2. S U M Á R I O
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CRIAÇÃO DE BONECOS, MÁSCARAS,
OBJETOS, BRINQUEDOS, PINTURA,
ESCULTURA, BORDADOS, RENDA...
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VIVA A CULTURA E A ARTE DO
POVO BRASILEIRO
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CONVOCANDO OS ARTISTAS/ARTESÃOS
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ORGANIZANDO UMA OFICINA COM
ARTISTAS DO POVO
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ARTESANANDO
3. CRIAÇÃO DE BONECOS, MÁSCARAS,
OBJETOS, BRINQUEDOS, PINTURAS,
ESCULTURAS, BORDADOS, RENDAS...
“Ah! Eu não tenho jeito pra isso.” – É assim que a maioria Capítulo 1: Viva a Cultura e
reage quando o assunto é fazer Arte. Essa fala, muito a Arte do Povo Brasileiro! –
Saiba por que a cultura
freqüente, não revela apenas modéstia. Indica, também,
popular, que brota em toda a
a crença de que só pessoas muito especiais conseguem parte, é tão importante
demonstrar o seu lado criativo. Na verdade, todo mundo, quanto a cultura erudita,
ao expressar seu jeito de ser, sentir e pensar, está criando. ligada à escola, à
É o que acontece quando bordamos um pano de prato, universidade, aos livros...
costuramos uma colcha de retalhos, construímos um Confira alguns exemplos de
manifestações da criatividade
papagaio (ou pipa, ou raia), pintamos uma bicicleta com
popular em nosso país.
nossas cores e padrões preferidos, modelamos um pote...
Capítulo 2: Convocando os
Coisas tão cotidianas que acabamos nem percebendo que
Artistas/Artesãos –
também são arte. Sugestões de como identificar
Este caderno trata das artes que todo mundo faz. Dá as pessoas que fazem arte/
exemplos do quanto é maravilhosa e diversa a cultura artesanato popular na escola e
na comunidade e convidá-las a
popular brasileira e aponta caminhos para que você, mostrar/ensinar o que fazem.
Amigo(a) da Escola, torne mais forte a presença de
Capítulo 3 : Organizando uma
artistas/artesãos na escola e na comunidade. Oficina com Artistas do Povo
Abaixo, os assuntos que serão tratados nas páginas – Algumas orientações bem
seguintes. Veja quais capítulos mais o(a) interessam e práticas para fazer das
oficinas de arte/artesanato
comece por eles a sua leitura!
momentos de grande
aprendizagem, onde as
pessoas, experimentando as
mais variadas linguagens
artísticas, possam criar,
deixar fluir a fantasia, aguçar
os sentidos, emocionar-se e
construir novos significados,
chegando sempre a produtos
concretos.
Capítulo 4: Artesanando –
Aprenda a fazer e a ensinar o
passo-a-passo da construção
de máscaras, bonecos de
pano, colchas de retalho,
fantoches e muito mais.
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4. VIVA A CULTURA E A ARTE DO
POVO BRASILEIRO!
A cultura brasileira é formada por muitas culturas. Não é
E lembre-se: única e sim diversa. Não é singular e sim plural. Alfredo
Quando lhe faltarem as
Bosi, professor de Literatura da Universidade de São
palavras, fale por meio Paulo, explica essa questão, argumentando que, se cultura
da arte! Como explica o é o conjunto de modos de ser, pensar, falar e fazer
poeta mato-grossense (inclusive arte) de um determinado segmento social – e
Manoel de Barros, existem diferentes segmentos sociais no País –, cada um
onde a ciência falha, deles terá a sua cultura. Há culturas indígenas, africanas,
a Arte salva: asiáticas e européias convivendo no Brasil. Há uma cultura
“A ciência pode erudita ou universitária, centralizada no sistema
classificar e nomear os educacional e principalmente nas universidades, e uma
órgãos de um sabiá, cultura popular, correspondendo aos costumes e formas de
mas não pode medir expressão das pessoas simples, com pouca escolaridade e
seus encantos...” pouco acesso aos livros (Dialética da Colonização, São
Paulo, Companhia das Letras, 1999).
Exemplos de manifestações metal, bandeiras do Divino,
da cultura erudita em nosso moringas esculpidas, flores
país são obras literárias de de papel, procissões, pastoris,
escritores como José de congadas, cavalhadas e
Alencar, Machado de Assis e bumbas-meu-boi, folhetos de
Guimarães Rosa; pinturas e cordel – tudo isso e muito
esculturas como as de Victor mais são exemplos das artes
Meirelles, Portinari, Tarsila que o povo faz, expressando
do Amaral, Aleijadinho, Victor o seu jeito de ser, pensar,
Brecheret; músicas como as fazer e sentir, ou seja, a sua
de Carlos Gomes e Villa- cultura.
Lobos; obras de arquitetura Bosi explica que existe um
como as de Oscar Niemeyer; intenso diálogo entre a
realizações em diversos cultura erudita e a cultura
domínios científicos. Mas a popular. Os criadores eruditos
cultura brasileira vai além e se inspiram na cultura e na
adquire milhares de outras arte do povo. Guimarães
formas. Carros alegóricos do Rosa, por exemplo, só pôde
Carnaval carioca, roupas dos escrever Grandes Sertões:
palhaços de circo, bonecos do Veredas por estar em contato
Carnaval de Olinda, cestos de direto com a criatividade dos
buriti, toalhas de renda de homens e mulheres do
bilro, bonecas de pano, interior de Minas. E o povo,
miniaturas de ônibus feitas de por sua vez, se apropria das
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5. manifestações da cultura
erudita e as “traduz” em sua
linguagem – um
acontecimento da área da
ciência e tecnologia, como a
chegada do homem à Lua,
pode ser transformado em
enredo de escola de samba.
