O documento fornece um resumo da autora Heidi Strecker e de seu livro "Cinema - emoções em movimento". O livro explora brevemente a história do cinema, seus gêneros e as etapas da realização de um filme, abordando conceitos como a representação da realidade através da linguagem audiovisual e a interferência do ponto de vista na construção da narrativa. O texto é organizado em boxes temáticos que direcionam o leitor a aprofundar determinados assuntos por meio de pesquisas.
1. Cinema – emoções em movimento – Heidi Strecker
A autora Resenha Ficha
Heidi Strecker é for- A obra Cinema – emoções em mo- Autora:
PROJETO DE LEITURA
mada em Letras e em vimento faz parte da coleção comuni- Heidi Strecker
Filosofia pela USP, com cação Hoje, cuja proposta é convidar Título:
pós-graduação em Teoria o leitor a refletir sobre a forma de co- Cinema – emoções
Literária pela Unicamp. municação das pessoas na sociedade em movimento
Sua experiência como contemporânea e as mídias utilizadas
por elas sem esquecer as contribuições Pesquisa
professora de redação iconográfica:
e filosofia no ensino fundamental e e influências no comportamento hu-
mano, a partir de um viés histórico. Heidi Strecker e
médio ampliou seu potencial comuni-
Neste volume a autora traz flashes Tempo Composto
cativo, abrindo caminhos para outras
atividades e projetos: trabalhou como da história do cinema, as etapas de Ltda.
colaboradora da Folha de S.Paulo, da construção da linguagem audiovisu- Ilustrações:
revista Arte em São Paulo e das revis- al e os gêneros que são apresentados Luli Penna
tas eletrônicas Intervista e Cineguia, por meio do diálogo permanente en- Formato:
elaborando resenhas, críticas e repor- tre o texto verbal e o não verbal, o que 17 x 24,5 cm
tagens sobre literatura e cinema; Foi auxilia na compreensão do assunto.
membro do júri do Prêmio Jabuti de li-
N.o de páginas:
32
teratura adulta e participou de diversas
bancas corretoras de redação (como a Elaboração:
da PUC - SP e a do Enem); fundou e Shirley Bragança
dirigiu a ONG Centro de Alfabetização
Natural (alfabetização de adultos). “No século XVI, um cientista alemão
Atualmente a autora se dedica à Na- juntou uma caixa, uma fonte de luz e
Quadro sinóptico
nook Editorial, como diretora e colabo- uma lente e, com isso, criou a lanter- Gênero: paradidático
ra com artigos para a revista eletrônica na mágica – um aparelho óptico que Palavras-chave: ponto de
Trópico. No volume Cinema – emoções reflete e amplia as imagens a distân- vista, manipulação de imagens, INDICAÇÃO:
em movimento, Heidi Strecker compar- cia. Faltava, porém, dar movimento a comunicação leitores a
partir de
tilha com o leitor o seu olhar sobre os essas imagens.”( Pág. 3)
Tema transversal: pluralidade
temas de que mais gosta: cinema e lite-
ratura.
“O que caracteriza o documentário é
o fato de ele ser um filme de não ficção,
cultural
Interdisciplinaridade: Artes,
11
anos
um registro da realidade.” (Pág. 17)
Ciências, Matemática e Português ensino
fundamental
1
2. >> Resenha
O texto é conciso e dá ao leitor uma impressão de movimento se dá porque ção na tela, como também a emoção
visão geral do assunto. Ele está dis- o nosso olho guarda uma imagem na que deverá ser repassada ao receptor.
tribuído em boxes, que favorecem a retina por um tempo maior que 1/24 Tudo isso faz da linguagem cinema-
leitura tradicional (da esquerda para de segundo. Dessa maneira, ao cap- tográfica uma sucessão de seleções
a direita e de cima para baixo), e em tarmos uma imagem, a anterior ainda e escolhas, a partir de um ponto de
hipertexto (pelas janelas, de maneira está na retina; por isso não percebe- vista: decide-se por filmar o objeto de
não seqüencial, não linear). mos a interrupção entre as imagens fo- perto ou de longe, em movimento ou
tografadas. Mas essa impressão pode não, por esse ou por aquele ângulo. Na
O projeto gráfico da obra sugere
ser desfeita se interferirmos na veloci- montagem, escolhem-se determina-
movimento, atraindo o olhar do leitor;
dade da filmagem. dos planos em detrimento de outros
e a sua organização, por ser temáti-
A linguagem audiovisual é outro fa- e a seqüência em que as cenas serão
ca, favorece o trabalho do professor
tor que corrobora esse processo de exibidas e, finalmente, determinam-se
na elaboração de roteiro de pesquisa
manipulação das imagens, pois o seu os efeitos sonoros.
