2. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
Falando em leitura
• Quando e como começamos a ler?
• O recém nascido faz algum tipo de leitura
em relação a seu habitat?
• Somos capazes de ler textos verbais e
não-verbais?
• O que é ler para você?
3. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A leitura e suas infindas particulares
• (...) ninguém ensina ninguém a ler; o
aprendizado é, em última instância,
solitário, embora se desencadeie e se
desenvolva na convivência com os outros
e com o mundo. Exagero? Nem tanto? (p.
12);
• Diante do exposto, como aprendemos a
ler, então?
4. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
Ler e poder
• Segundo a psicanálise, tudo o que impressiona
a nossa mente fica armazenado e jamais é
esquecido;
• Esta concepção mostra a importância da
memória tanto para a vida como quanto para a
leitura;
• A leitura da palavra escrita, por sua vez,
transforma-se em um instrumento de poder, já
que precisa ser decifrada por pessoas aptas
para esta tarefa.
5. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
Ler e poder
• “Já os adultos tendem a uma postura mais
inibida diante do objeto livro. Isso porque
há, sem dúvida uma tradição de culto a
ele. Mesmo quando não tinha a forma
pela qual hoje os conhecemos, os livros
eram vistos como escritura sagrada,
portadora da verdade, enigmática ou
perigosa. E é inegável a seriedade que
uma biblioteca sugere.” (p. 44)
6. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
Ampliando a noção de leitura
• “De qualquer forma prevalece ‘a cultura do
silêncio’: ‘se o educador é o que sabe, se
os educandos são os que nada sabem,
cabe àqueles dar, entregar, levar,
transmitir o seu saber aos segundos” (p.
24).
7. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A leitura: duas formas de concebê-la
• (...) “como decodificação mecânica de
signos lingüísticos, por meio de
aprendizado estabelecido a partir de
condicionamento estímulo-resposta
(perspectiva behaviorista-skinneriana)”
(p.31);
8. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A leitura: duas formas de concebê-la
• (...) “como processo de compreensão
abrangente, cuja dinâmica envolve
componentes sensoriais, emocionais,
intelectuais, fisiológicos, neurológicos,
tanto quanto culturais, econômicos e
políticos (perspectiva cognitivo-
sociológica)” (p. 31)
9. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
O ato de ler e os sentidos, as emoções e a razão
• Os níveis de leitura: o sensorial, o
emocional e o racional.
10. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
O sensorial
• “A visão, o tato, a audição, o olfato e o
gosto podem ser apontados como os
referenciais mais elementares do ato de
ler” (p. 40);
• Como ler um livro a partir do aspecto
sensorial?
11. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
O sensorial
• “Antes de ser um texto escrito, o livro é
um objeto; tem forma, cor, textura,
volume, cheiro. Pode-se até ouvi-lo se
folhearmos suas páginas.” (p. 42)
12. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A emocional
• Este tipo de leitura diz respeito ao
envolvimento emocional do leitor com
texto lido, isto é, suas alegrias,
realizações, fantasias, medos, traumas e
outros;
13. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A emocional
• “Sob o ponto de vista da cultura letrada,
se a leitura sensorial parece menor,
superficial pela própria natureza, a leitura
emocional também tem seu teor de
inferioridade: ela lida com os sentimentos,
o que necessariamente implicaria falta de
objetividade, subjetivismo.” (p. 48)
14. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A racional
• Com um aparente tom de seriedade, este
tipo de leitura se caracteriza por ser
praticada com base no racional;
• “Relacioná-la com nossas experiências
sensoriais e emocionais diminui suas
significações, revela ignorância.” (p. 62)
15. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A racional
• “A leitura racional é certamente intelectual,
enquanto elaborada por nosso intelecto;
mas, se a enuncio assim, é para tornar
mais evidentes os aspectos positivos
contra os negativos do que em regra se
considera leitura intelectual.” (p. 65)
16. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A racional
• É necessário enfatizar na leitura racional seu
caráter eminentemente reflexivo e dialético;
• “Em síntese, a leitura racional acrescenta à
sensorial e à emocional o fato de estabelecer
uma ponte entre o leitor e o conhecimento, a
reflexão, a reordenação do mundo objetivo,
possibilitando-lhe, no ato de ler, atribuir
significado ao texto e questionar tanto a própria
individualidade como o universo das relações
sociais.” (p. 66)
17. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
Interação dos níveis de leitura
• No ato de ler, os níveis de leitura
(sensorial, emocional e racional) estão
inter-relacionados, mesmo que um ou
outro seja privilegiado;
• “Assim, como há tantas leituras quanto
são os leitores, há também uma nova
leitura a cada aproximação do leitor com
um mesmo texto, ainda quando mínimas
as suas variações.” (p. 79)
18. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
A releitura
• “A releitura traz muitos benefícios, oferece
subsídios consideráveis, principalmente a
nível racional. Pode apontar novas
direções de modo a esclarecer dúvidas,
evidenciar aspectos antes despercebidos
ou subentendidos, apurar a conseqüência
crítica acerca do texto, propiciar novos
elementos de comparação.” (p. 85)
19. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
Considerações (quase) finais
• O ato de ler não se resume
exclusivamente a decifrar a palavra
escrita, visto que se pode ler uma pessoa,
uma situação, um objeto, a natureza, um
animal, um ambiente, uma circunstância,
um filme, uma música, um acidente, uma
novela, um noticiário, um julgamento, uma
peça teatral, uma quadrilha, uma
confraternização, uma fofoca, dentre
outros.
20. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
Considerações (quase) finais
• “Uma das razões pelas quais às vezes nos
sentimos desanimados diante de um texto
considerado ‘difícil’ está no fato de supormos
ser em função de deficiência nossa, de
incapacidade para compreendê-lo. Isso em
geral é um equívoco. “Por que desistirmos de
uma leitura racional se temos interesse e
necessidade de realizá-la? Tampou adianta ficar
relendo mecanicamente; pelo contrário, é pior.”
(p. 85/86)
21. Comunicação e Expressão
Fabíola Nóbrega
Considerações (quase) finais
• “Para diminuir a tensão, amenizar as
dificuldades, importa muito não considerar
o texto como uma ameaça ou algo
inatingível. Melhor relaxar, não se
preocupar em decifrá-lo, em descobrir o
sentido, mas cercá-lo ao modo da gente,
pelo ângulo que mais atraia, mesmo
parecendo algo secundário do texto.” (p.
86)