SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 22
MÓDULO II: O Design na Cidade
DES0046 – DESIGN E A CIDADE
PROFESSORA SAMARA SOUSA
Conteúdo Programado:
 Design, democracia e outras metodologias;
 Definindo o popular, o vernacular e o regional; Integrando o Design Formal ao
vernacular; Cidade, Cultura e Linguagem.
 Design Biofilico
Design e democracia
Módulo II: Design e a Cidade
AULA IV
Conteúdo Programado
 O design na mídia;
 Democracia;
 Humanismo projetual;
 Industrialização;
 O papel do designer;
 Identidade;
 Outras metodologias: Design participativo, Co-design.
Objetivos:
 Refletir sobre o papel do design na democracia;
 Compreender o que é humanismo projetual;
 Discutir sobre o papel do design na politica;
 Conhecer metodologias do design que podem colaborar na construção
de uma cidade melhor.
O Design na mídia
 Design na opinião publica se identifica como envoltórios: a carcaça de
um computador; o corpo de uma lapiseira, a armação de par de
óculos;
 Distanciamento da ideia solução inteligente de problemas;
 Aproximou-se do efêmero, da moda, do obsoletismo rápido;
 Associado a objetos caros, poucos práticos, divertidos, com formas
rebuscadas e gamas cromáticas chamativas;
 Transformou-se em Evento midiático, em espetáculo.
Boa forma = Fins sociopedagógicos
X
Life Style = fins comerciais
A democracia
 Democracia = Equidade
 Democracia surgiu e, Atenas, Grécia;
 Demo = Povo + Krátia = poder
 Objetivo: era acabar com os privilégios aristocráticos e ampliar os
direitos dos cidadãos comuns.
 Crise democrática
• Separação entre governantes e governados: as decisões não são tomadas pela maioria,
mas por uma minoria;
• Formação de uma elite política: trata-se dos políticos profissionais que, pela
especialização, se afastam dos eleitores aos quais estão submetidos;
• A ruptura do vínculo entre a vontade dos representados e a vontade dos
representantes: origem das diferenças sociais e funcionais.
Tudo em nome da democracia
 Invasões colonialista;
 Matanças e bombardeio;
 Genocidios;
 Limpeza étnica;
 Torturas e quebras das leis de convivência internacional, quase
impunemente.
Como recuperar um conceito de democracia não dominada
pela economia e dar-lhe credibilidade?
O humanismo projetual
 Humanismo é o exercício de nossas competências da linguagem para
compreender, reinterpretar e lidar com os produtos da linguagem na
história, em outras línguas e em outras tradições históricas.
 Humanismo projetual é o exercício das capacidades projetuais para
interpretar as necessidades de grupos sociais e elaborar propostas
viáveis, emancipatórias, em forma de artefatos instrumentais e
artefatos semióticos.
Humanismo é emancipatório porque implica a redução da
dominação e, no caso design, atenção também aos
excluídos, aos discriminados.
Industrialização
 Manipulação + design = Produção de aparência;
 Provocar predisposição positiva ou negativa;
 Tecnologia e industrialização;
 Incrementar exportações e gerar economias
A industrialização é um meio indispensável para
democratizar o consumo e permitir um amplo setor da
população o acesso ao universo de produtos técnicos para
melhorar a vida cotidiana sem seu diferentes domínios.
Os designers
 Criam produtos portadores de valores e significado;
 Conciliam o material e o simbólico;
 Projetar significa conviver com paradoxos e contradições.
A busca do equilíbrio entre os aspectos técnicos dos objetos
e de seus aspectos semânticos é o núcleo central do trabalho
do designer, sem privilegiar um lado ou outro.
Identidade
 Identidade é o conjunto de características próprias e exclusivas com os
quais se podem diferenciar pessoas, animais, plantas e objetos inanimados
uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, quer ante seus
semelhantes.
 Identidade no design: Reservatório de formas; Combinações cromáticas;
Estilo; Inconfundibilidade; Materiais de elaboração; Artesanato
 Identidade na prática cotidiana: Fascinação pelo estrangeiro; Defesa
contra o estrangeiro; Resistência contra estrangeirização; Dialética entre o
próprio e o outro
 Identidade na economia: Identidade corporativa; Branding; Mercado das
identidades; Logomarcas; Capital simbólico; Globalização; Colonização e
pós- colonização;
Politica e identidade
 Dominação e Submissão;
 Antinomias e assimetrias;
 Autonomia e heteronomia
 Colonialismo e pós colonialismo;
 Globalização e contraglobalização;
 Padrões universais e
particularidades locais;
 Diferenças e coisas em comum;
 Conflitos entre centros e periferias;
 Exclusão e Inclusão
Multiculturalismo
Argumentos contra o conceito da identidade
 A identidade é uma corrente continua;
 Existe soluções locais para problemas criados globalmente?
 Existe características culturais permanentes?