para aprofundamento dos assuntos
abordados. conjunto de convenções e códigos Portanto, é fundamental que o leitor
admite a construção de mensagens seja despertado para essas percepções
retiradas de uma realidade natural ou e conceitos para que se aproprie des-
construída, para serem reproduzidas ses modos de produção e, a partir da
posteriormente. Esse sistema simbó- reflexão sobre essas realidades cons-
Conversa com o professor lico trabalha com elementos que per- truídas na tela, seja capaz de interfe-
mitem tocar a emoção do receptor. rir na sociedade em transformação,
Os filmes (documentário ou ficção)
Essa emoção é explorada por meio da “pautando-se por uma compreensão
são resultado de um processo de ma-
visão e da audição, que acionam ou- histórica que busque analisar as for-
nipulação de imagens estáticas, fo-
tros sentidos (olfato, paladar e tato) ças em conflito e coloque-se como
tografadas do real, que reproduzem o
pela sugestão, com o intuito de levar instrumento do de-
movimento da vida. Esse movimento ci-
o receptor a vivenciar, como experiên- senvolvimento do ser
nematográfico contínuo, parecido com
cia primeira, as emoções da história humano total”. (Cur-
o da realidade, deve-se ao fenômeno
narrada mediante um pacto sensorial, rículo da Educação Bá-
de ilusão de óptica, que ocorre da se-
que poderá ser seguido pela razão. sica das Escolas Públi-
guinte forma: “captura-se” uma figu-
As formas lingüísticas e a constru- cas do DF, 2002)
ra em movimento com intervalos de
tempo muito curtos entre cada “foto- ção da narrativa estão baseadas no
grafia”, os chamados fotogramas. Es- olhar do diretor. É ele quem decide
ses fotogramas, num mínimo de vinte o ângulo de visão em que as cenas
e quatro por segundo, são projetados serão produzidas, a seqüência des-
posteriormente nesse mesmo ritmo. A sas cenas e o seu tempo de exposi-
2
3. >> Conversa com o professor
Para isso, é imprescindível o desen- Como ponto de partida para a for- desse gênero textual; e os recursos uti-
volvimento de diferentes atividades mação de conceitos, sugerimos uma lizados pelo produtor para convencer
em sala de aula que explorem a ques- proposta de trabalho que utilize a pro- o consumidor: cores, enquadramento,
tão do olhar – do ponto de vista tanto paganda, por ser excelente material de jingles, imagem de celebridades etc.
do produtor de mensagens quanto do desconstrução, tendo em vista que vei- Nesse contexto, a obra Cinema –
receptor – por meio da desconstrução cula mensagens curtas, apresentadas emoções em movimento vem contribuir
do objeto em estudo, destacando vá- em diferentes suportes textuais (revis- para o desenvolvimento do trabalho em
rios elementos, tais como: objetivo da tas, jornais, televisão, rádio), e traz, em sala de aula, pois auxilia professor e alu-
mensagem; enquadramento do obje- seu conteúdo, grande apelo à suges- no na compreensão de assuntos com-
to (plano médio, plano geral, primeiro tão e a proposição de pactos sensoriais plexos por meio da discussão e reflexão
plano); interferência da luz sobre esse com o consumidor. Com ela pode-se dos temas apresentados. São facilitado-
objeto; posição do objeto; efeitos so- discutir a interferência e o impacto do res desse processo a diagramação e o
noros (fala, música ou ruídos); cores suporte textual na visão do receptor; projeto gráfico da obra.
utilizadas, figurino, tempo de exposi- o modo de leitura que o receptor faz
ção de cada cena, organização, ritmo de cada propaganda em cada supor-
etc. Essas atividades permitirão ao te textual; os elementos constitutivos
aluno transformar as informações re-
cebidas em conhecimento, por meio
de aprendizagens significativas.