O conjunto de manifestações
da cultura popular tradicional
de um país é chamado de
folclore. Folklore é um
vocábulo anglo-saxão em que
folk significa povo e lore,
conhecimento tradicional. No
Brasil, o campo do folclore
inclui: literatura oral (contos,
mitos e lendas que vão
passando de pai para filho,
enigmas, adivinhas, trava-
línguas, cordel...);
brincadeiras infantis (rondas,
como a Ciranda, cirandinha;
jogos como passa-anel, pula-
carniça, amarelinha, gude...);
festejos e diversões (jogos de ocasião de colheita,
capoeira e maculelê, pastoril, nascimento, casamento ou
folias de Reis e do Divino, morte; romarias, promessas,
reisados, cheganças, procissões para pedir chuva;
cavalhadas, congadas, bumba- rinhas de galo...); linguagem
meu-boi, teatro de (apelidos, gírias, frases feitas
mamulengo, festas como “comer o pão que o
tradicionais como São João, diabo amassou” ou “tirar o
Carnaval, Círio de Nazaré...); cavalo da chuva”); artes e
crendices e superstições técnicas (pintura, escultura,
(lobisomem, mula-sem- confecção de objetos
cabeça...); música vocal e utilitários e brinquedos,
instrumental (com rendas e bordados; decoração
instrumentos típicos como doméstica; adornos pessoais;
pífano, rabeca, viola de cocho; vestimentas típicas – como
cantos de trabalho...); usos e baiana, vaqueiro, gaúcho... –,
costumes (modos de fazer técnicas de construção).
doces, aguardentes e pratos Vamos agora conhecer mais
tradicionais; rezas e de perto esse vasto universo
benzimentos; rituais por das artes do povo.
3
6. um objeto utilitário é também Arte realista e arte
FALANDO um objeto artístico?
religiosa
SOBRE ARTES Talvez não precisemos ser
tão rigorosos com essas Podemos classificar em dois
E TÉCNICAS demarcações. Transformar grupos temáticos as
materiais usando as mãos, a realizações dos pintores e
POPULARES cabeça e o coração é o que
determina a qualidade da
escultores populares. A arte
realista ou figurativa retrata
experiência. Os antigos cenas presenciadas no dia-a-
gregos faziam vasos de argila
Objetos utilitários para guardar água, vinho, óleo
dia – uma família jantando,
um médico consultando,
ou artísticos? e grãos e ornamentavam os cenas clássicas como a dos
objetos, pintando-os com retirantes fugindo da seca,
Madeira, pedra, argila, papel, animais, cenas familiares ou
papelão, plástico, pano, vime, figurações de festejos. Na
lendárias. Pablo Picasso, o escultura com argila, Mestres
bambu, palha, arame são espanhol que revolucionou a
materiais com os quais é Vitalino, Adalton e Antonio de
forma de fazer arte no século Oliveira apresentam grande
possível construir “coisas” XX, inspirando-se no povo
novas, criar. Reciclar produção desse cotidiano
grego, fez um prato de argila social. Passeando pela feira
materiais e utilizar os e pintou-o. Arte ou
recursos da região podem ser de Caruaru, já podemos ver,
artesanato? modelados nas cerâmicas, até
motivos para mobilizar a
comunidade, integrá-la à Esse exemplo indica que não profissionais digitando em
escola, como também para é tão simples classificar um computadores.
possibilitar às crianças e objeto só como objeto de arte
jovens uma aprendizagem ou só como objeto utilitário.
saudável e crítica em relação Artesanato, arte popular,
ao meio ambiente. Os qualquer que seja o nome
produtos podem ser dado, essas qualificações,
brinquedos, objetos necessariamente, não
utilitários, ornamentos etc. diminuem a importância de
É possível que surja a dúvida: produções por meio das quais
as pessoas dizem o que querem
dizer, vivem os seus sonhos.
Nas representações plásticas
brasileiras está configurada a
realidade vivida pelo povo.
Tais representações são A religião é outro tema
muito diversificadas em seus bastante presente na produção
aspectos culturais e brasileira: imagens de santos
regionais. Os recursos em barro ou madeira, a arte
naturais, materiais, as humilde dos cemitérios,
influências de povos que ali presépios, os objetos usados
viveram ou vivem, os nas procissões, ex-votos,
símbolos ancestrais passagens bíblicas, religiões
determinam a variedade e africanas e seu sincretismo
a riqueza de todas essas com a tradição católica e
manifestações. muito mais.
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7. Arte imaginária
ou incomum
O outro grupo temático é a
arte imaginária ou incomum.
O artista que se dedica a esse
tipo de produção cria seu
universo singular, centrando-
se em uma temática subjetiva
ou irreal, de forte
expressividade.
As carrancas dos barcos do
rio São Francisco são um
exemplo disso. Dentre as
obras-primas desse gênero,
destacam-se as do Mestre
Biquiba Guarany. Deixou
ensinamentos a seu discípulo
Agnaldo Manoel dos Santos:
“Na figura, tudo que está de
um lado deve estar do outro, e
tudo o que está por cima deve
ser diferente do que fica por
baixo. A figura deve ter um
olhar para um ponto que
ninguém sabe o que é, nem
onde está. A boca deve olhar
para quem aprecia... A
carranca bem feita é aquela
que, quando é vista no espelho
das águas, se mexe como coisa
viva.”
