Experiência com hipertexto e webquests na educação
1. RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
PEDAGÓGICA
SOCIALIZAÇÃO
SALA DE PROFESSOR
RITA DE CASSIA DE AZEVEDO
14/09/2010
2. PASSO 1 – APRESENTANDO O
TEMA
Este é o relato de uma experiência pedagógica desenvolvida no
Curso de Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as
TICs. O projeto teve como tema: Planejando uma atividade com
hipertexto. Foi realizado na 2ª fase do 3º ciclo – Turma B – período
vespertino. Participaram 11 alunos – a turma é composta de 17
alunos. Foram utilizadas 4 aulas com os alunos: 2 para o 1º momento
e 2 para o 3º momento. A atividade do 2º momento foi realizada em
horários em que os alunos estavam na escola para outras atividades,
por exemplo, após as aulas de educação física. Infelizmente, seguindo
uma contra-orientação executei a atividade individualmente – os
meus colegas de curso estão muito atrasados e eu precisava terminar
a atividade. Mas contei com o apoio do técnico do laboratório. A
atividade foi realizada nos dias 24/8 e 02/09/2010 na Escola Estadual
Humberto Castelo Branco em Luciara – MT.
3. PASSO 2 – PENSANDO OS
OBJETIVOS
Os objetivos foram: apresentar aos alunos o que é um
documento hipertextual e navegar por esse tipo de documento;
trabalhar com os alunos uma webquest – nas webquests estão
presentes vários links que remetem a textos – ela também já é um
documento hipertextual; criar contas de e-mail para iniciar um diálogo
com os alunos através dessa ferramenta da internet. Utilizei como
recursos: computadores, sites com webquests já publicadas e correio
eletrônico.
Com essa atividade pretendo desencadear em mim e nos alunos
uma nova forma de trabalho pedagógico. Por isso são esperados os
seguintes resultados: que os alunos aprendam a utilizar o correio
eletrônico e saibam navegar por um documento hipertextual; espera-
se que sejam curiosos, demonstrem interesse e se envolvam na
atividade; desenvolvam a autonomia para a realização de tarefas que
não são rotineiras.
Creio que essa metodologia de trabalho poderá ser desenvolvida
em qualquer disciplina e em qualquer ano dos ciclos – para estimular
a curiosidade dos alunos não tem idade.
4. PASSO 3 – DESCREVENDO O
PERCURSO
A atividade, desde o início, quando foi sugerida durante as aulas
despertou grande interesse pelos alunos. Eles gostam de atividades
que sejam efetuadas fora da sala, mesmo que seja simplesmente no
barracão da escola. Alguns alunos verbalizaram que não gostavam de
“lidar” com computadores, não sabiam o que fazer, mas a grande
maioria estava motivada e interessada. O fato de ter havido uma aula
expositiva no laboratório foi muito bom para esclarecer o que eles
iriam desenvolver.
Em um dia anterior foram abertas contas de e-mail para todos
os alunos, onde foi postada a atividade. Aliás, essa foi a 1ª atividade,
pois vários tinham e-mail, mas foram abertos somente para acessar
ORKUT e MSN, inclusive alguns nem sabiam para que servia o e-mail,
achavam que era a mesma coisa que o MSN.
5. PASSO 3 – DESCREVENDO O
PERCURSO
No laboratório, eram poucos alunos, somente 11, faltaram
muitos e isso acabou facilitando o trabalho, quase que um aluno por
máquina. Rapidamente se acomodaram, mas como o trabalho se
iniciava por abrir o e-mail a conexão foi muito demorada e se juntando
à ansiedade dos alunos o tempo de espera parece que aumentava
ainda mais. Alguns nem conseguiram abrir seus e-mails, então, copiei
nos computadores rapidamente a atividade – um texto com links – as
webquests que eles deveriam acessar.