“(...) Aprendizagens significativas ca-
racterizam-se pelo fato de as novas in-
formações apoiarem-se em conceitos
relevantes preexistentes na estrutura
cognitiva da pessoa. Esses conceitos,
denominados subsunçores, originam-
se das experiências de vida de cada
ser humano, por processos como o de
formação de conceitos (...)”
(Currículo da Educação Básica das
Escolas Públicas do DF, 2002)
3
4. Comentários sobre a obra
Cinema – emoções em movimento é No volume são apresentados ao Essas informações estão organizadas
mais uma obra da coleção Comunica- leitor um breve histórico do cinema, na obra por temas que funcionam como
ção Hoje que chama a atenção do lei- seus gêneros e as etapas da realiza- links, despertando no leitor a vontade
tor para uma forma de narrar histórias. ção de um filme, com informações de se aprofundar no assunto. A ação é
Ela coloca o leitor em contato com a bem concisas, mas que levam o lei- facilitada porque o projeto gráfico su-
tecnologia do cinema e sua linguagem tor à reflexão e a várias discussões: a gere ao aluno um direcionamento para
por meio de uma perspectiva de linha representação da realidade utilizando roteiro de pesquisa sobre determinado
do tempo. a linguagem audiovisual; o olhar, o tema apresentado. Isso se dá por meio
A diagramação da obra desconstrói ponto de vista de determinado grupo de informações e subtítulos apresenta-
a forma tradicional de ler no Ocidente que tem voz na sociedade; a interfe- dos nos boxes em cada página. Cabe
(da esquerda para a direita e de cima rência de seleção e enquadramento ao professor fomentar, com atividades
para baixo), pois faz alusão à lingua- de imagens no processo de constru- envolventes, o interesse do aluno pelo
gem do computador (texto dinâmico ção da história. assunto e orientá-lo no desenvolvimen-
e não seqüencial), o que valoriza a to da pesquisa, fornecendo material bi-
proposta do livro, que é guiar o lei- bliográfico adequado.
tor pelo olhar. Essa forma de leitura “A maioria das cenas de um filme Sugestão de atividade
é permitida ao leitor porque os tex- é rodada fora da ordem cronológica
tos e as ilustrações estão distribuídos da história. São muitas e muitas horas As curiosidades estão presentes em
em boxes de forma inovadora, mas de filmagem, e pode acontecer de a todos os temas eleitos pelo livro e dão
sem prejudicar o sentido do texto. É mesma cena ter de ser realizada vá- ao leitor um motivo a mais para se en-
importante ressaltar que esses boxes rias vezes. Parece um caos: casal se volver com a obra. Elas oferecem ao
mudam de tamanho a cada página, beijando antes de se conhecer, bandi- professor ótima oportunidade de tra-
o que instiga no leitor um olhar de do preso antes de cometer o crime... balho de pesquisa. Sugerimos a ela-
observador; ou seja, um olhar que Para definir as etapas de trabalho e boração de um minicatálogo de curio-
concentra o pensamento e os senti- providenciar tudo o que será necessá- sidades sobre o cinema, obedecendo
dos com vontade de ver, de perceber rio para a realização das cenas, é feito em estrutura e organização o modelo
os detalhes significativos. um plano de filmagem.” (Pág. 11) de dicionário.
Esse exercício, proposto na obra de
maneira muito sutil, favorece a que-
bra do olhar mecanizado do dia-a-dia
e permite a síntese da informação em
conhecimento, por meio da articula-
ção dos códigos verbal e não verbal.
4
5. ATIVIDADES PROPOSTAS Preparando a leitura
1.º momento disso, o grupo desdobrará a gra-
1. Selecione alguns exemplos dados vura, confirmando ou não as hipó-
no livro Os Cinco Sentidos – Visão teses levantadas.
