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COMO A CULTURA POPULAR
ENTROU NA MODA BRASILEIRA
Moda e Artesanato
Samara Sousa
Conteúdo
Programado:
• A cultura popular como
Síntese da identidade
brasileira;
• O produto Artesanal
como bem de distinção;
• O artesanato associado ao
sustentável e ao comércio
justo.
Moda e Artesanato
Samara Sousa
Objetivos da aula
• Buscar compreender como o produto
artesanal tornou-se um bem distinto,
pertencente a uma classe de objetos
singulares no contexto contemporâneo e
como a moda o incorpora.
• Relatar o aumento da visibilidade das
práticas artesanais à medida que as
discussões da sustentabilidade se
destacaram nos contextos social e
econômico;
• Entender como as práticas sustentáveis
refletiram no campo de atuação do
designer e seus processos.
O caminho da moda
no Brasil
• Século XX – Adoção da moda de
Paris, Milão, Nova York e Londres.
• Não se tinha o “costureiro
feminino”.
• 1952 – Primeiro desfile de moda
Brasileira, no MASP, pioneiro em
questionar a ideia de criação de
uma moda compatível com o país.
• 1957 – Funda-se a ABIT
FENIT
• A primeira edição ocorreu em 1958.
• Primeira Feira Nacional de Indústria Têxtil,
no parque do Ibirapuera em São Paulo.
• Organizada por Caio de Alcântara Machado.
• Reuniram-se 97 expositores em 147
standes.
• Principais atrações: Pierre Cardin, Zoe
Fontana e Condessa Simoneta.
• O Brasileiro Dener Pamplona de Abreu
recebeu o prêmio “ Agulha de platina”,
reconhecido por seu talento como estilista.
O caminho da moda
no Brasil
• 1959 – Primeira edição da revista
Manequim.
• 1960 – Festival da Moda Brasileira,
promovido pela tecelagem Matarazzo
Boussac.
• 1962 – Dener Pamplona atribui ao
Festival de Moda o marco Inaugural da
moda Brasileira.
• 1959 e 1961 – Revista Jóia e a Revista
Claudia respectivamente.
• 1970 – A moda nacional tem destaque
pelas mãos de Zuzu Angel.
O caminho da moda
no Brasil
• 1981 – O empresário e estilista Tufi Duek criou a
marca Forum, a marca realizou um desfile na
estação Júlio Prestes, em São Pulo, chamado
Raízes Brasileiras.
• 1981 – Primeiro Phytoervas Fashion, organizado
por Paulo Borges e patrocinado pela empresário
Cristina Arcangeli.
• 1996 – Paulo Borges cria o Morumbi Fashion, em
sua décima edição, passa a ser chamado de São
Paulo Fashion Week.
• 2000 – ABIT em parceria com a Apex-Brasil cria
Texbrasil.
• 2003 – Criada a ABEST, entidade sem fins
lucrativos.
A cultura popular como
síntese da moda brasileira
• 1990 – iniciou-se a busca pela brasilidade.
• A temática do popular e do nacional
sempre esteve presente na história da
cultura brasileira.
• Em diferentes épocas, e sob diferentes
aspectos, a problemática da cultura
popular se vincula a identidade nacional.
• O popular e o histórico é o que se afere o
potencial, se reconhece a vocação e se
descobrem os valores mais autênticos de
uma nacionalidade.
Cultura popular e
identidade nacional
• O popular é constituído por processos
híbridos e complexos.
• O popular retrata saberes oriundos das
camadas menos favorecidas da
sociedade, atuando como modo de
resistência que se contrapões aos
padrões da classe dominante.
• A cultura é disposta por símbolos que
articulam significados.
• Tanto os homens como as sociedades se
definem por estilos, por seus modos de
fazer as coisas, ou seja pela cultura.
Cultura popular e
identidade nacional
• Identidade nacional é apresentada como reflexo
de uma nação e de sua cultura.
• Identidade nacional é o resultado da soma entre
cultura e conjunto de pensamentos.
• Identidade Nacional é produzida por meio da
redução das ambiguidades e desigualdades,
dando aparência de similaridade ao todo.
• Identidade nacional se refere a cultura nacional,
produz sentido sobre nação, sentidos com os
quais podemos nos identificar, construir
identidades.
• Seria ter um país, uma região, um estado, uma
cidade, um bairro, uma entidade em que tudo é
compartilhado pelos que habitam esse lugar.
