O corpo e o vestuário como instrumento de comunicação
1. PROF. ODAIR TUONO
MODA E LINGUAGEM
O CORPO E O VESTUÁRIO COMO
INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI ANTOINE SKAF
CONSULTORIA DE IMAGEM
2. LINGUAGEM
Linguagem é o sistema através do
qual o homem comunica suas ideias
e sentimentos, seja através da fala,
da escrita ou de outros signos com-
vencionais. Linguística é o campo
de estudo da linguagem.
No cotidiano o homem utiliza a lin-
guagem verbal e não-verbal para se
comunicar. A linguagem verbal inte-
gra a fala e a escrita (diálogo, infor-
mações através de diversas mídias,
etc.).
I. Rockwell, Norman – The Gossips,
1948.
3. SISTEMAS DE LINGUAGEM
Todos os recursos de comunicação
como imagens, desenhos, símbolos,
músicas, gestos, sons, etc., fazem
parte da linguagem não-verbal.
A linguagem corporal é um tipo de
linguagem não-verbal, pois determi-
nados movimentos corporais podem
transmitir mensagens e intenções.
A linguagem gestual, um sistema
de gestos e movimentos cujo signifi-
cado se fixa por convenção, e é usa-
da na comunicação de pessoas com
deficiências na fala e/ou audição.
4. SISTEMA SENSORIAL
Como percebemos tudo que esta ao
nosso redor?
Os 5 sentidos, estão relacionados
com a percepção do meio, são o
olfato, paladar, visão, audição e tato.
O meio interno e o externo propor-
cionam uma variedade de sensa-
ções percebidas pelo nosso sistema
sensorial.
Podemos ter alguns sentidos mais
aguçados, conforme a necessidade
da adaptação que o individuo passa
ao longo da vida.
5. Qual sentido utilizamos com maior frequência?
SISTEMA REPRESENTACIONAL
VISUAL
CINESTÉSICO DIGITAL
AUDITIVO
6. REPRESENTACIONAL VISUAL
Pessoas que percebem as coisas
como imagens e podem passar de
um tema ao outro facilmente.
O “conceito geral” é mais importante
que explicações detalhadas.
Falam rápido e geralmente gesticu-
lam bastante, nem sempre se aten-
tam se os outros não veem a mesma
imagem.
Tem memoria fotográfica, gostam de
organizar bem as coisas, preferem
ler, escrever notas ou desenhar.
JANTTI, Eugênia.
http://meetcoaching.com/sentidos/
7. REPRESENTACIONAL CINESTÉSICO
Pessoas que percebem as coisas a-
traves do corpo e da experimenta-
ção. São muito intuitivos e valorizam
especialmente o ambiente e a parti-
cipação.
Falam devagar e pausado, não man-
tém um grande contato visual com
as pessoas.
São impacientes porque preferem
passar à ação. Valorizam as ativida-
des e o movimento. Aprendem me-
lhor fazendo as coisas e recordando
as sensações.
Ocasionalmente caminham e gesti-
culam para recordar as coisas.
8. REPRESENTACIONAL AUDITIVO
Pessoas auditivas possuem vocabu-
lário amplo, sabem se expressar
com clareza e pensam antes de res-
ponder.
Elas aprendem escutando, repetem
para si o que devem memorizar e
prestam muita atenção ao tom de
voz e às pausas.
Gostam de escutar, contar histórias
e certamente de desfrutar momentos
de silêncio.
9. REPRESENTACIONAL DIGITAL
Pessoas que gostam de perguntar
muito, necessitam de muitas infor-
mações e fatos, tem diálogos inter-
nos profundos.
Se mexem e conversam, e ao mes-
mo tempo, conversam consigo inter-
namente. Não gostam de ler por lon-
gos períodos de tempo, sempre es-
tão pensando no minuto seguinte.
São organizados, mas precisam de
informações detalhadas e instruções
passo a passo para garantir sua
credibilidade ou segurança.
10. INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM
A suástica é um conjunto de braços
em sentido giratório, rotacionada em
torno de um centro imóvel, represen-
tando um símbolo de ciclo, de ação
e regeneração.
A imagem está fortemente associada
ao símbolo nazista, no entanto na
Índia, a suástica representa um sím-
bolo associado à Buda, Ganesh e
Brahma.
Existem dois tipos fundamentais
de suástica: braços que apontam
para a direita (masculino) e outra
contrária (feminino), significando o
impulso cósmico evolutivo e involu-
tivo.