(coleção Crianças Curiosas) que ex-
plorem a ilusão de óptica. A partir 2.º momento
deles, discuta com a turma esse fe- 1. Depois desse exercício do
nômeno e o sentido da visão. olhar, leve para a sala de aula
2. Uma segunda opção é a realização propagandas interessantes que
de mágicas dentro da sala de aula. A dialoguem com filmes ou telas reti-
turma discutirá a questão do olhar e o radas de sites, revistas, jornais e ana-
sentido da visão a partir dos truques lise a construção da mensagem,
de mágica. (Mostre-me como Fazer destacando os elementos verbais
– Livro de atividades. Pág. 192) e não verbais.
3. Terceira opção: selecione imagens Na bibliografia dada, você
de paisagens retiradas de revis- encontrará duas sugestões
tas, jornais, calendários, internet de propagandas retiradas de
e outros. Divida a turma em gru- revistas que fazem menção à tela
pos. Distribua as imagens entre os e filmes: uma do “Boticário”(tela),
grupos. Recorte duas tiras de car- outra da bebida “Campari” (filme).
tolina nas dimensões 1,5 cm x 10
cm. Junte e prenda as duas tiras
por uma das extremidades com um
clipe. Em seguida peça aos alunos
que selecionem uma parte da ima-
gem recebida, enquadrando-a num
ângulo reto ou obtuso. Dobre a gra-
vura e deixe à mostra somente a
parte selecionada. Cada grupo exi-
birá a parte selecionada da sua ima-
gem, e os outros alunos levantarão
hipóteses sobre o objeto, na tenta-
tiva de descobrir o que ele é. Depois
5
6. PUBLICIDADE
Os textos publicitários utilizam uma linguagem que, embora pareça produção es-
pontânea, com um tom informal, mais próximo da oralidade do que da escrita, é
intencionalmente elaborada, estilizada para atingir um determinado público e manter
o produto sempre em destaque. Esses textos podem apelar para humor, curiosidade,
contraste, quebra de expectativa; enfim, elementos que estimulem o desejo, induzam
à ação e exerçam certa pressão psicológica nos consumidores.
As mensagens procuram passar idéias de bem-estar, prazer, lucro, prestígio, que o
consumidor alcançará ao adquirir o produto.
2. Grave propagandas veiculadas na televisão que explorem o humor para atrair a
atenção do consumidor. (Exemplo: propaganda dos carros Ford, 2007 – “Bicho não
pode comprar carro, mas você pode”.) Reúna todo o material, selecione as propa-
gandas de acordo com o interesse da sua turma e discuta com os alunos cada uma
delas, analisado-as a partir do roteiro abaixo:
a) Quem são os possíveis destinatários do e) A propaganda da Campari faz referên-
texto publicitário? Que informações do cia ao filme Dama de Vermelho, que nos
texto nos levam a identificá-los? remete à atriz Marilyn Monroe. Que ele-
b) Que recursos o produtor dessa men- mentos da propaganda nos permitem
sagem utiliza para atrair a atenção do fazer essa leitura? (Pergunta específica
telespectador, despertar seu interesse e para a propaganda da Campari veicula-
estimulá-lo a consumir o produto? da pela revista Veja – ver Bibliografia.)
c) Quais as características desse texto,
tendo em vista os objetivos a serem
atingidos?
d) Qual o enquadramento escolhido pelo
produtor da mensagem?
6
7. Trabalhando a leitura
1. Selecione e grave cenas de filmes
citados no livro e enfatize: figurino,
Outra opção: promova uma sessão Leve para a sala de aula livros so-
efeitos especiais, enquadramento e
da série Contos Desfeitos, da TV Escola. bre o tema e apresente aos alunos a
trilha sonora.
Analise com os alunos o enquadramen- diversidade de paráfrases e paródias
2. Faça uma leitura dos temas: “Como
to, o material utilizado para a caracte- publicadas.
é feito um filme?”, “Etapas na realiza-
rização dos personagens e a composi-
ção de um filme” e “Arte do cinema”.
ção do cenário; a trilha sonora, ruídos
3. Exiba as cenas dos filmes selecio- e o tempo de exibição do filme.
nadas e comente-as, entremeando-as
Compare com os filmes de desenho
com a leitura dos trechos referentes ao
animado que os alunos conheçam.
assunto abordado na cena.