A identidade não pode ser aceita como algo terminado, nem
definitivo, ao contrário, é uma possibilidade sempre aberta.
Perspectiva do artesanato na identidade
 Uso de recursos locais em relação ao design e criação de identidade
pode ser visto em países periféricos.
 Valorização do que é feito a mão;
 Características próprias da região.
Artesanato e Design na construção identitária
local
 Enfoque conservador: Busca proteger o artesão contra qualquer
influência vinda de fora.
 Enfoque estetizante: Considera os artesãos representantes da cultura
popular e eleva seus trabalhos ao status de arte, utilizando o termo
“arte popular” em referência a “ arte erudita”;
 Enfoque produtivista: Considera os artesãos como mão de obra
qualificada e barata, utilizando suas capacidades para produzir
objetos assinados pelos designers e artistas.
 Enfoque culturalista e essencialista; Considera os projetos locais dos
artesãos como base ou ponto de partida para o verdadeiro design
 Enfoque paternalista: Considera os artesãos como clientela politica
de programas assistencialista e exerce uma função mediadora entre a
produção e a comercialização.
Design participativo
 Surgiu na Escandinávia, no final dos anos 1960 e início dos 1970;
 Objetivo: democratizar o processo de desenvolvimento de sistemas e
produtos.
 O usuário não apenas consome produtos, mas atua como um co-projetista,
tendo um papel de alto envolvimento no processo para melhorar a
qualidade e evitar a criação de funcionalidades sem necessidade, melhorar
a aceitação e o uso mais efetivo do produto ou sistema em questão.
 Passou a ser adotado amplamente como metodologia de design a partir dos
anos 1980.
O uso do Design participativo
 Política e sociológica: os usuários poderiam influenciar nas decisões que
os afetam, e não apenas adotar decisões impostas por terceiros;
 Geográfica e contextual: designers e usuários possuem diferentes visões
de mundo baseado na cultura distinta, conhecimento e experiência prévia;
 Pragmática: possibilitar a realização de tarefas de maneira mais
eficiente, eficaz e satisfatória para não desperdiçar recursos e facilitar a
adoção e entendimento dos usuários.
Os estágios do design participativo
 Estágio 1: Exploração inicial do trabalho, familiarização do designer e
participantes e seleção do ambiente e das ferramentas de trabalho através
de observação, entrevistas e análises de artefatos.
 Estágio 2: processo de descoberta. Etapa que dará sentido ao trabalho,
com uso de técnicas para compreender e priorizar a organização do
trabalho. Os métodos usados durante esse estágio incluem jogos
organizacionais, jogos baseados em dramatização, workshops, storyboards
etc.
 Estágio 3: Prototipação. Etapa na qual os designers e usuários modelam por
várias vezes e iterativamente os artefatos tecnológicos para que esteja de
acordo com as necessidades e objetivos dos usuários.
Co - design
 é um processo compartilhado e aberto de design, no qual o designer passa a
atuar como um facilitador, um orquestrador do envolvimento das demais
partes no processo.
 é um processo de desenvolvimento e aprendizagem que envolve uma troca
de conhecimentos relacionados tanto ao assunto do processo de design e do
processo em si.
 A propriedade e o poder coletivo são dados a todos que estão envolvidos.
 Co-design é orientado para a prática, com foco na clareza da visão e uma
intenção criativa compartilhada entre todos os participantes.
A inclusão de atores externos às estruturas políticas promove
a transparência dos processos decisórios e valoriza a
participação daquele que vivencia a realidade que está
sendo debatida: o cidadão.
Co - design
 Co-design pode radicalmente melhorar a qualidade de vida para as pessoas
vulneráveis.
 Pode contribuir para a criação de cidadãos mais ativos, ajudar a gerir
problemas complexos na concepção e prestação de serviços públicos;
 Construir novas relações e conhecimentos necessários para a governação do
século XXI e desenvolver competências individuais, confiança e ambição.
Benefícios do Co - design
 Geração de melhores ideias com alto grau de originalidade e valor de
usuário; melhor conhecimento das necessidades do cliente ou usuário;
 Validação imediata de ideias ou conceitos;
 Maior qualidade, melhores produtos ou serviços diferenciados;
 Tomada de decisão mais eficiente;
 Menores custos de desenvolvimento e menor tempo de desenvolvimento;
 Melhor cooperação entre diferentes pessoas ou organizações e entre
disciplinas
 Graus mais elevados de satisfação e fidelidade de clientes e utilizadores;
 Aumento dos níveis de apoio e entusiasmo pela inovação e mudança;
 Melhor relacionamento entre o fornecedor de produtos ou serviços e seus
clientes.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

