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Sociedade da
Informação e/ou
Sociedade do
Conhecimento?
Sociedade da Informação e do Conhecimento:
desafios teóricos e empíricos
Sarita Albagli
Nas últimas décadas, transformaram-se substancialmente as
formas de produzir e de distribuir bens materiais e
imateriais. Destaca-se particularmente o desenvolvimento
de um conjunto de tecnologias e inovações relacionadas, em
especial as tecnologias da informação e comunicação (TIC),
que irão conferir novo estatuto à informação e ao
conhecimento como fatores de competitividade, hegemonia
geopolítica e desenvolvimento socioeconômico.
Informaçãoe conhecimento cruciais em todos os modos de desenvolvimento do capitalismo → século
XX: informaçãoe conhecimento tornaram-se as principais fontes de produtividade e poder = diferença
crucial em relação aos momentos anteriores
Tempo atual definido em termos de sua relação com a informação e o conhecimento.
Informação e conhecimento como princípios ordenadores de um novo modo de
desenvolvimento que dá nova face ao capitalismo.
Fonte de produtividade acha-se na tecnologia de geração de conhecimentos, de
processamento de informação e da comunicação de símbolos.
Pós-industrialismo: valorização do conhecimento e da informação na estrutura de
poder, na desindustrialização do emprego: deslocamento das forças produtivas do
‘fazer’ para o ‘saber’ - aumento da produtividade do trabalho (apropriação planejada e
sistemática do conhecimento ao fazer, aperfeiçoando ferramentas, processando
produtos e criando tecnologias) – da produção de bens para a de informação.
PIERRE LÈVY
"É absurdo imaginar que um instrumento que aumenta os
poderes da linguagem em geral pudesse favorecer somente a
verdade, o bem e o belo. É preciso sempre perguntar: verdadeiro
para quem? Belo para quem? Bem para quem? O verdadeiro
vem do diálogo aberto aos diversos pontos de vista. Direi até
mais do que isso: se tentássemos transformar a internet numa
máquina de produzir somente a verdade, o belo e o bem, só
chegaríamos a um projeto totalitário, de resto, sempre fadado ao
fracasso."
Em entrevista, o filósofo da informação Pierre Lévy faz um
balanço de pouco mais de três décadas de web, a teia global, o
hipertexto, a navegação na rede ao alcance de todos.
O desenvolvimento da internet levou mais tempo do que normalmente se imagina. Com o
surgimento da web, há aproximadamente 30 anos, porém, aconteceu uma explosão. Pode-se
dizer que o mundo, de fato, entrou numa nova era? Há muito ainda para surgir ou esse ciclo,
com tudo o que ele comporta, já bateu no teto?
Pierre Lévy: De qualquer maneira, a internet se expandiu mais rapidamente do que
qualquer outro sistema de comunicação na história. No começo dos anos 1990, havia 1% da
população mundial conectada. Uma geração depois, já eram 40%. Avançamos rapidamente
para 50% e mais… Estamos apenas no começo da revolução do meio do algoritmo. Nas
próximas décadas, acompanharemos várias mutações. A computação ubíqua, que já faz
parte da nossa paisagem, vai se generalizar fazendo com que a maioria esteja
permanentemente conectada. O acesso à análise de grandes quantidades de dados, hoje
nas mãos de governos e de grandes empresas, vai se democratizar. Teremos cada vez mais
imagens de nosso funcionamento coletivo em tempo real. A educação vai se focar na
formação crítica e no tratamento coletivo de dados. A esfera pública será internacional e se
organizará por nuvens semânticas nas redes sociais. Os países passarão da forma “Estado-
nação" para constelações de Estado, com um território soberano e uma zona
desterritorializada na infosfera de conexão total. As criptomoedas, moedas digitais
criptografadas, vão se disseminar.
O senhor fala faz muito tempo em inteligência coletiva e em coletivos inteligentes. Vê-se,
entretanto, que as redes sociais podem ser utilizadas para o bem e para o mal, por exemplo,
para disseminar ideias radicais e extremistas. Pode-se falar de uma inteligência coletiva do mal
e da internet como um instrumento também a serviço da estupidez e da barbárie universais?
