do homem. Deve-se criar condições propícias a essa qualidade de vida, preservando o meio ambiente em função das gerações futuras e criando soluções adequadas, voltadas à conservação e ao controle dos recursos naturais, os quais se apresentam como fonte primária da economia e do controle do meio. Para Medina (2012) a humanidade precisa usar os recursos naturais para sua sobrevivência, e não é preciso dizer que o uso indiscriminado, apenas consumindo e retirando predatoriamente sem se preocupar com o meio ambiente de onde se consumiu, é uma maneira bastante ignorante, baseada na ideia de ganho fácil e de que os recursos são infindáveis. É preciso encontrar uma solução de equilíbrio, entre as necessidades humanas e o que o ambiente pode oferecer. Em relação como os seres humanos devem manter o equilíbrio da natureza, 79% dos universitários considerou que tanto a convivência harmoniosa entre natureza e humanidade, como a utilização dos recursos naturais de forma equilibrada são fatores que mantém esse equilíbrio natural; 14% consideram que, somente a utilização equilibrada dos recursos naturais é suficiente para o equilíbrio da natureza, e alguns 7% consideram que somente a convivência harmoniosa entre o homem e a natureza favorecerá esse equilíbrio (GRÁFICO 1).
  • 30. 29 GRÁFICO 1: Posicionamento dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, sobre como os seres humanos devem manter o equilíbrio da natureza. Iguatu/CE, 2012.] Os universitários demonstraram ter consciência de como se deve manter o equilíbrio natural, visto que nenhum dos pesquisados escolheu o item que afirma que o equilíbrio da natureza deve ser pela exploração abusiva do meio ambiente a favor do bem estar humano. A harmonia entre homem e natureza, assim como o uso dos recursos naturais de forma equilibrada são fatores essenciais para a manutenção do equilíbrio natural. Os seres humanos não existem somente para explorar o meio ambiente a seu favor, muitos não percebem que são parte integrante da natureza e que seu desequilíbrio pode levar a grandes consequências para a humanidade, estando esta afirmação de acordo com Macedo et al. (2003), que o respeito e a convivência harmoniosa entre os seres humanos e o meio ambiente, é um fator essencial para a conservação da natureza e da sustentabilidade. Fernandes (2010) afirma que a natureza e o ser humano compõem um conjunto com todo o planeta e o universo, e quando esse conjunto é separado causa um grande desequilíbrio. Isso leva a crer que a convivência harmoniosa entre homem e natureza é indispensável para a manutenção do equilíbrio natural. Para haver esse equilíbrio é essencial que os recursos naturais sejam utilizados de forma equilibrada, balanceando o que é produzido e o que é consumido (MEDINA, 2012). 14% 7% 79% Utilização dos recursos naturais de forma equilibrada. Convivência harmoniosa entre a humanidade e a natureza. Os dois últimos itens anteriores.
  • 31. 30 Em relação à percepção de quem deve se preocupar com a conservação e a preservação do meio ambiente, 55% respondeu que os jovens universitários, a sociedade, as indústrias, fábricas e os governantes, todos devem ser responsáveis em preservar e conservar o ambiente; 45% dos universitários mencionaram que a sociedade deve ser a responsável pela preservação e conservação do meio ambiente. Acredita-se que os universitários que mencionaram somente a sociedade, que não inclui os empresários, como os responsáveis pela preocupação em preservar e conservar o meio ambiente pode ser pouco conhecedor da responsabilidade que as indústrias e fábricas (empresários) possuem com relação ao meio ambiente, pois estes são os que mais exploram diretamente os recursos naturais para produção de produtos e serviços, com o intuito de atender a sociedade consumista que sempre quer uma maior quantidade de produtos para atender as suas necessidades individuais, e isso torna as empresas mais preocupadas em obter mais lucros, muitas vezes deixando de lado a questão ambiental. Atualmente algumas empresas devido ao grande consumo de recursos naturais, estão incorporando em suas estratégias o conceito de sustentabilidade e produção mais limpa, pois são alvos de novas expectativas quanto as suas responsabilidades para com a sociedade, como agentes que dispõem de recursos tecnológicos e financeiros para uma atuação mais rápida, efetiva e eficaz na solução dos problemas ambientais e sociais (MARTINS; CONTI; LISBOA, 2011). Os governantes também são responsáveis pela preocupação com o meio ambiente, através do incentivo à população em favor da preservação ambiental em cada município, estado e/ou país, seja através de campanhas, projetos e mobilização da sociedade em prol do bem da natureza. O fato da maioria dos universitários considerarem que todos são responsáveis pela preservação do meio ambiente, é algo positivo, pois esta deve ser uma preocupação de todos, se cada um fizer a sua parte o meio ambiente se tornará menos prejudicado pela ação humana, todos devem se preocupar com a preservação da natureza, porque a humanidade depende diretamente do meio ambiente para sua sobrevivência. Este resultado reflete a consciência dos