AULA_8_Um sistema para o artesanato.pdf
AULA_8_Um sistema para o artesanato.pdfAULA_8_Um sistema para o artesanato.pdf
AULA_8_Um sistema para o artesanato.pdfMariadoSocorrodaSilv17
 
Percepção dos moradores e não-moradores da serra gaúcha acerca dos conceitos ...
Percepção dos moradores e não-moradores da serra gaúcha acerca dos conceitos ...Percepção dos moradores e não-moradores da serra gaúcha acerca dos conceitos ...
Percepção dos moradores e não-moradores da serra gaúcha acerca dos conceitos ...Aline Corso
 
Teoria da criatividade oficina e palestra
Teoria da criatividade  oficina e palestraTeoria da criatividade  oficina e palestra
Teoria da criatividade oficina e palestraPaulo Cardoso II
 
CidadesCriativas – Perspectivas
CidadesCriativas – PerspectivasCidadesCriativas – Perspectivas
CidadesCriativas – PerspectivasInstituto Dom Bosco
 

Mais procurados (14)

AULA_7_Moda artesanal.pdf
AULA_7_Moda artesanal.pdfAULA_7_Moda artesanal.pdf
AULA_7_Moda artesanal.pdf
 
AULA_4_Design, moda e artesanato.pdf
AULA_4_Design, moda e artesanato.pdfAULA_4_Design, moda e artesanato.pdf
AULA_4_Design, moda e artesanato.pdf
 
AULA_09_Personagens inpiradores.pdf
AULA_09_Personagens inpiradores.pdfAULA_09_Personagens inpiradores.pdf
AULA_09_Personagens inpiradores.pdf
 
AULA_6_Identidade e diversidade.pdf
AULA_6_Identidade e diversidade.pdfAULA_6_Identidade e diversidade.pdf
AULA_6_Identidade e diversidade.pdf
 
AULA 2_Moda conceitual.pdf
AULA 2_Moda conceitual.pdfAULA 2_Moda conceitual.pdf
AULA 2_Moda conceitual.pdf
 
AULA_2_PRODUCAO ARTESANAL.pdf
AULA_2_PRODUCAO ARTESANAL.pdfAULA_2_PRODUCAO ARTESANAL.pdf
AULA_2_PRODUCAO ARTESANAL.pdf
 
AULA_8_Um sistema para o artesanato.pdf
AULA_8_Um sistema para o artesanato.pdfAULA_8_Um sistema para o artesanato.pdf
AULA_8_Um sistema para o artesanato.pdf
 
AULA_3_ARTESANATO_X_ARTE.pdf
AULA_3_ARTESANATO_X_ARTE.pdfAULA_3_ARTESANATO_X_ARTE.pdf
AULA_3_ARTESANATO_X_ARTE.pdf
 
O Design Brasileiro um panorama do século XX à IV Bienal de Design.
O Design Brasileiro um panorama do século XX à IV Bienal de Design.O Design Brasileiro um panorama do século XX à IV Bienal de Design.
O Design Brasileiro um panorama do século XX à IV Bienal de Design.
 
Mercado dobeco
Mercado dobecoMercado dobeco
Mercado dobeco
 
Guia Design Weekend São Paulo 2014
Guia Design Weekend São Paulo 2014Guia Design Weekend São Paulo 2014
Guia Design Weekend São Paulo 2014
 
Percepção dos moradores e não-moradores da serra gaúcha acerca dos conceitos ...
Percepção dos moradores e não-moradores da serra gaúcha acerca dos conceitos ...Percepção dos moradores e não-moradores da serra gaúcha acerca dos conceitos ...
Percepção dos moradores e não-moradores da serra gaúcha acerca dos conceitos ...
 
