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Ética Empresarial
Marcelo Salles da Silva
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Ética Empresarial, par-
te integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo
que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma
apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1 Aspectos Históricos e Conceito de Ética........................................................... 7
1.1 A Ética nos Dias Atuais....................................................................................................................................................8
1.2 A Moral.................................................................................................................................................................................9
1.3 A Pessoa na Empresa e os Valores Morais............................................................................................................10
1.4 Consciência Crítica........................................................................................................................................................11
1.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................11
1.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................11
2 A Ética Profissional.................................................................................................................13
2.1 O Código de Ética Profissional e a Teoria do Mínimo Ético...........................................................................13
2.2 O Código de Ética do Profissional da Ciência da Administração.................................................................14
2.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................16
2.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................16
3 A Ética Empresarial...................................................................................................................19
3.1 Conceito e Características..........................................................................................................................................19
3.2 Ética Empresarial nos Negócios...............................................................................................................................20
3.3 Ética Empresarial na Tecnologia...............................................................................................................................20
3.4 Ética Empresarial e suas Consequências Jurídicas ...........................................................................................22
3.5 Desafios da Ética Empresarial no Brasil e a Necessidade de Mudanças...................................................23
3.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................24
3.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................24
4 A Responsabilidade Social do Gestor................................................................25
4.1 A importância da Responsabilidade Socioambiental no Contexto Corporativo..................................27
4.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................28
4.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................29
5 O Terceiro Setor............................................................................................................................31
5.1 A Responsabilidade Social e Desafios do Terceiro Setor................................................................................32
5.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................33
5.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................34
6 Programas Sociais....................................................................................................................35
6.1 Programas Sociais não Governamentais e sua Avaliação..............................................................................35
6.2 Programas Sociais Governamentais e sua Avaliação.......................................................................................36
6.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................38
6.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................38
7 A Governança Corporativa e o Comportamento Ético.................39
7.1 A Governança Corporativa, o Comportamento Ético e a Responsabilidade Social como
Elementos de Impacto nos Resultados da Gestão Empresarial...................................................................41
7.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................41
7.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................42
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS......................................43
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................................47
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5
INTRODUÇÃO
O objetivo geral do curso é oferecer-lhe subsídios para um estudo crítico sobre o papel da Ética no
ambiente corporativo. A disciplina Ética Empresarial contribui para a formação de um profissional capaz
de estabelecer um elo entre a ética corporativa e suas diversas relações.
Esta apostila e a disciplina partem do princípio de que as organizações empresariais são criações
do Ser Humano. Assim, vamos entender que o caráter social das empresas é característica marcante para
entender a sua construção histórica, bem como compreender que o homem é aplicado à empresa, bus-
cando ali a satisfação de suas necessidades e ideais.
O mundo corporativo é competitivo e demanda inovações constantes nas organizações com o ob-
jetivo de manter a qualidade e a competitividade. O desafio que enfrenta o novo profissional é o dinamis-
mo nas inovações, o domínio tecnológico e a descentralização das decisões.Tal ambiente, permeado por
desafios, aliados à ansiedade de êxito profissional, pode ocasionar nos profissionais questionamentos
acerca de comportamentos, fazendo-os refletir acerca de inclinar-se ou não aos valores éticos e morais.
Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre um debate
sobre as questões éticas empresariais, bem como a capacitação do gestor (administrador) para trabalhar
com esses recursos éticos.
Finalizando, buscamos, também, destacar nesta disciplina as inúmeras possibilidades, dentro de
um conceito ético, do terceiro setor, da governança corporativa e da responsabilidade social.
Tenha um bom aproveitamento da disciplina e trabalhe para agregar conhecimentos relacionados
à sua profissão.
Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desta caminhada acadêmica.
Prof. Marcelo Salles da Silva
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7
Aspectos Históricos e Conceito
de Ética1
A ética tem íntima relação com o desejo de
realização, sempre ajustando tais desejos a rela-
ções “justas e aceitáveis pelos meios sociais”. Se-
gundo a etimologia da palavra, que tem suas raí-
zes assentadas no grego Ethos, ética significa usos
e costumes aceitos por um grupo, demonstrando
que, desde os tempos dos primitivos, os costu-
mes eram decisivos para a aceitação da conduta
dos indivíduos. Também pode ser interpretada
como a morada habitual de alguém, passando a
designar a maneira de ser habitual.
No sentido etimológico, seja qual for a inter-
pretação do grego, leva-nos ao mesmo destino,
ou seja, via costumes ou via morada habitual. Am-
bos os caminhos nos conduz à conduta humana.
O homem da caverna conquistava seus ali-
mentos com lutas e da mesma forma preservava
o seu abrigo. Tal comportamento, ao ser analisa-
do pela civilização atual, pode não ser classifica-
do como ético, mas se tratava de comportamento
natural daquela civilização. O homem primitivo
evoluiu, sua nova realidade social fez surgir novas
realidades éticas que modificaram regras anterio-
res. Em tal evolução, chegamos à civilização grega
que influenciou o mundo ocidental.
Posteriormente surgiu a ética Socrática,
racionalista, podendo ser resumida na seguinte
expressão: o homem age corretamente quando co-
nhece o bem, e conhecendo-o, não pode deixar de
praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-
-se dono de si mesmo e, por conseguinte, é feliz.
A ética Socrática foi seguida pela era Platô-
nica, em que se acreditava que a ética provinha da
exaltação das classes dedicadas às atividades con-
sideradas superiores, notando-se certo desprezo
pelo trabalho. Nesse período, em uma visão ética,
os escravos não tinham lugar no Estado ideal, pois
não possuíam virtudes morais nem direitos civis.
Com a decadência do mundo antigo greco-
-romano, surgiram outras correntes éticas. Com o
passar do tempo, a religião, em movimentos re-
formistas, aboliu a chamada Ética Teocêntrica da
Idade Média, em que a figura divina, como centro
do conceito de correto, justo e moral, direcionava
as condutas éticas segundo os ditames divinos,
e separou a razão da fé, o Estado da Igreja. Com
isso, tornou a ética moderna antropocêntrica, isto
é, o homem como centro de sua atenção.
Em meados do século XIX, face às violentas
mudanças ocorridas na humanidade e com o de-
senvolvimento das ciências com capacidade de
destruição da própria humanidade, surgiu a Ética
Contemporânea.
Diversas são as correntes da Ética Contem-
porânea, dentre elas, as principais são:
ƒƒ o Existencialismo: valorização do ho-
mem, o indivíduo como tal. Há uma
valorização do individualismo radical e
a ideia de que o homem é plenamente
livre, sem qualquer vinculação com um
criador;
ƒƒ o Pragmatismo: teve forte presença
nos Estados Unidos. Tem suas raízes as-
sentadas em uma visão essencialmente
DicionárioDicionário
Ética: Estudo dos juízos de apreciação referentes
à conduta humana suscetível de qualificação do
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamen-
te a determinada sociedade, seja de modo absolu-
to (FERREIRA, 1999).
Marcelo Salles da Silva
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8
egoísta. Para o Pragmatismo, a verdade
se coincide com o útil. Assim, quando
se diz que algo é bom ou ético, significa
que leva eficazmente à obtenção de um
fim e necessariamente a um êxito;
ƒƒ o Marxismo: nesta corrente, o Homem
é visto como criador, produtor, transfor-
mador, social e histórico. Nesta visão,
a ética marxista dava especial valor ao
proletariado cujo destino histórico era
abolir a si próprio, dando origem a uma
sociedade verdadeiramente humana;
ƒƒ o Neopositivismo e as Filosofias Ana-
líticas: teve como objetivo concentrar
a atenção da ética na linguagem moral.
Houve uma repulsa à toda conceituação
éticaquepretendiadefiniramoralcomo
uma propriedade natural, pois entende-
-se que ética não pode ser definida, mas
pode ser captada por intuição.
Na nossa época, o capitalismo financeiro fi-
xou em maior proporção a exploração do Homem
pelo Homem. Veio, assim, a exploração dos países
pobres pelos ricos. Tomam-lhes até alimentos,
matérias-primas sem contrapartida econômica. As
ciências adquiriram autonomia cada vez maior, e a
ética, como ocorreu com a religião, perdeu espaço
no meio social. A partir daí, a regra predominante
na sociedade passa a ser a procura pelo melhor
produto, mas não considerado o que é melhor
para o ser Humano, e sim o que dá mais lucro.
Com tal pensamento, surge a Ética da Manipula-
ção, caracterizando-se pelos seguintes pontos:
ƒƒ Orientação do processo educativo para
construir cidadãos submissos e mani-
puláveis;
ƒƒ Utilização dos meios de comunicação
para os ideais da manipulação;
ƒƒ Condução da opinião pública, criando
necessidades onde elas inexistem e são
indesejáveis.
AtençãoAtenção
As Principais Correntes Éticas Contemporâneas
são:
•	Existencialismo;
•	Pragmatismo;
•	Marxismo;
•	Neopositivismo e as Filosofias Analíticas.
Assim, nos dias atuais, a expressão ética
apresenta tradução muito próxima do conceito
de moralidade, na medida em que a moral tam-
bém é tradução de costumes aceitos por uma so-
ciedade. A sutil distinção existente entre elas é o
agir, como costume ou moral, e o como deveria
agir, sendo a expressão ética. Portanto, a ética do
grupo também reflete na ética dos indivíduos.
Nessa esteira de reflexão, o grupo impõe
costumes ao indivíduo, que, diante do conjunto
de valores morais, agrega a ele princípios e exte-
rioriza o comportamento ético. Sendo a exterio-
rização do comportamento humano, a ética tem
como objeto o ato humano, produzido pela von-
tade do homem. O estudo da ética não se ocupa
com o estudo de forças inatas ou involuntárias,
como é o caso do nascimento e da morte natural,
que são espontâneas e não permitem a manifes-
tação livre e voluntária do homem.
Assim, a ética tem como objeto de estudo
o Ato Humano (voluntário e livre), que é o ato
com vontade racional, por tal razão permeado
por inteligência e reflexão prévia.
A liberdade do homem sobre seus atos im-
põe o domínio da vontade sobre seus atos de tal
forma que possa escolher entre agir e não agir, fa-
zer ou não fazer. O ato humano como objeto de
estudo da ética, comporta, para fins de estudo, di-
visão em objeto material e objeto formal. Vejamos:
1.1 A Ética nos Dias Atuais
Ética Empresarial
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9
ƒƒ objeto material – é o ato humano, vo-
luntário e livre;
ƒƒ objeto formal – é o estudo do aspecto
moral do ato humano.
Melhor esclarecendo, objeto formal é o
ponto de estudo sob o qual uma determinada
ciência encara o objeto material. O ato humano
é objeto material de diversas ciências, como, por
exemplo, a psicologia, a política, a psiquiatria e
outros, mas cada uma dessas ciências estuda o
objeto material sob uma ótica, no caso da ética,
estuda o aspecto moral do ato, diferentemen-
te das outras ciências, formando assim o objeto
formal. Por exemplo, o aspecto moral do ato hu-
mano que tanto interessa à ética é indiferente à
ciência da psicologia, que possui o mesmo objeto
material, mas se diferencia no objeto formal.
O aspecto moral do ato é essencial ao seu
enquadramento ético, mas, para classificar a mo-
ralidade contida em cada comportamento huma-
no, é necessário delinear princípios e normas que
sirvam para distinguir o bem do mal, o justo do in-
justo, a virtude do vício, o honesto do desonesto.
A ética se ocupa em buscar um querer e um
agir que tenha valor absoluto de bem ao grupo
social; tem como proposta encontrar, para toda a
atividade do homem, um valor-guia para direcio-
nar todo ato humano.
1.2 A Moral
Saiba maisSaiba mais
Sob esta perspectiva, Chauí (2010) diz que a ética é
constituída por dois polos internamente relaciona-
dos: o agente ou sujeito/pessoa moral e os valores
morais ou as virtudes morais éticas, que são consi-
derados os fins da ação ética ou a finalidade da vida
moral.
Toda atividade humana é composta por
atos, atos esses que, pelo que vimos, são objetos
de estudo da ética. A atividade humana é regada
por valores e é essencialmente axiológica. O Ho-
mem, enquanto sujeito do estudo da Ética, distin-
gue-se pelos valores que possui, assim, todo ato
ou atividade humana, antes de serem exteriori-
zados, são projetados à reflexão e permeados pe-
los valores do sujeito, que os exterioriza ou não
de acordo com sua vontade. Neste passo, a ética
jamais poderá ser considerada sobreposta à con-
duta humana, pois todos os atos racionais estão
sujeitos a uma elevada carga moral.
O Homem é um ser gregário, ou seja, ne-
cessita da união social para viver, pois é na socie-
dade que ele satisfaz suas necessidades. É muito
comum que, na busca da realização, o homem te-
nhaconflitosdeinteressescomseussemelhantes,
nascendo, assim, os chamados conflitos sociais,
alguns desses elevados às discussões jurídicas
para solução, muitos desses, todavia, podem ter
solução na seara da moral. É absolutamente nor-
mal que a sociedade, diante dos inúmeros confli-
tos que surgem em seu meio, imponha algumas
regras básicas de convivência com o objetivo de
eliminar ou minimizar os conflitos. Nascem, as-
sim, os códigos culturais e comportamentais.
Os códigos culturais e comportamentais
são normas impostas pela sociedade que se di-
ferenciam dos valores morais, mas mantêm com
eles íntima relação. A moral pode ser entendida
como o conjunto de práticas, formada pelo con-
junto de regras e comportamento sociais.
DicionárioDicionário
Segundo Ferreira (1999), a palavra ‘axiologia’ signi-
fica o estudo ou teoria de alguma espécie de valor,
particularmente dos valores morais.
Marcelo Salles da Silva
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Amoraltemumafortecargasocial,masestá
apoiada em uma série de valores que formam o
caráter moral do indivíduo, quais sejam: o religio-
so, o familiar, o social, a cultura, a história, a natu-
reza e outros. A composição desses valores forma,
sem sobra de dúvidas, a personalidade moral do
sujeito, capaz de discernir na prática do ato o cer-
to e o errado, o justo e o injusto, de acordo com os
valores absorvidos no meio em que vive.
Assim, percebemos que moral é algo adqui-
rido pela herança e preservado ou não pelo sujeito.
AtençãoAtenção
Segundo Cotrim (2005, p. 264), “a moral é o con-
junto de normas e condutas reconhecidas como
adequadas ao comportamento humano por uma
dada comunidade humana. A moral estabelece
princípios de vida capazes de orientar o homem
para uma ação moralmente correta.”
Em alguns países do Oriente Médio, é comum
e moral o homem possuir diversas mulheres. Já
no Ocidente, isto seria uma atividade totalmente
imoral e inaceitável pela sociedade.
CuriosidadeCuriosidade
Como vimos, o conjunto de valores e prin-
cípios cultivados na pessoa forma a sua moralida-
de, que fatalmente se exteriorizará em compor-
tamentos considerados éticos ou não. Portanto,
as organizações devem se preocupar em cultivar
alguns princípios imprescindíveis para que o su-
jeito que integra a corporação tenha condições
de contribuir de forma ética.
É evidente que as organizações empresa-
riais não são responsáveis em formar um sujeito
ético, mas têm forte responsabilidade em criar
um ambiente profissionalmente ético e capaz de
contagiar, estimulando colaboradores a agirem
de forma ética na solução dos conflitos, sejam
efetivos ou preventivamente.
Os valores aqui citados não são taxativos,
mas simplesmente exemplificativos, pois não es-
gotam os valores que devem integrar o berço da
moralidade do sujeito. Vejamos:
ƒƒ Justiça – é o sentimento perpétuo e
constante de dar a cada um o que lhe
pertence;
ƒƒ Honestidade – é o corolário imediato
da justiça, é atributo ligado à confiança,
a honra e, sobretudo, à decência;
ƒƒ Liberdade – não entendida em um sen-
tido meramente físico, mas na liberdade
de realizar o que se deve em função do
ofício ou profissão, estendendo o mes-
mo sentimento ao semelhante;
ƒƒ Responsabilidade – é responder con-
cretamente pelos seus atos, assumindo
as consequências de suas escolhas. Anda
sempre em compasso com a liberdade;
ƒƒ Respeito – é a imposição de prestar
atenção no outro, como ser humano,
com seus defeitos e características pró-
prias, percebendo os valores e as rique-
zas de cada um;
ƒƒ Veracidade – é a expressão da verdade;
tem como nascedouro a sinceridade in-
terior da pessoa;
ƒƒ Confiança – é a aceitação da manifes-
tação do outro, por palavras ou gestos.
É a base do relacionamento e cria, na
relação, laços de lealdade, integridade
e sinceridade;
ƒƒ Disciplina – é a maneira pela qual os
membrosdogrupoaceitameatendemas
normas preestabelecidas, necessárias ao
bom atendimento dos objetivos sociais;
ƒƒ Solidariedade – é o ato de estender a
mão, mostrar o caminho em assistên-
cia recíproca entre os membros de um
mesmo grupo.
1.3 A Pessoa na Empresa e os Valores Morais
Ética Empresarial
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11
Como já dito anteriormente, as organiza-
ções empresariais são criações do Homem, assim,
ele precisa situar-se nela, não de forma alienada,
mas sim de forma crítica e consciente. A existên-
cia de um comportamento ético não é conflitante
com a existência de uma consciência crítica. Na
verdade, a existência de uma consciência críti-
ca forma um terreno fértil para a proliferação de
comportamentos éticos.
Devemos lembrar que o modelo de com-
portamento ético é aquele de atos livres e cons-
cientes regado pelos ideais de moralidade, pois a
supressão de consciência crítica dos integrantes
do grupo, com a imposição de conceitos éticos
rígidos, criaria um retrocesso à Ética da Manipu-
lação.
A consciência crítica é uma abertura inte-
lectual, pois, em um sentido mais cientifico, é a
presença que a pessoa tem de si mesma diante
das realidades que as rodeiam.
1.4 Consciência Crítica
1.5 Resumo do Capítulo
1.6 Atividades Propostas
Caro(a) Aluno(a), neste capítulo, estudamos de uma forma objetiva os aspectos históricos da ética
demonstrados por grandes filósofos, como Sócrates e Platão. Além disso, passamos pelas principais cor-
rentes da ética contemporânea até chegarmos aos dias atuais.
Observou-se que o conjunto de valores e princípios cultivados na pessoa forma a sua moralidade,
que fatalmente se exteriorizará em comportamentos considerados éticos ou não. Portanto, as organiza-
ções devem se preocupar em cultivar alguns princípios imprescindíveis para que o sujeito que integra
a corporação tenha condições de contribuir de forma ética, tais como: justiça, honestidade, liberdade,
responsabilidade, respeito, veracidade, confiança e disciplina.
E, por fim, analisamos que a consciência crítica é uma abertura intelectual, pois, em um sentido
mais científico, é a presença que a pessoa tem de si mesma diante das realidades que as rodeiam.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem?
1.	 Assinale a afirmativa incorreta.
a) Existe uma sutil distinção entre a ética e a moral. Moral refere-se ao agir de acordo com o
costume, e ética refere-se a como deveria agir.
b) A expressão ética apresenta tradução muito próxima do conceito de moralidade, pois ambas
podem ser compreendidas como tradução de costumes aceitos por uma sociedade.
c) A ética é a exteriorização do comportamento humano.
d) A ética tem como objeto o ato humano, produzido pela vontade do homem.
Marcelo Salles da Silva
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12
e) A ética traduz o comportamento da sociedade, mas não de um indivíduo, pois é correto
que cada indivíduo tenha sua própria ética.
2.	 Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:
a)	 (____) As organizações empresariais são criações do Homem, assim, ele precisa situar-se
nela, não de forma alienada, mas sim de forma crítica e consciente.
b)	 (____) É correto dizer que o Existencialismo e o Pragmatismo fazem parte das principais
correntes da Ética Contemporânea.
c)	 (____) A ética apresenta tradução muito próxima do conceito de moralidade, na medida
em que a moral também é tradução de costumes rejeitados por uma sociedade.
d)	 (____) Os códigos culturais e comportamentais são normas impostas pela sociedade que
se diferenciam dos valores morais, mas mantêm com eles intima relação.
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13
A homogeneidade do trabalho executado
por um grupo de pessoas forma uma classe pro-
fissional pela natureza da especialidade, do co-
nhecimento e da habilitação. Classe Profissional é
um grupo específico, definido por especialidades.
Os agrupamentos específicos por habilidade pró-
pria constituem inequívoca força no meio social.
Em que pese o conhecimento científico dos
membros de um agrupamento específico, as suas
qualidades pessoais também são levadas em con-
sideração, pois concorrem para o enobrecimento
de sua atuação profissional. Portanto, a preserva-
ção dos valores morais e éticos no agrupamento é
de inteiro interesse de seus membros, nascendo,
assim, a ética profissional.
A ética profissional não se ocupa somente
do estudo e da normatização das condutas do
profissional com seus clientes, mas também com
o outro profissional, objetivando a construção
do bem-estar no contexto sociocultural, preser-
vando a dignidade humana. A ética profissional,
hoje, atinge todas as profissões regulamentadas
através de estatutos e códigos específicos. A nor-
matização das condutas ético-profissionais tem
caráter normativo e jurídico.
A normatização da conduta ética profissio-
nal abarca não só a responsabilidade individual
do profissional, mas também sua responsabili-
dade social na medida em que envolve pessoas
que se beneficiam dos trabalhos do profissional,
direta ou indiretamente. Na sua essência, a ética
profissional envolve questões muito relevantes
que ultrapassam o campo profissional, impondo
uma reflexão ética no exercício das profissões.
Neste panorama, necessária se faz a obser-
vação de que a Ética Empresarial e a Ética Profis-
sional, muito embora possuam como campo de
estudo o comportamento humano no cenário
empresarial, não podem ser confundidas, pois,
enquanto a ética empresarial atinge as empresas
e as organizações em geral, a ética profissional
está voltada para as profissões e os profissionais.