  • 32. 31 universitários sobre a responsabilidade geral, diante da preocupação com a preservação ambiental. Macedo et al. (2003) afirma sobre a responsabilidade sobre o meio ambiente, que a construção coletiva de um ambiente e de uma sociedade melhor, depende de todos, sejam eles, alunos, políticos, governos, empresários, instituições ou sociedade. Para Salera Júnior (2010) não é diferente, segundo ele, todos contribuem de diferentes maneiras, seja involuntariamente ou não, para a degradação do meio ambiente, pois todo ser humano faz uso dos recursos que vêm da natureza por meio da obtenção de bens e serviços diversos, o que constantemente causa alterações nos ecossistemas naturais. Devido a este fato, todos são responsáveis pela conservação e preservação do meio ambiente, sejam eles os jovens, a sociedade, as indústrias e os governantes, visto que todos utilizam os recursos provenientes do meio ambiente. Relacionado ao conhecimento que os universitários detêm sobre as definições de sustentabilidade e reciclagem, verificou-se que 100% são entendedores sobre esses dois conceitos, que são fundamentais para verificar a percepção e a sensibilização dos alunos com relação ao meio ambiente. A sustentabilidade é uma forma de garantir uma boa qualidade de vida para as gerações futuras, ou seja, é atender as necessidades básicas e atuais de modo responsável, para que essas também possam atender as suas necessidades sem que haja a destruição dos recursos. O desenvolvimento econômico é algo essencial para o crescimento de uma cidade, estado ou pais, contudo, deve ocorrer de forma sustentável, sem agredir o meio ambiente através do excesso de extração de recursos naturais ou pela poluição causada pelos resíduos gerados. Já a reciclagem é uma forma de reaproveitamento de materiais para a produção de outros produtos de consumo. Conhecer a definição de sustentabilidade e reciclagem é algo indispensável para a obtenção de uma sensibilização ambiental, pois a partir deles é que as pessoas podem ter hábitos de vida mais adequados à preservação do meio ambiente. O conhecimento dos universitários, sobre essas definições pode ter sido
  • 33. 32 obtido através do meio acadêmico ou através dos meios de comunicação, como a mídia, que hoje em dia fala bastante sobre esses termos. Para Matias e Pinheiro (2008), a sustentabilidade consiste em atender as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras, e que o desenvolvimento econômico deve ocorrer sem causar nenhum dano ao meio ambiente. No que se refere ao processo de reciclagem, ela pode ser entendida como o reaproveitamento de materiais como matéria-prima para um novo produto e como a reutilização e/ou transformação de materiais usados em novos produtos de consumo. Costa (2009) afirma que tanto a sustentabilidade, quanto seus termos derivados como, por exemplo, desenvolvimento e consumo sustentável remetem à ideia de que sustentável seria aquele modo de viver, de consumir e de desenvolver que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem as próprias necessidades. Conforme menciona Freguglia, Silva e Almeida (2012), reciclagem é o uso do lixo para produzir novos produtos, e é uma medida consciente de salvar o planeta, pois ajuda a preservar as matérias-primas, e também reduz a poluição, porque o lixo não precisa ser incinerado, enterrado ou controlado em locais apropriados. Martins, Conti e Lisboa (2011) têm o mesmo pensamento, pois para eles, a tecnologia avançada se propõe a facilitar a vida do ser humano, trazendo materiais portáteis, fáceis de manipular e de pouca duração, o que consequentemente torna-se lixo mais rápido, e a reciclagem é uma atividade que ajuda minimizar os problemas causados pelo lixo gerado. 5.2 Prática de consumo sustentável por parte dos alunos. Como análise da prática de consumo sustentável dos universitários, foram elaboradas perguntas pessoais sobre seus hábitos diários de consumo. Foi questionado aos universitários quanto à presença de produtos e/ou alimentos produzidos por ele mesmo, ou por alguém da família em sua residência, como por exemplo, alimentos plantados e materiais de limpeza. Verificou-se que 71%, não possuem esses produtos em casa; 29% possuem esses produtos e alimentos que
  • 34. 33 são plantas frutíferas, legumes, verdura, queijos, erva e material de limpeza, como o sabão (GRÁFICO 2). GRÁFICO 2: Atitude dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, quanto a produção de produtos e/ou alimentos em sua casa. Iguatu/CE, 2012. Ter o hábito de produção caseira é algo que não é difícil de ser praticado, seja de materiais de limpeza ou pequenas plantações. E essa prática está diretamente associada à questão da sustentabilidade, não apenas ambiental, mas também econômica e social, uma vez que, esses produtos são considerados menos agressivos ao meio ambiente devido a pouca utilização de matéria-prima química e contaminante que pode em longo prazo, prejudicar a saúde humana e o meio ambiente. No caso de alimentos plantados, como legumes, verduras e ervas, alguns dos universitários podem ter respondido não realizar esta prática por morarem na zona urbana, pois muitas vezes, esta prática está associada somente a quem mora em zona rural, no entanto, morar na zona urbana não impede de ter esses alimentos em casa, por serem plantas pequenas e de fácil cuidado. É muito bom ter acesso fácil a uma erva ou legume em casa, por ser mais saudável, além de favorecer a saúde, devido ser um produto considerado orgânico por não ter grande quantidade de agrotóxicos como aqueles encontrados no mercado, favorecendo também o meio ambiente. De acordo com Gontijo (2011), vivendo em zona urbana, são poucas as pessoas que podem ir até o quintal e colher verduras, legumes e ervas fresquinhos 29% 71% Sim. Não.