Teoria da criatividade oficina e palestra
Teoria da criatividade  oficina e palestraTeoria da criatividade  oficina e palestra
Teoria da criatividade oficina e palestra
 
CidadesCriativas – Perspectivas
CidadesCriativas – PerspectivasCidadesCriativas – Perspectivas
CidadesCriativas – Perspectivas
 

Semelhante a Design na Cidade e Democracia

MONTREAL DESIGN DECLARATION – Portuguese version
MONTREAL DESIGN DECLARATION – Portuguese versionMONTREAL DESIGN DECLARATION – Portuguese version
MONTREAL DESIGN DECLARATION – Portuguese versionDesign Archiv UP
 
Design participativo no governo
Design participativo no governoDesign participativo no governo
Design participativo no governoUTFPR
 
Como criar um ambiente propício ao fortalecimento da Economia Criativa
Como criar um ambiente propício ao fortalecimento da Economia CriativaComo criar um ambiente propício ao fortalecimento da Economia Criativa
Como criar um ambiente propício ao fortalecimento da Economia CriativaAna Maria Magni Coelho
 
Apostila metodologia
Apostila metodologiaApostila metodologia
Apostila metodologiamelzynhabessa
 
TDC2016SP - Democracia Aberta e Governo Open Source: Tecnologias, Participaçã...
TDC2016SP - Democracia Aberta e Governo Open Source: Tecnologias, Participaçã...TDC2016SP - Democracia Aberta e Governo Open Source: Tecnologias, Participaçã...
TDC2016SP - Democracia Aberta e Governo Open Source: Tecnologias, Participaçã...tdc-globalcode
 
Valores Humanos e UX: projetando tecnologias interativas com foco na sustenta...
Valores Humanos e UX: projetando tecnologias interativas com foco na sustenta...Valores Humanos e UX: projetando tecnologias interativas com foco na sustenta...
Valores Humanos e UX: projetando tecnologias interativas com foco na sustenta...Luciana Nunes
 
Temos As Cidades Que Merecemos
Temos As Cidades Que MerecemosTemos As Cidades Que Merecemos
Temos As Cidades Que Merecemosguestdd7f55
 
Marco Conceitual - Social Good Brasil
Marco Conceitual - Social Good BrasilMarco Conceitual - Social Good Brasil
Marco Conceitual - Social Good BrasilSocial Good Brasil
 
Design autogestionário: experiências e prospecções
Design autogestionário: experiências e prospecçõesDesign autogestionário: experiências e prospecções
Design autogestionário: experiências e prospecçõesUTFPR
 
Aula 1 - Minicurso sobre Design Centrado no Usuário
Aula 1 - Minicurso sobre Design Centrado no UsuárioAula 1 - Minicurso sobre Design Centrado no Usuário
Aula 1 - Minicurso sobre Design Centrado no UsuárioErico Fileno
 
Design de mídias interativas (Aula 03)
Design de mídias interativas (Aula 03)Design de mídias interativas (Aula 03)
Design de mídias interativas (Aula 03)Raphael Araujo
 
Cemec projetos culturais - aula 2 - minom pinho - fontes de financiamento
Cemec   projetos culturais - aula 2 - minom pinho - fontes de financiamentoCemec   projetos culturais - aula 2 - minom pinho - fontes de financiamento
Cemec projetos culturais - aula 2 - minom pinho - fontes de financiamentoCultura e Mercado
 
Comunicação e Marketing
Comunicação e MarketingComunicação e Marketing
Comunicação e Marketingparquedaamizade
 
2º DesignNAmente - Design Thinking: Ontem e Hoje
2º DesignNAmente - Design Thinking: Ontem e Hoje2º DesignNAmente - Design Thinking: Ontem e Hoje
2º DesignNAmente - Design Thinking: Ontem e HojeECDD Infnet
 
O urbano contemporâneo e as condições da produção de moradia no Brasil
O urbano contemporâneo e as condições da produção de moradia no BrasilO urbano contemporâneo e as condições da produção de moradia no Brasil
O urbano contemporâneo e as condições da produção de moradia no BrasilCRESS-MG
 
