O documento descreve as fases e processos da cicatrização de feridas, incluindo a fase inflamatória, proliferativa e de maturação. Também discute fatores que influenciam a cicatrização como isquemia, infecção e desnutrição, além de apresentar cuidados com feridas operatórias e cicatrizes indesejáveis.
2. INTRODUÇÃO
A ferida é a ruptura da estrutura anatômica e funcional dos
tecidos por trauma mecânico, físico ou químico.
Reparo: cicatrização X Regeneração
Fonte: Internet
3. DEFINIÇÕES
Ferida aguda X Ferida crônica
Cicatrização de primeira intenção
Cicatrização por segunda intenção
Cicatrização por terceira intenção
Fonte: Internet
7. FASE INFLAMATÓRIA
Simultânea ou logo após a coagulação
Eventos convergem para a hemostasia e inflamação
• Parada do sangramento (vasoconstricção inicial)
• Selamento da superfície da Ferida: Formação do trombo e da
matriz inicial de Fibrina e Fibronectina
• Aumento da permeabilidade vascular, migração de células
(Neutrófilos, Macrófagos); secreção de citocinas e fatores de
crescimento, ativação celular
• Remoção de tecido necrótico, resíduos, bactérias
• Predomínio de citocinas e fatores pró-inflamatórios
8. Fonte: Singer AJ,Clark RAF: Mechanisms of disease: Cutaneous wound healing. N Engl J Med 341:738–746, 1999.
9. Fonte: Witte MB, Barbul A: General principles of wound healing. Surg Clin North Am 77:509–528, 1997
10. Fonte: Witte MB, Barbul A: General principles of wound healing. Surg Clin North Am 77: 509–528, 1997.
11. Fonte: Adaptado de Rumalla VK, Borah GL: Cytokines, growth factors, and plastic surgery. Plast Reconstr Surg
108:719–733, 2001; and Barrientos S, Stojadinovic O, Golinko MS, et al: Growth factors and cytokines in wound healing.
Wound Rep Regen 16: 585–601, 2008.
12. Fonte: Adaptado de Schwartz SI (ed): Principles of surgery, ed 7, New York, 1999, McGraw-Hill, p 269; and Barrientos S, Stojadinovic O,
Golinko MS, et al: Growth factors and cytokines in wound healing. Wound Rep Regen 16: 585–601, 2008.
13. PROLIFERAÇÃO -
GRANULAÇÃO
Chegada dos fibroblastos com substituição gradual da
matriz inicial de fibrina por tecido de granulação rico em
colágeno
Hipóxia tecidual relativa e fatores de crescimento derivado
de fibroblastos produzidos pelo endotélio e macrófagos
estimulam angiogênese
15. Fonte: A, From Alberts B, Johnson A, Lewis J, et al [eds]: Molecular biology of the cell, ed 4, New York, 2002,
Garland, p 1100; B, Courtesy Robert Horne.
16. PROLIFERAÇÃO -
EPITELIZAÇÃO
Migração da epiderme espessa e células basais da borda da
ferida (queratinócitos) crescem e migram para a matriz da
ferida.
Alterações morfológicas ocorrem nos queratinócitos,
estimulados por fatores locais. Glicoproteínas adesivas
facilitam a migração e a formação de uma nova camada
epidérmica que repousa sobre a nova membrana basal.
17. Fonte: Singer AJ, Clark RAF: Mechanisms of disease: Cutaneous wound healing. N Engl J Med 341:738– 746, 1999
19. MATURAÇÃO
Início em oito dias em média após o início do processo
cicatricial, permanecendo por tempo indeterminado
Importante síntese e deposição de colágeno
Diminuição dos componetes de Fibrina e Fibronectina
Conversão do colágeno tipo III para tipo I e reorganização
(remodelagem) da matriz.
Aumento da força tênsil do tecido
Predomínio de citocinas e fatores anti-inflamatórios
Linfocitos T, Macrófagos e Fibroblastos são os grandes
atores
30. Cuidados com a ferida operatória
No Pré-Operatório:
- Combater fatores que interferem na cicatrização;
- Evitar quimioterapia e radioterapia;
- Vitamina A, Vitamina C;
- Interromper AINES;
- Controlar infecções (antibióticos);
- Tricotomia;
- Banho pré-operatório.
31. No Intraoperatório:
- Antibióticos;
- Via de acesso correta. Linhas de
Kraissl;
- Evitar ligadura em massa,
cauterização excessiva e
desvascularização tecidual;
- Hipotermia;
Fonte:Técnica em Cirurgia
Dermatológica 1ª Ed.
32. -Síntese da ferida:
1. Sem tensão, preferencialmente com fios sintéticos
(menor reação de corpo estranho).
2. Sutura em pontos separados para caso de
supuração.
3. Sutura intradérmica somente em feridas limpas.
*Outras alternativas: cola biológica e fita adesiva do
tipo micropore.
33. - Solução de NaCl a 0,9% - lavagem de feridas.
- Lavagem de feridas agudas acidentais : água +
sabão -> solução de NaCl a 0,9%
35. • Curativo com pressão
negativa:
- Aumento do fluxo sanguíneo;
- Remoção do edema crônico;
- Estímulo a formação do tecido
de granulação;
- Cicatrização mais rápida.
Fonte: Infecções graves de partes moles: relato de caso de fasciíte necrotizante de face utilizando curativo a vácuo e revisão da
literatura. Rev. Bras. Cir. Plást. (Impr.) vol.26 no.2 São Paulo Apr./June 2011.