11. IMAGEM
(latim: imago) significa uma repre-
sentação visual. No grego antigo
corresponde a eidos, raiz etimológi-
ca de idea, cujo conceito foi desen-
volvido por Platão em sua teoria, o
idealismo, que considerava a ideia
da coisa, como sendo uma projeção
da mente.
Aristóteles, pelo contrário, conside-
rava a imagem como sendo uma
aquisição pelos sentidos, a repre-
sentação mental de um objeto real,
fundando a teoria do realismo.
Imagem é comunicação na medida
em que pode ser interpretada pelo
individuo estabelecendo uma relação
de valor. OM GAM GANAPATAYE NAMAHA
Mantra que remove obstáculos, um dos
mais poderosos e conhecidos no hinduísmo
12. FORMAS DE IMAGEM
O artista Kosuth criou,
no MoMa, uma expo-
sição de Arte Concei-
tual que tinha como
objetivo colocar a arte
como fonte de infor-
mações, e não como
concepção estética.
Estimular o expecta-
dor a refletir sobre:
Ideia versus Forma.
One and Three Cha-
irs (1965).
Kosuth, Joseph.
13. COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL
Refere-se a comunicação que não
utiliza a fala e nem a escrita. Inter-
preta os sentidos por meio de ele-
mentos como: placas, figuras, ges-
tos, objetos, utilizando-se de simbo-
logias textuais.
A tecnologia se utiliza de imagens,
chamadas de ícones e os sinais
corporais são muito utilizados para
complementar a fala ou estabelecer
a comunicação entre duas pessoas.
Um exemplo de comunicação não
verbal é o uso de emotions que vem
se popularizando muito em redes
sociais modernas.
14. COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL
É responsável pela primeira impres-
são de uma pessoa nas relações. O
antropólogo Ray Birdwhistell fez
uma estimativa da proporção verbal/
não verbal do comportamento e con-
cluiu que:
55% da mensagem é transmitida via
linguagem corporal (aparência e
ações), sendo a voz (tom) é respon-
sável por 38% e as palavras apenas
por 7% (conteúdo).
Podemos afirmar que nas relação
vale o ditado: “A primeira impressão
é a que fica”.
15. MUNDO DAS IMAGENS
Frases populares como a “primeira
impressão é a que fica” e “você
nunca terá uma segunda chance de
deixar uma primeira impressão” são
máximas da vida adulta.
No livro “Presence”, a especialista
no estudo de primeiras impressões
Amy Cuddy (TED Talk) relata que
quando conhecemos alguém, duas
perguntas vêm à mente: 1) Posso
confiar? 2) Posso respeitar?
Sintetizamos em duas palavras a ex-
periência do contato: cordialidade e
competência.
CUDDY, A. O poder da presença.
Ed. Sextante, 2016.
18. SIGNIFICADO DA MODA
A moda nos remete ao mundo gla-
mouroso das celebridades com seus
vestidos deslumbrantes, costureiros
famosos, tecidos e aviamentos de
última geração.
Esta ideia/imagem não nos leva a
refletir que desde a Pré-História o
homem vem criando sua forma de
vestir, não somente para proteger o
corpo, mas como forma de se distin-
guir em vários aspectos sociais, reli-
giosos, estéticos, místicos ou para
diferenciar sua aparência do meio.
I. Gabriel Moginot, discipulo de Mrs.
Pearl, fotografo Armin Morbach para
Revista Horst (Alemanha).
19. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Pinturas Rupestres,
Espanha 32.000 a.C.
Vênus de Willendorf , 25.000 a.C.
Áustria, 1908.
PRÉ HISTÓRIA
até 3.500 a.C.
20. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Suméria, ca. 2500 a.C.
Mesopotâmia, Nippur.
IV dinastia, ca. 2530 a.C.
Boston, Museum of Fine Arts
MESOPOTÂMIA
2.000 a.C.
ANTIGO EGITO
3.150 a.C.
21. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Estatua em mármore.
Himation, s.r.
Estatua em mármore, s.r.
Himation, I séc. a.C.
GRÉCIA ANTIGA
1.100 a.C.
ROMA ANTIGA
753 a.C.
22. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Marie de Berry e John I
Duque de Bourbon, c.1450
Casamento de Catherine de Valois e
Henry V da Inglaterra, 1420.
IDADE MÉDIA
SÉC. V – XV d.C.
23. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Lady Margaret Douglas
s.r. 1546
Lady, s.r.
George Gower, 1570.
RENASCIMENTO
SÉC. XIV – XVI d.C.
