2. Ciência da Informação: objeto, problemas
Textos base:
WERSIG, G. Information science: the study of postmodern knowledge usage. Information Processing
and Management, New York, v. 29, n.2, p. 229-239, 1993.
GÓMEZ, M.N.G. A informação como instância de integração de conhecimentos, meios e linguagens:
questões epistemológicas, consequências práticas. In: GÓMEZ, M. N. G.; ORRICO, E. G. D. (Org.).
Políticas de memória e informação: reflexos na organização do conhecimento. Natal: EDUFRN, 2006,
p. 29-84.
3. Autor
Prof. Dr. Gernot Wersig
Cientista da Informação
Background – Jornalismo, Sociologia e Ciência da Informação
1977 - Free University of Berlin, Departmento de Ciências Políticas e Sociais e
Ciências da Comunicação
Sociedade da Informação / pós-modernidade
Gestão de conhecimento
Lazer, Cultura e Museologia
Tecnologia & Informação
Comunicação & Informação
4. Information Science: The study of
postmodern knowledge usage
[(Atores x Conhecimento) x Papel do conhecimento] x Desenvolvimento de tecnologias
Ciência da Informação enquanto Ciência
Paradigma x maturidade científica
Ciência pós-moderna
Dimensão filosófica x tecnológica – Pós-moderno
Documentação
Sistemas de
recuperação
Ciência da
Informação
Indivíduos, organizações e sociedades
5. Information Science: The study of
postmodern knowledge usage
Despersonalização do
conhecimento
Credibilidade do
conhecimento
Fragmentação do
conhecimento
Racionalização do
conhecimento
6. Information Science: The study of
postmodern knowledge usage
Informação x ação
Conhecimento ação
Como lidar com as 4 dimensões anteriores?
Ciência pós-moderna protótipo de uma nova ciência
para
em
Racionalizacão do comportamento
7. Information Science: The study of
postmodern knowledge usage
Base teórica necessária para construir a nova ciência
Lidar com diferentes fragmentos empíricos e teóricos
Redefinição de conceitos científicos
8. Information Science: The study of
postmodern knowledge usage
Reformulação científica de conceitos
9. Information Science: The study of
postmodern knowledge usage
Entrelaçamento de modelos e inter-conceitos
10. Ciência da Informação: objeto, problemas
Segundo texto:
GÓMEZ, M.N.G. A informação como instância de integração de conhecimentos, meios e linguagens:
questões epistemológicas, consequências práticas. In: GÓMEZ, M. N. G.; ORRICO, E. G. D. (Org.).
Políticas de memória e informação: reflexos na organização do conhecimento. Natal: EDUFRN, 2006,
p. 29-84.
11. A autora:
Profa. Dra. Maria Nélida González de Gomez
Background – Filosofia, Ciência da Informação e Comunicação
PPGCI - Universidade Federal Fluminense, IBICT e Universidade Federal do Rio
de Janeiro
Linhas de pesquisa
Filosofia e epistemologia da informação
Ética e política da informação
Comunicação, Organização e Gestão da Informação e do Conhecimento
Configurações socioculturais, políticas e econômicas da informação
Ciência da Informação: objeto, problemas
12. Livro: Políticas de memória e informação: reflexos na organização do conhecimento.
- Tem sua concepção originada em seminários denominados 'Informação, Conhecimento e Linguagem:
cruzando fronteiras de identidade‘;
- Aborda lacunas referentes ao entendimento contemporâneo sobre Organização do Conhecimento e
relações com Informação e Interdisciplinaridade.
- Parte da compreensão de que a Organização do Conhecimento é um dos domínios em que se
manifestam com maior intensidade as questões epistemológicas, linguísticas, antropológicas e,
sobretudo, políticas.
Ciência da Informação: objeto, problemas
13. Livro organizado em três eixos temáticos:
- As conexões entre Interdisciplinaridade com as questões contemporâneas de Organização do
Conhecimento;
- A relação entre informação, memória e organização do conhecimento;
- A Organização do Conhecimento na configuração interdisciplinar.
