Este documento fornece um resumo da história da arte, desde a pré-história até a arte contemporânea, dividido por períodos históricos. Aborda estilos artísticos como paleolítico, neolítico, arte antiga egípcia e romana, idade média, renascimento, entre outros. Também discute conceitos como função da arte, como entender obras de arte e como as ideias se espalham pelo mundo.
Trabalho de Língua Portuguesa dos alunos da escola João Cruz do 1 Ensino Médio A.
Com a Professora Maria Piedade Teodoro da Silva.
Das alunas:
Ana Clara dos Santos
Ana Júlia dos Santos
Barbará Gabriele
Louise Flora
Trabalho de Língua Portuguesa dos alunos da escola João Cruz do 1 Ensino Médio A.
Com a Professora Maria Piedade Teodoro da Silva.
Das alunas:
Ana Clara dos Santos
Ana Júlia dos Santos
Barbará Gabriele
Louise Flora
Pop Art: suas principais características, artistas e suas obras, e o pop art nos dias atuais.
LIVROS PARA VOCÊ LER:
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*Há um vídeo no último slide, porém acredito que não irá ser possível de visualizá-lo. Mas o vídeo é de 50 segundos da campanha "Colorize" da Ray Ban, que explora algumas características deste movimento.
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3. 3
NEOLÍTICO
IDADE DOS METAIS
ARTE ANTIGA
2.01 EGÍPCIA
2.02 GREGA
2.03 ROMANA
2.04 PALEOCRISTÃ
2.05 BIZANTINA
2.06 ISLÂMICA
IDADE MÉDIA
3.01 ROMÂNICA
3.02 GÓTICA
IDADE MODERNA
4.01 RENASCIMENTO
4.02 MANEIRISMO
4.03 BARROCO
4.04 ROCOCÓ
5.08 FAUVISMO
5.09 CONSTRUTIVISMO
5.10 SURREALISMO
5.11 DADAÍSMO
5.12 OP ART
5.13 POP ART
5.14 INSTALAÇÃO
5.15 INTERFERÊNCIA
5.16 COBRA
5.17 FUTURISMO
5.18 ART NAIF
5.19 PINTURA METAFÍSICA
ARTE BRASILEIRA
6.01 PRÉ HISTPORIA
6.02 ARTE INDÍGENA
6.03 COLONIAL
6.04 HOLANDESA
6.05 BARROCO
6.06 MISSÃO FRANCESA
6.07 ARTE ACADÊMICA
6.08 MODERNISMO BRASILEIRO
6.09 EXPRESSIONISMO
6.10 ARTE NAIF
INTRODUÇÃO
O que é arte?
Criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia,
revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus
sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos
utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos
conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica,
a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura
etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras:
visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Hoje, alguns tipos
de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista
precisa da arte e da técnica para comunicar-se.
Quem faz arte?
O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades
práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de
cozinha. Outros objetos são criados por serem interessantes ou
possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de
3
4. 4
vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas
crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e
aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar
objetos e cenas.
Por que o mundo necessita de arte?
Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos
de função da arte que pode ser:
● feita para decorar o mundo
● para espelhar o nosso mundo (naturalista)
● para ajudar no dia-a-dia (utilitária)
● para explicar e descrever a história
● para ser usada na cura de doenças
● para ajudar a explorar o mundo.
Como entendemos a arte?
O que vemos quando admiramos uma arte depende:
● da nossa experiência e conhecimentos
● da nossa disposição no momento
● da imaginação e
● daquilo que o artista pretendeu mostrar.
PROCESSO DE DIÁLOGO COM O TRABALHO DO ARTISTA
O ARTISTA
Pode ter uma
mensagem e toma
decisões
O
TRABALH
O
(obra de
arte)
VOCÊ, O APRECIADOR
Exige esforço, dedicação e
diálogo com o trabalho, então
pergunte-se:
Qual é o tema?
Quais são os materiais
utilizados?
A obra tem título?
Quando e onde foi feita?
Qual o seu tamanho?
Quais são as suas cores?
Como são as suas formas?
Você gosta?
Como ela faz se sentir?
Já viu algo parecido?
O que é estilo? Por que rotulamos os estilos de arte?
Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado
suas decisões. Cada artista possui um estilo único. Imagine se
todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala
gigantesca. Nunca conseguiríamos ver quem fez o que, quando e
como. Os artistas e as pessoas que registram as mudanças na
forma de se fazer arte, no caso os críticos e historiadores,
costumam classificá-las por categorias e rotulá-las. É um
4
5. 5
procedimento comum na arte ocidental. Ex.: Renascimento,
Impressionismo Cubismo, Surrealismo, etc.
Como conseguimos ver as transformações do mundo através da
arte?
Podemos verificar que tipo de arte foi feita, quando, onde e como.
Desta maneira estaremos dialogando com a obra de arte, e assim
podemos entender as mudanças que o mundo teve.
Como as idéias se espalham pelo mundo?
Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam
apresentar às pessoas idéias de outras culturas. Os pregressos na
tecnologia também difundiram técnicas e teorias. Elas se espalham
através da:
● arqueologia , quando se descobrem objetos de outras
civilizações.
● Pela fotografia, a arte passou a ser reproduzida e, nos anos
1890, muitas das revistas internacionais de arte já tinham
fotos
● pelo rádio e televisão, o rádio foi inventado em 1895 e a
televisão em 1926, permitindo que as idéias fossem
transmitidas por todo o mundo rapidamente, os estilos de
arte podem ser observados, as teorias debatidas e as técnicas
compartilhadas
● pela imprensa, que foi inventada por Johann Guttenberg por
volta de 1450, assim os livros e arte podiam ser impressos e
distribuídos em grande quantidade
● pela internet, alguns artistas colocam suas obras em
exposição e podemos pesquisá-las, bem como saber sobre
outros estilos.
Os historiadores de arte, críticos e estudiosos classificam os
períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente, para
facilitar o entendimento das produções artísticas.
Não há coincidência com a linha do tempo histórica, pois
● a partir de 1848 consideramos o início da Arte Moderna e
● o movimento Pop Art o início da Arte Pós-Moderna.
Porém, optamos por apresentar a arte por meio da linha do tempo
histórica, por considerarmos ser mais didática.
1- PRE HISTORIA
Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a
Pré-História. Esse período não foi registrado por nenhum documento
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6. 6
escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que
sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da
pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna
ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem.
Divisão da Pré-História:
1.1- PALEOLÍTICO INFERIOR
● aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.
● primeiros hominídios
● caça e coleta
● controle do fogo e
● instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e
ossos: facas, machados.
a principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada
é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por
exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva,
reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a
explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores,
e que fazia parte do processo de magia por meio do qual
procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o
pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal
desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o
animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente
num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em
rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período era
nômade.
1.2- PALEOLÍTICO SUPERIOR
● instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra:
machado, arco e flecha, lançador de
dardos, anzol e linha; e
● desenvolvimento da pintura e da escultura
Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em
escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a
ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com
a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios
volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus
de Willendorf.