O produto artesanal
como bem de distinção
• O artesanato é um bem cultural.
• Procedente do popular.
• Os artefatos existem no tempo e no
espaço e vão, portanto, perdendo
sentidos antigos e adquirindo novos à
medida que mudam o contexto.
• Alguns setores da burguesia e os artistas
interessados na cultura popular
incorporam nos circuitos das elites
mensagens das classes populares,
divulgando os artefatos produzidos.
O produto artesanal
como bem de distinção
• O artesanato é integrado como necessidade
própria do sistema capitalista e pode
colaborar para revitalização do consumo.
• Construção feita a partir da compreensão de
significados localizados, próprio dos
contextos culturais em que são produzidos.
• Os artefatos expressam ação e relação com
seus produtores.
• Não é possível compreender o artesanato
como bem de distinção dissociado do
contexto social de seus agentes produtores.
O desvio de uma rota
• A moda é um desvio de rota para
vendas de produtos artesanais.
• O produto artesanal ao circular e se
conectar com a moda, é deslocado de
seu contexto original e inserido em
outro contexto.
• Por meio desse desvio o produto
pode passar a ser mais especiais.
• Há transações envolvidas,
significados ganhados e perdidos
nesse processo de circulação de bens.
O artesanato associado ao
“sustentável” e ao “comércio
justo”
• O designer de moda passou a
valorizar atitudes mais ecológicas e
éticas em seus processos.
• O artesanato é inserido no contexto
da moda sustentável, por apresentar
um modo de produção não
convencional e mais equilibrado.
• Iniciou-se um questionamento sobre
as estruturas internas e os ciclos
presentes no sistema de moda.
Moda + artesanato = ?
• A moda busca individualidade;
• A moda busca conceito
• O sucesso numa coleção de
moda, muitas vezes depende de
um nicho;
• Os produtos oriundos de
técnicas artesanais dão ao
produto qualidade e
individualidade;
• O produto artesanal é avaliado
pelo mercado para além do seu
valor de uso;
• O Artesanato atrai um nicho de
consumidores saturados coma
padronização e a
despersonalização das
mercadorias.
Vantagens
• O Artesanato tornou-se uma resposta ética e
social ao consumo de Moda;
• Inclusão social de comunidades menos
favorecidas economicamente;
• Nova conceituação prática do Design e da Moda
no país;
• A aplicação dos conceitos “justiça” e “igualdade”;
• O Artesanato foi um propensão a se pensar em
novas possibilidades de sustentabilidade na Moda
e no Design.
• O artesanato combina questões politicas com
ação prática e pode funcionar como agente de
mudança da cultura material;
Desvantagens
• Cuidado com a apropriação ou
desapropriação cultural;
• Leva-se mais tempo que o convencional para
se produzir uma peça, o que torna o
artesanato uma atividade lenta;
• A produção pode ser mais cara;
• A produção inicial é feita em local e depois
ela é deslocada para lugares de menos custo;
• Há um conflito entre a estrutura econômica
e o potencial ético dos produtos artesanais.
• Pouco se fala dessas iniciativas fomentarem
a autonomia dos artesãos.
Moda + Artesanato
=?
• A interação entre Artesanato e o
sistema de moda requer uma relação
cuidadosa entre as características
inerentes do Artesanato e as
exigências usuais de mercado;
• Precisamos refletir sobre como as
comunidades de artesãos dialogam
com a moda e com o comércio.
• Pensar em como a tradição pode
persistir mesmo em um sistema tão
efêmero como o mercado de moda.
Casos de sucesso:
• Projeto “Moda e Artesanato”;
• Objetivo: Propiciar diálogo entre
artesãos brasileiros e um estilista de
renome, e contribuir para a
valorização e o desenvolvimento da
produção artesanal e do design no
país.
• Promovido pela A casa –Museu do
Objeto Brasileiro.
• Ano: 2000;
• Estilista: Walter Rodrigues;
Casos de
sucesso
• Projeto Designers e Artesãs: Extratos
da moda Brasileira;
• Desenvolvida pela indústria têxtil
Marlys, em seu trigésimo aniversário;
• Objetivo: Promover o setor de moda
no exterior;
• O projeto resultou em um livro e em
duas exposições: uma em SP e outra
em Lyon, na França.
Casos de sucesso
• Ronaldo Fraga apresenta coleção
em 2010 inspirada na obra “
Turista aprendiz” de Mário de
Andrade.