  • 35. 34 na hora de preparar as refeições. Nos centros urbanos, a solução é mesmo fazer no mercado, mas, para quem quer ter sempre à mão temperos naturais não é tão difícil montar uma horta doméstica. Além de proporcionar a quantidade certa de ervas, legumes e hortaliças, sem desperdício, plantar mudas em casa traz também a vantagem de ter o alimento a um custo quase nulo. Qualquer pessoa que tenha um espaço livre em casa com alguma incidência de sol pode cultivar, desde temperos, ervas medicinais e aromáticas até hortaliças e legumes frescos, livres de produtos químicos. Bianco (2011) menciona que os alimentos plantados em casa têm grandes vantagens, por serem mais saborosos que os encontrados no mercado, eles estão sempre frescos, livres de agrotóxicos e podem ser plantados em qualquer lugar, desde que haja incidência de luz, sem esquecer que são altamente sustentáveis para o meio ambiente. A produção de materiais de limpeza, como o sabão citado pelos universitários, é uma pratica sustentável que utiliza óleo de cozinha usado. Este sabão é considerado menos agressivo ao meio ambiente pela não utilização de produtos químicos que geram poluição no meio ambiente, além de serem de baixo custo e fácil de ser produzido. Esta prática é simples, pode ser realizada por qualquer pessoa e em qualquer lugar, no entanto os alunos se apresentam pouco interessados em ter esses hábitos mais sustentáveis de consumo. Aikawa (2010) menciona que o sabão caseiro por utilizar menos matéria- prima química, causa menor impacto à natureza após escoar pelo ralo e chegar aos rios e oceanos. Também são mais baratos e tão eficientes quanto os industrializados. Os produtos caseiros tendem a ser menos agressivos ao ambiente do que os industrializados. Além de ser eficiente e poluir menos, o sabão caseiro reaproveita o óleo, que causaria estragos ao ambiente se chegasse aos rios, sem contar o risco de entupimento de tubulações de esgoto. Apesar das grandes vantagens em realizar essas práticas de consumo, isto parece não influenciar os universitários em estudo, talvez pela falta de conhecimento, incentivo ou até mesmo pela falta de interesse dos mesmos em ter hábitos simples de consumo sustentável no seu cotidiano.
  • 36. 35 No que se refere aos alunos darem prioridade a produtos que não prejudiquem o meio ambiente e se eles já influenciaram alguém a praticar essa atitude, percebeu-se que 36% nunca praticaram esse ato; 31% sempre que possível praticam essa ação; 19% dão preferência a esses produtos e já influenciaram alguém a praticar a mesma atitude; e 14% dão preferência, mas não influenciaram ninguém a isso (GRÁFICO 3). GRÁFICO 3: Prática dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, em relação a darem prioridade a produtos que não prejudicam o meio ambiente e a influenciar alguém a praticar essa atitude. Iguatu/CE, 2012. Produtos que não prejudicam o meio ambiente podem ser biodegradáveis ou aqueles feitos com material reciclado. Estes são encontrados atualmente em muitos mercados, e tem a característica de agredir pouco ou não trazer nenhuma consequência ao meio ambiente, desde a sua produção até o seu descarte. Brandalise et al. (2009) considera um produto que não prejudica o meio ambiente, como aquele que impacta de forma mínima a natureza, nas suas etapas do ciclo de vida, que é a obtenção e o processamento de matérias-primas, uso, pós- utilização e descarte, considerando a extração de matéria-prima utilizada, o seu transporte, o quantidade de energia consumida, sua vida útil, biodegradabilidade e reciclabilidade. Atualmente muitas empresas, devido a grande repercussão do tema sustentabilidade em conferências, debates e na mídia, elas são incentivadas a produzir mais produtos que não prejudiquem o meio ambiente. Graças a esse 14% 19% 31% 36% Sim, dou preferência, mas não influenciei ninguém a isso. Sim, dou preferência e já influenciei algumas pessoas. Sempre que possível pratico essa ação. Nunca pratiquei esse ato.
  • 37. 36 incentivo, às pessoas podem escolher produtos mais sustentáveis e que estejam engajados em causas sociais e ambientais. Para Costa (2009) devido ao aumento no interesse pelas questões socioambientais por parte de algumas empresas, não demorou muito a aparecer no mercado novos produtos e serviços engajados a alguma causa social, como os produtos ecologicamente corretos, os produtos orgânicos, entre outros, para atender a essa nova demanda por parte dos consumidores. Dar preferência a produtos que não prejudicam o meio ambiente é algo essencial para ser um consumidor sustentável. Um verdadeiro consumidor sustentável não apenas escolhe esses produtos, como também tenta influenciar as pessoas a seu redor, seja familiares, amigos, vizinhos, a praticar a mesma atitude. O que infelizmente prevalece apenas em uma minoria dos universitários em estudo. Para Raposo (2003) ser um consumidor ecologicamente correto ou sustentável, é preciso ter a atitude de selecionar os produtos que compra e usa em casa, dando preferência aos que menos contaminam o meio ambiente. E tentando influenciar as pessoas ao seu redor a terem a mesma atitude. De acordo com a pesquisa, praticar esse ato é algo que prevalece entre muitos dos universitários, apesar de alguns ainda mencionarem não praticar essa atitude, o que é algo preocupante o fato de universitários do curso de Ciências Biológicas, possíveis conhecedores da importância do meio ambiente. Quando questionados sobre a responsabilidade em relação ao processo de reciclagem, verificou-se que 60% dos alunos mencionaram que sempre quando possível, reaproveitam produtos ou materiais de consumo; 5% dão prioridade a produtos feitos com material reciclável ou biodegradável; 33% responderam que priorizam produtos feitos com material reciclado, como também quando possível fazem o reaproveitamento de materiais e produtos; e 2% dos universitários responderam diferente, justificando que não se importam em realizar a reciclagem em seu dia a dia (GRÁFICO 4).
