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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE
IGUATU - FECLI
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
NIKAELLY SOUSA OLIVEIRA
EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
DE IGUATU/CE: CONTRASTE ENTRE AS REDES DE ENSINO PÚBLICA E
PRIVADA
IGUATU-CEARÁ
2012
1
NIKAELLY SOUSA OLIVEIRA
EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
DE IGUATU/CE: CONTRASTE ENTRE AS REDES DE ENSINO PÚBLICA E
PRIVADA
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de
Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da
Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Licenciado em Ciências Biológicas.
Orientador (a): Profa
. Dra. Alana Cecília de
Menezes Sobreira
IGUATU-CEARÁ
2012
2
3
Dedico este trabalho aos meus pais,
Antonio e Dora, pelo amor, pelo exemplo
de vida e por confiar nos meus sonhos.
A Deus por me dá o dom da vida, forças
em todas as minhas lutas e felicidade em
cada conquista.
4
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, Pai glorioso, e ao Senhor Jesus pela
vida e benções concedidas até hoje, para que eu pudesse chegar até este presente
momento.
As minhas irmãs Nicácia e Nyara, pelo apoio, incentivo e amor que me
deram, sempre recompondo minhas forças em momentos difíceis. Aos meus tios,
avó e primos que muitas vezes buscaram a minha atenção e eu não estava
disponível, mas mesmo assim não desistiram, compreenderam a ausência,
relevaram o mau humor e ouviram, com a mesma disposição desde o início, minhas
longas histórias acadêmicas. A vocês, minha linda família, muitíssimo obrigado pelo
amor que sempre tiveram por mim e por acreditarem nos meus sonhos. Espero que
um dia vocês tenham tanto orgulho de mim quanto eu tenho de vocês.
Quero agradecer aos meus pais, Antonio e Dora, que proporcionaram o
dom da vida e me ensinaram como enfrentá-la com dignidade e determinação.
Esses dois seres maravilhosos que tentaram me compreender nos momento de
desânimo, que foram os primeiros a me aplaudir nos momento de sucesso e que
foram os maiores incentivadores ao longo destes anos de formação, não poderia
deixar de ser os grandes homenageados ao final desta jornada. Portanto, dedicarei
em todos os instantes de minha vida, inesgotável amor e infindos agradecimentos
aos meus eternos mestres.
A todos os meus amigos, pela presença dedicada e por tornarem intensos
os nossos laços de amizade. Em especial, aqueles que sempre estiveram ao meu
lado na minha graduação: Aila, Denis, João Victor, Thamires, Maiara, Lívia, Marlúcia,
Lucilane, Elvis, Patrícia e aos demais colegas de turma. Obrigada por me
acompanharem desde o início da graduação, acreditando, incentivando e me
acalmando nos momentos de dúvidas e angústias, tenho prazer em ter aprendido
tanto com vocês.
A Alana Cecília de Menezes Sobreira, minha orientadora, que com toda
dedicação e atenção disponibilizou de tempo para atender, sempre, as minhas
solicitações. Agradeço pelas valiosas contribuições na minha qualificação, e na
concretização deste trabalho. Pela sua paciência, segurança e credibilidade,
obrigada por tudo.
5
Aos meus maravilhosos mestres, especialmente, Ricardo Rodrigues, Ana
Cristina, Sdena Nunes, Mayle Bezerra, Alana Cecília, Môngolla Keyla, Neiliane aos
demais professores que contribuíram para minha formação. Obrigada por todo
conhecimento e oportunidade a mim proporcionada, exemplos de profissionais,
dedicados e competentes, os seus estímulos contínuos foram imprescindível na
minha formação acadêmica.
Ao programa PIBID, por ter contribuído para minha formação acadêmica,
me dado à oportunidade de conhecer e vivenciar experiências, em sala de aula no
ambiente escolar. Ao coordenador Ricardo Rodrigues e as supervisoras Clarice e
Lucicleide, obrigada pelo carinho, atenção e ensinamento durante todo o programa.
E, enfim, a todos que colaboraram direta ou indiretamente com a
realização deste trabalho.
6
RESUMO
A obesidade se apresenta como uma doença crônica não transmissível, afetando a
vida de crianças, jovens e adultos, em virtude do alto consumo de alimentos ricos
em gorduras saturadas e refeições inadequadas, caracterizando como um autêntico
desafio em termos de saúde pública. O objetivo do trabalho é identificar a
prevalência de alunos com excesso de peso e/ou obesidade no Ensino Fundamental
de duas escolas de ensino da rede pública, Escola de Ensino Fundamental Dr.
Carlos Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos e duas
escolas da rede de ensino privada, Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e
Escola de Ensino Fundamental Frei Damião, do município de Iguatu/CE. Foi
utilizada uma metodologia quantitativa e qualitativa, sendo este estudo do tipo
exploratório-descritivo. O período da coleta dos dados ocorreu nos meses de agosto
e setembro de 2012, e para esse fim, foi aplicado um questionário semi-estruturado
e foi feito uma avaliação antropométrica e analisado os hábitos alimentares, destes
alunos. Os sujeitos da pesquisa foram 240 alunos, sendo 148 do sexo feminino e 92
do sexo masculino e constatou-se que destes, apenas 13 alunos apresentam
excesso de peso, e que a maioria dos alunos eram da rede de ensino privado em
relação aos alunos do ensino público. Os resultados obtidos revelaram que não
houve diferenças significativas entre os sexos e faixas etárias, e que nas escolas
privadas a prevalência de excesso de peso foi maior que nas escolas públicas.
Conclui-se que a prevalência de excesso de peso em escolares das redes de ensino
público e privado necessita de programas de intervenção e prevenção da doença
visando implementar ações de educação em saúde para o controle e tratamento
deste agravo.
Palavras chaves: Excesso de peso, Obesidade, Hábitos alimentares; Crianças e
Adolescentes.
7
ABSTRACT
Obesity presents as a chronic non-communicable, affecting the lives of children,
youth and adults, due to the high consumption of foods high in saturated fats and
inadequate meals, characterizing as a real challenge in terms of public health. The
objective is to identify the prevalence of students with overweight and / or obesity in
elementary education from two schools from public school, Elementary School Dr.
Carlos Gouveia and Educational Center Municipal Father Januario Campos and two
network schools private education, educational Center Cenecista Ruy Barbosa and
Elementary School Frei Damiao, the city of Iguatu / CE. We used a quantitative and
qualitative methodology, this study is both exploratory and descriptive. The period of
data collection occurred during the months of August and September 2012, and to
this end, we applied a semi-structured questionnaire and an anthropometric
evaluation was done and analyzed the eating habits of these students. The study
subjects were 240 students, 148 females and 92 males and found that of these, only
13 students are overweight, and that most of the students were from private school
system in relation to students public education. The results showed that no significant
differences between genders and age groups, and in private schools the prevalence
of overweight was higher than in public schools. We conclude that the prevalence of
overweight in schoolchildren networks of public and private schools require
intervention programs and disease prevention actions aimed at implementing health
education for the control and treatment of this disease.
Key words: Overweight, Obesity, Eating Habits, Children and Adolescents.
8
LISTA DE GRÁFICO
Gráfico 01: Gráfico do IMC por idade: dos 10 aos 19 anos (escores z ).
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Diagnóstico de obesidade em crianças e adolescentes.
Quadro 02: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Público.
Quadro 03: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Privado.
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Disposição do sexo dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e
privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Tabela 02: Nível de escolaridade dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino
público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Tabela 03: Renda familiar dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino
público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Tabela 04: Tipo de transporte utilizado pelos escolares pra ir à escola. Dos alunos
do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de
2012.
Tabela 05: Prática de atividade física na escola dos alunos do 8° ano das redes de
ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Tabela 06: Prática de atividade física fora da escola dos alunos do 8° ano das redes
de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Tabela 07: Tipo de moradia dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e
privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Tabela 8: Tempo gasto com o uso de aparelhos eletrônicos usados pelos dos
alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e
setembro de 2012.
Tabela 09: Número de irmãos dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e
privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Tabela 10: Consumo de refrigerantes e chocolates dos alunos do 8° ano das redes
de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
11
LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS
ABESO: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica
FAO: Organização para a Alimentação e Agricultura
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC: Índice de Massa Corporal
MS.: Ministério da Saúde
OMS.: Organização Mundial da Saúde
POF: Pesquisa de Orçamento Familiar
PENSE: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
PSE: Programa Saúde na Escola
SPE: Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TMB: Taxa Metabólica Basal
VIGITEL: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................
2. OBJETIVOS..........................................................................................................
2.1. Geral...................................................................................................................
2.2. Específicos.........................................................................................................
3. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................
3.1. Obesidade .........................................................................................................
3.2. Epidemiologia.....................................................................................................
3.3. Etiologia..............................................................................................................
3.3.1. Fatores Genéticos e Endócrinos...............................................................
3.3.2. Fatores Ambientais....................................................................................
3.3.3. Fatores Psicológicos.................................................................................
3.3.4. Hábitos Alimentares..................................................................................
3.4. Diagnóstico da Obesidade.................................................................................
3.5. Tratamento da Obesidade..................................................................................
3.6. Prevenção da Obesidade...................................................................................
3.7. A Importância da Escola na Educação Alimentar..............................................
3.8. Políticas Públicas para prevenção da Obesidade..............................................
4. TRAJETO METODOLÓGICO...............................................................................
4.1. Tipo de Estudo...................................................................................................
4.2. Cenário da Pesquisa..........................................................................................
4.3. População e Amostra.........................................................................................
4.4. Instrumentos de Coleta de Dados......................................................................
4.5. Análise dos Dados.............................................................................................
4.6. Aspetos Éticos e Legais.....................................................................................
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................
5.1. Caracterização dos Sujeitos do Estudo.............................................................
5.1.1. Características Pessoais.................................................................................
5.1.2. Características socioeconômico e culturais....................................................
5.2. Perfil antropométrico (peso e altura) dos escolares de duas escolas de
ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada...........................
5.3. Os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade nos
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escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino
da rede privada..........................................................................................................
5.4. Comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos escolares de
duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................
REFERÊNCIAS.........................................................................................................
APÊNDICES..............................................................................................................
APÊNDICE A - Solicitação de Autorização do Comitê ética da Universidade
Estadual do Ceará (UECE).......................................................................................
APÊNDICE B - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola Centro
Educacional Cenecista Ruy Barbosa........................................................................
APÊNDICE C- Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola de Ensino
Fundamental Frei Damião.........................................................................................
APÊNDICE D - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola de Ensino
Fundamental Dr. Carlos de Gouveia.........................................................................
APÊNDICE E - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola Centro
Educacional Municipal Padre Januário Campos.......................................................
APÊNDICE F - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................................
APÊNDICE G - Questionário Semi-Estruturado........................................................
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1. INTRODUÇÃO
A obesidade se constitui como um dos principais problemas de saúde no
mundo afetando crianças, adolescentes e adultos, em consequência do estilo de
vida moderno. Atualmente, as pessoas por não possuírem tempo de se alimentar de
forma correta, preferem comer alimentos rápidos.
Esta doença caracteriza-se como um dos grandes desafios em termos de
saúde pública nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, pois sua
prevalência vem sendo crescente nos últimos anos, tanto em crianças como em
adolescentes (ALVES, 2007).
No Brasil, os números de pessoas com excesso de peso e com
obesidade são alarmantes, pois chegaram a patamares nunca vistos antes,
alcançando metade da população, sendo esta principalmente da zona urbana e de
regiões de maior poder aquisitivo.
O Ministério da Saúde (2012a) retrata essa situação apontando que entre
os anos de 2006 e 2009, os casos de sobrepeso e obesidade aumentaram entre
brasileiros. O sobrepeso passou de 42,7% em 2006 para 46,6% em 2009. Já a
obesidade aumentou de 11,4%, (no mesmo intervalo de ano) para 13,9% em 2009.
Em crianças e jovens esses números são ainda mais preocupantes. É o
que revela a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada entre 2008 e 2009
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três
crianças, com idade entre 05 e 09 anos, estão com peso acima do recomendado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Entre os
jovens de 10 a 19 anos, 01 em cada 05 apresentam excesso de peso. Tornando-os
mais suscetíveis a serem adultos obesos. Sendo assim, medidas de controle da
obesidade, desde idades precoces podem ser uma maneira de reverter o
crescimento acelerado da doença (BRASIL, 2012a).
Os principais fatores da obesidade infantil relacionam-se à predisposição
genética e ao ambiente, os quais, somados a maus hábitos alimentares e
sedentarismo influenciam o peso de um indivíduo.
No período da infância, as crianças não exercem controle no ambiente em
que vivem, como por exemplo, a disponibilidade de alimentos, elas vão sofrendo
15
fortes influências dos hábitos alimentares de seus pais e familiares, estando sujeitas
também aos modelos ambientais e de comportamento do ambiente escolar.
O ambiente escolar é responsável por influenciar os hábitos alimentares
das crianças, uma vez que na hora do recreio, as cantinas oferecem lanches
saborosos e interessantes como salgadinhos, frituras, sanduíches, refrigerantes,
bolos, doces, alimentos industrializados, sucos artificiais, dentre outros. São
alimentos muito calóricos e ricos em gorduras saturadas, esta, por sua vez, deveria
proporcionar às crianças uma alimentação mais saudável, com bom valor nutricional.
Sendo o Ensino Fundamental a época mais decisiva na construção de
hábitos e atitudes humana, cabe a escola e aos professores trabalharem medidas
educativas sobre a obesidade infantil estimulando as crianças desde cedo a
cuidarem dos seus hábitos alimentares, orientando-lhes sobre os malefícios do
excesso de peso e obesidade na infância (FERNANDES; ROCHA; SOUZA, 2005).
Diante do exposto, surgiram alguns questionamentos que direcionaram a
escolha para o objetivo do estudo: identificar a prevalência de alunos com obesidade
e/ou excesso de peso, no Ensino Fundamental de duas escolas da rede de ensino
pública e duas da rede privada município de Iguatu/CE? Quais os principais fatores
que influenciam o excesso de peso e obesidade nesses alunos? Quais os seus
hábitos alimentares?
Aprofundar estudos sobre essa temática é estimulante e ao mesmo tempo
desafiador, uma vez que fatores condicionantes e determinantes, como a
predisposição genética, fatores socioeconômicos e culturais incidem diretamente no
desenvolvimento dessa patologia. Dessa forma, o ambiente escolar se torna
favorável para realização de uma pesquisa investigativa sobre a ocorrência de
excesso de peso e obesidade infantil, buscando dessa maneira, investigar e
estabelecer um comparativo entre estes alunos.
Em meio a essa significância, o presente estudo terá como intuito
subsidiar o trabalho dos professores e gestores dessas escolas no planejamento,
formulação e desenvolvimento de ações educativas integradas, priorizando o
envolvimento direto das famílias dentro desse processo, a fim de prevenir o
surgimento desse problema e reduzir a incidência de suas complicações na vida
adulta.
16
2. OBJETIVOS
2.1 - Geral:
Identificar a prevalência de alunos com excesso de peso e/ou obesidade
no Ensino Fundamental de duas escolas de ensino da rede pública (Escola de
Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre
Januário Campos) e duas escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional
Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município
de Iguatu/CE.
2.2 - Específicos:
 Avaliar o perfil antropométrico (peso e altura) de alunos com excesso de peso e/ou
obesidade de duas escolas da rede de ensino pública (Escola de Ensino
Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário
Campos) e duas escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista
Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município de
Iguatu/CE;
 Investigar os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade em
alunos de duas escolas da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos
de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas
escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e
Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE;
 Estabelecer um comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos alunos
de duas escolas da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de
Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escolas
da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de
Ensino Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE.
17
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 - Obesidade
A infância é caracterizada como um período em que se desenvolve
grande parte das potencialidades humanas. Os distúrbios relativos ao peso que
incidem nessa época são responsáveis por graves consequências para indivíduos e
comunidades (BRASIL, 2009).
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006) define obesidade como
um acúmulo ou excesso de gordura corporal no tecido adiposo, com implicações
para a saúde.
A obesidade infantil vem se constituindo em um dos principais problemas
de saúde pública no mundo, considerando as evidências de que proporção
significativa de crianças obesas irão se tornar adultos obesos, e que essa condição,
persistindo na vida adulta, pode resultar em formas mais severas de obesidade,
acompanhadas de elevadas taxas de morbi-mortalidade (MONDINI et al., 2007).
Na literatura médica, a obesidade é resultado de um desequilíbrio
constante e prolongado entre a ingestão calórica e gasto energético. Na infância
considera-se sobrepeso o índice de massa corpórea (IMC) entre os percentis de 85
e 95, e obesidade, acima do percentil 95 (TUMAS et al., 2010).
Na maioria das vezes, o sobrepeso e a obesidade são trazidos de forma
igual, mas apresentam significados completamente diferentes. Tendo como base a
altura e a estrutura física do indivíduo, sobrepeso pode ser caracterizado como o
excesso de peso corporal, ultrapassando os padrões de normalidade (WILMORE;
COSTILL, 2001).
3.2 - Epidemiologia
A obesidade presente desde o inicio da história do homem como um
evento raro, hoje, a obesidade se tornou epidêmica no século XX, constituindo-se
em um problema grave de saúde pública em países desenvolvidos e em muitos
países em desenvolvimento (DUNCAN; SCHIMIDT; GIUGLIANI, 2004).
18
Cerca de 38 milhões de brasileiros com mais de 20 anos estão acima do
peso. Desse total, mais de 10 milhões são considerados obesos, de acordo com os
padrões estabelecidos pela (OMS) e pela (FAO). Dados de 2003 da (POF) revelam
que o excesso de peso afeta 41,1% dos homens e 40% das mulheres, sendo que,
desse grupo, a obesidade atinge 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres adultas.
O estudo aponta ainda, que o excesso de peso dos brasileiros está relacionado ao
aumento do consumo de alimentos industrializados e também pela ingestão de
grande quantidade de açúcar e gordura (BRASIL, 2012b).