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8. CONVOCANDO OS ARTISTAS/ARTESÃOS
Se você quiser conquistar outras pessoas da escola e da comunidade para atuar como
“Amigos da Escola”, difundindo a nossa cultura popular, aqui está uma estratégia em três
movimentos : “aquecimento”, pesquisa de campo e convite. Confira!
• Casas comerciais – Há
“Aquecimento” Pesquisa de campo paredes pintadas por
Forme um pequeno grupo e registro das pintores da cidade, em
com crianças e jovens bares e padarias? (Em
interessados e converse com
observações geral, são pinturas de
eles sobre as diferentes Depois dessa sensibilização, cores fortes, com motivos
expressões da cultura e da convide os membros do grupo florais, religiosos ou
arte populares. Se possível, a pesquisar em diferentes outros.) Há ditos populares
promova uma sessão de vídeo locais, para identificar quais ou recados irônicos sobre
com o filme Central do Brasil, são as manifestações comprar fiado?
mostrando festejos e artísticas presentes na • Festejos e celebrações –
costumes do interior do comunidade e quem são as Quais são as festas
nosso país. pessoas que as produzem. realizadas na comunidade?
Você e esse grupo inicial O roteiro abaixo pode ajudar: São religiosas ou profanas?
podem procurar, na biblioteca, • Escola e residência – Quem são as bordadeiras e
jornais antigos, almanaques, Nesses dois locais, é costureiras que fazem ou
publicações, documentos, preciso observar: Quais faziam as roupas,
com informações sobre as são os objetos artesanais? estandartes, máscaras para
manifestações locais de arte e Como foram obtidos? as festas da comunidade,
folclore. Uma entrevista com Alguém da escola ou da os músicos e fazedores de
o Secretário da Cultura do família os produziu? De instrumentos, os artistas
Município ou com alguém de que material são feitos? anônimos que participam
sua equipe poderá ajudar. Há quem saiba fazer um dos eventos, mas que não
prato, doce ou bebida fazem de seu ofício
Se em sua cidade houver
típicos da região? Há quem profissão?
faculdade de História,
Sociologia, Antropologia, conheça ervas, rezas e
convide professores ou saiba “benzer”?
estudantes das áreas para • Feira ou mercado – Qual é
conversar com o grupo sobre o artesanato característico
cultura popular brasileira. da região? Quem faz esse
Solicite materiais artesanato? Quais fatores
emprestados, tais como locais ou regionais
filmes, livros... determinam os recursos
materiais e a temática do
artista? Quais as
ferramentas de trabalho?
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9. • Jogos, brincadeiras,
superstições – Há pessoas
idosas (ou nem tanto), que
saibam contar sobre
folguedos e brinquedos da
infância, as histórias que
gostavam de ouvir, as
festas de rua, as coisas
proibidas, as coleções que
faziam, as crenças, as
promessas, as
assombrações temidas...?
Oriente os participantes a
registrar suas observações
por meio de anotações,
desenhos, fotos,
gravações, filmes (a forma
de registro depende dos
recursos disponíveis).
É muito importante que,
ao final, você tenha uma
lista com os nomes e
endereços das pessoas que
vão ser convidadas a se
tornar Amigas da Escola,
ensinando o que sabem e
fazem às crianças e jovens
da escola e da comunidade.
Convite e
planejamento
De posse dessa lista, convide
todos para uma reunião, onde
você irá explicar por que é
um(a) Amigo(a) da Escola e
“seduzi-los” a juntar-se a
você. A próxima etapa será
planejar as oficinas e cursos
que cada um poderá dar na
escola.
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10. ORGANIZANDO UMA OFICINA
COM ARTISTAS DO POVO
Depois de localizados e convidados os artistas/artesãos da
comunidade, muitas coisas podem acontecer. Pode ser que,
logo ao primeiro chamado, vários atendam: uma senhora que
borda panos de prato, outra que sabe fazer doces e licores
típicos, um moço que sabe construir caminhõezinhos de
madeira, um outro que modela potes de barro, um professor
da escola que constrói pipas (ou papagaios de papel) como
ninguém, uma mãe de aluno que faz bonecas de pano, uma
pessoa da equipe operacional que conhece montes de cantigas
de roda e brincadeiras tradicionais. Mas pode ser que
compareçam apenas uma ou duas pessoas... De qualquer forma,
quem aceitar o desafio de ser um(a) Amigo(a) da Escola vai ter
de pensar num jeito eficaz de compartilhar o seu saber com as
crianças e jovens. Organizar oficinas pode ser uma ótima
oportunidade de transformar os encontros entre artista/artesão
e o grupo de interessados em experiências vivas de criação. As
orientações abaixo podem ajudar o coordenador de cada oficina:
• Verifique com cartazes e avisos • Combine regras para a
antecedência com a distribuídos com utilização do espaço e do
direção da escola o local antecedência, sobre o tipo material junto com as
onde será realizada a e quantidade de materiais crianças e jovens; eleja
oficina e o número de que devem trazer para a responsáveis para tarefas,
crianças, jovens e adultos primeira oficina. a fim de que todos tenham
inscritos. Planeje a • Organize os materiais, seus direitos garantidos e
utilização do espaço de separe-os de acordo com saibam com clareza quais
acordo com as atividades critérios que considerar são os seus deveres. Essa
que serão desenvolvidas. melhor para cada atividade atitude favorece a
A movimentação – por forma, cor, tamanho –, aprendizagem de valores,
espontânea dos de tal maneira que se como responsabilidade e
participantes pode tornem facilmente respeito mútuo, e também
contribuir para um clima acessíveis aos ajuda a preservar o espaço
agradável de trabalho. participantes. A e os materiais. (Se quiser
• Providencie os materiais organização pode facilitar a aprofundar esse tema, leia
necessários para a pesquisa e a escolha dos o volume 8 dos Parâmetros
realização da oficina, ou materiais. Essa atitude Curriculares Nacionais:
informe as pessoas que se ajuda o aprendiz a Apresentação dos Temas
inscreveram, por meio de perceber a importância da Transversais e Ética).
