2. ÉTICA e Responsabilidade Social
Ética: vem do grego – Ethos (caráter, índole,
temperamento, disposição física e psíquica
individual. O ethos é a maneira pela qual um indivíduo
realiza sua natureza própria e, nesta acepção, a ética refere-
se à educação do caráter dos indivíduos em vista da
felicidade, da vida justa e livre. A ética diz respeito ao
comportamento autônomo do indivíduo como capaz de
desejar e alcançar racionalmente o bem, a felicidade.
Profa.
Rita
Porciúncula
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3. ÉTICA e Responsabilidade Social
Moral: Vem do latim, mores, significando os costumes
estabelecidos por uma sociedade, como normas, regras e
valores que determinam o comportamento de seus
membros.
Profa.
Rita
Porciúncula
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4. ÉTICA e Responsabilidade Social
3 dimensões: Ética, Moral e Valores.
Ex1. Vemos um mendigo em uma padaria se apropriar de
um pão sem ter dinheiro para pagá-lo.
• Deixamos que o proprietário chame a polícia?
• Intervimos pagando o pão?
• ou simplesmente aconselhamos o proprietário que deixe
o mendigo saciar sua fome?
Profa.
Rita
Porciúncula
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5. ÉTICA e Responsabilidade Social
Entendemos que a moral é a norma concreta que orienta o
comportamento social das pessoas. Por exemplo, “não se
apropriar das coisas alheias”.
A ética é o juízo que fazemos da situação; “está certo ou não
o mendigo pegar o pão?” Se achamos que está certo, entra
em ação o valor da solidariedade e partimos em defesa do
mendigo não deixando que o proprietário chame a polícia,
pois o “desrespeito” à norma moral, tem justificativas éticas.
Profa.
Rita
Porciúncula
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6. ÉTICA e Responsabilidade Social
Geralmente misturamos ética, moral e valor.
Por ex., no mesmo ato onde o mendigo apanha um pão,
se por acaso o conhecemos e por ventura não
simpatizamos com ele, por qualquer motivo anterior, ou
por preconceito, acabaremos deixando as coisas
acontecerem sem nos indignar e influir na decisão final.
“O mendigo é preguiçoso mesmo”. “Não pode pegar
tem quem pedir”. Ou, o dono da padaria usaria o velho
subterfúgio, “se me pedisse, eu daria”.
Profa.
Rita
Porciúncula
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7. ÉTICA e Responsabilidade Social
A ética, vista por este aspecto cotidiano, assume o caráter
“normativo”, ou seja, é a força da norma que orienta as
pessoas e não o juízo que se faz da norma.
Ex.2 Se tomarmos como referência a placa fixada na entrada de
um terreno desocupado com o dizer: “Não entre”. Esta é uma
norma moral do terreno, baseada no direito de propriedade. O
proprietário ao ver placa dirá que está certo. Um Sem Terra
poderá entender que está errado.
O certo e o errado se baseiam na visão de justiça social que
cada um tem.
Profa.
Rita
Porciúncula
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8. Cada sociedade, cada cultura cria valores morais diferentes,
correspondentes a suas condições históricas e sociais e aos
seus interesses e necessidades. Existem, portanto, várias
doutrinas éticas, que não se dão por acaso, mas articuladas ao
tempo e ao espaço.
Que tal conhecermos algumas dessas
doutrinas?
Um passeio pela História da Ética
Profa.
Rita
Porciúncula
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9. Os filósofos gregos foram os primeiros a pensar o conceito de
ética associando a moral e cidadania;
Sócrates, Platão e Aristóteles são os pensadores gregos mais
estudados no campo da ética. De um modo geral, afirmavam que
a conduta do ser humano deveria ser pautada no equilíbrio, a
fim de evitar a falta de ética. Pregavam a virtude e outras
atitudes voltadas para a ética;
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Profa.