  • 38. 37 GRÁFICO 4: Atitude dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, sobre o que eles desempenham no ato de consumo com relação a reciclagem. Iguatu/CE, 2012. Comprar produtos feitos com material reciclado ou biodegradáveis é de grande importância para a disseminação da sustentabilidade no mercado, pois quando a demanda por esses produtos aumentam, consequentemente as empresas se sentem incentivadas a produzir e a comercializar ainda mais. Muitos materiais podem se tornar outro produto pelo processo de reutilização, com esta prática ocorrerá à diminuição na produção de lixo e o custo é bem menor do que comprar um novo produto. Essa atitude simples contribui para a prática do consumo sustentável. É notável que os universitários em estudo, sejam praticantes do processo de reciclagem, fator positivo e determinante para a dispersão da prática do consumo sustentável, tanto no meio acadêmico como também no dia a dia dos universitários. Dessa maneira podem influenciar direta ou indiretamente as pessoas que estão ao seu redor. Um produto reciclado é aquele que ao chegar às mãos dos consumidores, já passou por vários ciclos, por exemplo, uma cartela de ovo um dia já foi caixa de papelão. O material reciclado também pode ter sido empregado anteriormente na mesma forma que você o encontra hoje, ou seja, a cartela de ovos que tens em mãos pode ter sido preparada com o mesmo papelão de uma cartela de ovos que você comprou há meses atrás (FREGUGLIA; SILVA; ALMEIDA, 2012). 5% 60% 33% 2% Dá prioridade a produtos feitos de material reciclado e/ou biodegradáveis. Sempre que possível reaproveita produtos e/ou materiais de consumo. Os dois itens anteriores. Outra (Por favor especifique)
  • 39. 38 Segundo Santos, Marques e Rosendahl (2006), a necessidade de reciclar e reutilizar os produtos encontra cada vez mais adeptos e com isso incentiva as empresas a terem atitudes mais sustentáveis. As empresas, embora um pouco tardiamente, tem vindo a dar a sua contribuição nos últimos anos. Porém, mais que mudar mentalidades é preciso mudar comportamentos. É preciso fazer ver que ao proteger a natureza a humanidade se beneficia. Ao utilizar produtos reciclados contribui para um ambiente mais limpo e sustentável. Relacionado ao conhecimento dos universitários sobre embalagens biodegradáveis, verificou-se que 95% dos alunos conhecem a definição desses produtos e 5% demonstraram não conhecer o seu conceito (GRÁFICO 5). GRÁFICO 5: Opinião dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, sobre o que eles consideram como uma embalagem biodegradável. Iguatu/CE, 2012. Conhecer o conceito de produtos biodegradáveis é um item fundamental para ser um consumidor sustentável, esses produtos têm como principal característica a fácil degradação no ambiente quando descartados, e essa vantagem se deve ao fato de serem fabricados com fontes renováveis, como as fontes vegetais. Isso mostra que os universitários em questão, têm conhecimento sobre o que são esses produtos devido às respostas que prevaleceram positivas em relação a este item. Apesar de alguns ainda não conhecerem este conceito tão discutido atualmente. 3%2% 95% Uma embalagem produzida com material proveniente de recursos naturais não renováveis, como por exemplo o petróleo. Embalagem que quando descartada pode demorar séculos para ser decomposta, como os plásticos a base de polietileno. São embalagens produzidas de matéria-prima natural renovável, como a utilização de fontes vegetais.
  • 40. 39 De acordo com Brito et al. (2011), embalagens biodegradáveis são aquelas provenientes de matérias-primas de fontes naturais renováveis, como milho, cana-de-açúcar, celulose. As fontes renováveis são assim conhecidas por possuírem um ciclo de vida mais curto, se comparado com fontes fósseis como o petróleo o qual leva milhares de anos para se formar. Devido a isso quando são descartadas demoram pouco tempo para ser decomposta no meio ambiente. A sociedade sempre esteve acostumada a utilizar produtos não biodegradáveis, como por exemplo, as famosas sacolas plásticas entregues em supermercados e lojas. Este produto é bastante agressivo ao meio ambiente, pois quando descartado não é renovável. Atualmente, existem empresas que produzem sacolas biodegradáveis, provenientes de fontes renováveis, com isso é importante conhecer o que é um produto biodegradável, porque a partir daí, as pessoas podem no momento da compra, exigir dos comerciantes este tipo de sacola, isso irá incentivar tanto os empresários que fabricam as sacolas, como também os que utilizam em seu comércio, a serem mais sustentáveis. Com o crescimento explosivo no consumo de plásticos (polietileno), tornou-se necessário a produção de substitutos ambientalmente sustentáveis, importante para o gerenciamento de resíduos, que são os plásticos biodegradáveis, esta é uma opção adicional para conter o problema do lixo plástico. A degrabilidade destes materiais, após seu uso permite que eles permaneçam no ciclo natural do carbono. Esses plásticos biodegradáveis são feitos para substituir os plásticos convencionais resultando em materiais de baixo custo e desempenho. Essa substituição de recursos não renováveis por recursos renováveis contribui para o desenvolvimento sustentável de forma direta (INNOCENTINI-MEI; MARIANI, 2006). Quando os alunos foram questionados sobre a preferência por um produto com embalagem biodegradável, mesmo sendo um pouco mais caro que os produtos com embalagem comum, 31% afirmou não fazer esta consulta na hora da compra, demonstrando indiferença em relação ao assunto; 28% mencionaram que nem sempre, pois muitas vezes a preocupação com o meio ambiente não os influencia na hora da compra; 24% afirmaram que pagariam a mais pelo produto com embalagem biodegradável, porque se preocupam com a ação desse produto no
  • 41. 40 meio ambiente; e 17% citaram não escolher o produto com embalagem biodegradável, pois a economia é sempre mais importante (GRÁFICO 6). GRÁFICO 6: Preferência dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, a comprar um produto mais caro com embalagem biodegradável ao invés de comprar o mesmo produto porém mais barato e sem embalagem biodegradável. Iguatu/CE, 2012. O mercado oferece variados produtos, dentre eles podem-se encontrar produtos que tenham algum objetivo ambiental, como é o caso de produtos com embalagens biodegradáveis que causam menos danos ao meio ambiente no momento em que forem descartados. Muitas vezes, os consumidores têm a sua disposição produtos iguais, porém um com embalagem biodegradável e o outro não. Se esses produtos tiverem preços diferentes a escolha por parte dos consumidores partirá ou de suas condições financeiras ou do interesse pelo bem do meio ambiente. Nesse sentido, quando os universitários foram colocados em uma situação em que o produto com embalagem biodegradável é mais caro do que outro, os mesmos mostraram que não se preocupam, o que demonstra um desinteresse pelas causas ambientais e sociais no momento da compra, isso pode ocorrer por eles não se lembrarem de fazer essa pesquisa ou por não entenderem a importância dessa atitude. Cardoso (2011) em sua pesquisa que verificou a percepção ambiental de alunos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual e Federal do Rio 24% 17% 28% 31% Sim, pois me preocupo com a ação desse produto no meio ambiente. Não, pois para mim a economia na hora da compra é mais importante. Nem sempre, pois muitas vezes a preocupação com o meio ambiente não influencia na hora da compra. Não faço este tipo de pesquisa no momento da compra.
