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PERSONAGENS
INSPIRADORES
Design e a cidade
Módulo III: A cidade é o local
Conteúdo Programado
◦ Gambiarra;
◦ O pintor de letras;
◦ Vendedores ambulantes.
Objetivos:
◦ Conhecer os personagens inspiradores que fazem parte da construção da
cidade;
◦ Compreender o desenvolvimento das cidades por meio desses personagens.
GAMBIARRA
01
Ideias sobre gambiarra
◦ Gambiarra seria uma “extensão de luz”.
◦ A origem etimológica de gambiarra é descrita como duvidosa ou mesmo
obscura, mas acredita-se que se relacione à palavra gâmbia, uma derivação
do latim camba ou gamba (perna).
◦ gambeta - procedimento manhoso, astucioso, pouco decente.
◦ gambiarra é definida como uma “relação extraconjugal
Gambiarra também é entendida como uma ligação fraudulenta de energia
Ideias sobre gambiarra
◦ Gambiarra tem recebido interpretações que o configuram como uma atitude
de improvisação, criatividade, solução alternativa, conserto improvisado.
Ideias sobre gambiarra
◦ Comunidade: Gambiarra (Criada em 10/09/04 -122 membros) - “Soluções criativas não
ortodoxas para problemas corriqueiros. Se você é daqueles que também acha que fita
crepe é uma solução aceitável para a maioria dos problemas. Se você também acha que
uma escada pode ser perfeitamente
substituída por uma corda. Se você já tinha o seu carro sendo movido a gás de cozinha
bem antes do governo liberar o gás natural. Então junte-se a esta comunidade e vamos
compartilhar a criatividade.”
◦ Comunidade: Sou brasileiro, faço gambiarra (Criada em 02/05/05 - 1306 m.) - “Essa é a
comunidade de todos nós brasileiros que não podemos viver sem uma gambiarra do dia!
Tanto na internet ou no seu dia a dia. Quem nunca fez gambiarra que atire a primeira
pedra, se até rico faz, só que claro, muito mais chique as gambiarras deles, mas faz! Porque
ele é brasileiro e faz gambiarra!!! Seja você também, mais um brasileiro e que tem orgulho
de suas gambiarras!”
22/04/2021
“Série Gambiarra”: fotografias de Cão
Guimarães
“Gambiarra – The New Art from Brazil”
Gambiarra na arte
Gambiarra na moda
Gambiarra
◦ Idéias de adaptação, adequação, ajuste, conserto, reparo, remendo, encaixe, emenda,
gato, improvisação, jeitinho, maquinação, artimanha, traquitana, trucagem,
transmutação, técnica, bricolagem.
◦ Atitude inventiva, inteligente, criativa; uma solução alternativa, imediata, não
convencional, não-prevista; um recurso ecológico; uma prática heteróclita, insólita,
incomum; uma arte vernacular, autóctone, uma “tecnologia” popular brasileira.
◦ Vista como um meio de “tirar vantagem”, um hábito irregular, ilícito, desonesto, marginal,
ilegal, fraudulento: a dita malandragem.
◦ Pode refletir idéias como feio, desleixado, precário, rústico, grosseiro, tosco, “feito napressa,
de qualquer jeito”, incômodo, efêmero, paliativo, volátil, informal, popular, paralelo,
inadequado, imperfeito, inacabado
22/04/2021
Gambiarra no Design
◦ Artefatos improvisados e propõe reflexões e questionamentos que se dão nas
esferas cultural, sócioeconômica e ambiental. Nossa análise começa na
compreensão dos tipos de intervenção que levam os objetos a se configurem
desta maneira.
Gambiarra no Design
Tipos de intervenção
◦ Uso incomum sem mudança de função ou forma – Neste caso o artefato
simplesmente permanece sem qualquer interferência física, mudando
apenas o seu significado. Esse tipo de uso costuma agregar um valor especial
a um artefato aparentemente banal.
Tipos de intervenção
◦ Simples mudança de função sem alterar forma – Exemplo semelhante ao anterior,
embora o artefato seja utilizado em uma função que não condiz com o objetivo
para qual foi fabricado.