Rita
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10. Sócrates: Nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 450
a.C, filho de um escultor e de uma parteira, tornou-se um
dos principais pensadores da Grécia Antiga. Considerado o
pai da filosofia moral. Desde jovem, ficou conhecido por sua
coragem e intelecto, serviu ao exército, desempenhou cargo
político e desde cedo, deu exemplo de bom cidadão.
Dedicou-se à busca da verdade, que deveria ser uma forma de
juízo universal capaz de dirigir a vida das pessoas no plano
individual e político. Procurou despertar os indivíduos para a
sua ignorância, por vê-la como perigosa e ilusória e
recomendava: “conhece-te a ti mesmo”
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Profa.
Rita
Porciúncula
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11. “ Bondade, conhecimento e felicidade se entrelaçam
estreitamente. O homem age corretamente quando
conhece o bem e, conhecendo-o, não pode deixar de
praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-se
dono de si mesmo e, por conseguinte, é feliz”.
A questão central da sua ética era o bem
supremo da vida humana, a felicidade.
Esta não devia consistir em ter sorte ou
ser rico, e sim, em proceder o bem e ter
uma alma boa.
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Profa.
Rita
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12. • Platão: Nasceu em Atenas, em 427 a.C., pertencia a
uma família rica da mais alta aristocracia grega. Foi
discípulo e admirador de Sócrates, a quem imortalizou
sua obra;
•Para ele, tudo o que conhecemos como existente, até
mesmo os conceitos que estão em nossa mente, não
são reais e sim imagens reflexas do ser Transcendente,
pois, segundo ele, existiam dois mundos. “Teoria das
ideias de Platão”: O primeiro é composto por ideias
imutáveis, eternas e invisíveis. O segundo, é real e
mutável. Enquanto um é o lugar das coisas verdadeiras,
o outro é o lugar das aparências e sombras.
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13. • Para ele, assim como o fim da vida humana é
transcendente, a moral também consistirá em um
preparo para a felicidade, que se encontra fora da
vida terrena. Diferentemente de Sócrates, Platão
considera que a moral é a arte de preparar o
indivíduo para uma felicidade que não está na
vida terrena.
•O bem é um molde sobre o qual se deveria
processar toda a ação humana.
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14. Aristóteles: Nasceu na Mascedônia, no ano
de 393 a.C., foi discípulo de Platão, fundou
sua própria escola em Atenas;
Entendia a Moral como um conjunto de
qualidades que definia a forma de viver e de
conviver das pessoas uma espécie de
segunda natureza que guiaria o ser humano
para a felicidade.
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15. Sua ética era finalista, ou seja, afirmava que a
felicidade era a finalidade de todo homem. Dizia
que existem três formas para alcançá-la: pela
virtude, pela sabedoria e pelo prazer.
A sabedoria era considerada o bem de maior valor , em
seguida vinha a virtude e, por último, o prazer, que não
era considerado constitutivo da natureza humana e sim,
a ela incorporada.
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16. Para ele, o bem moral consistia em agir de forma
equilibrada e sob a orientação da razão. A
felicidade podia ser considerada não como um
privilégio individual, mas sim, coletivo, pois, o bem
individual jamais poderia estar em desacordo com
o bem social.
Como se vê, viver bem e de modo equilibrado não
era uma situação natural do ser humano, mas
decorrente de um aprendizado que se daria por
intermédio da razão e do desenvolvimento de
bons hábitos.
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17. RECAPITULANDO
A prática moral exercitada pelos
filósofos orientou-se por princípios
gerais acerca do fim e do bem.
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18. ÉTICA NA IDADE MÉDIA
• A religião Cristã passa a determinar os valores morais e
éticos a serem seguidos (os seres humanos eram
considerados como a imagem e semelhança de Deus);
• Ganham ênfase as revelações do livro sagrado e a partir daí
passam a ser determinadas as regras de conduta sociais;
• A figura de Jesus de Nazaré tornou-se o grande arauto de
uma nova ética : a do amor ao próximo.