1.3- NEOLÍTICO
● instrumentos de pedra polida, enxada e tear;
● início do cultivo dos campos;
● artesanato: cerâmica e tecidos;
6
7. 7
● construção de pedra; e
● primeiros arquitetos do mundo.
A fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo
cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um
aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras
instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim, o homem
do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar
cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os
primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo
através do atrito e deu início ao trabalho com metais.
Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O
homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os
sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de
observação foi substituído pela abstração e racionalização. Como
conseqüência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais
e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os
próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da
vida coletiva.
Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma
cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas
com a utilidade do objeto, também esculturas de metal.
Desse período temos as construções denominadas dolmens.
Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente
no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada
horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. E o menir que era
monumento megalítico que consiste num único bloco de pedra
fincado no solo em sentido vertical.
O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser
considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a História
registra. Ele apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a
intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando
outros dois círculos interiores. No centro do último está um bloco
semelhante a um altar. O conjunto está orientado para o ponto do
horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício de verão, indício de
que se destinava às práticas rituais de um culto solar. Lembrando
que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união de
nenhuma argamassa.
1.4- IDADE DOS METAIS
● aparecimento de metalurgia;
● aparecimento das cidades;
● invenção da roda;
● invenção da escrita; e
● arado de bois.
7
8. 8
As Cavernas
Antes de pintar as paredes da caverna, o homem fazia ornamentos
corporais, como colares e, depois, magníficas estatuetas, como as
famosas “Vênus”.
Existem várias cavernas pelo mundo, que demonstram a pintura
rupestre, algumas delas são:
Caverna de ALTAMIRA, Espanha, quase uma centena de desenhos
feitos há 14.000 anos, foram os primeiros desenhos descobertos,
em 1868. Sua autenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902.
Caverna de LASCAUX, França, suas pinturas são achadas em 1942,
têm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e
dióxido de manganês.
Caverna de CHAUVET, França, há ursos, panteras, cavalos,
mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais
diversos, descoberta em 1994.
Gruta de RODÉSIA, África, com mais de 40.000 anos.
Parque Nacional Serra da Capivara Sudeste
do Estado do Piauí, ocupando
áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e
Coronel José Dias. Nessa região encontrase
uma densa concentração de
sítios arqueológicos, a maioria com pinturas e gravuras rupestres. Para saber
mais visite: fumdham.org Onde havia gente Os
arqueólogos já encontraram
vários registros de seres humanos préhistóricos
que viviam no Brasil há pelo
menos 11.000 anos:
8
9. 9
Os primeiros Inícions da América Estudos
mostram que a colonização deve
ter sido mais complexa do que se pensava:
Curiosidades: "O trajeto marítimo do Homo erectus" e "Os ancestrais do
Iníciom moderno":
9
11. 11
STONEHENGE
Como foi construído:
Os maciços arcos de pedra da Planície de Salisbury aguardam o nascer do
sol como vêm fazendo, dia após dia, há 4 mil anos. Erguemse
em silêncio
vigilante, a cor escura em contraste com o céu cinzento.
Stonehenge pode ser a maior maravilha do mundo préhistórico.
Com
certeza, é um de seus maiores mistérios. O círculo foi deliberadamente
alinhado com o nascer do sol do solstício de verão, o amanhecer do dia mais
longo do ano. Como poderiam os Inícions primitivos ter colocado aqueles
gigantescos blocos de pedra, pesando até 50 toneladas cada um, em suas
atuais posições? E por que fizeram isso?
Na Idade Média, o monumento de Stonehenge era explicado pelo poder da
magia: Merlin, mago da corte do Rei Arthur, invocara as forças das enormes
pedras da Irlanda. No século 19, as pessoas estavam presas à idéia dos
druidas, sem atentar para o fato de que aqueles antigos sacerdotes celtas
faziam os cultos em bosques de carvalhos sagrados, e não em templos de
pedra. Sacerdotes barbados em vestimentas brancas celebrando o solstício
de verão em Stonehenge constituem sua imagem mais duradoura.
O astrônomo Sir Fred Hoyle declarou que Stonehenge é um computador
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12. 12
préhistórico,
programado para prever os eclipses do sol e da lua.
Ninguém sabe exatamente o que é Stonehenge. No entanto, hoje temos
conhecimento de quando foi construído e
como. Recente estudo feito pela
Associação Arqueológica de Wessex resolve as discussões sobre a idade de
Stonehenge. Tudo começou logo após o ano 3000 a.C, numa área circular
delimitada por pequena encosta com grande fosso externo. "No ano 2600
a.C, enormes pedras retangulares foram trazidas das Montanhas Preseli,
situadas a cerca de 217 quilômetros dali", diz Andrew Lawson, diretor da
Associação.
O anel externo e a arcada interna foram feitos de blocos de arenito
provenientes das Planícies MarIborough, situadas 40 quilômetros ao norte.
Os maiores dolmens da arcada interna, chamados de trilithons, são
constituídos por dois pilares denominados megálitos e uma pedra colocada
sobre o topo. Os megálitos têm aproximadamente sete metros de altura e
pesam até 50 toneladas. Acreditase
que foram construídos por volta do ano
2400 a.C.
Quando prepararam as pedras, os criadores de Stonehenge fizeram pequena
elevação no meio das colunas, técnica que na Grécia, 1.500 anos mais tarde,
seria chamada de êntase. Contrariando o efeito de distorção da paisagem, a
êntase faz a aresta de uma coluna parecer perfeitamente reta.
Entretanto, a descoberta mais intrigante da Associação é que o tempo de
construção de Stonehenge talvez tenha sido bem menor do que se imaginava:
"O monumento poderia ser construído em uma geração, com potencial
humano e gerenciamento ágil."
Isso é incrível. O transporte e a edificação de 40 blocos de rocha, com outro
bloco de 10 toneladas colocado sobre eles, é obra que mesmo hoje seria de
tirar o ânimo de qualquer um. Que força bruta foi necessária para colocar
aquelas pedras na posição, sem guindastes ou roldanas?
Há três verões, num campo não muito distante de Stonehenge, certo grupo
de entusiastas liderado pelo engenheiro Mark Whitby e pelo arqueólogo
Julian Richards mostrou como os arcos podem ter sido construídos.
Whitby coordenou uma operação onde réplicas das pedras duas
colunas
de 45 toneladas e uma viga transversal de 10 toneladas, feitas de concreto foram
puxadas sobre trilhos de madeira besuntados com sebo. Uma versão
do sistema em que os grandes navios, com as quilhas lubrificadas, são
lançados ao mar sobre trilhos. Os grandes blocos de pedra foram puxados
colina acima por 130 soldados, bombeiros e estudantes usando quase 150
metros de corda.
A força bruta, no entanto, não foi suficiente para erguer as pedras. Para
alcançar seu objetivo, Whitby teve de pensar como os construtores originais.