  • 42. 41 Grande do Sul, encontrou um resultado diferente em relação a este item, no qual 88,3% dos seus pesquisados responderam que pagariam a mais por um produto que causasse menos danos ao meio ambiente, apenas 10% responderam que não e somente 1,7% preferiram não responder a questão. Para o autor supracitado, por serem alunos de um curso de Ciências Biológicas, ele já esperava este resultado, pois se subtende que esses universitários devem ser mais conhecedores das causas ambientais e pratiquem esse conhecimento no seu dia a dia. Fato que não é comprovado pela pesquisa feita por Coelho, Silva e Carregosa (2012) para analisar o nível de consciência ambiental de alunos do curso de Ciências Biológicas de uma universidade pública da Bahia, o seu resultado mostrou que os discentes pesquisados dão mais valor ao preço e a durabilidade do produto do que as consequências ambientais causadas por estes. Este caso indica que dos universitários pesquisados neste estudo, poucos se preocupam com a compra de embalagens biodegradáveis por serem menos prejudiciais ao meio ambiente, e que no momento da compra, este critério de escolha ainda não é preferencial pelos universitários, fato que os mesmos apresentam-se pouco preocupados em ter este hábito de consumo sustentável em seu cotidiano, mesmo sendo alunos do curso de Ciências Biológicas. Para Portilho (2005), o consumidor sustentável é aquele que além de considerar aspectos como preço e qualidade, considera também a questão da sustentabilidade, e procura, através do consumo, não apenas obter vantagens econômicas, mas considera também aspectos como justiça social e preservação ambiental. Com isso, consumidor através de suas escolhas cotidianas, seria um corresponsável por gerar mudanças nos sistemas de produção e comercialização. Em relação à preocupação que os alunos têm de como são utilizados os recursos como água e energia elétrica, 79% responderam que se preocupam com o consumo desses recursos em sua residência; 19% afirmaram que somente às vezes se preocupam com isto; e apenas 2% responderam não se preocupar com esse consumo (GRÁFICO 7).
  • 43. 42 GRÁFICO 7: Existência de preocupação dos universitários do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, em relação ao consumo de água e energia elétrica em sua residência. Iguatu/CE, 2012. Para ser um consumidor sustentável é fundamental que haja uma preocupação com a utilização da energia elétrica e principalmente com o uso da água. A água é um recurso natural abundante, porém a quantidade de água potável é pequena e está sujeita a escassez, devido ao uso excessivo e irresponsável por parte da população. Geralmente, as pessoas que não se preocupam com o excesso de consumo de água e energia elétrica em sua residência, não estão conscientes de que seu ato pode acarretar problemas ambientais, como a escassez desses recursos (BERTOLINI; POSSAMAI, 2005). E para ser um consumidor sustentável é essencial ter hábitos de consumo mais responsáveis e que apresentem um baixo volume de desperdício (CORTEZ; ORTIGOZA, 2007). Para Abreu (2012), várias são as formas de ter um consumo sustentável em casa, uma delas é a economia de água, este é um recurso abundante no planeta, mas suas reservas de água potável são bastante limitadas. Fechar a torneira, reduzir o tempo no banho, fazer o reaproveitamento de água das máquinas de lavar são dicas simples para se tornar um cidadão ambientalmente sustentável. É muito importante que as pessoas atentem para o cuidado com o excesso de consumo tanto de água como também da energia elétrica, realizando 79% 19% 2% Sim. Às vezes. Não.
  • 44. 43 esta prática, além de contribuir para a sustentabilidade ambiental ainda estarão economizando nas contas. O resultado em relação a este item foi bastante significativo, pois mostra que os universitários se preocupam com o consumo desses recursos, mesmo que para alguns essa preocupação esteja associada somente a economia nas contas. Em todo caso, há vantagens para o meio ambiente, pela prática sustentável afirmada pelos universitários. De acordo com Batista (2011) ter uma atitude sustentável significa fazer coisas que preservem o meio ambiente, melhorando a vida das pessoas, e isso inclui a utilização com responsabilidade dos recursos naturais que são esgotáveis, como a água. Também se deve atentar para o uso indiscriminado da energia elétrica. Dos universitários, 52% admitiram que em relação a o que os influencia a comprar produtos novos é o atendimento de suas necessidades básicas, ou seja, somente quando realmente precisam; 41% mencionaram que compram para atender suas necessidades básicas e também os seus desejos momentâneos; 7% responderam que o incentivo a comprar, é o aparecimento de um novo produto tecnológico mais avançado, e nenhum dos universitários teve outra resposta que definisse o que os influenciam no momento da compra. O mercado atualmente dispõe de vários produtos inovadores que despertam nos consumidores o desejo de possuí-los, influenciando as pessoas a consumirem sempre mais, mesmo sem necessidade. Esse comportamento do consumidor é algo complexo que envolve várias questões sociais, culturais, econômicas. Conforme menciona Rocha (2005), o consumo é um fenômeno essencialmente cultural, e como tal, torna-se imprescindível que seja desvendado, caso queiramos compreender e analisar a sociedade atual. Na sua visão, mesmo as necessidades básicas são culturalmente inventadas, ou seja, são criadas e fazem sentido apenas dentro de um contexto cultural específico. O consumo deve ser compreendido como um sistema cultural de significação, que busca suprir, primordialmente, necessidades simbólicas.
