O documento apresenta uma pesquisa sobre a produção de textos escritos colaborativos em inglês por estudantes brasileiros sobre o tema Arte. A pesquisa analisou as concepções dos alunos sobre Arte presentes nos textos e a organização textual mais recorrente. Os resultados indicaram que as concepções dos alunos enfatizam o lado emocional e social das artes, e que a produção colaborativa melhorou as habilidades linguísticas dos alunos.
1. Maísa Martins de Sá Fonseca: Ensino Médio Técnico em Edificações
David Simon Marques: Ensino Médio Técnico em Automação Industrial
Shirlene Bemfica de Oliveira: Doutora em Linguística Aplicada
Coordenadoria de Línguas Estrangeiras – IFMG Ouro Preto
GRUPO DE PESQUISA
EDUCAÇÃO, TRABALHO E SOCIEDADE
2. PESQUISA
► Esta pesquisa de sala de aula foi motivada pela
necessidade de compreender melhor a interlíngua de
aprendizes de inglês utilizando os recursos da Linguística
de Corpus, possibilitando a análise dos padrões
probabilísticos.
► O estudo se baseia em um corpus escrito de aprendizes do
ensino médio sobre a Arte na sociedade moderna e
apresenta as concepções dos alunos sobre Arte e os
padrões léxico-gramaticais dos textos.
► A investigação foi orientada pela análise do Conteúdo
(BARDIN, 1979) com ênfase no contexto, na temática, nas
linhas de concordância do nódulo Arte e os benefícios da
produção colaborativa.
3. ARTE
► No âmbito da História da Arte, ela é uma atividade
humana usada para expressar sentimentos, emoções e
cultura (COLI, 1981).
► O ensino da arte deve levar o aluno a construir,
experimentar, externalizar e refletir. É por meio da Arte que
os alunos, como seres culturais, constroem um sistema
simbólico da cultura e criam formas únicas de pensamento
(FREITAS, 2005).
►Os Parâmetros curriculares propõem que o professor
desenvolva atividades que consideram o aluno em sua
totalidade constituído de emoção, afetividade, cognição,
intuição e racionalidade.
4. ARTE em aulas de inglês
► Em salas de aula de língua inglesa, geralmente a temática da Arte é
tratada por meio de atividades que integram as habilidades de
compreensão e produção oral e escrita e nas tarefas, os alunos
geralmente aprendem as cores e as manifestações artísticas existentes.
► O que se propõe neste trabalho é ampliar para aspectos relacionados
à História da Arte, aos períodos, técnicas, estilos, elementos das obras
de Arte, ideias, linhas, texturas e teoria das cores.
►Além disso, discutir a Arte como forma de letramento crítico, para que
os alunos possam aprender a se posicionarem no mundo como pessoas,
para a construção de identidades culturais individuais ou sociais, como
meio de empoderamento sociocultural, mostrando a eles a importância
dos movimentos artísticos para dar ascensão a certos grupos sociais. E
para que essas discussões possam provocar neles mudanças sociais se
assim desejarem.
5. ESCRITA COLABORATIVA
► De acordo com Vygotsky (1978; 1987), o desenvolvimento
humano está naturalmente ligado com as atividades exercidas
em grupo de forma interativa.
► Collective “Scaffolding” (andaimes coletivos) em que os alunos
são co-autores e colaboram para a construção do conhecimento
(Vygotsky 1978; Storch, 2005).
►A colaboração durante a produção escrita, para Storch (2005),
significa que os aprendizes são coautores, devem juntar e
compartilhar das responsabilidades da produção do texto tais
como: defender suas próprias ideias nas discussões durante a
escrita, estarem atentos não só aos aspectos da precisão
gramatical (accuracy) e vocabulário, mas também os aspectos
discursivos.
6. Escrita Colaborativa (STORCH, 2005)
► Vantagens:
► Desvantagens:
- Mais interação
- Mais tempo para utilização da língua alvo;
- Promoção da autonomia;
- Auto direcionamento do aprendizado;
- Diminuição da ansiedade dos participantes ao interagir;
- Contribuição nas tomadas de decisões do processo de escrita
(escolha do conteúdo, a estrutura e a linguagem).