Pierre Lévy: Falo em inteligência coletiva para enfatizar e estimular o aumento das
capacidades cognitivas em geral, sem fazer juízo de valor. Refiro-me ao aumento da
memória coletiva, ao crescimento das possibilidades de gestão e de criação de redes e
das oportunidades de aprendizagem em sistemas de cooperação, com acesso universal
a informações e dados. Acredito que esse aspecto é inegável e que todos os atores
intelectuais e sociais responsáveis deveriam utilizar essas novas possibilidades na
educação, na gestão do conhecimento, nas empresas e nas deliberações políticas
democráticas. É preciso inserir a internet na longa série que passa pela invenção da
escrita e do impresso. Trata-se de um considerável ganho na capacidade humana de
tratamento das operações simbólicas. O núcleo dessa capacidade, contudo, é a
linguagem, que existe desde sempre e não depende de qualquer tecnologia em
particular.
A sociedade em
rede (1996)
Manuel Castells
Revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação: mudanças na base material e social.
Contornos de uma sociedade globalizada e centrada no uso e na aplicação da informação.
Novo paradigma tecnológico baseado na informação.
Cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às tecnologias da informação,
processamento e comunicação (geração e distribuição de energia foi o elemento principal na base da
sociedade industrial).
“O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas
a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos e de dispositivos
de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre e a
inovação e seu uso” (p.69).
Definição tecnologia: uso de conhecimentos científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de
uma maneira reproduzível (p.67).
A sociedade em rede
Manuel Castells
Emergência de um novo paradigma tecnológico organizado em torno de novas tecnologias da
informação, mais flexíveis e poderosas, possibilita que a própria informação se torne o produto
do processo produtivo (dispositivos de processamento de informações ou o próprio
processamento) – economia em rede.
Revolução da tecnologia da informação foi essencial para a implementação de um importante
processo de reestruturação do sistema capitalista a partir da década de 1980.
“A geografia da ciência e da tecnologia deve surtir grande impacto sobre as sedes e as redes da
economia global. De fato, observamos uma concentração extraordinária de ciência e tecnologia
num número menor de países da OCDE” (p.165).
A sociedade em rede
Manuel Castells
Base material da sociedade da informação:
1. Informação é a matéria-prima: são tecnologias para agir sobre a informação, não
apenas informação para agir sobre a tecnologia.
2. Penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias: como a informação é uma
parte integral de toda a atividade humana, os processos individuais e coletivos
são diretamente moldados pelo novo meio tecnológico.
3. Lógica de redes: pode ser implementada materialmente em todos os tipos de
processos e organizações.
4. Paradigma da tecnologia da informação é baseado na flexibilidade: capacidade
constante de reconfiguração.
5. Crescente convergência de tecnologias específicas para um sistema altamente
integrado.
A sociedade em rede
Manuel Castells
Paradigma tecnológico baseado na informação → princípio organizador
de um novo modo de desenvolvimento que dá nova face ao modo de
produção capitalista → nova estrutura social marcada pela presença e
funcionamento de um sistema de redes interligadas.
Redes: instrumentos apropriados para a economia capitalista baseada
na inovação, globalização e concentração descentralizada.
Redes: constituem nova morfologia social de nossas sociedades →
modificam de forma substancial a operação e os resultados dos
processos produtivos e de experiência, poder e cultura.
Definição rede: conjunto de nós interconectados → estruturas abertas
capazes de se expandir de forma ilimitada, integrando novos nós.
Sociedade em rede
Manuel Castells
Vivemos cada vez mais em uma era informacional uma sociedade na qual todos os processos
sócio-políticos-culturais envolvem uma gama cada vez maior e mais diversificada de
informações.
Novo modo informacional de desenvolvimento: fonte de produtividade acha-se na tecnologia de
geração de conhecimentos, de processamento da informação e de comunicação de símbolos.
Relação tecnologia/sociedade – papel fundamental do Estado, seja promovendo,
interrompendo, liderando a inovação tecnológica – expressa e organiza as forças sociais
dominantes em um espaço e uma época determinados.
A rede e o ser
Manuel Castells
“No fim do segundo milênio da Era Cristã, vários acontecimentos de importância histórica
transformaram o cenário social da vida humana. Uma revolução tecnológica concentrada nas
tecnologias da informação começou a remodelar a base material da sociedade em ritmo
acelerado”.
As mudanças sociais são tão drásticas quanto os processos de transformação tecnológica e
econômica.
Em um mundo de fluxos globais de riqueza, poder e imagens, a busca de identidade, coletiva ou
individual, atribuída ou construída, torna-se a fonte básica de significado social.
Definição identidade: “processo pelo qual um ator social se reconhece e constrói significado
principalmente com base em determinado atributo cultural ou conjunto de atributos, a ponto de
excluir uma referência mais ampla a outras estruturas sociais”.
“Nossas sociedades estão cada vez mais estruturadas em uma oposição bipolar entre a Rede e o
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A rede e o ser
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comunitárias, paixão e razão?” (p.58).