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19. Surgem as virtudes morais diferentes daquelas da Idade
Antiga, dentre as quais: a fé, a esperança e a caridade.
Também surge a ideia de igualdade entre os seres humanos
(somos todos filhos de Deus).
Principais referências da Idade Média: Jesus, São Tomás de
Aquino e Santo Agostinho.
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20. • Santo Agostinho, nasceu em Tagaste, província
romana. Foi professor, viveu em Roma e Milão.
Após uma vida considerada “ desregrada” ,
converteu-se ao cristianismo e tornou-se bispo.
• Para ele, o ser humano era a sede de Deus e o
mundo exterior só fazia sentido porque tinha
Deus, em si. Portanto, a verdade está em cada
um de nós e será desvelada através da
meditação. Essa busca da verdade faz do homem
um ser inquieto e em contínua procura.
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21. • Para ele, Deus é a concretização da bondade absoluta, “o
princípio eterno, criador de todas as coisas; ele é o ser. Ele é em
si, não muda, é pleno”. (Luckesi, Passos, 2000, p.167);
• Enquanto o homem era a encarnação do pecado, da miséria e da
danação. O gênero humano em seu entender, constituía-se de
uma “massa de pecado e perdição”, cuja recuperação dependia da
vontade e da bondade divina. A moral fazia parte do domínio
divino, sendo suas normas e seus valores criações livres de Deus.
• Assim, os valores morais só teriam sentido por sua relação com
a vontade de Deus. Entretanto, o homem, livre, poderia optar por
afastar-se dos ensinamentos divinos e dirigir-se para o mal.
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Profa.
Rita
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22. São Tomás de Aquino foi um frade
dominicano, era responsável pela proteção
religiosa da sociedade. Para ele, toda criação
é boa, tudo o que existe é bom quando se está
sob a orientação dos Mandamentos de Deus.
Tem uma obra significativa, em que comenta a
bíblia, discute a obra de Aristóteles, dentre
outros assuntos. Sua maior preocupação em
todos os seus escritos é o de discutir o uso da
razão, os erros cometidos e os acertos
apresentados.
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23. • Vimos que, no caso da moral aristotélica, a felicidade é o fim
último do ser humano. Para Tomás de Aquino, o fim último é
Deus, a felicidade encontra-se nele;
• Tomás se distanciou de Aristóteles quanto ao fim último da
prática moral, entretanto, quanto ao caminho para se atingir a
felicidade, eles se encontram, pois, tanto para um quanto para
outro, chegariam a ela pela contemplação e pelo
conhecimento. Para Tomás de Aquino, esse conhecimento
caracteriza-se como a contemplação de Deus e de todos os
seus atributos.
PENSAMENTO ARISTOTÉLICO X PENSAMENTO DE SÃO TOMÁS DE AQUINO
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24. ÉTICA NA IDADE MODERNA
A partir do século XVI, durante a transição da Idade Média para a
moderna, a igreja católica começou a cair no descrédito da população.
Martinho Lutero, monge que lutou pela reforma de Igreja Católica,
questionou a falta de ética na venda das relíquias sagradas, como pedaços
do manto de Jesus Cristo e de minuscúlos fragmentos de sua cruz. Lutero
também criticava o fato da Bíblia ser pouco acessível a grande parte da
população devido ao idioma – latim;
Lutero promoveu a educação para todos, inclusives mulheres e
camponeses, traduziu a bíblia do latim para o alemão.
Kant, foi considerado o último filósofo dos princípios da Era Moderna. “A
ética é autônoma, ou seja, corresponde à lei ditada pela própria consciência
moral.”
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25. • Para Kant, o único bem em si mesmo era a boa vontade. A
vontade é boa quando age sem nenhum interesse que não seja o
cumprimento do dever pelo dever. “Age de maneira que possa
querer que o motivo que te levou a agir se torne lei universal”.