"Esses rapazes da Idade da Pedra eram engenhosos", admite Whitby. Uma
dica importante foi o formato do buraco onde fica a coluna maior. Ele era
vertical, com um dos lados fortemente inclinado. Whitby construiu uma rampa
perto do buraco e mandou que puxassem a enorme pedra sobre ela, até que
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13. 13
a terça parte da pedra se projetasse sobre o buraco. Pesados fragmentos de
rocha foram colocados sobre o bloco de pedra e empurrados para sua
extremidade. Momentos depois, o peso desses fragmentos fez o imenso bloco
se inclinar e cair dentro do buraco abaixo dele.
Uma vez erguido o segundo bloco, a viga transversal foi arrastada sobre a
rampa mais íngreme. Os três blocos se adaptaram de maneira impecável e
formaram a perfeita arcada do século 20. Whitby acredita ter solucionado o
problema. "Com 140 pessoas, eu poderia construir Stonehenge em menos de
20 anos.”
2- ARTE ANTIGA
2.1 – EGÍPCIA
Uma das principais civilizações da Antigüidade foi a que se
desenvolveu no Egito. Era uma civilização já bastante complexa em
sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais.
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo,
justificando sua organização social e política, determinando o papel
de cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda a
produção artística desse povo.
Além de crer em deuses, que poderiam interferir na história
humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a morte
e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam
no presente.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses
e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos
funerários e túmulos grandiosos.
2.1.1- ARQUITETURA
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais
famosas e, foram construídas por importantes reis do Antigo
Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três
pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o
faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto
13
14. 14
deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e
misterioso.
As características gerais da arquitetura egípcia são:
● solidez e durabilidade;
● sentimento de eternidade; e
● aspecto misterioso e impenetrável.
As pirâmides tinham base quadrangular, eram feitas com pedras
que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de
largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente
da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu
influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro
labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia
do faraó e seus pertences.
Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos
dedicados ao deus Amon.Os monumentos mais expressivos da arte
egípcia são os túmulos, divididos em três categorias:
Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó;
Mastaba - túmulo para a nobreza; e
Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo.
Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme
seu capitel:
Palmiforme - flores de palmeira;
Papiriforme - flores de papiro; e
Lotiforme - flor de lótus.
Para seu conhecimento
Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana
(sabedoria). Eram colocadas na alameda de
entrada do templo para afastar os maus espíritos.
Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a
luz solar.
2.1.2- ESCULTURA
Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em
posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma
emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de
imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente
as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas
uma impressão de força e de majestade.
Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente
esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto
14
15. 15
nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de
inscrições.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram
também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em
seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo
especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos,
muitas vezes, em baixo-relevo.
2.1.3- PINTURA
A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação
das atitudes religiosas.
Suas características gerais são:
● ausência de três dimensões;
● ignorância da profundidade;
● colorido à tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do
relevo; e
● Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa
fosse representado sempre de frente,
● enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de
perfil.
Quanto à hierarquia na pintura: eram representadas maiores as
pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de
grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo.
As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as
masculinas pintadas de vermelho.
Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como
nós. Desenvolveram três formas de escrita:
Hieróglifos - considerados a escrita sagrada;
Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e
pelos sacerdotes; e
Demótica - a escrita popular.
Livro dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários
que era posto no sarcófago do faraó morto, era ilustrado com cenas
muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia.
Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram
batidas e prensadas transformando-se em folhas.
Para seu conhecimento
Hieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu
significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi
encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo.
Mumificação:
a. eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais,
e colocados num vaso de pedra chamado Canopo.
b. nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e
perfumes.
15
16. 16
c. as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num
tanque com Nitrato de Potássio.
d. Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem
de algodão, embebida em betume, que servia como
impermeabilização.
IMAGENS
2.2 – GREGA
Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega
liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres
inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A
arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a
natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte,
exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição,
o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que
predomina o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Ele tem como
características:
● o racionalismo;
● amor pela beleza;
● interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida
de todas as coisas”; e
● a democracia.
2.2.1- ARQUITETURA
As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A
16
17. 17
característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre
o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre
uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se
estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas
sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes:
a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram
construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.
● Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era
monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra.
Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o
pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas
gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade,
empresta uma idéia de solidez e imponência
● Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna
apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente
sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel
era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A
ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica
traduz a forma da mulher.
● Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto
e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel
jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem.
Sugere luxo e ostentação.
Os principais monumentos da arquitetura grega:
● Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de
Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides,
que homenageavam as mulheres de Cária.
● Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta)
e que compunham de três partes:
○ a skene ou cena, para os atores;
○ a konistra ou orquestra, para o coro;
○ o koilon ou arquibancada, para os espectadores.
Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc.
IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em
duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação
perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e
tornou-se famoso por sua acústica perfeita.
● Ginásios, edifícios destinados à cultura física.
● Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os
mais variados assuntos, entre eles; filosofia.
2.2.2- PINTURA
A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são
também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas
também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço
utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais
religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras
17
18. 18
coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma
correspondia à função para que eram destinados:
● Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo
ornado com duas asas;
● Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma
vertical para segurar enquanto corria a água e duas para
levantar;
● Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma
de um sino invertido, servia para misturar água com o
vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc.
As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades
diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras
foi Exéquias.
A pintura grega se divide em três grupos:
● figuras negras sobre o fundo vermelho
● figuras vermelhas sobre o fundo negro
● figuras vermelhas sobre o fundo branco
2.2.3- ESCULTURA
A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos
pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de
formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do
equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.
No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores,
grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas
simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo
igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é
chamado Kouros (palavra grega: homem jovem).
No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas,
para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do
que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o
nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulheres eram
esculpidas sempre vestidas.
Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os
seres humanos não eram representados apenas de acordo com a
idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o
estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande
conquista da escultura do período helenístico foi a representação
não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que
mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos
os ângulos que pudessem ser observados.
Os principais mestres da escultura clássica grega são:
● Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela
lânguida pose em “S” (Hermes com Dionísio menino), foi o
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19. 19
primeiro artista que esculpiu o nu feminino.
● Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões
de beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que
deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça.
● Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus
Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia. Realizou toda a
decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as
esculturas dos frontões, métopas e frisos.
● Lisipo, representava os homens “tal como se vêem” e “não
como são” (verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a
proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes
a cabeças.
● Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco.
Para seu conhecimento:
Mitologia:
● Zeus: senhor dos céus;
● Atenéia: deusa da guerra;
● Afrodite: deusa do amor;
● Apolo: deus das artes e da beleza;
● Posseidon: deus das águas; entre outros.
Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a
Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas
olímpicas serviam de base para marcar o tempo.
Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas:
Édipo Rei de Sófocles.
Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o
instrumento nacional.
IMAGENS
2.3 – ROMANA
A arte romana sofreu duas fortes influências:
● a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da
realidade vivida, e
● a da greco-helenística, orientada para a expressão de um
ideal de beleza. Um dos legados culturais mais importantes
que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da
abóbada nas construções.
2.3.1- ARQUITETURA
As características gerais da arquitetura romana são:
● busca do útil imediato, senso de realismo;
● grandeza material, realçando a idéia de força;
● energia e sentimento;
● predomínio do caráter sobre a beleza;
19
20. 20
● originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.
As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções:
1) Religião: Templos
Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de
Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O
Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador
Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses
existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta
circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior
onde o povo se reunia para o culto.