  • 45. 44 De acordo com Rambalducci (2010), para se verificar o comportamento de um consumidor, é preciso estudar como eles selecionam, compram, usam e descartam produtos ou serviços para atender suas necessidades e desejos, sendo estes, influenciados por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. O excesso de consumo pode acarretar grandes problemas ambientais, pois se o consumo é maior, consequentemente a produção de lixo irá aumentar, poluindo ainda mais o meio ambiente. Por isso, é muito importante que as pessoas analisem a real importância e necessidade do consumo, que na maioria das vezes, serve somente para atender desejos supérfluos. A sociedade atual quer consumir sempre mais, quanto mais conforto as pessoas têm, mais elas querem ter, adquirindo cada vez mais, bens de consumo muitas vezes desnecessários. A sociedade cria necessidades por novos produtos, e estes são sempre substituídos por outro, e assim incentivando as pessoas a constantemente comprarem novos produtos. A cada nova invenção tecnológica lançada no mercado, às pessoas criam necessidade por este produto, fato que não é a tecnologia que atende às nossas necessidades, e sim as necessidades é que são criadas para atender à crescente produção e à elaboração cada vez mais diversificada dos bens de consumo. Mas quando se conhece que o excesso de consumo desnecessário afeta diretamente o meio ambiente, o consumidor pode mudar seus hábitos de consumo (EDDINE; VETTORAZZI; FREITAS, 2008). Neste item, obteve-se um resultado satisfatório, apesar de alguns ainda comprar em para atender seus desejos momentâneos. O fato de a maioria ter uma atitude coerente com o meio ambiente, já é um grande avanço, pois os universitários são todos jovens e representam o público alvo dos apelos das mensagens publicitárias a comprar produtos novos, mesmo assim, mostram-se conscientes da responsabilidade ambiental que os consumidores devem ter podendo esse ser o reflexo do conhecimento adquirido por eles na vida acadêmica. Para Dias e Moura (2007), um consumidor sustentável é aquele que compra e usa bens ou serviços somente para atender as suas necessidades básicas, lembrando que, com isso pode-se diminuir a degradação ambiental provada pelo excesso de consumo.
  • 46. 45 No dia em que cada pessoa souber consumir com qualidade, ou seja, maximizando sua satisfação a cada compra, aproveitará melhor o que consome e, consequentemente, consumirá em menor quantidade. Isso naturalmente, já contribui para o ambiente, sem muito esforço adicional (CERBASI, 2012). 5.3 Influência do curso de Ciências Biológicas nas práticas de consumo sustentável. Para verificar a influência do curso de licenciatura em Ciências Biológicas nas práticas de consumo dos universitários, foram elaboradas quatro perguntas. A tabela 1 mostra que quando os universitários foram indagados sobre se sentirem bem informados a respeito da sustentabilidade no meio acadêmico, 57,1% respondeu que se sente bem informados. Em relação à influência dos professores do curso a mudar seus hábitos de consumo, 64,3% mencionaram ser influenciados. Quando questionados se o curso e as disciplinas os influenciaram a mudar seus hábitos de consumo, 57,1% citaram ser influenciados a ter hábitos de consumo mais sustentáveis. Com o conhecimento adquirido pelos universitários no decorrer do curso, foram interrogados sobre se já influenciaram outras pessoas a ter também hábitos de consumo sustentável, 62% admitiu que influenciam outras pessoas, sempre que possível. Tabela 1: Questionamentos para verificar a influência do curso de Ciências Biológicas da FECLI/UECE, nas práticas de consumo sustentável dos universitários. Iguatu/CE, 2012. Nº % Considera-se bem informado sobre a sustentabilidade no meio acadêmico? (n=42) Sim. 24 57,1 Um pouco. 15 35,8 Não. 3 7,1 Sente-se influenciado pelos professores do curso de Ciências Biológicas a ter hábitos de vida mais sustentáveis? (n=42) Sim. 27 64,3
  • 47. 46 Às vezes. 13 30,9 Nunca. 2 4,8 O Curso e as disciplinas te influenciaram a mudar hábitos de consumo? (n=42) Sim. 24 57,1 Um pouco, mas não o suficiente. 17 40,5 Não. 1 2,4 Com o conhecimento sobre as consequências do excesso de consumo para o meio ambiente, já influenciou alguém a praticar o consumo sustentável? (n=42) Sempre que possível. 26 62,0 Algumas vezes. 15 35,8 Nunca. 1 2,2 FONTE: Direta Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI-UECE/2012. Atualmente, a sustentabilidade é um tema bastante discutido nas universidades, pelos meios de comunicação e empresas, com o intuito de formar profissionais conhecedores das causas ambientais. Devido a isto, o atual modelo econômico vem tentando ser mais sustentável, e as instituições de ensino estão assumindo o compromisso de educar para o respeito perante o meio ambiente. Como relata Spuldaro e Pereira (2011), a palavra sustentabilidade vem se tornando comum em função das frequentes abordagens veiculadas pela mídia, deixando explícito, as reais e variadas finalidades deste termo. Para Dubeux e Borges (2010), além da mídia, o termo sustentabilidade penetrou em outros campos, como o governamental, o acadêmico e o empresarial, impulsionando seu uso tanto em discursos mais formais como em conversas do cotidiano. Segundo Rocha, Pereira e Barbosa (2010) para atender as exigências atuais da sociedade, as universidades têm se dedicado à formação de profissionais diversos, que possam atuar nas diferentes áreas do conhecimento voltadas para o meio ambiente, envolvendo os diversos currículos de cursos de áreas de licenciaturas que têm focalizado com maior intensidade a educação ambiental e a