• Enquanto as outras doutrinas éticas tinham por objetivo atingir
uma felicidade ou um bem, esta é uma moral da pura razão e do
puro dever. Kant reconhecia que os preceitos da sua Ética eram
duros e difíceis de serem colocados em prática, contudo, estava
convencido de que uma sociedade perfeita só seria possível se a
beleza, a felicidade, o amor, se submetessem ao dever e à
moralidade.
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Profa.
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26. ÉTICA NA IDADE CONTEMPORÂNEA
• Período de grande progresso científico e valorização do ser
humano concreto;
• Não podemos falar de uma noção comum de bem nem de
felicidade porque não sabemos o que deve ser humanidade
perfeita: assim, as regras morais transformaram-se em regras
de convivência e os direitos fundamentais passam a ser:
IGUALDADE LIBERDADE
VIRTUDES
PÚBLICAS
Um passeio pela História da Ética
Profa.
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Porciúncula
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27. ÉTICA NA IDADE CONTEMPORÂNEA
Figuras importantes: Karl Marx e Friedrich Nietzsche
Nasceu em Trèves, na Alemanha, no seio de uma família
de classe média. Entendia que o ser humano era ao
mesmo tempo social e histórico, objetivo e subjetivo,
capaz de criar e de interferir na realidade e transformá-
la. Marx trazia questões referentes à economia em sua
teoria. Para ele, o fator econômico é determinante, sua
alteração interfere nos valores morais. Apesar de a
moral ser uma construção humana, nas sociedade
divididas em classes, ela representa o interesse das
classes dominantes (por exercerem maiores meios de
produção e consequentemente, maior poder).
Ex. Meios de comunicação (podendo impor suas ideias,
aqueles mais vulneráveis a aceitá-las)
Um passeio pela História da Ética
Profa.
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Karl Marx
28. ÉTICA NA IDADE CONTEMPORÂNEA
Friedrich Nietzsche
De origem alemã e filho de pastores, apesar
de ter pensado em seguir a mesma carreira,
afastou-se do cristianismo e passou a criticá-
lo. Procurou ultrapassar a dicotomia que
colocava a verdade como um bem e o erro
como mal, buscando conhecer a origem dos
valores, ou seja, entender o porquê da
valorização de determinados atos e não de
outros.
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Profa.
Rita
Porciúncula
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(1844 – 1900)
29. Um passeio pela História da Ética
ÉTICA NA IDADE CONTEMPORÂNEA
Friedrich Nietzsche
Com esse objetivo, criticou o conceito de
bom ensinado pela sociedade, que visava
acomodar os indivíduos, em especial os
fracos. “O bom é o que não injuria ninguém,
nem ofende, nem ataca, nem usa de
represálias, aquele que deixa nas ‘mãos de
Deus’ o cuidado da vingança, aquele que
evita tentação e espera pouco da vida, como
nós, os pacientes, os humildes e os justos”
(Nietzsche,1985, p.79).
Profa.
Rita
Porciúncula
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30. Um passeio pela História da Ética
ÉTICA NA IDADE CONTEMPORÂNEA
Friedrich Nietzsche
A crítica recai, principalmente sobre os representantes
do cristianismo, que, segundo ele, procuravam passar
um ideal no qual as pessoas ficassem distante da
ambição, da alegria e das transgressões. Disse que a
sociedade ensina os indivíduos a viverem de acordo
com um moralismo doentio, que desqualifica o que
existe de mais humano: os sentimentos e os instintos.
Para isso, os “ disciplina”, os educa. O indivíduo
soberano é o que se orienta por sua consciência e
responde por si mesmo. Ele recomenda, portanto, aos
seres humanos lutarem para tornarem-se “ senhores de
seus instintos”
Profa.
Rita
Porciúncula
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31. Um passeio pela História da Ética
E A ÉTICA HOJE?
Profa.
Rita
Porciúncula
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