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Articulação Curricular e
Interdisciplinaridade: Contributo
para uma reflexão
Ariana Cosme
Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação
Universidade do Porto
“ (…) se é triste ver meninos sem
escola, mais triste ainda é vê-los
sentados enfileirados em salas sem
ar, com exercícios estéreis sem valor
para a formação do Homem.”
Carlos Drummond de Andrade
A articulação curricular e a
interdisciplinaridade: Porquê?
 Recusa de um currículo espartilhado em
disciplinas que constituem menus de informações,
transmitidas aos alunos em doses sequenciadas.
 Recusa dos planos de estudos compartimentados
em disciplinas estanques entre si e entendidas
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 Recusa de uma Escola instrucionista que, do ponto
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organizacional de inspiração taylorista
A articulação curricular e a
interdisciplinaridade: Porquê?
 O reconhecimento que os desafios e as
exigências quotidianas, profissionais e
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interdisciplinar dos saberes;
 O reconhecimento que a Escola necessita de
adquirir um novo tipo de legitimidade
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 As conceções educativas que entendem o ato de
educar como um ato equivalente ao ato de
alimentar, perfilhando de:
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 As conceções educativas que tendem a ignorar
que o saber se constrói, no sentido de permitir
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A articulação curricular e a
interdisciplinaridade: Obstáculos
“(…)Estou aqui para ensinar umas
coisas e aprender outras. Ensinar, não:
falar delas. Aqui e no pátio, e na rua e
no vapor, e no comboio e no jardim, e
onde quer que nos encontremos.”
Sebastião da Gama in “Diário(1949)”
A articulação curricular e a
interdisciplinaridade: Questões
 Nas escolas é possível a interdisciplinaridade? Em
que condições? Em que circunstâncias? O que se
ganha e o que se perde com a assunção da
interdisciplinaridade como modalidade organizativa
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interdisciplinar de uma lógica de justaposição
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alunos: porquê?
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é exterior nem é independente do olhar que
construímos sobre o mundo que nos rodeia .
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que construímos e atribuímos significados às coisas,
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que se produzem sobre essas coisas e esses
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pedagógica de que é a apropriação dos conteúdos
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mudando. Afinam ou desafinam.”
João Guimarães Rosa
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Como fazer?
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se a articulação curricular entre diferentes
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desenvolver a criatividade e originalidade do estilo
musical que ele assumia ao tocar trompete.
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ajuda a cortar caminho – respondeu Gillespie.
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Ariana Cosme
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Articulação Curricular e Interdisciplinaridade

  • 1. Articulação Curricular e Interdisciplinaridade: Contributo para uma reflexão Ariana Cosme Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Universidade do Porto
  • 2. “ (…) se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis sem valor para a formação do Homem.” Carlos Drummond de Andrade
  • 3. A articulação curricular e a interdisciplinaridade: Porquê?  Recusa de um currículo espartilhado em disciplinas que constituem menus de informações, transmitidas aos alunos em doses sequenciadas.  Recusa dos planos de estudos compartimentados em disciplinas estanques entre si e entendidas como unidades curriculares autossuficientes.  Recusa de uma Escola instrucionista que, do ponto de vista curricular, se subordina a uma lógica organizacional de inspiração taylorista
  • 4. A articulação curricular e a interdisciplinaridade: Porquê?  O reconhecimento que os desafios e as exigências quotidianas, profissionais e outras, conduzem a uma utilização interdisciplinar dos saberes;  O reconhecimento que a Escola necessita de adquirir um novo tipo de legitimidade cultural e social.
  • 5.  As conceções educativas que entendem o ato de educar como um ato equivalente ao ato de alimentar, perfilhando de: • uma visão bancária e cumulativa do saber; • uma perspetiva em que se confunde difusão de informação com construção do saber;  As conceções educativas que tendem a ignorar que o saber se constrói, no sentido de permitir leituras mais abrangentes e complexas. A articulação curricular e a interdisciplinaridade: Obstáculos
  • 6. “(…)Estou aqui para ensinar umas coisas e aprender outras. Ensinar, não: falar delas. Aqui e no pátio, e na rua e no vapor, e no comboio e no jardim, e onde quer que nos encontremos.” Sebastião da Gama in “Diário(1949)”
  • 7. A articulação curricular e a interdisciplinaridade: Questões  Nas escolas é possível a interdisciplinaridade? Em que condições? Em que circunstâncias? O que se ganha e o que se perde com a assunção da interdisciplinaridade como modalidade organizativa de relação com o saber?  O que distingue uma lógica curricular de natureza interdisciplinar de uma lógica de justaposição disciplinar?  A interdisciplinaridade é um constrangimento ou o resultado de um estádio de desenvolvimento conceptual?
  • 8. A valorização do protagonismo dos alunos: porquê? • Razões de natureza epistemológica: A realidade não é exterior nem é independente do olhar que construímos sobre o mundo que nos rodeia . • Razões de natureza psicológica: Aprende-se à medida que construímos e atribuímos significados às coisas, aos acontecimentos e às explicações e narrativas que se produzem sobre essas coisas e esses acontecimentos. • Razões de natureza pedagógica: A necessidade das escolas se construírem como espaços culturalmente significativos.