2) Comércio e civismo: Basílica
A princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a
basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de
editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma
igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica
inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros)
dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia,
iniciada no governo de Júlio César, foi concluída no Império de
Otávio Augusto.
3) Higiene: Termas
Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram
o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de
Caracala que, além de casas de banho, eram centro de reuniões
sociais e esportes.
4) Divertimentos:
● Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma
que se originou o circo. Dos jogos praticados temos:
■ jogos circenses - corridas de carros;
■ ginásios - incluídos neles o pugilato;
■ jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a
cavalo;
■ jogos de escravos - executados por cavaleiros
conduzidos por escravos;
Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses
romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o
mais célebre é o "Circus Maximus".
● Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de
Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis.
● Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos
gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia
ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro
significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu,
certamente o mais belo dos anfiteatros romanos.
Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que
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21. 21
ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de
colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem
jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram
meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas.
Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas
apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes
proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e
mais de 5.000 em pé.
5) Monumentos decorativos
● Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem
aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso
deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no
Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém.
● Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com
seu característico friso em espiral que possui a narrativa
histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no
fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a
vitória de Trajano sobre os dácios e os partos.
6) Moradia:
Casa : Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio.
2.3.2 – PINTURA
O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da
arquitetura em geral.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém
das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela
erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente
em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos
edifícios em quatro estilos.
● Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma
camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de
mármore.
● Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis
que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas
paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande
mural.
● Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou
a delicadeza dos pequenos detalhes.
● Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro
uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um
cenário teatral.
2.3.3 – ESCULTURA
Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por
temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem
realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das
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22. 22
pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os
gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade. Mais
realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos
retratos.
Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes
diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era
o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V -
precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto
território do Ocidente para os invasores germânicos.
IMAGENS
Baixo relevo | Pintura romana | Jogo de bola | Aqueduto | Mosaico |
Anfiteatro | Arco do Triunfo
2.4 – PALEOCRISTÃ
Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam
seu estilo por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos (aqueles
que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar
uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram
grandes artistas.Surge a arte cristã primitiva. Os romanos
testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma
nova era e uma nova filosofia.Com o surgimento de um "novo reino"
espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado e teve
início um período de perseguição não só a Jesus, mas também a
todos aqueles que aceitaram sua condição de profeta e acreditaram
nos seus princípios. Esta perseguição marcou a primeira fase da
arte paleocristã: a fase catacumbária, que recebe este nome devido
às catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os
primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos.Nesses
locais, a pintura é simbólica.
Para entender melhor a simbologia:
● Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por
um peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as
iniciais da frase: "Jesus Cristo de Deus Filho Salvador".
● Outra forma de simboliza-lo é o desenho do pastor com
ovelhas "Jesus Cristo é o Bom Pastor" e também, o cordeiro
"Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus".
● Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, por
exemplo: Arca de Noé; Jonas engolido pelo peixe e Daniel na
cova dos leões.
● Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e
Santa Domitila, nos arredores de Roma.
● Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em
313 d.C. o imperador Constantino legaliza o cristianismo,
dando início à 2a fase da arte paleocristã : a fase
22
23. 23
basilical.Tanto os gregos como os romanos, adotavam um
modelo de edifício denominado "Basílica" (origem do nome:
Basileu = Juíz) , lugar civil destinado ao comércio e assuntos
judiciais. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano
retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves
separadas por colunas e uma única porta na fachada principal.
Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam
algumas basílicas para eles podessem usar como local para as
suas celebrações.
● O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o
material escolhido para o revestimento interno das basílicas,
utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse
tratamento artístico também foi dado aos mausoléus e os
sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos eram decorados com
relevos usando imagens de passagens bíblicas.
● Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausoléu de Gala
Placídia e a igreja de Santo Apolinário, o Novo e a de São
Vital com riquíssimos mosaicos.
● Em 395 d.C., o imperador Teodósio dividiu o Império Romano
entre seus dois filhos: Honório e Arcádio.Honório ficou com o
Império Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital ,
e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, com a
capital Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul).
● O império Romano do Ocidente sofreu várias invasões,
principalmente de povos bárbaros, até que, em 476 d.C., foi
completamente dominado (esta data, 476 d.c., marca o fim da
Idade Antiga e o início da Idade Média). Já o Império Romano
do Oriente (onde se desenvolveu a arte bizantina), apesar das
dificuldades financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes,
conseguiu se manter até 1453, quando a sua capital
Constantinopla foi totalmente dominada pelos muçulmanos
(esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o início da
Idade Moderna).
IMAGENS
Sidrac, Misac e Abdêgano | Sansão matando os Filiseus
2.5 – BIZANTINA
O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano
nos primeiros séculos de nossa era.Por volta do século IV, começou
a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a
capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por
Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia
para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos
Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte
cristã - Arte Bizantina.
23
24. 24
Graças a sua localização(Constantinopla) a arte bizantina sofreu
influências de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns
elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na
técnica como na cor.
A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das
suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas
meros executores.O regime era teocrático e o imperador possuía
poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus,
tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a
cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente
com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus.
O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se
destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os
fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos
vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se
assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas
diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos.
Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e
verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o
volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado
devido à associação com o maior bem existente na terra: o ouro.
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte
bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal
ou quadrada. Tinha imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e
espaçosos, totalmente decorados.
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi
um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos
arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto. Ela possui uma
cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos.Tal método
tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à
abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto.
Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente
decorado com mosaicos e o chão de mármore polido. A verdadeira
beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do
Império Bizantino, encontra-se no seu vasto interior.Um olhar mais
atento permite ao visitante ver o trabalho requintado dos artífices
bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora
restaurados; no mármore profundamente talhado dos capitéis das
colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o
monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora. No alto, sobre
um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos
candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula. Embora a
igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e
prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua
magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz - um
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25. 25
claro-escuro admirável quando os raios de sol penetram e iluminam
o seu interior.
Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos
tinham contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo
romano, afasta o gosto pela forma e conseqüentemente a
escultura não teve tanto destaque neste período.O que se
encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o
reinado do Imperador Justiniano.Porém, logo sucedeu-se um período
de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de
qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o
clero.
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda
metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas
regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro
da arte bizantina. Essa arte extravasou em muito os limites
territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países
eslavos.
IMAGENS
A Imperatriz Teodora e sua Corte | Hipócrates | Igreja de Santa
Sofia | Igreja de Santo Apolinário Novo | Mosaico da Igreja de Santo
Apolinário Novo
2.6 – ISLÂMICA
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de
Yatrib e para aquela que desde então se conhece como Medina
(Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos
califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã
até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e
Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo
tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de
uma estética própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços
estilísticos dos povos conquistados, que no entanto souberam
adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir,
transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim
que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os
esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos,
as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na
realidade, desde seu início, conceitual e religiosa.
No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no
25
26. 26
geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A
representação figurativa era considerada uma má imitação de uma
realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os
arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com
caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino
e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram o neófito,
que contempla uma obra feita para deus.
Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no
início, como exclusividade das classes altas e dos príncipes
mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir
mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de
governantes e guardiões do povo e conscientes da importância da
religião como base para a organização política e social, eles
realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os
preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.
2.6.1- ARQUITETURA
As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos
VI e VIII, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma
planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas
galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área
de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as
abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração,
centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas
funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.
No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a
rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso
as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula
da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo,
persistiu a preocupação com a preservação de certas formas
geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão
importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem
realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua
realização.
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um
círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de
mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As
numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos
ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. As mesquitas
transferiram depois parte de suas funções aos edifícios públicos:
por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na
forma. A construção de palácios, castelos e demais edifícios
públicos merece um capítulo à parte.
As residências dos emires constituíram uma arquitetura de
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27. 27
segunda classe em relação às mesquitas. Seus palácios eram
planejados num estilo semelhante, pensados como um microcosmo
e constituíam o hábitat privativo do governante. Exemplo disso é o
Alhambra, em Granada. De planta quadrangular e cercado de
muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto de fortaleza, embora se
comunicasse com a mesquita por meio de pátios e jardins.
O aposento mais importante era o diwan ou sala do trono.
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o
minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no
exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do
almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis,
convidando-os à oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo
minarete da cidade. Outras construções representativas foram os
mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesquitas
na forma e destinados a santos e mártires.
2.6.2- TAPETES
Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito
importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como
povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para
decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando
sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar
palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas
mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar
em contato com a terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma
unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI
chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro
quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós
por decímetro quadrado. As oficinas mais importantes foram as de
Shiraz, Tabriz e Isfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre
os desenhos mais clássicos estão os de utensílios, de motivos
florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de
decoração.
2.6.3- PINTURA E GRÁFICA
As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e
miniaturas. Das primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias
em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para
decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e
representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu
estilo era semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o
lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e inclusive
chinesa.
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28. 28
A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros
religiosos, mas sim nas publicações de divulgação científica, para
tornar mais claro o texto, e nas literárias, para acompanhar a
narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito
parecido com o das miniaturas bizantinas, com fundo dourado e
ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras
geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto,
por exemplo, separando um capítulo de outro.
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas.
Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das
disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios,
junto com a cerâmica. No início, as representações eram
completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas
paulatinamente foram se abstraindo, até se transformarem em
folhas e flores misturadas com letras desenhadas artisticamente, o
que é conhecido como arabesco.
Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na
simbologia numérica islâmica, cobriam as paredes internas e
externas dos edifícios, combinando com a decoração de gesso das
cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas
multiplicadas até o infinito criaram superfícies de verdadeiro horror
ao espaço vazio. A mesma função desempenhava a cerâmica, mais
utilizada a partir do século XII e que atingiu o esplendor na
Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano.
IMAGENS
Varanda de Lindajara | Cervo de Medina Azahara | Recipiente de
Marfim | Tapete de Alcaraz | Taj Mahal | Domo da Roca
3- IDADE MÉDIA
3.1 – ROMÂNICA
3.1.1- ARQUITETURA
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja
estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são:
● abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
● pilares maciços que sustentavam as paredes espessas;
● aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
● torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada;
e
● arcos que são formados por 180 graus.
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o
28
29. 29
seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem
chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as
formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da
arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das
idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo
essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim, a ser
encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à
divindade.
A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais
conhecido do seu conjunto o campanário que começou a ser
construído em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou
porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu.
Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas
pesadas, duras e primitivas.
3.1.2- PINTURA E ESCULTURA
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à
pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar
valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas
da arquitetura. A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas
grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que
originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida.
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As
características essenciais da pintura românica foram a deformação
e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos
religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da
realidade. A figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que
as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de
cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e
sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.
Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano,
nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos
arcos que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas
rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais.
Mosaicos são pequenas pedras coloridas que colocadas lado a lado,
vão formando o desenho. Usado desde a Antiguidade, veio do
Oriente a técnica bizantina que utilizava o azul e dourado, para
representar o próprio céu. No Ocidente foi utilizado principalmente
nas igrejas.
IMAGENS
Românico | Afresco de Cristo | Afresco Românico | Basílica
Românica
29
30. 30
3.2 – GÓTICA
No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia
fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social
se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana.
No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a
românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que
conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir
grandes edifícios.
3.2.1- ARQUITETURA
A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica
é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta
um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à
três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves
laterais.
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do
estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas
entre os séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos
góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a
luminosidade para o interior da igreja.
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame
de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.
3.2.2- ESCULTURA
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto,
demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e
as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa
reconhecer facilmente a personagem representada.
3.2.3- ILUMINURAS
Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos.
A gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da
quase mística China.
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de
expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos
ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre
as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os
artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as
letras maiúsculas com que se iniciava um texto.
Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas
conclusões:
● a primeira é a compreensão do caráter individualista que a
arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos
possuidores das obras copiadas,
● a segunda é que os artistas ilustradores ao períodos gótico
tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço
30
31. 31
tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que
seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores.
3.2.4- PINTURA
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do
século XV, quando começou a ganhar novas características que
prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a
procura do realismo na representação dos seres que compunham as
obras pintadas.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros
precursores da pintura do Renascimento (Duocento):
Giotto - a característica principal do seu trabalho foi a identificação
da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum.
E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais
importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de
destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de
uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando
até ganhar plenitude no Renascimento.
Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis
(Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
Jan Van Eyck - procurava registrar nas suas pinturas os aspectos
da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas
pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar os
detalhes e as paisagens.
Obras destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler
Rolin.
IMAGENS
Catedral de Chartres | Escultura Gótica | Políptico Gótico | Catedral
de Siena | Pintura de Giotto | Catedral Gótica | Pintura Gótica |
Flagelação de Cristo | Vitral | Tímpano Gótico
4- IDADE MODERNA
4.1- RENASCIMENTO
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia
que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga
cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e
incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das
ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo
foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio
espírito do Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser
31
32. 32
entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da
natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que
haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais:
● Racionalidade
● Dignidade do Ser Humano
● Rigor Científico
● Ideal Humanista
● Reutilização das artes greco-romana
4.1.1- ARQUITETURA
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício
baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que
o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer
ponto em que se coloque.
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo
a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi,
Saber Ver a Arquitetura)
Principais características:
Ordens Arquitetônicas
● Arcos de Volta-Perfeita
● Simplicidade na construção
● A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e
passam a ser autônomas
Construções palácios:
● igrejas,
● vilas (casa de descanso fora da cidade),
● fortalezas (funções militares)
O principal arquiteto renascentista:
Brunelleschi - é um exemplo de artista completo renascentista,
pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos
de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de
Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais
importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e
a Capela Pazzi.
4.1.2- PINTURA
Principais características:
● Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as
diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos
vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da
geometria.
● Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e
outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão
de volume dos corpos.
● Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem
32
33. 33
como simples observador do mundo que expressa a grandeza
de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio
Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser
compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
● Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
Outra característica da arte do Renascimento, em especial da
pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal,
diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de
liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
Os principais pintores foram:
Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a
possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de
beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por
isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque
manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas
porque supõem que perderam esse dom de Deus.
Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.
Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um jogo expressivo
de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade
mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um
espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar
trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.
Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.
Michelângelo - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da
Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou
grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que
expressam a genialidade do artista, uma particularmente
representativa é a criação do homem.
Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família
Rafael - suas obras comunicam ao observador um sentimento de
ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros
são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma
simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.
Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.
4.1.3- ESCULTURA
Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para
Roma, esta re-adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os
papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano.
Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é
Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI.
Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.
Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio.
33
34. 34
Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua
escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.
Principais Características:
● Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade
● Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
● Profundidade e perspectiva
● Estudo do corpo e do caráter humano
O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos
artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles:
● Dürer
● Hans Holbein
● Bosch
● Bruegel
Para seu conhecimento
● A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV
(retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se
faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa
para proceder a eleição do próximo. Possui alareira que
produz:
○ fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido;
○ fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido,
e que avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano
● Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo
humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado
cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci,
sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão,
cada veia.
● Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre
as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão
do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo
de asa-delta, etc.
● Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não
conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele
nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos
podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista
e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será
o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta
uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para
o espectador) tem-se a impressão que o personagem do
quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os
quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de
outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta
do nariz para a frente, e não poderemos ver o lado do seu
rosto. Aí está o truque: em qualquer ângulo que se olhe a
Monalisa a veremos sempre de frente.
34
35. 35
IMAGENS
A Degola dos Inocentes | Casamento da Virgem | Primavera |
Virgem dos Rochedos | Anunciação | Cristo (Mategna) | Escravo
Atlante | Igreja Santa Maria Pace | Jardim das Delícias | Monalisa |
Nascimento de Vênus | Nossa Senhora Rolim | Os Cambistas |
Piedade | Piedade (Michelangelo) | Pilastras Vaticano | Santa Maria
Fiori | São Jerônimo | Virgem e o Menino |
4.2 – MANEIRISMO
Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma,
do ano de 1520 até por volta de 1610, um movimento artístico
afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica: o
maneirismo (maniera, em italiano, significa maneira). Uma evidente
tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes
começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos
cânones clássicos.
Alguns historiadores o consideram uma transição entre o
renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como um
estilo, propriamente dito. O certo, porém, é que o maneirismo é
uma conseqüência de um renascimento clássico que entra em
decadência. Os artistas se vêem obrigados a partir em busca de
elementos que lhes permitam renovar e desenvolver todas as
habilidades e técnicas adquiridas durante o renascimento.
Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso
reinante na Europa nesse momento. Não só a Igreja, mas toda a
Europa estava dividida após a Reforma de Lutero. Carlos V, depois
de derrotar as tropas do sumo pontífice, saqueia e destrói Roma.
Reinam a desolação e a incerteza. Os grandes impérios começam a
se formar, e o homem já não é a principal e única medida do
universo.
Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar Roma com
destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do
renascimento, mas agora com um espírito totalmente diferente,
criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que
são, sem dúvida, a marca inconfundível do estilo maneirista. Mais
adiante, essa arte acabaria cultivada em todas as grandes cidades
européias.
4.2.1- ARQUITETURA
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de
plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a
cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano
centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se
35
36. 36
dizer que as verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz
refletem-se não somente na construção em si, mas também na
distribuição da luz e na decoração.
Principais características:
Nas igrejas:
● Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes,
coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes
não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rara
singularidade.
● Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de
figuras caprichosas são a decoração mais característica desse
estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares,
lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a
vista.
Nos ricos palácios e casas de campo:
● Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra
prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento.
● A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos
das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo que,
mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a
necessidade de renovação.
Principais Artistas:
BARTOLOMEO AMMANATI , (1511-1592), Autor de vários projetos
arquitetônicos por toda a Itália, tais como: a construção do túmulo
do conde de Montefeltro, o palácio dos Mantova, a villa na Porta del
Popolo. a fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela
arquitetura o levou a estudar os tratados de Alberti e Brunelleschi,
com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo com os
preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a
eles todos os seus bens.
GIORGIO VASARI, (1511-1574), Vasari é conhecido por sua obra
literária Le Vite (As Vidas), na qual, além de fazer um resumo da
arte renascentista, apresenta um relato às vezes pouco fiel, mas
muito interessante sobre os grandes artistas da época, sem deixar
de fazer comentários mal-intencionados e elogios exagerados. Sob
a proteção de Aretino, conseguiu realizar uma de suas únicas obras
significativas: os afrescos do palácio Cornaro. Vasari também
trabalhou em colaboração com Michelangelo em Roma, na década de
30. Suas biografias, publicadas em 1550, fizeram tanto sucesso que
se seguiram várias edições. Passou os últimos dias de sua vida em
Florença, dedicado à arquitetura.
PALLADIO, (1508-1580), O interesse que tinha pelas teorias de
Vitrúvio se reflete na totalidade de sua obra arquitetônica, cujo
caráter é rigorosamente clássico e no qual a clareza de linhas e a
36
37. 37
harmonia das proporções preponderam sobre o decorativo, reduzido
a uma expressão mínima. Somente dez anos depois iria se dedicar à
arquitetura sacra em Veneza, com a construção das igrejas San
Giorgio Maggiore e Il Redentore. Não se pode dizer que Palladio
tenha sido um arquiteto tipicamente maneirista, no entanto, é um
dos mais importantes desse período. A obra de Palladio foi uma
referência obrigatória para os arquitetos ingleses e franceses do
barroco.
4.2.2- PINTURA
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro
lugar. São os pintores da segunda década do século XV que,
afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo,
procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e
tentando re-valorizar a arte pela própria arte.
Principais características :
● Composição em que uma multidão de figuras se comprime em
espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação
de planos paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera
de tensão permanente.
● Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os
membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem
agora contorções absolutamente impróprias para os seres
humanos.
● Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de
um drapeado minucioso e cores brilhantes.
● A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras
inadmissíveis.
● Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam
no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura,
onde o olho atento deve, não sem certa
dificuldade,encontrá-lo.
Principal Artista:
EL GRECO, (1541-1614), Ao fundir as formas iconográficas
bizantinas com o desenho e o colorido da pintura veneziana e a
religiosidade espanhola. Na verdade, sua obra não foi totalmente
compreendida por seus contemporâneos. Nascido em Creta,
acredita-se que começou como pintor de ícones no convento de
Santa Catarina, em Cândia. De acordo com documentos existentes,
no ano de 1567 emigrou para Veneza, onde começou a trabalhar no
ateliê de Ticiano, com quem realizou algumas obras. Depois de
alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade
de Toledo, onde trabalhou praticamente com exclusividade para a
corte de Filipe II, para os conventos locais e para a nobreza
toledana. Entre suas obras mais importantes estão O Enterro do
Conde de Orgaz, a meio caminho entre o retrato e a espiritualidade
37
38. 38
mística. Homem com a Mão no Peito, O Sonho de Filipe II e O
Martírio de São Maurício. Esta última lhe custou a expulsão da corte.