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Sociedade da Informação e do Conhecimento: desafios teóricos e empíricos

  • 2. Sociedade da Informação e do Conhecimento: desafios teóricos e empíricos Sarita Albagli Nas últimas décadas, transformaram-se substancialmente as formas de produzir e de distribuir bens materiais e imateriais. Destaca-se particularmente o desenvolvimento de um conjunto de tecnologias e inovações relacionadas, em especial as tecnologias da informação e comunicação (TIC), que irão conferir novo estatuto à informação e ao conhecimento como fatores de competitividade, hegemonia geopolítica e desenvolvimento socioeconômico.
  • 3. Informaçãoe conhecimento cruciais em todos os modos de desenvolvimento do capitalismo → século XX: informaçãoe conhecimento tornaram-se as principais fontes de produtividade e poder = diferença crucial em relação aos momentos anteriores Tempo atual definido em termos de sua relação com a informação e o conhecimento. Informação e conhecimento como princípios ordenadores de um novo modo de desenvolvimento que dá nova face ao capitalismo. Fonte de produtividade acha-se na tecnologia de geração de conhecimentos, de processamento de informação e da comunicação de símbolos. Pós-industrialismo: valorização do conhecimento e da informação na estrutura de poder, na desindustrialização do emprego: deslocamento das forças produtivas do ‘fazer’ para o ‘saber’ - aumento da produtividade do trabalho (apropriação planejada e sistemática do conhecimento ao fazer, aperfeiçoando ferramentas, processando produtos e criando tecnologias) – da produção de bens para a de informação.
  • 4. PIERRE LÈVY "É absurdo imaginar que um instrumento que aumenta os poderes da linguagem em geral pudesse favorecer somente a verdade, o bem e o belo. É preciso sempre perguntar: verdadeiro para quem? Belo para quem? Bem para quem? O verdadeiro vem do diálogo aberto aos diversos pontos de vista. Direi até mais do que isso: se tentássemos transformar a internet numa máquina de produzir somente a verdade, o belo e o bem, só chegaríamos a um projeto totalitário, de resto, sempre fadado ao fracasso." Em entrevista, o filósofo da informação Pierre Lévy faz um balanço de pouco mais de três décadas de web, a teia global, o hipertexto, a navegação na rede ao alcance de todos.
  • 5. O desenvolvimento da internet levou mais tempo do que normalmente se imagina. Com o surgimento da web, há aproximadamente 30 anos, porém, aconteceu uma explosão. Pode-se dizer que o mundo, de fato, entrou numa nova era? Há muito ainda para surgir ou esse ciclo, com tudo o que ele comporta, já bateu no teto? Pierre Lévy: De qualquer maneira, a internet se expandiu mais rapidamente do que qualquer outro sistema de comunicação na história. No começo dos anos 1990, havia 1% da população mundial conectada. Uma geração depois, já eram 40%. Avançamos rapidamente para 50% e mais… Estamos apenas no começo da revolução do meio do algoritmo. Nas próximas décadas, acompanharemos várias mutações. A computação ubíqua, que já faz parte da nossa paisagem, vai se generalizar fazendo com que a maioria esteja permanentemente conectada. O acesso à análise de grandes quantidades de dados, hoje nas mãos de governos e de grandes empresas, vai se democratizar. Teremos cada vez mais imagens de nosso funcionamento coletivo em tempo real. A educação vai se focar na formação crítica e no tratamento coletivo de dados. A esfera pública será internacional e se organizará por nuvens semânticas nas redes sociais. Os países passarão da forma “Estado- nação" para constelações de Estado, com um território soberano e uma zona desterritorializada na infosfera de conexão total. As criptomoedas, moedas digitais criptografadas, vão se disseminar.
  • 6. O senhor fala faz muito tempo em inteligência coletiva e em coletivos inteligentes. Vê-se, entretanto, que as redes sociais podem ser utilizadas para o bem e para o mal, por exemplo, para disseminar ideias radicais e extremistas. Pode-se falar de uma inteligência coletiva do mal e da internet como um instrumento também a serviço da estupidez e da barbárie universais? Pierre Lévy: Falo em inteligência coletiva para enfatizar e estimular o aumento das capacidades cognitivas em geral, sem fazer juízo de valor. Refiro-me ao aumento da memória coletiva, ao crescimento das possibilidades de gestão e de criação de redes e das oportunidades de aprendizagem em sistemas de cooperação, com acesso universal a informações e dados. Acredito que esse aspecto é inegável e que todos os atores intelectuais e sociais responsáveis deveriam utilizar essas novas possibilidades na educação, na gestão do conhecimento, nas empresas e nas deliberações políticas democráticas. É preciso inserir a internet na longa série que passa pela invenção da escrita e do impresso. Trata-se de um considerável ganho na capacidade humana de tratamento das operações simbólicas. O núcleo dessa capacidade, contudo, é a linguagem, que existe desde sempre e não depende de qualquer tecnologia em particular.