atividade organizada.
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11. • Sempre que começar a • Tire fotografias dos
oficina, faça uma roda de trabalhos que resultarem
conversa e/ou jogo com o das oficinas e vá
objetivo de promover organizando um álbum
situações favoráveis à para que fiquem
comunicação, à criação e à registrados. Será o acervo
socialização. Contar casos, de memórias do grupo.
histórias reais ou fictícias, • Faça exposições
cantar, brincar, resolver temporárias com os
problemas do cotidiano... trabalhos produzidos nas
são experiências oficinas. Ajude-os a criar
enriquecedoras. Ao final, os convites e organizar a
repita a roda para avaliar divulgação.
com o grupo o que deu
certo, o que não funcionou Mãos à obra! Como já dizia o
e deve ser mudado e o que poeta, “Quem sabe faz a hora
nunca mais deve ser não espera acontecer”. Ou,
repetido. como diz o provérbio popular,
“Quem não arrisca não
petisca”.
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12. Execução:
ARTESANANDO Primeira Parte
• Os participantes devem
Cada artista/artesão que se dispuser a trabalhar com as estar sentados, em roda.
crianças, jovens e adultos da escola já vai chegar trazendo • Coloque no meio da roda
na mochila os seus saberes e seu jeito muito próprio de uma folha de papel grande,
fazer as coisas. É esse repertório que irá compartilhar pincéis, potes de tinta
durante as oficinas. As atividades que sugerimos abaixo são guache, cola e retalhos.
apenas algumas dentre milhares de possibilidades. A • Desenhe nesse papel uma
técnica – o passo-a-passo – de cada uma delas também linha dando forma a um
pode ser diferente, de acordo com o estilo de cada artista/ contorno de rosto bem
grande.
artesão.
• Chame os participantes,
Ao vestirmos uma máscara – um de cada vez, para que
MÁSCARAS como acontece tantas vezes continuem o trabalho,
no Carnaval –, transformamo- dando sua contribuição
Objetivo: Com sacos
nos em outro personagem. para criar a “cara” do
de papel, criar máscaras
Isso nos autoriza a viver personagem.
representando vários
personagens, conhecendo
outras histórias. Escondidos • Cada pessoa irá
nas máscaras, estamos acrescentar elementos ao
assim as expressões faciais
mais libertos para viver rosto, usando desenho,
que representam diferentes
amplamente o que somos pintura ou colagem.
emoções (alegria, tristeza,
de verdade.
rancor). • Quando o personagem for
Material: Folhas grandes de aparecendo, vale tudo: é
papel branco ou pardo, giz de hora de inventar, de
cera, sacos de papel que observar, sorrir, rir ou
caibam na cabeça, retalhos de gargalhar. O resultado
papel, retalhos de pano, aparas pode ser uma figura
de madeira, fios, linhas, palha, engraçada, monstruosa...
cola, tesoura, tintas coloridas ou nada disso.
(guache) e pincéis. Se
possível, providencie um
espelho grande.
Preparação:
Lembre aos participantes que
as máscaras surgiram em
antigas civilizações e eram
peças fundamentais para
celebrações e rituais mágicos
e religiosos. Gregos, romanos
e povos orientais usavam-nas
no teatro. No Brasil, tanto os
índios quanto os negros que
vieram da África também as
utilizavam em seus rituais.
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13. Segunda Parte Terceira Parte personagens. Desafie as
• Dê a cada participante um • Proponha aos participantes duplas a, em cinco
saco de papel para fazer a que vistam as máscaras. É minutos, desenvolver um
sua máscara. um momento interessante episódio com começo,
para que se olhem no meio e fim.
• Peça que vistam o saco na
espelho. Como se sentem • Cada dupla irá encenar o
cabeça, marquem o lugar
dos olhos e o retirem da usando essa máscara? seu episódio para os
cabeça. Como percebem os demais. As histórias
outros? podem ser registradas,
• Peça que cada um fale gravadas em fita cassete.
sobre o personagem que É uma boa oportunidade
representou em sua de se exercitar para
máscara. Estimule a começar a escrever peças
imaginação perguntando, teatrais.
por exemplo: Quem é o seu
personagem? Quais são seus
poderes? Interferem no Atenção!
cotidiano das pessoas? Essas máscaras
Fazem milagres?
também podem ser
Transformam a natureza?
feitas com pratos de
• Os participantes irão Os homens? Descreva um
recortar o local dos olhos. episódio enfrentado por ele. papelão, caixas de
sapato, cartolinas,
• Pintando com giz de cera e • Sugira ao grupo que se
papel cartão recortados
guache, colando retalhos divida em duplas usando
e outros tantos
de papel, de pano, aparas as máscaras para criar
de madeira, fios, linhas e um diálogo entre os dois materiais e técnicas.
palha, cada um irá delimitar
olhos, nariz, boca, orelhas e
cabelo do personagem e
criar a sua máscara de saco
de papel. É hora de olhar,
mexer, sentir, experimentar
os materiais.