A Ética Profissional2
AtençãoAtenção
O conjunto de normas comportamentais impos-
tas no exercício de qualquer profissão forma a
base da ética profissional. Na verdade, é uma ação
reguladora de conduta ética no desempenho das
profissões, fazendo com que o profissional respei-
te seu semelhante no exercício profissional.
A ética profissional, como vimos, é a padro-
nização das condutas dos profissionais em um
agrupamento específico em preservação da mo-
ralidade e do comportamento ético com o obje-
tivo de fortalecer a classe profissional. A normati-
zação dessas condutas repousa na seara jurídica,
uma vez que são normas com força de lei.
Trata-se de princípio básico da ciência ju-
rídica, a coercitividade das normas, ou seja, a
norma criada apresenta e descreve pormenori-
zadamente o núcleo do tipo, ou seja, a conduta
impostamente proibida ao profissional. Mas de
2.1 O Código de Ética Profissional e a Teoria do Mínimo Ético
Marcelo Salles da Silva
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14
nada adiantaria proibir uma conduta se a ela não
se impusesse uma punição quando transgredida.
Diante disso, a formação de um Código de
Ética Profissional apresenta uma forte carga de
questões jurídicas, pois as ações saem do plano
da subjetividade e passam a uma imposição legal
de conduta do profissional, imposta pelos seus
semelhantes, em harmonização com as condutas
esperadas do sujeito que passa a integrar deter-
minada classe profissional, fazendo-se por inter-
médio da adoção de um comportamento mínimo
esperado, ou seja, o Mínimo Ético.
ATeoria do Mínimo Ético é alvo de muitas di-
vergências entre os estudiosos da ciência jurídica,
não havendo passividade a respeito de sua apli-
cação ou não. A Teoria do Mínimo Ético assegura
que as normas jurídicas, entre elas o Código de Éti-
ca Profissional, represente o mínimo de preceitos
morais necessários para o bem-estar da sociedade
ou classe. Neste entendimento, considera-se que
a moral tem uma amplitude muito maior que o
direito, estando este inserido naquela, de modo
que tudo que é Direito é Moral, mas o inverso nem
sempre será verdadeiro.
Entretanto, entendemos como sendo corre-
ta aTeoria do Mínimo Ético, pois o que se conside-
ra, no que concerne à relação Direito e Moral, não
é o fato de a modificação de uma norma jurídica
acarretar ou não consequências na Moral, pois é
notória a influência dos preceitos morais quando
da criação das normas de Direito ou de um Códi-
go de Ética.
Profissional, deve-se ter em mente que as
normas devem sempre ter um fundamento mo-
ral. Assim, quando há a criação de um Código de
Ética Profissional, deve-se levar em conta aquilo
que a sociedade profissional tem em mente como
sendo o mais correto, o mais ético, ou seja, o mais
condizente com a Moral esperada do profissio-
nal. De modo que, se determinadas normas fo-
rem modificadas, é porque o Estado ou a Classe
Profissional acreditou que seria mais correta essa
mudança, mas jamais se desvinculando da Moral.
Portanto, a Teoria do Mínimo Ético é a que
representa de forma mais adequada a relação
existente entre Direito e Moral, uma vez que toda
as normas devem conter um mínimo de preceitos
morais, de tal sorte que o legislador jamais po-
derá prescindir de uma apreciação moral das leis
que o povo lhe deu a incumbência de criar.
AtençãoAtenção
O Código de Ética Profissionaltem como função:
I – descrever claramente a conduta profissional-
mente proibida;
II– descrever claramente a punição que será aplica-
da ao profissional que transgredir a norma;
III – Preservar a moralidade e a conduta ética dos
profissionais.
2.2 O Código de Ética do Profissional da Ciência da Administração
O Profissional da Administração de Empre-
sas e todos aqueles formados com base na Ciên-
cia da Administração estão sujeitos às normas
disciplinadoras do Código de Ética Profissional
do Administrador, da mesma forma que ocorre
com outras classes, como os advogados, os mé-
dicos, os farmacêuticos, os engenheiros e outros.
O novo Código de Ética do Profissional da Ciência
da Administração foi aprovado pela entidade de
classe em 03 de dezembro de 2010 e tem como
objetivo preservar a conduta moral e profissional
dos profissionais da administração como elemen-
to de alta relevância à classe. Ressalta, ainda, o
compromisso social da categoria, enfatizando a
sua participação no processo de desenvolvimen-
to do país e da sociedade.
Cabe ainda ressaltar o perfil ético esperado
do Profissional da Ciência da Administração, pos-
to que o preâmbulo do Código de Ética da Profis-
são ressalta os seguintes valores:
Ética Empresarial
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15
a)	 De forma ampla, a Ética é definida como
a explicitação teórica do fundamento
último do agir humano na busca do
bem comum e da realização individual.
b)	 O exercício da atividade dos Profis-
sionais de Administração implica em
compromisso moral com o indivíduo,
o cliente, o empregador, a organização
e com a sociedade, impondo deveres e
responsabilidades indelegáveis.
c)	 O Código de Ética dos Profissionais de
Administração (CEPA) é o guia orientador
e estimulador de novos comportamen-
tos e está fundamentado em um concei-
to de ética direcionado para o desenvol-
vimento, servindo simultaneamente de
estímulo e parâmetro para que o Admi-
nistrador amplie sua capacidade de pen-
sar, visualize seu papel e torne sua ação
mais eficaz diante da sociedade.
Segundo o que dispõe o Código de Ética
dos Profissionais da Ciência da Administração, o
exercício da profissão reclama o compromisso
moral com o indivíduo, com o cliente, com a orga-
nização e, sobretudo, com a sociedade. Quaisquer
desses preceitos, se não respeitados, sujeitará o
profissional a sanções disciplinares como forma
coercitiva de impor uma conduta escorreita aos
profissionais.
A legislação disciplinar dos administradores
estabelece aos profissionais direitos calcados em
responsabilidade social e princípios morais, sen-
do alguns deles:
ƒƒ Propugnar pelo desenvolvimento da
sociedade e das organizações, subor-
dinando a eficiência do desempenho
profissional aos valores permanentes
da verdade e do bem comum;
ƒƒ Capacitar-se para perceber que acima
de seu compromisso com o cliente está
o interesse social, cabendo-lhe, como
agente de transformação, colocar a em-
presa nessa perspectiva;
ƒƒ Contribuir como cidadão e como profis-
sional para o incessante progresso das
instituições sociais e dos princípios que
regem o país;
ƒƒ Exercer a profissão com zelo, diligência
e honestidade, defendendo os direitos,
os bens e os interesses de clientes, ins-
tituições e sociedades sem abdicar de
sua dignidade, suas prerrogativas e sua
independência profissional;
ƒƒ Manter elevados o prestígio e a digni-
dade da profissão.
Além dos direitos profissionais do Admi-
nistrador, é importante ressaltar as proibições
estabelecidas no Código de Ética Profissional. Ve-
jamos algumas delas:
ƒƒ sugerir, solicitar, provocar ou induzir di-
vulgação de textos de publicidade que
resultem em propaganda pessoal de
seu nome, méritos ou atividades, salvo
se em exercício de qualquer cargo ou
missão, em nome da classe, da profissão
ou de entidades ou órgãos públicos;
ƒƒ permitir a utilização de seu nome e de
seu registro por qualquer instituição
pública ou privada onde não exerça
pessoal ou efetivamente função ineren-
te à profissão;
ƒƒ assinar trabalhos ou quaisquer docu-
mentos executados por terceiros ou
elaborados por leigos alheios à sua
orientação, supervisão e fiscalização;
ƒƒ prejudicar, por meio de atos ou omis-
sões, declarações, ações ou atitudes, co-
legas de profissão, membros dirigentes
ou associados das entidades represen-
tativas da categoria;
ƒƒ contribuir para a realização de ato con-
trário à lei ou destinado a fraudá-la, ou
praticar, no exercício da profissão, ato
legalmente definido como crime ou
contravenção.
Marcelo Salles da Silva
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16
Trata-se, portanto, de um exemplo claro da
moderna preocupação em formar profissionais
(uso e aplicação do Código Ético Profissional) ca-
pazes de estimular um desenvolvimento susten-
tado nas organizações e pautado em preceitos
morais, éticos e, sobretudo, de responsabilidade
eminentemente social.
Saiba maisSaiba mais
O Código de Ética do Administrador determina no
seu artigo 40 que: “A violação das normas contidas
neste Regulamento importa em falta que, confor-
me sua gravidade, sujeita seus infratores às seguin-
tes penalidades:
I - advertência escrita e reservada;
II - multa;
III - censura pública;
IV - suspensão do exercício profissional de 30 (trinta)
dias a 3 (três) anos.
V - cancelamento do registro profissional e divulga-
ção do fato para o conhecimento público.”
AtençãoAtenção
O objetivo do Código de Ética dos Profissionais
da Administração é servir de guia orientador e es-
timulador de novos comportamentos fundados
em conceito de ética direcionado para o desen-
volvimento profissional e social.
Caro(a) Aluno(a), neste capítulo, estudamos a importância e a necessidade do Código de Ética no
ambiente corporativo.
Concluímos que a ética profissional é o conjunto de normas comportamentais impostas no exercí-
cio de qualquer profissão, formando a base da ética profissional. Na verdade, é uma ação reguladora de
conduta ética no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante
no exercício profissional.
E para isto, estudamos os valores e as funções que um Código de Ética Profissional pode ter no
ambiente corporativo, além da chamadaTeoria do Mínimo Ético, segundo a qual posturas, valores e com-
portamentos devem ser respeitados por todos os profissionais daquela profissão.
2.3 Resumo do Capítulo
2.4 Atividades Propostas
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem?
1.	 O Código de Ética Profissional tem como uma de suas funções:
a) preservar o direito de acessar os e-mails particulares, sem autorização judicial.
b) descrever claramente a conduta particularmente proibida.
c) preservar a imoralidade e a conduta antiética dos profissionais.
d) descrever claramente a punição que será aplicada ao profissional que transgredir a norma.
e) descrever nas entrelinhas as obrigações virtuais e tecnológicas.
Ética Empresarial
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2.	 Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:
a)	 (____) A Teoria do Mínimo Ético assegura que as normas jurídicas, entre elas o Código de
Ética Profissional, representem o mínimo de preceitos morais necessários para o bem-estar
da sociedade ou classe.
b)	 (____) O objetivo do código de ética dos profissionais da administração é servir de guia
orientador e estimulador de novos comportamentos, fundados em conceito de ética dire-
cionado para o desenvolvimento profissional e social.
c)	 (____) O conjunto de normas religiosas impostas no exercício de qualquer profissão forma
a base da ética profissional e empresarial.
d)	 (____) A ética profissional é a padronização das condutas dos profissionais em um agrupa-
mento específico em preservação da moralidade e do comportamento ético com o objeti-
vo de fortalecer a classe profissional.
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19
Já a questão da Ética no ambiente empresa-
rial requer uma análise mais ampla, pois a sua atua-
ção ou presença está em diferentes segmentos.
Neste capítulo, estudaremos sobre a Conceituação
e Características da Ética Empresarial, a Ética Em-
presarial nos Negócios, a Ética Empresarial na Tec-
nologia e a Ética Empresarial e suas consequências
jurídicas.Vamos lá, então!
A Ética Empresarial3
Percebe-se, atualmente, cada vez mais, uma
necessidade da prática da ética empresarial como
forma de sobrevivência no mercado tão competi-
tivo em que vivemos. Mas, para isso, necessário se
faz conceituar o tema em questão.
Mas, afinal, o que é Ética Empresarial?
É o conjunto de fatores e comporta-
mentos éticos que uma empresa pos-
sui para garantir a sua boa imagem no
mercadoealongevidadenosnegócios.
Para reforçar esse pensamento, Moreira
(1999, p. 28) entende ética empresarial como “o
comportamento da empresa − entidade lucrativa
− quando ela age de conformidade com os prin-
cípios morais e as regras do bem proceder aceitas
pela coletividade (regras éticas).”
Para efeito de caracterizar o que venha a
ser uma empresa comprometida com a ética em-
presarial, precisamos levar em conta, ainda, os se-
guintes aspectos:
ƒƒ integridade nas relações comerciais;
ƒƒ políticas éticas e transparentes nas rela-
ções de trabalho;
ƒƒ comprometimento e solidariedade em
projetos junto à comunidade;
ƒƒ criação e manutenção de códigos de
conduta;
ƒƒ responsabilidade quanto à proteção ao
meio ambiente;
ƒƒ motivaçãoconstanteparaoexercíciodo
voluntariado entre seus colaboradores;
ƒƒ ombudsman − ouvidores para receber as
cobranças e reclamações de seus clientes.
3.1 Conceito e Características
Marcelo Salles da Silva
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Numa visão organizacional, a prática da éti-
ca nos negócios é condição sine qua non para o
respeito, no mercado, a clientes, fornecedores,
mídia, concorrentes e outros.
Em relação ao tema, Nash (2001) entende
que a ética nos negócios é o estudo das formas
pelas quais normas morais pessoais se aplicam às
atividades e aos objetivos da empresa comercial.
Não se trata de um padrão moral separado, mas
do estudo de como o contexto dos negócios cria
seus problemas próprios e exclusivos à pessoa
moral que atua como um gerente desse sistema.
Inúmeros são os problemas éticos e morais
dentro de uma empresa, podendo desencadear di-
versas situações desagradáveis nos seus negócios.
	 Veremos agora situações que infelizmente
podem acontecer com aquelas empresas que não
tem ou não dão o devido valor para o exercício da
ética nos negócios:
ƒƒ Não assumir a responsabilidade por
práticas danosas – intencionais ou não;
ƒƒ Mentir, por omissão, para os clientes
consumidores;
ƒƒ Fraudar as emissões de notas fiscais;
ƒƒ Manipular informações para não pagar
ou pagar menos impostos;
ƒƒ Má qualidade dos produtos ofertados
no mercado, isentando-se de responsa-
bilidade;
ƒƒ Não manter peças de reposição para os
clientes;
ƒƒ Realizar propagandas enganosas e abu-
sivas sobre o seu produto ou serviço;
ƒƒ E tantos outros.
3.2 Ética Empresarial nos Negócios
3.3 Ética Empresarial na Tecnologia
DicionárioDicionário
Sine qua non: Expressão que indica uma cláusula
ou condição sem a qual não se fará certa coisa
(FERREIRA, 1999).
Com o surgimento e o constante desen-
volvimento da tecnologia, as empresas se viram
obrigadas a se adequar a esta nova realidade. Mas
qual é esta realidade?
ƒƒ Rapidez da informação através dos
diversos meios de comunicação (TV;
rádio; telefone móvel celular – mensa-
gens e torpedos; internet − e-mails, co-
mércio eletrônico e outros);
ƒƒ A questão da segurança em que estas
informações são mantidas e transmiti-
das para terceiros;
ƒƒ Haverá um conhecimento maior do
mercado, com a aplicação da tecnolo-
gia da informação.
Assim, o grande desafio, na chamada “socie-
dade da informação”, é a aplicação da ética, quanto
ao manuseio correto das tecnologias das informa-
ções. As empresas que não tiverem esta atenção e
cuidado sofrerão grandes danos e prejuízos finan-
ceiros. Oferecemos como exemplo aquele cliente
que não se sentiu atendido nas suas reclamações
na loja “X”. Em razão disto, imediatamente, come-
çou a divulgar pela rede mundial de computado-
res o seu caso. Mais que rapidamente, para evitar
danos à imagem da empresa, a mesma entrou em
contato com o cliente e resolveu a sua pendência.
Qual a lição que tiramos deste caso? Que
empresa séria não discute, apenas resolve o pro-
blema do cliente dentro dos princípios éticos e da
legislação vigente!
Ética Empresarial
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21
As empresas buscam, cada vez mais, utili-
zar-se das tecnologias mais modernas para ga-
rantir a qualidade, a operação e a segurança de
suas atividades, alcançando assim o seu maior
objetivo, que é a obtenção de lucro e vida longa
no mercado.
Verificaremos, agora, um caso que demons-
tra quanto pode ser frágil a segurança das infor-
mações de uma empresa, assim como é essencial
o exercício da ética empresarial.
Foi um caso ocorrido nos Estados Unidos,
onde uma das secretárias da multinacional Coca-
-Cola ofereceu a fórmula do seu conhecido refri-
gerante para a sua maior rival, a Pepsi Cola. Neste
caso, descobriu-se que ela teve acesso ao sistema
de dados confidenciais da empresa.
Vejamos a história na íntegra, pesquisado
no portal UOL.
Secretária que tentou vender se-
gredo da Coca-Cola é condenada
Washington, 23 mai 2007, uma mu-
lher que trabalhou como secretária
na Coca-Cola, e tentou vender à ri-
val Pepsi os segredos da fabricação
da bebida, foi sentenciada hoje, em
Atlanta, a oito anos de prisão.
Joya Williams, de 42 anos, havia sido
declarada culpada, em 2 de fevereiro,
das acusações de conspiração, devido
à sua tentativa frustrada de vender o
segredo por US$ 1,5 milhão.
“Este é o tipo de delito que não pode
ser tolerado em nossa sociedade”, de-
clarou o juiz federal J. Owen Forrester,
ao ditar a sentença.
Ibrahim Dimson, outro dos acusados,
foi condenado a cinco anos de prisão.
O terceiro acusado, Edmund Duha-
ney, ainda não recebeu sua sentença.
Dimson e Duhaney haviam se decla-
rado culpados.
O plano fracassou porque emprega-
dos da Pepsi alertaram a empresa rival,
após terem recebido uma carta de um
dos cúmplices de Williams, na qual se
pediadinheiroemtrocadainformação.
Williams havia trabalhado como assis-
tente administrativa do diretor global
de marcas da Coca-Cola e, segundo
a Promotoria, se apropriou de docu-
mentos confidenciais da empresa, e
de mostras de produtos que ainda não
haviam chegado ao mercado, com o
objetivo de vendê-los para a Pepsi.
A defesa argumentou que Williams
foi enganada por dois indivíduos com
antecedentes de fraudes, e que ela
não havia cometido delito algum.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/
05/23/ult1807u36978.jhtm.
Após o estudo deste caso, chegamos a al-
gumas conclusões, tais como:
ƒƒ Por mais que exista a segurança das in-
formações de uma empresa, temos um
ser humano (passível de erro) geren-
ciando os dados contidos no computa-
dor corporativo;
ƒƒ As empresas precisam investir em “soft-
waresanti-invasões”ecobrarumapostura
ética e profissional dos seus funcionários;
ƒƒ Para a empresa concorrente, a Pepsi
Cola, compensava muito mais, para a
sua imagem e credibilidade no merca-
do, tomar este tipo de atitude.
As empresas fazem constantes treinamentos com
seus funcionários com o objetivo de se evitar o
envio de informações indesejadas ou inconve-
nientes para terceiros (clientes, concorrentes, for-
necedores, importadores e outros).
CuriosidadeCuriosidade
Marcelo Salles da Silva
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A ética está presente em todos os segmen-
tos corporativos, e na área jurídica não é diferente.
Não importa se a empresa é de pequeno, médio
ou grande porte, o exercício da ética empresarial
é essencial, pois, na sua ausência, a possibilidade
de uma empresa sofrer as consequências jurídi-
cas é muito grande, sejam elas no plano adminis-
trativo, civil ou penal. Vejamos:
3.4 Ética Empresarial e suas Consequências Jurídicas
Consequências Administrativas
Caso uma empresa desobedeça alguma lei
de ordem Federal, Estadual ou Municipal, ela po-
derá responder de forma administrativa. Isto fica
mais claro quando uma empresa infringe algum
dos artigos do Código de Defesa do Consumidor
(Lei 8.078/1990), conforme dispõe o artigo 56 da
referida lei.
Consequências Cíveis
Além da possibilidade de responder admi-
nistrativamente e penalmente pelo ato ilegal pra-
ticado, a empresa poderá responder civilmente.
Istosignificaqueaempresapoderáarcarcom
o pagamento de uma indenização pelos prejuízos
gerados pela prática ilegal e antiética nos negócios,
podendo chegar a milhões de reais. Caberá ao juiz
de Direito a decisão de quantificar o valor da inde-
nização a ser paga aos prejudicados, podendo, nes-
te caso, entrar a empresa condenada com recurso
contra a decisão do magistrado.
AtençãoAtenção
Art. 56 - As infrações das normas de defesa do
consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo
das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao ór-
gão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou
serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de
uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou
de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimen-
to, de obra ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo
serão aplicadas pela autoridade administrativa,
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica-
das cumulativamente, inclusive por medida cau-
telar antecedente ou incidente de procedimento
administrativo.
Ética Empresarial
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	 Por isso da importância da “responsabi-
lidade dos atos empresariais”, evitando-se assim
este tipo de situação, assim como o prejuízo para
a imagem da empresa e de seus investimentos.
Consequências Penais
Infelizmente, por mais que as empresas sai-
bam dos desdobramentos por praticarem crimes
empresariais (corporativos), são muitos os casos
que ainda ocorrem nos dias atuais.
Podemos citar como exemplo as práticas de
Concorrência Desleal, Sonegação de Impostos,
Fraudes contra o Governo (Federal, Estadual ou
Municipal), Manipulação de Informações, Espio-
nagem Industrial, Publicidade Abusiva ou Enga-
nosa, entre tantos outros crimes.
Com a descoberta de um destes crimes, já
mencionados, a empresa será investigada e seus
responsáveis poderão receber as punições previs-
tas em lei, sempre respeitando o direito constitu-
cional ao contraditório e ao devido processo legal.
Mas para a empresa que pratica algum dos
crimes já citados, será que compensa tudo isso?