Tipos de intervenção
◦ Inclusão/exclusão de peças ou componentes, mantendo a mesma função – Este é
o exemplo de gambiarra mais tradicional. São intervenções que muitas vezes
proporcionam sobrevida a um artefato.
Tipos de intervenção
◦ Mudança da forma para mudar a função – Este item está bastante relacionado
à criatividade. Aproveitam-se as características de um determinado artefato, e
com alguns furos, recortes ou deformações, muda-se a função dele para
atender uma nova necessidade.
Tipos de intervenção
◦ Inclusão/exclusão de partes, peças ou componentes para mudar a função –
Diferentemente do item anterior, neste caso, são incluídas algumas peças
que não pertenciam ao artefato original para proporcionar outra função.
Tipos de intervenção
◦ Composição de um novo artefato a partir do aproveitamento de outros – Através
da mistura, junção, combinação, tem-se um novo artefato, o qual muitas vezes
não possui qualquer relação de significado ou função com os artefatos
aproveitados. É um procedimento muito comum para novos inventos.
O PINTOR DE LETRAS
Módulo III : A cidade é o local
02
Os letristas
◦ A tipografia pode ser utilizada para manipular comportamentos e emoções.
◦ Atividade relacionada a comunicação visual.
◦ É uma atividade voltada para confecção de peças de comunicação gráfica
através de técnicas manuais.
O letrista
◦ É aquele profissional especializado no desenho de letras, ou ainda, aquele
que pinta letras em faixada de lojas.
◦ Século XIX – Década de 1980.
◦ 1960 as letras manuais já disputavam espaços com a impressão, mas ainda
havia um reconhecimento pelo letramento manual.
◦ Atualmente, o trabalho de letrista está a margem da sociedade.
Campos de atuação
◦ Não se restringia apenas ao comercio popular.
◦ O trabalho desses profissionais eram muito requisitados.
Campos de atuação
◦ O computador e a impressora não costuma ser utilizado pelo letrista em
nenhuma etapa de produção de letreiros.
◦ O letrista tem maior liberdade de criação, não está restrito à padrões de
letras predeterminados e seus desenhos carregam seu traço pessoal.
◦ O avanço de tecnologias de impressão e reprodução de letras, influencia na
atuação desses profissionais, porém , os mesmos continuam executando seus
trabalhos manualmente.
22/04/2021
Campos de atuação
◦ Faixa, vitrine de lojas, cartazes e murais
Tipos de letristas
◦ Letrista publicitário – produz faixas de tecidos, placas para sinalização e
painel placas. No passado pintava vários desenhos e pinturas realistas.
Campos de atuação
◦ Pintor cartazista – Faz parte da “velha guarda”, faz cartazes de anúncios
comerciais.
Campos de atuação
◦ Letrista das vitrines
Campo de atuação
◦ Letrista das ruas
Campo de atuação
◦ Letrista das ruas
Campo de atuação
◦ Letrista das ruas
VENDEDORES
AMBULANTES
Módulo III : A cidade é o local
02
Sujeitos sociais da Economia Informal
◦ São pessoas que foram excluídas do mercado de trabalho formal e que
buscam alternativas de sobrevivência, em grande parte criando artefatos
que possibilitem a comercialização de produtos.
◦ A necessidade leva à inventividade.
◦ Surge no Brasil juntamente com sua história.
Vendedores ambulantes no Brasil
colonizado
◦ Escravos de ganho.
◦ A venda de qualquer coisa de porta em porta era uma atividade constante dos
escravos de todas as idades e ambos os sexos.
◦ Em 1763, com a transferência da capital do Estado do Brasil para o Rio de
Janeiro, a cidade se transforma no centro articulador de toda a região centro-sul
da colônia.
◦ Para chamar a atenção da clientela e anunciar a mercadoria, os escravos,
vendedores ambulantes,, utilizavam instrumentos musicais como o berimbau-
de-barriga, trazido para o Brasil pelos escravos africanos (bantos).
22/04/2021
Vendedores ambulantes no Brasil
colonizado
◦ O escravo de ganho era considerado uma ferramenta para dar lucro ao seu
senhor, e, em muitos casos, sustentava a residência de seus proprietários.
