O documento discute o pensamento pós-moderno e seus principais expoentes. Três viradas intelectuais são descritas: a virada linguística filosófica com Derrida questionando a realidade fora do texto, a virada narrativa na historiografia, e a virada historicista literária valorizando identidade e tradições. O documento também analisa os valores da cultura de massa pós-moderna e como pensadores como Foucault, Derrida e Rorty influenciaram o debate.
3. Racionalismo destruidor
Grandes
Guerras Metanarrativas
frustradas
Holocausto
eliminação da dor
pela ciência e
tecnologia
Desencanto
fim da religião
Guerra Fria mediante o
progresso e a
educação “morte “morte “morte
de Deus” do homem” da razão”
crise
fim da guerra
através da
(Nietzsche) (Foucault) (Storck)
energética prosperidade
dos anos 70
4. LIBERALISMO AUTOFÁGICO
Nietzesche Niilismo
•herói intelectual do nazismo •ciências sociais
•ícone dos tempos modernos •comunicação
•autor mais lido nas universidades •artes
•humanidades
O ceticismo e a descrença que o
iluminismo liberal direcionou contra a
religião tradicional voltam-se contra os
próprios fundamentos do liberalismo
5.
6. ESTOPIM: FRANÇOIS LYOTARD (1924-1998)
• Pertencia à geração de
pensadores como Michel
Foucault, Jacques Derrida,
Charles Deleuze, Georges
Dumézil, Roland Barthes e
Jean Baudrillard
• Foi membro ativo do grupo
Socialisme ou Barbarie,
mas acabou criticando
tanto o capitalismo quanto
a burocracia soviética
• Ironizou os discursos de
poder e os projetos da
modernidade
7. A OBRA: “LA CONDITION POSMODERNE” (1979)
• Síntese razoável das
tendências culturais
• Diagnóstico certeiro das
mudanças intelectuais
então em voga na Europa
• Consagrou o nome
pós-modernismo para a o
movimento geral
• Não se confunda com
“Condição pós-moderna”
(The Condition of
Postmodernity, 1989), do
geógrafo marxista britânico
David Harvey
8. CONTEÚDO: MODELOS EXPLICATIVOS FALHOS
Ao marxismo, ao estruturalismo e a outros ismos,
seguiram-se novas questões intelectuais que o próprio índice do livro já apontava:
legitimação do saber
prioridade da linguagem
nas ciências sociais
cultura acima da
economia
explicações holísticas
9.
10. “PÓS-MODERNISMO”
• Qualquer revisão crítica do
legado do racionalismo
ilustrado, comumente
etiquetado como
modernidade
• Posição a favor do
não, mais do que nova
proposta aos velhos
problemas
• Mal-estar das
minorias, insatisfação com
a uniformização e o
ordenamento
11. PENETRAÇÃO DA IDEIA
• Desde Paris, multinacional
da novidade intelectual,
infiltrou-se em todos os
âmbitos: arquitetura,
cinema, literatura,
jornalismo
• Gerou debates e polêmicas
• Tornou-se tema de
cientistas sociais que não
sabem em quê consistia
exatamente
12. O PÓS-MODERNISMO NA RUA
• Pós-modernidade é o
pós-modernismo dando a
cara
• Contrariando a profecia
derridana, as ideias
escaparam dos textos
acadêmicos para o
dia-a-dia das pessoas
13.
14. IMPERATIVOS PÓS-MODERNOS
A presença de A exposição da Arte-lixo vendida O espetáculo A aparência vale
personagens intimidade como a preço de ouro, e o ícone mais que a
desimportantes moeda corrente o banal tornado substituem realidade e o
nos meios de no reino do sacral monumentos e resultado mais
comunicação intranscendente silhares que o processo
15. VALORES E DESVALORES
• Valores do pós-guerra:
transparência, informação,
abertura; liberdade de
expressão e de escolha;
solidariedade; consenso
• Mas isso também gerou
a difusão midiática do
secularismo,
do hedonismo,
da infidelidade,
do transitório e do
episódico
16. NOVOS BÁRBAROS
• Bebe-se a cultura do
know-how
tecnológico, avanços
científicos, trivialidades
efêmeras e aforismos
politicamente corretos
• Falta sentido da vida
(know-how da alma)
• Perdeu-se a arte de
ler, pensar, conversar: só
existem os “hollow men”
de T.S. Eliot
17. DESEJOS MUDOS
• Famílias desestruturadas,
orfandade doméstica,
vizinhança sem rosto,
emigrantes sem-teto,
compras substituindo as
festas
• Fome de amizade,
intimidade, comunhão
• A miríade de escolhas
oculta sentimento de
rejeição
18. DE PAZES COM A ILUSÃO
• As pessoas não encontram
a verdade nem a sabem
procurar
• Existe satisfação com a
realidade fictícia
desenhada pelo abuso da
linguagem e pelas falsas
convicções
• A ausência de experiência
espiritual impede de
perceber tais anseios
19.