4.2.3- ESCULTURA
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por
Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito
intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em
resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura.
Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as
superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes,
elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do
espírito maneirista.
Principais características:
● A composição típica desse estilo apresenta um grupo de
figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio
aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções
extremadas e exagerado alongamento dos músculos.
● O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade
de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a
reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando
a composição geral da peça e a graciosidade de todo o
conjunto.
Principais Artistas:
BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592), Realizou trabalhos em
várias cidades italianas. Decorou também o palácio dos Mantova e o
túmulo do conde da cidade. Conheceu a poetisa Laura Battiferi, com
quem se casou, e juntos se mudaram para Roma a pedido do papa
Júlio II, que incumbiu-o da construção de sua villa na Porta del
Popolo. Começaram assim seus primeiros passos como arquiteto.
No ano de 1555, com a morte do papa, voltou para Florença, onde
venceu um concurso para a construção da fonte da Piazza della
Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os
tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou
uma cidade ideal. De acordo com os preceitos dos jesuítas, que
proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens.
GIAMBOLOGNA, (1529-1608), De origem flamenga, Giambologna
deu seus primeiros passos como escultor na oficina do francês
Jacques Dubroecq. Poucos anos depois mudou-se para Roma, onde
se supõe que teria colaborado com Michelangelo em muitas de suas
obras. Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Medici.
O Rapto das Sabinas, Mercúrio, Baco e Os Pescadores estão entre
as obras mais importantes desse período. Participou também de um
concurso na cidade de Bolonha, para o qual realizou uma de suas
mais célebres esculturas, A Fonte de Netuno.Trabalhou com igual
maestria a pedra calcária e o mármore e foi grande conhecedor da
38
39. 39
técnica de despejar os metais, como demonstram suas esculturas
de bronze. Giambologna está para o maneirismo como Michelangelo
está para o renascimento.
IMAGENS
Apresentação de Jesus no Templo | Basílica (Palladio) | Bibliotecário
| Eva com a Maça | Igreja Redentor | Laoconte | O Fogo | Palácio
Uffizi | Pátio Palácio Pitti | Ponte Trinitá
4.3 – BARROCO
A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a
irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao
continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e
espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a
razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas
procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca
predominam as emoções e não o racionalismo da arte
renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O homem se
coloca em constante dualismo:
● Paganismo X Cristianismo e
● Espírito X Matéria.
Suas características gerais são:
● emocional sobre o racional;
● busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas,
contracurvas, colunas retorcidas;
● entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
● violentos contrastes de luz e sombra;
● pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a
impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade
conseguida.
4.3.1- PINTURA
Características da pintura barroca:
● Composição em diagonal
● Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos
sentimentos)
● Realista, abrangendo todas as camadas sociais
Dentre os pintores barrocos italianos:
Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo
revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da
39
40. 40
luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a
atenção do observador.
Obra destacada: Vocação de São Mateus.
Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas
pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que
as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se
abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para
a santidade.
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.
A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores
mais representativos, de outros países da Europa, temos:
Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do
século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos
populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol
num dado momento da história.
Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.
Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou
por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos
corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus
quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores
quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a
luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Obra destacada: O Jardim do Amor.
Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros
deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra,
mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que
envolvem áreas de luminosidade mais intensa.
Obra destacada: Aula de Anatomia.
4.3.2- ESCULTURA
Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do
dourado. Os gestos e os rostos das personagens revelam emoções
violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no
Renascimento.
Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de
suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como,
por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na
Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de
Santa Teresa.
Para seu conhecimento :
Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para
40
41. 41
designar pérolas de forma irregular.
IMAGENS
Lição de Anatomia do Dr. Tulp | A Ronda Noturna | Mulher
Banhando-se num Córrego | O Bobo da Corte Sebastián de Morra |
Vênus ao Espelho | Os Síndicos da Corporação de Tecelões de
Amsterdam | As Meninas | A Chegada de Maria de Médicis a
Marselha | Retrato de Susanna Fourment | ACabeça de uma Criança
4.4 – ROCOCÓ
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como
desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e
usado inicialmente em decoração de interiores.
Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura
disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da
reação neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na
parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal.
Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida
cortesã (as fêtes galantes) e da mitologia, pastorais, alusões ao
teatro italiano da época, motivos religiosos e farta estilização
naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras.
O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado",
técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizadas
originariamente na decoração de grutas artificiais.
Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI.
Características gerais:
● Uso abundante de formas curvas e pela profusão de
elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores.
● Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro,
frivolidade e exuberante.
4.4.1- ARQUITETURA
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal
corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos
do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma
para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre
Lepautre, o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo.
Principais características:
41
42. 42
● Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa
inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o
relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves.
● A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno
foi unificado, com maior graça e intimidade.
Principal Artista:
Johann Michael Fischer, (1692-1766), responsável pela abadia
beneditina de Ottobeuren, marco do rococó bávaro. Grande mestre
do estilo rococó, responsável por vários edifícios na Baviera.
Restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e palácios.
4.4.2- ESCULTURA
Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário
do que ocorreu na arquitetura, não é possível traçar uma clara linha
divisória entre o barroco e o rococó, quer cronológica, quer
estilisticamente.
Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da
arquitetura que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos
coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência
própria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio
geral da decoração interior das igrejas.
Principais Artistas:
Johann Michael Feichtmayr, (1709-1772), escultor alemão,
membro de um grupo de famílias de mestres da moldagem no
estuque, distinguiu-se pela criação de santos e anjos de grande
tamanho, obras-primas dos interiores rococós.
Ignaz Günther, (1725-1775), escultor alemão, um dos maiores
representantes do estilo rococó na Alemanha. Suas esculturas eram
em geral feitas em madeira e a seguir policromadas. "Anunciação",
"Anjo da guarda", "Pietà".
4.4.3- PINTURA
Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes
decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura
francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o
predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa,
apareceram as primeiras pinturas rococós sob influência da técnica
de Rubens.
Principais Artistas:
Antoine Watteau, (1684-1721), as figuras e cenas de Watteau se
42
43. 43
converteram em modelos de um estilo bastante copiado, que
durante muito tempo obscureceu a verdadeira contribuição do
artista para a pintura do século XIX.
François Boucher, (1703-1770), as expressões ingênuas e
maliciosas de suas numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes
sugestivos e atitudes graciosas e sensuais não evocavam a
solenidade clássica, mas a alegre descontração do estilo rococó.
Além dos quadros de caráter mitológico, pintou, sempre com grande
perfeição no desenho, alguns retratos, paisagens ("O casario de
Issei") e cenas de interior ("O pintor em seu estúdio").
Jean-Honoré Fragonard, (1732-1806), desenhista e retratista de
talento, Fragonard destacou-se principalmente como pintor do amor
e da natureza, de cenas galantes em paisagens idílicas. Foi um dos
últimos expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte
alegre e sensual, e um dos mais antigos precursores do
impressionismo.