• Avise para que não
coloquem materiais que
pesem demais. Auxilie nos
acabamentos.
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14. aqueles que cruzam o seu • Peça que preencham o
BONECOS DE caminho; a da Mãe-d’Água, interior do contorno com
metade mulher, metade desenhos e cores.
PANO peixe, que costuma atrair • Cada um inventa um nome
homens com seu canto e para o seu bicho e
Objetivos: Construir bonecos
puxá-los para o fundo das apresenta para os colegas.
de pano com temática
águas, onde habita. (Previna- “— Esse é o Broncolipo.
surrealista; conhecer as
se com livros que contenham A função dele é...”
lendas e mitos de nosso
essas lendas, de preferência
folclore; expressar desejos e
ilustrados, da biblioteca da
temores, criando as próprias
escola ou da cidade. Se
lendas e mitos.
ninguém tiver “causos” para
Material: Folhas de papel do contar, você poderá fazê-lo.)
mesmo tamanho de pedaços
Execução:
de pano de cor lisa, medindo
em torno de 30 cm x 40 cm – Primeira Parte
sacos de farinha são ótimos. • Depois da sessão de
Lápis grafite, lápis de cor, histórias, distribua um
cordas, barbante, sisal, pedaço de papel grande
pedaços de linhas coloridas, para cada participante.
lantejoulas, botões, peças de
Segunda Parte
relógio em desuso, agulhas
para costurar, varas de bambu • Ofereça a cada participante
ou madeira para segurar os dois pedaços de pano
bonecos, material de grandes, do mesmo
enchimento (meias velhas, tamanho, de cor lisa.
espuma, paina, papel picado
etc.).
Preparação:
Comente com o grupo que as
lendas e mitos fazem parte do
imaginário dos povos. É uma
forma poética de explicar • Oriente para que
certos fenômenos. Pergunte desenhem – a lápis e
aos participantes quem utilizando apenas uma
conhece e pode contar lendas linha no papel – o contorno
do folclore brasileiro, como a de um bicho fantástico.
do Boitatá, cobra de fogo
protetora da natureza, que
mata aqueles que queimam os
campos sem necessidade; a
do Curupira, anão cabeludo e
de pés virados para trás,
Surrealismo
protetor das matas; a do É um dos movimentos artísticos do começo do século
Lobisomem, mito universal XX que elege o sonho como matriz de toda a criação e
que é um homem que se faz da desfiguração das formas e da expressão o seu
transforma em lobo nas modo de subverter a racionalidade do mundo real.
noites de lua cheia e ataca
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15. • Os participantes irão • O próximo passo é
reproduzir o contorno que introduzir o bastão de
está no papel em um dos bambu ou madeira na
Enquanto os
panos. abertura por onde se fez o
participantes costuram,
enchimento deixando uma
parte para fora. É preciso converse sobre a
costurar em volta, de divisão das atividades
forma que fique bem firme. consideradas femininas
Ensine como costurar e e masculinas pelo
arrematar, peça para os grupo social. Por
que sabem ajudarem os exemplo, em alguns
que ainda não sabem. grupos, “cozinhar e
costurar cabem à
mulher”. Será que
• Deverão colocar o pedaço ainda existe esse
de pano com o contorno preconceito em sua
sobre o outro pano, localidade? Crenças e
seguindo o contorno e costumes variam
deixando uma abertura
conforme a época e
para introduzir o material
de enchimento. os lugares.
Terceira Parte
• Depois de confeccionados
os bichos fantásticos, cada
um irá inventar uma lenda
sobre ele: Quando é que
aparece? É protetor?
• Depois que o corpo do Anuncia acontecimentos?
bicho estiver montado, Como se diverte? O que
incentive a ornamentação. adora comer? Interfere nos
• Peça que recheiem o Para fazer olhos, focinho, sonhos das pessoas? Como é
boneco com meias velhas, escamas, asas, patas, o seu nome? Onde vive?
espuma, papel picado ou garras ou tromba do bicho, Como nasceu?...
outros materiais podem ser costurados ou
colados cordas, barbante, • Fotografe todos os
disponíveis e bons para
sisal, pedaços de linhas trabalhos.
essa finalidade.
coloridas, lantejoulas, • Peça que cada um escreva
botões, peças de relógio a lenda do seu bicho. Junte
quebrado, pequenos todas as histórias e você
objetos de metal, clipes, terá um livro: “Biografia
espiral de cadernos, tocos dos bichos sobrenaturais”.
de lápis, pedrinhas, As fotos de cada bicho vão
retalhos... tudo vale. servir de ilustração.