Aguce a curiosida-
4. Destaque na composição da cena:
de dos alunos com
a interferência dos ruídos e o tipo de
as perguntas: De
emoção que eles despertam no espec-
onde vêm essas
tador; a escolha do enquadramento
histórias? Quem
(close, plano geral, plano médio etc.).
são seus autores?
Nas cenas dos filmes de época: figu-
O que elas têm de
rino, cenário e fotografia. Filmes de
especial para cir-
ação: efeitos especiais. Romance e
cular até hoje?
suspense: trilha sonora e ruídos.
5. Mostre aos alunos a importância
da composição da cena na constru-
ção de um filme.
(Para que o aluno compreenda me-
lhor o assunto, você pode fazer uma
pequena montagem: grave algumas
cenas de filmes conhecidos e substi-
tua alguns elementos por outros: uma
cena romântica com um fundo musi-
cal de filmes de suspense ou comédia,
por exemplo. Comente a reação dos
alunos em relação às cenas vistas.)
7
8. Explorando a leitura
LUZES, CÂMERA, AÇÃO!
“O roteiro é a história do filme con- Sugestão de roteiro
tada de uma forma técnica. Ele vale Objetivo (o que se pretende com a veiculação da propaganda).
como guia de filmagem. É um texto Duração (o tempo de veiculação do comercial na televisão: 1’, 1’30”).
completo que descreve a ação, os per- Roteiristas (os participantes do grupo).
sonagens e os diálogos. Contém tam- Sinopse (um resumo da proposta da propaganda).
bém a indicação de planos, enqua-
dramentos e movimentos de câmera.
O roteiro pode ser original, ou seja, Título:
criado por um autor, ou adaptado de IMAGENS ÁUDIO/SOM
alguma obra literária.” (Pág. 8)
Registrar o número de cenas a serem filmadas 1. Registrar a seqüência em que o som apare-
Agora é a sua vez, turma! Escolha e a seqüência, detalhando cada uma delas. cerá: música, ruído ou fala de alguém.
uma das opções de trabalho e PAR-
TICIPE! CENA 1 2. Registrar literalmente a fala dos persona-
a) Imagens internas (ambiente fechado) ou gens.
externas (ao ar livre). Descrever a cena.
1. A partir da sugestão do roteiro de b) Enquadramento de objetos e pessoas.
audiovisual abaixo, peça aos alunos c) Horário do registro da cena.
que elaborem uma propaganda de d) Local da cena.
um produto que tenha relação com e) Duração da cena.
o cinema, a ser veiculada na televi- f) Figurino.
são.
2. Após a exibição da série Contos
Desfeitos, da TV Escola, os alunos CENA 2
deverão escolher um dos episódios Idem.
e elaborar uma paródia da história
utilizando a linguagem audiovisual
e objetos do dia-a-dia na composi-
ção dos personagens e cenários.
8
>>
9. Quer saber mais?
No desenho animado, trabalha-se
com uma série de desenhos, cada um
dos quais representa uma posição su- Outras obras car um olhar novo e atento a tudo o
cessiva, com pequenos detalhes de mo- AZEVEDO, Ricardo. Nossa Rua Tem que o rodeia.)
vimento de uma figura ou objeto. Esses um Problema. São Paulo: Ática, 1999. Mostre-me como Fazer – Livro de
quadros são fotografados por uma má- (É um livro muito interessante, porque atividades. São Paulo: Editora Edel-
quina cinematográfica especial e reve- mostra o ponto de vista do menino e bra – Indústria Gráfica e Editora Ltda.,
lados numa fita contínua. Na projeção, da menina sobre a rua em que mo- 1999. (O livro traz várias atividades
esse filme produz uma imagem em que ram. O projeto gráfico do livro permi- manuais que podem ser realizadas pe-
as figuras e objetos desenhados pare- te ao leitor escolher de qual ponto de las crianças, desenvolvendo várias ha-
cem mover-se como se fossem dotados vista ele quer iniciar a leitura.) bilidades.)