24. CORPO, IMAGEM E TEMPO
O Rei Candaules de Lydia mostra sua
esposa para Gyges. Jacob Jordaens,
1646. Museu Nacional de Estocolmo.
As Três Graças. Peter Paul Rubens,
1635. Museu do Prado, Madri (ESP.).
BARROCO
SÉC. XVI – XVIII d.C.
25. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Arquiduquesa Maria Josefa
s.r., 1760.
Arquiduquesa Maria Cristina.
Martin van Meytens, 1760.
BARROCO
SÉC. XVI – XVIII d.C.
26. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Amélia Augusta,
Joseph Karl Stieler (1823).
Josefina, retrato da esposa
de Napoleão, s.r.
NEOCLÁSSICO
SÉC. XVIII – XIX d.C.
27. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Nadezhda Polovtseva, s.r.
Charles F. Jalabert, Museu Hermitage.Retrato Vitoriano, s.r.
ERA VITORIANA
SÉC. XIX d.C.
28. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Chapéu por Lenthéric, Les Modes.
Foto por Paul Boyer,1906.
Dinner dress, Martial
& Armand, Les Modes
Foto por Félix, 1906.
BELLE ÉPOQUE
1890 A 1914
29. CORPO, IMAGEM E TEMPO
The Women's Army Auxiliary Corps
(1917). Foto s.r.
Woman's Royal Air Force
WRAF,1918. Foto s.r.
I GUERRA MUNDIAL
1914 - 1918
30. CORPO, IMAGEM E TEMPO
Carole Lombard, 1929. Foto por
William E. Thomas
Afternoon dress. Francis &
Fernand, Les Modes,1925.
ANOS LOUCOS
SÉC. XVI – XVIII d.C.
31. SEMIÓTICA – ARTE DOS SINAIS
Head With Basket of Fruit, c. 1590.
Giuseppe Arcimboldo (1527-1593).
32. SEMIÓTICA
raiz grega “semeion”, que deno-
ta signo, desta mesma fonte,
temos “semeiotiké”, “a arte dos
sinais”, esfera do conhecimento
existe há um longo tempo, e
revela as formas como o indiví-
duo dá significado a tudo que o
cerca.
Ela é a ciência que estuda os
signos e todas as linguagens e
acontecimentos culturais como
fenômenos pro produtores de
significado, neste sentido define
a semiose.
I. Till Nowak, Salada. Tributo
para H.R. Giger and Giuseppe
Arcimboldo, 2006.
33. SINTAXE
Conhecer a sintaxe que preside a um
sistema sígnico é um dos princípios
fundamentais da utilização desse sis-
tema. É necessário o conhecimento
das regras que presidem à organiza-
ção e a combinação.
O vestuário tem uma sintaxe compos-
ta por camadas que representam ní-
veis de articulação (roupas intimas,
roupas, sobretudo), e cada camada
tem suas regras combinatórias.
Indica as categorias, os tipos, os gru-
pos. São as unidades elementares,
mínimas, básicas, simples sujeitos a
qualquer combinação possível.
34. SINTAXE
A sintaxe da indumentária varia con-
forme a faixa etária, os grupos sociais,
a atividade exercida, etc. A moda alte-
ra os elementos individuais as regras
do vestir.
Cada um de nós possui no seu armá-
rio um repertório de signos, e possui
dentro de si as regras para combiná-
los.
Por meio do vestuário e do comporta-
mento produzimos enunciados defini-
dos pelas regras sociais. É a socieda-
de que “nos enuncia”: nós somos o
discurso.
I. Ari Seth Cohen, fotografa e autora
do www.advanced.style
35. SINTÁTICA
A ideia de sintática estabelecida por
Charles Morris estuda a maneira co-
mo os signos de várias classes se
combinam formando novos signos.
Estuda os aspectos formais dos sig-
nos, as relações de classes com ou-
tras classes de signos e suas combi-
nações até formar signos mais com-
plexos.
Por exemplo, o uso do tênis com
saias longas ou o smoking feminino,
introduzido por Yves Saint Laurent,
foram inovações sintáticas.
I. FRUITS Mag. Shoichi Aoki e os
jovens do bairro Harajuku, Tóquio.
asapjournal.co.kr/news-fashion-388/
36. LINGUAGEM DA ROUPA
Masculinidade – calça, gravata,
ombros largos, tecidos pesados ou
rústicos.
Feminilidade – saia, vestido, bol-
sa, decotes, cintura marca, tecidos
leves e delicados.
