1. Conceitos fundamentais para aConceitos fundamentais para a
prática pedagógicaprática pedagógica
(séries iniciais – E.F.)(séries iniciais – E.F.)
Profa. Stela Miller
UNESP – MARÍLIA
2013
2. EducaçãoEducação
(Teoria Histórico-Cultural)(Teoria Histórico-Cultural)
Processo pelo qual a criança estrutura sua
experiência individual à medida que se apropria
dos conteúdos culturais acumulados sócio-
historicamente pela humanidade (a apropriação do
saber elaborado propicia o desenvolvimento das
formas superiores da conduta humana e a
constituição do pensamento).
3. Há dois canais de desenvolvimento das condutas
superiores do homem:
1- processos de domínio dos meios externos do
desenvolvimento cultural e do pensamento: a
linguagem, a escrita, o cálculo, o desenho.
2- processo de desenvolvimento das funções
psíquicas superiores como atenção voluntária,
memória lógica, raciocínio lógico, formação de
conceitos, etc.
4. EnsinoEnsino
Processo organizado pelo professor que visa
ao envolvimento dos educandos em
atividades pelas quais adquirem
conhecimentos e desenvolvem suas
habilidades, hábitos, valores, aptidões e
capacidades em níveis cada vez mais
adiantados de desenvolvimento (do
desenvolvimento cultural e das funções
psicológicas superiores) .
5. O ensino escolar organiza-se visando ao
processo de humanização (educação) por
meio de:
(a) adequado contexto sócio-cultural;
(b) sua organização (material e não-material);
(c) interações humanas promovidas nesse
contexto.
6. As Funções Psicológicas Superiores do aluno
(atributos superiores especificamente
humanos) se manifestam primeiramente
como conduta coletiva (cooperação entre
pessoas); só depois se convertem em funções
individuais, internas, da criança.
7. Esse processo de desenvolvimento é mediado
pelos signos; a mais significativa é a Mediação da
palavra (ou um substituto dela), que possibilita as
interações sociais em sala de aula e pela qual se
dão os processos de internalização dos
conhecimentos e de constituição do pensamento.
8. AprendizagemAprendizagem
Nesse processo de interação, o professor
orienta a atividade do educando. Por meio
dela ocorre a aprendizagem compreendida
em termos da apropriação dos objetos
culturais que, ao serem internalizados por
ele, transformam-se em propriedades
internas de seu desenvolvimento.
9. Esse processo está condicionado pelas vivências
do educando (entendendo vivência como a
unidade explicativa do desenvolvimento
psicológico da criança, pela qual ela interpreta as
situações que acontecem em seu entorno).
10. LinguagemLinguagem
Linguagem é um instrumento de
interação que transforma as pessoas
envolvidas em sujeitos históricos, que se
influenciam reciprocamente no contexto das
relações sociais das quais participam.
11. A interação acontece no momento em que se
encontram falante/ouvinte, autor/leitor,
intermediados pelos mais variados gêneros
textuais.
Na linguagem escrita esses gêneros são expressos
por diferentes registros e veiculados por meio de
distintos suportes que são produzidos ao longo da
história.
12. Aprender a linguagem escrita (tanto na
produção como na recepção) supõe dominar
esse processo de interlocução, marcado pelo
contexto sócio-histórico, cujo produto — o
texto — cumpre uma função social e se
organiza linguisticamente conforme
exigências que lhe são próprias.
13. EscritaEscrita
Escrever é produzir um determinado gênero
de texto, com unidade de significação, de
modo a estabelecer um processo interativo
entre o autor e o leitor de seu texto.
14. Essa interação supõe um distanciamento entre
sujeitos, uma vez que o processo de produção se
faz em espaços e tempos diferentes daqueles que
caracterizam o processo de recepção.
A interlocução se dá no exato momento em que
se encontram autor e leitor, por meio dos mais
variados gêneros de textos.
15. Para que o aluno não seja apenas um enunciador
de discursos alheios, mas um sujeito-autor, é
necessário ele “possa experimentar práticas que
façam com que ele tenha o controle dos
mecanismos com os quais está lidando quando
escreve”. E isso vai muito além do aprendizado do
código de representação de uma língua.