  • 7. A sociedade em rede (1996) Manuel Castells Revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação: mudanças na base material e social. Contornos de uma sociedade globalizada e centrada no uso e na aplicação da informação. Novo paradigma tecnológico baseado na informação. Cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às tecnologias da informação, processamento e comunicação (geração e distribuição de energia foi o elemento principal na base da sociedade industrial). “O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre e a inovação e seu uso” (p.69). Definição tecnologia: uso de conhecimentos científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira reproduzível (p.67).
  • 8. A sociedade em rede Manuel Castells Emergência de um novo paradigma tecnológico organizado em torno de novas tecnologias da informação, mais flexíveis e poderosas, possibilita que a própria informação se torne o produto do processo produtivo (dispositivos de processamento de informações ou o próprio processamento) – economia em rede. Revolução da tecnologia da informação foi essencial para a implementação de um importante processo de reestruturação do sistema capitalista a partir da década de 1980. “A geografia da ciência e da tecnologia deve surtir grande impacto sobre as sedes e as redes da economia global. De fato, observamos uma concentração extraordinária de ciência e tecnologia num número menor de países da OCDE” (p.165).
  • 9. A sociedade em rede Manuel Castells Base material da sociedade da informação: 1. Informação é a matéria-prima: são tecnologias para agir sobre a informação, não apenas informação para agir sobre a tecnologia. 2. Penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias: como a informação é uma parte integral de toda a atividade humana, os processos individuais e coletivos são diretamente moldados pelo novo meio tecnológico. 3. Lógica de redes: pode ser implementada materialmente em todos os tipos de processos e organizações. 4. Paradigma da tecnologia da informação é baseado na flexibilidade: capacidade constante de reconfiguração. 5. Crescente convergência de tecnologias específicas para um sistema altamente integrado.
  • 10. A sociedade em rede Manuel Castells Paradigma tecnológico baseado na informação → princípio organizador de um novo modo de desenvolvimento que dá nova face ao modo de produção capitalista → nova estrutura social marcada pela presença e funcionamento de um sistema de redes interligadas. Redes: instrumentos apropriados para a economia capitalista baseada na inovação, globalização e concentração descentralizada. Redes: constituem nova morfologia social de nossas sociedades → modificam de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura. Definição rede: conjunto de nós interconectados → estruturas abertas capazes de se expandir de forma ilimitada, integrando novos nós.
  • 11. Sociedade em rede Manuel Castells Vivemos cada vez mais em uma era informacional uma sociedade na qual todos os processos sócio-políticos-culturais envolvem uma gama cada vez maior e mais diversificada de informações. Novo modo informacional de desenvolvimento: fonte de produtividade acha-se na tecnologia de geração de conhecimentos, de processamento da informação e de comunicação de símbolos. Relação tecnologia/sociedade – papel fundamental do Estado, seja promovendo, interrompendo, liderando a inovação tecnológica – expressa e organiza as forças sociais dominantes em um espaço e uma época determinados.
  • 12. A rede e o ser Manuel Castells “No fim do segundo milênio da Era Cristã, vários acontecimentos de importância histórica transformaram o cenário social da vida humana. Uma revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação começou a remodelar a base material da sociedade em ritmo acelerado”. As mudanças sociais são tão drásticas quanto os processos de transformação tecnológica e econômica. Em um mundo de fluxos globais de riqueza, poder e imagens, a busca de identidade, coletiva ou individual, atribuída ou construída, torna-se a fonte básica de significado social. Definição identidade: “processo pelo qual um ator social se reconhece e constrói significado principalmente com base em determinado atributo cultural ou conjunto de atributos, a ponto de excluir uma referência mais ampla a outras estruturas sociais”. “Nossas sociedades estão cada vez mais estruturadas em uma oposição bipolar entre a Rede e o Ser”.
  • 13. A rede e o ser Manuel Castells Diversidade cultural e institucional das sociedades informacionais. “Como combinar novas tecnologias e memória coletiva, ciência universal e culturas comunitárias, paixão e razão?” (p.58). Entrada em um mundo multicultural e interdependente, que só poderá ser entendido e transformado a partir de uma perspectiva múltipla que reúna identidade cultural, sistemas de redes globais e políticas multidimensionais.