A proporção de adultos com excesso de peso tem aumentando de forma
progressiva. Os dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito (VIGITEL, 2010) indicam uma prevalência de excesso de
peso nos adultos de 48,1%, correspondendo a 52,1% em homens e 44,3% em
mulheres, enquanto a obesidade passou de 11,4% em 2006 para 15% em 2010. No
período 2006-2010, houve um aumento de excesso de peso em 1,2 pontos
percentuais ao ano entre os homens, enquanto, entre as mulheres, esse aumento foi
de 2,2 pontos percentuais. A frequência de obesidade aumentou, em média, 1 ponto
percentual ao ano em mulheres no período compreendido entre 2006 e 2010
(BRASIL, 2012b).
O excesso de peso e a obesidade entre jovens e crianças também têm
sido preocupantes. A avaliação do estado nutricional de crianças de 5 a 9 anos de
idade, estudada pela POF 2008-2009, mostrou que o excesso de peso e a
obesidade já atingem 33,5% e 14,3%, respectivamente. Na população de 10 a 19
anos, o excesso de peso foi diagnosticado em cerca de um quinto dos adolescentes
e a prevalência de obesidade foi de 5,9% em meninos e 4% em meninas (BRASIL,
2012b).
19
3.3 - Etiologia
A etiologia da obesidade possui formas complexas e multifatoriais,
resultando da interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. Há
um aumento significativo da prevalência da obesidade em diversas populações do
mundo, incluindo o Brasil (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia,
Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 2005).
De acordo com Bouchard (2003), existem vários fatores que podem
resultar no ganho ou acúmulo da massa gorda entre as pessoas. Com destaque
especial para fatores genéticos, endócrinos, dietéticos, psicológicos, culturais e
socioeconômicos, que resultam em um estilo de vida ativo ou não, que podem levar
à obesidade. Entre as crianças, a obesidade está fortemente vinculada a um estilo
de vida, onde a alimentação caseira é substituída por alimentos industrializados,
promovidos atraentemente pela mídia, a substituições de brincadeiras com
dispêndio energético por horas em frente à televisão, videogames e computadores,
além de fatores sociais, culturais, econômicos e de escolaridade dos pais.
A obesidade também pode resultar de causas endógenas (provocadas
por síndromes somáticas dismórficas, lesões do sistema nervoso central e
endocrinopatias) ou exógenas (resultantes da ingestão excessiva, quando
comparada ao consumo energético do indivíduo). A distinção entre as duas é de
grande importância, uma vez que as provocadas por causas endógenas, devem ser
tratadas no sentido de corrigir o distúrbio de base com normalização dos índices
ponderais (SOUZA et al., 2007).
As causas exógenas, por sua vez, são responsáveis pela maior parte dos
casos de obesidade, sendo que o excesso de gordura corporal acontece quando o
total de consumo de energia, na forma de alimentos, excede o seu dispêndio, na
forma de metabolismo em repouso e atividades físicas adicionais. Tanto a ingestão
excessiva quanto o baixo dispêndio energético podem ser o fator causador, porém,
em muitos casos, parece que ambos atuam conjuntamente (SOUZA et al., 2007).
20
3.3.1 - Fatores Genéticos e Endócrinos
Segundo Salbe et al. (2002), fatores genéticos influenciam diretamente
nas características de desenvolvimento do tecido adiposo, bem como na
determinação da taxa metabólica basal (TMB) do individuo obeso, que pode estar
diminuída, sendo determinante para a obesidade.
Crianças obesas filhas de pais obesos têm maiores chances de se
tornarem adultos obesos, devido à influência genética somada aos hábitos
alimentares adotados pela família (WRIGHT et al, 1997 apud SUNE et al, 2007).
Estudos demonstram maior relação entre IMC da mãe e obesidade nos
filhos, quanto mais alto for o IMC materno maior será a chance de a criança
apresentar excesso de peso. Isto se deve tanto a fatores genéticos como ambientais
(GUIMARÃES et al., 2006).
Fatores genéticos, ainda podem está associados à eficiência no
aproveitamento, armazenamento e mobilização dos nutrientes ingeridos; ao gasto
energético, em especial à taxa metabólica basal (TMB); ao controle do apetite e ao
comportamento alimentar (FRANCISCHI et al., 2000; SICHIERI, 1998). A obesidade
também pode ser conduzida por algumas desordens endócrinas, como por exemplo,
o hipotireoidismo e problemas no hipotálamo, mas estas causas representam menos
de 1% dos casos de excesso de peso (FRANCISCHI et al., 2000).
3.3.2 - Fatores Ambientais
A obesidade necessita de um ambiente propício para se manifestar,
desencadeando esse processo em indivíduos predispostos a apresentar excesso de
peso (VITOLO, 2003; FLORES; CARRIÓN; BARQUERA, 2005 apud BENDER,
2006).
Dessa forma, o ambiente moderno se apresenta como um potente
estímulo para o desenvolvimento dessa patologia. A diminuição dos níveis de
atividade física e o aumento da ingestão calórica são fatores determinantes
ambientais fortes nesse processo (ABESO, 2009).
Para Mello; Luft; Meyer (2004), o comodismo do hábito de assistir
televisão, além de promover o sedentarismo, pode exercer influência negativa sobre
21
a alimentação infantil, pois as crianças são bombardeadas por uma série de
propagandas atraentes, mostrando em sua maioria alimentos com alto teor de
gorduras e açúcares. Esses hábitos na maioria das vezes persistem na idade adulta,
reforçando a teoria que esses fatores são decisivos na manutenção ou não do peso
saudável.
3.3.3 - Fatores Psicológicos
De acordo com Segal, (2003) apud Wanderley; Ferreira (2010) de todos
os fatores envolvidos no desencadeamento da obesidade, os psicológicos e
psiquiátricos possuem maior relevância, não tanto pelo seu papel etiológico e de
prognóstico, mas sim por seu papel histórico. Nas primeiras seis décadas do século
XX, a obesidade era entendida como resultante de déficits morais e/ou problemas
psíquicos.
O indivíduo obeso apresenta sofrimento psicológico decorrente tanto dos
problemas relacionados ao preconceito social e à discriminação contra a obesidade,
como das características do seu comportamento alimentar. A depreciação da própria
imagem física leva à preocupação opressiva com a obesidade, tornando o obeso
inseguro devido à sua inabilidade de manter a perda de peso. A falta de confiança, a
sensação de isolamento, atribuída ao fracasso da família e dos amigos em entender
o problema, assim como a humilhação, decorrente do intenso preconceito e
discriminação aos quais os indivíduos obesos estão sujeitos, remetem a enorme
carga psicológica do indivíduo obeso (BERNARDI; CICHELERO; VITOLO, 2005).
Cordás (2005) descreve que estudos desenvolvidos em populações de
obesos demonstram a existência de um maior número de problemas psicológicos
nessas populações do que na população geral. Dessa forma, os fatores psicológicos
não são considerados causais, porém a obesidade pode ser desencadeante de
transtornos mentais, como a depressão. Sabe-se que, pessoas obesas passam por
dificuldades ligadas a processos psicológicos como consequência de sua condição.
22
3.3.4 - Hábitos Alimentares
Tem sido evidenciada uma progressão na transição nutricional da
população brasileira, caracterizada pela redução na prevalência dos déficits
nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade não só na
população adulta, mas também em crianças e adolescentes. Segundo teorias
ambientalistas, as causas estão fundamentalmente ligadas às mudanças no estilo
de vida e aos hábitos alimentares (TRICHES; GIUGLIANI, 2005).
Recentemente, verificou-se uma mudança no comportamento alimentar.
Antes, a dieta da população continha mais alimentos ricos em proteínas, como a
carne e o ovo, e em ferro, como o feijão, nutrientes essenciais para a saúde
humana. Esses alimentos foram substituídos por comidas prontas, que contem alto
valor calórico e baixo valor nutritivo. Essa alteração provoca malefícios à saúde e
isso pode ter ocorrido devido ao aumento do preço de alguns produtos, como arroz,
trigo e soja, e, também, pela comodidade que os alimentos prontos proporcionam
(TOMAZ, 2008).
O consumo alimentar tem sido relacionado à obesidade, não somente
quanto ao volume da ingestão alimentar, como também à composição e qualidade
da dieta. Além disso, os padrões alimentares também mudaram, confirmando em
parte o contínuo aumento da adiposidade nas crianças, como o pouco consumo de
frutas, hortaliças e leite, o aumento no consumo de guloseimas (bolachas recheadas,
salgadinhos, doces) e refrigerantes, bem como a omissão do café da manhã
(TRICHES; GIUGLIANI, 2005).
3.4 - Diagnóstico da Obesidade
O estabelecimento de um diagnóstico de obesidade e/ou sobrepeso, em
geral não é difícil, mas requer que se identifiquem os níveis de risco, o que,
frequentemente, necessita de algumas formas de quantificação (ABESO, 2009).
O método comumente utilizado para o diagnóstico de obesidade é a
avaliação antropométrica, que consiste em um procedimento simples, não invasivo,
23
rápido e barato, associando o IMC, circunferência abdominal e verificando a
distribuição da adiposidade do tipo central ou global (SILVA et al., 2003).
Sendo o método mais utilizado e prático para definir sobrepeso e
obesidade infantil, o Índice de Massa Corporal (IMC) ou índice Quetelet, é obtido
pelo peso dividido pelo quadrado da altura, e tem excelente correlação com a
quantidade de gordura corporal, o qual é largamente utilizado em estudos
epidemiológicos e clínicos (ALVES, 2005).
Na infância, os valores atribuídos ao índice de massa corporal (IMC)
variam em função da idade, apresentando nos primeiro 12 a 18 meses um aumento,
seguindo uma gradual e sustentada queda até 6 ou 7 anos, evoluindo então com um
aumento gradual (HALPERN; MANCINI, 2002). Podendo ser usado o cálculo do IMC
percentual (% IMC), que independe da altura e da idade da criança e se apoia em
tabelas de percentis de peso e de altura, é mais adequado (Quadro 01).
Quadro 01 – Diagnóstico de obesidade em crianças e adolescentes
Índice de massa corporal percentual (%IMC)
%IMC= (peso/altura2
): (50% percentil para a idade peso/ 50% percentil altura) x 100%
>110%: sobrepeso; >120%: obesidade
Fonte: Helpern; Mancini, 2002
O Ministério da Saúde estabelece o gráfico 01 como parâmetro para a
avaliação do peso entre adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos (BRASIL,
2011).
24
Gráfico 01: Gráfico do IMC por idade: dos 10 aos 19 anos (escores z ).
Fonte: Brasil, 2011.
25
Os médicos diagnosticam a obesidade e o sobrepeso, utilizando esse
gráfico de crescimento para seguir o desenvolvimento de adolescentes. O IMC por
idade utiliza a altura, peso e idade de uma criança para determinar quanta gordura
corporal ele ou ela tem e compara os resultados com os de outras crianças da
mesma idade e gênero. Ele pode ajudar a prever se as crianças terão risco de ficar
acima do peso quando estiverem mais velhas (CORREA; PEREIRA; SILVA, 2005).
De acordo com estudo de Giugliano (2004), que afirma que a ocorrência
de obesidade e sobrepeso em conjunto foi semelhante nos dois sexos, atingindo
21,1% dos meninos e 22,9% das meninas, a porcentagem de gordura corporal
média foi crescente, partindo-se das crianças com baixo peso para as normais e
destas para as com sobrepeso e obesidade em ambos os sexos. As diferenças
foram significativas, pois as crianças normais do sexo feminino tinham porcentagem
de gordura corporal mais elevada do que no sexo masculino.
3.5 - Tratamento da Obesidade
A obesidade consiste em um tratamento que é complexo e
multidisciplinar, não existe nenhum tratamento farmacológico que não envolva
mudança de estilo de vida das pessoas com esta doença. Quanto maior o grau de
excesso de peso, maior a gravidade da doença (Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia, 2006).
Na infância e na adolescência, o manejo pode ser ainda mais difícil de
que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos dos padrões
paternos, além da falta de entendimento das crianças quanto aos dados da
obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
O tratamento da obesidade infantil constitui as modificações no
comportamento e nos hábitos de vida (tanto da criança como se possível, da
família), que incluem mudanças nos planos alimentar e nas atividades física, e deve
ser instituído ao paciente, a partir do instante em que se diagnostica o problema
(SOARES; PETROSKI, 2003).
Para o tratamento da obesidade, é necessário a atuação de uma equipe
multiprofissional (médico, nutricionista, psicólogo, e o educador físico), que vão
analisar o quadro clínico do paciente, pois o tratamento em pacientes obesos é de
26
longo prazo, e tem como objetivo básico, manter o peso adequado para a estatura,
preservando o crescimento e desenvolvimento normal (SOARES; PETROSKI, 2003).
3.6 - Prevenção da Obesidade
A obesidade infantil, em nosso meio, se apresenta como um desafio, uma
vez que vem aumentando nas últimas três décadas e sua prevalência em
adolescentes e adultos jovens, apresenta um forte agravante para a saúde atual e
futura dos indivíduos. Prevenir a obesidade infantil significa diminuir, de uma forma
racional e menos onerosa, a incidência de doenças crônicas degenerativas (SILVA;
COSTA; RIBEIRO, 2008).
A prevenção da obesidade infantil se baseia em limitar o consumo de
alimentos ricos em gordura e com poucos nutriente é percebido como uma restrição
dietética, que pode levar ao aumento da preferência destes alimentos, quando as
intervenções estruturadas são removidas. Uma abordagem alternativa seria
estimular o aumento do consumo de alimentos ricos em nutrientes, tais como frutas
e vegetais. Entretanto, poucos estudos avaliaram o consumo desses alimentos na
prevenção da obesidade e especificamente a possibilidade deles deslocarem o
consumo de alimentos menos saudáveis (SICHIERI; SOUZA, 2008).
É importante, que se inicie a prevenção desde a infância, uma vez que, a
orientação alimentar é instrumento de grande benefício tanto para promoção de
hábitos alimentares saudáveis, quanto para a prevenção e o controle do excesso de
peso (BRASIL, 2006).
3.7 - A Importância da Escola na Educação Alimentar
A escola é uma aliada importante para a concretização de ações de
promoção da saúde voltadas para o fortalecimento das capacidades dos indivíduos,
para a tomada de decisões favoráveis à sua saúde e à comunidade, para a criação
de ambientes saudáveis e para a consolidação de uma política intersetorial voltada
para a qualidade de vida, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como foco a
construção de uma nova cultura da saúde (PROJETO PROMOÇÃO DA SAÚDE
SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE/MS, 2002).
27
As escolas desempenham um papel fundamental como promotoras de
saúde, uma vez que é nesse ambiente que as crianças e adolescentes permanecem
na maior parte do tempo, dessa forma é possível promover mudanças de
paradigmas tradicionais nos escolares com enfoques integrais na saúde (COSTA,
2008).
A alimentação exerce um papel primordial durante todo o ciclo de vida
dos indivíduos. Entre as distintas fases da vida pode-se destacar, como exemplo, a
idade escolar, que se caracteriza por um período em que a criança apresenta um
metabolismo muito mais intenso quando comparado ao do adulto (DANELON;
DANELON; SILVA, 2006).
É fator imprescindível, a importância de hábitos alimentares saudáveis,
completos, variados e agradáveis ao paladar para a promoção da saúde, sobretudo
dos organismos jovens, em fase de desenvolvimento, e para a prevenção e controle
de doenças crônicas não transmissíveis, cuja prevalência vem aumentando
significativamente (BOOG, 2000 apud MARIN; BERTON; SANTO, 2009).
Entende-se que o ensino sobre nutrição seja fundamental na promoção
de saúde, que deve ter lugar na escola, e, por isso, a educação nutricional não pode
deixar de compor, um plano nacional oficial de ensino (BIZZO; LEDER, 2005).
3.8 - Políticas Públicas para prevenção da Obesidade
O Programa Saúde na Escola (PSE), foi instituído pela portaria n° 1.861,
de 4 de setembro de 2008, que define critérios do programa e traz o Termo de
Adesão dos municípios, resultante entre uma parceria dos ministérios da Saúde e da
Educação que tem o objetivo de garantir atenção à saúde e educação integral para
os estudantes da rede básica de ensino público e construir uma cultura de paz nas
escolas. Neste ano, o programa desenvolveu a primeira semana de saúde na escola
com o tema “SAÚDE TAMBÉM SE APRENDE NA ESCOLA”, focando o combate à
obesidade (BRASIL, 2012c).
O programa apresenta quatro blocos: o primeiro consiste na avaliação
das condições de saúde, envolvendo estado nutricional, incidência precoce de
hipertensão e diabetes, saúde bucal (controle de cárie), acuidade visual e auditiva e,
ainda, avaliação psicológica do estudante. O segundo trata da promoção da saúde e
28
da prevenção, que trabalhará as dimensões da construção de uma cultura de paz e
combate às diferentes expressões de violência, consumo de álcool, tabaco e outras
drogas, incluindo abordagem à educação sexual e reprodutiva, além de estímulo à
atividade física e práticas corporais (BRASIL, 2012c).
O terceiro programa é voltado à educação permanente e capacitação de
profissionais e de jovens. O último prevê o monitoramento e a avaliação da saúde
dos estudantes por intermédio de duas pesquisas. A primeira é a Pesquisa Nacional
de Saúde do Escolar (Pense), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), que contempla, além de outros, todos os itens da avaliação das
condições de saúde e perfil socioeconômico das escolas públicas e privadas nas 27
capitais brasileiras. O resultado dessa pesquisa servirá para que as escolas e as
equipes de saúde tenham parâmetros para a avaliação da comunidade estudantil. A
segunda pesquisa será o Encarte Saúde no Censo Escolar (Censo da Educação
Básica), elaborado e aplicado no contexto do Projeto Saúde e Prevenção nas
Escolas (SPE) desde 2005 (BRASIL, 2012c).