  • 48. 47 necessidade de formação de educadores ambientais ou de profissionais voltados para o desenvolvimento sustentável do planeta. A educação ainda é um dos principais veículos de disseminação do conhecimento sobre a sustentabilidade. Nas universidades, este tema é abordado em várias disciplinas, motivado pela situação de degradação no qual se encontra o meio ambiente. O curso de licenciatura em Ciências Biológicas tem disciplinas envolvidas nas questões ambientais, tais como a educação ambiental, talvez por este motivo os universitários mencionaram ser bem informados em relação a sustentabilidade. Segundo Kraemer (2006), a educação ambiental é parte essencial e indispensável na tentativa de se chegar ao desenvolvimento sustentável, pois é a maneira mais direta e funcional de se conseguir a participação da população. Araújo (2004) aponta que as faculdades de licenciatura, por serem formadoras de educadores ambientais, têm duas principais funções, que é a de formar professores para os distintos níveis de escolaridade, propondo iniciativas de continuidade dessa formação, e de investir em pesquisa de práticas educativas e metodologias fundadas na interdisciplinaridade e na investigação. Conforme menciona Guimarães e Tomazelo (2003), a introdução da educação para o meio ambiente na universidade como uma prática indispensável para trabalhar valores e conceitos, além de desenvolver atitudes e aptidões para que universitários possam adotar uma posição crítica, e ao mesmo tempo participativa, em relação aos complexos problemas ambientais, firmando um compromisso com a melhoria da qualidade de vida de todos. Para Kraemer (2006), as Universidades, assim como todos os estabelecimentos de Ensino Superior, que assumem uma responsabilidade essencial na preparação das novas gerações para um futuro viável, tanto pela reflexão como também por seus trabalhos de pesquisa básica, esses locais devem não somente advertir, mas idealizar soluções racionais. Devem tomar a iniciativa elaborando esquemas lógicos para o futuro. Devem também, fazer com que os universitários tomem consciência dos problemas e das soluções através de seus programas educativos e dando a eles o exemplo.
  • 49. 48 A universidade é, sem dúvida, um local que pode contribuir com a geração de uma cultura que incentive práticas, atitudes e comportamentos positivos em relação ao ambiente (GUIMARÃES; TOMAZELO, 2003). No momento em que é discutido o tema sustentabilidade em sala de aula, espera-se que isto possa influenciar alguns alunos a terem hábitos de vida mais sustentáveis, influência esta proveniente das disciplinas e dos professores que as ministram, que tem como função repassar a importância do meio ambiente para os alunos e os incentivar a preservá-lo para que a sociedade futura não se prejudique pela escassez de recursos. Os professores devem sensibilizar os universitários através do ensino e também por meio de suas atitudes que servem como modelo de vida que os alunos decidirão seguir ou não. Fato este, que é comprovado pela afirmação dos universitários que se sentem mais influenciados pelos professores do que até mesmo pelo curso e as disciplinas, sendo este um fator positivo, pois demonstra que os professores são preparados para exercerem sua função, facilitando o aprendizado dos universitários. De acordo com Rambalducci (2010) a aprendizagem é um processo contínuo, onde o conhecimento adquirido sobre o mundo é revisado constantemente, enquanto as pessoas são expostas a novos estímulos. O professor acadêmico precisa garantir na sua ação cotidiana um posicionamento coerente entre o conhecimento que ensina e o conhecimento científico. Fato este, fundamental para modificar as atitudes de alguns alunos que, por algum motivo, ainda não fazem referência da importância e da responsabilidade que cada indivíduo possui para com o meio ambiente (SPULDARO; PEREIRA, 2011). O excesso de consumo causa vários problemas ambientais, como a poluição e a extração irregular dos recursos naturais. A educação pode mudar a atitude de muitas pessoas para praticarem o consumo sustentável, quando se tem conhecimento das causas ambientais e são influenciados a mudar hábitos de vida. É importante que nesse momento exerça a função de disseminar o conhecimento
  • 50. 49 adquirido, influenciando outras pessoas a terem hábitos de consumo sustentável, é este o papel de cada cidadão sensibilizado sobre as questões ambientais. Por estarem incluídos no curso de licenciatura em Ciências Biológicas, e futuros educadores e biólogos, é essencial que os universitários entendam o que é o termo sustentabilidade, assim como pratiquem o consumo sustentável em seu cotidiano. Pois são esses jovens que podem influenciar positivamente outras pessoas a mudarem seus hábitos de vida não sustentáveis para serem consumidores ecologicamente corretos. A posição social desejável do Biólogo diante do público leigo seria, entre outras atribuições, o de trazer à tona as problemáticas ambientais, para que este possa formar sua consciência sobre o assunto (BELTRAME, 2008). Os universitários, conhecedores das causas ambientais, devem enquanto consumidores, ter comportamentos de consumo mais compatíveis com as causas ambientais e, como cidadãos, devem ter plena consciência de seu papel e das consequências de suas ações, para contribuir de forma decisiva, seja individualmente como voluntário ou coletivamente, de forma organizada, para construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais responsável, que se preocupe com a herança que deixará para as gerações futuras (ALMEIDA; JÚNIOR; PASTORE, 2007). Para Coelho (2012), a educação tem a função de contribuir para uma mudança de comportamento em relação ao consumo não responsável, tornando-se um instrumento de transformação da conduta dos indivíduos, contribuindo, dessa forma, para a construção de valores sociais, atitudes e aptidões, com vistas à concretização de um modelo de desenvolvimento que considere os aspectos sociais e ecológicos.