Maturidade sexual – roupas jus-
tas, salto alto, tecidos transparente
ou brilhantes.
Imaturidade – roupas desestrutu-
radas e soltas, modelagem ou es-
tampas infantis, cores vivas.
Dominação – uniformes, cor pre-
ta, couro, vinil, apliques de metal e
acessórios.
SP Men Competition. Salon Coup d'Etat.
Reino dos Países Baixos. Wella Prof.
37. LINGUAGEM DA ROUPA
Inteligência – óculos de leitura, co-
res escuras, pasta de documentos.
Rebeldia – vestuário e corte de ca-
belo extravagante ou coloridos, ta-
tuagens, piercings.
Origem – indicadas por roupas da
cidade ou país, vestimentas típicas
ou regionais.
Riqueza – grifes famosas, joias, bol-
sas, perfumes, bens de luxo.
Saúde – roupa esportiva, casual,
cortes que revelam o corpo, tênis.
I. br.pinterest.com/analeonorrocha7
38. Alguma vez você já teve uma boa ou
má impressão de alguém sem nem
sequer trocar uma única palavra?
Você é do tipo de pessoa que não
entende por que os outros têm pre-
conceitos contra você?
Gostaria de ser uma daquelas pes-
soas que são bem recebidas desde
o primeiro momento, daquelas que
causam uma boa impressão e que
os outros tratam como se as conhe-
cessem a vida toda? A resposta está
na sua linguagem corporal.
Fonte: amenteemaravilhosa.com.br
I. Shutterstock, Inc. [US].
LINGUAGEM CORPORAL
39. LINGUAGEM CORPORAL
A diferença entre as palavras de
uma pessoa e nossa interpretação
do que ela realmente expressa é re-
sultado da linguagem corporal.
Mediante o conhecimento dos sinais
do corpo fica mais fácil entender e
se comunicar de forma eficiente com
outras pessoas.
As expressões faciais, os movimen-
tos e os gestos podem ser mais ou
menos sutis em cada pessoa, e a
forma de falar, andar ou nos sentar-
mos sempre diz algo sobre nós e
sobre o que estamos sentindo, que
pode se refletir em nosso exterior.
40. Existem momentos em que envia-
mos mensagens contraditórias: fala-
mos uma coisa, mas a nossa língua-
gem corporal revela outra.
A linguagem do corpo afeta nossa
forma de agir e reagir perante os ou-
tros, e perante nós mesmos. Obser-
vando as pessoas, podemos identifi-
car alguns sinais que delatam sua
segurança ou insegurança.
Quando souber interpretar estes si-
nais, pode mudar as palavras ou o
modo de dizer as coisas para ajudar
à outra pessoa se sentir à vontade e
estar mais receptiva.
LINGUAGEM CORPORAL
41. O CORPO REAL
A influência da imagem
ligada as redes sociais
tem uma importância sig-
nificativa no mundo glo-
balizado. O estimulo a
vaidade pode gerar uma
distorção da imagem real
da pessoa.
“Toda beleza é imperfei-
tamente bela. Jamais de-
veria haver um padrão,
pois toda beleza é exclu-
siva como um quadro de
pintura, uma obra de
arte” Augusto Cury.
42. INTERPRETAÇÕES DO CORPO
Plus size no mundo:
Afeganistão, Nauru – fertilidade.
África do Sul – saúde.
Fuji – saúde, riqueza e fertilidade.
Jamaica – alegria.
Kwait – riqueza.
Mauritânia – beleza e riqueza, se a
mulher emagrece após a gravidez po-
de gerar separação.
Samoa – padrão normal.
Taiti, Tonga – consideradas mais bo-
nitas.
Fonte: ggpremium.blogspot.com.br
I. Uma Família, 1989. Botero, F.
43. REFLEXÃO
“A mais nobre paixão humana é aquela que ama a imagem da beleza
em vez da realidade material. O maior prazer está na contemplação.”
Salvator Mundi c. 1490, Leonardo da Vinci (1452-1519, artista).
44. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, T. Personal Stylist – Guia para consultores de imagem. São Paulo: Senac, 7ª Ed.
2015.
LURIE, Alison. A linguagem das roupas. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1997.
MATARAZZO, C. Etiqueta sem frescura. São Paulo: Planeta, 2012.
PÉTRY, J. e BUNDCHEN, V. R. Singular – o poder de ser diferente. São Paulo: LeYa, 2013.
SORCINELLI, P. Estudar a Moda – Corpos, vestuários, estratégias. São Paulo: Senac,
2012.