O programa desenvolveu ações de prevenção da obesidade na infância e
na adolescência, com realização da avaliação antropométrica das crianças e
adolescentes e encaminhamento para as unidades básicas de saúde dos casos com
alteração de peso, e promoção de palestras de educação em saúde com os pais
destes alunos, focando a importância de hábitos alimentares saudáveis (BRASIL,
2012c).
29
4. TRAJETO METODOLÓGICO
4.1 - Tipo de Estudo
Trata-se de um estudo do tipo exploratório de cunho descritivo com
abordagem mista, onde se utilizou o método quantitativo para caracterizar os
sujeitos em questão e o método qualitativo para repassar os pensamentos das
entrevistadas no que tange os aspectos subjetivos deste estudo (POLIT; BECK;
HUNGLER, 2004).
A pesquisa quantitativa aplica-se à dimensão mensurável da realidade e
os seus resultados auxiliam o planejamento de ações, principalmente quando as
populações pesquisadas representam com fidelidade, o coletivo (BIGNARD, 2008).
Menezes (2001) ressalta que a pesquisa quantitativa analisa que o objeto
de estudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las.
A investigação qualitativa, que de acordo com Martins (2004) privilegia a
análise de micro-processos, através do estudo das ações sociais individuais e
grupais, realizando um exame intensivo dos dados, e é caracterizada pela
heterodoxia no momento da análise.
Godoy (1995) ressalta que a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de
dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto
do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos
segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em
estudo.
É do tipo exploratório, pois envolveu levantamento bibliográfico,
aproximação com pessoas que possuem experiências práticas com o problema
estudado e, claro, o aprendizado por parte do pesquisador, afinal para Gil (1999), os
estudos exploratórios visam proporcionar um maior conhecimento para o
pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais
precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores.
Segundo Tomasi e Yamamoto (1999), a pesquisa descritiva busca
conhecer diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política,
econômica e demais comportamentos humanos, tanto individualmente, como de
30
grupos e comunidades complexas, observando, registrando, analisando e
correlacionando os fenômenos sem manipulá-los. Isso vem a corroborar a opinião
de Gil (2002) ao afirmar que as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre as variáveis. Nessa perspectiva, pela importância
da descrição dos dados e informações coletados, justifica-se a utilização desse tipo
de abordagem no presente trabalho.
4.2 - Cenário da Pesquisa
A pesquisa foi realizada em duas escolas da rede pública e duas escolas
da rede privada do município de Iguatu, localizado na região Centro-Sul do Ceará a
380 km da capital do estado, Fortaleza.
Este município possui aproximadamente 97.330 habitantes segundo
dados do IBGE/2011, exercendo o papel de centro regional de comércio e serviços
para mais de 10 municípios da região onde se situa. Sua economia é baseada na
agricultura (plantio de arroz e algodão), pecuária, comércio e indústria (IGUATU,
2012).
O estudo foi aplicado nas escolas públicas Escola de Ensino Fundamental
Dr. Carlos de Gouveia, localizada na Rua Dr. João Pessoa, 887 e Centro
Educacional Municipal Padre Januário Campos, localizada na Rua Mônica Teixeira
Peixoto, S/N ambas na cidade de Iguatu/CE e nas escolas privadas Centro
Educacional Cenecista Ruy Barbosa, localizada na Rua Luzia Moreira, 804 e Escola
de Ensino Fundamental Frei Damião, localizada na Rua Valdomiro Bezerra, 26
ambas na cidade de Iguatu/CE.
4.3 - População e Amostra
A população do estudo foi compreendida pelos alunos do Ensino
Fundamental II, cursando 8º ano da antiga 7° série das: Escola de Ensino
Fundamental Dr. Carlos de Gouveia, Centro Educacional Municipal Padre Januário
Campos, Escola Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino
31
Fundamental Frei Damião, totalizando 240 alunos, sendo 148 do sexo feminino e 92
do sexo masculino. A amostra foi constituída por 13 alunos que após avaliação
antropométrica (aferição do peso e altura), apresentaram excesso de peso e/ou
obesidade e que estavam dentro dos critérios de inclusão da pesquisa:
 Alunos matriculados no 8° ano;
 Aceitar participar da pesquisa, após consentimento prévio dos pais;
 Estar presente na sala de aula no dia da avaliação;
4.4 - Instrumento de Coleta de Dados
No intuito de alcançar os objetivos da pesquisa, os dados foram coletados
por meio de um questionário semi-estruturado, contendo 25 questões sendo 21
questões objetivas e 4 questões subjetivas, que foi aplicado aos alunos. De acordo
com Gil (2010) o questionário é uma técnica de investigação composta por um
número significante de questões apresentadas por escrito às pessoas.
O questionário, com perguntas objetivas e subjetivas, abordou os
seguintes critérios: idade, série, sexo, tipo de escola, prática de atividade física,
hábitos alimentares, dados antropométricos (altura e peso) e as características
socioeconômicas dos pais (APÊNDICE G).
A coleta de dados foi realizada durante os meses de agosto e setembro
de 2012.
4.5 - Análise dos Dados
Os dados obtidos através dos questionários foram analisados e os
resultados foram apresentados por meio de recursos e técnicas estatísticas como
tabelas e percentagem. Além da utilização desses recursos, foi feito uma análise
comparativa com autores acerca do tema em estudo.
Segundo Marconi e Lakatos (2006) análise é uma tentativa de demonstrar
as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Já a
interpretação, significa a exposição do material apresentado, em relação aos
objetivos propostos e a relação com o tema.
32
As tabelas auxiliam na apresentação dos dados, facilitando o leitor a
compreensão e interpretação desses (MARCONI; LAKATOS, 2006).
4.6 - Aspectos Éticos e Legais
A pesquisa obedeceu a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde sobre Pesquisa Envolvendo Seres Humanos,
incorporando, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os quatros referenciais
básicos da bioética: autonomia, benevolência, justiça e não maleficência, visando
assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos
sujeitos da pesquisa e ao Estado (GUATHIER et al, 1998).
No que diz respeito à autonomia, os sujeitos foram esclarecidos quanto à
natureza e os objetivos do estudo quando foram convidados a participar da
pesquisa; e após terem aceitado participar, foi oficializado o Consentimento Livre e
Esclarecido (APÊNDICE F).
Com relação ao princípio de beneficência, os alunos puderam levar o
instrumento de coleta de dados para casa e para preencher com os pais, garantindo
o conforto e liberdade.
Quanto ao princípio de justiça, a escolha desses sujeitos como objeto de
estudo vai ao encontro de gerar discussões e decisões que apontem práticas e
atividades que contribuam para a melhoria da qualidade de vida desses alunos,
através da adoção de hábitos alimentares saudáveis.
33
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados referem-se aos dados da pesquisa realizada com os alunos
do 8º ano que apresentaram excesso de peso e/ou obesidade de duas escolas de
ensino da rede particular (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de
Ensino Fundamental Frei Damião) e duas escolas de ensino da rede pública (Escola
de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal
Padre Januário Campos), localizadas no município de Iguatu/CE.
A análise desses dados foi obtida através de um questionário semi-
estruturado contendo 25 questões, sendo distribuídas da seguinte forma: 21
questões objetivas e 04 questões subjetivas. O questionário foi entregue aos alunos
que estavam em sala de aula, para que fosse respondido em casa, com a
autorização dos pais. Os dados coletados revelaram que dos 240 adolescentes que
responderam ao questionário 13 adolescentes apresentaram excesso de peso,
sendo que 08 adolescentes pertencem à rede de ensino privado e 05 adolescentes a
rede de ensino público.
Para enveredar no processo de análise e discussão dos dados buscou-se
o referencial teórico de literaturas pertinentes ao assunto abordado. A fim de manter
o anonimato dos sujeitos, atendendo aos princípios éticos da pesquisa, escolheu-se
por denominar os participantes usando pseudônimos, aos quais foram atribuídos
algarismos romanos aos nomes dos alunos, tornando mais fácil a compreensão e
leitura da pesquisa.
5.1. Caracterização dos Sujeitos do Estudo
Os sujeitos foram caracterizados de acordo com sexo, faixa etária, perfil
socioeconômico e escolaridade dos pais dos adolescentes, e os resultados foram
dispostos em tabelas, posteriormente, relacionados com literaturas semelhantes ou
que abordem o assunto exposto.
34
5.1.1. Características Pessoais
Em relação ao sexo, o estudo revelou que não houve divergência entre o
gênero masculino e o gênero feminino dos adolescentes que apresentaram excesso
de peso e/ou obesidade nas redes de ensino público e privado. A faixa etária
predominante neste estudo variou de 13 a 14 anos de idade, caracterizada pelos
alunos que apresentaram excesso de peso na fase da adolescência (Tabela 01).
Tabela 01- Disposição do sexo dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e
privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Escola
Pública
Escola
Particular
Sexo Valor
Absoluto
Percentual
(%)
Valor
Absoluto
Percentual (%)
Feminino 02 40% 04 50%
Masculino 03 60% 04 50%
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Os dados deste estudo corroboram com Rodrigues (2007), que utilizou
uma metodologia semelhante ao presente trabalho, onde foram analisados 15
escolares e os resultados mostraram não existir diferença entre os gêneros
masculino e feminino dos adolescentes que apresentaram excesso de peso e
contrariam com os resultados apresentados de Balaban e Silva (2001), uma vez que
os referidos autores, apontam que em seu estudo houve diferença em relação ao
gênero dos escolares onde predominou maior prevalência em excesso de peso o
gênero masculino, eles ainda ressaltam que o sobrepeso e a obesidade são mais
predominantes em crianças do que em adolescentes.
Quando analisadas as escolas públicas e privadas separadamente,
verificou-se maior prevalência de excesso de peso em adolescentes matriculados na
rede de ensino privado (Tabela 01). Esses dados condizem com estudos realizados
por Oliveira, Cerqueira e Oliveira (2003) que obtiveram resultados semelhantes.
35
5.1.2. Características socioeconômico e culturais
Em relação ao grau de escolaridade dos pais dos alunos pesquisados, o
estudo mostrou que os pais de alunos da rede de ensino privada possuem um maior
grau de escolaridade quando comparados com os pais de alunos da rede de ensino
pública (Tabela 02).
Tabela 02: Nível de escolaridade dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino
público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Escola Pública
Escolaridade Pai Mãe
Valor
Absoluto
Percentual (%) Valor
Absoluto
Percentual (%)
Ensino
Fundamental
Incompleto
02 40% - -
Ensino
Fundamental
completo
01 20% 03 60%
Ensino
Médio
incompleto
01 20% - -
Ensino
Médio
completo
01 20% - -
Ensino
superior
incompleto
- - 01 20%
Ensino
superior
completo
- - 01 20%
Total 05 100% 05 100%
Escola Particular
Escolaridade Pai Mãe
Valor
Absoluto
Percentual (%) Valor
Absoluto
Percentual (%)
36
Ensino
Fundamental
Incompleto
- - - -
Ensino
Fundamental
completo
02 25% 01 12,5%
Ensino
Médio
incompleto
- - - -
Ensino
Médio
completo
03 37,5% 03 37,5%
Ensino
superior
incompleto
02 25% 01 12,5%
Ensino
superior
completo
01 12,5% 03 37,5%
Total 08 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
De acordo com Oliveira et al. (2003), em estudo realizado com crianças
de 5 a 9 anos estudantes de ensino público e privado, o alto nível de escolaridade
dos pais foi considerado fator de risco para o surgimento de sobrepeso e obesidade,
conforme os dados observado neste trabalho.
O fato de estudar é sinônimo de receber informação, ou seja, pessoas
com maior grau de escolaridade são mais sensibilizadas quanto à prevenção de
doenças. Estudos têm demonstrado que o grau de escolaridade é um aspecto
essencial na abordagem da população quanto às práticas de promoção, prevenção
e recuperação da saúde (BRASIL, 2004). Nesse sentido, o resultado deste estudo
contradiz as literaturas pesquisadas, pois os pais com maior grau de escolaridade
deveriam orientar seus filhos acerca de hábitos alimentares saudáveis.
Em relação ao perfil socioeconômico dos pais dos alunos pesquisados
observou-se que os escolares que estudam na rede de ensino privado possuem um
perfil socioeconômico maior do que os escolares da rede de ensino público (Tabela
03).
37
Tabela 03: Renda familiar dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino
público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Escola
Pública
Escola
Particular
Renda
familiar
Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%)
Menos de 1
salário
mínimo
- - - -
1 salário
mínimo
04 80% - -
De 1 a 2
salários
mínimos
01 20% - -
De 2 a 3
salários
mínimos
- - 02 20%
Mais de 3
salários
mínimos
- - 06 80%
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
A prevalência de excesso de peso em escolares se apresenta mais
frequente nas classes sociais de maior poder aquisitivo, possivelmente por terem
maior disponibilidade de alimentos ricos em gorduras, como os lanches rápidos
(LEÃO et al. 2003).
Os dados deste trabalho vão ao encontro com Bender (2006) e
Guimarães et al. (2006), que observaram que a maioria das crianças com excesso
de peso e obesas apresenta renda familiar mensal per capita, maior que 3 salários
mínimos por mês, como foi observado pelos pais dos alunos da rede de ensino
privada. Os estudos de Leão et al. (2003) e Silva, Balaban e Motta (2005),
mostraram que o excesso de peso e a obesidade são mais prevalentes no grupo de
indivíduos de melhor condição socioeconômica. Segundo estudo feito por Campos,
Leite e Almeida (2006), foi observado uma maior prevalência de
sobrepeso/obesidade nos adolescentes de classes sociais de maior poder aquisitivo,
possivelmente, tal como se tem observado em outros países em desenvolvimento,
pela maior disponibilidade de alimentos com maior densidade energética.
38
5.2. Perfil antropométrico (peso e altura) dos escolares de duas escolas de
ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada
A antropometria é considerada o método mais útil para rastrear a
obesidade, por ser um procedimento simples, barato, não-invasivo, universalmente
aplicável e com boa aceitação pela população. Os Índices antropométricos são
obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas
básicas medindo o peso (kg) e a altura (m) do indivíduo (COSTA, 2008).
O índice de Massa Corporal (IMC), ou índice de Quetelet é uma fórmula
que indica se o individuo está acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal
considerado saudável. A equação utilizada para calcular o IMC é:
Fonte: Helpern; Mancini, 2002
Utilizando esta regra foi aferido o IMC de todos os alunos das escolas
pesquisada obtendo o seguinte resultado:
Quadro 02: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Público
IMC dos Meninos da Rede de Ensino Público
Peso (kg) Altura (m) Idade IMC
58 1,41 14 anos 29,1
75 1,65 14 anos 27,5
55 1,45 14 anos 26,2
IMC das Meninas da Rede de Ensino Público
Peso (kg) Altura (m) Idade IMC
38 1,20 13 anos 26,3
56 1,42 14 anos 28,7
Fonte: Pesquisa realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Quadro 03: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Privado
IMC dos Meninos da Rede de Ensino Privado
Peso (kg) Altura (m) Idade IMC
49 1,28 13 anos 29,9
Peso(kg)
Altura x Altura (m)
39
80 1,68 13 anos 28,3
58 1,48 13 anos 27,9
50 1,35 13 anos 27,4
IMC das Meninas da Rede de Ensino Privado
Peso (kg) Altura (m) Idade IMC
61 1,45 13 anos 29,0
67 1,58 13 anos 26,8
70 1,63 13 anos 26,3
66 1,61 13 anos 25,4
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Cinco alunos da rede de ensino público apresentaram índice de massa
corporal acima de 25, sendo 03 adolescentes do gênero masculino e 02
adolescentes do gênero feminino (Quadro 02). Em relação aos alunos da rede de
ensino particular 08 alunos apresentaram índice de massa corporal acima de 25,
sendo 04 adolescentes do gênero masculino e 04 adolescentes do gênero feminino
(Quadro 03). É possível afirmar, então, que não existem diferenças significativas de
IMC quando comparado os gêneros dos alunos, como foi observando no trabalho de
Rodrigues (2007).
Comparando os resultados obtidos nos quadros 02 e 03, observou-se um
maior número de escolares com excesso de peso na rede de ensino privado em
relação ao ensino público. Bender (2006), afirma em seu trabalho que os índices de
excesso de peso são mais frequentes em alunos de escola privada (39%) que na
escola pública (26%). O mesmo foi observado no estudo de Leão et al (2003), que
utilizou o mesmo método do IMC para sexo e idade, diagnosticando excesso de
peso e obesidade em crianças e adolescentes, e observou maior tendência de
excesso de peso em alunos de escolas privadas.
5.3. Os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade nos
escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino
da rede privada
O aumento progressivo da obesidade infantil vem se tornando um
crescente problema de saúde pública, uma vez que a obesidade não é mais apenas
um problema estético, que incomoda por causa da “zoação” dos colegas,
provocando bullying. O excesso de peso pode provocar o surgimento de vários
40
agravos de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do
esqueleto.
As crianças e os adolescentes em geral, ganham peso com facilidade
devido a fatores tais como: hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo
de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar entre
outros.
Dessa forma, foram observados fatores que influenciam as causa do
excesso de peso e obesidade dos alunos da rede de ensino privado e público, onde
foi analisado, quanto à forma de ir a escola, prática de atividades físicas na escola e
fora da escola, tipos de moradia, uso de aparelhos eletrônicos e o número de
irmãos.
Com relação à forma de ir à escola, os alunos da rede de ensino público
vão a escola caminhando, talvez pelo fato das escolas estarem localizada próximo
de suas residências, já os alunos da rede de ensino privado normalmente utilizam
algum meio de transporte para ir à escola (Tabela 04).
Tabela 04: Tipo de transporte utilizado pelos escolares pra ir à escola. Dos alunos
do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de
2012.
Escola Pública Escola Particular
Transporte Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Carro - - 01 12,5
Ônibus 01 20% - -
Bicicleta 01 20% - -
Motocicleta - - 05 62,5
Caminhando 03 60% 02 25,0
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Os dados do estudo condizem com Moraes et al. (2006), em estudo
realizado com crianças e adolescentes no México, relataram que 54,3% e 64,8% dos
escolares com sobrepeso e obesidade, respectivamente, não costumavam ir à
escola caminhando, como foi observado pelos maioria dos alunos da escola
particular.