36. No Pós-Operatório
- Oxigenação tecidual, oxigenoterapia hiperbárica;
- Suporte nutricional;
- Controle de HAS e Diabetes;
- Radioterapia e quimioterapia após 20 dias.
- Retirada dos pontos:
a) Face: 4º e 5º dia
b) Dorso/ membros: 10º dia
ou mais
c) Abdome: 6º e 10º dia
- Fitas adesivas.
Fonte: Internet
Fonte: Internet
37. Cuidados com a Ferida Operatória Aberta
1) Livre de tecidos
inviáveis;
2) Prevenir
desidratação dos
tecidos;
3) Livre de traumas.
Fonte: Fasceíte Necrotizante Cervical em Lactente:
Relato de Caso. Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch. Otorhinolaryngol.,São Paulo, v.12, n.4,
p. 596-599, 2008.
38. Cuidados com a Ferida Operatória
Infectada
Dor local, tumefação, calor e rubor.
Quadro Clínico
Presença de material purulento e/ou tecido
necrótico.
1) Drenagem da ferida: material levado para
bacterioscopia, cultura e antibiograma
2) Curativo deve permitir desbridamento seja por meio
mecânico, químico, enzimático ou autólise;
3) Lavagem regular da ferida;
4) Antibioticoterapia;
5) Repouso.
39. Cicatrizes indesejáveis das Feridas
Cicatrizes
indesejáveis
Definição Tratamento
Retráteis Há encurtamento do tecido
cicatricial, resultando em
alterações anatômicas e funcionais.
Exérese ou alongamento
da cicatriz (zetaplastia ou
w plastia).
Hipertróficas Lesões fibróticas elevadas que
respeitam os limites da ferida
original. Podem apresentar
resolução espontânea ou parcial.
Raras em pálpebras, regiões plantar
e palmar
- Moldes de pressão e
gel de silicone;
- Injeção de
corticoesteroide de
ação prolongada;
- Exérese da lesão;
- Radioterapia;
- Crioterapia;
- Laserterapia (PDL)
Quelóides Lesões de superfície lisa e
brilhante, elevadas e firmes ao
toque, que ultrapassam os limites
da ferida. Raramente regridem.
Incidência maior em negros e
orientais. Mais comuns na região
do tórax, ombro e costas.
44. Cicatrizações Particulares
• Ossos: hematoma 72h - processo inflamatório 1 semana -
calo mole, tecido de granulação e ME 8 semanas -
remodelamento.
• Tubo digestório: submucosa é a camada mais importante a ser
incluída numa sutura intestinal por ser rica em miofibroblastos,
responsáveis pela força tênsil e elasticidade da cicatriz.
• Serosas: rápido e ocorre por reepitelização após 5 a 7 dias da
lesão.
• Cicatrização fetal: Cicatrização ausente; proliferação celular e
fechamento das feridas mais rápido; ausência de crosta; tensão
de oxigênio mais baixa; ambiente líquido e estéril; temperatura
cutânea maior; inflamação menor; deposição de matriz
organizada; FCFb e FCT-β menores; angiogênese menor.
45. Prevenção de Cicatrizes
deformantes - Perspectivas
• Realizar incisões ao longo da linha de tensão da
pele
• Manusear delicadamente os tecidos
• Adotar medidas para evitar infecção da ferida
• Inibição da resposta inflamatória na ferida
-> Bloqueio de citocinas
-> Transplante de fibloblastos “fetais”
-> Acrescimo de Ácido Hialurônico
46. Bibliografia
• A. Petroianu – Clínica Cirúrgica do Colégio Brasileiro de Cirurgiões - 1ª Edição
• Sabiston Textbook of Surgery - 19th Edition
• Ruy Garcia Marques – Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – 1ª Edição
• Singer AJ,Clark RAF: Mechanisms of disease: Cutaneous wound healing. N Engl J Med 341:738–746,
1999.
• Witte MB, Barbul A: General principles of wound healing. Surg Clin North Am 77: 509–528, 1997.
• Rumalla VK, Borah GL: Cytokines, growth factors, and plastic surgery. Plast Reconstr Surg 108:719–733,
2001; and Barrientos S, Stojadinovic O, Golinko MS, et al: Growth factors and cytokines in wound
healing. Wound Rep Regen 16: 585–601, 2008.
• Schwartz SI (ed): Principles of surgery, ed 7, New York, 1999, McGraw-Hill, p 269; and Barrientos S,
Stojadinovic O, Golinko MS, et al: Growth factors and cytokines in wound healing. Wound Rep Regen
16: 585–601, 2008.
• Alberts B, Johnson A, Lewis J, et al [eds]: Molecular biology of the cell, ed 4, New York, 2002, Garland,
p 1100.
• Infecções graves de partes moles: relato de caso de fasciíte necrotizante de face utilizando curativo a
vácuo e revisão da literatura. Rev. Bras. Cir. Plást. (Impr.) vol.26 no.2 São Paulo Apr./June 2011.
• Fasceíte Necrotizante Cervical em Lactente: Relato de Caso. Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch.
Otorhinolaryngol.,São Paulo, v.12, n.4, p. 596-599, 2008.
• Cicatrizes hipertróficas e queloides. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. Vol. 21 nº1 – Jan/Fev/Mar de
2006.