6. PASSO 3 – DESCREVENDO O
PERCURSO
Bom, vencida essa primeira dificuldade a atividade começou
a se desenrolar. O conteúdo não era desconhecido e eles até puderam
avançar. A dificuldade seguinte foi a leitura – alguns são ansiosos
demais, não lêem com rapidez e não realizaram as atividades
solicitadas. Repetem o que fazem em sala, exigem a presença do
professor sempre ao seu lado, a cada clic. Por outro lado, dos 11
alunos, 5 alunos ficaram até após o término do horário. Calcularam as
equações, entraram nos links. Um aluno em particular me chamou a
atenção – ele foi muito persistente, mostrou interesse – justamente um
dos que haviam dito que não gostavam de “lidar” com o computador.
Percebi também solidariedade entre eles – houve ajuda para com o
colega do lado – no que conseguiam orientar.
7. PASSO 3 – DESCREVENDO O
PERCURSO
Como os e-mails demoraram muito em abrir ou nem
carregaram (alguns), perdemos muito tempo. Apenas um aluno, que
ficou sem máquina, ficou muito chateado e queria que o outro saísse
para que ele realizasse a sua atividade.
No geral, apesar dos contratempos, como consegui
rapidamente copiar nos computadores o texto que havia nos e-mails,
os objetivos foram parcialmente atingidos Esses contratempos ajudam
a fazer a preparação da atividade com mais cuidado e mais detalhes
ainda – deu para sentir o nível dos alunos, talvez com grupos ainda
menores, com o professor mais próximo ainda, nesse momento inicial
de inserção de uma nova ferramenta – como meio, sendo objeto de
aprendizagem e não somente para acesso às redes sociais, o
resultado final seja melhor.
8. PASSO 3 – DESCREVENDO O
PERCURSO
Considero que esse trabalho com hipertexto se adapte
bem com um tema interdisciplinar, com várias abordagens das
disciplinas – faria com que os alunos tivessem mais contato com essa
ferramenta e conseguissem começar a perceber como um assunto se
liga a outro num simples clic num link – é mais rápido e mais
interessante.
Eu me dispus a chamar alguns alunos que não fizeram a
atividade em outro horário – todos querem executar e não somente
ser apoio a quem está na máquina e este dificilmente cede à vez,
principalmente os que não possuem computador em casa.
9. PASSO 4 – REFLETINDO SOBRE
A EXPERIÊNCIA
Finalmente, é claro que a atividade ficou cheia de falhas,
mas considero que para mim também, como professora, está sendo
um ótimo aprendizado – a elaboração da atividade meio que no
escuro – não sabia o que eles sabiam de manusear o computador e
navegar, mas já deu para ver quem se sobressai ... O que se
prenuncia é que não se pode parar nessa atividade – quero ler mais,
estudar mais sobre o assunto, sobre essa forma de aprendizagem,
como ajudar os alunos a transformar informação em conhecimento e
principalmente que eles conquistem a autoconfiança e determinação
para efetuarem futuras pesquisas, estudos e até mesmo saibam
explorar com segurança os sites de relacionamento.
10. PASSO 4 – REFLETINDO SOBRE
A EXPERIÊNCIA
Avaliando esse projeto creio que foi muitíssimo interessante
para mim porque pude vivenciar o que poderemos fazer em nossas
práticas pedagógicas – os limites e possibilidades dessa poderosa e
veloz ferramenta ao nosso dispor – os computadores com acesso à
Internet. Durante as leituras me interessei e fui a fundo na pesquisa
sobre as Webquests – formas organizadas de orientar estudos pela
internet – ajudando os alunos a não se perderem nos hipertextos,
orientando a pesquisa e ao mesmo tempo aprofundando no tema.
Conheci os limites dos alunos e a visão que tem da Internet – ainda
somente para acesso às redes sociais. Então cabe à escola fornecer
esses elementos para que saibam usar o computador para transformar
informações em conhecimento e principalmente aprenderem a serem
autores de seus estudos também - se tornarem independentes,
curiosos, organizados em suas pesquisas e produções – ainda estão
com o vínculo muito forte na presença física do professor. Mas, foi
somente uma experiência, meu objetivo é tornar essa experiência em
rotina, modificar minha prática pedagógica – desconstruir em mim
muitas coisas ultrapassadas e desnecessárias.
Acho que hoje aprendi mais que meus alunos!!