41
Quando comparando os alunos da rede de escola pública e privada em
relação à forma como se locomovem para a escola, os alunos das escolas privada
responderam que utilizam um meio de transporte, não fazem nenhum esforço físico,
já os alunos das escolas públicas, responderam que vão caminhando para a escola
(Tabela 04).
A maioria dos escolares das redes de ensino público e particular, com
excesso de peso participa de atividade física na escola com duração de 1h a 3h, por
semana (Tabela 05).
Tabela 05: Prática de atividade física na escola dos alunos do 8° ano das redes de
ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Escola Pública Escola Particular
Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual (%)
Não faz - - 01 12,5%
1 h/
semana
01 20% 02 25,0%
2 h/
semana
03 60% 04 50,0%
3 h/
semana
01 20% 01 12,5%
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Segundo Bender (2006), comparando os dados das crianças com
excesso de peso e/ou obesidade com as crianças com peso normal, observou-se
que o maior número de crianças com excesso de peso pratica de 2h à 3h de
atividade física por semana, em relação às com peso normal que pratica apenas 1h
de atividade física por semana. Ainda segundo Bender (2006), uma possível teoria
para este resultado é o fato da condição do excesso de peso já estabelecida, exigir
mais cuidados levando a criança a ser estimulada pelos profissionais de educação
física. Outra hipótese se dá pelo fato da criança sentir-se incomodada com o seu
estado nutricional, e com isso pratica mais exercícios a fim de perder peso. Na
literatura, quando analisada a prática de atividade física entre as crianças, não há
diferença entre o local que esta prática é feita, se dentro ou fora da escola, ou seja,
é analisada de forma geral.
42
Em relação à prática de atividade física, observou-se que 72,5% dos
alunos das escolas privadas realizam exercícios fora da escola enquanto que 60%
dos alunos das escolas públicas não praticam atividade física fora da escola (Tabela
06).
Tabela 06: Prática de atividade física fora da escola dos alunos do 8° ano das redes
de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Escola Pública Escola Particular
Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Não faz 03 60% 03 37,5
1 h/ semana 02 40% - -
2 h/ semana - - 02 25,0
3 h a 5h/
semana
- - 01 12,5
Mais de 5h/
semana
- - 02 25,0
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Conforme Assis et al. (2006), o aumento da frequência de excesso de
peso e/ou obesidade está relacionado a mudanças no estilo de vida, principalmente
o decréscimo de atividade física e hábitos alimentares inadequados.
Os dados deste trabalho estão de acordo com o estudo de Moraes et al.
(2006), que analisou uma frequência menor de atividade física realizada por alunos
fora da escola, como foi obervado pelos alunos da rede de ensino público. Já na
maioria dos alunos da rede de escola privada, a frequência de atividades fora da
escola varia, pois os escolares praticam algum esporte com duração de 2 a 5 horas
por semana.
Foi analisado o tipo de moradia dos escolares da rede de ensino público e
privado, onde a maioria mora em casa, tendo acesso a brincadeiras ao ar livre, não
beneficiando o sedentarismo (Tabela 07).
43
Tabela 07: Tipo de moradia dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e
privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Escola Pública Escola Particular
Moradia Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Casa 04 80% 06 75,5%
Apartamento 01 20% 02 25,0
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Esses resultados contradizem aos de Bender (2006), onde a maioria dos
alunos com excesso de peso e obesidade mora em apartamento, o que pode ser um
fator responsável por dificultar as brincadeiras, contribuindo para o sedentarismo e,
por conseguinte diminuindo as chances de gasto energético.
Quando avaliado o tempo gasto com aparelhos eletrônicos pelos
escolares o presente estudo apontou que a televisão é o aparelho eletrônico mais
utilizado na rotina dos alunos da rede de ensino público e privado, com 80% e 100%
respectivamente, com uma frequência de uso de 1h a mais de 3 horas por dia,
seguido pelo o uso de videogame, onde os alunos da rede de escola privada utilizam
mais que os alunos da rede de ensino público e por ultimo o uso de computador, que
é mais utilizado pelos alunos da rede de ensino privado, devido as melhores
condições socioeconômicas (Tabela 08).
Tabela 8: Tempo gasto com o uso de aparelhos eletrônicos usados pelos dos alunos
do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de
2012.
Escola Pública Escola Particular
Computador Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Não usa 03 60% 01 12,5%
1h/ dia 01 20% 01 12,5%
2h/ dia - 03 37,5%
3h ou
mais/dia
01 20% 03 37,5%
Total 05 100% 08 100%
Escola Pública Escola Particular
44
Videogame Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Não usa 03 60% 05 62,5%
1h/ dia 01 20% - -
2h/ dia - - - -
3h ou
mais/dia
01 20% 04 37,5%
Total 05 100% 08 100%
Escola Pública Escola Particular
Televisão Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Não usa 01 20% - -
1h/ dia 02 40% 01 12,5%
2h/ dia 01 20% 03 50,0%
3h ou
mais/dia
01 20% 04 37,5%
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
De acordo com os estudos de Oliveira et al. (2003) e Kain, Vio e Albala
(2003), os aparelhos eletrônicos (televisão, videogame e computador) apresentam
um importante fator de risco para o desenvolvimento de excesso de peso e
obesidade em crianças e adolescentes.
Ao comparar o uso de aparelhos eletrônicos entre alunos de escolas
francesas com alunos de escolas brasileiras, observou-se que os escolares
brasileiros apresentam mais tempo livres que os franceses, pois na França a escola
funciona em turno integral. Com mais tempo livre as crianças possuem chances
altas de ocupar o tempo utilizando aparelhos eletrônicos e por tanto deixam de
praticar alguma atividade física (ASSIS et al. 2006).
Mello, Luft e Meyer, (2004), apontam em seu estudo que a influência de
excesso de peso e obesidade é de 10% em crianças que assistem menos de 1 hora
de televisão por dia, enquanto que se o hábito de vir TV persistir por 3,4,5 ou mais
horas por dia a prevalência aumenta para 25%, 27% e 35% respectivamente.
Quanto ao número de irmãos, o estudo demonstrou que a maioria dos
alunos possui apenas 1 irmão, 40% nas escolas públicas e 37,5% nas escolas
particulares (Tabela 09).
45
Tabela 09: Número de irmãos dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e
privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Escola Pública Escola Particular
Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Não tem - - 02 25,0
1 Irmão 02 40% 03 37,5
2 Irmãos 01 20% - -
3 Irmãos - - 01 12,5
Mais de 3
irmãos
02 40% 02 25,0
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Os dados encontrados são semelhantes aos de Guimarães et al. (2006) e
Oliveira et al. (2003), que acharam maior prevalência de excesso de peso em
escolares que possuíam apenas 1 irmão. Isso significa que o baixo número de
irmãos representa um fator de risco para o desenvolvimento do excesso de peso e
obesidade em crianças, pois quanto maior o número de crianças na família mais
frequente serão as brincadeiras, segundo estes autores.
5.4. Comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos escolares de
duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede
privada.
Foram abordados 05 questões que buscaram identificar os hábitos
alimentares e estilo de vida dos alunos de duas redes de ensino público e duas
redes de ensino particular, com o intuito de traçar um paralelo entre ambos.
O comportamento alimentar das crianças e dos adolescentes pode ser
influenciado por vários fatores, entre eles fatores externos (unidade familiar e suas
características, atitudes de pais e amigos, valores sociais e culturais, mídia,
alimentos rápidos, conhecimentos de nutrição e manias alimentares) e fatores
internos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e
experiências pessoais, autoestima, preferências alimentares, saúde e
desenvolvimento psicológico) (MELLO; LUFT E MEYER, 2004).
46
Quando questionados sobre os alimentos que consomem no café da
manhã, a maioria dos alunos relatou que ao acordar não possuem o hábito de se
alimentar, outros citaram pão, bolo e café com leite e ainda alguns alunos
responderam que comem sanduíches, como podemos observar nas seguintes falas:
“nada” (Aluno I)
“pão, bolo, café, leite e margarina” (Aluno III)
“pão com ovo” (Aluno IV)
“pão com café” (Aluno V)
“sanduíche” (Aluno VII)
Observou-se nas falas dos alunos pesquisados, os que apresentaram
excesso de peso em ambas as escolas costumam comer pão, leite, café, ovo,
margarina e sanduíches no café da manhã, uma alimentação com alta densidade
energética, e não possuem o hábito de consumir frutas.
O baixo consumo de frutas e hortaliças, a omissão do café da manhã e o
consumo cada vez mais exagerado de alimentos ricos em gorduras saturadas com
salgadinhos, sanduíches e bolacha recheada têm relação com o excesso de peso,
juntamente com a diminuição dos níveis de atividades físicas (TRICHES;
GIUGLIANI, 2005; GUIMARÃES et al., 2006).
Segundo Oliveira et al. (2003), acredita-se que as crianças e os
adolescentes não recebem informações necessárias dos seus pais e familiares,
quanto a prática de promover hábitos alimentares saudáveis. A alimentação dos pais
costuma desempenhar um papel importante de influência na decisão da construção
dos hábitos alimentares dos seus filhos, afetando a preferência alimentar das
crianças e dos adolescentes e sua regulação da ingestão energética (VALLE;
EUCLYDES, 2007).
Em relação aos alimentos consumidos na hora do lanche pela manhã, a
maioria dos alunos respondeu que não costumam comer nada nesse horário, outros
mencionaram frutas e suco de frutas e ainda alguns alunos citaram cuscuz com leite
e café, como pode ser visto nas seguintes respostas:
“cuzcuz com café e leite” (Aluno I)
47
“nada” (Aluno III)
“frutas” (Aluno VI)
“um copo de suco” (Aluno X)
Analisando as respostas dos alunos das redes de ensino público e
privado, verificou-se que a maioria dos alunos não tem hábitos de fazer refeição na
hora do lanche da manhã, outros consomem frutas ou sucos das frutas, alimentos
ricos em vitaminas, minerais e frutose, que são essenciais para o bom
funcionamento do organismo.
Talvez um dos fatores para estes alunos não possuir hábitos de se
alimentar na hora do lanche da manhã, seja o fato deles estudarem no período da
tarde, e a outra questão esteja relacionado ao fator socioeconômico dos familiares,
onde a maioria dos alunos que responderam consumir algum tipo alimento estuda
nas redes de ensino privado.
De acordo com o IBGE (2004), as classes sociais mais elevadas,
apresentam maior tendência para consumir produtos como leites e seus derivados,
que é três vezes superior ao da classe de baixo rendimento. Em relação ao
consumo de frutas quem possui o maior poder aquisitivo consome até seis vezes
mais do que a população de baixa renda.
Quando os alunos foram questionados sobre o que costuma comer na
hora do almoço, várias respostas foram dadas:
“baião de dois e carne de porco” (Aluno I)
“frango frito, arroz, macarrão, linguiça, bife” (Aluno II)
“arroz, carne cozida, macarrão, feijão, salada e refrigerante”
(Aluno III)
“arroz com carne e suco” (Aluno VI)
“arroz, feijão e macarrão” (Aluno V)
“arroz e feijão” (Aluno XI)
Podemos verificar nas respostas dos alunos, que a maioria costuma
comer no almoço alimentos tais como o arroz, feijão, macarrão, salada, carne e
linguiça. Comparando os hábitos alimentares na hora do almoço dos alunos das
redes de ensino privado e pública, constataram-se que os alunos das escolas
48
privadas realizam refeições balanceadas contendo carboidratos, proteínas e fibras,
já os alunos das escolas públicas, se alimentam basicamente de carboidratos.
O arroz e o feijão são alimentos essenciais na mesa dos brasileiros.
Segundo Gambardella, Frutuoso e Franch (1999), estes dois alimentos são rico em
nutrientes e podem ser consumidos separadamente durante as refeições, mas
quando consumidos juntos, tornam-se uma combinação perfeita. Esse dois
alimentos se completam, pois oferecem diversos nutrientes, e os aminoácidos que
faltam em um podem ser encontrados no outro para o bom funcionamento do
organismo.
Em relação ao consumo de carnes (fonte de proteína animal) consumido
pelos alunos, se apresenta com um fator positivo, conforme os autores Gambardella,
Frutuoso e Franch (1999) que reconhecem a grande importância das proteínas na
construção e manutenção dos tecidos corpóreos.
As grandes refeições como o almoço não devem ser omitidas, como o
desjejum, ou ainda ser substituída por lanches ou refeições rápidas, precisam ser
realizadas repetidamente a cada dia e geralmente necessitam de alimentos ricos em
vitaminas, sais minerais, fibras, proteínas e carboidratos (DAMIANI; CARVALHO E
OLIVEIRA, 2000).
O que deve ser um fator de risco para o excesso de peso nos alunos
pode ser o ato de “beliscar” alimentos entre as refeições, não possuindo horário para
se alimentar corretamente. Conforme Mahan et al. (2003), os alimentos naturais
consumidos pelo homem durante décadas, foram substituídos nos últimos anos por
vários alimentos novos processados e industrializados na forma de refeições prontas
ou semi-prontas, criadas para o conforto da vida moderna, ou em petiscos, feitos
para beliscar o dia inteiro, acompanhamento perfeito para adolescentes e crianças
em inacabáveis horas diante da televisão.
Quando indagamos os alunos sobre o que costuma comer na hora do
lanche da tarde, a maioria possui hábitos alimentares de consumir salgadinho com
refrigerantes, suco com bolachas recheadas, sanduíches com refrigerantes,
chocolates e ainda responderam que comem frutas ou suco, como se observa
nessas respostas:
“salgado com refrigerante” (Aluno I)
“pão com hambúrguer, sanduíches, suco, refrigerante”(Aluno II)
49
“salgado com suco” (Aluno III)
“salgado, bolacha recheada e chocolate” (Aluno VI)
“fruta” (Aluno VII)
“suco com bolacha” (Aluno XII)
Fica evidente nas respostas dos alunos, uma maior prevalência no
consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e com alta densidade
energética. Os alunos da rede de ensino particular apresentaram maior preferência
pelo consumo de salgadinhos, sanduíches, biscoitos recheados, chocolate e
refrigerantes. Já os alunos da rede de ensino público consomem mais suco e
bolachas.
O lanche que é oferecido pelas escolas na hora do recreio tem sido alvo
de grandes preocupações dos núcleos gestores, educadores e pais, pois os
mesmos, muitas vezes, não sabem o que servir as crianças nesse horário. As
ofertas do mercado de alimento são muitas, porém, nem sempre são as mais
adequadas para atender às necessidades nutricionais dos escolares (Medeiros et
al., 2011).
As escolas da rede de ensino público oferecem diariamente merenda aos
alunos, já na rede de ensino privado o lanche é oferecido pelas cantinas, que
possuem alimentos industrializados e com alto teor de gorduras saturadas, o que
pode funcionar como um forte fator da prevalência de excesso de peso entre os
escolares das redes de ensino privado que possui maior acesso a esses alimentos e
melhores condições socioeconômicas.
De acordo com Caldeira (2008) e Medeiros et at. (2011) o excesso de
peso e a obesidade são mais prevalentes em alunos das redes de ensino privado,
que possuem hábitos alimentares de comer no lanche salgadinhos, refrigerantes,
chocolates, sanduíche e biscoito, que compram nas cantinas das escolas, por
apresentarem melhores condições socioeconômicas.
Ainda foram questionados sobre o consumo de refrigerantes e chocolates,
na alimentação dos alunos, e com qual frequência na semana isso que acontece.
Observou-se que os alunos das escolas públicas e particular consome diariamente
ou pelo menos 1 vez no decorrer da semana, estes alimentos (Tabela 10).
50
Tabela 10: Consumo de refrigerantes e chocolates dos alunos do 8° ano das redes
de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
Escola Pública Escola Particular
Consumo de
refrigerantes
e chocolates
Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Sim 05 100% 08 100%
Não - - - -
Total 05 100% 08 100%
Frequência
na semana
Valor Absoluto Percentual
(%)
Valor Absoluto Percentual
(%)
Uma vez 03 60% 03 37,5%
Duas vezes 01 20% 03 37,5%
Três vezes
ou mais
01 20% 02 25%
Total 05 100% 08 100%
Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.
Os resultados deste trabalho apontam um alto consumo de refrigerantes e
chocolates pelos alunos das escolas pública e privada, o que foi semelhante a
outras pesquisas, onde segundo o estudo de Santos et al. (2005) os adolescentes
costumam consumir refrigerante e doce, numa frequência de 4 vezes durante a
semana. Já os adolescentes de Campina Grande-PB, consomem refrigerantes e
doces diariamente (NUNES et al., 2007).
Segundo os autores Nunes, Figueiroa e Alves (2007), observaram em seu
trabalho frequências elevadas de hábitos alimentares não saudáveis, especialmente
em alunos pertencentes às classes econômicas mais elevadas, devido ao consumo
diário de refrigerantes e doces (guloseimas), como podemos observar nos alunos da
rede de ensino privado.
O aumento do consumo de bebidas açucaradas por crianças e
adolescentes é preocupante em muitos países. As crianças e os adolescentes que
costumam ingerir refrigerantes diariamente, estão mais susceptíveis a ter ganho de
peso excessivo (MONTICELLI, 2010).
51
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mudanças sociais, culturais e econômicas ocorridas no mundo
contemporâneo repercutem diretamente na prevalência e incidência do excesso de
peso e obesidade em crianças e adolescentes. A obesidade apresenta-se como um
grande problema de saúde pública nos países desenvolvidos e em desenvolvimento,
em virtude de suas causas de cunho multifatorial.
O trabalho mostrou que as escolas privadas apresentam maiores índices
de adolescentes com excesso de peso, em ambos os sexos dos alunos quando
comparado com os adolescentes das escolas públicas. Foi observado o nível
socioeconômico e cultural dos pais dos alunos, onde houve diferenças significantes
dos pais dos alunos das escolas privadas por apresentarem maior grau de
escolaridade e renda familiar superior os pais dos alunos das escolas públicas.