20. DA DECADÊNCIA À ALTERNATIVA
filha da
crise três viradas
(turns) geraram
discurso movimentos
radical Derrida Foucault mais
duradouros e
mera práticos nas
especulação ciências sociais
Decadência “Novos sofistas” Alternativas
21. VIRADA LINGUÍSTICA FILOSÓFICA
• Mais antiga, foi a causa
indireta das demais
• “Não há realidade fora do
texto” (Jacques Derrida)
• A linguística e a
antropologia tornaram-se
as estrelas do novo
panorama epistemológico
• É preciso conhecer os
mecanismos de criação e
uso da palavra para não
cair na sua rede invisível
22. VIRADA NARRATIVA
• Os historiadores se deram
conta de que seu linguajar
tornara-se hermético, sem
interesse público, abstrato,
mais feito de processos do
que de história, de
esquemas a priori do que
de interpretação de dados
• Daí a volta para o sujeito,
para as coisas, para a
cultura
23. VIRADA HISTORICISTA LITERÁRIA
• Busca de uma nova
concepção de mundo
• Os valores identitários,
as tradições adventícias,
a consciência das
vicissitudes históricas,
assumem um importante
papel acima da economia
e do monstro ordenador da
modernidade
24.
25. UMA REAÇÃO À FALTA DE CRIATIVIDADE
Cultura de Derrubada das fronteiras de classe
massa do Lógica depauperização de todo movimento elitista aplicado de forma sistêmica
entre-Guerras
O igualitarismo transformou os espectadores em protagonistas
Show do Sofrimento alheio
desagrado Affairs de esportistas desimportantes
Estupidez das beldades
Novas Responsabilidade a que não se pode mais renunciar
perspectivas A identidade só é resgatada quando se toma consciência de um mundo à deriva
Desafio de conduzir a contento os processos de integração social
26. COORDENADAS: IDENTIDADE E CONSCIÊNCIA
Resgate Estabelecimento Situação do indivíduo
da memória de relações na coletividade
Recomposição das Remoção de máscaras
notícias fragmentárias e holofotes
27.
28. Michel Foucault Jacques Derrida Richard Rorty
(1926-1984) (1930-2004) (1931-2007)
•Relativismo •Desconstrutivismo •Organizou a obra conjunta
•Resgatou elementos da •Descobriu os mecanismos A Virada Linguística,
psicologia culturais de criação de criando a moda dos volumes
•Loucura, corporalidade e poder significados recompilatórios
reconstruídos conforme os •Colheu contribuições de •Consagrou a expressão e
valores sociais Saussure, Heidegger e colocou a linguística no centro
Wittgenstein do debate contemporâneo
29. Meta-história (1973):
Bem acolhido entre os filósofos e críticos
literários, menos entre os historiadores
que se consideravam cientistas
Apresentou o texto histórico como
artefato literário e não como produto de
ciência experimental
Natalie Z. Davis (1928-)
•Reintroduziu a história das mulheres e
resgatou a linguagem narrativa como
alternativa à linguagem marxista,
quantitativista e estruturalista
Carlo Ginzburg (1939-)
•Introduziu a micro-história, centrada
no quotidiano de personagens
anônimos
Hayden White Simon Schama (1945-)
•Mitologia e memória coletiva
(1928-)
30. Tempo e narrativa, 3 vol. (1983-85):
Especulação sobre o relato tanto
como forma de transmissão quanto
como configurador da existência
Perquiriu as raízes da identidade e
como a linguagem configura a
memória
Hans-Georg Gadamer
(1900-2002)
• Mais brilhante discípulo de
Heidegger, aplicou seu
transcendentalismo e sua
ontologia às criações linguísticas
Paulo Ricœr
(1913-2005)
31. O processo civilizador (1936):
Obra só recebida nos anos 80,
influenciada por Weber, Marx e
o pintor britânico Lucien Freud
Demonstra o nascimento de
uma nova ideia de indivíduo e
de autoconsciência com seus
mecanismos de autocontrole
Norbert Elias
(1897-1990)
32.
33. TEMPO DE CRISE
• Crescente brecha entre
ricos e pobres
• Mas, para muitos
ocidentais, a vida pode ser
bastante boa
• O que se quiser ter,
pode-se conseguir
• Cultura publicitária
orientada deliberadamente
aos consumidores mais
jovens
34. TUDO É POSSÍVEL, NADA É CERTO
• A verdade já não se recebe
nem precisa ser provada,
pois “não existe nada
objetivo”
• Quase todas os gostos
pessoais podem ser
atendidos
• Aspiração generalizada
pelo agora, mais e melhor
• O individualismo ameaça a
coesão social: a família e a
comunidade
35. TEMPORADA PARA FUTUROLOGIA
• Cultura dominada pela
escolha, preferência
pessoal e imediatez
• A religião torna-se a la
carte e o futuro
apresenta-se enigmático
• A Igreja institucional pode
parecer antiquada para as
novas gerações
• O esoterismo aparenta
oferecer respostas
36. Necessitado
para
ajudar
Comunidade
para
pertencer
Deus
para
responder
37.
38. •patrulhamento
tolerância ideológico
relativismo x
•carência de
ódio
argumentação
organicidade •informalidade
fragmentação x •burocratização
instituição •impessoalidade
mentalidade •holismo
hebraica
massificação x •condenação do
grega dualismo
rede •compartilhamento
atomização x •mobilização
autoridade •democratismo
39. A identidade cristã enriquece o A escuta atenta supõe uma
diálogo, pois quanto mais cristão se linguagem não verbal que transmite
é, mais aberto está aos outros carinho a quem fala
A persuasão nasce da interiorização A firmeza de convicções é humilde
da doutrina, superando as quando disposta a aprender. A
controvérsias artificialmente segurança não causa rechaço
propostas pela opinião pública quando é sincera, não impositiva