Ciência da Informação: objeto, problemas
14. Texto estruturado:
1) Introdução
• Relações entre Economia e Cultura - Economia política
• Organização do conhecimento
2) Deslocamentos de contexto da informação
• E-topias: da utopia documentarista ao ciberespaço
• Indústria cultural , indústria da informação, infraestruturas
• Deslocamento paralelo: do estado às organizações
3) Mudanças dos usos sociais da linguagem: papel da informação e das tecnologias de comunicação e informação
• Da narração à informação
• Tradições epistêmica e linguística
• Conhecimento, tecnologias e codificação
4) Regimes de informação e políticas simbólicas
A informação como instância de integração de
conhecimentos, meios e linguagens
15. Economia Política, relações entre sociedade, poder e informação
Vicent Mosco
Armand Mattelart
Marc Porat - Information Economy
Relações entre informação, cultura, sociedade e linguagem
Jurgen Habermas - ação comunicativa, pragmática, linguagem
Walter Benjamim - experiência narrativas
Giorgio Agamben - destruição da experiência
Manuel Castells - Redes de comunicação
Documentação
Henri de La Fontaine e Paul Otlet (1912)
Suzane Briet (1951)
Infraestrutura
Paul Zurkowski
A informação como instância de integração de
conhecimentos, meios e linguagens
16. Introdução
Mosco (2004) de ‘dois olhos da política’: economia e cultura.
Vicent Mosco (2004): Economia política e estudos culturais -> Relações de poder que se expressam
conjuntamente nas dimensões econômicas e culturais da vida social.
Economia política da comunicação
Economia política: estudo das relações sociais, de modo especial, das relações de poder como
constitutivos da produção, distribuição e intercâmbio de recursos, entre os quais ficariam incluídos
os meios de comunicação (informação).
17. Visão econômica e política da cultura a partir de processos de mercadorização (commodification)
As mudanças do papel do conhecimento, da comunicação e da informação no mundo
contemporâneo fazem com que estudiosos da comunicação e da linguagem estejam ao lado de
estudiosos da economia, política, sociologia, etc. -> Interdisciplinariedade
Nos estudos de Ciência da Informação (CI) ou Organização do Conhecimento (OC) ainda havia
poucos estudos que relacionavam cultura, economia e política. (-> texto de 2006).
Introdução
18. O termo Informação -> plurais definições -> expressão metafórica de operações ou domínio de
integração.
Deslocamento do contexto preferencial (locus) de descrição e abordagem da informação. Nesse
sentido, são apontados dois movimentos:
• indústria da informação (setor)
• infraestrutura da informação
Introdução
19. Deslocamentos de contexto da informação
• Pós-modernidade: fim das narrativas (Benjamin e Agamben)
• Desde fins do séc. XIX -> Discurso das tecnologias em transformar a vida humana (phylum
tecnológico): telégrafo, eletricidade, telefone, cinema, televisão, etc.
• Mosco (2004) e Mattellart (2004): apontam para a construção cultural de metanarrativas para
reconstruir os deslocamentos de contexto da informação.
• Mattelart (2004): a capacidade de conexão das redes destrói as velhas centralidades do poder.
20. Potência do mito (narrativas) Potência da tecnologia.
Deslocamento das u-topias (não-lugar) para as e-topias.
E-topias: o digital como superação da ideia de lugar e a provisão de novos modelos de tempo e de espaço para a produção de imaginários
Para Mosco (2004) o mítico transcendental que se manifesta no ciberespaço está conectado aos três mitos contemporâneos: fim da história, fim da
geografia e o fim da política.
Paul Otlet e Henri de La Fontaine (Documentação):
• Apagamento do elo territorial -> Comunidade universal
• Bibliografia universal - universalização dos laços associativos da humanidade;
Suzanne Briet -> visão mais complexa e flexível da documentação.