Parte I do livro MUDAR A CIDADE - Marcelo Lopes de Souza (Planejamento Urbano...
Parte I do livro MUDAR A CIDADE - Marcelo Lopes de Souza (Planejamento Urbano...Parte I do livro MUDAR A CIDADE - Marcelo Lopes de Souza (Planejamento Urbano...
Parte I do livro MUDAR A CIDADE - Marcelo Lopes de Souza (Planejamento Urbano...UNICAMP/SP
 
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docxplanejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docxANTONIOMARCOSVILACAP
 

Semelhante a Design na Cidade e Democracia (20)

MONTREAL DESIGN DECLARATION – Portuguese version
MONTREAL DESIGN DECLARATION – Portuguese versionMONTREAL DESIGN DECLARATION – Portuguese version
MONTREAL DESIGN DECLARATION – Portuguese version
 
Design participativo no governo
Design participativo no governoDesign participativo no governo
Design participativo no governo
 
Como criar um ambiente propício ao fortalecimento da Economia Criativa
Como criar um ambiente propício ao fortalecimento da Economia CriativaComo criar um ambiente propício ao fortalecimento da Economia Criativa
Como criar um ambiente propício ao fortalecimento da Economia Criativa
 
Apostila metodologia
Apostila metodologiaApostila metodologia
Apostila metodologia
 
As redes sociais e as novas identidades
As redes sociais e as novas identidadesAs redes sociais e as novas identidades
As redes sociais e as novas identidades
 
TDC2016SP - Democracia Aberta e Governo Open Source: Tecnologias, Participaçã...
TDC2016SP - Democracia Aberta e Governo Open Source: Tecnologias, Participaçã...TDC2016SP - Democracia Aberta e Governo Open Source: Tecnologias, Participaçã...
TDC2016SP - Democracia Aberta e Governo Open Source: Tecnologias, Participaçã...
 
Valores Humanos e UX: projetando tecnologias interativas com foco na sustenta...
Valores Humanos e UX: projetando tecnologias interativas com foco na sustenta...Valores Humanos e UX: projetando tecnologias interativas com foco na sustenta...
Valores Humanos e UX: projetando tecnologias interativas com foco na sustenta...
 
Temos As Cidades Que Merecemos
Temos As Cidades Que MerecemosTemos As Cidades Que Merecemos
Temos As Cidades Que Merecemos
 
Marco Conceitual - Social Good Brasil
Marco Conceitual - Social Good BrasilMarco Conceitual - Social Good Brasil
Marco Conceitual - Social Good Brasil
 
Design autogestionário: experiências e prospecções
Design autogestionário: experiências e prospecçõesDesign autogestionário: experiências e prospecções
Design autogestionário: experiências e prospecções
 
Aula 1 - Minicurso sobre Design Centrado no Usuário
Aula 1 - Minicurso sobre Design Centrado no UsuárioAula 1 - Minicurso sobre Design Centrado no Usuário
Aula 1 - Minicurso sobre Design Centrado no Usuário
 
Design de mídias interativas (Aula 03)
Design de mídias interativas (Aula 03)Design de mídias interativas (Aula 03)
Design de mídias interativas (Aula 03)
 
Cv m01
Cv  m01Cv  m01
Cv m01
 
Cemec projetos culturais - aula 2 - minom pinho - fontes de financiamento
Cemec   projetos culturais - aula 2 - minom pinho - fontes de financiamentoCemec   projetos culturais - aula 2 - minom pinho - fontes de financiamento
Cemec projetos culturais - aula 2 - minom pinho - fontes de financiamento
 
Comunicação e Marketing
Comunicação e MarketingComunicação e Marketing
Comunicação e Marketing
 
2º DesignNAmente - Design Thinking: Ontem e Hoje
2º DesignNAmente - Design Thinking: Ontem e Hoje2º DesignNAmente - Design Thinking: Ontem e Hoje
2º DesignNAmente - Design Thinking: Ontem e Hoje
 
Cv m01
Cv  m01Cv  m01
Cv m01
 
O urbano contemporâneo e as condições da produção de moradia no Brasil
O urbano contemporâneo e as condições da produção de moradia no BrasilO urbano contemporâneo e as condições da produção de moradia no Brasil
O urbano contemporâneo e as condições da produção de moradia no Brasil
 
Parte I do livro MUDAR A CIDADE - Marcelo Lopes de Souza (Planejamento Urbano...
Parte I do livro MUDAR A CIDADE - Marcelo Lopes de Souza (Planejamento Urbano...Parte I do livro MUDAR A CIDADE - Marcelo Lopes de Souza (Planejamento Urbano...
Parte I do livro MUDAR A CIDADE - Marcelo Lopes de Souza (Planejamento Urbano...
 