◦ o escravo de ganho começa a suprir a demanda por diversos serviços.
Escravos de ganho, Salvador, 1850 Vendedora ambulante, dias atuais
22/04/2021
Escravos de ganho, RJ, 1866 Vendedor ambulante, dias atuais
Vendedores ambulantes na cidade
◦ A presença marcante dos ambulantes no cenário das grandes metrópoles
imprime um caráter popular à cultura urbana.
◦ Os vendedores ambulantes são imprescindíveis para a valorização simbólica
da cidade, e para toda a representação urbana, destacando-se como
difusores de tradições culturais e como “sujeitos sociais”, pois são agentes de
transformação e construção da cidade.
Os trabalhos informais
◦ Mesmo com baixos níveis de renda, as condições de trabalho por conta
correspondem à aspiração de muitos trabalhadores que querem se libertar de
chefes, ou desejam fugir de horários rígidos.
◦ Alguns trabalhadores que foram assalariados, após serem demitidos e terem
recebido os direitos trabalhistas, empregam o dinheiro na compra de
mercadorias e aparatos como carrinhos, bancas expositoras, entre outros,
ingressando no mercado informal.
◦ o Setor Informal não se atém apenas à produção de mercadorias e serviços de
má qualidade, e não visa atender somente mercadorias de baixa renda, e nem
tampouco a utilização de técnicas tradicionais ou precárias.
Perfil do vendedor ambulante
◦ Os vendedores ambulantes são encontrados em todo o país atuando na
venda de mercadorias, desde as mercadorias de origem artesanal até as de
origem industrial.
◦ Em São Paulo, os vendedores ambulantes são, em grande parte, migrantes
de várias regiões do Brasil, principalmente do nordeste, que vieram em busca
de um trabalho formal e encontraram no comércio ambulante uma forma de
sustento e sobrevivência.
◦ Muitos já tiveram outras ocupações com carteira assinada em fábricas e
construções, e encontrando-se desempregados.
Personagens que constroem a cidade

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Personagens que constroem a cidade

  • 1. PERSONAGENS INSPIRADORES Design e a cidade Módulo III: A cidade é o local
  • 2. Conteúdo Programado ◦ Gambiarra; ◦ O pintor de letras; ◦ Vendedores ambulantes.
  • 3. Objetivos: ◦ Conhecer os personagens inspiradores que fazem parte da construção da cidade; ◦ Compreender o desenvolvimento das cidades por meio desses personagens.
  • 5. Ideias sobre gambiarra ◦ Gambiarra seria uma “extensão de luz”. ◦ A origem etimológica de gambiarra é descrita como duvidosa ou mesmo obscura, mas acredita-se que se relacione à palavra gâmbia, uma derivação do latim camba ou gamba (perna). ◦ gambeta - procedimento manhoso, astucioso, pouco decente. ◦ gambiarra é definida como uma “relação extraconjugal Gambiarra também é entendida como uma ligação fraudulenta de energia
  • 6. Ideias sobre gambiarra ◦ Gambiarra tem recebido interpretações que o configuram como uma atitude de improvisação, criatividade, solução alternativa, conserto improvisado.