• Visão mais racionalista e tecnocrática. Rede formada por um conjunto de pequenas redes
Deslocamentos de contexto da informação
21. Exaltação da potência de integração das tecnologias que lidam com linguagem e cultura, que
tomou parte das premissas do documentalismo europeu, tem sua expressão mítica
contemporânea na noção de ciberespaço.
Ciberespaço: resultante da mescla de matéria e códigos ligados por computador (Termo cunhado
cunhado por William Gibson, em 1984, na obra de ficção científica NeuroMancer)
• Três mitos do nosso tempo: o fim da história, o fim da geografia, e o fim da política (Mosco,
2004).
Nas novas representações metafóricas são termos referentes da vida humana e natural que são
colocados em relação de equivalência com as manifestações das novas tecnologias
• Exemplo: Utilização do prefixo “e-” ou da expressão “digital”.
Deslocamentos de contexto da informação
22. Indústria cultural (Escola Frankfurt)-> refere-se aos processos de mercadoriazação da cultura.
• Coloca a informação cultural nas redes de distributivas do mercado, afetando diretamente as formas de
acesso, e indiretamente, conteúdos e processos de geração da informação.
• Implica na homogeneização de seu público, no polo da recepção.
• Refere-se ao modo de consumo
Indústria da informação -> intervém no próprio processo de produção de bens e serviços de
conhecimento e informação, reformulando as formas de organização e produção do trabalho intelectual e
artístico.
• Apropriação das fontes de informação e dos produtos
• Integração econômica no polo da produção.
• Refere-se ao modo de produção
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
23. Deslocamentos de contexto da comunicação e da informação na esfera econômica, política e social
-> olhar econômico.
Conhecimento: tudo o que chega a ser objetivamente conhecido, uma propriedade intelectual,
associada a um nome ou a um grupo de nomes, e garantida por copyright ou por alguma outra
forma de reconhecimento social. (...) Nesse sentido, o conhecimento faz parte do investimento que
a sociedade em suas despesas gerais (Daniel Bell, 1976)
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
24. O movimento caracterizado passagem de contextos organizacionais e subsidiários, com forte presença
das instituições do Estado, ao campo da economia produtora de riqueza, como o setor e indústria.
Movimento: Presença do Estado -> Presença do Mercado e da Indústria
Esse deslocamento de contexto, porém, seria interceptado por um outro movimento: Sociedade de
informação” e “infraestrutura de informação”(p. 42)
O fenômeno da convergência tecnológica e o caráter transversal e expansivo da digitalização teriam
reformulado novamente o cenário da informação.
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
25. O termo sociedade da informação destaca o papel desta última na sociedade (Castells, 1997)
Informação em sentido mais amplo: Comunicação do conhecimento;
• Em contraste, o termo informacional: “indica o atributo de uma forma específica de organização social
na qual a geração, processamento e transmissão da informação convertem-se em fontes fundamentais
da produtividade e do poder, devido às novas condições tecnológicas que surgem neste período
histórico” Castells (1997)
• O mito da potência unificadora das TICs começaria a formar parte de importantes discursos
acadêmicos, de programas governamentais e de agendas internacionais.
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
26. Zurkowski (1984) -> pioneiro da economia do conhecimento.
-> usa o termo infoestrutura: para designar a miríade de elementos necessários para sustentar a
sofisticada capacidade de manipular informação.
A infoestrutura seria a chave do aumento de produtividade e de aproveitamento de talentos humanos
• integração de tecnologias e mercados.
• agregação diferentes segmentos das indústrias de informação.
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
27. Infraestrutura da informação: constituiria uma intervenção na ordem da cultura do conhecimento,
da linguagem, mas também nos negócios e nas atividades produtivas.
• Nela aconteceriam tanto interações mediadas pela linguagem e outros processos simbólicos,
quantos processos que envolvem constituição e circulação de valores econômicos.
• Mudança de paradigma -> as mudanças terminológicas sinalizam movimentos e zonas de ênfases
dos novos atores, acontecimentos e perspectivas.