• Consiste em um registro de
impressões do autor modernista
acerca das viagens que realizou
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nos anos 20 na tentativa de extrair
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  • 1. COMO A CULTURA POPULAR ENTROU NA MODA BRASILEIRA Moda e Artesanato Samara Sousa
  • 2. Conteúdo Programado: • A cultura popular como Síntese da identidade brasileira; • O produto Artesanal como bem de distinção; • O artesanato associado ao sustentável e ao comércio justo. Moda e Artesanato Samara Sousa
  • 3. Objetivos da aula • Buscar compreender como o produto artesanal tornou-se um bem distinto, pertencente a uma classe de objetos singulares no contexto contemporâneo e como a moda o incorpora. • Relatar o aumento da visibilidade das práticas artesanais à medida que as discussões da sustentabilidade se destacaram nos contextos social e econômico; • Entender como as práticas sustentáveis refletiram no campo de atuação do designer e seus processos.
  • 4. O caminho da moda no Brasil • Século XX – Adoção da moda de Paris, Milão, Nova York e Londres. • Não se tinha o “costureiro feminino”. • 1952 – Primeiro desfile de moda Brasileira, no MASP, pioneiro em questionar a ideia de criação de uma moda compatível com o país. • 1957 – Funda-se a ABIT
  • 5. FENIT • A primeira edição ocorreu em 1958. • Primeira Feira Nacional de Indústria Têxtil, no parque do Ibirapuera em São Paulo. • Organizada por Caio de Alcântara Machado. • Reuniram-se 97 expositores em 147 standes. • Principais atrações: Pierre Cardin, Zoe Fontana e Condessa Simoneta. • O Brasileiro Dener Pamplona de Abreu recebeu o prêmio “ Agulha de platina”, reconhecido por seu talento como estilista.
  • 6. O caminho da moda no Brasil • 1959 – Primeira edição da revista Manequim. • 1960 – Festival da Moda Brasileira, promovido pela tecelagem Matarazzo Boussac. • 1962 – Dener Pamplona atribui ao Festival de Moda o marco Inaugural da moda Brasileira. • 1959 e 1961 – Revista Jóia e a Revista Claudia respectivamente. • 1970 – A moda nacional tem destaque pelas mãos de Zuzu Angel.
  • 7. O caminho da moda no Brasil • 1981 – O empresário e estilista Tufi Duek criou a marca Forum, a marca realizou um desfile na estação Júlio Prestes, em São Pulo, chamado Raízes Brasileiras. • 1981 – Primeiro Phytoervas Fashion, organizado por Paulo Borges e patrocinado pela empresário Cristina Arcangeli. • 1996 – Paulo Borges cria o Morumbi Fashion, em sua décima edição, passa a ser chamado de São Paulo Fashion Week. • 2000 – ABIT em parceria com a Apex-Brasil cria Texbrasil. • 2003 – Criada a ABEST, entidade sem fins lucrativos.
  • 8. A cultura popular como síntese da moda brasileira • 1990 – iniciou-se a busca pela brasilidade. • A temática do popular e do nacional sempre esteve presente na história da cultura brasileira. • Em diferentes épocas, e sob diferentes aspectos, a problemática da cultura popular se vincula a identidade nacional. • O popular e o histórico é o que se afere o potencial, se reconhece a vocação e se descobrem os valores mais autênticos de uma nacionalidade.
  • 9. Cultura popular e identidade nacional • O popular é constituído por processos híbridos e complexos. • O popular retrata saberes oriundos das camadas menos favorecidas da sociedade, atuando como modo de resistência que se contrapões aos padrões da classe dominante. • A cultura é disposta por símbolos que articulam significados. • Tanto os homens como as sociedades se definem por estilos, por seus modos de fazer as coisas, ou seja pela cultura.
  • 10. Cultura popular e identidade nacional • Identidade nacional é apresentada como reflexo de uma nação e de sua cultura. • Identidade nacional é o resultado da soma entre cultura e conjunto de pensamentos. • Identidade Nacional é produzida por meio da redução das ambiguidades e desigualdades, dando aparência de similaridade ao todo. • Identidade nacional se refere a cultura nacional, produz sentido sobre nação, sentidos com os quais podemos nos identificar, construir identidades. • Seria ter um país, uma região, um estado, uma cidade, um bairro, uma entidade em que tudo é compartilhado pelos que habitam esse lugar.