(ORLANDI, 1988, p.80),
16. Produção escrita: projeto para aprenderProdução escrita: projeto para aprender
a escrever textos.a escrever textos.
As etapas principais de um projeto para aprender a
escrever diferentes tipos de textos resumem-se em:
(1) discutir com os alunos a organização das
atividades do projeto para a elaboração do
plano de ação;
(2) realizar leituras de textos selecionados
(do gênero que se quer ensinar) para a
análise de sua estrutura;
17. (3) produzir texto escrito (individualmente)
levando em consideração os estudos anteriores;
(4) fazer reescritas (individuais) parciais do texto
escrito tomando por base certos níveis de
conceitos linguísticos considerados importantes
para o trabalho em questão;
18. (5) fazer reescrita (individual) final do texto;
(6) avaliar
(7) providenciar edição (qualquer que seja sua
forma de veiculação).
19. LeituraLeitura
Restringindo o conceito de leitura ao material escrito, ler
é compreender um texto, é o processo que permite ao
leitor construir para ele texto/leitor uma significação,
lançando mão de todos os indícios presentes no texto
impresso e de todas as experiências já adquiridas como
leitor.
“Ler é atribuir diretamente um sentido a algo escrito”
sem passar pela decifração nem pela oralização.
(JOLIBERT e col., 1994, v. 1, p.15)
20. O trabalho do professor com aO trabalho do professor com a
leitura:leitura:
lê em sala de aula diferentes gêneros de
textos em diferentes suportes: livros, jornais,
revistas...
informa sobre leituras: onde buscar leituras,
o que buscar nelas, como;
conduz os alunos, sistematicamente, à
biblioteca escolar (eventualmente outras);
21. organiza rodas de leitura em sala de aula;
organiza a retirada de livros pelos alunos
para leitura fora da escola;
ensina os alunos a ler os diferentes tipos de
textos em sala de aula.
22. Leitura: um questionamento deLeitura: um questionamento de
textostextos
No encontro entre escritor e leitor, o texto
pode ser lido levando em conta a seguinte
sequência:
1- os alunos lêem de forma silenciosa, a fim de
que sejam construídas as primeiras
aproximações ao sentido do texto;
23. 2- os alunos, com a orientação do professor,
fazem o questionamento do texto, entendido
como “uma elaboração ativa de significado
feita pelo leitor a partir de indícios diversos,
de acordo com o que está procurando num
texto para responder a um de seus projetos”
(JOLIBERT, 1994, v. 1, p.149);
24. 3- o professor, diante das proposições dos
alunos, ajuda-os a encontrarem o sentido para o
texto, concordando, discordando, informando,
indagando, enfim, explorando de forma
interativa e dinâmica, todos os níveis de
elaboração do texto em jogo: seu contexto, sua
forma de estruturação, a lingüística do texto, da
frase e da palavra.
4- em conjunto, professor e alunos fazem a
síntese das idéias do texto;
5- por fim, fazem a sistematização do que foi
aprendido durante a leitura.
25. AlfabetizaçãoAlfabetização
É o processo que implica o ensino e a
aprendizagem da leitura e da escrita (vivência
de atos de leitura de textos e de atos de
escrita de textos) desenvolvido de tal forma
que possibilite ao educando a compreensão
da natureza da linguagem escrita e a utilização
dos mecanismos que lhe permitam exercer
suas funções de autor e de leitor de textos.
26. ReferênciasReferências
JOLIBERT, Josette e col. Formando crianças
leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
v.1.
ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. São Paulo:
Cortez; Campinas: Editora da Universidade
Estadual de Campinas, 1988.
27. VIGOTSKI, L. S. Quarta aula: a questão do
meio na pedologia. Tradução de Márcia
Pillegi Vinha. Psicologia USP, São Paulo, 2010,
21(4), 681-701.
VYGOTSKI, L. S. Obras Escogidas. 2.ed.
Madrid: Aprendizage/Visor, 2000, v. 3.