• Concorrência terminológica entre Infraestrutura da informação e Infraestrutura do conhecimento”;
conhecimento”; “Sociedade da Informação” e “Sociedade do conhecimento”.
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
28. Infraestrutura do conhecimento científico: abrange as bases de dados, os periódicos, um sistema
complexo de editoração científica, de colaboração entre pesquisadores e instituições de pesquisa e um
sistema menos complexo de monitoramento, avaliação e financiamento.
• Todas as formas de produção e disseminação de conhecimentos passam hoje por mudanças
pelas tecnologias disponibilizadas pela Internet.
Infraestrutura legal: abrange direito e outros instrumentos normativos (estatutos, tratados, regulamentos,
patentes, etc.).
Infraestrutura contábil: abrange a conferência, mensuração e monitoramento de todas as atividades
administrativas e economicamente relevantes.
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
29. • Todas elas mantem relações intensas com a nova infraestrutura constituída pela Internet, que
como todas elas, tem como principal domínio de ação e intervenção os contextos de informação. (p.
46)
• Nesses deslocamentos e reformulações, a convergência digital e a potencialidade de reunir fluxos
de informação analógica e digital desencadeiam um processo irreversível de construção de infra-
poderes informacionais”
• Efeitos imediatos: substituição das linhas de influência econômico-política das tecnologias analógicas
pelas influências cruzadas das tecnologias digitais.
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
30. Com noções de “convergência”, “interoperabilidade” e “nomadismo”, os
meios, recursos e tecnologias de informação já não se constituem como
coisas ou unidades limitadas, mas como processos transversais da máxima
extensão. (p. 47)
Indústria cultural, indústria da informação,
infraestruturas
33. Um deslocamento paralelo:
do estado às organizações
• Deslocamento de contexto da informação após a 2ª Guerra Mundial.
• Questiona-se o contrato de compromisso entre a ciência, a sociedade e o Estado.
• Dilema da informação: remete ao problema da reunião e articulação de conhecimentos, agentes
e propósitos em função de uma teleologia estratégica, definida no escopo do Estado
• Aumento das ações intencionais e específicas do Estado em relação à ciência: busca pela
modelização da produtividade científica e contextos organizacionais dessa produção.
34. Heterogeneidade e multiplicidade dos problemas de transferência de informação e de
integração de fontes e representações do conhecimento (Weinberg, 1963)
-> Informação:
- gerada pro processos heterogêneos e dissociados
- disseminada por diversos sistemas de informação
- cada ação sobre a para a informação deverá ser desenhada para atender a diferentes
comunidades epistêmicas.
Um deslocamento paralelo:
do estado às organizações
35. Weinberg, fundamentado no papel essencial do registro do conhecimento nos processos de controle e
de gestão, destaca o papel da literatura científica como um domínio objetivado dos mais diversos
conhecimentos, disponível para acesso. (p. 52)
Inteligência científica: lida com duas tendências paradoxais na moderna ciência ocidental:
• Especialização: caracterizada por processos verticais de diferenciação e consequente
multiplicação de domínios e comunidades epistêmicas;
• Interdependência: crescente entre áreas do conhecimento antes tidas como estanques. Pontos
de contatos entre as especialidades.
Um deslocamento paralelo:
do estado às organizações
36. Weinberg (1964) tematizou duas linhas de intervenção informacional:
• Formalização de estruturas semânticas e tecnológicas de tratamento e recuperação da informação,
mediante o desenvolvimento de “Sistemas de Informação”.
• Mapas de informação sobre a informação, que permitiriam a elaboração de indicadores de ciência
e tecnologia como instrumentos de monitoramento e diagnóstico. (p.52)
Um deslocamento paralelo:
do estado às organizações
37. Num outro ângulo:
• Habermas (1968): tematiza os modelos alternativos de política científica: o liberal, o tecnocrático e
o pragmático. (p.54)
• Porém, nas décadas 1970 e 1990: nova reformulação das cadeias decisórias alcançaria o Estado e seu
controle de investimento e C&T.