O comodismo oferecido pelo mundo moderno possibilitou cada vez mais
os adolescentes a utilizarem aparelhos eletrônicos (televisão, computador e
videogames), que são aparelhos acessíveis a determinadas classes
socioeconômicas, favorecendo um estilo de vida mais sedentária. Verificou que os
alunos da pesquisa, gastam a maioria do seu tempo livre jogando videogame ou
utilizando o computador, e ainda assistindo televisão.
Outro aspecto encontrado está relacionado aos maus hábitos alimentares
dos adolescentes, que omitem refeições importantes como o café da manhã, além
da preferência por alimentos industrializados, salgadinhos, sanduíches, doces e
refrigerantes.
Espera-se que este estudo possa fornecer dados relevantes sobre o
assunto e que possa auxiliar o trabalho dos professores e gestores dessas escolas
no planejamento, formulação e desenvolvimento de ações educativas integradas,
priorizando o envolvimento direto das famílias dentro desse processo, a fim de
prevenir o surgimento desse agravo e reduzir a incidência de suas complicações na
vida adulta, tendo como foco principal os alunos do município.
52
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Excesso de peso em alunos de Iguatu

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS NIKAELLY SOUSA OLIVEIRA EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE IGUATU/CE: CONTRASTE ENTRE AS REDES DE ENSINO PÚBLICA E PRIVADA IGUATU-CEARÁ 2012
  • 2. 1 NIKAELLY SOUSA OLIVEIRA EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE IGUATU/CE: CONTRASTE ENTRE AS REDES DE ENSINO PÚBLICA E PRIVADA Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas. Orientador (a): Profa . Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira IGUATU-CEARÁ 2012
  • 3. 2
  • 4. 3 Dedico este trabalho aos meus pais, Antonio e Dora, pelo amor, pelo exemplo de vida e por confiar nos meus sonhos. A Deus por me dá o dom da vida, forças em todas as minhas lutas e felicidade em cada conquista.
  • 5. 4 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a Deus, Pai glorioso, e ao Senhor Jesus pela vida e benções concedidas até hoje, para que eu pudesse chegar até este presente momento. As minhas irmãs Nicácia e Nyara, pelo apoio, incentivo e amor que me deram, sempre recompondo minhas forças em momentos difíceis. Aos meus tios, avó e primos que muitas vezes buscaram a minha atenção e eu não estava disponível, mas mesmo assim não desistiram, compreenderam a ausência, relevaram o mau humor e ouviram, com a mesma disposição desde o início, minhas longas histórias acadêmicas. A vocês, minha linda família, muitíssimo obrigado pelo amor que sempre tiveram por mim e por acreditarem nos meus sonhos. Espero que um dia vocês tenham tanto orgulho de mim quanto eu tenho de vocês. Quero agradecer aos meus pais, Antonio e Dora, que proporcionaram o dom da vida e me ensinaram como enfrentá-la com dignidade e determinação. Esses dois seres maravilhosos que tentaram me compreender nos momento de desânimo, que foram os primeiros a me aplaudir nos momento de sucesso e que foram os maiores incentivadores ao longo destes anos de formação, não poderia deixar de ser os grandes homenageados ao final desta jornada. Portanto, dedicarei em todos os instantes de minha vida, inesgotável amor e infindos agradecimentos aos meus eternos mestres. A todos os meus amigos, pela presença dedicada e por tornarem intensos os nossos laços de amizade. Em especial, aqueles que sempre estiveram ao meu lado na minha graduação: Aila, Denis, João Victor, Thamires, Maiara, Lívia, Marlúcia, Lucilane, Elvis, Patrícia e aos demais colegas de turma. Obrigada por me acompanharem desde o início da graduação, acreditando, incentivando e me acalmando nos momentos de dúvidas e angústias, tenho prazer em ter aprendido tanto com vocês. A Alana Cecília de Menezes Sobreira, minha orientadora, que com toda dedicação e atenção disponibilizou de tempo para atender, sempre, as minhas solicitações. Agradeço pelas valiosas contribuições na minha qualificação, e na concretização deste trabalho. Pela sua paciência, segurança e credibilidade, obrigada por tudo.
  • 6. 5 Aos meus maravilhosos mestres, especialmente, Ricardo Rodrigues, Ana Cristina, Sdena Nunes, Mayle Bezerra, Alana Cecília, Môngolla Keyla, Neiliane aos demais professores que contribuíram para minha formação. Obrigada por todo conhecimento e oportunidade a mim proporcionada, exemplos de profissionais, dedicados e competentes, os seus estímulos contínuos foram imprescindível na minha formação acadêmica. Ao programa PIBID, por ter contribuído para minha formação acadêmica, me dado à oportunidade de conhecer e vivenciar experiências, em sala de aula no ambiente escolar. Ao coordenador Ricardo Rodrigues e as supervisoras Clarice e Lucicleide, obrigada pelo carinho, atenção e ensinamento durante todo o programa. E, enfim, a todos que colaboraram direta ou indiretamente com a realização deste trabalho.
  • 7. 6 RESUMO A obesidade se apresenta como uma doença crônica não transmissível, afetando a vida de crianças, jovens e adultos, em virtude do alto consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e refeições inadequadas, caracterizando como um autêntico desafio em termos de saúde pública. O objetivo do trabalho é identificar a prevalência de alunos com excesso de peso e/ou obesidade no Ensino Fundamental de duas escolas de ensino da rede pública, Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos e duas escolas da rede de ensino privada, Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião, do município de Iguatu/CE. Foi utilizada uma metodologia quantitativa e qualitativa, sendo este estudo do tipo exploratório-descritivo. O período da coleta dos dados ocorreu nos meses de agosto e setembro de 2012, e para esse fim, foi aplicado um questionário semi-estruturado e foi feito uma avaliação antropométrica e analisado os hábitos alimentares, destes alunos. Os sujeitos da pesquisa foram 240 alunos, sendo 148 do sexo feminino e 92 do sexo masculino e constatou-se que destes, apenas 13 alunos apresentam excesso de peso, e que a maioria dos alunos eram da rede de ensino privado em relação aos alunos do ensino público. Os resultados obtidos revelaram que não houve diferenças significativas entre os sexos e faixas etárias, e que nas escolas privadas a prevalência de excesso de peso foi maior que nas escolas públicas. Conclui-se que a prevalência de excesso de peso em escolares das redes de ensino público e privado necessita de programas de intervenção e prevenção da doença visando implementar ações de educação em saúde para o controle e tratamento deste agravo. Palavras chaves: Excesso de peso, Obesidade, Hábitos alimentares; Crianças e Adolescentes.
  • 8. 7 ABSTRACT Obesity presents as a chronic non-communicable, affecting the lives of children, youth and adults, due to the high consumption of foods high in saturated fats and inadequate meals, characterizing as a real challenge in terms of public health. The objective is to identify the prevalence of students with overweight and / or obesity in elementary education from two schools from public school, Elementary School Dr. Carlos Gouveia and Educational Center Municipal Father Januario Campos and two network schools private education, educational Center Cenecista Ruy Barbosa and Elementary School Frei Damiao, the city of Iguatu / CE. We used a quantitative and qualitative methodology, this study is both exploratory and descriptive. The period of data collection occurred during the months of August and September 2012, and to this end, we applied a semi-structured questionnaire and an anthropometric evaluation was done and analyzed the eating habits of these students. The study subjects were 240 students, 148 females and 92 males and found that of these, only 13 students are overweight, and that most of the students were from private school system in relation to students public education. The results showed that no significant differences between genders and age groups, and in private schools the prevalence of overweight was higher than in public schools. We conclude that the prevalence of overweight in schoolchildren networks of public and private schools require intervention programs and disease prevention actions aimed at implementing health education for the control and treatment of this disease. Key words: Overweight, Obesity, Eating Habits, Children and Adolescents.
  • 9. 8 LISTA DE GRÁFICO Gráfico 01: Gráfico do IMC por idade: dos 10 aos 19 anos (escores z ).
  • 10. 9 LISTA DE QUADROS Quadro 01: Diagnóstico de obesidade em crianças e adolescentes. Quadro 02: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Público. Quadro 03: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Privado.
  • 11. 10 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Disposição do sexo dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 02: Nível de escolaridade dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 03: Renda familiar dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 04: Tipo de transporte utilizado pelos escolares pra ir à escola. Dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 05: Prática de atividade física na escola dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 06: Prática de atividade física fora da escola dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 07: Tipo de moradia dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 8: Tempo gasto com o uso de aparelhos eletrônicos usados pelos dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 09: Número de irmãos dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Tabela 10: Consumo de refrigerantes e chocolates dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.
  • 12. 11 LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS ABESO: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica FAO: Organização para a Alimentação e Agricultura IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC: Índice de Massa Corporal MS.: Ministério da Saúde OMS.: Organização Mundial da Saúde POF: Pesquisa de Orçamento Familiar PENSE: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar PSE: Programa Saúde na Escola SPE: Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TMB: Taxa Metabólica Basal VIGITEL: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
  • 13. 12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 2.1. Geral................................................................................................................... 2.2. Específicos......................................................................................................... 3. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 3.1. Obesidade ......................................................................................................... 3.2. Epidemiologia..................................................................................................... 3.3. Etiologia.............................................................................................................. 3.3.1. Fatores Genéticos e Endócrinos............................................................... 3.3.2. Fatores Ambientais.................................................................................... 3.3.3. Fatores Psicológicos................................................................................. 3.3.4. Hábitos Alimentares.................................................................................. 3.4. Diagnóstico da Obesidade................................................................................. 3.5. Tratamento da Obesidade.................................................................................. 3.6. Prevenção da Obesidade................................................................................... 3.7. A Importância da Escola na Educação Alimentar.............................................. 3.8. Políticas Públicas para prevenção da Obesidade.............................................. 4. TRAJETO METODOLÓGICO............................................................................... 4.1. Tipo de Estudo................................................................................................... 4.2. Cenário da Pesquisa.......................................................................................... 4.3. População e Amostra......................................................................................... 4.4. Instrumentos de Coleta de Dados...................................................................... 4.5. Análise dos Dados............................................................................................. 4.6. Aspetos Éticos e Legais..................................................................................... 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 5.1. Caracterização dos Sujeitos do Estudo............................................................. 5.1.1. Características Pessoais................................................................................. 5.1.2. Características socioeconômico e culturais.................................................... 5.2. Perfil antropométrico (peso e altura) dos escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada........................... 5.3. Os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade nos 14 16 16 16 17 17 17 19 20 20 21 22 22 25 26 26 27 29 29 30 30 31 31 32 33 33 34 35 38
  • 14. 13 escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada.......................................................................................................... 5.4. Comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. REFERÊNCIAS......................................................................................................... APÊNDICES.............................................................................................................. APÊNDICE A - Solicitação de Autorização do Comitê ética da Universidade Estadual do Ceará (UECE)....................................................................................... APÊNDICE B - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa........................................................................ APÊNDICE C- Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola de Ensino Fundamental Frei Damião......................................................................................... APÊNDICE D - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia......................................................................... APÊNDICE E - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos....................................................... APÊNDICE F - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................................. APÊNDICE G - Questionário Semi-Estruturado........................................................ 39 45 51 52 59 60 62 63 64 65 66 68
  • 15. 14 1. INTRODUÇÃO A obesidade se constitui como um dos principais problemas de saúde no mundo afetando crianças, adolescentes e adultos, em consequência do estilo de vida moderno. Atualmente, as pessoas por não possuírem tempo de se alimentar de forma correta, preferem comer alimentos rápidos. Esta doença caracteriza-se como um dos grandes desafios em termos de saúde pública nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, pois sua prevalência vem sendo crescente nos últimos anos, tanto em crianças como em adolescentes (ALVES, 2007). No Brasil, os números de pessoas com excesso de peso e com obesidade são alarmantes, pois chegaram a patamares nunca vistos antes, alcançando metade da população, sendo esta principalmente da zona urbana e de regiões de maior poder aquisitivo. O Ministério da Saúde (2012a) retrata essa situação apontando que entre os anos de 2006 e 2009, os casos de sobrepeso e obesidade aumentaram entre brasileiros. O sobrepeso passou de 42,7% em 2006 para 46,6% em 2009. Já a obesidade aumentou de 11,4%, (no mesmo intervalo de ano) para 13,9% em 2009. Em crianças e jovens esses números são ainda mais preocupantes. É o que revela a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada entre 2008 e 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças, com idade entre 05 e 09 anos, estão com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Entre os jovens de 10 a 19 anos, 01 em cada 05 apresentam excesso de peso. Tornando-os mais suscetíveis a serem adultos obesos. Sendo assim, medidas de controle da obesidade, desde idades precoces podem ser uma maneira de reverter o crescimento acelerado da doença (BRASIL, 2012a). Os principais fatores da obesidade infantil relacionam-se à predisposição genética e ao ambiente, os quais, somados a maus hábitos alimentares e sedentarismo influenciam o peso de um indivíduo. No período da infância, as crianças não exercem controle no ambiente em que vivem, como por exemplo, a disponibilidade de alimentos, elas vão sofrendo
  • 16. 15 fortes influências dos hábitos alimentares de seus pais e familiares, estando sujeitas também aos modelos ambientais e de comportamento do ambiente escolar. O ambiente escolar é responsável por influenciar os hábitos alimentares das crianças, uma vez que na hora do recreio, as cantinas oferecem lanches saborosos e interessantes como salgadinhos, frituras, sanduíches, refrigerantes, bolos, doces, alimentos industrializados, sucos artificiais, dentre outros. São alimentos muito calóricos e ricos em gorduras saturadas, esta, por sua vez, deveria proporcionar às crianças uma alimentação mais saudável, com bom valor nutricional. Sendo o Ensino Fundamental a época mais decisiva na construção de hábitos e atitudes humana, cabe a escola e aos professores trabalharem medidas educativas sobre a obesidade infantil estimulando as crianças desde cedo a cuidarem dos seus hábitos alimentares, orientando-lhes sobre os malefícios do excesso de peso e obesidade na infância (FERNANDES; ROCHA; SOUZA, 2005). Diante do exposto, surgiram alguns questionamentos que direcionaram a escolha para o objetivo do estudo: identificar a prevalência de alunos com obesidade e/ou excesso de peso, no Ensino Fundamental de duas escolas da rede de ensino pública e duas da rede privada município de Iguatu/CE? Quais os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade nesses alunos? Quais os seus hábitos alimentares? Aprofundar estudos sobre essa temática é estimulante e ao mesmo tempo desafiador, uma vez que fatores condicionantes e determinantes, como a predisposição genética, fatores socioeconômicos e culturais incidem diretamente no desenvolvimento dessa patologia. Dessa forma, o ambiente escolar se torna favorável para realização de uma pesquisa investigativa sobre a ocorrência de excesso de peso e obesidade infantil, buscando dessa maneira, investigar e estabelecer um comparativo entre estes alunos. Em meio a essa significância, o presente estudo terá como intuito subsidiar o trabalho dos professores e gestores dessas escolas no planejamento, formulação e desenvolvimento de ações educativas integradas, priorizando o envolvimento direto das famílias dentro desse processo, a fim de prevenir o surgimento desse problema e reduzir a incidência de suas complicações na vida adulta.
  • 17. 16 2. OBJETIVOS 2.1 - Geral: Identificar a prevalência de alunos com excesso de peso e/ou obesidade no Ensino Fundamental de duas escolas de ensino da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE. 2.2 - Específicos:  Avaliar o perfil antropométrico (peso e altura) de alunos com excesso de peso e/ou obesidade de duas escolas da rede de ensino pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE;  Investigar os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade em alunos de duas escolas da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE;  Estabelecer um comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos alunos de duas escolas da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE.
  • 18. 17 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 - Obesidade A infância é caracterizada como um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades humanas. Os distúrbios relativos ao peso que incidem nessa época são responsáveis por graves consequências para indivíduos e comunidades (BRASIL, 2009). A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006) define obesidade como um acúmulo ou excesso de gordura corporal no tecido adiposo, com implicações para a saúde. A obesidade infantil vem se constituindo em um dos principais problemas de saúde pública no mundo, considerando as evidências de que proporção significativa de crianças obesas irão se tornar adultos obesos, e que essa condição, persistindo na vida adulta, pode resultar em formas mais severas de obesidade, acompanhadas de elevadas taxas de morbi-mortalidade (MONDINI et al., 2007). Na literatura médica, a obesidade é resultado de um desequilíbrio constante e prolongado entre a ingestão calórica e gasto energético. Na infância considera-se sobrepeso o índice de massa corpórea (IMC) entre os percentis de 85 e 95, e obesidade, acima do percentil 95 (TUMAS et al., 2010). Na maioria das vezes, o sobrepeso e a obesidade são trazidos de forma igual, mas apresentam significados completamente diferentes. Tendo como base a altura e a estrutura física do indivíduo, sobrepeso pode ser caracterizado como o excesso de peso corporal, ultrapassando os padrões de normalidade (WILMORE; COSTILL, 2001). 3.2 - Epidemiologia A obesidade presente desde o inicio da história do homem como um evento raro, hoje, a obesidade se tornou epidêmica no século XX, constituindo-se em um problema grave de saúde pública em países desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento (DUNCAN; SCHIMIDT; GIUGLIANI, 2004).