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docxplanejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
 

Design na Cidade e Democracia

  • 1. MÓDULO II: O Design na Cidade DES0046 – DESIGN E A CIDADE PROFESSORA SAMARA SOUSA
  • 2. Conteúdo Programado:  Design, democracia e outras metodologias;  Definindo o popular, o vernacular e o regional; Integrando o Design Formal ao vernacular; Cidade, Cultura e Linguagem.  Design Biofilico
  • 3. Design e democracia Módulo II: Design e a Cidade AULA IV
  • 4. Conteúdo Programado  O design na mídia;  Democracia;  Humanismo projetual;  Industrialização;  O papel do designer;  Identidade;  Outras metodologias: Design participativo, Co-design.
  • 5. Objetivos:  Refletir sobre o papel do design na democracia;  Compreender o que é humanismo projetual;  Discutir sobre o papel do design na politica;  Conhecer metodologias do design que podem colaborar na construção de uma cidade melhor.
  • 6. O Design na mídia  Design na opinião publica se identifica como envoltórios: a carcaça de um computador; o corpo de uma lapiseira, a armação de par de óculos;  Distanciamento da ideia solução inteligente de problemas;  Aproximou-se do efêmero, da moda, do obsoletismo rápido;  Associado a objetos caros, poucos práticos, divertidos, com formas rebuscadas e gamas cromáticas chamativas;  Transformou-se em Evento midiático, em espetáculo. Boa forma = Fins sociopedagógicos X Life Style = fins comerciais
  • 7. A democracia  Democracia = Equidade  Democracia surgiu e, Atenas, Grécia;  Demo = Povo + Krátia = poder  Objetivo: era acabar com os privilégios aristocráticos e ampliar os direitos dos cidadãos comuns.  Crise democrática • Separação entre governantes e governados: as decisões não são tomadas pela maioria, mas por uma minoria; • Formação de uma elite política: trata-se dos políticos profissionais que, pela especialização, se afastam dos eleitores aos quais estão submetidos; • A ruptura do vínculo entre a vontade dos representados e a vontade dos representantes: origem das diferenças sociais e funcionais.
  • 8. Tudo em nome da democracia  Invasões colonialista;  Matanças e bombardeio;  Genocidios;  Limpeza étnica;  Torturas e quebras das leis de convivência internacional, quase impunemente. Como recuperar um conceito de democracia não dominada pela economia e dar-lhe credibilidade?
  • 9. O humanismo projetual  Humanismo é o exercício de nossas competências da linguagem para compreender, reinterpretar e lidar com os produtos da linguagem na história, em outras línguas e em outras tradições históricas.  Humanismo projetual é o exercício das capacidades projetuais para interpretar as necessidades de grupos sociais e elaborar propostas viáveis, emancipatórias, em forma de artefatos instrumentais e artefatos semióticos. Humanismo é emancipatório porque implica a redução da dominação e, no caso design, atenção também aos excluídos, aos discriminados.
  • 10. Industrialização  Manipulação + design = Produção de aparência;  Provocar predisposição positiva ou negativa;  Tecnologia e industrialização;  Incrementar exportações e gerar economias A industrialização é um meio indispensável para democratizar o consumo e permitir um amplo setor da população o acesso ao universo de produtos técnicos para melhorar a vida cotidiana sem seu diferentes domínios.
  • 11. Os designers  Criam produtos portadores de valores e significado;  Conciliam o material e o simbólico;  Projetar significa conviver com paradoxos e contradições. A busca do equilíbrio entre os aspectos técnicos dos objetos e de seus aspectos semânticos é o núcleo central do trabalho do designer, sem privilegiar um lado ou outro.
  • 12. Identidade  Identidade é o conjunto de características próprias e exclusivas com os quais se podem diferenciar pessoas, animais, plantas e objetos inanimados uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, quer ante seus semelhantes.  Identidade no design: Reservatório de formas; Combinações cromáticas; Estilo; Inconfundibilidade; Materiais de elaboração; Artesanato  Identidade na prática cotidiana: Fascinação pelo estrangeiro; Defesa contra o estrangeiro; Resistência contra estrangeirização; Dialética entre o próprio e o outro  Identidade na economia: Identidade corporativa; Branding; Mercado das identidades; Logomarcas; Capital simbólico; Globalização; Colonização e pós- colonização;
  • 13. Politica e identidade  Dominação e Submissão;  Antinomias e assimetrias;  Autonomia e heteronomia  Colonialismo e pós colonialismo;  Globalização e contraglobalização;  Padrões universais e particularidades locais;  Diferenças e coisas em comum;  Conflitos entre centros e periferias;  Exclusão e Inclusão Multiculturalismo