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16. MOSAICO DE PANOS OU PAINEL COM APLICAÇÃO
Objetivos: A partir de Já o painel de aplicação pode • Alerte os grupos para
retalhos coloridos, criar um ser geométrico ou figurativo. aproveitarem a
mosaico de panos ou painel Os retalhos são aplicados ou oportunidade e
com aplicações; exercitar as costurados sobre um pano de exercitarem a
habilidades de dialogar, ouvir fundo, formando figuras aprendizagem do conviver,
e respeitar a opinião alheia e abstratas ou representando trocando idéias,
tomar decisões em conjunto. seres da natureza. Fazer um concedendo, negociando
Material: Pedaços de pano painel abordando uma interesses, sem tentar
grandes de cor lisa para servir temática é muito submeter ou humilhar o
de fundo; retalhos de cores interessante. outro. A opinião de todos
lisas, estampados, rendados, deve ser ouvida e será
de tamanhos e texturas preciso negociar para
variados, brilhantes e opacos, chegar a decisões como:
finos e grossos; agulhas, fios, Que tipo de pano usar
lãs, cordas, sisal, barbante, aqui? Que cor combina
linhas, tesoura. melhor com essa? Como
cortar? Como costurar?
Preparação: O que acrescentar? O que
Converse com o grupo modificar?
destacando que panos • Exponha o produto final da
ornamentados fazem parte atividade: panos grandes,
das vestimentas usadas nas ornamentados, que
danças, nas festas religiosas, servem para enfeitar a
no Carnaval, no circo, nas Execução: parede e também podem
toalhas de mesa das casas...
• Organize grupos de quatro ser usados como mantas
Se possível, mostre fotos e para cobrir sofás ou mesas,
pessoas. É um número que
ilustrações ou mesmo cortinas para separar os
propicia a participação de
trabalhos já prontos que bastidores do palco ou
todos. Cada grupo discute
sejam bons exemplos dessa ornamentos para
e escolhe entre fazer o
forma de arte. representações.
mosaico de panos ou o
Explique que o mosaico de painel de aplicação. Em
panos é uma combinação de seguida, juntos, escolhem
retalhos, cortados em os materiais.
Atenção!
tamanhos aproximadamente
• Chame a atenção para as Procure conhecer as
iguais, costurados um ao lado
qualidades dos tecidos, costureiras do local e
do outro, sem espaços vazios
valorizando suas convide-as para que
entre eles. Serve para os que
características. Por participem da atividade.
querem explorar mais as
exemplo, panos finos e Solicite que façam um
formas.
moles podem ser acabamento nas bordas
amontoados. Mostre que dos panos e que os
outros materiais podem
preparem para que
ser acrescentados ou
pendurados: raízes, flores possam ser pendurados
secas etc. como cortinas.
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17. FANTOCHE OU MARIONETE DE PAPEL MACHÊ
Objetivo: Construir fantoche Execução: cruz de varetinhas será
(marionete) com papel Ofereça com calma as colada no lado de dentro
machê. instruções aos participantes, desse pescoço).
Material: Jornal, fita crepe, dando tempo para que
cola branca diluída em água, executem cada passo, antes
lixa fina, tinta branca, tinta de dar a orientação seguinte.
preta, tintas coloridas, Primeira Parte
pincéis, uma vareta com cerca
de 40 cm de comprimento, • Verifique se todo o
barbante fino, cola forte, material necessário nessa
verniz transparente, restos etapa está a seu alcance:
de tecido cortados em tiras, várias páginas duplas de
linhas, agulhas. jornal, fita crepe, uma
tigela ou lata com cola
Preparação: branca diluída em água.
Conte aos participantes uma
história popular de que você
• Rasgue tiras de jornais e,
goste, cheia de personagens
interessantes e aventuras*. uma a uma, ensope-as na
Pode ser uma história de cola branca diluída. Cubra a
cordel, um mito de alguma cabeça da marionete com
nação indígena, uma lenda ou quatro camadas de tiras
um conto de fadas. Depois molhadas. Cuide para que
convide cada participante a não fiquem pontas
escolher o personagem que descoladas.
mais o(a) fascinou. Desafie o • Faça as formas do rosto
grupo a representar esses (olhos, nariz, boca,
personagens construindo orelhas) espremendo
fantoches ou marionetes, tirinhas de jornal
também chamados de ensopadas de cola até
bonecos-vara. virarem bolinhas e
colando-as no lugar.
* Dica: O livro Contos
Tradicionais do Brasil (Ed.
Global, 2001), de Luís da
Câmara Cascudo, o maior
especialista brasileiro em
cultura popular e folclore, traz
histórias que refletem as
• Para fazer a cabeça da
influências européias,
indígenas e africanas, e, marionete, amasse uma
segundo o crítico Leo Gilson página dupla de jornal,
Ribeiro, mostram “a graça da fazendo uma bola. Depois
inventividade brasileira, de
norte a sul”.
cubra a bola com fita
crepe, esculpindo-a na
forma desejada. Não se
esqueça de dar um
pescoço ao boneco (uma
15
18. • Passe duas camadas de 30 cm de comprimento. • Amarre as tiras ao longo
tiras curtas de jornal sobre Coloque a varetinha menor da varetinha transversal
olhos, nariz e boca da sobre a maior formando para formar os braços do
marionete. uma cruz e amarre. boneco.
• Deixe a cabeça secar por
aproximadamente um dia.
Segunda Parte
• Confira se os materiais dos
quais vai precisar agora
estão disponíveis: lixa fina,
tinta branca, tinta preta,
tintas coloridas, pincéis,
uma vareta com cerca de
40 cm de comprimento,
barbante fino, cola forte,
verniz transparente, restos
de tecido cortados em
tiras, linhas, agulhas.