Claro que não, pois haverá enormes prejuízos fi-
nanceiros, de imagem, de credibilidade, podendo
chegar até ao fechamento ou encerramento das
atividades empresariais.
As organizações empresariais no Brasil ain-
da não se convenceram de que o comportamento
ético é um caminho para o sucesso empresarial.
É extremamente comum o pensamento de que a
empresa só tem chances de sobreviver se sonegar
impostos, descumprir ou fraudar a legislação traba-
lhista, subornar, poluir o ambiente, enganar o con-
sumidor; condutas essas quase sempre justificadas
na pesada carga tributária, no alto custo para ma-
nutenção de um vínculo empregatício e outros.
Tais empresas não conseguiram observar
que, muito embora seja uma prática dissemina-
da no meio social, centenas de empresas não
sobrevivem, sendo fadadas aos procedimentos
falimentares e de recuperação. É evidente que o
único caminho seguro para o desenvolvimento
sustentado, a longo prazo, é o caminho ético.
Por outro lado, também ainda não houve
a conscientização social de que o Estado, apesar
dos lamentáveis episódios de corrupção que per-
seguem os corredores governamentais, ainda é o
condutor responsável pelo estabelecimento de
um novo padrão ético no país. Assim, as trocas de
favores, os tráficos de influências, o pagamento
de propinas, muito embora predominantes, me-
recem perder cada vez mais espaço social em be-
nefício do constante aperfeiçoamento ético.
Nesse sentido, a ética está fundada na fi-
losofia da dignidade do ser humano, encravado
em seu ser, devendo ser praticada na realização
de suas mais diversas tarefas. Portanto, necessária
é a construção da ética pessoal de todos aqueles
que participam do cenário empresarial, requeren-
do, assim, um constante aprimoramento crítico
da consciência da pessoa a partir da inserção de
cada novo integrante no grupo empresarial.
Para Moreira (1999, p. 31),“o comportamen-
to ético por parte da empresa é esperado e exigi-
do pela sociedade. Ele é a única forma de obten-
ção de lucro com respaldo da moral. Esta impõe
que a empresa aja com a ética em todos os seus
relacionamentos.”
3.5 Desafios da Ética Empresarial no Brasil e a Necessidade de Mudanças
Marcelo Salles da Silva
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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, estudamos a questão da Ética Empresarial, sua conceituação, ca-
racterísticas e, além disso, a sua atuação nos mais diversos segmentos, tais como nos negócios, sua rela-
ção com a tecnologia da informação e as consequências jurídicas que uma empresa poderá sofrer caso
pratique um ato antijurídico, ou seja, contrário a lei.
3.6 Resumo do Capítulo
3.7 Atividades Propostas
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem?
1.	 Caso a empresa X pratique um ato (antiético) empresarial, que vá gerar prejuízos a terceiros
(clientes, concorrentes, fornecedores e governo), ela poderá ser responsabilizada:
a)	 internacionalmente, internamente e relativamente.
b) 	 digitalmente, financeiramente e administrativamente.
c) 	 na publicidade, na internet e criminalmente.
d) 	 academicamente, virtualmente e civilmente.
e) administrativamente, civilmente e penalmente.
2.	 Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:
a)	 (____) Ética empresarial é o conjunto de fatores e comportamentos antiéticos que uma
empresa possui para assegurar a sua boa imagem somente na internet e a longevidade
nos negócios.
b)	 (____) Algumas das características de uma empresa ética são as políticas corretas nas re-
lações de trabalho, solidariedade nas ações junto à comunidade e o respeito ao meio am-
biente.
c)	 (____) As consequências jurídicas de uma empresa podem ser administrativa, civil e senti-
mental, por praticar danos a terceiros.
d)	 (____) As empresas são responsáveis pelos dados de seus clientes e fornecedores, com isto
estará praticando a ética empresarial.
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A expressão Responsabilidade Social tem
diversas acepções; dentre elas, as mais populares
que encontramos: atividades voluntárias, preo-
cupação com o sistema social, ir além da busca de
lucros e sensibilidade social. A posição doutrinária
que mais se ajusta aos preceitos da ética e a inter-
pretação socioeconômica do conceito de respon-
sabilidade social, segundo a qual a responsabili-
dade da administração vai muito, mas muito além
da simples obtenção de lucros, inclui também em
seus objetivos a proteção e o melhoramento do
bem-estar social.
Cada profissional que forma a organização
empresarial deve se revestir de suas responsabi-
lidades sociais para possibilitar ao grupo, no seu
conjunto, levar a empresa ao êxito da atividade
empresarial. Portanto, a responsabilidade social
que abrange as organizações deve contaminar
cada um de seus integrantes, haja vista que a or-
ganização empresaria é a concentração de traba-
lho sob os comandos de princípios éticos básicos
para a obtenção de objetivos comuns.
Assim, a responsabilidade social imposta aos
profissionais agrega um imperativo ético em me-
lhoria da sociedade, formando uma organização
socialmente responsável, realizando tudo o que
está ao seu alcance para melhorar a sociedade e
consequentemente a concretização do objetivo
empresarial. Age, dessa forma, com sensibilidade
social, ou seja, é capaz de adaptar-se às mudanças
que ocorrem nas condições e necessidades sociais.
A formação de um gestor com responsabi-
lidade social pressupõe a existência de princípios
morais e éticos, bem como o ideal de igualdade
social, o respeito, a solidariedade, o conhecimen-
to da sociedade em que está inserido e das suas
necessidades e interesses.
Desta forma, as organizações empresariais
não são um fim em si mesmas, pois ninguém
constitui uma empresa só por criá-la, com o único
intuito de produzir lucro. As empresas possuem
objetivos amplos e, sobretudo, sociais. Pensa-
dores com visão moderna dos objetivos empre-
sariais são unânimes em afirmar que a empresa
bem-sucedida, em nossos dias, é aquela que se
ocupa do aprimoramento dos conhecimentos e
das tecnologias organizacionais, obtendo como
consequência o tão almejado lucro.
As empresas vivenciam, hoje, uma posição
intermediária que consiste em respeitar a tríplice
realidade das organizações, quais sejam:
I.	 realidade econômica – É evidente que
a finalidade precípua das organizações
empresariais é a realização de sua fina-
lidade econômica, ou seja, é a obten-
ção de lucro, sem o qual sua existência
perde a essência.
A Responsabilidade Social do
Gestor4
AtençãoAtenção
Responsabilidade Social Empresarial é a forma de
gestão que se define pela relação ética e trans-
parente da empresa com todos os públicos com
os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento
de metas empresariais que impulsionem o de-
senvolvimento sustentável da sociedade, preser-
vando os recursos ambientais e culturais para as
gerações futuras, respeitando a biodiversidade e
promovendo a redução das desigualdades so-
ciais.
Fonte: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/
o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx.
Marcelo Salles da Silva
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26
II.	 realidade humana – Na perseguição
de sua finalidade principal, que é a ob-
tenção de lucro, as empresas se depa-
ram com outra realidade, não de menor
importância, ou seja, o atendimento e
a realização das necessidades humanas
daqueles que direta ou indiretamente
estejam ligados à organização. O aten-
dimento das necessidades e o respeito
às condições humanas pelas organiza-
ções são essenciais para a obtenção de
sua finalidade principal, o lucro.
III.	 realidade social – Sobretudo, as em-
presas assumem um papel e uma finali-
dade social notória, disseminando em-
prego capaz de propiciar atendimento
das necessidades sociais básicas, pro-
dução de riquezas que se espalham
pela sociedade, preservação do meio
ambiente, entre outras.
Assumir efetivamente as realidades impos-
tas pela atividade empresarial, atendendo-as em
perfeita harmonia, é de fato revestir-se da respon-
sabilidade social inerente às organizações empre-
sariais, necessitando assim de profissionais verda-
deiramente imbuídos de tais ideais.
Em verdade, a ética e o exercício da respon-
sabilidade social andam lado a lado. Se de um
lado a ética é uma forma de colocarmos em prá-
tica os nossos valores morais, de outro, a respon-
sabilidade social, quando efetivamente assumida,
recebe uma carga de condutas moralmente cor-
retas. Assim, ambas caminham juntas. Trata-se de
comportamentos complexos, pois, se de um lado
assumem semelhança, de outro, submetem os
gestores a uma profunda reflexão face às pressões
diárias do mercado, que por muitas vezes se con-
trapõe a um comportamento socialmente correto
na perseguição do lucro.
AtençãoAtenção
As atitudes e atividades sociais a serem adotadas
pelas empresas no atual cenário apontam para:
a)	 preocupação com atitudes éticas e moralmente
corretas com todo o seu público;
b)	respeito aos direitos humanos, à cidadania e à
participação comunitária;
c)	 respeito ao meio ambiente e postura voltada
para o desenvolvimento sustentável;
d)	preocupação efetiva com as comunidades
próximas, buscando o desenvolvimento
econômico, social e cultural dos indivíduos,
tanto na atuação em parceria com o Estado
como em ações de sua própria iniciativa.
Saiba maisSaiba mais
Observe o que pensa uma empresa de grande pre-
sença no segmento de alimentos, bebidas e choco-
lates, quanto à conscientização da responsabilidade
social empresarial:
“A Nestlé considera que, para o sucesso do negócio
no longo prazo, tão importante quanto gerar valor
para o acionista é a geração de valor para a socieda-
de. Por isso a Nestlé elegeu como temas-focos para
suas ações de responsabilidade social a Nutrição, a
Água e o Desenvolvimento Rural. Esses temas estão
intimamente relacionados às operações da compa-
nhia no Brasil, uma das maiores empresas de nutri-
ção, saúde e bem-estar no mundo.
Expressão desse compromisso são os três progra-
mas da Fundação Nestlé Brasil: Programa Nutrir, que
leva educação alimentar a crianças e adolescentes
de baixa renda; o Programa Cuidar, que leva edu-
cação ambiental com foco na preservação da água;
e o Programa Saber, que atua levando desenvolvi-
mento rural às regiões de baixa renda no país.”
Fonte: http://www.nestle.com.br/portalnestle/responsa-
bilidadesocial/htm/respsocial_conceito.html.
Várias empresas têm a preocupação com a res-
ponsabilidade social através de diversos projetos,
por exemplo: Fundação Bradesco, Fundação Nes-
tlé Brasil, Fundação Itaú Social, Fundação Telefôni-
ca, Fundação Petrobras e tantos outros.
CuriosidadeCuriosidade
Ética Empresarial
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27
Por conta das transformações mercadoló-
gicas e pelo reconhecimento da importância da
responsabilidade socioambiental, as corporações
(empresas) se viram obrigadas a atuar muito mais
neste segmento, mais por atender a força do mer-
cado do que por vontade própria. A credibilida-
de e a transparência ambiental se valorizaram e
chegaram para apontar a diferença entre o con-
ceito antigo de preocupação ambiental e a visão
moderna das empresas realmente competitivas e
sólidas no mercado de hoje.
Atualmente,demaneiramaisincisiva,vários
organismos internacionais têm procurado desen-
volver ações de proteção ao meio ambiente, co-
brando das empresas a prática de novas posturas
ambientais.
Sendo assim, várias Conferências, Protoco-
los e Fóruns são realizados e desenvolvidos com
a ideia de conscientizar as pessoas, conforme se-
gue:
ƒƒ Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
de onde culminou na chamada Agenda
21;
ƒƒ No Japão, em 1997, foi criado o Proto-
colo de Kyoto, com a missão de que os
países desenvolvidos assumissem rígi-
dos compromissos para a diminuição
da emissão de gases que geram o efeito
estufa, tidos como responsáveis pelo
aquecimento do planeta.
ƒƒ Em Porto Alegre, nos anos de 2001 e
2002, foram realizados os Fóruns So-
ciais Mundiais, com a participação de
122 países. Tinha a intenção, entre ou-
tras coisas, de discutir sobre a responsa-
bilidade social.
Vários seguimentos das sociedades empre-
sárias enxergam que a responsabilidade socioam-
biental de uma empresa não esgota quando seus
resíduos sólidos (lixo) são retirados da lixeira, tam-
bores ou caçambas. O empresário precisa zelar de
todos os processos de vida do seu produto com o
objetivo de gerar o mínimo possível de impacto à
natureza (meio ambiente).
A aplicação de novas tecnologias faz com
que as empresas possuam um crescimento eco-
nômico sem gerar um desequilíbrio ambiental
muito grande, não havendo a necessidade de au-
mentar os seus custos, pois, na maioria das vezes,
a simples mudança das matérias-primas por ou-
tras de baixo impacto poderá trazer uma vantajo-
sa transformação ao processo produtivo.
Inúmeros empreendedores notaram que o
ato de degradar e poluir o meio ambiente faz com
que o custo do produto aumente de forma sig-
nificativa, ao contrário de uma produção ecologi-
camente equilibrada. A partir disto, começaram
a desenvolver um sistema de gestão ambiental
com o principal objetivo de disciplinar o processo
da linha de produção.
Com esta ideia do exercício de uma respon-
sabilidade socioambiental, a imagem da empresa
no mercado tem uma enorme valorização e au-
mento de credibilidade.
4.1AimportânciadaResponsabilidadeSocioambientalnoContextoCorporativo
AtençãoAtenção
Os empresários que tinham seu foco apenas nas
atividades econômicas como único objetivo de
alcançar o lucro, que entendiam que faziam o seu
papel já que honravam com o pagamento de al-
tos tributos (federais, estaduais e municipais),
com geração de inúmeros empregos e com pro-
dutos de qualidade, tiveram que mudar o seu
direcionamento, pois a sociedade começou
a questionar a responsabilidade social, política
e ambiental das empresas, sob pena de perder
grande espaço no mercado competitivo.
Marcelo Salles da Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
28
Infelizmente, ainda temos aquele empreen-
dedor que reluta em mudar, justificando que
esta responsabilidade é função peculiar do Poder
Público (Estado), ou seja, cabe a este o exclusivo
cuidado com o meio ambiente, deixando para a
empresa apenas o bônus (lucro), não lhe cabendo
a responsabilidade do cuidado ambiental. Além
disso, este empreendedor tem a ideia de que ha-
verá aumento no custo do produto caso ele tenha
algum tipo de envolvimento socioambiental.
Sem dúvida há um conjunto de fatores que
geram a degradação ambiental, que pode ser re-
sultado de comportamentos das empresas, bem
como da omissão do Estado em implantar políti-
cas públicas ambientais para orientar a sociedade
como um todo.
A aplicação da responsabilidade socioam-
biental por parte das pequenas, médias e gran-
des corporações deve ser encarada não como um
modismo passageiro, mas sim como uma forma
de sustentabilidade ambiental, corporativa, em-
pregatícia, entre outros.
AtençãoAtenção
Vejamos alguns benefícios com este tipo de pos-
tura empresarial (ainda mais neste mercado tão
competitivo):
•	Maior possibilidade de empréstimos bancários
em instituições públicas, inclusive com juros
menores;
•	A imprensa (escrita e virtual) valorizará e divul-
gará os projetos sociais e ambientais das em-
presas éticas;
•	O Poder Público deixa de multar as empresas,
que estão em dia com as normas ambientais
de prevenção e sustentabilidade.
Podemos mencionar outras empresas que têm
preocupações ambientais, implantando, no seu
campo de atuação, inúmeros projetos de cunho
sustentável, tais como: Natura, Avon, MWM Moto-
res, Votorantim, Aracruz Celulose, Suzano Papel e
Celulose e outros.
CuriosidadeCuriosidade
Saiba maisSaiba mais
Seguindo esta linha de pensamento, leia alguns
pontos essenciais para a atuação de uma empresa
socialmente responsável:
•	Zelar para que seus produtos e serviços, além de
atenderem às expectativas dos clientes, dos cola-
boradores e dos acionistas, não agridam o meio
ambiente ou a saúde de seus consumidores;
•	Evitar, em sua produção, o consumo descontrola-
do e exagerado de recursos naturais e a explora-
ção de mão de obra infantil;
•	Valorizar seus trabalhadores e colaboradores, in-
clusive com políticas de equidade de gênero e
inclusão de pessoas com deficiência no mundo
do trabalho;
•	Incentivar parceiros e fornecedores a assumirem
compromissos socioambientais;
•	Relacionar-se com a concorrência tendo sempre
presente a lealdade na competição.
Fonte: Universidade Corporativa do Banco do Brasil
(2008, p. 27-28):
Pronto, caro(a) aluno(a), encerramos um capítulo muito importante para a efetiva aplicação da éti-
ca empresarial no nosso dia a dia, no qual estudamos a responsabilidade social e ambiental do gestor.
Refletimos a sua importância e aplicabilidade no atual mercado competitivo, fazendo toda a dife-
rença para atingir cada vez mais novos mercados e garantir os atuais clientes.
A questão ambiental não é um modismo corporativo ou da mídia, mas sim uma exigência do pró-
prio cliente que está cada vez mais qualificado e preocupado com as questões ambientais.
4.2 Resumo do Capítulo
Ética Empresarial
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29
1.	 Quanto às atitudes e atividades sociais a serem adotadas pelas empresas no atual cenário cor-
porativo, assinale a alternativa incorreta:
a)	 respeito ao meio ambiente e postura voltada para o desenvolvimento sustentável.
b) 	 preocupação efetiva com as comunidades próximas, buscando o desenvolvimento.
c) 	 única e exclusiva intenção das empresas de obter lucro e vantagens a todo custo.
d)	 preocupação com atitudes éticas e moralmente corretas com todo o seu público.
e) 	 respeito aos direitos humanos, à cidadania e à participação comunitária.
2.	 Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:
a)	 (____) As empresas devem ter uma preocupação social/ambiental, além de almejar um
lucro sustentável.
b)	 (____) A Responsabilidade Social gera um imperativo ético e uma transparência na relação
das empresas com colaboradores, clientes, fornecedores e Poder Público.
c)	 (____) As empresas estão, atualmente, numa posição intermediária que consiste em res-
peitar a tríplice realidade das organizações, quais sejam: a econômica, a humana e a social.
d)	 (____) É correto afirmar que, atualmente, a responsabilidade socioambiental é um modis-
mo passageiro da mídia e das empresas interessadas.
4.3 Atividades Propostas
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31
A partir da década de 1990, com o agra-
vamento das dificuldades do Estado em imple-
mentar as políticas públicas nacionais e face à
fragmentação e à instabilidade econômica e fi-
nanceira da sociedade, nasce a noção do Terceiro
Setor, voltado a realização de atividades não go-
vernamentais, não lucrativas, de interesse públi-
co, sempre objetivando a implementação de uma
política voltada ao benefício geral da sociedade.
O estudo do Terceiro Setor é assunto que
compete ao mundo acadêmico, na medida em
que ainda se busca uma compreensão mais soli-
dificada do papel e da atuação dos diversos pro-
fissionais nesse setor, haja vista a necessidade
constante de implementar atividades de qualida-
de para os serviços prestados à sociedade. É fre-
quente e crescente a utilização do Terceiro Setor
nos trabalhos de cunho eminentemente social,
abarcando para si uma acentuada responsabili-
dade frente à sociedade em que atua.
Com a disseminação do Terceiro Setor e sua
atuação cada vez mais marcante no meio social,
constatou-se que as atividades de interesse pú-
blico podem ser executadas sem a atuação direta
do governo, mas trabalhadas por parcerias entre
sindicatos, igrejas, movimentos sociais e associa-
ções. Assim, as interações entre esses organismos
e o Estado reflete o novo sentido da esfera pública
não estatal, fruto do domínio do interesse público.
Partindo deste entendimento, chegamos à
conclusão de que o Estado atua na esfera pública
estatal, o Mercado atua na esfera privada e o Ter-
ceiro Setor se ocupa da esfera pública não estatal.
Assim, as atividades desenvolvidas no Tercei-
ro Setor, hoje, têm nascedouro em diversas fontes,
como é o caso da filantropia e dos movimentos so-
ciais, aos quais se somam as ONGs, das instituições
partidárias, bem como dos movimentos populares,
como é o caso do MST e das Cooperativas Agríco-
las; também se apresentam atuantes em grupos
minoritários que se ocupam dos seus interesses,
como é o caso de movimentos beneficentes a por-
tadores de doenças específicas. O Terceiro Setor
também se apresenta no meio social e, de forma
muito atuante, em Grêmios Recreativos, Clubes da
Terceira Idade, nas religiões como polos de união
social, destacando, ainda, os trabalhos desenvolvi-
dos pelas Pastorais Carcerárias. Assim, visualizamos
que o conceito deTerceiro Setor é complexo.
Um país envolvido por consideráveis pro-
blemas sociais e ao mesmo tempo contraposto
O Terceiro Setor5
Saiba maisSaiba mais
“As organizações do terceiro setor caracterizam uma
atuação da sociedade que define uma nova prática
de gestão diferente da gestão meramente privada
e, de algum modo, da gestão pública. Contudo, essa
prática de gestão das organizações, sem fins lucrati-
vos, voltada para contribuir com o Estado na garan-
tia dos direitos sociais, apresenta, em certo ponto,
uma forma de gestão que se aproxima daquela que
é própria do Estado.”(GALVEZ, 2011, p. 22).
AtençãoAtenção
Para melhor compreensão doTerceiro Setor e das
entidades que o compõem, temos que entender
que a sociedade está estruturada em três gran-
des setores:
•	O Primeiro Setor – O Estado;
•	O Segundo Setor – O Mercado;
•	O Terceiro Setor – Organizações da Sociedade
Civil que atuam sem fins lucrativos, mas com
interesse público.
Marcelo Salles da Silva
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32
por ordens legislativas, o Brasil tem se tornado
um terreno fértil à proliferação do Terceiro Setor.
A realidade enfrentada pela sociedade bra-
sileira é de patente contradição. Se por um lado a
legislação garante direitos básicos, por outros tais
direitos não são atendidos, nascendo, assim, o
interesse público cuja bandeira é ostentada pelo
Terceiro Setor, que pode ou deve receber cola-
boração do estado, mas que tem suas atividades
desenvolvidas em prol da sociedade plenamente
independentes.
O Terceiro Setor, então, é composto de or-
ganizações sem fins lucrativos criadas pelo espí-
rito de atendimento dos interesses públicos, por
intermédio de práticas filantrópicas, de caridade
e de cidadania, num âmbito não governamental,
ou, em outras palavras, é a organização da socie-
dade civil em busca de soluções para suas neces-
sidades e problemas, fora do ambiente Estatal.
Desta forma, a filantropia, a solidariedade e os
serviços formam a base do Terceiro Setor:
ƒƒ filantropia e solidariedade − filantropia
podeserentendidacomoomelhorexem-
plodequempraticaabeneficência.Geral-
mente são pessoas possuidoras de poder
econômico considerável que a praticam
generosamente em benefício da socie-
dade ou de um necessitado seguimento
social. A solidariedade está representada
pelos serviços voluntários para os quais
as pessoas destinam seu tempo, ou parte
dele, e dinheiro para uma ação pessoal e
muitas vezes esporádicas;
ƒƒ serviços – são ações periódicas destina-
das ao bem comum e atendimento do
interesse público.
AtençãoAtenção
Principalmente pelas razões que passamos a
elencar:
I – Agravamento cada vez maior das questões de
ordem social, com profundas desigualdades e
aumento de violência;
II – Pobreza acentuada e ausência de prestação
eficiente dos serviços públicos básicos;
III – Proliferação social da fome;
IV – Legislação social escorada na Constituição
Federal de 1988, que assegura a todo cidadão di-
reitos e garantias fundamentais à condição de ser
humano e imposição ao Estado de atender tais
necessidades.
Como podemos observar, as instituições
que formam o Terceiro Setor, recebem uma forte
carga de responsabilidade social, ou melhor, rece-
bem como combustível a responsabilidade social
e são direcionadas pelos interesses públicos em
prol da sociedade e na proteção dos direitos le-
gislativamente assegurados aos cidadãos.
Revestirem-se de responsabilidade social é
primordial ao nascimento e à gestão das organiza-
ções não governamentais, pois as próprias empre-
sas (parceiros e financiadores em potencial) alegam
que a motivação para investirem em projetos so-
ciais é o compromisso da instituição com a ética e,
sobretudo, com a responsabilidade de desenvolver
o social. A busca incansável de parceiros confiáveis
fez com que se tornasse comum a criação de insti-
tutos e fundações pelas próprias organizações com
o objetivo de profissionalizar os investimentos de
suas mantenedoras.
5.1 A Responsabilidade Social e Desafios do Terceiro Setor
AtençãoAtenção
Diversas são as espécies de instituições que com-
põe o Terceiro Setor, mas, por maior que seja a
diversidade, elas compartilham de algumas ca-
racterísticas comuns:
I – compromisso e responsabilidade social;
II - atuação no seguimento social;
II – instituições não governamentais, mas que
objetivam o atendimento de interesses públicos;
III – não exercício de atividade mercantil na socie-
dade, ou seja, fins não lucrativos.
Ética Empresarial
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33
Quantoaocompromissoeàresponsabilidade
social, estes são a base de todo o trabalho desen-
volvido pelas organizações não governamentais,
característica que justifica a sua existência.
Quanto à atuação no seguimento social,
tem-se que observar que as empresa voltadas ao
Terceiro Setor trabalham com pessoas, grupos e
famílias posicionados à margem do processo pro-
dutivo e geralmente fora do mercado de trabalho.
Pessoas que geralmente não possuem acesso aos
bens e serviços básicos e necessários à vida.
Quanto ao caráter não governamental e de
atendimento aos interesses públicos, visualiza-se
que tais instituições não pertencem à estrutura
Estatal, mas trabalham com o objetivo de reali-
zação dos interesses públicos. Com o advento da
Constituição Federal de 1988, a assistência social,
a saúde, a educação e outros direitos básicos dei-
xaram de ser fruto de caridade e benevolência,
passaram a ser direitos constitucionalmente as-
segurados aos cidadãos. O atendimento desses
interesses constitui verdadeiro interesse público.
A atuação do Terceiro Setor é direcionada ao ci-
dadão que de alguma forma se vê excluído, ex-
plorado ou marginalizado face aos seus direitos e
garantias constitucionais.
Por derradeiro, a última característica comum,
ou seja, a finalidadenãolucrativa. As instituições que
compõe o Terceiro Setor não trabalham voltadas
para o lucro no sentido do interesse capitalista, suas
receitassãoprovenientesdedoações,contribuições,
convênios e/ou prestação de serviços revertidos
para a própria instituição.
Ante a identidade apresentada pelas insti-
tuições da sociedade civil que atuam no Terceiro
Setor e considerando a conjuntura econômica,
política e, sobretudo, social que vivencia nosso
país, em patente sucateamento das políticas so-
ciais públicas e massacre das classes mais caren-
tes, o Terceiro Setor enfrenta alguns desafios, dos
quais podemos destacar:
ƒƒ Ausência de divulgação sobre a sua
atuação, formação, composição, vincu-
lação com o Estado e com o Setor Priva-
do;
ƒƒ Ausência de recursos financeiros estáveis
capazes de suportar a sua sustentabilida-
de financeira, técnica e administrativa;
ƒƒ Escassez de trabalhos voluntários, tanto
na colaboração técnica, como na finan-
ceira das organizações;
ƒƒ Dificuldades em manter a qualidade e
a eficiência nos programas sociais face
à ausência de atuação de profissionais
vitais à prestação de seus serviços.
5.2 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), neste capítulo compreendemos de maneira clara e direta o Terceiro Setor. Nota-
mos seu crescimento a partir dos anos 1990, com o agravamento das dificuldades do Estado em implan-
tar as políticas públicas básicas para a sociedade.	
Assim, surge o Terceiro Setor com a missão de preencher esta lacuna do Estado, com filantropia,
solidariedade e serviços destinados ao bem da sociedade e de interesse público.
Vimos que estas instituições possuem características especiais, que são: atendimento com respon-
sabilidade social e, essencialmente, sem fins lucrativos. Os maiores desafios são: ausência de divulgação,
poucos voluntários e baixo orçamento para implantar projetos sociais.
Marcelo Salles da Silva
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34
	 Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem?
1.	 Para melhor entendimento do Terceiro Setor e das entidades que o compõe, é preciso com-
preender que a Sociedade está balizada em três grandes setores, que são:
a) 	 O Primeiro Setor (O Estado), o Segundo Setor (O Mercado) e oTerceiro Setor (Organizações da
Sociedade Civil que atuam com fins lucrativos, mas sem interesse público).
b) 	 Setor Acadêmico, Setor de Negócios e o Setor Digital.
c) 	 Setor Filantrópico, Setor Jurídico e o Setor Econômico Internacional.
d) 	 O Primeiro Setor (O Estado), o Segundo Setor (O Mercado) e oTerceiro Setor (Organizações da
Sociedade Civil que atuam sem fins lucrativos, mas com interesse público).
e) 	 Setor Empresarial, Setor Estatal e Setor Mercadológico.
2.	 Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:
a)	 (____) A pobreza acentuada e a ausência de prestação eficiente dos serviços públicos bási-
cos servem para o aumento do Terceiro Setor.
b)	 (____) É certo dizer que os Grêmios Recreativos e os Clubes da Melhor Idade são modelos do
Terceiro Setor.
c)	 (____) A solidariedade, os serviços e a obtenção de lucro formam a base do Terceiro Setor.
d)	 (____) Algumas das principais características doTerceiro Setor são: atuação no seguimento
social e nas instituições não governamentais (mas que atendam interesses públicos).
5.3 Atividades Propostas
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35
O Estado, que forma a estrutura do Primeiro
Setor, é o grande provedor das necessidades públi-
cas e sociais que, por intermédio de uma atividade
complexa, arrecada, administra e distribui recursos
com o propósito de prover um estado justo, com
ideais de igualdade entre os cidadãos, distribuindo,
assim, saúde, educação, saneamento, serviços so-
ciais e outros atinentes aos direitos básicos do cida-
dão.Taisobjetivossãodesenvolvidospelosserviços
públicosfornecidospeloEstadoe,sobretudo,pelos
ProgramasSociaisGovernamentais.
Há ainda que observar que os programas
sociais se fundam no patente desequilíbrio eco-
nômico e social existente na sociedade brasileira,
onde um grande número de cidadãos ultrapassa
a linha da pobreza, fazendo, assim, nascer a ne-
cessidade de uma atenção especial aos grupos
economicamente frágeis com o propósito de pro-
porcionar iguais oportunidades.
Programas Sociais6
Como vimos, com o esfacelamento das
políticas públicas sociais, as organizações não
governamentais que formam o Terceiro Setor as-
sumiram importante responsabilidade social na
disseminação de tais serviços e no atendimento
dos interesses públicos. O Segundo Setor, por sua
vez, imbuído das responsabilidades sociais que
envolvem as suas empresas em políticas internas,
bancam financeiramente Programas Sociais que,
aliados aos programas do Terceiro Setor, formam
os Programas Sociais Não Governamentais.
Os programas sociais são formas estratégi-
cas de distribuição de igualdade social e são de-
senvolvidos há anos no Brasil, mas com o recente
e crescente financiamento pelas empresas priva-
das, surgiu a necessidade de estruturar, monitorar
e avaliar os resultados dos investimentos que são
realizados. Quando uma organização empresa-
rial fornece recursos financeiros ao Terceiro Setor
para o desenvolvimento de um Programa Social
Não Governamental, nasce a necessidade de jus-
tificar aos acionistas a aplicação do capital e os
resultados do programa investido. É evidente que
o recurso não precisa ser financeiro, mas pode vir
na forma de qualificação de mão de obra a ser
usada ou não pela própria empresa no futuro.
As próprias Organizações Não Governa-
mentais passaram a sentir a necessidade de justi-
ficar seus resultados com o objetivo de atrair par-
cerias, em especial do setor privado.
Atualmente, as empresas que participam de
programas sociais não governamentais como fi-
nanciadoras, além de precisarem de informações
sobre os resultados dos programas de que parti-
cipam, também necessitam de ferramentas com-
parativas, demonstrando que o financiamento do
programa apoiado é economicamente viável.
6.1 Programas Sociais não Governamentais e sua Avaliação
Marcelo Salles da Silva
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36
A absolvição da responsabilidade social do
Estado brasileiro teve início nos anos 1930, quan-
do inicialmente criou a previdência social e, a par-
tir daí, teve como tendência o aumento das po-
líticas públicas voltadas às necessidades sociais,
criando diversos Programas Governamentais. Tais
políticas adotam uma ideia de proteção social do
Estado ao cidadão. Um universo de programas
sociais envolve os recursos orçamentários do Es-
tado com o objetivo de minimizar os efeitos da
pobreza e do desequilíbrio social.
Atualmente, o Governo Federal mantém
inúmeros Programas Sociais, podemos citar os
principais:
Abono salarial – PIS/PASEP
Programa de Integração Social que assegu-
ra pagamento de benefícios de até dois salários
mínimos de remuneração mensal de emprega-
dores que contribuem para o programa. Instituí-
do desde 1970, tem como público alvo os traba-
lhadores que receberam a remuneração no ano
anterior ao benefício, desde que cadastrado no
programa há mais de 5 (cinco) anos (CAIXA ECO-
NÔMICA FEDERAL, 2011).
Agente Jovem de Desenvolvimento Social
Humano
Programa de Assistência Social destinado a
jovens entre 15 e 17 anos, proporcionando capa-
citação teórica e prática por intermédio de ativi-
dades que não configuram trabalho. O programa
foi instituído em 2001 para atendimento prioritá-
rio de jovens que estejam fora da escola, envol-
vidos em situações de crimes ou contravenções
e egressos de medida protetiva (BRASIL, 2011a).
Benefício de Prestação Continuada
Programa Social que objetiva o pagamento
de benefícios a idosos e portadores de deficiência
sem condição de sustento ou amparo. O programa
foiinstituídoem1993pelaLeiOrgânicadeAssistên-
cia Social (LOAS) – Lei nº 8.742/93 (BRASIL, 2011b).
Bolsa Qualificação
Programa Social de concessão de bolsa ao
trabalhador com contrato de trabalho suspenso
(conforme convenção ou acordo coletivo de tra-
balho) regularmente matriculado em curso ou
programa de qualificação profissional oferecido
pelo empregador. O programa foi instituído em
1998 pelo Governo Federal (BRASIL, 2011c)..
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes
Programa Social implementado em 2001
com o objetivo de fornecer atendimento especia-
lizado a crianças e adolescentes vítimas de abuso
e exploração sexual (BRASIL, 2011d).
Garantia Safra
Trata-se de Programa Social destinado a ga-
rantir renda para o pequeno agricultor que teve
comprometimento de sua lavoura por situações
de calamidade ou estiagem. O programa foi cria-
do em 2002 (BRASIL, 2011e).
Previdência Rural
Programa Social que consiste em um segu-
ro social ao empregado rural, com pagamento
mensal ao indivíduo ou seus dependentes. O pro-
grama foi idealizado e criado na década de 1960
(BRASIL, 2011f).
6.2 Programas Sociais Governamentais e sua Avaliação
Ética Empresarial
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37
Serviço de Ação Continuada
São Programas Sociais executados pelos mu-
nicípios e estados através de creches, escolas, ins-
tituições de assistência social, mediante convênio
com o Governo Federal. Tem como objetivo aten-
der crianças de 0 a 6 anos, idosos e pessoas porta-
doras de necessidades especiais (BRASIL, 2011g).
Auxílio Gás
Programa Social destinado às famílias caren-
tes para compensar o aumento do valor do gás
de cozinha e minimizar os efeitos da abertura do
mercado. O programa foi criado em 2002 e, em se-
guida, foi incorporado ao Programa Bolsa Família.
Bolsa Alimentação
Programa Social destinado a combater a
mortalidade infantil e a desnutrição mediante
transferência de renda do governo federal a famí-
lias carentes. O Programa tem como público alvo
criançasegestantescomrendamensal(percapita)
inferior a meio salário mínimo e foi instituído em
2001. Foi incorporada ao Programa Bolsa Família.
Bolsa Escola
Programa Social de transferência de renda a
famílias carentes para combater a evasão escolar
e o trabalho infantil, tem como objetivo atender
crianças em idade entre 7 a 14 anos. O programa
foi instituído em 2001 e foi incorporada ao Pro-
grama Bolsa Família.
Bolsa Família
Programa destinado a famílias pobres, con-
siste em transferência de valores para comple-
mentação de renda familiar, atendendo famílias
com renda (per capita) de até R$ 140,00 (Cento e
quarenta reais). Trata-se de programa implemen-
tado em 2003 (BRASIL, 2011h).
Bolsa Renda
É um Programa Social emergencial de distri-
buição de renda para famílias de regiões atingidas
por calamidade pública. Programa criado em 2001.
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
É um Programa Social que consiste na trans-
ferência de renda a famílias com filhos entre 7 e
15 anos que desenvolvem atividades penosas,
insalubres, degradantes ou perigosas. Programa
criado em 1996, inicialmente atendia crianças
nas regiões de carvoarias no Mato Grosso do Sul
(BRASIL, 2011i).
Seguro Desemprego
Trata-se de Programa Social que garante pa-
gamento de benefício integrante da seguridade
social para promover assistência temporária ao
trabalhador desempregado em virtude de dis-
pensa sem justa causa. O programa foi instituído
em 1986, mas alterado em 1990, tornando-se mais
acessível à classe trabalhadora (BRASIL, 2011c).
Como se verifica, os Programas Sociais Go-
vernamentais são voltados para o atendimento
dos interesses públicos e das necessidades so-
ciais, sobretudo da população carente. Os progra-
mas sociais dividem-se em programas destina-
dos à prestação de serviços ou à assistência e os
programas consistem em transferência de rendas
ou valores. Normalmente, os programas de trans-
ferência de renda são aqueles voltados aos mais
carentes e necessitados economicamente com
o intuito de complementar a renda e possibilitar
o exercício de direitos sociais básicos que jamais
conseguiriam sem a assistência do programa.
Os Programas Sociais Governamentais, à
comparação do que ocorre com os programas
não governamentais, também estão sujeitos a
uma avaliação de sua eficiência na busca de seus
objetivos. Ao contrário do que ocorre nos progra-
mas não governamentais, a avaliação não objetiva
Marcelo Salles da Silva
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38
atrair investidores, mas sim justificar à sociedade
o gasto público, demonstrando a lisura e o com-
promisso em bem utilizar os recursos públicos. Tal
controle se faz necessário porque todos os recursos
dos programas sociais governamentais são prove-
nientes do orçamento público e estão sujeitos a
controle administrativo e social.
Caro(a) Aluno(a), neste capítulo, você estudou o papel do Estado, como representante do Primeiro
Setor, com a principal incumbência de atender às necessidades públicas e sociais através dos chamados
Programas Sociais Governamentais.
Tudo isso para tentar garantir um mínimo de sadia qualidade de vida, principalmente para aqueles
que estão passando por dificuldades (financeiras, escolares, de trabalho e outros), oferecendo um pouco
de dignidade humana.
6.3 Resumo do Capítulo
6.4 Atividades Propostas
1.	 O Governo Federal mantém inúmeros Programas Sociais, tais como:
a) 	 Bolsa Aluguel, Auxílio-Pensão, Previdência Virtual e Bolsa Lazer.
b) 	 Abono Aluguel, 14° Salário e Garantia de Safra Urbana.
c) 	 Bolsa Família, Bolsa Renda, Seguro Emprego e Licença Maternidade.
d)	 Abono Salarial (PIS/PASEP), Previdência Rural, Bolsa Alimentação e Bolsa Escola.
e)	 Auxílio Gás, Auxílio Pensão, Bolsa Moderna e Abono de Aluguel.
2.	 Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:
a)	 (____) O Seguro Desemprego promove assistência temporária ao trabalhador desempre-
gado em virtude de dispensa sem justa causa.
b)	 (____) Bolsa Renda é um programa social emergencial de distribuição de renda para famí-
lias de regiões atingidas por calamidade pública.
c)	 (____) Benefício de PrestaçãoTemporária tem como objetivo o pagamento de benefícios a
crianças, adolescentes e portadores de deficiência com condição de sustento ou amparo.
d)	 (____) Os Programas Sociais Governamentais são voltados ao atendimento dos interesses
públicos e das necessidades sociais, sobretudo da população carente.
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39
Muito embora seja tratada como assunto
novo nos meios empresariais brasileiros, a Go-
vernança Corporativa é tema muito discutido no
cenário mundial das grandes organizações e cada
vez mais tem se tornado uma preocupação em
diversos países, com mercados desenvolvidos ou
em desenvolvimento.
Nessa linha de raciocínio, surge a teoria eco-
nômica tradicional de Governança Corporativa
com o propósito de minimizar o impacto comer-
cial dos chamados conflitos de agência, que surge
a partir da separação da propriedade e da gestão
empresarial. O principal, titular da propriedade,
delega ao agente o poder de decisão sobre a pro-
priedade.
A partir daí surgem os chamados conflitos
de agência, pois os interesses daqueles que admi-
nistram nem sempre estão alinhados com os de
seu titular. Assim, surge a preocupação e a neces-
sidade de criar mecanismos eficientes para que
o comportamento dos executivos esteja perma-
nentemente alinhado com os de seus acionistas.
Governança Corporativa é valor, apesar de,
por si só, não o criar. Isso somente ocorre quan-
do, ao lado de uma boa governança, também há
um negócio de qualidade, lucrativo e bem admi-
nistrado. Neste caso, a boa governança permitirá
uma administração ainda melhor em benefício de
todos os acionistas e daqueles que lidam com as
empresas (IBGC, 2003).
Em 1995, no Brasil, houve a fundação do
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
(IBGC), sem fins lucrativos, cuja finalidade precí-
pua é a concentração de estudos e o aprimora-
mento das técnicas de governança coorporativa
no Brasil, inclusive com esforços voltados à cria-
ção de um código Brasileiro das Melhores Práticas
de Governança Corporativa. Não se pode negar
que o instituto é responsável pela introdução do
conceito de governança corporativa no merca-
do brasileiro, disseminando o fortalecimento das
organizações brasileiras pelo incentivo das boas
práticas de governança.
O cenário de inúmeras fraudes e escânda-
los em empresas brasileiras, internacionalmente
conhecidas tornou-se um terreno mais que fértil
à atuação e ao fortalecimento do IBGC, tornando
evidente a necessidade de exigir dos controla-
dores das organizações informações confiáveis e
com a máxima precisão para os acionistas e para
o mercado.
O conflito de objetivos entre os administra-
dores e os acionistas é abordado pela Teoria da
Agência, que tem como preocupação conceituar
o controle e a propriedade das empresas. Em es-
pecial nas sociedades anônimas, o desvio dos in-
teresses dos acionistas se torna mais acentuado,
haja vista que a propriedade é muito dispersa e
dificulta o controle das operações comerciais, o
que não ocorre com as outras companhias de es-
trutura menor.
A Governança Corporativa e o
Comportamento Ético7
AtençãoAtenção
Vamos conceituar, agora, Governança Corporativa?
Segundo o IBGC (2004, p. 38), “é o sistema pelo
qual as organizações são dirigidas, monitoradas
e incentivadas, envolvendo os relacionamentos
entre proprietários, Conselho de Administração,
diretoria e órgãos de controle. As boas práticas
de GC convertem princípios em recomendações
objetivas, alinhando interesses com a finalidade
de preservar e otimizar o valor da organização,
facilitando seu acesso a recursos e contribuindo
para sua longevidade.”
Marcelo Salles da Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
40
ConformelinhasmestrastraçadaspeloIBGC,
aos proprietários (acionistas ou cotistas) devem
ser proporcionados a gestão estratégica de sua
empresa e o monitoramento da direção executiva.
A empresa que opta pela adoção das boas
práticas de Governança Corporativa tem como li-
nhas mestras de trabalho:
A Transparência
O exercício da boa comunicação na organi-
zação vai muito além do dever de informar. A em-
presa deve cultivar não a obrigação, mas o dese-
jo de informar, depositando nessa comunicação
entre os gestores e com terceiros, estabelecendo
entre eles, uma relação de confiança. A transpa-
rência é o exercício da comunicação no sentido
mais amplo possível, não se restringindo, assim,
somente aos fatores econômico-financeiros.
A Prestação de Contas
Os agentes, imbuídos dos princípios da Go-
vernança Corporativa, devem prestar contas de sua
atuação a quem os elegeu ou nomeou, responden-
do por todos os atos praticados no exercício do
mandato.
A Equidade
Trata-se de aplicação comportamental do bi-
nômio justiça-igualdade. Caracteriza-se pelo trata-
mento justo e igualitário de todos os grupos, sejam
eles colaboradores, clientes, fornecedores, credores
etc. Atitudes ou políticas discriminatórias, imorais ou
antiéticas, sob qualquer pretexto, são inaceitáveis.
Responsabilidade Corporativa e Social
Os executivos devem zelar pela sustentabi-
lidade das organizações e, portanto, devem incor-
porar, no exercício de suas funções, os princípios
de ordem social e ambiental na definição dos ne-
gócios e nas operações da empresa.
A responsabilidade corporativa é uma
atuação mais ampla da estratégia empresarial,
contemplando todos os relacionamentos com
a comunidade em que a empresa atua. Nesse
diapasão, a função social das organizações deve
abranger a criação de riquezas, novas oportuni-
dades de emprego, qualificação da força de tra-
balho, estímulo ao desenvolvimento científico,
melhoria da qualidade de vida por meio de ações
educativas e culturais, assistenciais e defesa do
meio ambiente.
Há de se observar que o comportamento
ético, refletido nos valores acima estabelecidos
para o perfil ético, está inserido no espírito e nos
princípios básicos que dão sustentabilidade à Go-
vernança Corporativa, mas não é só. A responsa-
bilidade social do gestor, por sua vez, também é
sustentáculodaboaGovernança,refletindocomo
patente melhora no desempenho organizacional
na busca dos resultados. Assim, a concepção de
Governança Corporativa deve visar ao beneficia-
mento dos acionistas e dos grupos sociais que
são impactados pela atuação da sociedade em-
presarial.
Os conflitos de agência não são privilégios
de empresas privadas, mas aparecem também
nas empresas públicas ou nas privadas de utilida-
de pública, tendo como seus principais agentes
os seus controladores, administradores e acionis-
tas, a comunidade em que estão inseridos, além
dos órgãos governamentais responsáveis pelo
controle das atividades e funcionamento.
AtençãoAtenção
Para isso, o controle da propriedade sobre a ges-
tão possui algumas ferramentas importantíssi-
mas. São elas:
•	O Conselho de Administração;
•	A Auditoria Independente;
•	O Conselho Fiscal.
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  • 2. APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Ética Empresarial, par- te integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital
  • 3. SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5 1 Aspectos Históricos e Conceito de Ética........................................................... 7 1.1 A Ética nos Dias Atuais....................................................................................................................................................8 1.2 A Moral.................................................................................................................................................................................9 1.3 A Pessoa na Empresa e os Valores Morais............................................................................................................10 1.4 Consciência Crítica........................................................................................................................................................11 1.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................11 1.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................11 2 A Ética Profissional.................................................................................................................13 2.1 O Código de Ética Profissional e a Teoria do Mínimo Ético...........................................................................13 2.2 O Código de Ética do Profissional da Ciência da Administração.................................................................14 2.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................16 2.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................16 3 A Ética Empresarial...................................................................................................................19 3.1 Conceito e Características..........................................................................................................................................19 3.2 Ética Empresarial nos Negócios...............................................................................................................................20 3.3 Ética Empresarial na Tecnologia...............................................................................................................................20 3.4 Ética Empresarial e suas Consequências Jurídicas ...........................................................................................22 3.5 Desafios da Ética Empresarial no Brasil e a Necessidade de Mudanças...................................................23 3.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................24 3.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................24 4 A Responsabilidade Social do Gestor................................................................25 4.1 A importância da Responsabilidade Socioambiental no Contexto Corporativo..................................27 4.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................28 4.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................29 5 O Terceiro Setor............................................................................................................................31 5.1 A Responsabilidade Social e Desafios do Terceiro Setor................................................................................32 5.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................33 5.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................34 6 Programas Sociais....................................................................................................................35 6.1 Programas Sociais não Governamentais e sua Avaliação..............................................................................35 6.2 Programas Sociais Governamentais e sua Avaliação.......................................................................................36 6.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................38 6.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................38
  • 4. 7 A Governança Corporativa e o Comportamento Ético.................39 7.1 A Governança Corporativa, o Comportamento Ético e a Responsabilidade Social como Elementos de Impacto nos Resultados da Gestão Empresarial...................................................................41 7.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................41 7.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................42 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS......................................43 REFERÊNCIAS..............................................................................................................................................47
  • 5. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO O objetivo geral do curso é oferecer-lhe subsídios para um estudo crítico sobre o papel da Ética no ambiente corporativo. A disciplina Ética Empresarial contribui para a formação de um profissional capaz de estabelecer um elo entre a ética corporativa e suas diversas relações. Esta apostila e a disciplina partem do princípio de que as organizações empresariais são criações do Ser Humano. Assim, vamos entender que o caráter social das empresas é característica marcante para entender a sua construção histórica, bem como compreender que o homem é aplicado à empresa, bus- cando ali a satisfação de suas necessidades e ideais. O mundo corporativo é competitivo e demanda inovações constantes nas organizações com o ob- jetivo de manter a qualidade e a competitividade. O desafio que enfrenta o novo profissional é o dinamis- mo nas inovações, o domínio tecnológico e a descentralização das decisões.Tal ambiente, permeado por desafios, aliados à ansiedade de êxito profissional, pode ocasionar nos profissionais questionamentos acerca de comportamentos, fazendo-os refletir acerca de inclinar-se ou não aos valores éticos e morais. Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre um debate sobre as questões éticas empresariais, bem como a capacitação do gestor (administrador) para trabalhar com esses recursos éticos. Finalizando, buscamos, também, destacar nesta disciplina as inúmeras possibilidades, dentro de um conceito ético, do terceiro setor, da governança corporativa e da responsabilidade social. Tenha um bom aproveitamento da disciplina e trabalhe para agregar conhecimentos relacionados à sua profissão. Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desta caminhada acadêmica. Prof. Marcelo Salles da Silva
  • 6. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 Aspectos Históricos e Conceito de Ética1 A ética tem íntima relação com o desejo de realização, sempre ajustando tais desejos a rela- ções “justas e aceitáveis pelos meios sociais”. Se- gundo a etimologia da palavra, que tem suas raí- zes assentadas no grego Ethos, ética significa usos e costumes aceitos por um grupo, demonstrando que, desde os tempos dos primitivos, os costu- mes eram decisivos para a aceitação da conduta dos indivíduos. Também pode ser interpretada como a morada habitual de alguém, passando a designar a maneira de ser habitual. No sentido etimológico, seja qual for a inter- pretação do grego, leva-nos ao mesmo destino, ou seja, via costumes ou via morada habitual. Am- bos os caminhos nos conduz à conduta humana. O homem da caverna conquistava seus ali- mentos com lutas e da mesma forma preservava o seu abrigo. Tal comportamento, ao ser analisa- do pela civilização atual, pode não ser classifica- do como ético, mas se tratava de comportamento natural daquela civilização. O homem primitivo evoluiu, sua nova realidade social fez surgir novas realidades éticas que modificaram regras anterio- res. Em tal evolução, chegamos à civilização grega que influenciou o mundo ocidental. Posteriormente surgiu a ética Socrática, racionalista, podendo ser resumida na seguinte expressão: o homem age corretamente quando co- nhece o bem, e conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente- -se dono de si mesmo e, por conseguinte, é feliz. A ética Socrática foi seguida pela era Platô- nica, em que se acreditava que a ética provinha da exaltação das classes dedicadas às atividades con- sideradas superiores, notando-se certo desprezo pelo trabalho. Nesse período, em uma visão ética, os escravos não tinham lugar no Estado ideal, pois não possuíam virtudes morais nem direitos civis. Com a decadência do mundo antigo greco- -romano, surgiram outras correntes éticas. Com o passar do tempo, a religião, em movimentos re- formistas, aboliu a chamada Ética Teocêntrica da Idade Média, em que a figura divina, como centro do conceito de correto, justo e moral, direcionava as condutas éticas segundo os ditames divinos, e separou a razão da fé, o Estado da Igreja. Com isso, tornou a ética moderna antropocêntrica, isto é, o homem como centro de sua atenção. Em meados do século XIX, face às violentas mudanças ocorridas na humanidade e com o de- senvolvimento das ciências com capacidade de destruição da própria humanidade, surgiu a Ética Contemporânea. Diversas são as correntes da Ética Contem- porânea, dentre elas, as principais são: ƒƒ o Existencialismo: valorização do ho- mem, o indivíduo como tal. Há uma valorização do individualismo radical e a ideia de que o homem é plenamente livre, sem qualquer vinculação com um criador; ƒƒ o Pragmatismo: teve forte presença nos Estados Unidos. Tem suas raízes as- sentadas em uma visão essencialmente DicionárioDicionário Ética: Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamen- te a determinada sociedade, seja de modo absolu- to (FERREIRA, 1999).
  • 7. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 egoísta. Para o Pragmatismo, a verdade se coincide com o útil. Assim, quando se diz que algo é bom ou ético, significa que leva eficazmente à obtenção de um fim e necessariamente a um êxito; ƒƒ o Marxismo: nesta corrente, o Homem é visto como criador, produtor, transfor- mador, social e histórico. Nesta visão, a ética marxista dava especial valor ao proletariado cujo destino histórico era abolir a si próprio, dando origem a uma sociedade verdadeiramente humana; ƒƒ o Neopositivismo e as Filosofias Ana- líticas: teve como objetivo concentrar a atenção da ética na linguagem moral. Houve uma repulsa à toda conceituação éticaquepretendiadefiniramoralcomo uma propriedade natural, pois entende- -se que ética não pode ser definida, mas pode ser captada por intuição. Na nossa época, o capitalismo financeiro fi- xou em maior proporção a exploração do Homem pelo Homem. Veio, assim, a exploração dos países pobres pelos ricos. Tomam-lhes até alimentos, matérias-primas sem contrapartida econômica. As ciências adquiriram autonomia cada vez maior, e a ética, como ocorreu com a religião, perdeu espaço no meio social. A partir daí, a regra predominante na sociedade passa a ser a procura pelo melhor produto, mas não considerado o que é melhor para o ser Humano, e sim o que dá mais lucro. Com tal pensamento, surge a Ética da Manipula- ção, caracterizando-se pelos seguintes pontos: ƒƒ Orientação do processo educativo para construir cidadãos submissos e mani- puláveis; ƒƒ Utilização dos meios de comunicação para os ideais da manipulação; ƒƒ Condução da opinião pública, criando necessidades onde elas inexistem e são indesejáveis. AtençãoAtenção As Principais Correntes Éticas Contemporâneas são: • Existencialismo; • Pragmatismo; • Marxismo; • Neopositivismo e as Filosofias Analíticas. Assim, nos dias atuais, a expressão ética apresenta tradução muito próxima do conceito de moralidade, na medida em que a moral tam- bém é tradução de costumes aceitos por uma so- ciedade. A sutil distinção existente entre elas é o agir, como costume ou moral, e o como deveria agir, sendo a expressão ética. Portanto, a ética do grupo também reflete na ética dos indivíduos. Nessa esteira de reflexão, o grupo impõe costumes ao indivíduo, que, diante do conjunto de valores morais, agrega a ele princípios e exte- rioriza o comportamento ético. Sendo a exterio- rização do comportamento humano, a ética tem como objeto o ato humano, produzido pela von- tade do homem. O estudo da ética não se ocupa com o estudo de forças inatas ou involuntárias, como é o caso do nascimento e da morte natural, que são espontâneas e não permitem a manifes- tação livre e voluntária do homem. Assim, a ética tem como objeto de estudo o Ato Humano (voluntário e livre), que é o ato com vontade racional, por tal razão permeado por inteligência e reflexão prévia. A liberdade do homem sobre seus atos im- põe o domínio da vontade sobre seus atos de tal forma que possa escolher entre agir e não agir, fa- zer ou não fazer. O ato humano como objeto de estudo da ética, comporta, para fins de estudo, di- visão em objeto material e objeto formal. Vejamos: 1.1 A Ética nos Dias Atuais
  • 8. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 ƒƒ objeto material – é o ato humano, vo- luntário e livre; ƒƒ objeto formal – é o estudo do aspecto moral do ato humano. Melhor esclarecendo, objeto formal é o ponto de estudo sob o qual uma determinada ciência encara o objeto material. O ato humano é objeto material de diversas ciências, como, por exemplo, a psicologia, a política, a psiquiatria e outros, mas cada uma dessas ciências estuda o objeto material sob uma ótica, no caso da ética, estuda o aspecto moral do ato, diferentemen- te das outras ciências, formando assim o objeto formal. Por exemplo, o aspecto moral do ato hu- mano que tanto interessa à ética é indiferente à ciência da psicologia, que possui o mesmo objeto material, mas se diferencia no objeto formal. O aspecto moral do ato é essencial ao seu enquadramento ético, mas, para classificar a mo- ralidade contida em cada comportamento huma- no, é necessário delinear princípios e normas que sirvam para distinguir o bem do mal, o justo do in- justo, a virtude do vício, o honesto do desonesto. A ética se ocupa em buscar um querer e um agir que tenha valor absoluto de bem ao grupo social; tem como proposta encontrar, para toda a atividade do homem, um valor-guia para direcio- nar todo ato humano. 1.2 A Moral Saiba maisSaiba mais Sob esta perspectiva, Chauí (2010) diz que a ética é constituída por dois polos internamente relaciona- dos: o agente ou sujeito/pessoa moral e os valores morais ou as virtudes morais éticas, que são consi- derados os fins da ação ética ou a finalidade da vida moral. Toda atividade humana é composta por atos, atos esses que, pelo que vimos, são objetos de estudo da ética. A atividade humana é regada por valores e é essencialmente axiológica. O Ho- mem, enquanto sujeito do estudo da Ética, distin- gue-se pelos valores que possui, assim, todo ato ou atividade humana, antes de serem exteriori- zados, são projetados à reflexão e permeados pe- los valores do sujeito, que os exterioriza ou não de acordo com sua vontade. Neste passo, a ética jamais poderá ser considerada sobreposta à con- duta humana, pois todos os atos racionais estão sujeitos a uma elevada carga moral. O Homem é um ser gregário, ou seja, ne- cessita da união social para viver, pois é na socie- dade que ele satisfaz suas necessidades. É muito comum que, na busca da realização, o homem te- nhaconflitosdeinteressescomseussemelhantes, nascendo, assim, os chamados conflitos sociais, alguns desses elevados às discussões jurídicas para solução, muitos desses, todavia, podem ter solução na seara da moral. É absolutamente nor- mal que a sociedade, diante dos inúmeros confli- tos que surgem em seu meio, imponha algumas regras básicas de convivência com o objetivo de eliminar ou minimizar os conflitos. Nascem, as- sim, os códigos culturais e comportamentais. Os códigos culturais e comportamentais são normas impostas pela sociedade que se di- ferenciam dos valores morais, mas mantêm com eles íntima relação. A moral pode ser entendida como o conjunto de práticas, formada pelo con- junto de regras e comportamento sociais. DicionárioDicionário Segundo Ferreira (1999), a palavra ‘axiologia’ signi- fica o estudo ou teoria de alguma espécie de valor, particularmente dos valores morais.
  • 9. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 Amoraltemumafortecargasocial,masestá apoiada em uma série de valores que formam o caráter moral do indivíduo, quais sejam: o religio- so, o familiar, o social, a cultura, a história, a natu- reza e outros. A composição desses valores forma, sem sobra de dúvidas, a personalidade moral do sujeito, capaz de discernir na prática do ato o cer- to e o errado, o justo e o injusto, de acordo com os valores absorvidos no meio em que vive. Assim, percebemos que moral é algo adqui- rido pela herança e preservado ou não pelo sujeito. AtençãoAtenção Segundo Cotrim (2005, p. 264), “a moral é o con- junto de normas e condutas reconhecidas como adequadas ao comportamento humano por uma dada comunidade humana. A moral estabelece princípios de vida capazes de orientar o homem para uma ação moralmente correta.” Em alguns países do Oriente Médio, é comum e moral o homem possuir diversas mulheres. Já no Ocidente, isto seria uma atividade totalmente imoral e inaceitável pela sociedade. CuriosidadeCuriosidade Como vimos, o conjunto de valores e prin- cípios cultivados na pessoa forma a sua moralida- de, que fatalmente se exteriorizará em compor- tamentos considerados éticos ou não. Portanto, as organizações devem se preocupar em cultivar alguns princípios imprescindíveis para que o su- jeito que integra a corporação tenha condições de contribuir de forma ética. É evidente que as organizações empresa- riais não são responsáveis em formar um sujeito ético, mas têm forte responsabilidade em criar um ambiente profissionalmente ético e capaz de contagiar, estimulando colaboradores a agirem de forma ética na solução dos conflitos, sejam efetivos ou preventivamente. Os valores aqui citados não são taxativos, mas simplesmente exemplificativos, pois não es- gotam os valores que devem integrar o berço da moralidade do sujeito. Vejamos: ƒƒ Justiça – é o sentimento perpétuo e constante de dar a cada um o que lhe pertence; ƒƒ Honestidade – é o corolário imediato da justiça, é atributo ligado à confiança, a honra e, sobretudo, à decência; ƒƒ Liberdade – não entendida em um sen- tido meramente físico, mas na liberdade de realizar o que se deve em função do ofício ou profissão, estendendo o mes- mo sentimento ao semelhante; ƒƒ Responsabilidade – é responder con- cretamente pelos seus atos, assumindo as consequências de suas escolhas. Anda sempre em compasso com a liberdade; ƒƒ Respeito – é a imposição de prestar atenção no outro, como ser humano, com seus defeitos e características pró- prias, percebendo os valores e as rique- zas de cada um; ƒƒ Veracidade – é a expressão da verdade; tem como nascedouro a sinceridade in- terior da pessoa; ƒƒ Confiança – é a aceitação da manifes- tação do outro, por palavras ou gestos. É a base do relacionamento e cria, na relação, laços de lealdade, integridade e sinceridade; ƒƒ Disciplina – é a maneira pela qual os membrosdogrupoaceitameatendemas normas preestabelecidas, necessárias ao bom atendimento dos objetivos sociais; ƒƒ Solidariedade – é o ato de estender a mão, mostrar o caminho em assistên- cia recíproca entre os membros de um mesmo grupo. 1.3 A Pessoa na Empresa e os Valores Morais
  • 10. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 Como já dito anteriormente, as organiza- ções empresariais são criações do Homem, assim, ele precisa situar-se nela, não de forma alienada, mas sim de forma crítica e consciente. A existên- cia de um comportamento ético não é conflitante com a existência de uma consciência crítica. Na verdade, a existência de uma consciência críti- ca forma um terreno fértil para a proliferação de comportamentos éticos. Devemos lembrar que o modelo de com- portamento ético é aquele de atos livres e cons- cientes regado pelos ideais de moralidade, pois a supressão de consciência crítica dos integrantes do grupo, com a imposição de conceitos éticos rígidos, criaria um retrocesso à Ética da Manipu- lação. A consciência crítica é uma abertura inte- lectual, pois, em um sentido mais cientifico, é a presença que a pessoa tem de si mesma diante das realidades que as rodeiam. 1.4 Consciência Crítica 1.5 Resumo do Capítulo 1.6 Atividades Propostas Caro(a) Aluno(a), neste capítulo, estudamos de uma forma objetiva os aspectos históricos da ética demonstrados por grandes filósofos, como Sócrates e Platão. Além disso, passamos pelas principais cor- rentes da ética contemporânea até chegarmos aos dias atuais. Observou-se que o conjunto de valores e princípios cultivados na pessoa forma a sua moralidade, que fatalmente se exteriorizará em comportamentos considerados éticos ou não. Portanto, as organiza- ções devem se preocupar em cultivar alguns princípios imprescindíveis para que o sujeito que integra a corporação tenha condições de contribuir de forma ética, tais como: justiça, honestidade, liberdade, responsabilidade, respeito, veracidade, confiança e disciplina. E, por fim, analisamos que a consciência crítica é uma abertura intelectual, pois, em um sentido mais científico, é a presença que a pessoa tem de si mesma diante das realidades que as rodeiam. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 1. Assinale a afirmativa incorreta. a) Existe uma sutil distinção entre a ética e a moral. Moral refere-se ao agir de acordo com o costume, e ética refere-se a como deveria agir. b) A expressão ética apresenta tradução muito próxima do conceito de moralidade, pois ambas podem ser compreendidas como tradução de costumes aceitos por uma sociedade. c) A ética é a exteriorização do comportamento humano. d) A ética tem como objeto o ato humano, produzido pela vontade do homem.
  • 11. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 e) A ética traduz o comportamento da sociedade, mas não de um indivíduo, pois é correto que cada indivíduo tenha sua própria ética. 2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas: a) (____) As organizações empresariais são criações do Homem, assim, ele precisa situar-se nela, não de forma alienada, mas sim de forma crítica e consciente. b) (____) É correto dizer que o Existencialismo e o Pragmatismo fazem parte das principais correntes da Ética Contemporânea. c) (____) A ética apresenta tradução muito próxima do conceito de moralidade, na medida em que a moral também é tradução de costumes rejeitados por uma sociedade. d) (____) Os códigos culturais e comportamentais são normas impostas pela sociedade que se diferenciam dos valores morais, mas mantêm com eles intima relação.
  • 12. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 A homogeneidade do trabalho executado por um grupo de pessoas forma uma classe pro- fissional pela natureza da especialidade, do co- nhecimento e da habilitação. Classe Profissional é um grupo específico, definido por especialidades. Os agrupamentos específicos por habilidade pró- pria constituem inequívoca força no meio social. Em que pese o conhecimento científico dos membros de um agrupamento específico, as suas qualidades pessoais também são levadas em con- sideração, pois concorrem para o enobrecimento de sua atuação profissional. Portanto, a preserva- ção dos valores morais e éticos no agrupamento é de inteiro interesse de seus membros, nascendo, assim, a ética profissional. A ética profissional não se ocupa somente do estudo e da normatização das condutas do profissional com seus clientes, mas também com o outro profissional, objetivando a construção do bem-estar no contexto sociocultural, preser- vando a dignidade humana. A ética profissional, hoje, atinge todas as profissões regulamentadas através de estatutos e códigos específicos. A nor- matização das condutas ético-profissionais tem caráter normativo e jurídico. A normatização da conduta ética profissio- nal abarca não só a responsabilidade individual do profissional, mas também sua responsabili- dade social na medida em que envolve pessoas que se beneficiam dos trabalhos do profissional, direta ou indiretamente. Na sua essência, a ética profissional envolve questões muito relevantes que ultrapassam o campo profissional, impondo uma reflexão ética no exercício das profissões. Neste panorama, necessária se faz a obser- vação de que a Ética Empresarial e a Ética Profis- sional, muito embora possuam como campo de estudo o comportamento humano no cenário empresarial, não podem ser confundidas, pois, enquanto a ética empresarial atinge as empresas e as organizações em geral, a ética profissional está voltada para as profissões e os profissionais. A Ética Profissional2 AtençãoAtenção O conjunto de normas comportamentais impos- tas no exercício de qualquer profissão forma a base da ética profissional. Na verdade, é uma ação reguladora de conduta ética no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respei- te seu semelhante no exercício profissional. A ética profissional, como vimos, é a padro- nização das condutas dos profissionais em um agrupamento específico em preservação da mo- ralidade e do comportamento ético com o obje- tivo de fortalecer a classe profissional. A normati- zação dessas condutas repousa na seara jurídica, uma vez que são normas com força de lei. Trata-se de princípio básico da ciência ju- rídica, a coercitividade das normas, ou seja, a norma criada apresenta e descreve pormenori- zadamente o núcleo do tipo, ou seja, a conduta impostamente proibida ao profissional. Mas de 2.1 O Código de Ética Profissional e a Teoria do Mínimo Ético
  • 13. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 nada adiantaria proibir uma conduta se a ela não se impusesse uma punição quando transgredida. Diante disso, a formação de um Código de Ética Profissional apresenta uma forte carga de questões jurídicas, pois as ações saem do plano da subjetividade e passam a uma imposição legal de conduta do profissional, imposta pelos seus semelhantes, em harmonização com as condutas esperadas do sujeito que passa a integrar deter- minada classe profissional, fazendo-se por inter- médio da adoção de um comportamento mínimo esperado, ou seja, o Mínimo Ético. ATeoria do Mínimo Ético é alvo de muitas di- vergências entre os estudiosos da ciência jurídica, não havendo passividade a respeito de sua apli- cação ou não. A Teoria do Mínimo Ético assegura que as normas jurídicas, entre elas o Código de Éti- ca Profissional, represente o mínimo de preceitos morais necessários para o bem-estar da sociedade ou classe. Neste entendimento, considera-se que a moral tem uma amplitude muito maior que o direito, estando este inserido naquela, de modo que tudo que é Direito é Moral, mas o inverso nem sempre será verdadeiro. Entretanto, entendemos como sendo corre- ta aTeoria do Mínimo Ético, pois o que se conside- ra, no que concerne à relação Direito e Moral, não é o fato de a modificação de uma norma jurídica acarretar ou não consequências na Moral, pois é notória a influência dos preceitos morais quando da criação das normas de Direito ou de um Códi- go de Ética. Profissional, deve-se ter em mente que as normas devem sempre ter um fundamento mo- ral. Assim, quando há a criação de um Código de Ética Profissional, deve-se levar em conta aquilo que a sociedade profissional tem em mente como sendo o mais correto, o mais ético, ou seja, o mais condizente com a Moral esperada do profissio- nal. De modo que, se determinadas normas fo- rem modificadas, é porque o Estado ou a Classe Profissional acreditou que seria mais correta essa mudança, mas jamais se desvinculando da Moral. Portanto, a Teoria do Mínimo Ético é a que representa de forma mais adequada a relação existente entre Direito e Moral, uma vez que toda as normas devem conter um mínimo de preceitos morais, de tal sorte que o legislador jamais po- derá prescindir de uma apreciação moral das leis que o povo lhe deu a incumbência de criar. AtençãoAtenção O Código de Ética Profissionaltem como função: I – descrever claramente a conduta profissional- mente proibida; II– descrever claramente a punição que será aplica- da ao profissional que transgredir a norma; III – Preservar a moralidade e a conduta ética dos profissionais. 2.2 O Código de Ética do Profissional da Ciência da Administração O Profissional da Administração de Empre- sas e todos aqueles formados com base na Ciên- cia da Administração estão sujeitos às normas disciplinadoras do Código de Ética Profissional do Administrador, da mesma forma que ocorre com outras classes, como os advogados, os mé- dicos, os farmacêuticos, os engenheiros e outros. O novo Código de Ética do Profissional da Ciência da Administração foi aprovado pela entidade de classe em 03 de dezembro de 2010 e tem como objetivo preservar a conduta moral e profissional dos profissionais da administração como elemen- to de alta relevância à classe. Ressalta, ainda, o compromisso social da categoria, enfatizando a sua participação no processo de desenvolvimen- to do país e da sociedade. Cabe ainda ressaltar o perfil ético esperado do Profissional da Ciência da Administração, pos- to que o preâmbulo do Código de Ética da Profis- são ressalta os seguintes valores:
  • 14. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 a) De forma ampla, a Ética é definida como a explicitação teórica do fundamento último do agir humano na busca do bem comum e da realização individual. b) O exercício da atividade dos Profis- sionais de Administração implica em compromisso moral com o indivíduo, o cliente, o empregador, a organização e com a sociedade, impondo deveres e responsabilidades indelegáveis. c) O Código de Ética dos Profissionais de Administração (CEPA) é o guia orientador e estimulador de novos comportamen- tos e está fundamentado em um concei- to de ética direcionado para o desenvol- vimento, servindo simultaneamente de estímulo e parâmetro para que o Admi- nistrador amplie sua capacidade de pen- sar, visualize seu papel e torne sua ação mais eficaz diante da sociedade. Segundo o que dispõe o Código de Ética dos Profissionais da Ciência da Administração, o exercício da profissão reclama o compromisso moral com o indivíduo, com o cliente, com a orga- nização e, sobretudo, com a sociedade. Quaisquer desses preceitos, se não respeitados, sujeitará o profissional a sanções disciplinares como forma coercitiva de impor uma conduta escorreita aos profissionais. A legislação disciplinar dos administradores estabelece aos profissionais direitos calcados em responsabilidade social e princípios morais, sen- do alguns deles: ƒƒ Propugnar pelo desenvolvimento da sociedade e das organizações, subor- dinando a eficiência do desempenho profissional aos valores permanentes da verdade e do bem comum; ƒƒ Capacitar-se para perceber que acima de seu compromisso com o cliente está o interesse social, cabendo-lhe, como agente de transformação, colocar a em- presa nessa perspectiva; ƒƒ Contribuir como cidadão e como profis- sional para o incessante progresso das instituições sociais e dos princípios que regem o país; ƒƒ Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, defendendo os direitos, os bens e os interesses de clientes, ins- tituições e sociedades sem abdicar de sua dignidade, suas prerrogativas e sua independência profissional; ƒƒ Manter elevados o prestígio e a digni- dade da profissão. Além dos direitos profissionais do Admi- nistrador, é importante ressaltar as proibições estabelecidas no Código de Ética Profissional. Ve- jamos algumas delas: ƒƒ sugerir, solicitar, provocar ou induzir di- vulgação de textos de publicidade que resultem em propaganda pessoal de seu nome, méritos ou atividades, salvo se em exercício de qualquer cargo ou missão, em nome da classe, da profissão ou de entidades ou órgãos públicos; ƒƒ permitir a utilização de seu nome e de seu registro por qualquer instituição pública ou privada onde não exerça pessoal ou efetivamente função ineren- te à profissão; ƒƒ assinar trabalhos ou quaisquer docu- mentos executados por terceiros ou elaborados por leigos alheios à sua orientação, supervisão e fiscalização; ƒƒ prejudicar, por meio de atos ou omis- sões, declarações, ações ou atitudes, co- legas de profissão, membros dirigentes ou associados das entidades represen- tativas da categoria; ƒƒ contribuir para a realização de ato con- trário à lei ou destinado a fraudá-la, ou praticar, no exercício da profissão, ato legalmente definido como crime ou contravenção.
  • 15. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 Trata-se, portanto, de um exemplo claro da moderna preocupação em formar profissionais (uso e aplicação do Código Ético Profissional) ca- pazes de estimular um desenvolvimento susten- tado nas organizações e pautado em preceitos morais, éticos e, sobretudo, de responsabilidade eminentemente social. Saiba maisSaiba mais O Código de Ética do Administrador determina no seu artigo 40 que: “A violação das normas contidas neste Regulamento importa em falta que, confor- me sua gravidade, sujeita seus infratores às seguin- tes penalidades: I - advertência escrita e reservada; II - multa; III - censura pública; IV - suspensão do exercício profissional de 30 (trinta) dias a 3 (três) anos. V - cancelamento do registro profissional e divulga- ção do fato para o conhecimento público.” AtençãoAtenção O objetivo do Código de Ética dos Profissionais da Administração é servir de guia orientador e es- timulador de novos comportamentos fundados em conceito de ética direcionado para o desen- volvimento profissional e social. Caro(a) Aluno(a), neste capítulo, estudamos a importância e a necessidade do Código de Ética no ambiente corporativo. Concluímos que a ética profissional é o conjunto de normas comportamentais impostas no exercí- cio de qualquer profissão, formando a base da ética profissional. Na verdade, é uma ação reguladora de conduta ética no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante no exercício profissional. E para isto, estudamos os valores e as funções que um Código de Ética Profissional pode ter no ambiente corporativo, além da chamadaTeoria do Mínimo Ético, segundo a qual posturas, valores e com- portamentos devem ser respeitados por todos os profissionais daquela profissão. 2.3 Resumo do Capítulo 2.4 Atividades Propostas Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 1. O Código de Ética Profissional tem como uma de suas funções: a) preservar o direito de acessar os e-mails particulares, sem autorização judicial. b) descrever claramente a conduta particularmente proibida. c) preservar a imoralidade e a conduta antiética dos profissionais. d) descrever claramente a punição que será aplicada ao profissional que transgredir a norma. e) descrever nas entrelinhas as obrigações virtuais e tecnológicas.
  • 16. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas: a) (____) A Teoria do Mínimo Ético assegura que as normas jurídicas, entre elas o Código de Ética Profissional, representem o mínimo de preceitos morais necessários para o bem-estar da sociedade ou classe. b) (____) O objetivo do código de ética dos profissionais da administração é servir de guia orientador e estimulador de novos comportamentos, fundados em conceito de ética dire- cionado para o desenvolvimento profissional e social. c) (____) O conjunto de normas religiosas impostas no exercício de qualquer profissão forma a base da ética profissional e empresarial. d) (____) A ética profissional é a padronização das condutas dos profissionais em um agrupa- mento específico em preservação da moralidade e do comportamento ético com o objeti- vo de fortalecer a classe profissional.
  • 17. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Já a questão da Ética no ambiente empresa- rial requer uma análise mais ampla, pois a sua atua- ção ou presença está em diferentes segmentos. Neste capítulo, estudaremos sobre a Conceituação e Características da Ética Empresarial, a Ética Em- presarial nos Negócios, a Ética Empresarial na Tec- nologia e a Ética Empresarial e suas consequências jurídicas.Vamos lá, então! A Ética Empresarial3 Percebe-se, atualmente, cada vez mais, uma necessidade da prática da ética empresarial como forma de sobrevivência no mercado tão competi- tivo em que vivemos. Mas, para isso, necessário se faz conceituar o tema em questão. Mas, afinal, o que é Ética Empresarial? É o conjunto de fatores e comporta- mentos éticos que uma empresa pos- sui para garantir a sua boa imagem no mercadoealongevidadenosnegócios. Para reforçar esse pensamento, Moreira (1999, p. 28) entende ética empresarial como “o comportamento da empresa − entidade lucrativa − quando ela age de conformidade com os prin- cípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas).” Para efeito de caracterizar o que venha a ser uma empresa comprometida com a ética em- presarial, precisamos levar em conta, ainda, os se- guintes aspectos: ƒƒ integridade nas relações comerciais; ƒƒ políticas éticas e transparentes nas rela- ções de trabalho; ƒƒ comprometimento e solidariedade em projetos junto à comunidade; ƒƒ criação e manutenção de códigos de conduta; ƒƒ responsabilidade quanto à proteção ao meio ambiente; ƒƒ motivaçãoconstanteparaoexercíciodo voluntariado entre seus colaboradores; ƒƒ ombudsman − ouvidores para receber as cobranças e reclamações de seus clientes. 3.1 Conceito e Características
  • 18. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 Numa visão organizacional, a prática da éti- ca nos negócios é condição sine qua non para o respeito, no mercado, a clientes, fornecedores, mídia, concorrentes e outros. Em relação ao tema, Nash (2001) entende que a ética nos negócios é o estudo das formas pelas quais normas morais pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos da empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral que atua como um gerente desse sistema. Inúmeros são os problemas éticos e morais dentro de uma empresa, podendo desencadear di- versas situações desagradáveis nos seus negócios. Veremos agora situações que infelizmente podem acontecer com aquelas empresas que não tem ou não dão o devido valor para o exercício da ética nos negócios: ƒƒ Não assumir a responsabilidade por práticas danosas – intencionais ou não; ƒƒ Mentir, por omissão, para os clientes consumidores; ƒƒ Fraudar as emissões de notas fiscais; ƒƒ Manipular informações para não pagar ou pagar menos impostos; ƒƒ Má qualidade dos produtos ofertados no mercado, isentando-se de responsa- bilidade; ƒƒ Não manter peças de reposição para os clientes; ƒƒ Realizar propagandas enganosas e abu- sivas sobre o seu produto ou serviço; ƒƒ E tantos outros. 3.2 Ética Empresarial nos Negócios 3.3 Ética Empresarial na Tecnologia DicionárioDicionário Sine qua non: Expressão que indica uma cláusula ou condição sem a qual não se fará certa coisa (FERREIRA, 1999). Com o surgimento e o constante desen- volvimento da tecnologia, as empresas se viram obrigadas a se adequar a esta nova realidade. Mas qual é esta realidade? ƒƒ Rapidez da informação através dos diversos meios de comunicação (TV; rádio; telefone móvel celular – mensa- gens e torpedos; internet − e-mails, co- mércio eletrônico e outros); ƒƒ A questão da segurança em que estas informações são mantidas e transmiti- das para terceiros; ƒƒ Haverá um conhecimento maior do mercado, com a aplicação da tecnolo- gia da informação. Assim, o grande desafio, na chamada “socie- dade da informação”, é a aplicação da ética, quanto ao manuseio correto das tecnologias das informa- ções. As empresas que não tiverem esta atenção e cuidado sofrerão grandes danos e prejuízos finan- ceiros. Oferecemos como exemplo aquele cliente que não se sentiu atendido nas suas reclamações na loja “X”. Em razão disto, imediatamente, come- çou a divulgar pela rede mundial de computado- res o seu caso. Mais que rapidamente, para evitar danos à imagem da empresa, a mesma entrou em contato com o cliente e resolveu a sua pendência. Qual a lição que tiramos deste caso? Que empresa séria não discute, apenas resolve o pro- blema do cliente dentro dos princípios éticos e da legislação vigente!
  • 19. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 As empresas buscam, cada vez mais, utili- zar-se das tecnologias mais modernas para ga- rantir a qualidade, a operação e a segurança de suas atividades, alcançando assim o seu maior objetivo, que é a obtenção de lucro e vida longa no mercado. Verificaremos, agora, um caso que demons- tra quanto pode ser frágil a segurança das infor- mações de uma empresa, assim como é essencial o exercício da ética empresarial. Foi um caso ocorrido nos Estados Unidos, onde uma das secretárias da multinacional Coca- -Cola ofereceu a fórmula do seu conhecido refri- gerante para a sua maior rival, a Pepsi Cola. Neste caso, descobriu-se que ela teve acesso ao sistema de dados confidenciais da empresa. Vejamos a história na íntegra, pesquisado no portal UOL. Secretária que tentou vender se- gredo da Coca-Cola é condenada Washington, 23 mai 2007, uma mu- lher que trabalhou como secretária na Coca-Cola, e tentou vender à ri- val Pepsi os segredos da fabricação da bebida, foi sentenciada hoje, em Atlanta, a oito anos de prisão. Joya Williams, de 42 anos, havia sido declarada culpada, em 2 de fevereiro, das acusações de conspiração, devido à sua tentativa frustrada de vender o segredo por US$ 1,5 milhão. “Este é o tipo de delito que não pode ser tolerado em nossa sociedade”, de- clarou o juiz federal J. Owen Forrester, ao ditar a sentença. Ibrahim Dimson, outro dos acusados, foi condenado a cinco anos de prisão. O terceiro acusado, Edmund Duha- ney, ainda não recebeu sua sentença. Dimson e Duhaney haviam se decla- rado culpados. O plano fracassou porque emprega- dos da Pepsi alertaram a empresa rival, após terem recebido uma carta de um dos cúmplices de Williams, na qual se pediadinheiroemtrocadainformação. Williams havia trabalhado como assis- tente administrativa do diretor global de marcas da Coca-Cola e, segundo a Promotoria, se apropriou de docu- mentos confidenciais da empresa, e de mostras de produtos que ainda não haviam chegado ao mercado, com o objetivo de vendê-los para a Pepsi. A defesa argumentou que Williams foi enganada por dois indivíduos com antecedentes de fraudes, e que ela não havia cometido delito algum. Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/ 05/23/ult1807u36978.jhtm. Após o estudo deste caso, chegamos a al- gumas conclusões, tais como: ƒƒ Por mais que exista a segurança das in- formações de uma empresa, temos um ser humano (passível de erro) geren- ciando os dados contidos no computa- dor corporativo; ƒƒ As empresas precisam investir em “soft- waresanti-invasões”ecobrarumapostura ética e profissional dos seus funcionários; ƒƒ Para a empresa concorrente, a Pepsi Cola, compensava muito mais, para a sua imagem e credibilidade no merca- do, tomar este tipo de atitude. As empresas fazem constantes treinamentos com seus funcionários com o objetivo de se evitar o envio de informações indesejadas ou inconve- nientes para terceiros (clientes, concorrentes, for- necedores, importadores e outros). CuriosidadeCuriosidade
  • 20. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 A ética está presente em todos os segmen- tos corporativos, e na área jurídica não é diferente. Não importa se a empresa é de pequeno, médio ou grande porte, o exercício da ética empresarial é essencial, pois, na sua ausência, a possibilidade de uma empresa sofrer as consequências jurídi- cas é muito grande, sejam elas no plano adminis- trativo, civil ou penal. Vejamos: 3.4 Ética Empresarial e suas Consequências Jurídicas Consequências Administrativas Caso uma empresa desobedeça alguma lei de ordem Federal, Estadual ou Municipal, ela po- derá responder de forma administrativa. Isto fica mais claro quando uma empresa infringe algum dos artigos do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), conforme dispõe o artigo 56 da referida lei. Consequências Cíveis Além da possibilidade de responder admi- nistrativamente e penalmente pelo ato ilegal pra- ticado, a empresa poderá responder civilmente. Istosignificaqueaempresapoderáarcarcom o pagamento de uma indenização pelos prejuízos gerados pela prática ilegal e antiética nos negócios, podendo chegar a milhões de reais. Caberá ao juiz de Direito a decisão de quantificar o valor da inde- nização a ser paga aos prejudicados, podendo, nes- te caso, entrar a empresa condenada com recurso contra a decisão do magistrado. AtençãoAtenção Art. 56 - As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas: I - multa; II - apreensão do produto; III - inutilização do produto; IV - cassação do registro do produto junto ao ór- gão competente; V - proibição de fabricação do produto; VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; VII - suspensão temporária de atividade; VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; X - interdição, total ou parcial, de estabelecimen- to, de obra ou de atividade; XI - intervenção administrativa; XII - imposição de contrapropaganda. Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica- das cumulativamente, inclusive por medida cau- telar antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
  • 21. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 Por isso da importância da “responsabi- lidade dos atos empresariais”, evitando-se assim este tipo de situação, assim como o prejuízo para a imagem da empresa e de seus investimentos. Consequências Penais Infelizmente, por mais que as empresas sai- bam dos desdobramentos por praticarem crimes empresariais (corporativos), são muitos os casos que ainda ocorrem nos dias atuais. Podemos citar como exemplo as práticas de Concorrência Desleal, Sonegação de Impostos, Fraudes contra o Governo (Federal, Estadual ou Municipal), Manipulação de Informações, Espio- nagem Industrial, Publicidade Abusiva ou Enga- nosa, entre tantos outros crimes. Com a descoberta de um destes crimes, já mencionados, a empresa será investigada e seus responsáveis poderão receber as punições previs- tas em lei, sempre respeitando o direito constitu- cional ao contraditório e ao devido processo legal. Mas para a empresa que pratica algum dos crimes já citados, será que compensa tudo isso? Claro que não, pois haverá enormes prejuízos fi- nanceiros, de imagem, de credibilidade, podendo chegar até ao fechamento ou encerramento das atividades empresariais. As organizações empresariais no Brasil ain- da não se convenceram de que o comportamento ético é um caminho para o sucesso empresarial. É extremamente comum o pensamento de que a empresa só tem chances de sobreviver se sonegar impostos, descumprir ou fraudar a legislação traba- lhista, subornar, poluir o ambiente, enganar o con- sumidor; condutas essas quase sempre justificadas na pesada carga tributária, no alto custo para ma- nutenção de um vínculo empregatício e outros. Tais empresas não conseguiram observar que, muito embora seja uma prática dissemina- da no meio social, centenas de empresas não sobrevivem, sendo fadadas aos procedimentos falimentares e de recuperação. É evidente que o único caminho seguro para o desenvolvimento sustentado, a longo prazo, é o caminho ético. Por outro lado, também ainda não houve a conscientização social de que o Estado, apesar dos lamentáveis episódios de corrupção que per- seguem os corredores governamentais, ainda é o condutor responsável pelo estabelecimento de um novo padrão ético no país. Assim, as trocas de favores, os tráficos de influências, o pagamento de propinas, muito embora predominantes, me- recem perder cada vez mais espaço social em be- nefício do constante aperfeiçoamento ético. Nesse sentido, a ética está fundada na fi- losofia da dignidade do ser humano, encravado em seu ser, devendo ser praticada na realização de suas mais diversas tarefas. Portanto, necessária é a construção da ética pessoal de todos aqueles que participam do cenário empresarial, requeren- do, assim, um constante aprimoramento crítico da consciência da pessoa a partir da inserção de cada novo integrante no grupo empresarial. Para Moreira (1999, p. 31),“o comportamen- to ético por parte da empresa é esperado e exigi- do pela sociedade. Ele é a única forma de obten- ção de lucro com respaldo da moral. Esta impõe que a empresa aja com a ética em todos os seus relacionamentos.” 3.5 Desafios da Ética Empresarial no Brasil e a Necessidade de Mudanças
  • 22. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 Caro(a) aluno(a), neste capítulo, estudamos a questão da Ética Empresarial, sua conceituação, ca- racterísticas e, além disso, a sua atuação nos mais diversos segmentos, tais como nos negócios, sua rela- ção com a tecnologia da informação e as consequências jurídicas que uma empresa poderá sofrer caso pratique um ato antijurídico, ou seja, contrário a lei. 3.6 Resumo do Capítulo 3.7 Atividades Propostas Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 1. Caso a empresa X pratique um ato (antiético) empresarial, que vá gerar prejuízos a terceiros (clientes, concorrentes, fornecedores e governo), ela poderá ser responsabilizada: a) internacionalmente, internamente e relativamente. b) digitalmente, financeiramente e administrativamente. c) na publicidade, na internet e criminalmente. d) academicamente, virtualmente e civilmente. e) administrativamente, civilmente e penalmente. 2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas: a) (____) Ética empresarial é o conjunto de fatores e comportamentos antiéticos que uma empresa possui para assegurar a sua boa imagem somente na internet e a longevidade nos negócios. b) (____) Algumas das características de uma empresa ética são as políticas corretas nas re- lações de trabalho, solidariedade nas ações junto à comunidade e o respeito ao meio am- biente. c) (____) As consequências jurídicas de uma empresa podem ser administrativa, civil e senti- mental, por praticar danos a terceiros. d) (____) As empresas são responsáveis pelos dados de seus clientes e fornecedores, com isto estará praticando a ética empresarial.
  • 23. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 A expressão Responsabilidade Social tem diversas acepções; dentre elas, as mais populares que encontramos: atividades voluntárias, preo- cupação com o sistema social, ir além da busca de lucros e sensibilidade social. A posição doutrinária que mais se ajusta aos preceitos da ética e a inter- pretação socioeconômica do conceito de respon- sabilidade social, segundo a qual a responsabili- dade da administração vai muito, mas muito além da simples obtenção de lucros, inclui também em seus objetivos a proteção e o melhoramento do bem-estar social. Cada profissional que forma a organização empresarial deve se revestir de suas responsabi- lidades sociais para possibilitar ao grupo, no seu conjunto, levar a empresa ao êxito da atividade empresarial. Portanto, a responsabilidade social que abrange as organizações deve contaminar cada um de seus integrantes, haja vista que a or- ganização empresaria é a concentração de traba- lho sob os comandos de princípios éticos básicos para a obtenção de objetivos comuns. Assim, a responsabilidade social imposta aos profissionais agrega um imperativo ético em me- lhoria da sociedade, formando uma organização socialmente responsável, realizando tudo o que está ao seu alcance para melhorar a sociedade e consequentemente a concretização do objetivo empresarial. Age, dessa forma, com sensibilidade social, ou seja, é capaz de adaptar-se às mudanças que ocorrem nas condições e necessidades sociais. A formação de um gestor com responsabi- lidade social pressupõe a existência de princípios morais e éticos, bem como o ideal de igualdade social, o respeito, a solidariedade, o conhecimen- to da sociedade em que está inserido e das suas necessidades e interesses. Desta forma, as organizações empresariais não são um fim em si mesmas, pois ninguém constitui uma empresa só por criá-la, com o único intuito de produzir lucro. As empresas possuem objetivos amplos e, sobretudo, sociais. Pensa- dores com visão moderna dos objetivos empre- sariais são unânimes em afirmar que a empresa bem-sucedida, em nossos dias, é aquela que se ocupa do aprimoramento dos conhecimentos e das tecnologias organizacionais, obtendo como consequência o tão almejado lucro. As empresas vivenciam, hoje, uma posição intermediária que consiste em respeitar a tríplice realidade das organizações, quais sejam: I. realidade econômica – É evidente que a finalidade precípua das organizações empresariais é a realização de sua fina- lidade econômica, ou seja, é a obten- ção de lucro, sem o qual sua existência perde a essência. A Responsabilidade Social do Gestor4 AtençãoAtenção Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e trans- parente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o de- senvolvimento sustentável da sociedade, preser- vando os recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a biodiversidade e promovendo a redução das desigualdades so- ciais. Fonte: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/ o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx.
  • 24. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 II. realidade humana – Na perseguição de sua finalidade principal, que é a ob- tenção de lucro, as empresas se depa- ram com outra realidade, não de menor importância, ou seja, o atendimento e a realização das necessidades humanas daqueles que direta ou indiretamente estejam ligados à organização. O aten- dimento das necessidades e o respeito às condições humanas pelas organiza- ções são essenciais para a obtenção de sua finalidade principal, o lucro. III. realidade social – Sobretudo, as em- presas assumem um papel e uma finali- dade social notória, disseminando em- prego capaz de propiciar atendimento das necessidades sociais básicas, pro- dução de riquezas que se espalham pela sociedade, preservação do meio ambiente, entre outras. Assumir efetivamente as realidades impos- tas pela atividade empresarial, atendendo-as em perfeita harmonia, é de fato revestir-se da respon- sabilidade social inerente às organizações empre- sariais, necessitando assim de profissionais verda- deiramente imbuídos de tais ideais. Em verdade, a ética e o exercício da respon- sabilidade social andam lado a lado. Se de um lado a ética é uma forma de colocarmos em prá- tica os nossos valores morais, de outro, a respon- sabilidade social, quando efetivamente assumida, recebe uma carga de condutas moralmente cor- retas. Assim, ambas caminham juntas. Trata-se de comportamentos complexos, pois, se de um lado assumem semelhança, de outro, submetem os gestores a uma profunda reflexão face às pressões diárias do mercado, que por muitas vezes se con- trapõe a um comportamento socialmente correto na perseguição do lucro. AtençãoAtenção As atitudes e atividades sociais a serem adotadas pelas empresas no atual cenário apontam para: a) preocupação com atitudes éticas e moralmente corretas com todo o seu público; b) respeito aos direitos humanos, à cidadania e à participação comunitária; c) respeito ao meio ambiente e postura voltada para o desenvolvimento sustentável; d) preocupação efetiva com as comunidades próximas, buscando o desenvolvimento econômico, social e cultural dos indivíduos, tanto na atuação em parceria com o Estado como em ações de sua própria iniciativa. Saiba maisSaiba mais Observe o que pensa uma empresa de grande pre- sença no segmento de alimentos, bebidas e choco- lates, quanto à conscientização da responsabilidade social empresarial: “A Nestlé considera que, para o sucesso do negócio no longo prazo, tão importante quanto gerar valor para o acionista é a geração de valor para a socieda- de. Por isso a Nestlé elegeu como temas-focos para suas ações de responsabilidade social a Nutrição, a Água e o Desenvolvimento Rural. Esses temas estão intimamente relacionados às operações da compa- nhia no Brasil, uma das maiores empresas de nutri- ção, saúde e bem-estar no mundo. Expressão desse compromisso são os três progra- mas da Fundação Nestlé Brasil: Programa Nutrir, que leva educação alimentar a crianças e adolescentes de baixa renda; o Programa Cuidar, que leva edu- cação ambiental com foco na preservação da água; e o Programa Saber, que atua levando desenvolvi- mento rural às regiões de baixa renda no país.” Fonte: http://www.nestle.com.br/portalnestle/responsa- bilidadesocial/htm/respsocial_conceito.html. Várias empresas têm a preocupação com a res- ponsabilidade social através de diversos projetos, por exemplo: Fundação Bradesco, Fundação Nes- tlé Brasil, Fundação Itaú Social, Fundação Telefôni- ca, Fundação Petrobras e tantos outros. CuriosidadeCuriosidade
  • 25. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 Por conta das transformações mercadoló- gicas e pelo reconhecimento da importância da responsabilidade socioambiental, as corporações (empresas) se viram obrigadas a atuar muito mais neste segmento, mais por atender a força do mer- cado do que por vontade própria. A credibilida- de e a transparência ambiental se valorizaram e chegaram para apontar a diferença entre o con- ceito antigo de preocupação ambiental e a visão moderna das empresas realmente competitivas e sólidas no mercado de hoje. Atualmente,demaneiramaisincisiva,vários organismos internacionais têm procurado desen- volver ações de proteção ao meio ambiente, co- brando das empresas a prática de novas posturas ambientais. Sendo assim, várias Conferências, Protoco- los e Fóruns são realizados e desenvolvidos com a ideia de conscientizar as pessoas, conforme se- gue: ƒƒ Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, de onde culminou na chamada Agenda 21; ƒƒ No Japão, em 1997, foi criado o Proto- colo de Kyoto, com a missão de que os países desenvolvidos assumissem rígi- dos compromissos para a diminuição da emissão de gases que geram o efeito estufa, tidos como responsáveis pelo aquecimento do planeta. ƒƒ Em Porto Alegre, nos anos de 2001 e 2002, foram realizados os Fóruns So- ciais Mundiais, com a participação de 122 países. Tinha a intenção, entre ou- tras coisas, de discutir sobre a responsa- bilidade social. Vários seguimentos das sociedades empre- sárias enxergam que a responsabilidade socioam- biental de uma empresa não esgota quando seus resíduos sólidos (lixo) são retirados da lixeira, tam- bores ou caçambas. O empresário precisa zelar de todos os processos de vida do seu produto com o objetivo de gerar o mínimo possível de impacto à natureza (meio ambiente). A aplicação de novas tecnologias faz com que as empresas possuam um crescimento eco- nômico sem gerar um desequilíbrio ambiental muito grande, não havendo a necessidade de au- mentar os seus custos, pois, na maioria das vezes, a simples mudança das matérias-primas por ou- tras de baixo impacto poderá trazer uma vantajo- sa transformação ao processo produtivo. Inúmeros empreendedores notaram que o ato de degradar e poluir o meio ambiente faz com que o custo do produto aumente de forma sig- nificativa, ao contrário de uma produção ecologi- camente equilibrada. A partir disto, começaram a desenvolver um sistema de gestão ambiental com o principal objetivo de disciplinar o processo da linha de produção. Com esta ideia do exercício de uma respon- sabilidade socioambiental, a imagem da empresa no mercado tem uma enorme valorização e au- mento de credibilidade. 4.1AimportânciadaResponsabilidadeSocioambientalnoContextoCorporativo AtençãoAtenção Os empresários que tinham seu foco apenas nas atividades econômicas como único objetivo de alcançar o lucro, que entendiam que faziam o seu papel já que honravam com o pagamento de al- tos tributos (federais, estaduais e municipais), com geração de inúmeros empregos e com pro- dutos de qualidade, tiveram que mudar o seu direcionamento, pois a sociedade começou a questionar a responsabilidade social, política e ambiental das empresas, sob pena de perder grande espaço no mercado competitivo.
  • 26. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Infelizmente, ainda temos aquele empreen- dedor que reluta em mudar, justificando que esta responsabilidade é função peculiar do Poder Público (Estado), ou seja, cabe a este o exclusivo cuidado com o meio ambiente, deixando para a empresa apenas o bônus (lucro), não lhe cabendo a responsabilidade do cuidado ambiental. Além disso, este empreendedor tem a ideia de que ha- verá aumento no custo do produto caso ele tenha algum tipo de envolvimento socioambiental. Sem dúvida há um conjunto de fatores que geram a degradação ambiental, que pode ser re- sultado de comportamentos das empresas, bem como da omissão do Estado em implantar políti- cas públicas ambientais para orientar a sociedade como um todo. A aplicação da responsabilidade socioam- biental por parte das pequenas, médias e gran- des corporações deve ser encarada não como um modismo passageiro, mas sim como uma forma de sustentabilidade ambiental, corporativa, em- pregatícia, entre outros. AtençãoAtenção Vejamos alguns benefícios com este tipo de pos- tura empresarial (ainda mais neste mercado tão competitivo): • Maior possibilidade de empréstimos bancários em instituições públicas, inclusive com juros menores; • A imprensa (escrita e virtual) valorizará e divul- gará os projetos sociais e ambientais das em- presas éticas; • O Poder Público deixa de multar as empresas, que estão em dia com as normas ambientais de prevenção e sustentabilidade. Podemos mencionar outras empresas que têm preocupações ambientais, implantando, no seu campo de atuação, inúmeros projetos de cunho sustentável, tais como: Natura, Avon, MWM Moto- res, Votorantim, Aracruz Celulose, Suzano Papel e Celulose e outros. CuriosidadeCuriosidade Saiba maisSaiba mais Seguindo esta linha de pensamento, leia alguns pontos essenciais para a atuação de uma empresa socialmente responsável: • Zelar para que seus produtos e serviços, além de atenderem às expectativas dos clientes, dos cola- boradores e dos acionistas, não agridam o meio ambiente ou a saúde de seus consumidores; • Evitar, em sua produção, o consumo descontrola- do e exagerado de recursos naturais e a explora- ção de mão de obra infantil; • Valorizar seus trabalhadores e colaboradores, in- clusive com políticas de equidade de gênero e inclusão de pessoas com deficiência no mundo do trabalho; • Incentivar parceiros e fornecedores a assumirem compromissos socioambientais; • Relacionar-se com a concorrência tendo sempre presente a lealdade na competição. Fonte: Universidade Corporativa do Banco do Brasil (2008, p. 27-28): Pronto, caro(a) aluno(a), encerramos um capítulo muito importante para a efetiva aplicação da éti- ca empresarial no nosso dia a dia, no qual estudamos a responsabilidade social e ambiental do gestor. Refletimos a sua importância e aplicabilidade no atual mercado competitivo, fazendo toda a dife- rença para atingir cada vez mais novos mercados e garantir os atuais clientes. A questão ambiental não é um modismo corporativo ou da mídia, mas sim uma exigência do pró- prio cliente que está cada vez mais qualificado e preocupado com as questões ambientais. 4.2 Resumo do Capítulo
  • 27. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 1. Quanto às atitudes e atividades sociais a serem adotadas pelas empresas no atual cenário cor- porativo, assinale a alternativa incorreta: a) respeito ao meio ambiente e postura voltada para o desenvolvimento sustentável. b) preocupação efetiva com as comunidades próximas, buscando o desenvolvimento. c) única e exclusiva intenção das empresas de obter lucro e vantagens a todo custo. d) preocupação com atitudes éticas e moralmente corretas com todo o seu público. e) respeito aos direitos humanos, à cidadania e à participação comunitária. 2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas: a) (____) As empresas devem ter uma preocupação social/ambiental, além de almejar um lucro sustentável. b) (____) A Responsabilidade Social gera um imperativo ético e uma transparência na relação das empresas com colaboradores, clientes, fornecedores e Poder Público. c) (____) As empresas estão, atualmente, numa posição intermediária que consiste em res- peitar a tríplice realidade das organizações, quais sejam: a econômica, a humana e a social. d) (____) É correto afirmar que, atualmente, a responsabilidade socioambiental é um modis- mo passageiro da mídia e das empresas interessadas. 4.3 Atividades Propostas
  • 28. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 A partir da década de 1990, com o agra- vamento das dificuldades do Estado em imple- mentar as políticas públicas nacionais e face à fragmentação e à instabilidade econômica e fi- nanceira da sociedade, nasce a noção do Terceiro Setor, voltado a realização de atividades não go- vernamentais, não lucrativas, de interesse públi- co, sempre objetivando a implementação de uma política voltada ao benefício geral da sociedade. O estudo do Terceiro Setor é assunto que compete ao mundo acadêmico, na medida em que ainda se busca uma compreensão mais soli- dificada do papel e da atuação dos diversos pro- fissionais nesse setor, haja vista a necessidade constante de implementar atividades de qualida- de para os serviços prestados à sociedade. É fre- quente e crescente a utilização do Terceiro Setor nos trabalhos de cunho eminentemente social, abarcando para si uma acentuada responsabili- dade frente à sociedade em que atua. Com a disseminação do Terceiro Setor e sua atuação cada vez mais marcante no meio social, constatou-se que as atividades de interesse pú- blico podem ser executadas sem a atuação direta do governo, mas trabalhadas por parcerias entre sindicatos, igrejas, movimentos sociais e associa- ções. Assim, as interações entre esses organismos e o Estado reflete o novo sentido da esfera pública não estatal, fruto do domínio do interesse público. Partindo deste entendimento, chegamos à conclusão de que o Estado atua na esfera pública estatal, o Mercado atua na esfera privada e o Ter- ceiro Setor se ocupa da esfera pública não estatal. Assim, as atividades desenvolvidas no Tercei- ro Setor, hoje, têm nascedouro em diversas fontes, como é o caso da filantropia e dos movimentos so- ciais, aos quais se somam as ONGs, das instituições partidárias, bem como dos movimentos populares, como é o caso do MST e das Cooperativas Agríco- las; também se apresentam atuantes em grupos minoritários que se ocupam dos seus interesses, como é o caso de movimentos beneficentes a por- tadores de doenças específicas. O Terceiro Setor também se apresenta no meio social e, de forma muito atuante, em Grêmios Recreativos, Clubes da Terceira Idade, nas religiões como polos de união social, destacando, ainda, os trabalhos desenvolvi- dos pelas Pastorais Carcerárias. Assim, visualizamos que o conceito deTerceiro Setor é complexo. Um país envolvido por consideráveis pro- blemas sociais e ao mesmo tempo contraposto O Terceiro Setor5 Saiba maisSaiba mais “As organizações do terceiro setor caracterizam uma atuação da sociedade que define uma nova prática de gestão diferente da gestão meramente privada e, de algum modo, da gestão pública. Contudo, essa prática de gestão das organizações, sem fins lucrati- vos, voltada para contribuir com o Estado na garan- tia dos direitos sociais, apresenta, em certo ponto, uma forma de gestão que se aproxima daquela que é própria do Estado.”(GALVEZ, 2011, p. 22). AtençãoAtenção Para melhor compreensão doTerceiro Setor e das entidades que o compõem, temos que entender que a sociedade está estruturada em três gran- des setores: • O Primeiro Setor – O Estado; • O Segundo Setor – O Mercado; • O Terceiro Setor – Organizações da Sociedade Civil que atuam sem fins lucrativos, mas com interesse público.
  • 29. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 por ordens legislativas, o Brasil tem se tornado um terreno fértil à proliferação do Terceiro Setor. A realidade enfrentada pela sociedade bra- sileira é de patente contradição. Se por um lado a legislação garante direitos básicos, por outros tais direitos não são atendidos, nascendo, assim, o interesse público cuja bandeira é ostentada pelo Terceiro Setor, que pode ou deve receber cola- boração do estado, mas que tem suas atividades desenvolvidas em prol da sociedade plenamente independentes. O Terceiro Setor, então, é composto de or- ganizações sem fins lucrativos criadas pelo espí- rito de atendimento dos interesses públicos, por intermédio de práticas filantrópicas, de caridade e de cidadania, num âmbito não governamental, ou, em outras palavras, é a organização da socie- dade civil em busca de soluções para suas neces- sidades e problemas, fora do ambiente Estatal. Desta forma, a filantropia, a solidariedade e os serviços formam a base do Terceiro Setor: ƒƒ filantropia e solidariedade − filantropia podeserentendidacomoomelhorexem- plodequempraticaabeneficência.Geral- mente são pessoas possuidoras de poder econômico considerável que a praticam generosamente em benefício da socie- dade ou de um necessitado seguimento social. A solidariedade está representada pelos serviços voluntários para os quais as pessoas destinam seu tempo, ou parte dele, e dinheiro para uma ação pessoal e muitas vezes esporádicas; ƒƒ serviços – são ações periódicas destina- das ao bem comum e atendimento do interesse público. AtençãoAtenção Principalmente pelas razões que passamos a elencar: I – Agravamento cada vez maior das questões de ordem social, com profundas desigualdades e aumento de violência; II – Pobreza acentuada e ausência de prestação eficiente dos serviços públicos básicos; III – Proliferação social da fome; IV – Legislação social escorada na Constituição Federal de 1988, que assegura a todo cidadão di- reitos e garantias fundamentais à condição de ser humano e imposição ao Estado de atender tais necessidades. Como podemos observar, as instituições que formam o Terceiro Setor, recebem uma forte carga de responsabilidade social, ou melhor, rece- bem como combustível a responsabilidade social e são direcionadas pelos interesses públicos em prol da sociedade e na proteção dos direitos le- gislativamente assegurados aos cidadãos. Revestirem-se de responsabilidade social é primordial ao nascimento e à gestão das organiza- ções não governamentais, pois as próprias empre- sas (parceiros e financiadores em potencial) alegam que a motivação para investirem em projetos so- ciais é o compromisso da instituição com a ética e, sobretudo, com a responsabilidade de desenvolver o social. A busca incansável de parceiros confiáveis fez com que se tornasse comum a criação de insti- tutos e fundações pelas próprias organizações com o objetivo de profissionalizar os investimentos de suas mantenedoras. 5.1 A Responsabilidade Social e Desafios do Terceiro Setor AtençãoAtenção Diversas são as espécies de instituições que com- põe o Terceiro Setor, mas, por maior que seja a diversidade, elas compartilham de algumas ca- racterísticas comuns: I – compromisso e responsabilidade social; II - atuação no seguimento social; II – instituições não governamentais, mas que objetivam o atendimento de interesses públicos; III – não exercício de atividade mercantil na socie- dade, ou seja, fins não lucrativos.
  • 30. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 Quantoaocompromissoeàresponsabilidade social, estes são a base de todo o trabalho desen- volvido pelas organizações não governamentais, característica que justifica a sua existência. Quanto à atuação no seguimento social, tem-se que observar que as empresa voltadas ao Terceiro Setor trabalham com pessoas, grupos e famílias posicionados à margem do processo pro- dutivo e geralmente fora do mercado de trabalho. Pessoas que geralmente não possuem acesso aos bens e serviços básicos e necessários à vida. Quanto ao caráter não governamental e de atendimento aos interesses públicos, visualiza-se que tais instituições não pertencem à estrutura Estatal, mas trabalham com o objetivo de reali- zação dos interesses públicos. Com o advento da Constituição Federal de 1988, a assistência social, a saúde, a educação e outros direitos básicos dei- xaram de ser fruto de caridade e benevolência, passaram a ser direitos constitucionalmente as- segurados aos cidadãos. O atendimento desses interesses constitui verdadeiro interesse público. A atuação do Terceiro Setor é direcionada ao ci- dadão que de alguma forma se vê excluído, ex- plorado ou marginalizado face aos seus direitos e garantias constitucionais. Por derradeiro, a última característica comum, ou seja, a finalidadenãolucrativa. As instituições que compõe o Terceiro Setor não trabalham voltadas para o lucro no sentido do interesse capitalista, suas receitassãoprovenientesdedoações,contribuições, convênios e/ou prestação de serviços revertidos para a própria instituição. Ante a identidade apresentada pelas insti- tuições da sociedade civil que atuam no Terceiro Setor e considerando a conjuntura econômica, política e, sobretudo, social que vivencia nosso país, em patente sucateamento das políticas so- ciais públicas e massacre das classes mais caren- tes, o Terceiro Setor enfrenta alguns desafios, dos quais podemos destacar: ƒƒ Ausência de divulgação sobre a sua atuação, formação, composição, vincu- lação com o Estado e com o Setor Priva- do; ƒƒ Ausência de recursos financeiros estáveis capazes de suportar a sua sustentabilida- de financeira, técnica e administrativa; ƒƒ Escassez de trabalhos voluntários, tanto na colaboração técnica, como na finan- ceira das organizações; ƒƒ Dificuldades em manter a qualidade e a eficiência nos programas sociais face à ausência de atuação de profissionais vitais à prestação de seus serviços. 5.2 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a), neste capítulo compreendemos de maneira clara e direta o Terceiro Setor. Nota- mos seu crescimento a partir dos anos 1990, com o agravamento das dificuldades do Estado em implan- tar as políticas públicas básicas para a sociedade. Assim, surge o Terceiro Setor com a missão de preencher esta lacuna do Estado, com filantropia, solidariedade e serviços destinados ao bem da sociedade e de interesse público. Vimos que estas instituições possuem características especiais, que são: atendimento com respon- sabilidade social e, essencialmente, sem fins lucrativos. Os maiores desafios são: ausência de divulgação, poucos voluntários e baixo orçamento para implantar projetos sociais.
  • 31. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 1. Para melhor entendimento do Terceiro Setor e das entidades que o compõe, é preciso com- preender que a Sociedade está balizada em três grandes setores, que são: a) O Primeiro Setor (O Estado), o Segundo Setor (O Mercado) e oTerceiro Setor (Organizações da Sociedade Civil que atuam com fins lucrativos, mas sem interesse público). b) Setor Acadêmico, Setor de Negócios e o Setor Digital. c) Setor Filantrópico, Setor Jurídico e o Setor Econômico Internacional. d) O Primeiro Setor (O Estado), o Segundo Setor (O Mercado) e oTerceiro Setor (Organizações da Sociedade Civil que atuam sem fins lucrativos, mas com interesse público). e) Setor Empresarial, Setor Estatal e Setor Mercadológico. 2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas: a) (____) A pobreza acentuada e a ausência de prestação eficiente dos serviços públicos bási- cos servem para o aumento do Terceiro Setor. b) (____) É certo dizer que os Grêmios Recreativos e os Clubes da Melhor Idade são modelos do Terceiro Setor. c) (____) A solidariedade, os serviços e a obtenção de lucro formam a base do Terceiro Setor. d) (____) Algumas das principais características doTerceiro Setor são: atuação no seguimento social e nas instituições não governamentais (mas que atendam interesses públicos). 5.3 Atividades Propostas
  • 32. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 O Estado, que forma a estrutura do Primeiro Setor, é o grande provedor das necessidades públi- cas e sociais que, por intermédio de uma atividade complexa, arrecada, administra e distribui recursos com o propósito de prover um estado justo, com ideais de igualdade entre os cidadãos, distribuindo, assim, saúde, educação, saneamento, serviços so- ciais e outros atinentes aos direitos básicos do cida- dão.Taisobjetivossãodesenvolvidospelosserviços públicosfornecidospeloEstadoe,sobretudo,pelos ProgramasSociaisGovernamentais. Há ainda que observar que os programas sociais se fundam no patente desequilíbrio eco- nômico e social existente na sociedade brasileira, onde um grande número de cidadãos ultrapassa a linha da pobreza, fazendo, assim, nascer a ne- cessidade de uma atenção especial aos grupos economicamente frágeis com o propósito de pro- porcionar iguais oportunidades. Programas Sociais6 Como vimos, com o esfacelamento das políticas públicas sociais, as organizações não governamentais que formam o Terceiro Setor as- sumiram importante responsabilidade social na disseminação de tais serviços e no atendimento dos interesses públicos. O Segundo Setor, por sua vez, imbuído das responsabilidades sociais que envolvem as suas empresas em políticas internas, bancam financeiramente Programas Sociais que, aliados aos programas do Terceiro Setor, formam os Programas Sociais Não Governamentais. Os programas sociais são formas estratégi- cas de distribuição de igualdade social e são de- senvolvidos há anos no Brasil, mas com o recente e crescente financiamento pelas empresas priva- das, surgiu a necessidade de estruturar, monitorar e avaliar os resultados dos investimentos que são realizados. Quando uma organização empresa- rial fornece recursos financeiros ao Terceiro Setor para o desenvolvimento de um Programa Social Não Governamental, nasce a necessidade de jus- tificar aos acionistas a aplicação do capital e os resultados do programa investido. É evidente que o recurso não precisa ser financeiro, mas pode vir na forma de qualificação de mão de obra a ser usada ou não pela própria empresa no futuro. As próprias Organizações Não Governa- mentais passaram a sentir a necessidade de justi- ficar seus resultados com o objetivo de atrair par- cerias, em especial do setor privado. Atualmente, as empresas que participam de programas sociais não governamentais como fi- nanciadoras, além de precisarem de informações sobre os resultados dos programas de que parti- cipam, também necessitam de ferramentas com- parativas, demonstrando que o financiamento do programa apoiado é economicamente viável. 6.1 Programas Sociais não Governamentais e sua Avaliação
  • 33. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 A absolvição da responsabilidade social do Estado brasileiro teve início nos anos 1930, quan- do inicialmente criou a previdência social e, a par- tir daí, teve como tendência o aumento das po- líticas públicas voltadas às necessidades sociais, criando diversos Programas Governamentais. Tais políticas adotam uma ideia de proteção social do Estado ao cidadão. Um universo de programas sociais envolve os recursos orçamentários do Es- tado com o objetivo de minimizar os efeitos da pobreza e do desequilíbrio social. Atualmente, o Governo Federal mantém inúmeros Programas Sociais, podemos citar os principais: Abono salarial – PIS/PASEP Programa de Integração Social que assegu- ra pagamento de benefícios de até dois salários mínimos de remuneração mensal de emprega- dores que contribuem para o programa. Instituí- do desde 1970, tem como público alvo os traba- lhadores que receberam a remuneração no ano anterior ao benefício, desde que cadastrado no programa há mais de 5 (cinco) anos (CAIXA ECO- NÔMICA FEDERAL, 2011). Agente Jovem de Desenvolvimento Social Humano Programa de Assistência Social destinado a jovens entre 15 e 17 anos, proporcionando capa- citação teórica e prática por intermédio de ativi- dades que não configuram trabalho. O programa foi instituído em 2001 para atendimento prioritá- rio de jovens que estejam fora da escola, envol- vidos em situações de crimes ou contravenções e egressos de medida protetiva (BRASIL, 2011a). Benefício de Prestação Continuada Programa Social que objetiva o pagamento de benefícios a idosos e portadores de deficiência sem condição de sustento ou amparo. O programa foiinstituídoem1993pelaLeiOrgânicadeAssistên- cia Social (LOAS) – Lei nº 8.742/93 (BRASIL, 2011b). Bolsa Qualificação Programa Social de concessão de bolsa ao trabalhador com contrato de trabalho suspenso (conforme convenção ou acordo coletivo de tra- balho) regularmente matriculado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador. O programa foi instituído em 1998 pelo Governo Federal (BRASIL, 2011c).. Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes Programa Social implementado em 2001 com o objetivo de fornecer atendimento especia- lizado a crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual (BRASIL, 2011d). Garantia Safra Trata-se de Programa Social destinado a ga- rantir renda para o pequeno agricultor que teve comprometimento de sua lavoura por situações de calamidade ou estiagem. O programa foi cria- do em 2002 (BRASIL, 2011e). Previdência Rural Programa Social que consiste em um segu- ro social ao empregado rural, com pagamento mensal ao indivíduo ou seus dependentes. O pro- grama foi idealizado e criado na década de 1960 (BRASIL, 2011f). 6.2 Programas Sociais Governamentais e sua Avaliação
  • 34. Ética Empresarial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 Serviço de Ação Continuada São Programas Sociais executados pelos mu- nicípios e estados através de creches, escolas, ins- tituições de assistência social, mediante convênio com o Governo Federal. Tem como objetivo aten- der crianças de 0 a 6 anos, idosos e pessoas porta- doras de necessidades especiais (BRASIL, 2011g). Auxílio Gás Programa Social destinado às famílias caren- tes para compensar o aumento do valor do gás de cozinha e minimizar os efeitos da abertura do mercado. O programa foi criado em 2002 e, em se- guida, foi incorporado ao Programa Bolsa Família. Bolsa Alimentação Programa Social destinado a combater a mortalidade infantil e a desnutrição mediante transferência de renda do governo federal a famí- lias carentes. O Programa tem como público alvo criançasegestantescomrendamensal(percapita) inferior a meio salário mínimo e foi instituído em 2001. Foi incorporada ao Programa Bolsa Família. Bolsa Escola Programa Social de transferência de renda a famílias carentes para combater a evasão escolar e o trabalho infantil, tem como objetivo atender crianças em idade entre 7 a 14 anos. O programa foi instituído em 2001 e foi incorporada ao Pro- grama Bolsa Família. Bolsa Família Programa destinado a famílias pobres, con- siste em transferência de valores para comple- mentação de renda familiar, atendendo famílias com renda (per capita) de até R$ 140,00 (Cento e quarenta reais). Trata-se de programa implemen- tado em 2003 (BRASIL, 2011h). Bolsa Renda É um Programa Social emergencial de distri- buição de renda para famílias de regiões atingidas por calamidade pública. Programa criado em 2001. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil É um Programa Social que consiste na trans- ferência de renda a famílias com filhos entre 7 e 15 anos que desenvolvem atividades penosas, insalubres, degradantes ou perigosas. Programa criado em 1996, inicialmente atendia crianças nas regiões de carvoarias no Mato Grosso do Sul (BRASIL, 2011i). Seguro Desemprego Trata-se de Programa Social que garante pa- gamento de benefício integrante da seguridade social para promover assistência temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dis- pensa sem justa causa. O programa foi instituído em 1986, mas alterado em 1990, tornando-se mais acessível à classe trabalhadora (BRASIL, 2011c). Como se verifica, os Programas Sociais Go- vernamentais são voltados para o atendimento dos interesses públicos e das necessidades so- ciais, sobretudo da população carente. Os progra- mas sociais dividem-se em programas destina- dos à prestação de serviços ou à assistência e os programas consistem em transferência de rendas ou valores. Normalmente, os programas de trans- ferência de renda são aqueles voltados aos mais carentes e necessitados economicamente com o intuito de complementar a renda e possibilitar o exercício de direitos sociais básicos que jamais conseguiriam sem a assistência do programa. Os Programas Sociais Governamentais, à comparação do que ocorre com os programas não governamentais, também estão sujeitos a uma avaliação de sua eficiência na busca de seus objetivos. Ao contrário do que ocorre nos progra- mas não governamentais, a avaliação não objetiva
  • 35. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 38 atrair investidores, mas sim justificar à sociedade o gasto público, demonstrando a lisura e o com- promisso em bem utilizar os recursos públicos. Tal controle se faz necessário porque todos os recursos dos programas sociais governamentais são prove- nientes do orçamento público e estão sujeitos a controle administrativo e social. Caro(a) Aluno(a), neste capítulo, você estudou o papel do Estado, como representante do Primeiro Setor, com a principal incumbência de atender às necessidades públicas e sociais através dos chamados Programas Sociais Governamentais. Tudo isso para tentar garantir um mínimo de sadia qualidade de vida, principalmente para aqueles que estão passando por dificuldades (financeiras, escolares, de trabalho e outros), oferecendo um pouco de dignidade humana. 6.3 Resumo do Capítulo 6.4 Atividades Propostas 1. O Governo Federal mantém inúmeros Programas Sociais, tais como: a) Bolsa Aluguel, Auxílio-Pensão, Previdência Virtual e Bolsa Lazer. b) Abono Aluguel, 14° Salário e Garantia de Safra Urbana. c) Bolsa Família, Bolsa Renda, Seguro Emprego e Licença Maternidade. d) Abono Salarial (PIS/PASEP), Previdência Rural, Bolsa Alimentação e Bolsa Escola. e) Auxílio Gás, Auxílio Pensão, Bolsa Moderna e Abono de Aluguel. 2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas: a) (____) O Seguro Desemprego promove assistência temporária ao trabalhador desempre- gado em virtude de dispensa sem justa causa. b) (____) Bolsa Renda é um programa social emergencial de distribuição de renda para famí- lias de regiões atingidas por calamidade pública. c) (____) Benefício de PrestaçãoTemporária tem como objetivo o pagamento de benefícios a crianças, adolescentes e portadores de deficiência com condição de sustento ou amparo. d) (____) Os Programas Sociais Governamentais são voltados ao atendimento dos interesses públicos e das necessidades sociais, sobretudo da população carente.
  • 36. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 Muito embora seja tratada como assunto novo nos meios empresariais brasileiros, a Go- vernança Corporativa é tema muito discutido no cenário mundial das grandes organizações e cada vez mais tem se tornado uma preocupação em diversos países, com mercados desenvolvidos ou em desenvolvimento. Nessa linha de raciocínio, surge a teoria eco- nômica tradicional de Governança Corporativa com o propósito de minimizar o impacto comer- cial dos chamados conflitos de agência, que surge a partir da separação da propriedade e da gestão empresarial. O principal, titular da propriedade, delega ao agente o poder de decisão sobre a pro- priedade. A partir daí surgem os chamados conflitos de agência, pois os interesses daqueles que admi- nistram nem sempre estão alinhados com os de seu titular. Assim, surge a preocupação e a neces- sidade de criar mecanismos eficientes para que o comportamento dos executivos esteja perma- nentemente alinhado com os de seus acionistas. Governança Corporativa é valor, apesar de, por si só, não o criar. Isso somente ocorre quan- do, ao lado de uma boa governança, também há um negócio de qualidade, lucrativo e bem admi- nistrado. Neste caso, a boa governança permitirá uma administração ainda melhor em benefício de todos os acionistas e daqueles que lidam com as empresas (IBGC, 2003). Em 1995, no Brasil, houve a fundação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), sem fins lucrativos, cuja finalidade precí- pua é a concentração de estudos e o aprimora- mento das técnicas de governança coorporativa no Brasil, inclusive com esforços voltados à cria- ção de um código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa. Não se pode negar que o instituto é responsável pela introdução do conceito de governança corporativa no merca- do brasileiro, disseminando o fortalecimento das organizações brasileiras pelo incentivo das boas práticas de governança. O cenário de inúmeras fraudes e escânda- los em empresas brasileiras, internacionalmente conhecidas tornou-se um terreno mais que fértil à atuação e ao fortalecimento do IBGC, tornando evidente a necessidade de exigir dos controla- dores das organizações informações confiáveis e com a máxima precisão para os acionistas e para o mercado. O conflito de objetivos entre os administra- dores e os acionistas é abordado pela Teoria da Agência, que tem como preocupação conceituar o controle e a propriedade das empresas. Em es- pecial nas sociedades anônimas, o desvio dos in- teresses dos acionistas se torna mais acentuado, haja vista que a propriedade é muito dispersa e dificulta o controle das operações comerciais, o que não ocorre com as outras companhias de es- trutura menor. A Governança Corporativa e o Comportamento Ético7 AtençãoAtenção Vamos conceituar, agora, Governança Corporativa? Segundo o IBGC (2004, p. 38), “é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de GC convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para sua longevidade.”
  • 37. Marcelo Salles da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 40 ConformelinhasmestrastraçadaspeloIBGC, aos proprietários (acionistas ou cotistas) devem ser proporcionados a gestão estratégica de sua empresa e o monitoramento da direção executiva. A empresa que opta pela adoção das boas práticas de Governança Corporativa tem como li- nhas mestras de trabalho: A Transparência O exercício da boa comunicação na organi- zação vai muito além do dever de informar. A em- presa deve cultivar não a obrigação, mas o dese- jo de informar, depositando nessa comunicação entre os gestores e com terceiros, estabelecendo entre eles, uma relação de confiança. A transpa- rência é o exercício da comunicação no sentido mais amplo possível, não se restringindo, assim, somente aos fatores econômico-financeiros. A Prestação de Contas Os agentes, imbuídos dos princípios da Go- vernança Corporativa, devem prestar contas de sua atuação a quem os elegeu ou nomeou, responden- do por todos os atos praticados no exercício do mandato. A Equidade Trata-se de aplicação comportamental do bi- nômio justiça-igualdade. Caracteriza-se pelo trata- mento justo e igualitário de todos os grupos, sejam eles colaboradores, clientes, fornecedores, credores etc. Atitudes ou políticas discriminatórias, imorais ou antiéticas, sob qualquer pretexto, são inaceitáveis. Responsabilidade Corporativa e Social Os executivos devem zelar pela sustentabi- lidade das organizações e, portanto, devem incor- porar, no exercício de suas funções, os princípios de ordem social e ambiental na definição dos ne- gócios e nas operações da empresa. A responsabilidade corporativa é uma atuação mais ampla da estratégia empresarial, contemplando todos os relacionamentos com a comunidade em que a empresa atua. Nesse diapasão, a função social das organizações deve abranger a criação de riquezas, novas oportuni- dades de emprego, qualificação da força de tra- balho, estímulo ao desenvolvimento científico, melhoria da qualidade de vida por meio de ações educativas e culturais, assistenciais e defesa do meio ambiente. Há de se observar que o comportamento ético, refletido nos valores acima estabelecidos para o perfil ético, está inserido no espírito e nos princípios básicos que dão sustentabilidade à Go- vernança Corporativa, mas não é só. A responsa- bilidade social do gestor, por sua vez, também é sustentáculodaboaGovernança,refletindocomo patente melhora no desempenho organizacional na busca dos resultados. Assim, a concepção de Governança Corporativa deve visar ao beneficia- mento dos acionistas e dos grupos sociais que são impactados pela atuação da sociedade em- presarial. Os conflitos de agência não são privilégios de empresas privadas, mas aparecem também nas empresas públicas ou nas privadas de utilida- de pública, tendo como seus principais agentes os seus controladores, administradores e acionis- tas, a comunidade em que estão inseridos, além dos órgãos governamentais responsáveis pelo controle das atividades e funcionamento. AtençãoAtenção Para isso, o controle da propriedade sobre a ges- tão possui algumas ferramentas importantíssi- mas. São elas: • O Conselho de Administração; • A Auditoria Independente; • O Conselho Fiscal.