  • 11. O produto artesanal como bem de distinção • O artesanato é um bem cultural. • Procedente do popular. • Os artefatos existem no tempo e no espaço e vão, portanto, perdendo sentidos antigos e adquirindo novos à medida que mudam o contexto. • Alguns setores da burguesia e os artistas interessados na cultura popular incorporam nos circuitos das elites mensagens das classes populares, divulgando os artefatos produzidos.
  • 12. O produto artesanal como bem de distinção • O artesanato é integrado como necessidade própria do sistema capitalista e pode colaborar para revitalização do consumo. • Construção feita a partir da compreensão de significados localizados, próprio dos contextos culturais em que são produzidos. • Os artefatos expressam ação e relação com seus produtores. • Não é possível compreender o artesanato como bem de distinção dissociado do contexto social de seus agentes produtores.
  • 13. O desvio de uma rota • A moda é um desvio de rota para vendas de produtos artesanais. • O produto artesanal ao circular e se conectar com a moda, é deslocado de seu contexto original e inserido em outro contexto. • Por meio desse desvio o produto pode passar a ser mais especiais. • Há transações envolvidas, significados ganhados e perdidos nesse processo de circulação de bens.
  • 14. O artesanato associado ao “sustentável” e ao “comércio justo” • O designer de moda passou a valorizar atitudes mais ecológicas e éticas em seus processos. • O artesanato é inserido no contexto da moda sustentável, por apresentar um modo de produção não convencional e mais equilibrado. • Iniciou-se um questionamento sobre as estruturas internas e os ciclos presentes no sistema de moda.
  • 15. Moda + artesanato = ? • A moda busca individualidade; • A moda busca conceito • O sucesso numa coleção de moda, muitas vezes depende de um nicho; • Os produtos oriundos de técnicas artesanais dão ao produto qualidade e individualidade; • O produto artesanal é avaliado pelo mercado para além do seu valor de uso; • O Artesanato atrai um nicho de consumidores saturados coma padronização e a despersonalização das mercadorias.
  • 16. Vantagens • O Artesanato tornou-se uma resposta ética e social ao consumo de Moda; • Inclusão social de comunidades menos favorecidas economicamente; • Nova conceituação prática do Design e da Moda no país; • A aplicação dos conceitos “justiça” e “igualdade”; • O Artesanato foi um propensão a se pensar em novas possibilidades de sustentabilidade na Moda e no Design. • O artesanato combina questões politicas com ação prática e pode funcionar como agente de mudança da cultura material;
  • 17. Desvantagens • Cuidado com a apropriação ou desapropriação cultural; • Leva-se mais tempo que o convencional para se produzir uma peça, o que torna o artesanato uma atividade lenta; • A produção pode ser mais cara; • A produção inicial é feita em local e depois ela é deslocada para lugares de menos custo; • Há um conflito entre a estrutura econômica e o potencial ético dos produtos artesanais. • Pouco se fala dessas iniciativas fomentarem a autonomia dos artesãos.
  • 18. Moda + Artesanato =? • A interação entre Artesanato e o sistema de moda requer uma relação cuidadosa entre as características inerentes do Artesanato e as exigências usuais de mercado; • Precisamos refletir sobre como as comunidades de artesãos dialogam com a moda e com o comércio. • Pensar em como a tradição pode persistir mesmo em um sistema tão efêmero como o mercado de moda.
  • 19. Casos de sucesso: • Projeto “Moda e Artesanato”; • Objetivo: Propiciar diálogo entre artesãos brasileiros e um estilista de renome, e contribuir para a valorização e o desenvolvimento da produção artesanal e do design no país. • Promovido pela A casa –Museu do Objeto Brasileiro. • Ano: 2000; • Estilista: Walter Rodrigues;
  • 20. Casos de sucesso • Projeto Designers e Artesãs: Extratos da moda Brasileira; • Desenvolvida pela indústria têxtil Marlys, em seu trigésimo aniversário; • Objetivo: Promover o setor de moda no exterior; • O projeto resultou em um livro e em duas exposições: uma em SP e outra em Lyon, na França.
  • 21. Casos de sucesso • Ronaldo Fraga apresenta coleção em 2010 inspirada na obra “ Turista aprendiz” de Mário de Andrade. • Consiste em um registro de impressões do autor modernista acerca das viagens que realizou pelas regiões Norte e Nordeste nos anos 20 na tentativa de extrair raízes ou origens do que era genuinamente Brasileiro.