  • 14. Argumentos contra o conceito da identidade  A identidade é uma corrente continua;  Existe soluções locais para problemas criados globalmente?  Existe características culturais permanentes? A identidade não pode ser aceita como algo terminado, nem definitivo, ao contrário, é uma possibilidade sempre aberta.
  • 15. Perspectiva do artesanato na identidade  Uso de recursos locais em relação ao design e criação de identidade pode ser visto em países periféricos.  Valorização do que é feito a mão;  Características próprias da região.
  • 16. Artesanato e Design na construção identitária local  Enfoque conservador: Busca proteger o artesão contra qualquer influência vinda de fora.  Enfoque estetizante: Considera os artesãos representantes da cultura popular e eleva seus trabalhos ao status de arte, utilizando o termo “arte popular” em referência a “ arte erudita”;  Enfoque produtivista: Considera os artesãos como mão de obra qualificada e barata, utilizando suas capacidades para produzir objetos assinados pelos designers e artistas.  Enfoque culturalista e essencialista; Considera os projetos locais dos artesãos como base ou ponto de partida para o verdadeiro design  Enfoque paternalista: Considera os artesãos como clientela politica de programas assistencialista e exerce uma função mediadora entre a produção e a comercialização.
  • 17. Design participativo  Surgiu na Escandinávia, no final dos anos 1960 e início dos 1970;  Objetivo: democratizar o processo de desenvolvimento de sistemas e produtos.  O usuário não apenas consome produtos, mas atua como um co-projetista, tendo um papel de alto envolvimento no processo para melhorar a qualidade e evitar a criação de funcionalidades sem necessidade, melhorar a aceitação e o uso mais efetivo do produto ou sistema em questão.  Passou a ser adotado amplamente como metodologia de design a partir dos anos 1980.
  • 18. O uso do Design participativo  Política e sociológica: os usuários poderiam influenciar nas decisões que os afetam, e não apenas adotar decisões impostas por terceiros;  Geográfica e contextual: designers e usuários possuem diferentes visões de mundo baseado na cultura distinta, conhecimento e experiência prévia;  Pragmática: possibilitar a realização de tarefas de maneira mais eficiente, eficaz e satisfatória para não desperdiçar recursos e facilitar a adoção e entendimento dos usuários.
  • 19. Os estágios do design participativo  Estágio 1: Exploração inicial do trabalho, familiarização do designer e participantes e seleção do ambiente e das ferramentas de trabalho através de observação, entrevistas e análises de artefatos.  Estágio 2: processo de descoberta. Etapa que dará sentido ao trabalho, com uso de técnicas para compreender e priorizar a organização do trabalho. Os métodos usados durante esse estágio incluem jogos organizacionais, jogos baseados em dramatização, workshops, storyboards etc.  Estágio 3: Prototipação. Etapa na qual os designers e usuários modelam por várias vezes e iterativamente os artefatos tecnológicos para que esteja de acordo com as necessidades e objetivos dos usuários.
  • 20. Co - design  é um processo compartilhado e aberto de design, no qual o designer passa a atuar como um facilitador, um orquestrador do envolvimento das demais partes no processo.  é um processo de desenvolvimento e aprendizagem que envolve uma troca de conhecimentos relacionados tanto ao assunto do processo de design e do processo em si.  A propriedade e o poder coletivo são dados a todos que estão envolvidos.  Co-design é orientado para a prática, com foco na clareza da visão e uma intenção criativa compartilhada entre todos os participantes. A inclusão de atores externos às estruturas políticas promove a transparência dos processos decisórios e valoriza a participação daquele que vivencia a realidade que está sendo debatida: o cidadão.
  • 21. Co - design  Co-design pode radicalmente melhorar a qualidade de vida para as pessoas vulneráveis.  Pode contribuir para a criação de cidadãos mais ativos, ajudar a gerir problemas complexos na concepção e prestação de serviços públicos;  Construir novas relações e conhecimentos necessários para a governação do século XXI e desenvolver competências individuais, confiança e ambição.
  • 22. Benefícios do Co - design  Geração de melhores ideias com alto grau de originalidade e valor de usuário; melhor conhecimento das necessidades do cliente ou usuário;  Validação imediata de ideias ou conceitos;  Maior qualidade, melhores produtos ou serviços diferenciados;  Tomada de decisão mais eficiente;  Menores custos de desenvolvimento e menor tempo de desenvolvimento;  Melhor cooperação entre diferentes pessoas ou organizações e entre disciplinas  Graus mais elevados de satisfação e fidelidade de clientes e utilizadores;  Aumento dos níveis de apoio e entusiasmo pela inovação e mudança;  Melhor relacionamento entre o fornecedor de produtos ou serviços e seus clientes.