• Novos arranjos dos capitais produtivos e financeiros modificam o papel dos conhecimentos e
contextos de definição da informação – a economia
• Discursos sobre a economia do conhecimento, pós-fordismo ou a sociedade pós-industrial reforçam
os novos arranjos -> Gestão do conhecimento
Um deslocamento paralelo:
do estado às organizações
38. Gestão do conhecimento
“O conceito de ‘Gestão do conhecimento’ vai demarcar, assim, a proposição de novos cenários
onde a tomada de decisão acerca da produção de conhecimentos não terá sempre a amplidão
geopolítica do Estado Nacional nem a completude temático jurisdicional da ‘instituição total’: o
domínio de intervenção será cada vez mais as ‘organizações’, para as quais a rapidez e a eficácia
junção entre administração e tecnologia dirigem-se a atender metas factuais e corporativas.” (p.
Um deslocamento paralelo:
do estado às organizações
39. Mudanças nos usos sociais da linguagem:
papel da informação e das tecnologias de comunicação e informação
Mudanças nos usos sociais da linguagem: papel da informação e das tecnologias de comunicação e
informação
• Benjamim (1986) associa a informação ao empobrecimento da experiência e a retirada da narrativa
(mito).
-> Práticas discursivas - Experiência do narrador
Expulsão da narração da esfera do discurso vivo.
Trata-se de um processo gradual, concomitante com toda uma evolução secular das forças
produtivas.
40. • Agamben (2005): homem expropriado de sua biografia e sua experiência.
• O autor retoma a tese de Benjamin, do empobrecimento do homem moderno pela reformulação
dos parâmetros da experiência.
• Cotidiano -> matéria prima da experiência
• Por que a existência cotidiana não se traduz em experiência? (p. 57)
“Porque a experiência tem o seu necessário correlato não no conhecimento, mas na autoridade, ou
seja, na palavra e no conto.” (Agamben , 2005)
Mudanças nos usos sociais da linguagem:
papel da informação e das tecnologias de comunicação e informação
41. Substituição da experiência (Erfahrung) pelo espetáculo generalizado. (p. 58)
Recusa da experiência
Pobreza da experiência
Mudanças nos usos sociais da linguagem:
papel da informação e das tecnologias de comunicação e informação
42. As definições de informação seguem duas direções principais:
Epistêmica: correlaciona informação com processos gnosiológicos
• Gnosiologia: ramo da filosofia que se preocupa com a validade do conhecimento em função do
sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto.
Linguística: correlaciona informação com alguma dimensão ou uso da linguagem.
Mudanças nos usos sociais da linguagem:
papel da informação e das tecnologias de comunicação e informação
43. Enquanto Benjamim fala do empobrecimento da experiência, Habermas fala do “bloqueio da
linguagem” (p. 62)
Bloqueio da função de integração social que cabe ao entendimento mútuo linguístico, e o cerco e a
restrição das funções abdutivas e da imaginação linguística pelo predomínio da integração por meios
sobre a vinculação comunicacional e socialmente responsável.
Informações constituem processos de objetivação em contextos de ação e oferecem garantias
performativas a práxis, na lida com objetos.
Experiência sensorial ≠ Experiência comunicativa
• A compreensão do papel epistêmico-prático da informação requer que a relação entre a experiência
sensorial e a experiência comunicativa aconteça no espaço integrador do discurso, conforme regras
argumentativas de entendimento mútuo.
Mudanças nos usos sociais da linguagem:
papel da informação e das tecnologias de comunicação e informação
44. Conhecimento, tecnologias e codificação
Conhecimento, tecnologias e codificação
Na modernidade:
• passagem do conhecimento concreto aos conhecimentos abstratos
• passagem dos conhecimentos incorporados, tácitos e implícitos aos conhecimentos explicitados.
Com o advento das TICs:
• demanda por explicitação, formalização e codificação dos conhecimentos em inscrições
padronizadas.