de vida. Para cada 10 minutos de filme CIBOUL, Adèle. Os Cinco Sentidos. SIEBER, Allan. Salvem as Baleias. Por-
são necessários 14 mil fotogramas, ou São Paulo: Salamandra, 2003. (Esse to Alegre: Projeto, 2000. (Flip book,
seja, 14 mil desenhos diferentes. O uso livro faz parte de uma coleção para- um livro de animação.)
do computador facilitou muito o traba- didática chamada Crianças Curiosas;
lho, que era inicialmente todo manual. apresenta à criança os cinco sentidos,
Hoje há programas especiais para a ela- satisfazendo suas curiosidades de for-
boração de animação por computador, ma interativa.)
o que permitiu grande expansão da pro- LONGOUR, Michele. O Corpo. São
dução. Paulo: Salamandra, 2003. (Esse livro
O primeiro desenho animado de faz parte de uma coleção paradidáti-
longa metragem foi Branca de Neve ca chamada Crianças Curiosas; apre-
e os Sete Anões, feito em 1937 por senta à criança o corpo, satisfazendo
Disney (Oliveira e Garcez, 2001). curiosidades de forma interativa.)
www.animacaodeimagens.blogspot. OLIVEIRA, Eduardo. Enquanto Isso
com na Índia. Porto Alegre: Projeto, 2000.
(Flip book, um livro de animação.)
OLIVEIRA, Jô e Garcez, Lucília. Ex-
plicando a Arte: Uma iniciação para
entender e apreciar as artes visuais.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. (A obra
traz a história da arte e os principais
recursos e técnicas empregados nas
artes visuais por meio de uma propos-
ta lúdica que estimula o leitor a dedi-
9
10. Filmes de produção: Brasil. Duração: 63 min.
Arte e Ciência: como a ciência e a Distribuição: Cult Filmes. Região Mul-
tecnologia abriram novas possibili- tizonal Áudio LPCM Stereo (Portu-
dades para a arte – Da invenção do guês) Vídeo Widescreen. Cor: colo-
cinema e da tevê à manipulação das rido com partes em preto-e-branco.
imagens. Lobisomem e o Coronel (2002), Dire-
Duração: 26’07’’ ção: Elvis Kleber e Ítalo, 10’; Sinistro
Realização: Filmoption – CSM Pro- (2000), René Sampaio, 17’; Leo 1313
ductions, Canadá, 1991. (1997), Betse de Paula, 6’ ; Momento
Veiculação: TV Escola – Ministério Trágico (2003), Cibele Amaral, 16’;
da Educação. Secretaria de Educação Um Trailer Americano (2002), José
a Distância. Eduardo Belmonte, 14’.
Uma Pequena História do Cinema: http://www.2001video.com.br
Walter Lima Jr. e Davi Neves comen-
tam a história do cinema no Brasil
com cenas marcantes que ficaram
gravadas no inconsciente dos espec-
tadores.
Duração: 38’19’’
Realização: Governo do Estado do
Rio de Janeiro. Programa TV Escola.
Veiculação: TV Escola – Ministério
da Educação. Secretaria de Educação
a Distância.
DVD Curta Brasília. Vol. 1: gênero
Cinema Nacional. Direção: Elvis Kle-
ber, Ítalo Cajueiro, René Sampaio,
Betse de Paula, Cibele Amaral, José
Eduardo Belmonte. Anos de produ-
ção: 1997, 2000, 2002, 2003. País
10
11. ANEXO TEÓRICO
“Ler é dotar de sentido, tirar à luz os
sentidos possíveis que a obra traz em
si e em sua relação com as demais.
Cada leitura é uma nova escrita do
texto. O ato de criação não seria o
autor, mas o leitor.” (Bella Jozef)
Ao pensarmos sobre releituras e dia-
logismo e no desafio do leitor em des-
lindar um texto, com toda a sua com-
plexidade, sentimos a necessidade de
sugerir um caminho para você, pro-
fessor. Por isso indicamos a Metodo-
logia dos Três Olhares, concebida por
Francisca Nóbrega, no Rio de Janeiro,
e a Estética da Recepção, concebida
por Hans Robert Jauss, na Alemanha,
como instrumentos valiosos para au-
xiliar no processo de leitura de textos
verbais e não verbais.