  • 19. 18 Cerca de 38 milhões de brasileiros com mais de 20 anos estão acima do peso. Desse total, mais de 10 milhões são considerados obesos, de acordo com os padrões estabelecidos pela (OMS) e pela (FAO). Dados de 2003 da (POF) revelam que o excesso de peso afeta 41,1% dos homens e 40% das mulheres, sendo que, desse grupo, a obesidade atinge 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres adultas. O estudo aponta ainda, que o excesso de peso dos brasileiros está relacionado ao aumento do consumo de alimentos industrializados e também pela ingestão de grande quantidade de açúcar e gordura (BRASIL, 2012b). A proporção de adultos com excesso de peso tem aumentando de forma progressiva. Os dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito (VIGITEL, 2010) indicam uma prevalência de excesso de peso nos adultos de 48,1%, correspondendo a 52,1% em homens e 44,3% em mulheres, enquanto a obesidade passou de 11,4% em 2006 para 15% em 2010. No período 2006-2010, houve um aumento de excesso de peso em 1,2 pontos percentuais ao ano entre os homens, enquanto, entre as mulheres, esse aumento foi de 2,2 pontos percentuais. A frequência de obesidade aumentou, em média, 1 ponto percentual ao ano em mulheres no período compreendido entre 2006 e 2010 (BRASIL, 2012b). O excesso de peso e a obesidade entre jovens e crianças também têm sido preocupantes. A avaliação do estado nutricional de crianças de 5 a 9 anos de idade, estudada pela POF 2008-2009, mostrou que o excesso de peso e a obesidade já atingem 33,5% e 14,3%, respectivamente. Na população de 10 a 19 anos, o excesso de peso foi diagnosticado em cerca de um quinto dos adolescentes e a prevalência de obesidade foi de 5,9% em meninos e 4% em meninas (BRASIL, 2012b).
  • 20. 19 3.3 - Etiologia A etiologia da obesidade possui formas complexas e multifatoriais, resultando da interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. Há um aumento significativo da prevalência da obesidade em diversas populações do mundo, incluindo o Brasil (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 2005). De acordo com Bouchard (2003), existem vários fatores que podem resultar no ganho ou acúmulo da massa gorda entre as pessoas. Com destaque especial para fatores genéticos, endócrinos, dietéticos, psicológicos, culturais e socioeconômicos, que resultam em um estilo de vida ativo ou não, que podem levar à obesidade. Entre as crianças, a obesidade está fortemente vinculada a um estilo de vida, onde a alimentação caseira é substituída por alimentos industrializados, promovidos atraentemente pela mídia, a substituições de brincadeiras com dispêndio energético por horas em frente à televisão, videogames e computadores, além de fatores sociais, culturais, econômicos e de escolaridade dos pais. A obesidade também pode resultar de causas endógenas (provocadas por síndromes somáticas dismórficas, lesões do sistema nervoso central e endocrinopatias) ou exógenas (resultantes da ingestão excessiva, quando comparada ao consumo energético do indivíduo). A distinção entre as duas é de grande importância, uma vez que as provocadas por causas endógenas, devem ser tratadas no sentido de corrigir o distúrbio de base com normalização dos índices ponderais (SOUZA et al., 2007). As causas exógenas, por sua vez, são responsáveis pela maior parte dos casos de obesidade, sendo que o excesso de gordura corporal acontece quando o total de consumo de energia, na forma de alimentos, excede o seu dispêndio, na forma de metabolismo em repouso e atividades físicas adicionais. Tanto a ingestão excessiva quanto o baixo dispêndio energético podem ser o fator causador, porém, em muitos casos, parece que ambos atuam conjuntamente (SOUZA et al., 2007).
  • 21. 20 3.3.1 - Fatores Genéticos e Endócrinos Segundo Salbe et al. (2002), fatores genéticos influenciam diretamente nas características de desenvolvimento do tecido adiposo, bem como na determinação da taxa metabólica basal (TMB) do individuo obeso, que pode estar diminuída, sendo determinante para a obesidade. Crianças obesas filhas de pais obesos têm maiores chances de se tornarem adultos obesos, devido à influência genética somada aos hábitos alimentares adotados pela família (WRIGHT et al, 1997 apud SUNE et al, 2007). Estudos demonstram maior relação entre IMC da mãe e obesidade nos filhos, quanto mais alto for o IMC materno maior será a chance de a criança apresentar excesso de peso. Isto se deve tanto a fatores genéticos como ambientais (GUIMARÃES et al., 2006). Fatores genéticos, ainda podem está associados à eficiência no aproveitamento, armazenamento e mobilização dos nutrientes ingeridos; ao gasto energético, em especial à taxa metabólica basal (TMB); ao controle do apetite e ao comportamento alimentar (FRANCISCHI et al., 2000; SICHIERI, 1998). A obesidade também pode ser conduzida por algumas desordens endócrinas, como por exemplo, o hipotireoidismo e problemas no hipotálamo, mas estas causas representam menos de 1% dos casos de excesso de peso (FRANCISCHI et al., 2000). 3.3.2 - Fatores Ambientais A obesidade necessita de um ambiente propício para se manifestar, desencadeando esse processo em indivíduos predispostos a apresentar excesso de peso (VITOLO, 2003; FLORES; CARRIÓN; BARQUERA, 2005 apud BENDER, 2006). Dessa forma, o ambiente moderno se apresenta como um potente estímulo para o desenvolvimento dessa patologia. A diminuição dos níveis de atividade física e o aumento da ingestão calórica são fatores determinantes ambientais fortes nesse processo (ABESO, 2009). Para Mello; Luft; Meyer (2004), o comodismo do hábito de assistir televisão, além de promover o sedentarismo, pode exercer influência negativa sobre
  • 22. 21 a alimentação infantil, pois as crianças são bombardeadas por uma série de propagandas atraentes, mostrando em sua maioria alimentos com alto teor de gorduras e açúcares. Esses hábitos na maioria das vezes persistem na idade adulta, reforçando a teoria que esses fatores são decisivos na manutenção ou não do peso saudável. 3.3.3 - Fatores Psicológicos De acordo com Segal, (2003) apud Wanderley; Ferreira (2010) de todos os fatores envolvidos no desencadeamento da obesidade, os psicológicos e psiquiátricos possuem maior relevância, não tanto pelo seu papel etiológico e de prognóstico, mas sim por seu papel histórico. Nas primeiras seis décadas do século XX, a obesidade era entendida como resultante de déficits morais e/ou problemas psíquicos. O indivíduo obeso apresenta sofrimento psicológico decorrente tanto dos problemas relacionados ao preconceito social e à discriminação contra a obesidade, como das características do seu comportamento alimentar. A depreciação da própria imagem física leva à preocupação opressiva com a obesidade, tornando o obeso inseguro devido à sua inabilidade de manter a perda de peso. A falta de confiança, a sensação de isolamento, atribuída ao fracasso da família e dos amigos em entender o problema, assim como a humilhação, decorrente do intenso preconceito e discriminação aos quais os indivíduos obesos estão sujeitos, remetem a enorme carga psicológica do indivíduo obeso (BERNARDI; CICHELERO; VITOLO, 2005). Cordás (2005) descreve que estudos desenvolvidos em populações de obesos demonstram a existência de um maior número de problemas psicológicos nessas populações do que na população geral. Dessa forma, os fatores psicológicos não são considerados causais, porém a obesidade pode ser desencadeante de transtornos mentais, como a depressão. Sabe-se que, pessoas obesas passam por dificuldades ligadas a processos psicológicos como consequência de sua condição.
  • 23. 22 3.3.4 - Hábitos Alimentares Tem sido evidenciada uma progressão na transição nutricional da população brasileira, caracterizada pela redução na prevalência dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade não só na população adulta, mas também em crianças e adolescentes. Segundo teorias ambientalistas, as causas estão fundamentalmente ligadas às mudanças no estilo de vida e aos hábitos alimentares (TRICHES; GIUGLIANI, 2005). Recentemente, verificou-se uma mudança no comportamento alimentar. Antes, a dieta da população continha mais alimentos ricos em proteínas, como a carne e o ovo, e em ferro, como o feijão, nutrientes essenciais para a saúde humana. Esses alimentos foram substituídos por comidas prontas, que contem alto valor calórico e baixo valor nutritivo. Essa alteração provoca malefícios à saúde e isso pode ter ocorrido devido ao aumento do preço de alguns produtos, como arroz, trigo e soja, e, também, pela comodidade que os alimentos prontos proporcionam (TOMAZ, 2008). O consumo alimentar tem sido relacionado à obesidade, não somente quanto ao volume da ingestão alimentar, como também à composição e qualidade da dieta. Além disso, os padrões alimentares também mudaram, confirmando em parte o contínuo aumento da adiposidade nas crianças, como o pouco consumo de frutas, hortaliças e leite, o aumento no consumo de guloseimas (bolachas recheadas, salgadinhos, doces) e refrigerantes, bem como a omissão do café da manhã (TRICHES; GIUGLIANI, 2005). 3.4 - Diagnóstico da Obesidade O estabelecimento de um diagnóstico de obesidade e/ou sobrepeso, em geral não é difícil, mas requer que se identifiquem os níveis de risco, o que, frequentemente, necessita de algumas formas de quantificação (ABESO, 2009). O método comumente utilizado para o diagnóstico de obesidade é a avaliação antropométrica, que consiste em um procedimento simples, não invasivo,
  • 24. 23 rápido e barato, associando o IMC, circunferência abdominal e verificando a distribuição da adiposidade do tipo central ou global (SILVA et al., 2003). Sendo o método mais utilizado e prático para definir sobrepeso e obesidade infantil, o Índice de Massa Corporal (IMC) ou índice Quetelet, é obtido pelo peso dividido pelo quadrado da altura, e tem excelente correlação com a quantidade de gordura corporal, o qual é largamente utilizado em estudos epidemiológicos e clínicos (ALVES, 2005). Na infância, os valores atribuídos ao índice de massa corporal (IMC) variam em função da idade, apresentando nos primeiro 12 a 18 meses um aumento, seguindo uma gradual e sustentada queda até 6 ou 7 anos, evoluindo então com um aumento gradual (HALPERN; MANCINI, 2002). Podendo ser usado o cálculo do IMC percentual (% IMC), que independe da altura e da idade da criança e se apoia em tabelas de percentis de peso e de altura, é mais adequado (Quadro 01). Quadro 01 – Diagnóstico de obesidade em crianças e adolescentes Índice de massa corporal percentual (%IMC) %IMC= (peso/altura2 ): (50% percentil para a idade peso/ 50% percentil altura) x 100% >110%: sobrepeso; >120%: obesidade Fonte: Helpern; Mancini, 2002 O Ministério da Saúde estabelece o gráfico 01 como parâmetro para a avaliação do peso entre adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos (BRASIL, 2011).
  • 25. 24 Gráfico 01: Gráfico do IMC por idade: dos 10 aos 19 anos (escores z ). Fonte: Brasil, 2011.
  • 26. 25 Os médicos diagnosticam a obesidade e o sobrepeso, utilizando esse gráfico de crescimento para seguir o desenvolvimento de adolescentes. O IMC por idade utiliza a altura, peso e idade de uma criança para determinar quanta gordura corporal ele ou ela tem e compara os resultados com os de outras crianças da mesma idade e gênero. Ele pode ajudar a prever se as crianças terão risco de ficar acima do peso quando estiverem mais velhas (CORREA; PEREIRA; SILVA, 2005). De acordo com estudo de Giugliano (2004), que afirma que a ocorrência de obesidade e sobrepeso em conjunto foi semelhante nos dois sexos, atingindo 21,1% dos meninos e 22,9% das meninas, a porcentagem de gordura corporal média foi crescente, partindo-se das crianças com baixo peso para as normais e destas para as com sobrepeso e obesidade em ambos os sexos. As diferenças foram significativas, pois as crianças normais do sexo feminino tinham porcentagem de gordura corporal mais elevada do que no sexo masculino. 3.5 - Tratamento da Obesidade A obesidade consiste em um tratamento que é complexo e multidisciplinar, não existe nenhum tratamento farmacológico que não envolva mudança de estilo de vida das pessoas com esta doença. Quanto maior o grau de excesso de peso, maior a gravidade da doença (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 2006). Na infância e na adolescência, o manejo pode ser ainda mais difícil de que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos dos padrões paternos, além da falta de entendimento das crianças quanto aos dados da obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). O tratamento da obesidade infantil constitui as modificações no comportamento e nos hábitos de vida (tanto da criança como se possível, da família), que incluem mudanças nos planos alimentar e nas atividades física, e deve ser instituído ao paciente, a partir do instante em que se diagnostica o problema (SOARES; PETROSKI, 2003). Para o tratamento da obesidade, é necessário a atuação de uma equipe multiprofissional (médico, nutricionista, psicólogo, e o educador físico), que vão analisar o quadro clínico do paciente, pois o tratamento em pacientes obesos é de
  • 27. 26 longo prazo, e tem como objetivo básico, manter o peso adequado para a estatura, preservando o crescimento e desenvolvimento normal (SOARES; PETROSKI, 2003). 3.6 - Prevenção da Obesidade A obesidade infantil, em nosso meio, se apresenta como um desafio, uma vez que vem aumentando nas últimas três décadas e sua prevalência em adolescentes e adultos jovens, apresenta um forte agravante para a saúde atual e futura dos indivíduos. Prevenir a obesidade infantil significa diminuir, de uma forma racional e menos onerosa, a incidência de doenças crônicas degenerativas (SILVA; COSTA; RIBEIRO, 2008). A prevenção da obesidade infantil se baseia em limitar o consumo de alimentos ricos em gordura e com poucos nutriente é percebido como uma restrição dietética, que pode levar ao aumento da preferência destes alimentos, quando as intervenções estruturadas são removidas. Uma abordagem alternativa seria estimular o aumento do consumo de alimentos ricos em nutrientes, tais como frutas e vegetais. Entretanto, poucos estudos avaliaram o consumo desses alimentos na prevenção da obesidade e especificamente a possibilidade deles deslocarem o consumo de alimentos menos saudáveis (SICHIERI; SOUZA, 2008). É importante, que se inicie a prevenção desde a infância, uma vez que, a orientação alimentar é instrumento de grande benefício tanto para promoção de hábitos alimentares saudáveis, quanto para a prevenção e o controle do excesso de peso (BRASIL, 2006). 3.7 - A Importância da Escola na Educação Alimentar A escola é uma aliada importante para a concretização de ações de promoção da saúde voltadas para o fortalecimento das capacidades dos indivíduos, para a tomada de decisões favoráveis à sua saúde e à comunidade, para a criação de ambientes saudáveis e para a consolidação de uma política intersetorial voltada para a qualidade de vida, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como foco a construção de uma nova cultura da saúde (PROJETO PROMOÇÃO DA SAÚDE SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE/MS, 2002).
  • 28. 27 As escolas desempenham um papel fundamental como promotoras de saúde, uma vez que é nesse ambiente que as crianças e adolescentes permanecem na maior parte do tempo, dessa forma é possível promover mudanças de paradigmas tradicionais nos escolares com enfoques integrais na saúde (COSTA, 2008). A alimentação exerce um papel primordial durante todo o ciclo de vida dos indivíduos. Entre as distintas fases da vida pode-se destacar, como exemplo, a idade escolar, que se caracteriza por um período em que a criança apresenta um metabolismo muito mais intenso quando comparado ao do adulto (DANELON; DANELON; SILVA, 2006). É fator imprescindível, a importância de hábitos alimentares saudáveis, completos, variados e agradáveis ao paladar para a promoção da saúde, sobretudo dos organismos jovens, em fase de desenvolvimento, e para a prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis, cuja prevalência vem aumentando significativamente (BOOG, 2000 apud MARIN; BERTON; SANTO, 2009). Entende-se que o ensino sobre nutrição seja fundamental na promoção de saúde, que deve ter lugar na escola, e, por isso, a educação nutricional não pode deixar de compor, um plano nacional oficial de ensino (BIZZO; LEDER, 2005). 3.8 - Políticas Públicas para prevenção da Obesidade O Programa Saúde na Escola (PSE), foi instituído pela portaria n° 1.861, de 4 de setembro de 2008, que define critérios do programa e traz o Termo de Adesão dos municípios, resultante entre uma parceria dos ministérios da Saúde e da Educação que tem o objetivo de garantir atenção à saúde e educação integral para os estudantes da rede básica de ensino público e construir uma cultura de paz nas escolas. Neste ano, o programa desenvolveu a primeira semana de saúde na escola com o tema “SAÚDE TAMBÉM SE APRENDE NA ESCOLA”, focando o combate à obesidade (BRASIL, 2012c). O programa apresenta quatro blocos: o primeiro consiste na avaliação das condições de saúde, envolvendo estado nutricional, incidência precoce de hipertensão e diabetes, saúde bucal (controle de cárie), acuidade visual e auditiva e, ainda, avaliação psicológica do estudante. O segundo trata da promoção da saúde e
  • 29. 28 da prevenção, que trabalhará as dimensões da construção de uma cultura de paz e combate às diferentes expressões de violência, consumo de álcool, tabaco e outras drogas, incluindo abordagem à educação sexual e reprodutiva, além de estímulo à atividade física e práticas corporais (BRASIL, 2012c). O terceiro programa é voltado à educação permanente e capacitação de profissionais e de jovens. O último prevê o monitoramento e a avaliação da saúde dos estudantes por intermédio de duas pesquisas. A primeira é a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que contempla, além de outros, todos os itens da avaliação das condições de saúde e perfil socioeconômico das escolas públicas e privadas nas 27 capitais brasileiras. O resultado dessa pesquisa servirá para que as escolas e as equipes de saúde tenham parâmetros para a avaliação da comunidade estudantil. A segunda pesquisa será o Encarte Saúde no Censo Escolar (Censo da Educação Básica), elaborado e aplicado no contexto do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) desde 2005 (BRASIL, 2012c). O programa desenvolveu ações de prevenção da obesidade na infância e na adolescência, com realização da avaliação antropométrica das crianças e adolescentes e encaminhamento para as unidades básicas de saúde dos casos com alteração de peso, e promoção de palestras de educação em saúde com os pais destes alunos, focando a importância de hábitos alimentares saudáveis (BRASIL, 2012c).