45. A informação, entendida como manifestação digital e controlável de valores semânticos, tem uma
instância decisiva nesse processos de explicitação. (p. 71)
Códigos -> transformar todo elemento informal e espontâneo num componente funcional e
formalizado de organização.
Exemplos: Morse, ASCII, XML, etc.
Linguagens naturais Linguagens artificiais
Conhecimento, tecnologias e codificação
46. Regimes de informação e Políticas Simbólicas
Em diferentes momentos, a informação foi tematizada como expressão de um domínio
em que se resolveria alguns dos principais problemas de integração das sociedades
modernas – de conhecimentos, de práticas de pesquisa, de meios e linguagens.
O que designa como informação pode mudar conforme o contexto:
• Cunho socio-epistmológico: ciência orientada a missão, interdisciplinaridade
• Cunho tecnológico: convergência, digitalização, interoperabilidade
• Cunho regulatório e normativo: codificação, padrões gestão.
47. • Nesses deslocamentos, se produz um escamoteio de um ‘uso’ moderno do conceito de
informação.
Teoria da informação
Fase anterior
Informação concebida como insumo
de um saber útil e prático.
Se constitui na relação epistêmica
Fase posterior
Informação passa a ser associada aos meios
de comunicação e definida por sua
expressão linguística
(signo linguístico).
Se constitui na relação com a linguagem e o
meios de comunicação
Regimes de informação e Políticas
Simbólicas
48. Informação como enquadramento e padronização dos significados (abordagem heideggeriana)
corresponderia a duas direções em que se foi se estabelecendo um Regime de informação que
age sobre a integração social pelo bloqueio dos usos mais experimentais e dialógicos da
linguagem, justamente aqueles que fortalecem e recriam o vínculo social.
• Enquadramento pela padronização e controle disciplinar, ideológico, institucional-pedagógico
• Enquadramento exteriorizado (definições infraestruturais e os padrões dos mercados)
Regimes de informação e Políticas
Simbólicas
49. Indecibilidade estrutural da informação -> Configura-se pela:
• remissiva a alteridade, aquilo que escapa ao cálculo e à regra.
• Inscrição de uma forma e de uma expressão, à luz de uma regra cultural e discursiva.
Habermas coloca a informação com um papel importante na esfera de elaboração das políticas
(política do conhecimento, equacionando necessidades reconhecidas com um estado de saber e
poder).
Regimes de informação e Políticas Simbólicas
50. Nesse quadro, segundo Habermas, as agendas temáticas e os critérios de prioridades a serem
definidos pelas políticas de ciência e tecnologia, de educação, da economia, deveriam desdobrar-se
sempre em políticas de informação e de memória tal que se estabeleça um fluxo permanente
entre fontes de informações que hoje se constroem, se preservam, se controlam, se disseminam e
e a classe de informações das quais se espera dispor no futuro.
Para a autora, as reflexões sinalizam o caminho de uma política de pesquisa em Ciência e
Tecnologia da Informação e das mudanças do sistema de linguagem e conceitos que definem o
escopo e abrangência de duas agenda de investigação.
Regimes de informação e Políticas
Simbólicas
51. Obrigada!
ANÔNIMO. Comments on Wersig and Windel. Social Science Information Studies, [s.l.], v. 5, n. 1, p.25-32,
jan. 1985. Elsevier BV. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/0143-6236(85)90004-3>.
ENTREVISTA. Maria Nélida Gonzalez de Gómez. InCID: Revista Cíência da Informação e Documentação,
Ribeirão Preto, v. 3, n.1, p. 172-181, jan./jun. 2012.
GÓMEZ, M.N.G. A informação como instância de integração deconhecimentos, meios e linguagens:
questões epistemológicas,consequências práticas. In: GÓMEZ, M.N.G.; ORRICO, E.G.D. (Org.). Políticas de
memória e Informação: reflexos na organização doconhecimento. Natal: EDUFRN, 2006, p. 29-84.
WERSIG, G. Information science: the study of postmodern knowledgeusage. Information Processing and
Management, New York, v. 29, n.2, p. 229-239, 1993.