- Há alunos que focam no resultado e não interagem com seus parceiros e
assumem o trabalho individualmente.
- Isso acontece porque eles entendem a escrita como um processo
individual ou preparatório para uma atividade futura.
7. Metodologia
► A pesquisa foi desenvolvida em um Instituto Federal no Estado
de Minas Gerais, com 3 turmas de primeiro ano de língua inglesa
do ensino médio técnico integrado.
► As Produções de textos escritos foram feitas em duplas ou trios
com base em mapas conceituais individuais com a temática da
arte na sociedade.
► Análise do texto final foi feita com o auxílio dos software
Iramuteq e o AntConc.
8. ANÁLISE DE DADOS
► A análise a seguir é uma interpretação da qualidade dos
textos que levou em consideração o conteúdo e a
estrutura do texto
► Os 50 textos compilados tinham em média 147 palavras
► Os estudantes que trabalharam em pares gastam mais
tempo na produção, mas eles são menores, gramaticamente
mais precisos, linguisticamente mais complexos e com foco
mais claro (Storch, 2005).
9. CONCEPÇÕES SOBRE ARTE
► Todos os textos foram escritos em inglês com títulos criativos
The art of graffiti;
The world is art;
How art can change lives;
The importance of art for the development of human;
Art and social issues,
► A maioria dos textos foi organizada em parágrafos e apresentavam
os conhecimentos prévios dos mapas individuais e dos pontos
discutidos nas aulas de língua.
► A maior parte dos textos engloba a definição de arte, os tipos de
manifestações artísticas e a importância dela na sociedade.
10. ANÁLISE DO CONTEÚDO:
CONCEPÇÕES SOBRE ARTE
► A análise foi feita com o auxílio do AntConc, um
concordanciador que gera lista de palavras mais
frequentes, e linhas de concordância que mostram o
nódulo Arte dentro do contexto;
► Foi feita a compilação do pacote lexical Art is, pois
nesta parte do texto os alunos caracterizam e
identificam seu posicionamento em relação ao assunto;
► Os dados foram categorizados de acordo com a
concepção de Arte de Iavelberg (2003), um teórico da
linha de pesquisa da Arte enquanto conhecimento
científico.
11. Análise do conteúdo: concepções
sobre arte
► Com o auxílio do AntConc foi gerada uma
lista de frequência do pacote lexical Art is: As
linhas de concordância mostram padrão de
caracterização e padrão de identificação (BIBER at
al., 1999) . Os dados foram categorizados de acordo
com a concepção de Arte de Iavelberg (2003)
12. Concepções de arte: “Art is...”
Livre expressão
Criatividade
art is our life, because everything is kind of it…
Art is the manner that the artists find to express their
creativity…
art is everything that we can see or imagine like the …
Nowadays the art is used to improve the imagination…
História The world is art. The art is present in the world since ancient times
and has…
Since the beginning of mankind, the art is present in people’s lives…
Momento de
relaxamento
Expressão de
sentimentos
Art is a word that can express a lot of feelings…
art is everything that you can appreciate….
Art is everything that we can see, feel and touch …
Art is form of human being to express their emotions…
You feel good when visit one gallery of art. Art is very
important for us…
Art is a way to rest mind off the work…
Above all art is all bring happiness for the people…
Art is Life. Art is all than express emotion and define
culture…
13. Concepções de arte: “Art is...”
Fazer técnico Art is used for medical treatment too…
Art is technical aspect features: colors and geometrical
disposition and mixture various styles, like cubism, neo-pop cubism,
baroque, expressionism, impressionism, realism and minimalism…
Diversidade de
áreas artísticas
Art is music, drafts, pictures, sculptures and panels…
Art is music, sculpture, paintings, cinema, dance…
like Baroque and cubism. Anyway, art is present on our
lives..
dancer, actor, actress, singer, photographer, painter,
produce art, and that art is culture….
show, dance and music..