  • 7. Ideias sobre gambiarra ◦ Comunidade: Gambiarra (Criada em 10/09/04 -122 membros) - “Soluções criativas não ortodoxas para problemas corriqueiros. Se você é daqueles que também acha que fita crepe é uma solução aceitável para a maioria dos problemas. Se você também acha que uma escada pode ser perfeitamente substituída por uma corda. Se você já tinha o seu carro sendo movido a gás de cozinha bem antes do governo liberar o gás natural. Então junte-se a esta comunidade e vamos compartilhar a criatividade.” ◦ Comunidade: Sou brasileiro, faço gambiarra (Criada em 02/05/05 - 1306 m.) - “Essa é a comunidade de todos nós brasileiros que não podemos viver sem uma gambiarra do dia! Tanto na internet ou no seu dia a dia. Quem nunca fez gambiarra que atire a primeira pedra, se até rico faz, só que claro, muito mais chique as gambiarras deles, mas faz! Porque ele é brasileiro e faz gambiarra!!! Seja você também, mais um brasileiro e que tem orgulho de suas gambiarras!” 22/04/2021
  • 9. “Gambiarra – The New Art from Brazil”
  • 12. Gambiarra ◦ Idéias de adaptação, adequação, ajuste, conserto, reparo, remendo, encaixe, emenda, gato, improvisação, jeitinho, maquinação, artimanha, traquitana, trucagem, transmutação, técnica, bricolagem. ◦ Atitude inventiva, inteligente, criativa; uma solução alternativa, imediata, não convencional, não-prevista; um recurso ecológico; uma prática heteróclita, insólita, incomum; uma arte vernacular, autóctone, uma “tecnologia” popular brasileira. ◦ Vista como um meio de “tirar vantagem”, um hábito irregular, ilícito, desonesto, marginal, ilegal, fraudulento: a dita malandragem. ◦ Pode refletir idéias como feio, desleixado, precário, rústico, grosseiro, tosco, “feito napressa, de qualquer jeito”, incômodo, efêmero, paliativo, volátil, informal, popular, paralelo, inadequado, imperfeito, inacabado 22/04/2021
  • 13. Gambiarra no Design ◦ Artefatos improvisados e propõe reflexões e questionamentos que se dão nas esferas cultural, sócioeconômica e ambiental. Nossa análise começa na compreensão dos tipos de intervenção que levam os objetos a se configurem desta maneira. Gambiarra no Design
  • 14. Tipos de intervenção ◦ Uso incomum sem mudança de função ou forma – Neste caso o artefato simplesmente permanece sem qualquer interferência física, mudando apenas o seu significado. Esse tipo de uso costuma agregar um valor especial a um artefato aparentemente banal.
  • 15. Tipos de intervenção ◦ Simples mudança de função sem alterar forma – Exemplo semelhante ao anterior, embora o artefato seja utilizado em uma função que não condiz com o objetivo para qual foi fabricado.
  • 16. Tipos de intervenção ◦ Inclusão/exclusão de peças ou componentes, mantendo a mesma função – Este é o exemplo de gambiarra mais tradicional. São intervenções que muitas vezes proporcionam sobrevida a um artefato.
  • 17. Tipos de intervenção ◦ Mudança da forma para mudar a função – Este item está bastante relacionado à criatividade. Aproveitam-se as características de um determinado artefato, e com alguns furos, recortes ou deformações, muda-se a função dele para atender uma nova necessidade.
  • 18. Tipos de intervenção ◦ Inclusão/exclusão de partes, peças ou componentes para mudar a função – Diferentemente do item anterior, neste caso, são incluídas algumas peças que não pertenciam ao artefato original para proporcionar outra função.
  • 19. Tipos de intervenção ◦ Composição de um novo artefato a partir do aproveitamento de outros – Através da mistura, junção, combinação, tem-se um novo artefato, o qual muitas vezes não possui qualquer relação de significado ou função com os artefatos aproveitados. É um procedimento muito comum para novos inventos.
  • 20. O PINTOR DE LETRAS Módulo III : A cidade é o local 02
  • 21. Os letristas ◦ A tipografia pode ser utilizada para manipular comportamentos e emoções. ◦ Atividade relacionada a comunicação visual. ◦ É uma atividade voltada para confecção de peças de comunicação gráfica através de técnicas manuais.
  • 22. O letrista ◦ É aquele profissional especializado no desenho de letras, ou ainda, aquele que pinta letras em faixada de lojas. ◦ Século XIX – Década de 1980. ◦ 1960 as letras manuais já disputavam espaços com a impressão, mas ainda havia um reconhecimento pelo letramento manual. ◦ Atualmente, o trabalho de letrista está a margem da sociedade.
  • 23. Campos de atuação ◦ Não se restringia apenas ao comercio popular. ◦ O trabalho desses profissionais eram muito requisitados.