Notas do Editor

  1. Pg 18 do livro
  2. O que é democracia? O regime político democrático é considerado um legado dos gregos ao mundo contemporâneo e foi bastante modificado ao longo do tempo, conforme as leis do país onde foi aplicado. Atualmente, é o sistema de governo que está presente na maior parte do mundo (ÍNDICE, 2017). No mesmo período, também surgiu o alfabeto grego e a disseminação da leitura; com isso, todos podiam tomar conhecimento das leis e discuti-las . A alfabetização ainda é um processo importante para a compreensão da cidadania, mas a discussão e a proposição de novas leis por civis parece ser uma realidade distante da atual cultura democrática do Brasil.
  3. O preço desse anti-humanismo é uma ignominia que não pode ser classificada como mero dano colateral A relevância da discussão está na potencialidade dos designers em dar forma a novos sentidos e, portanto, realidades: ao fazer isso, precisam refletir e promover, pelas próprias ações, os valores fundantes das mesmas. A democracia vai muito além do direito formal de votar, assim como o conceito de liberdade vai muito além de escolher entre centenas de modelos de celulares
  4. Pag 21
  5. Pag 21
  6. Pag 21
  7. Pag 21
  8. Pag 21
  9. Motivos gráficos, combinações cromáticas, materiais e processos de produções intensivos em mão de obra
  10. Pg63
  11. Hoje, vários autores falam em complexidade ao tentarem analisar a sociedade em que vivemos. O cenário linear e estático da modernidade deu lugar ao um mundo diluído e dinâmico, onde as ideias de universal e unicidade foram substituídas pelo multiculturalismo. A universalidade do multiculturalismo está constantemente sendo reavaliada. Assim, podemos notar, entre diversos fenômenos visuais, anúncios publicitários, outdoors, banners, letreiramento,cartazes, placas, painéis eletrônicos. Há um excesso de informações.
  12. - Temos aqui uma dialética entre quem é lido e quem ler.
  13. Sua principal diferença da metodologia de design-centrado no usuário é que no DP os usuários fazem parte da equipe do projeto e não apenas são objetos de estudo e de experimentação.
  14. Percebe-se, então, nessa metodologia uma mudança de perspectiva do profissional de design, que muda o conceito de “fazer para” para “fazer com”. Esse método vem de encontro aos conceitos de democracia participativa já apresentados, onde a participação e autonomia dos indivíduos em questões que são diretamente afetados faz parte de um processo de desenvolvimento social e maior comprometimento dos envolvidos
  15. O design participativo poderia ser utilizado para entender as demandas locais e empoderar os cidadãos para que as leis sejam feitas “do” povo “para” o povo e que mesmo sem ter conhecimento dos termos legislativos possam participar da construção de leis de iniciativa popular de forma relevante ao seu contextolocal.
  16. Ele é o responsável por juntar as ideias provenientes de diferentes lugares e impedir que virem apenas uma junção desconexa de contribuições O objetivo é que todos os participantes, mesmo os usuários comuns, sem habilidades especiais de computação, adquiram propriedade dos problemas e contribuam ativamente para suas soluções.