  • 30. 29 4. TRAJETO METODOLÓGICO 4.1 - Tipo de Estudo Trata-se de um estudo do tipo exploratório de cunho descritivo com abordagem mista, onde se utilizou o método quantitativo para caracterizar os sujeitos em questão e o método qualitativo para repassar os pensamentos das entrevistadas no que tange os aspectos subjetivos deste estudo (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004). A pesquisa quantitativa aplica-se à dimensão mensurável da realidade e os seus resultados auxiliam o planejamento de ações, principalmente quando as populações pesquisadas representam com fidelidade, o coletivo (BIGNARD, 2008). Menezes (2001) ressalta que a pesquisa quantitativa analisa que o objeto de estudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. A investigação qualitativa, que de acordo com Martins (2004) privilegia a análise de micro-processos, através do estudo das ações sociais individuais e grupais, realizando um exame intensivo dos dados, e é caracterizada pela heterodoxia no momento da análise. Godoy (1995) ressalta que a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo. É do tipo exploratório, pois envolveu levantamento bibliográfico, aproximação com pessoas que possuem experiências práticas com o problema estudado e, claro, o aprendizado por parte do pesquisador, afinal para Gil (1999), os estudos exploratórios visam proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores. Segundo Tomasi e Yamamoto (1999), a pesquisa descritiva busca conhecer diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais comportamentos humanos, tanto individualmente, como de
  • 31. 30 grupos e comunidades complexas, observando, registrando, analisando e correlacionando os fenômenos sem manipulá-los. Isso vem a corroborar a opinião de Gil (2002) ao afirmar que as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre as variáveis. Nessa perspectiva, pela importância da descrição dos dados e informações coletados, justifica-se a utilização desse tipo de abordagem no presente trabalho. 4.2 - Cenário da Pesquisa A pesquisa foi realizada em duas escolas da rede pública e duas escolas da rede privada do município de Iguatu, localizado na região Centro-Sul do Ceará a 380 km da capital do estado, Fortaleza. Este município possui aproximadamente 97.330 habitantes segundo dados do IBGE/2011, exercendo o papel de centro regional de comércio e serviços para mais de 10 municípios da região onde se situa. Sua economia é baseada na agricultura (plantio de arroz e algodão), pecuária, comércio e indústria (IGUATU, 2012). O estudo foi aplicado nas escolas públicas Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia, localizada na Rua Dr. João Pessoa, 887 e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos, localizada na Rua Mônica Teixeira Peixoto, S/N ambas na cidade de Iguatu/CE e nas escolas privadas Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa, localizada na Rua Luzia Moreira, 804 e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião, localizada na Rua Valdomiro Bezerra, 26 ambas na cidade de Iguatu/CE. 4.3 - População e Amostra A população do estudo foi compreendida pelos alunos do Ensino Fundamental II, cursando 8º ano da antiga 7° série das: Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia, Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos, Escola Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino
  • 32. 31 Fundamental Frei Damião, totalizando 240 alunos, sendo 148 do sexo feminino e 92 do sexo masculino. A amostra foi constituída por 13 alunos que após avaliação antropométrica (aferição do peso e altura), apresentaram excesso de peso e/ou obesidade e que estavam dentro dos critérios de inclusão da pesquisa:  Alunos matriculados no 8° ano;  Aceitar participar da pesquisa, após consentimento prévio dos pais;  Estar presente na sala de aula no dia da avaliação; 4.4 - Instrumento de Coleta de Dados No intuito de alcançar os objetivos da pesquisa, os dados foram coletados por meio de um questionário semi-estruturado, contendo 25 questões sendo 21 questões objetivas e 4 questões subjetivas, que foi aplicado aos alunos. De acordo com Gil (2010) o questionário é uma técnica de investigação composta por um número significante de questões apresentadas por escrito às pessoas. O questionário, com perguntas objetivas e subjetivas, abordou os seguintes critérios: idade, série, sexo, tipo de escola, prática de atividade física, hábitos alimentares, dados antropométricos (altura e peso) e as características socioeconômicas dos pais (APÊNDICE G). A coleta de dados foi realizada durante os meses de agosto e setembro de 2012. 4.5 - Análise dos Dados Os dados obtidos através dos questionários foram analisados e os resultados foram apresentados por meio de recursos e técnicas estatísticas como tabelas e percentagem. Além da utilização desses recursos, foi feito uma análise comparativa com autores acerca do tema em estudo. Segundo Marconi e Lakatos (2006) análise é uma tentativa de demonstrar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Já a interpretação, significa a exposição do material apresentado, em relação aos objetivos propostos e a relação com o tema.
  • 33. 32 As tabelas auxiliam na apresentação dos dados, facilitando o leitor a compreensão e interpretação desses (MARCONI; LAKATOS, 2006). 4.6 - Aspectos Éticos e Legais A pesquisa obedeceu a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde sobre Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, incorporando, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os quatros referenciais básicos da bioética: autonomia, benevolência, justiça e não maleficência, visando assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado (GUATHIER et al, 1998). No que diz respeito à autonomia, os sujeitos foram esclarecidos quanto à natureza e os objetivos do estudo quando foram convidados a participar da pesquisa; e após terem aceitado participar, foi oficializado o Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE F). Com relação ao princípio de beneficência, os alunos puderam levar o instrumento de coleta de dados para casa e para preencher com os pais, garantindo o conforto e liberdade. Quanto ao princípio de justiça, a escolha desses sujeitos como objeto de estudo vai ao encontro de gerar discussões e decisões que apontem práticas e atividades que contribuam para a melhoria da qualidade de vida desses alunos, através da adoção de hábitos alimentares saudáveis.
  • 34. 33 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados referem-se aos dados da pesquisa realizada com os alunos do 8º ano que apresentaram excesso de peso e/ou obesidade de duas escolas de ensino da rede particular (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião) e duas escolas de ensino da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos), localizadas no município de Iguatu/CE. A análise desses dados foi obtida através de um questionário semi- estruturado contendo 25 questões, sendo distribuídas da seguinte forma: 21 questões objetivas e 04 questões subjetivas. O questionário foi entregue aos alunos que estavam em sala de aula, para que fosse respondido em casa, com a autorização dos pais. Os dados coletados revelaram que dos 240 adolescentes que responderam ao questionário 13 adolescentes apresentaram excesso de peso, sendo que 08 adolescentes pertencem à rede de ensino privado e 05 adolescentes a rede de ensino público. Para enveredar no processo de análise e discussão dos dados buscou-se o referencial teórico de literaturas pertinentes ao assunto abordado. A fim de manter o anonimato dos sujeitos, atendendo aos princípios éticos da pesquisa, escolheu-se por denominar os participantes usando pseudônimos, aos quais foram atribuídos algarismos romanos aos nomes dos alunos, tornando mais fácil a compreensão e leitura da pesquisa. 5.1. Caracterização dos Sujeitos do Estudo Os sujeitos foram caracterizados de acordo com sexo, faixa etária, perfil socioeconômico e escolaridade dos pais dos adolescentes, e os resultados foram dispostos em tabelas, posteriormente, relacionados com literaturas semelhantes ou que abordem o assunto exposto.
  • 35. 34 5.1.1. Características Pessoais Em relação ao sexo, o estudo revelou que não houve divergência entre o gênero masculino e o gênero feminino dos adolescentes que apresentaram excesso de peso e/ou obesidade nas redes de ensino público e privado. A faixa etária predominante neste estudo variou de 13 a 14 anos de idade, caracterizada pelos alunos que apresentaram excesso de peso na fase da adolescência (Tabela 01). Tabela 01- Disposição do sexo dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Sexo Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Feminino 02 40% 04 50% Masculino 03 60% 04 50% Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Os dados deste estudo corroboram com Rodrigues (2007), que utilizou uma metodologia semelhante ao presente trabalho, onde foram analisados 15 escolares e os resultados mostraram não existir diferença entre os gêneros masculino e feminino dos adolescentes que apresentaram excesso de peso e contrariam com os resultados apresentados de Balaban e Silva (2001), uma vez que os referidos autores, apontam que em seu estudo houve diferença em relação ao gênero dos escolares onde predominou maior prevalência em excesso de peso o gênero masculino, eles ainda ressaltam que o sobrepeso e a obesidade são mais predominantes em crianças do que em adolescentes. Quando analisadas as escolas públicas e privadas separadamente, verificou-se maior prevalência de excesso de peso em adolescentes matriculados na rede de ensino privado (Tabela 01). Esses dados condizem com estudos realizados por Oliveira, Cerqueira e Oliveira (2003) que obtiveram resultados semelhantes.
  • 36. 35 5.1.2. Características socioeconômico e culturais Em relação ao grau de escolaridade dos pais dos alunos pesquisados, o estudo mostrou que os pais de alunos da rede de ensino privada possuem um maior grau de escolaridade quando comparados com os pais de alunos da rede de ensino pública (Tabela 02). Tabela 02: Nível de escolaridade dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escolaridade Pai Mãe Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Ensino Fundamental Incompleto 02 40% - - Ensino Fundamental completo 01 20% 03 60% Ensino Médio incompleto 01 20% - - Ensino Médio completo 01 20% - - Ensino superior incompleto - - 01 20% Ensino superior completo - - 01 20% Total 05 100% 05 100% Escola Particular Escolaridade Pai Mãe Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%)
  • 37. 36 Ensino Fundamental Incompleto - - - - Ensino Fundamental completo 02 25% 01 12,5% Ensino Médio incompleto - - - - Ensino Médio completo 03 37,5% 03 37,5% Ensino superior incompleto 02 25% 01 12,5% Ensino superior completo 01 12,5% 03 37,5% Total 08 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. De acordo com Oliveira et al. (2003), em estudo realizado com crianças de 5 a 9 anos estudantes de ensino público e privado, o alto nível de escolaridade dos pais foi considerado fator de risco para o surgimento de sobrepeso e obesidade, conforme os dados observado neste trabalho. O fato de estudar é sinônimo de receber informação, ou seja, pessoas com maior grau de escolaridade são mais sensibilizadas quanto à prevenção de doenças. Estudos têm demonstrado que o grau de escolaridade é um aspecto essencial na abordagem da população quanto às práticas de promoção, prevenção e recuperação da saúde (BRASIL, 2004). Nesse sentido, o resultado deste estudo contradiz as literaturas pesquisadas, pois os pais com maior grau de escolaridade deveriam orientar seus filhos acerca de hábitos alimentares saudáveis. Em relação ao perfil socioeconômico dos pais dos alunos pesquisados observou-se que os escolares que estudam na rede de ensino privado possuem um perfil socioeconômico maior do que os escolares da rede de ensino público (Tabela 03).
  • 38. 37 Tabela 03: Renda familiar dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Renda familiar Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Menos de 1 salário mínimo - - - - 1 salário mínimo 04 80% - - De 1 a 2 salários mínimos 01 20% - - De 2 a 3 salários mínimos - - 02 20% Mais de 3 salários mínimos - - 06 80% Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. A prevalência de excesso de peso em escolares se apresenta mais frequente nas classes sociais de maior poder aquisitivo, possivelmente por terem maior disponibilidade de alimentos ricos em gorduras, como os lanches rápidos (LEÃO et al. 2003). Os dados deste trabalho vão ao encontro com Bender (2006) e Guimarães et al. (2006), que observaram que a maioria das crianças com excesso de peso e obesas apresenta renda familiar mensal per capita, maior que 3 salários mínimos por mês, como foi observado pelos pais dos alunos da rede de ensino privada. Os estudos de Leão et al. (2003) e Silva, Balaban e Motta (2005), mostraram que o excesso de peso e a obesidade são mais prevalentes no grupo de indivíduos de melhor condição socioeconômica. Segundo estudo feito por Campos, Leite e Almeida (2006), foi observado uma maior prevalência de sobrepeso/obesidade nos adolescentes de classes sociais de maior poder aquisitivo, possivelmente, tal como se tem observado em outros países em desenvolvimento, pela maior disponibilidade de alimentos com maior densidade energética.
  • 39. 38 5.2. Perfil antropométrico (peso e altura) dos escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada A antropometria é considerada o método mais útil para rastrear a obesidade, por ser um procedimento simples, barato, não-invasivo, universalmente aplicável e com boa aceitação pela população. Os Índices antropométricos são obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas básicas medindo o peso (kg) e a altura (m) do indivíduo (COSTA, 2008). O índice de Massa Corporal (IMC), ou índice de Quetelet é uma fórmula que indica se o individuo está acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal considerado saudável. A equação utilizada para calcular o IMC é: Fonte: Helpern; Mancini, 2002 Utilizando esta regra foi aferido o IMC de todos os alunos das escolas pesquisada obtendo o seguinte resultado: Quadro 02: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Público IMC dos Meninos da Rede de Ensino Público Peso (kg) Altura (m) Idade IMC 58 1,41 14 anos 29,1 75 1,65 14 anos 27,5 55 1,45 14 anos 26,2 IMC das Meninas da Rede de Ensino Público Peso (kg) Altura (m) Idade IMC 38 1,20 13 anos 26,3 56 1,42 14 anos 28,7 Fonte: Pesquisa realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Quadro 03: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Privado IMC dos Meninos da Rede de Ensino Privado Peso (kg) Altura (m) Idade IMC 49 1,28 13 anos 29,9 Peso(kg) Altura x Altura (m)
  • 40. 39 80 1,68 13 anos 28,3 58 1,48 13 anos 27,9 50 1,35 13 anos 27,4 IMC das Meninas da Rede de Ensino Privado Peso (kg) Altura (m) Idade IMC 61 1,45 13 anos 29,0 67 1,58 13 anos 26,8 70 1,63 13 anos 26,3 66 1,61 13 anos 25,4 Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Cinco alunos da rede de ensino público apresentaram índice de massa corporal acima de 25, sendo 03 adolescentes do gênero masculino e 02 adolescentes do gênero feminino (Quadro 02). Em relação aos alunos da rede de ensino particular 08 alunos apresentaram índice de massa corporal acima de 25, sendo 04 adolescentes do gênero masculino e 04 adolescentes do gênero feminino (Quadro 03). É possível afirmar, então, que não existem diferenças significativas de IMC quando comparado os gêneros dos alunos, como foi observando no trabalho de Rodrigues (2007). Comparando os resultados obtidos nos quadros 02 e 03, observou-se um maior número de escolares com excesso de peso na rede de ensino privado em relação ao ensino público. Bender (2006), afirma em seu trabalho que os índices de excesso de peso são mais frequentes em alunos de escola privada (39%) que na escola pública (26%). O mesmo foi observado no estudo de Leão et al (2003), que utilizou o mesmo método do IMC para sexo e idade, diagnosticando excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes, e observou maior tendência de excesso de peso em alunos de escolas privadas. 5.3. Os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade nos escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada O aumento progressivo da obesidade infantil vem se tornando um crescente problema de saúde pública, uma vez que a obesidade não é mais apenas um problema estético, que incomoda por causa da “zoação” dos colegas, provocando bullying. O excesso de peso pode provocar o surgimento de vários
  • 41. 40 agravos de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do esqueleto. As crianças e os adolescentes em geral, ganham peso com facilidade devido a fatores tais como: hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar entre outros. Dessa forma, foram observados fatores que influenciam as causa do excesso de peso e obesidade dos alunos da rede de ensino privado e público, onde foi analisado, quanto à forma de ir a escola, prática de atividades físicas na escola e fora da escola, tipos de moradia, uso de aparelhos eletrônicos e o número de irmãos. Com relação à forma de ir à escola, os alunos da rede de ensino público vão a escola caminhando, talvez pelo fato das escolas estarem localizada próximo de suas residências, já os alunos da rede de ensino privado normalmente utilizam algum meio de transporte para ir à escola (Tabela 04). Tabela 04: Tipo de transporte utilizado pelos escolares pra ir à escola. Dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Transporte Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Carro - - 01 12,5 Ônibus 01 20% - - Bicicleta 01 20% - - Motocicleta - - 05 62,5 Caminhando 03 60% 02 25,0 Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Os dados do estudo condizem com Moraes et al. (2006), em estudo realizado com crianças e adolescentes no México, relataram que 54,3% e 64,8% dos escolares com sobrepeso e obesidade, respectivamente, não costumavam ir à escola caminhando, como foi observado pelos maioria dos alunos da escola particular.
  • 42. 41 Quando comparando os alunos da rede de escola pública e privada em relação à forma como se locomovem para a escola, os alunos das escolas privada responderam que utilizam um meio de transporte, não fazem nenhum esforço físico, já os alunos das escolas públicas, responderam que vão caminhando para a escola (Tabela 04). A maioria dos escolares das redes de ensino público e particular, com excesso de peso participa de atividade física na escola com duração de 1h a 3h, por semana (Tabela 05). Tabela 05: Prática de atividade física na escola dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Não faz - - 01 12,5% 1 h/ semana 01 20% 02 25,0% 2 h/ semana 03 60% 04 50,0% 3 h/ semana 01 20% 01 12,5% Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Segundo Bender (2006), comparando os dados das crianças com excesso de peso e/ou obesidade com as crianças com peso normal, observou-se que o maior número de crianças com excesso de peso pratica de 2h à 3h de atividade física por semana, em relação às com peso normal que pratica apenas 1h de atividade física por semana. Ainda segundo Bender (2006), uma possível teoria para este resultado é o fato da condição do excesso de peso já estabelecida, exigir mais cuidados levando a criança a ser estimulada pelos profissionais de educação física. Outra hipótese se dá pelo fato da criança sentir-se incomodada com o seu estado nutricional, e com isso pratica mais exercícios a fim de perder peso. Na literatura, quando analisada a prática de atividade física entre as crianças, não há diferença entre o local que esta prática é feita, se dentro ou fora da escola, ou seja, é analisada de forma geral.
  • 43. 42 Em relação à prática de atividade física, observou-se que 72,5% dos alunos das escolas privadas realizam exercícios fora da escola enquanto que 60% dos alunos das escolas públicas não praticam atividade física fora da escola (Tabela 06). Tabela 06: Prática de atividade física fora da escola dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Não faz 03 60% 03 37,5 1 h/ semana 02 40% - - 2 h/ semana - - 02 25,0 3 h a 5h/ semana - - 01 12,5 Mais de 5h/ semana - - 02 25,0 Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Conforme Assis et al. (2006), o aumento da frequência de excesso de peso e/ou obesidade está relacionado a mudanças no estilo de vida, principalmente o decréscimo de atividade física e hábitos alimentares inadequados. Os dados deste trabalho estão de acordo com o estudo de Moraes et al. (2006), que analisou uma frequência menor de atividade física realizada por alunos fora da escola, como foi obervado pelos alunos da rede de ensino público. Já na maioria dos alunos da rede de escola privada, a frequência de atividades fora da escola varia, pois os escolares praticam algum esporte com duração de 2 a 5 horas por semana. Foi analisado o tipo de moradia dos escolares da rede de ensino público e privado, onde a maioria mora em casa, tendo acesso a brincadeiras ao ar livre, não beneficiando o sedentarismo (Tabela 07).