Art is: expositions, music, decoration, cinema, feeling,
Art is not only paintings, sculpture, but also music, sports,
dancing…
The religious art is a good form of art …
the sounds; light; colors…
15. CONCLUSÕES
► As concepções e crenças dos alunos sobre arte são voltadas
para o fazer artístico, ou seja, a arte baseada na
expressão dos sentimentos e no
desenvolvimento da criatividade, como forma de
relaxamento e entretenimento, como expressão
de sentimentos, como habilidade técnica e de
acordo com as diversas manifestações artísticas
existentes.
► A organização textual mais recorrente mostra a definição de
arte, os tipos de manifestações artísticas e a importância dela
para o ser humano na sociedade.
16. CONCLUSÕES
► As escolhas lexicais dos alunos demonstram valores
linguísticos, estéticos e simbólicos que enfatizam em sua
maioria o lado emocional, afetivo e social das artes como uma
área essencial para a humanidade.
► A interação nos pares para a produção colaborativa favoreceu
o desenvolvimento das habilidades gramaticais e de
vocabulário dos alunos.
► Limitações: A maioria dos alunos já estão acostumados à
produção escrita como uma atividade individual, alguns alunos
são tímidos e não se sentem à vontade para discutir a
construção textual.
► Além disso, alguns alunos mais proficientes centram a
atividade neles mesmos. Isso porque entendem que a escrita é
uma atividade individual.
17. ENCAMINHAMENTOS DA PESQUISA
2015/2016
► Gravação das interações em pares para a nálise das
tomas de decisão dos alunos; comparação das
mesmas duplas trabalhando individualmente e em
pares.
► Evidências de Collective Scaffolding.
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Art http://oxforddictionary.so8848.com/search1?word=art
BERBER SARDINHA, T. Padrões lexicais e colocações do português. 9º. InPLA, PUCSP, Brasil. 1999.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,
1997.
CAMARGO, B. V.; JUSTUS, A. M. : tutorial para uso do software de análise textual . Florianópolis, SC: 2013.
CAMARGO, B. V.; JUSTUS, A. M. : Um Software Gratuito para Análise de Dados Textuais. Temas em
Psicologia, 2013, Vol. 21, nº 2, 513-518.
DAIUTE, C. (1986). Do 1 and 1 make 2? Patterns of influence by collaborative authors. Written
Communication, 3(3), 382–408.
FERREIRA, Sueli (Org) O Ensino das Artes: Construindo Caminhos. Campinas: Papirus, 2001, 224p.
FREITAS, J. B. F. Arte é conhecimento, é construção, é expressão. In: Revista Digital Art&. Ano III, Número
03, Abril de 2005. Disponível em http://www.revista.art.br
IAVELBERG, R. Para gostar de aprender arte – sala de aula e formação de professores. Porto Alegre: Artmed,
2003.
RICHARDS, J. & RODGERS, T. Approaches and methods in language teaching. Cambridge: CUP, 1986.
SHEHADEH, A. Effects and student perceptions of collaborative writing in L2. Journal of Second Language
Writing 20 (2011) 286–305. Available online at www.sciencedirect.com
STORCH, N. Collaborative writing: Product, process, and students’ reflections. Journal of Second Language
Writing 14 (2005) 153–173. Available at: www.sciencedirect.com
SWAIN, M. (2010). Talking-it through: Languaging as a source of learning. In R. Batstone (Ed.),
Sociocognitive perspectives on language use/learning (pp. 112–130). Oxford: Oxford University Press.
WELLS, G., CHANG, G. M., & MAHER, A. (1990). Creating classroom communities of literate thinkers. In S.
Sharan (Ed.), Cooperative learning: Theory and research (pp. 95–122). New York: Praeger.
Outra possibilidade de apresentação das frequências é feita em forma de árvore.
Por exemplo, o tronco que liga a palavra grafite que foi a mais frequente. O fato de o tronco ser mais grosso significa que os alunos deste grupo relacionaram a arte mais em relação ao grafite e também aos substantivos rua, parede, manifestação, movimento, vandalismo e aos verbos escrever e recohecer.