• Pegue a cabeça do
• Faça um orifício no • Se quiser, envolva em
fantoche e alise-a de leve
pescoço da marionete e tecido o pescoço da
com uma lixa fina.
cole a vareta. marionete, para esconder
• Pinte a cabeça com duas os pontos em que ele se
demãos de tinta branca. junta à vareta. As tiras de
• Quando a tinta estiver pano podem ser
seca, desenhe as formas estampadas ou de cores
do rosto da marionete e lisas, para serem
enfeite a cabeça com tintas ornamentadas.
coloridas. É possível Terceira Parte
acrescentar detalhes com a
• Divida os participantes em
tinta preta ou usá-la para
grupos de dois ou três e
dar contorno com um
peça que, usando os
pincel bem fino.
fantoches, criem histórias
• Novamente deixe secar. para serem encenadas.
Recubra-a com duas
• Promova apresentações de
demãos de verniz
marionetes para crianças
transparente para dar
da comunidade, para os
brilho.
pais... Vai ser preciso um
• Pegue a vareta de 40 cm e palco. Vocês podem
quebre-a em dois pedaços: construí-lo usando uma
um com 10 cm e outro com velha caixa de geladeira
(veja como, na atividade
• Corte tiras de tecido com
seguinte).
cerca de 3 cm de largura,
compridas o suficiente
para esconderem as
varetinhas.
16
19. PALCO-BIOMBO
Objetivo: Transformar
uma caixa de papelão
em um palco-biombo
para teatro de bonecos.
Material: Caixa de
papelão (a de geladeira
é ótima), serra de
madeira, tintas,
pincéis, cola,
papéis coloridos.
Execução:
• Serrando a caixa, ajude os • Converse com os
participantes a deixá-la participantes para que
com apenas três faces. planejem a ornamentação
Isso se consegue do palco-biombo. Deixe
eliminando as faces surgirem as idéias e depois
superior, inferior e uma coordene as escolhas e a
das faces maiores; obtém- distribuição dos desenhos,
se assim um retângulo pinturas, colagens... Há
em forma de U. mil possibilidades.
• Na face central, marque o Lembre-os de que a
tamanho e o local da ornamentação não deve
janela, para que seja ser excessiva, a ponto de
cortada. Verifique a altura ”poluir” o visual dos
ideal de acordo com o bonecos. Esses precisam
tamanho médio da turma. ficar ressaltados.
17
20. fotografem cenas que
acharem interessantes –
crianças, jovens, velhos.
Depois disso, poderão
escolher uma das cenas que
registraram, para esculpir na
argila.
Execução:
Primeira Parte
• Distribua um bloco de
argila para cada
participante.
• Convide-os a explorar o
material e, ao mesmo
tempo, preparar a argila
CENA DO COTIDIANO EM ARGILA para ser usada,
amassando-a bem até que
cotidiano: seus hábitos, o que fique macia. A argila deve
gostam de fazer, como é seu estar suficientemente
descanso em casa, como úmida – assim é possível
comem... Motive-os a amassar, esticar,
observar as cenas do dia-a- comprimir, sentindo e
dia, pensando em representá- dando forma ao material.
las usando bonecos de argila.
• Com o desenho ou a
Para melhor inspirar a turma, fotografia da cena que se
passeie com eles pelas ruas, vai representar do lado,
lojas, praças, bares, para que cada participante irá tentar
observem, desenhem ou modelar no barro os
personagens que a
compõem.
Objetivos: Estimular a
observação crítica da
realidade local; modelar com
argila uma cena do cotidiano.
Material: Argila, facas,
palitos, tinta branca, tintas
coloridas, pincéis.
Preparação:
Se possível, mostre em
livros, vídeos e museus obras
que retratam cenas do
cotidiano.
Puxe conversa com os
participantes, fazendo
perguntas sobre o seu
18
21. • Outra alternativa é compor • Acompanhe a execução
cada peça juntando das cenas em argila,
pedaços em forma de orientando os
placas ou rolos. participantes, sugerindo,
incentivando.
Segunda Parte
• Depois de prontos, os
trabalhos devem ficar
secando por dois dias.
(A argila que restou da
atividade precisa ser
envolvida em plástico
muito bem fechado, sem
nenhum furinho, para ser
guardada e não secar.)
• Estando secos, os
trabalhos poderão ser
• Para fazer os bonequinhos levados a fornos especiais
de argila, oriente os de temperatura muito
participantes a, partindo elevada, para a argila se
de um bloco de argila, ir transformar em cerâmica.
acrescentando mais barro Terceira Parte
ou esvaziando (tirando • Outra possibilidade ainda
é fazer placas de argila, • Prontas e secas e/ou
barro do interior de um
bloco) com o auxílio de sobre as quais é possível queimadas, as peças
facas ou palitos (existem desenhar, esculpir ou podem ser pintadas com
instrumentos especiais acrescentar elementos. tintas brancas e coloridas.
para trabalhar com argila – • Deixe secar de novo e
uns pauzinhos com arames organize uma exposição
de diferentes formatos no dos trabalhos e um debate
topo, chamados estecas). a respeito deles. Que
cenas foram
representadas? Expressam
ações/valores positivos ou
negativos? Por quê?