  • 24. Campos de atuação ◦ O computador e a impressora não costuma ser utilizado pelo letrista em nenhuma etapa de produção de letreiros. ◦ O letrista tem maior liberdade de criação, não está restrito à padrões de letras predeterminados e seus desenhos carregam seu traço pessoal. ◦ O avanço de tecnologias de impressão e reprodução de letras, influencia na atuação desses profissionais, porém , os mesmos continuam executando seus trabalhos manualmente. 22/04/2021
  • 25. Campos de atuação ◦ Faixa, vitrine de lojas, cartazes e murais
  • 26. Tipos de letristas ◦ Letrista publicitário – produz faixas de tecidos, placas para sinalização e painel placas. No passado pintava vários desenhos e pinturas realistas.
  • 27. Campos de atuação ◦ Pintor cartazista – Faz parte da “velha guarda”, faz cartazes de anúncios comerciais.
  • 28. Campos de atuação ◦ Letrista das vitrines
  • 29. Campo de atuação ◦ Letrista das ruas
  • 30. Campo de atuação ◦ Letrista das ruas
  • 31. Campo de atuação ◦ Letrista das ruas
  • 32. VENDEDORES AMBULANTES Módulo III : A cidade é o local 02
  • 33. Sujeitos sociais da Economia Informal ◦ São pessoas que foram excluídas do mercado de trabalho formal e que buscam alternativas de sobrevivência, em grande parte criando artefatos que possibilitem a comercialização de produtos. ◦ A necessidade leva à inventividade. ◦ Surge no Brasil juntamente com sua história.
  • 34. Vendedores ambulantes no Brasil colonizado ◦ Escravos de ganho. ◦ A venda de qualquer coisa de porta em porta era uma atividade constante dos escravos de todas as idades e ambos os sexos. ◦ Em 1763, com a transferência da capital do Estado do Brasil para o Rio de Janeiro, a cidade se transforma no centro articulador de toda a região centro-sul da colônia. ◦ Para chamar a atenção da clientela e anunciar a mercadoria, os escravos, vendedores ambulantes,, utilizavam instrumentos musicais como o berimbau- de-barriga, trazido para o Brasil pelos escravos africanos (bantos). 22/04/2021
  • 35. Vendedores ambulantes no Brasil colonizado ◦ O escravo de ganho era considerado uma ferramenta para dar lucro ao seu senhor, e, em muitos casos, sustentava a residência de seus proprietários. ◦ o escravo de ganho começa a suprir a demanda por diversos serviços.
  • 36. Escravos de ganho, Salvador, 1850 Vendedora ambulante, dias atuais 22/04/2021
  • 37. Escravos de ganho, RJ, 1866 Vendedor ambulante, dias atuais
  • 38. Vendedores ambulantes na cidade ◦ A presença marcante dos ambulantes no cenário das grandes metrópoles imprime um caráter popular à cultura urbana. ◦ Os vendedores ambulantes são imprescindíveis para a valorização simbólica da cidade, e para toda a representação urbana, destacando-se como difusores de tradições culturais e como “sujeitos sociais”, pois são agentes de transformação e construção da cidade.
  • 39. Os trabalhos informais ◦ Mesmo com baixos níveis de renda, as condições de trabalho por conta correspondem à aspiração de muitos trabalhadores que querem se libertar de chefes, ou desejam fugir de horários rígidos. ◦ Alguns trabalhadores que foram assalariados, após serem demitidos e terem recebido os direitos trabalhistas, empregam o dinheiro na compra de mercadorias e aparatos como carrinhos, bancas expositoras, entre outros, ingressando no mercado informal. ◦ o Setor Informal não se atém apenas à produção de mercadorias e serviços de má qualidade, e não visa atender somente mercadorias de baixa renda, e nem tampouco a utilização de técnicas tradicionais ou precárias.
  • 40. Perfil do vendedor ambulante ◦ Os vendedores ambulantes são encontrados em todo o país atuando na venda de mercadorias, desde as mercadorias de origem artesanal até as de origem industrial. ◦ Em São Paulo, os vendedores ambulantes são, em grande parte, migrantes de várias regiões do Brasil, principalmente do nordeste, que vieram em busca de um trabalho formal e encontraram no comércio ambulante uma forma de sustento e sobrevivência. ◦ Muitos já tiveram outras ocupações com carteira assinada em fábricas e construções, e encontrando-se desempregados.