  • 9. Projetos e interdisciplinaridade: Que relação ?  O envolvimento dos alunos em projetos é condição necessária, ainda que nem sempre seja condição suficiente, para o desenvolvimento de aprendizagens de carácter interdisciplinar.  Os projetos são um campo favorável ao desenvolvimento de aprendizagens de natureza interdisciplinar, ainda que a ocorrência dessas aprendizagens: • seja contingente, em função das iniciativas e dos produtos relacionadas com esses projetos; • não possa ser previamente garantida ou sequer identificada quanto às suas implicações.
  • 10. Escola e interdisciplinaridade: Que relação ?  É possível que se desenvolvam competências comuns de natureza transversal, a partir do trabalho que ocorre nas diferentes disciplinas.  São competências comuns de natureza transversal aquelas que dizem respeito a domínios relacionados, sobretudo, com atitudes e procedimentos Exemplos: • Cooperação; • Persistência; • Atitude crítica. Exemplos: o Procedimentos de pesquisa bibliográfica; o Rotinas dos trabalhos de grupo; oProdução da escrita.
  • 11.  A lógica da ação educativa que conduz a subordinar a interdisciplinaridade a uma interdisciplinaridade de conteúdos tende muitas vezes a reforçar as situações de justaposição disciplinar.  A justaposição disciplinar deriva assim da crença pedagógica de que é a apropriação dos conteúdos que constitui a principal finalidade das aprendizagens e que é essa articulação entre conteúdos que garante que essas aprendizagens sejam significativas. Interdisciplinaridade ou justaposição disciplinar ?
  • 12. DAC : Da monitorização à construção de Domínios de Articulação Curricular DAC / Domínios de Autonomia Curricular Identificar os pontos fortes e os pontos fracos do desempenho escolar dos alunos Identificar os principais obstáculos a enfrentar, de forma a definir os desafios prioritários a vencer  Identificar as aprendizagens essenciais por disciplinas e anos de escolaridade  Identificar as aprendizagens subsidiárias.  Identificar os eixos da articulação curricular entre disciplinas.  Identificar os eixos da articulação curricular transversal aos diversos anos/ciclos de escolaridade.
  • 13. Âmbito da articulação curricular  Os resultados esperados dizem respeito: • à identificação de informações (conteúdos) entendidas como fundamentais que os alunos deverão ser capazes de mobilizar e utilizar; • ao desenvolvimento de estratégias e procedimentos relacionados quer com a mobilização e utilização dessas informações, quer com a mobilização e utilização de instrumentos materiais e simbólicos diversos, quer com o desenvolvimento de projetos ou a resolução de problemas; • à afirmação de atitudes e valores que são consensualmente aceites como objeto da atenção e do trabalho dos professores.
  • 14. Questões  Que áreas curriculares é que vão ser objeto do trabalho de articulação curricular?  Que recursos é que possuímos para realizar um tal trabalho?  Como fazer?
  • 15. “O senhor…Mire veja: o mais importante e bonito do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam.” João Guimarães Rosa in Grande Sertão Veredas, 1956
  • 16. Como fazer?  1º passo: Para que é necessário estabelecer- se a articulação curricular entre diferentes disciplinas ?  2º passo : Qual o envolvimento do grupo de docentes dessas disciplinas, tendo em conta as singularidades educativas dessas disciplinas. Que tipo de articulação é possível estabelecer?
  • 17. Como fazer ?  3º passo: Para operacionalizar este processo de reflexão teremos que responder às seguintes questões, no âmbito de cada ano de escolaridade e em cada área curricular: • O que é que queremos que os alunos aprendam? • O que é que queremos que os alunos façam? • Que atitudes pretendemos que eles desenvolvam?
  • 18. Como fazer? (…um exemplo)  Português  História  Expressões  (…)  Observações: Iremos discutir os contributos das restantes disciplinas para o desenvolvimento da leitura e da escrita?
  • 19. Que recursos?  Perfil do aluno  Programas  Aprendizagens essenciais  Resultados da análise das classificações dos alunos  (…)
  • 20. Que recursos ? O professor como interlocutor qualificado Apoio ao processo de formação e de aprendizagem dos alunos Apoio direto aos alunos Organização de situações de trabalho e de aprendizagem Apoio e estímulo à reflexão dos alunos
  • 21. O professor como interlocutor qualificado … Perguntaram, um dia, a Dizzie Gillespie se um ensino mais especializado não o teria impedido de desenvolver a criatividade e originalidade do estilo musical que ele assumia ao tocar trompete. - Não, eu diria que não. Um professor ajuda a cortar caminho – respondeu Gillespie. O entrevistador insistiu na questão e perguntou: - Mas um professor não poderia ter limitado o desenvolvimento do seu estilo particular, pelo menos, em certa medida? - Um bom professor, não! – respondeu o músico.