Nessa metodologia o leitor tem a
função de explorar o texto na sua
plurissignificação, reconstruindo-o de
acordo com o seu horizonte de expe-
riências.
11
12. Método dos três olhares à luz da estética da recepção
MOMENTOS DO 1.o MOMENTO 2.o MOMENTO 3.o MOMENTO
OLHAR Olhar receptivo Olhar mediador Olhar ativo
Encontro do leitor
Encontro do leitor Encontro do leitor
O que acontece com o mundo
com um mundo com o mundo
novo que agora
que não conhece significativo
conhece
Uma leitura de
Uma leitura Uma leitura de
cruzamento do
que apanha diálogo com o
ver e do sentir,
O que faz os elementos texto, por meio
do exterior e do
significativos, da pergunta e da
interior, ou seja,
sinais, referentes resposta
cruzar experiências
Olha, encontra,
Olha, vê, interroga
Como faz Olha e vê associa, reúne,
e busca
interioriza, vê e lê
A integração do
O exame da
novo que se vê
realidade
Reconhecer e do antigo que
representada,
os elementos é a experiência
O que importa por meio do
significativos, do já visto, fusão
questionamento da
sinais, referentes de horizontes,
busca dos porquês,
ampliação de
causas e motivos
conhecimento
Compreensão
Interpretação Aplicação
O que resulta VER-POR-
VER-E-PENSAR VER-PENSAR-LER
CONHECER
12
13. O primeiro momento corresponde- do conhecimento, pela apropriação
ria ao nosso nível de leitura literal, do discurso metalingüístico.
no qual o leitor deverá reconhecer “ALICE descobre o espelho”. Ciên-
os elementos da superfície do tex- cia Hoje das Crianças. Rio de Janeiro,
Bibliografia
to, tais como personagens, espaço, SBPC, ano 17, n. 147, jun. 2004.
tempo, dominando, evidentemente,
o código da língua portuguesa. Nos BERNADET, Jean-Claude. O Que É Ci- Sites
textos não verbais o leitor observará nema? São Paulo: Brasiliense, 1980. www.cineduc.gov.org.br
a presença de cores ou ausência de- CARVALHO, Nelly de. Publicidade – http://www.mnemocine.com.br
las, formas, texturas, ícones etc. A linguagem da sedução. São Paulo:
O segundo momento corresponde- Ática, 2001. Filmes
ria ao da interpretação, quando o lei- COELHO, Nely Novaes. Literatura In- A Dama de Vermelho (The Woman in
tor, pelo exercício da hermenêutica, fantil – Teoria, análise e didática. São Red). Direção: Gene Wilder. Origem:
dialoga com o texto. É o momento Paulo: Moderna, 2000. Estados Unidos. Duração: 87 minu-
em que se faz uma leitura mais apu- FORTUNA, Felipe. Visibilidade: Ensaio tos. Tipo: Longa-metragem (1984).
rada, tendo por base o horizonte sobre Imagens e Interferências. Rio de
de expectativa, da primeira leitura, Janeiro: Record, 2000.
correspondendo, para nós, ao nível MACHADO, Arlindo. A Arte do Ví-
da leitura contextualizada, no qual o deo. São Paulo: Brasiliense, 1988.
aluno deverá interpretar o texto. PAULINO, Graça. Tipos de Texto, Mo-
O terceiro momento é formado dos de Leitura. Belo Horizonte: For-
pelos dois precedentes, é o da re- mato Editorial, 2001.
cepção efetiva do texto, quando há Salto para o Futuro: Educação do Olhar
formação de julgamento estético e – Secretaria de Educação a Distância.
com ele a atualização do texto. Esse Brasília: Ministério da Educação e do
momento abarca dois níveis de leitu- Desporto, SEED, 1998, v. 2.
ra: o nível da leitura crítica, no qual
o aluno deverá apreender o discurso
Revistas
temático e ampliar o seu horizonte de
expectativa, dialogando com outros “Mulheres do Brasil”. Revista Cláudia,
textos, formadores de sua história n. 534, 2006.
de leituras e que abordem o mesmo Revista Veja, edição especial, ago.
tema, e o nível da metaleitura, no 2005.
qual o aluno deverá ter o domínio Época, edição 488, set. 2007.
13