  • 51. 50 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A sustentabilidade é um tema amplamente abordado e discutido nos meios de comunicação, conferências e debates. Para se alcançar a sustentabilidade, um dos caminhos é ser um consumidor ecologicamente correto ou sustentável; considerando o atual modelo econômico e a sociedade consumista, esse ato se torna um grande desafio. O presente trabalho analisou três fatores essenciais para a disseminação da sustentabilidade, em universitários incluídos no sétimo e nono semestres, do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (FECLI). Os fatores foram: o nível de sensibilização ambiental dos universitários, bem como as práticas de consumo sustentável por parte deles e a influência da graduação nas suas práticas de consumo. No estudo, percebeu-se que os universitários demonstraram um nível favorável de sensibilização ambiental, comprovado pelas respostas que foram positivas e coerentes com relação ao meio ambiente. Na análise das práticas de consumo sustentável dos universitários, evidenciou-se que a maioria deles pode ser considerados consumidores sustentáveis, fato ocorrido provavelmente por serem universitários veteranos do curso de Ciências Biológicas e possivelmente conscientes das suas atitudes na sociedade do consumo. Apesar disso, alguns universitários não demonstraram ter hábitos de consumo sustentável em seu cotidiano, mostrando que a prática do consumo envolve outros fatores, que podem superar a preocupação que os alunos possam ter com relação o meio ambiente no momento da compra. O curso de Ciências Biológicas da FECLI demonstra contribuir para a disseminação do conhecimento sobre a sustentabilidade, fato confirmado pela pesquisa evidenciando que os universitários sentem-se influenciados pelo curso, disciplinas e professores a serem consumidores sustentáveis e preocupados com as causas ambientais. Esse conhecimento e atitude são decorrentes da percepção que os universitários obtiveram sobre os assuntos tratados em sala de aula.
  • 52. 51 Com isso, torna-se um fator de grande importância, que os professores do curso de licenciatura em Ciências Biológicas permaneçam atuando como incentivadores e fornecedores de conhecimento sobre a sustentabilidade, seja em disciplinas como a Educação Ambiental e a Ecologia, como também em outras disciplinas de forma interdisciplinar. Incentivando os universitários a participarem de campanhas, projetos, debates relacionados às questões ambientais. Essa atitude da faculdade poderá formar futuros profissionais conscientes da importância da conservação do meio ambiente e da utilização equilibrada dos recursos naturais, tornando-se possíveis consumidores responsáveis em seu cotidiano e também propagadores do consumo sustentável.
  • 53. 52 REFERÊNCIAS ABREU, C. Transforme seu lar em uma casa ecologicamente correta. 2012. Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br/imoveis- sustentaveis/transforme-seu-lar-em-uma-casa-ecologicamente-correta/>. Acesso em: 01 out. 2012. AFONSO, C. W.; PETRONI, L. M.; SOUZA, M. W. Consumo como ato de cidadania. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 7., 2011, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2011. p. 1-22. AIKAWA, R. Limpa até a consciência. Rev. Sorria. v. 15, p. 26-29, out. 2010. Disponível em: <http://www.revistasorria.com.br/site/edicao/limpa-ate-a- consciencia.php>. Acesso em: 30 set. 2012. AIUB, G. W.; MARTINS, L. A. S.; REINECKE, L. F. G. Consumo consciente entre universitários na região de Brusque – SC. Rev. da Unifebe, Brusque, n. 9, 2011. ALMEIDA, G. S.; JÚNIOR, A. N.; PASTORE, E. M. Ambientalismo e cultura de consumo: um estudo do consumidor do Distrito Federal. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE GESTÃO EMRESARIAL E MEIO AMBIENTE – ENGEMA, 9., 2007, Curitiba. Anais... Curitiba, 2007. p. 1-15. ARAÚJO, O. I. M.. A universidade e a formação de professores para a educação ambiental. Revista brasileira de educação ambiental. Nº 0, 71-78, 2004. AZEVEDO, O. Uma análise do consumo sustentável no segmento universitário. 2011. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/uma- analise-do-consumo-sustentavel-no-segmento-universitario/58970/>. Acesso em: 25 abr. 2012. BAPTISTA, S. G.; CUNHA, M. B. Estudo de usuários: visão global dos métodos de coleta de dados. Rev. Perspectivas em Ciências da Informação, Brasília, v. 12, n. 2, p. 168-184, maio/ago. 2007. BARROS, F. S.; OLIVEIRA, V. M.; CÂNDIDO, G. A. A contemporaneidade do consumo no contexto da sustentabilidade: um estudo sobre consumo consciente. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 30., 2010, São Paulo. Anais... São Carlos, 2010. p. 1-13. BATISTA, G. Meio ambiente: tenha atitudes sustentáveis. 2011. Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br/atitudes-sustentaveis/meio-ambiente-tenha- atitudes-sustentaveis/>. Acesso em: 30 set. 2012. BELINKY, A. Consumo, cidadania e a construção da democracia no Brasil contemporâneo: observações e reflexões sobre a história do Idec, 2010. 344 f. Dissertação (Mestrado em Administração Pública) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, São Paulo. 2010.