  • 44. 43 Tabela 07: Tipo de moradia dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Moradia Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Casa 04 80% 06 75,5% Apartamento 01 20% 02 25,0 Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Esses resultados contradizem aos de Bender (2006), onde a maioria dos alunos com excesso de peso e obesidade mora em apartamento, o que pode ser um fator responsável por dificultar as brincadeiras, contribuindo para o sedentarismo e, por conseguinte diminuindo as chances de gasto energético. Quando avaliado o tempo gasto com aparelhos eletrônicos pelos escolares o presente estudo apontou que a televisão é o aparelho eletrônico mais utilizado na rotina dos alunos da rede de ensino público e privado, com 80% e 100% respectivamente, com uma frequência de uso de 1h a mais de 3 horas por dia, seguido pelo o uso de videogame, onde os alunos da rede de escola privada utilizam mais que os alunos da rede de ensino público e por ultimo o uso de computador, que é mais utilizado pelos alunos da rede de ensino privado, devido as melhores condições socioeconômicas (Tabela 08). Tabela 8: Tempo gasto com o uso de aparelhos eletrônicos usados pelos dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Computador Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Não usa 03 60% 01 12,5% 1h/ dia 01 20% 01 12,5% 2h/ dia - 03 37,5% 3h ou mais/dia 01 20% 03 37,5% Total 05 100% 08 100% Escola Pública Escola Particular
  • 45. 44 Videogame Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Não usa 03 60% 05 62,5% 1h/ dia 01 20% - - 2h/ dia - - - - 3h ou mais/dia 01 20% 04 37,5% Total 05 100% 08 100% Escola Pública Escola Particular Televisão Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Não usa 01 20% - - 1h/ dia 02 40% 01 12,5% 2h/ dia 01 20% 03 50,0% 3h ou mais/dia 01 20% 04 37,5% Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. De acordo com os estudos de Oliveira et al. (2003) e Kain, Vio e Albala (2003), os aparelhos eletrônicos (televisão, videogame e computador) apresentam um importante fator de risco para o desenvolvimento de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes. Ao comparar o uso de aparelhos eletrônicos entre alunos de escolas francesas com alunos de escolas brasileiras, observou-se que os escolares brasileiros apresentam mais tempo livres que os franceses, pois na França a escola funciona em turno integral. Com mais tempo livre as crianças possuem chances altas de ocupar o tempo utilizando aparelhos eletrônicos e por tanto deixam de praticar alguma atividade física (ASSIS et al. 2006). Mello, Luft e Meyer, (2004), apontam em seu estudo que a influência de excesso de peso e obesidade é de 10% em crianças que assistem menos de 1 hora de televisão por dia, enquanto que se o hábito de vir TV persistir por 3,4,5 ou mais horas por dia a prevalência aumenta para 25%, 27% e 35% respectivamente. Quanto ao número de irmãos, o estudo demonstrou que a maioria dos alunos possui apenas 1 irmão, 40% nas escolas públicas e 37,5% nas escolas particulares (Tabela 09).
  • 46. 45 Tabela 09: Número de irmãos dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Não tem - - 02 25,0 1 Irmão 02 40% 03 37,5 2 Irmãos 01 20% - - 3 Irmãos - - 01 12,5 Mais de 3 irmãos 02 40% 02 25,0 Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Os dados encontrados são semelhantes aos de Guimarães et al. (2006) e Oliveira et al. (2003), que acharam maior prevalência de excesso de peso em escolares que possuíam apenas 1 irmão. Isso significa que o baixo número de irmãos representa um fator de risco para o desenvolvimento do excesso de peso e obesidade em crianças, pois quanto maior o número de crianças na família mais frequente serão as brincadeiras, segundo estes autores. 5.4. Comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada. Foram abordados 05 questões que buscaram identificar os hábitos alimentares e estilo de vida dos alunos de duas redes de ensino público e duas redes de ensino particular, com o intuito de traçar um paralelo entre ambos. O comportamento alimentar das crianças e dos adolescentes pode ser influenciado por vários fatores, entre eles fatores externos (unidade familiar e suas características, atitudes de pais e amigos, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos, conhecimentos de nutrição e manias alimentares) e fatores internos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais, autoestima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO; LUFT E MEYER, 2004).
  • 47. 46 Quando questionados sobre os alimentos que consomem no café da manhã, a maioria dos alunos relatou que ao acordar não possuem o hábito de se alimentar, outros citaram pão, bolo e café com leite e ainda alguns alunos responderam que comem sanduíches, como podemos observar nas seguintes falas: “nada” (Aluno I) “pão, bolo, café, leite e margarina” (Aluno III) “pão com ovo” (Aluno IV) “pão com café” (Aluno V) “sanduíche” (Aluno VII) Observou-se nas falas dos alunos pesquisados, os que apresentaram excesso de peso em ambas as escolas costumam comer pão, leite, café, ovo, margarina e sanduíches no café da manhã, uma alimentação com alta densidade energética, e não possuem o hábito de consumir frutas. O baixo consumo de frutas e hortaliças, a omissão do café da manhã e o consumo cada vez mais exagerado de alimentos ricos em gorduras saturadas com salgadinhos, sanduíches e bolacha recheada têm relação com o excesso de peso, juntamente com a diminuição dos níveis de atividades físicas (TRICHES; GIUGLIANI, 2005; GUIMARÃES et al., 2006). Segundo Oliveira et al. (2003), acredita-se que as crianças e os adolescentes não recebem informações necessárias dos seus pais e familiares, quanto a prática de promover hábitos alimentares saudáveis. A alimentação dos pais costuma desempenhar um papel importante de influência na decisão da construção dos hábitos alimentares dos seus filhos, afetando a preferência alimentar das crianças e dos adolescentes e sua regulação da ingestão energética (VALLE; EUCLYDES, 2007). Em relação aos alimentos consumidos na hora do lanche pela manhã, a maioria dos alunos respondeu que não costumam comer nada nesse horário, outros mencionaram frutas e suco de frutas e ainda alguns alunos citaram cuscuz com leite e café, como pode ser visto nas seguintes respostas: “cuzcuz com café e leite” (Aluno I)
  • 48. 47 “nada” (Aluno III) “frutas” (Aluno VI) “um copo de suco” (Aluno X) Analisando as respostas dos alunos das redes de ensino público e privado, verificou-se que a maioria dos alunos não tem hábitos de fazer refeição na hora do lanche da manhã, outros consomem frutas ou sucos das frutas, alimentos ricos em vitaminas, minerais e frutose, que são essenciais para o bom funcionamento do organismo. Talvez um dos fatores para estes alunos não possuir hábitos de se alimentar na hora do lanche da manhã, seja o fato deles estudarem no período da tarde, e a outra questão esteja relacionado ao fator socioeconômico dos familiares, onde a maioria dos alunos que responderam consumir algum tipo alimento estuda nas redes de ensino privado. De acordo com o IBGE (2004), as classes sociais mais elevadas, apresentam maior tendência para consumir produtos como leites e seus derivados, que é três vezes superior ao da classe de baixo rendimento. Em relação ao consumo de frutas quem possui o maior poder aquisitivo consome até seis vezes mais do que a população de baixa renda. Quando os alunos foram questionados sobre o que costuma comer na hora do almoço, várias respostas foram dadas: “baião de dois e carne de porco” (Aluno I) “frango frito, arroz, macarrão, linguiça, bife” (Aluno II) “arroz, carne cozida, macarrão, feijão, salada e refrigerante” (Aluno III) “arroz com carne e suco” (Aluno VI) “arroz, feijão e macarrão” (Aluno V) “arroz e feijão” (Aluno XI) Podemos verificar nas respostas dos alunos, que a maioria costuma comer no almoço alimentos tais como o arroz, feijão, macarrão, salada, carne e linguiça. Comparando os hábitos alimentares na hora do almoço dos alunos das redes de ensino privado e pública, constataram-se que os alunos das escolas
  • 49. 48 privadas realizam refeições balanceadas contendo carboidratos, proteínas e fibras, já os alunos das escolas públicas, se alimentam basicamente de carboidratos. O arroz e o feijão são alimentos essenciais na mesa dos brasileiros. Segundo Gambardella, Frutuoso e Franch (1999), estes dois alimentos são rico em nutrientes e podem ser consumidos separadamente durante as refeições, mas quando consumidos juntos, tornam-se uma combinação perfeita. Esse dois alimentos se completam, pois oferecem diversos nutrientes, e os aminoácidos que faltam em um podem ser encontrados no outro para o bom funcionamento do organismo. Em relação ao consumo de carnes (fonte de proteína animal) consumido pelos alunos, se apresenta com um fator positivo, conforme os autores Gambardella, Frutuoso e Franch (1999) que reconhecem a grande importância das proteínas na construção e manutenção dos tecidos corpóreos. As grandes refeições como o almoço não devem ser omitidas, como o desjejum, ou ainda ser substituída por lanches ou refeições rápidas, precisam ser realizadas repetidamente a cada dia e geralmente necessitam de alimentos ricos em vitaminas, sais minerais, fibras, proteínas e carboidratos (DAMIANI; CARVALHO E OLIVEIRA, 2000). O que deve ser um fator de risco para o excesso de peso nos alunos pode ser o ato de “beliscar” alimentos entre as refeições, não possuindo horário para se alimentar corretamente. Conforme Mahan et al. (2003), os alimentos naturais consumidos pelo homem durante décadas, foram substituídos nos últimos anos por vários alimentos novos processados e industrializados na forma de refeições prontas ou semi-prontas, criadas para o conforto da vida moderna, ou em petiscos, feitos para beliscar o dia inteiro, acompanhamento perfeito para adolescentes e crianças em inacabáveis horas diante da televisão. Quando indagamos os alunos sobre o que costuma comer na hora do lanche da tarde, a maioria possui hábitos alimentares de consumir salgadinho com refrigerantes, suco com bolachas recheadas, sanduíches com refrigerantes, chocolates e ainda responderam que comem frutas ou suco, como se observa nessas respostas: “salgado com refrigerante” (Aluno I) “pão com hambúrguer, sanduíches, suco, refrigerante”(Aluno II)
  • 50. 49 “salgado com suco” (Aluno III) “salgado, bolacha recheada e chocolate” (Aluno VI) “fruta” (Aluno VII) “suco com bolacha” (Aluno XII) Fica evidente nas respostas dos alunos, uma maior prevalência no consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e com alta densidade energética. Os alunos da rede de ensino particular apresentaram maior preferência pelo consumo de salgadinhos, sanduíches, biscoitos recheados, chocolate e refrigerantes. Já os alunos da rede de ensino público consomem mais suco e bolachas. O lanche que é oferecido pelas escolas na hora do recreio tem sido alvo de grandes preocupações dos núcleos gestores, educadores e pais, pois os mesmos, muitas vezes, não sabem o que servir as crianças nesse horário. As ofertas do mercado de alimento são muitas, porém, nem sempre são as mais adequadas para atender às necessidades nutricionais dos escolares (Medeiros et al., 2011). As escolas da rede de ensino público oferecem diariamente merenda aos alunos, já na rede de ensino privado o lanche é oferecido pelas cantinas, que possuem alimentos industrializados e com alto teor de gorduras saturadas, o que pode funcionar como um forte fator da prevalência de excesso de peso entre os escolares das redes de ensino privado que possui maior acesso a esses alimentos e melhores condições socioeconômicas. De acordo com Caldeira (2008) e Medeiros et at. (2011) o excesso de peso e a obesidade são mais prevalentes em alunos das redes de ensino privado, que possuem hábitos alimentares de comer no lanche salgadinhos, refrigerantes, chocolates, sanduíche e biscoito, que compram nas cantinas das escolas, por apresentarem melhores condições socioeconômicas. Ainda foram questionados sobre o consumo de refrigerantes e chocolates, na alimentação dos alunos, e com qual frequência na semana isso que acontece. Observou-se que os alunos das escolas públicas e particular consome diariamente ou pelo menos 1 vez no decorrer da semana, estes alimentos (Tabela 10).
  • 51. 50 Tabela 10: Consumo de refrigerantes e chocolates dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012. Escola Pública Escola Particular Consumo de refrigerantes e chocolates Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Sim 05 100% 08 100% Não - - - - Total 05 100% 08 100% Frequência na semana Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%) Uma vez 03 60% 03 37,5% Duas vezes 01 20% 03 37,5% Três vezes ou mais 01 20% 02 25% Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012. Os resultados deste trabalho apontam um alto consumo de refrigerantes e chocolates pelos alunos das escolas pública e privada, o que foi semelhante a outras pesquisas, onde segundo o estudo de Santos et al. (2005) os adolescentes costumam consumir refrigerante e doce, numa frequência de 4 vezes durante a semana. Já os adolescentes de Campina Grande-PB, consomem refrigerantes e doces diariamente (NUNES et al., 2007). Segundo os autores Nunes, Figueiroa e Alves (2007), observaram em seu trabalho frequências elevadas de hábitos alimentares não saudáveis, especialmente em alunos pertencentes às classes econômicas mais elevadas, devido ao consumo diário de refrigerantes e doces (guloseimas), como podemos observar nos alunos da rede de ensino privado. O aumento do consumo de bebidas açucaradas por crianças e adolescentes é preocupante em muitos países. As crianças e os adolescentes que costumam ingerir refrigerantes diariamente, estão mais susceptíveis a ter ganho de peso excessivo (MONTICELLI, 2010).
  • 52. 51 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS As mudanças sociais, culturais e econômicas ocorridas no mundo contemporâneo repercutem diretamente na prevalência e incidência do excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes. A obesidade apresenta-se como um grande problema de saúde pública nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em virtude de suas causas de cunho multifatorial. O trabalho mostrou que as escolas privadas apresentam maiores índices de adolescentes com excesso de peso, em ambos os sexos dos alunos quando comparado com os adolescentes das escolas públicas. Foi observado o nível socioeconômico e cultural dos pais dos alunos, onde houve diferenças significantes dos pais dos alunos das escolas privadas por apresentarem maior grau de escolaridade e renda familiar superior os pais dos alunos das escolas públicas. O comodismo oferecido pelo mundo moderno possibilitou cada vez mais os adolescentes a utilizarem aparelhos eletrônicos (televisão, computador e videogames), que são aparelhos acessíveis a determinadas classes socioeconômicas, favorecendo um estilo de vida mais sedentária. Verificou que os alunos da pesquisa, gastam a maioria do seu tempo livre jogando videogame ou utilizando o computador, e ainda assistindo televisão. Outro aspecto encontrado está relacionado aos maus hábitos alimentares dos adolescentes, que omitem refeições importantes como o café da manhã, além da preferência por alimentos industrializados, salgadinhos, sanduíches, doces e refrigerantes. Espera-se que este estudo possa fornecer dados relevantes sobre o assunto e que possa auxiliar o trabalho dos professores e gestores dessas escolas no planejamento, formulação e desenvolvimento de ações educativas integradas, priorizando o envolvimento direto das famílias dentro desse processo, a fim de prevenir o surgimento desse agravo e reduzir a incidência de suas complicações na vida adulta, tendo como foco principal os alunos do município.
  • 53. 52 REFERÊNCIAS ABESO. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. In: Diretrizes Brasileira de Obesidade. 3 Edição. São Paulo. 2009. ALVES, B S. Obesidade na infância: Critérios Diagnósticos e Impactos no Rendimento Escolar. 2007. 75 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas: Endocrinologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. ALVES, F. Influências dos Aspectos Biológicos, Psicológicos e Sociais na Obesidade Infantil: Um Levantamento Bibliográfico. Biguaçu, Santa Catarina. 2005. ASSIS, M.; A.; A. CACHERA, M.; F.; R. VASCONCELOS, F.;A.; G. BELLISLE, F. CALVO, M., C.; M. LUNA, M.; E.; P. CASTELBON, K. GROSSEMAN, S. HÜLSE, S.; B.; Sobrepeso e baixo peso em crianças de 7 a 9 anos de idade de Florianópolis, Sul do Brasil: uma comparação com estudo francês usando protocolo similar. Revista de Nutrição. Campinas, SP, v 19, n. 3, p. 299-308, Maio / junho 2006. BALABAN, G.; SILVA G. A.P. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de uma escola da rede privada de Recife. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro. V. 77, Nº 2. 2001. BENDER, S.C. Influência dos Fatores Ambientais na Obesidade Infantil. Santa Maria, RS. 2006. BERNARDI, F.; CICHELERO, C.; VITOLO, M. R. Comportamento de restrição alimentar e obesidade. Revista de Nutrição. Campinas, 18(1): 85-93, jan./fev., 2005. BIGNARDI, F. A. C. Reflexões sobre a pesquisa qualitativa e quantitativa: maneiras complementares de apreender a Realidade. 2008. Disponível em: <http://www.Comitpaz.org.br/download//PESQUISA%20QUALITATIVA.pdf>. Acessado em: 15 de maio de 2012. BIZZO, M.L.G.; LEDER, L. Educação nutricional nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. Rev. Nutrição, Campinas, 18(5): 661-667, set./out., 2005. BOUCHARD C. Atividade Física e Obesidade. Manole, São Paulo, 2003. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil: Uma análise da situação de saúde. 2004. _______. Ministério da Saúde. Caderno da Atenção Básica. Obesidade. n° 12. 1.ª Edição. Brasília/DF. 2006. _______. Ministério da Saúde. Caderno da Atenção Básica. Saúde da criança: Nutrição infantil aleitamento materno e alimentação complementar. n° 23. Brasília, 2009.
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