IMAGENS
Banhistas | Carta de Amor | Embarque Citera | Igreja Ottobeuren |
Personagens de Comédia Italiana
5- CONTEMPORÂNEA
5.1 – NEOCLÁSSICO
Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do
século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações
dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou
Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e
fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade européia
após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de
Napoleão.
Principais características:
● retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos
greco-latinos;
● academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos
modelos e às regras ensinadas nas escolas
● ou academias de belas-artes;
● arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro
culto à teoria de Aristóteles.
5.1.1- ARQUITETURA
43
44. 44
Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura
neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o
das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa
arquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no
Panteão Nacional, em Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim.
5.1.2- PINTURA
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura
clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em
Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.
Características da pintura:
● Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.
● Exatidão nos contornos
● Harmonia do colorido
Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem dúvida,
Jacques-Louis David - foi considerado o pintor da Revolução
Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do Império de
Napoleão. Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos
ligados à vida do imperador. Suas obras geralmente expressam um
vibrante realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoções.
Obra destacada: Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de Marat
Ingres - sua obra abrange, além de composições mitológicas e
literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos
retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar
a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no
gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade.
Obra destacada: Banhista de Valpinçon.
Para seu conhecimento
Forte influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta
arqueológica de Pompéia. Diante daquelas construções, num erro
de interpretação, os historiadores de arte acreditavam que os
edifícios gregos eram recobertos com mármore branco, ocasionando
a construção de tantos edifícios brancos. Exemplo: Casa Branca dos
Estados Unidos.
5.2 – ROMÂNTICA
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e
culturais causadas pela Revolução Industrial e pela Revolução
Francesa do final do século XVIII. Do mesmo modo, a atividade
artística tornou-se complexa.
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Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções
acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista.
Características gerais:
● a valorização dos sentimentos e da imaginação;
● o nacionalismo;
● a valorização da natureza como princípios da criação artística;
e
● os sentimentos do presente.
5.2.1- ARQUITETURA
Característica principal da arquitetura:
● Revaloriza-se o gótico, considerado estilo genuinamente
europeu.
Obra Destacada: Edifício do Parlamento Inglês
5.2.2- PINTURA
Características da pintura:
● Aproximação das formas barrocas
● Composição em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo
ao observador
● Valorização das cores, claro-escuro
● Dramaticidade
Temas da pintura:
● Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos
artistas
● Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções
humanas
● Mitologia Grega
Principais artistas:
Goya - trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da
corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a
ação incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela
liberdade.
Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808.
Turner - representou grandes movimentos da natureza, mas por
meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever
uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a
arte registra a presença da máquina (locomotiva).
Obras destacadas: Chuva, Vapor e Velocidade e O Grande Canal,
Veneza.
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Delacroix - suas obras apresentam forte comprometimento
político, e o valor da pintura é assegurada pelo uso das cores, das
luzes e das sombras, dando-nos a sensação de grande
movimentação. Representava assuntos abstratos personificando-os.
Obras destacadas: A Liberdade guiando o povo e Agitação de
Tânger.
IMAGENS
Auto-Retrato | A Barca de Dante | A Maja Desnuda | A Liberdade
Guiando o Povo | A Mulher do Leque | Com Razão ou Sem Ela | A
Morte de Sardanápalo | A Sombrinha
5.3 – REALISTA
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura
francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se
desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades.
O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento
científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza,
convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas
criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e
emotivas da realidade.
São características gerais:
● o cientificismo
● a valorização do objeto
● o sóbrio e o minucioso
● a expressão da realidade e dos aspectos descritivos
5.3.1- ARQUITETURA
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às
novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As
cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de
fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas,
escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para
a nova burguesia.
Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje
logotipo da "Cidade Luz".
5.3.2- ESCULTURA
Auguste Rodin - não se preocupou com a idealização da realidade.
Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além
disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos,
assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua
característica principal é a fixação do momento significativo de um
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gesto humano.
Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O
Pensador.
5.3.3- PINTURA
Características da pintura;
● Representação da realidade com a mesma objetividade com
que um cientista estuda um fenômeno da natureza.
● Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois
a beleza está na realidade tal qual ela é.
● Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da
realidade
Temas da pintura:
● Politização
● Pintura social denunciando as injustiças e as imensas
desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência
da burguesia.
Principais pintores:
Courbet - foi considerado o criador do realismo social na pintura,
pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana,
principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia
particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da
sociedade no século XIX. Courbet dizia: "Sou democrata,
republicano, socialista, realista, amigo da verdade e verdadeiro"
Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo.
Jean-François Millet, sensível observador da vida campestre, criou
uma obra realista na qual o principal elemento é a ligação atávica
(características de ascendentes remotos) do homem com a terra. Foi
educado num meio de profunda religiosidade e respeito pela
natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus numerosos
desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van
Gogh. É o caso, por exemplo, "Angelus".
IMAGENS
Pintura da Igreja de Gréville | As Respingadeiras | Honoré de Balzac
| A Jovem Mãe | O Beijo | Os Burgueses de Calais | Angelus |
Enterro em Ornans | O Atelie do Artista | Auto-Retrato
5.4 – IMPRESSIONISMO
O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou
profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte
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do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais
práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus
procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram
a pintura impressionista.
Principais Características:
● A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos
adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento,
pois as cores da natureza se modificam constantemente,
dependendo da incidência da luz do sol.
● As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma
abstração do ser humano para representar imagens.
● As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a
impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas,
como os pintores costumavam representá-las no passado.
● Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo
com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo
próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de
sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado
pelos pintores barrocos.
● As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura
das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras
e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o
observador que, ao admirar a pintura, combina as várias
cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de
ser técnica para se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos
impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em
abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo
movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios
acadêmicos da pintura.
Principais artistas:
Monet - incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou
vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as
mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade.
Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em
Pleno Sol.
Renoir - foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade
e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida.
Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa
movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o
corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e
sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com
personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas.
Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La Grenouillière.
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Degas - sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres
fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era
a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de
poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus
quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação
era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento
do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o
teatro de bailados.
Obra Destacada: O Ensaio.
Seurat - Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo
na Ilha Grande Jatte.
Visconti (Brasileiro) - ele já não se preocupa mais em imitar
modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da
luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas.
Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos
impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão
grande que ele é considerado o maior representante dessa
tendência na pintura brasileira.
Obra destacada: Trigal.
Para seu conhecimento
● O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado
totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol. São cenas
do jardim da casa do artista.
● O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com
seus principais pintores e elas aconteciam no estúdio
fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.
IMAGENS
Monet 1 | Monet 2 | Ensaio | Nenúfares | O Palco | Final de Um
Arabesco | Bailarina Diante da Janela | As Bailarinas Verdes |
Bailarina Espanhola | Duas Lavadeiras | Bailarina Vestida em
Repouso | A Ponte de Argenteuil | As Escarpas de Etretat | As
Amapolas | O Tanque das Niféias | Impressão, Sol Nascente
5.5- EXPRESSIONISMO
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura
dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos.
Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao
medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a
figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
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