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22. EXPRESSÕES DA CULTURA
POPULAR REGIONAL
Objetivo: Conhecer as Execução: • Dê um tempo (cinco a dez
principais manifestações da Primeira Parte dias) para que cada equipe
cultura das diferentes regiões colete materiais, tais como
do País. • Convide os participantes a gravações das músicas
observar o mapa e a folclóricas, receitas
Material: Mapa do Brasil identificar as várias
ilustrado (anexo a este culinárias, fotografias,
regiões do Brasil. vídeos, poesias, bem como
conjunto de publicações), com Pergunte quais estados
suas regiões demarcadas, contate pessoas que
eles já conhecem e, se possam ensinar, por
contendo informações e possível, organize grupos
ilustrações das principais exemplo, alguma dança ou
que já moraram ou a confecção de
danças e folguedos da nossa visitaram os mesmos
cultura popular. vestimentas típicas.
lugares.
Preparação: Peça para que as equipes
• Peça para quem já viveu colecionem selos
Comentar com os em determinada região referentes a artistas e a
participantes que as que observe o desenho da manifestações artísticas
manifestações estão manifestação popular e culturais de cada
classificadas por regiões selecionada para ilustrar o região.
geográficas apenas por uma mapa. Por exemplo, o
questão didática, para facilitar Pastoril, no Nordeste. Terceira Parte
a sua apreensão e • Pergunte a esse grupinho • Reserve um dia para cada
visualização no território se teve oportunidade de região, quando a equipe
brasileiro. Na realidade, as participar dessa responsável fará a
coisas não são nem um pouco brincadeira. exposição do material
rígidas. Não se pode dizer coletado e a apresentação
(conforme normalmente se • Pergunte a pessoas de das músicas e danças.
afirma) que o Bumba-meu- outras regiões se já
• Os selos coletados serão
Boi seja um folguedo “típico” ouviram falar ou
participaram do Pastoril. colados em um mapa do
das regiões Norte e Nordeste, Brasil em branco, apenas
pois manifestações que Segunda Parte com as divisões por
apresentam a figura do boi
• Divida os participantes em Estado (cada selo na
são realizadas em região que representa).
cinco grupos e cada um irá
praticamente todo o território
brasileiro, com nomes e
escolher uma região sobre • Convide todo mundo da
a qual gostaria de escola e da comunidade
estruturas diferentes, em
pesquisar. para participar do evento.
épocas também distintas.
• Organize com os
E não existem regiões “mais
grupinhos um roteiro que
ricas” ou “mais pobres de
possibilite conhecer
folclore”. O que há são “...O artesão articula o
músicas, danças, artes
regiões onde o folclore é mais passado (conhecimento),
visuais, artesanato,
conhecido e divulgado. presente (necessidades)
comidas, tradições.
e futuro (projetos)...”
ANTONIO ARANTES
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23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A ARTE É DE TODOS
AGUILAR, Nelson (Org.)/Fundação Bienal de São AMIGOS DA E SCOLA
Paulo. Catálogos da Mostra do
Redescobrimento. São Paulo: Associação Brasil Realização
500 Anos Artes Visuais, 2000. Um projeto Rede Globo
BANK JENSEN, Thea. Artesanato para crianças. Diretoria de Projetos Sociais
São Paulo: Melhoramentos, 1979. Central Globo de Comunicação
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre Arte. São Paulo:
Ática, 1986.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é folclore? São Elaboração
Paulo: Brasiliense, 1982.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte.
Brasília: MEC, 1996.
CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,
Educação, Cultura e Ação Comunitária. Guia de Cultura e Ação Comunitária
ações complementares à escola para crianças e Direção-presidência Maria Alice Setubal
adolescentes. São Paulo: Cenpec, 1998. Coordenação Geral Maria do Carmo Brant de
CLÉRO, Claude. As atividades plásticas na escola e Carvalho
no lazer. São Paulo: Cultrix, 1974. Coordenação Técnica Isa Maria F. R. Guará
JACKSON, Paul, A´COURT, Angela. Origami e Coordenação de Projeto Alice Lanalice
artesanato em papel. Porto Alegre: Edelbra, Comitê Editorial Jorge Miguel Marinho
1996. Sônia Madi
MACHADO, Alvaro (Coord.).Catálogo da Oficina de Consultoria em Cultura Alberto T. Ikeda
arte popular brasileira realizada no SESC Popular
Belenzinho de São Paulo, em agosto de 2000,
Consultoria Pedagógica Madza Ednir
com os participantes do Programa de Artesanato e Edição (CECIP – Centro de Criação
e Geração de Renda do Conselho da de Imagem Popular,RJ)
Comunidade Solidária. Mestres-Artesãos.
Textos Originais
Com vocês: As Artes Sônia Madi
Artes da palavra Jorge Miguel Marinho
Artes da luz Maria Terezinha T. Guerra
Artes do som Marisa Trench O. Fonterrada
Artes da representação Alexandre Luiz Mate
Artes do festejar e brincar Iveta Maria B. Á. Fernandes
Artes do povo Tônia B. Frochtengarten
Revisão Sandra Aparecida Miguel
Edição de Arte Eva P. de Arruda Câmara
José Ramos Néto
Camilo de Arruda C. Ramos
Ilustração Michele Iacocca
CENPEC
Rua Dante Carraro, 68 Pinheiros
05422-060 São Paulo SP
Fax: 11 3816 0666
e-mail: info@cenpec.org.br
http: //www.cenpec.org.br
24. Realização
Apoio
Filatelia e Apoio Técnico
Material desenvolvido pelo
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM
EDUCAÇÃO CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA