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ADITIVOS NA NUTRIÇÃO DE
MONOGÁSTRICOS
ARAGUAÍNA-TO
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ARAGUAÍNA
ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
DISCIPLINA: BROMATOLOGIA
PROFESSOR: DEBORAH ALVES
ADITIVOS NA NUTRIÇÃO DE
MONOGÁSTRICOS
Seminário apresentado como requisito para
obtenção parcial da nota na disciplina de
Bromatologia do curso de Zootecnia da
Universidade Federal do Tocantins.
ACADÊMICOS: Bruna Gomes, Mirian Kariny, Ranniere Rodrigues, Rhaiza
Alves, Syandra Souza e Thamara Oliveira.
ARAGUAÍNA-TO
2012
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO UTILIZADA PARA ADITIVOS
2. ADITIVOS PROMOTORES DE CRESCIMENTO
2.1 Antibiótico
2.1.1 Modo de Ação
2.2 Probióticos
2.3 Hormônios
2.3.1 Classificação dos hormônios
2.4 Sais de cobre e zinco
3. ADITIVOS ENZIMÁTICOS
3.1 Caracteristicas gerais das enzimas
3.2 Secreções enzimáticas endógenas
3.3 Produção industrial de enzimas
3.4 Modo de ação das enzimas exógenas
3.5 Fitase
3.6 Carboidrases
3.7 Proteases
4. ADITIVOS QUE AFETAM AS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS
ALIMENTOS
5. NORMAS RELACIONADAS AO USO DE ADITIVOS
6. RESULTADOS DE ESTUDOS COM ADITIVOS PARA MONOGÁSTRICOS
6.1 Efeitos da Utilização de Fitase na Alimentação de Frangos de Corte
6.2 Antimicrobianos, Probióticos, Prebióticos e Extrato Vegetal na Alimentação
de Leitões
CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES
LITERATURA CONSULTADA
INTRODUÇÃO
Para chegar aos padrões atuais de desempenho animal e eficiência produtiva
foram necessários grandes avanços no que se refere à nutrição, à sanidade dos plantéis,
às técnicas de manejo e de ambiência. Todos esses avanços são necessários para fazer
com que todo o potencial genético dos animais seja alcançado.
Para tanto, a utilização de modernos compostos, advindos da biotecnologia, é
primordial, pois podem aumentar a produtividade e/ou reduzir os custos de produção.
Vale ressaltar que a alimentação representa cerca de 70% do custo de produção
(ARAÚJO et al., 2007).
Quando são utilizados, por exemplo, alimentos alternativos, na maioria dos
casos, se consegue diminuir os custos com a alimentação, entretanto os índices
zootécnicos ficam comprometidos, devido à piora da utilização da energia e/ou proteína
destes ingredientes pelos animais, principalmente pela presença de fatores tidos como
antinutricionais. Na tentativa de reduzir este comprometimento, alguns artifícios são
utilizados, como a adição de enzimas exógenas, probióticos, prebióticos, simbióticos e
antibióticos nas dietas, que podem auxiliar de forma direta e/ou indiretamente o animal
a utilizar mais eficientemente os nutrientes contidos neste tipo de ingredientes
(SCHWARZ, 2002).
Segundo a lei que regulamenta as normas de inspeção e fiscalização de produtos
destinados à alimentação animal no Brasil, aditivos são substâncias adicionadas às
rações com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde
que não prejudique o seu valor nutritivo. Para o FDA (Food and Drugs Administration –
USDA), aditivo é uma substância adicionada com a finalidade de melhorar seu
desempenho, passível de ser utilizada sob determinadas normas e desde que não deixe
resíduos no produto de consumo.
Os aditivos são empregados com propósitos muito diversos, tais como melhorar
a cor, aroma, estimular o crescimento ou aumentar a lucratividade da criação.
Independentemente do fim para o qual são usados, vale destacar que sua aplicação
possibilitou o enorme desenvolvimento ocorrido na indústria de rações. Além disso, no
campo da nutrição animal, praticamente só resta aos aditivos a possibilidade de dar
saltos tecnológicos de produtividade.
A busca por alternativas, como os aditivos, na alimentação animal é realidade
constante e estudos são necessários para que se possa afirmar até que ponto eles podem
ou não ser utilizados, e em que condições e dimensões são realmente viáveis.
1. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO UTILIZADA PARA
ADITIVOS
Os termos promotor de crescimento ou aditivo são também usados e, algumas
vezes, são associados na mídia com a conotação de prejudiciais à segurança alimentar.
A falta de clara definição das categorias de microingredientes pode ser minimizada com
a proposta classificatória oferecida por Adams (1999), que divide os alimentos em
nutrientes e nutracêuticos. Entre os nutrientes estão os carboidratos, gorduras, proteínas,
minerais, vitaminas e água. Os nutracêuticos são componentes de alimentos, os quais
exercem um efeito benéfico sobre a saúde, em vez de contribuição direta na nutrição. Os
nutracêuticos importantes são os antioxidantes, antimicrobianos, peptídeos, enzimas,
oligossacarídeos, emulsificantes, flavorizantes e colorantes.
Outra classificação é a que considera que na fórmula de ração comercial existem
dois grupos de ingredientes, a) os macroingredientes, representados pelos cereais,
ingredientes proteicos, subprodutos da indústria, gorduras, fontes de oligo-minerais,
pré-misturas vitamínicas e de microlelementos e b) os microingredientes. O termo
micro (10-6) é compatível com as quantidades que são usadas na formulação (mg/kg ou
ppm). Os microingredientes podem ser descritos nas categorias funcionais abaixo, como
apresentado por Rosen (1996).
Nutrientes - Existem vários nutrientes (e.g. vitaminas A, B, C, D, E elementos
traço, açucares, sais de ácidos orgânicos), cuja nomenclatura é muito clara sobre suas
funções de nutrientes e outras adicionais definidas no grupo a que pertencem.
Vitaminas, próvitaminas, substâncias quimicamente definidas e aminoácidos sintéticos,
também usados em pequenas quantidades.
Pró-nutrientes - São definidos como um microingrediente de uso em rações
animais, que usados em pequena quantidade melhoram o valor intrínseco da mistura de
nutrientes da dieta. Essas substâncias trabalham em benefício dos nutrientes. O termo
está em oposto e de acordo com a terminologia existente de antinutrientes, os quais
pioram o performance do animal. Por analogia, os prónutrientes melhoram o
performance animal. Como um adjetivo, pró-nutriente serve para especificar uma
função e natureza conjunta, e.g., um pró-nutriente enzimático ou pró-nutriente
antibiótico.
Coadjuvantes de elaboração - São substâncias ou preparações que tenham efeito
demonstrável nas características dos alimentos. São conhecidos também com
microingredientes tecnológicos e melhoram as propriedades de armazenamento,
organolépticas e mistura dos alimentos. Os coadjuvantes de elaboração permitirem o
uso de mecânica, umidade temperatura e energia no condicionamento do processo de
fabricação de rações. Entre os exemplos estão os aromas, aglutinantes para peletização,
antioxidantes, preservativos, emulsificantes e secantes para fluidez de misturas
elaboradas.
Profiláticos - Nessa categoria constam apenas os anticoccidianos e
antihistomonas, os quais também podem ser incluídos nas rações medicadas com o
propósito terapêutico.
Para Bertechinni et al. (2006), atualmente, estes microingredientes são
classificados de acordo com a sua natureza e função nas rações e podem ser divididos
em quatro categorias:
1) Promotores de absorção, que são aditivos que melhoram a utilização dos
nutrientes das rações e, como consequência poderá melhorar o ganho de peso e a
conversão alimentar dos animais.
2) Substâncias profiláticas, que servem para proteção higiênica de enfermidades
parasitárias, tais como coccidiose e enterites.
3) Substâncias auxiliares, que melhoram as características físico-químicas dos
alimentos, não sendo necessárias do ponto de vista fisiológico da alimentação.
4) Enzimas exógenas, que são produtos da biotecnologia que somam às enzimas
produzidas no trato digestório, para aumentar a digestão dos substratos não
normalmente digeridos nas rações.
2. ADITIVOS PROMOTORES DE CRESCIMENTO
2.1 Antibiótico
Os antibióticos são metabólitos naturais produzidos por fungos com habilidade
de inibirem o crescimento bacteriano, alterando certas propriedades do metabolismo da
célula bacteriana. Alguns antibióticos interferem na síntese e manutenção da parede
celular enquanto outros interrompem o processo de tradução (durante o processo de
síntese proteica) no ribossomo (FERKET,2003).
O interesse pela utilização de antibióticos na alimentação dos animais baseia-se
no fato de que eles promovem melhoria no desempenho, na conversão alimentar e
diminuem a mortalidade devido a infecções clínicas e subclínicas. Em aves, alguns
antibióticos é o estimulo à maior pigmentação da carcaça e da gema. De forma geral, os
antibióticos são usados em rações de animais com três objetivos distintos, que seguem
níveis de adição dentro de faixas mais ou menos fixas:
 10 a 50 g/tonelada = promoção ou estímulo do crescimento;
 75 a 100 g/tonelada = prevenção de doenças; e,
 150 a 500 g/tonelada = curativo ( rações medicadas ou medicamentosas)
O uso de antibióticos como melhorador de desempenho na indústria animal tem
sido questionado por cientistas, consumidores e agentes de saúde do governo, devido ao
potencial de desenvolvimento de bactérias resistentes, incluindo cepas patogênicas.
Segundo Bresslau (2009), os aditivos antimicrobianos autorizados para uso em
avicultura são avilamicina, bacitracina metileno disalicilato, bacitracina de zinco,
clorexidina, colistina, enramicina, entre outros. Os aditivos proibido na alimentação
animal são: avoparcina, penicilina, tetraciclinas, sulfonamidas sistêmicas, arsenicais e
antimoniais, hormônios como aditivos alimentares em aves, entre outros.
2.1.1 Modo de Ação
Não está perfeitamente elucidado como os antibióticos estimulam o crescimento
e a produção. No entanto, podem ser identificados pelo menos quatro modos de ação,
encadeados entre si, conduzindo ao efeito estimulante do crescimento:
 Estimulam a proliferação de microrganismos sintetizadores de
nutrientes e inibem o crescimento daqueles competidores (com o
animal) por nutrientes;
 Inibem a proliferação de microrganismos produtores de amônia e
outras substâncias nitrogenadas tóxicas, principalmente aminas
biogênicas, nos intestinos;
 Sendo menores agredida, a parede intestinal se reduz em espessura, o
que facilita a absorção e aumenta a disponibilidade de nutrientes,
como cálcio, fósforo e magnésio;
 Como resultado geral, ocorre um aumento no consumo de água e
alimentos.
A resposta do animal depende da espécie, idade, ambiente tipo de ração e de
manejo. Quanto piores as condições de criação, maior será a resposta do animal, que é
mais proeminente nas primeiras fases da criação e, de forma geral, pode ser resumida
assim, tanto para ganho de peso quanto para conversão alimentar:
 Frango de corte, de um dia até o abate: 10%;
 Leitões, até 50kg: 10 a 15%.
2.2 Probióticos
Devido ao aumento das restrições do uso de promotores de crescimento
antibióticos, principalmente destinados ao mercado externo ( europeu e japonês),
alternativas têm sido estudadas e colocadas no mercado. E como alternativa ao uso de
promotores de crescimento antibióticos na alimentação animal, os estudos indicam a
possibilidade de se utilizar probióticos, prebióticos e simbióticos.
Os probióticos são cepas de microrganismos vivos(viáveis) que agem como
auxiliares na recomposição da flora microbiana do trato digestivo dos animais,
diminuindo o número dos microrganismos patogênicos ou indesejáveis.
Segundo Walker e Duft (1998) a probiose é a capacidade dos microrganismos
normais do trato gastrintestinal de resistir ao crescimento exagerado de cepas anormais
e ao estabelecimento de cepas invasivas, sendo os probióticos utilizados para reforçar
ou restabelecer esta probiose quando for quebrada por fatores adversos.
Os probióticos podem conter bactérias totalmente conhecidas, ou culturas
bacterianas não definidas. Enterococcus, Bacteriódes, Eubacterium e especialmente
Lactobacillus e Bifidobacterium estão presentes em todas as misturas de culturas
definidas. É importante que as bactérias sejam hospedeiro-específicas para que a
máxima eficácia do produto seja atingida. Há probióticos com diferentes coposições de
microrganismos e, mesmo aqueles pertencentes à mesma espécie podem apresentar
diferentes cepas. Os probióticos podem ser aplicados de várias formas, como:
adicionados às rações, na água de bebida, em cápsulas gelatinosas, inoculação em ovos
de aves embrionadas e na cama usada pelas aves (BUTOLO, 2001).
Um bom probiótico deve possuir as seguintes características: sobreviver às
condições adversas do trato gastrintestinal, como à ação da bile e dos outros sucos
(gástrico, pancreático e entérico), e assim ter recomendações de permanecer no
ecossistema intestinal; ã ser tóxico nem patogênico para o homem e para animais; ser
estável durante a estocagem e permanecer viável por longos períodos em condições
normais de armazenamento; e finalmente, ter capacidade antagônica às bactérias
intestinais indesejáveis e promover efeitos comprovadamente benéficos ao hospedeiro
Jin et al.(1997) e Toumut (1998).
Nunes (1998) cita alguns mecanismos de ação dos probióticos com: aumento da
produção de ácido lático, com diminuição do pH intestinal, o que é prejudicial aos
patogênicos; produção de peróxido de hidrogênio, que tem ação bacteriana conhecida;
produção de substâncias antibióticas conhecidas como acidofilina, acidolina,
lactobacilina e niasina; produção de enzimas digestivas, sendo a sua ação sinérgica com
as do enterócito, especialmente e de modo particular importante, para animais muito
novos; alteração do potencial de redução/oxidação do intestino, o que inibe as bactérias
patogênicas; prevenção do acúmulo de aminas tóxicas e de amônia, pela redução do
crescimento dos organismos que as produzem; aderem-se firmemente à mucosa
intestinal, profundamente nas criptas, impedindo a colonização de agentes patogênicos
(antagonismo competitivo).
As bactérias dos probióticos se nutrem de ingredientes que foram parcialmente
degradadas pelas enzimas digestivas normais, ou que foram intencionalmente
adicionadas à dieta como prebióticos. Essas bactérias podem produzir e liberal
compostos como as bacteriocinas, ácidos orgânicos, como o propiônico, o acético, o
butírico e o lático. As bacteriocinas são substâncias proteicas e antibióticas de ação
local, que inibem o crescimento de patógenos intestinais e que têm ausência de
letalidade para as células produtoras (GHADBAN, 2002).
Os probióticos promovem o equilíbrio da microflora intestinal e melhoram o
ganho de peso e a eficiência alimentar das aves, justamente por competirem com os
patógenos no intestino e evitarem lesões no vilo, permitindo a regeneração da mucosa
intestinal. Esta competição em que os microrganismos benéficos são favorecidos é
importante, pois o desequilíbrio em favor de bactérias indesejáveis pode resultar em
infecção intestinal, o que compromete a digestibilidade dos nutrientes da ração.
2.3 Hormônios
Os hormônios anabolizantes são usados, há mais de 40 anos, como aditivos de
rações ou sob forma de pequenos péletes implantados nos animais (por consenso entre
órgãos de pesquisa e os de fiscalização, “hormônio anabolizante” é aquele que promove
síntese protéica). Enquanto alguns países aprovam legalmente o uso desses compostos,
outros o proíbem estritamente, particularmente quanto aos “estrógenos”. As diretrizes
tomadas obedeceram a diversos critérios nos vários países, e, algumas vezes, dentro do
mesmo país em épocas diferentes. Em geral, os benefícios e eficiência dos hormônios
anabólicos têm sido bem demonstrados, e o seu uso é visto também como benefício à
saúde animal, desde que usados dentro das recomendações.
2.3.1 Classificação dos hormônios
Os hormônios são classificados em anabolizantes, catabolizantes, e anti-hormonais,
segundo o respectivo efeito que exercem sobre o metabolismo animal, especialmente na
síntese protéica. Hoje em dia, em respeito à importância que tomaram os resíduos
dessas substâncias, pode ser mais adequada, sob um ponto de vista
toxicofarmacológico, a classificação de endógenos (naturais ou idênticos aos produzidos
pelos animais) e exógeno( toda substância estranha introduzida no organismo animal).
 Esteróides Endógenos: Estão presentes em todos os animais; entretanto, a taxa
de produção e seus níveis plasmáticos variam dependendo do sexo, idade e
estágio fisiológico. Deve-se levar em consideração quanto a seu uso, pois pode
apresentar uma baixa disponibilidade quando ingeridos, porque são rapidamente
degradadas.
 Esteróides Exógenos: Podem também ser chamado de hormônio do crescimento.
Por exemplo, trabalhos ainda limitados em número com o hormônio GH, com
suínos, sugerem que a porca em lactação, injetada subcultaneamente com 8,22
mg/dia, pode aumentar a produção de leite na ordem de 20%, resultando num
concomitante aumento de peso dos leitões, à desmama.
2.4 Sais de cobre e zinco
Os minerais são nutrientes com função plástica e reguladora do organismo. Eles são
tão importantes quanto às vitaminas e, sem eles, o organismo não realiza, de forma
eficaz, as funções metabólicas.
- Importância do cobre para suínos:
 O cobre colabora na síntese de hemoglobina, ativação e formação de várias
enzimas;
 O cobre também estimula a lipase (enzima que quebra gordura) e a fosfolipase,
proporcionando melhora na digestibilidade de gordura da dieta;
 A deficiência de cobre leva a problemas de casco e do sistema imunológico.
- Importância do zinco para suínos:
 O zinco age como cofator de inúmeras enzimas, dentre elas - anidrase carbônica,
fosfatase alcalina, carboxipeptidase, RNA e DNA polimerase e álcool
desidrogenase que colaboram na síntese de proteína e no funcionamento
adequado dos sistemas digestivo, reprodutivo e imunológico;
 A deficiência de zinco causa redução no crescimento e desempenho reprodutivo,
além de anormalidades no pêlo.
- Importância do cobre para aves:
 Componente essencial em diversos sistemas, diretamente relacionado com a
formação de células sanguíneas, formação óssea e pigmentação de plumagem,
além de interagir com zinco e com o ferro, ajudando na absorção dos mesmos.
Sua deficiência diminui a absorção do ferro, em casos extremos de deficiência
pode ocorrer falha na composição da medula espinhal podendo ocorrer até
necrose cerebral.
- Importância do zinco para aves:
 É constituinte de diversas enzimas, e de grande importância no metabolismo dos
ácidos nucléicos. Sua deficiência causa diarréias, dermatites orais e periorais e
queda das penas.
3. ADITIVOS ENZIMÁTICOS
3.1 Caracteristicas gerais das enzimas
A secreção enzimática é ativada pela presença do substrato ao qual será
responsável pela digestão. Cada enzima é, em algum grau, especifica para certo
substrato, apresentando estrutura adequada para atuar neste substrato.
Sitio ativo – é uma pequena região na enzima (fenda espacial nas moléculas)
onde ocorrem reações químicas; contém aminoácidos cujas cadeias laterais criam uma
superfície complementar ao substrato. Permite que as enzimas atuem na ruptura de uma
determinada ligação química. O sitio ativo liga-se ao substrato, formando um complexo
enzima-substrato que será convertido à enzima e produto pode ser visto na figura
abaixo.
Temperatura – influencia na velocidade das reações, quando a temperatura
aumenta a velocidade da reação inicialmente aumenta em virtude da energia cinética
aumentada das moléculas com o substrato. Temperaturas excessivas são letais nas
estruturas das enzimas
pH – o pH ótimo varia para diferentes enzimas, a concentração de H+ afeta a
velocidade das reações, elas são desnaturadas em pH extremos. Por exemplo, a pepsina
digestiva do estomago, é ao máximo ativada em pH 2, enquanto que outras enzimas,
destinadas em funcionar em pH neutro, são desnaturadas neste pH ácido, devendo ser
protegido ao passar pelo estômago.
3.2 Secreções enzimáticas endógenas
Os suínos apresentam deficiência de certas enzimas nas primeiras semanas de
idade, pois dispõem de um único substrato que é o leite. Em aleitamento possuem a
lactase como enzima fundamental para digestão de açúcar. Na fase pós desmama
dependendo do tipo de alimentação sólida que o animal recebeu durante a lactação
(ração) ele poderá necessitar de alguns dias para ter as enzimas amilase, maltase e
sacarase disponíveis em quantidades adequadas.
O mesmo ocorre com a secreção de lipase e de protease, que também dependem
dos substratos para a sua ativação.
Na natureza o leitão consome leite até cerca de 60 dias de idade, quando
ocorrerá o desmame natural pela falta de leite da mãe. Nas criações industriais e
intensivas, com o intuito de obter alta produtividade o desmame ocorre ainda com o
leitão imaturo, com produção muito pequena de enzimas, com exceção da lipase.
Contorna-se este problema administrando dietas altamente digestíveis ou até pré-
digeridas e a suplementação das dietas com enzimas exógenas (fase de produção
insuficiente de enzimas).
Este fenômeno ocorre também em aves. Os pintos ao eclodir não dispõem de
enzimas que digerem os glicídios e os lipídeos. Eles já dispõem de protease.
Existem enzimas que não são secretadas mesmo na presença de substratos
(Celulase, hemicelulase, xilanase, fitase, e outras). Não são secretadas porque o código
genético dos monogástricos não dispõe da indicação para sua síntese.
A inclusão de enzimas digestivas exógenas nas dietas avícolas reduz a síntese de
enzimas endógenas, em consequência, o organismo teria a disposição mais aminoácidos
para síntese proteica. Segundo autor observou-se que a tripsina, quimiotripsina, lípase e
amilase, tiveram redução de 40% da secreção duodenal quando as dietas foram
suplementadas com estas enzimas exógenas.
Supõe-se que as secreções de enzimas pancreáticas seja afetada pela
concentração de enzimas no intestino delgado e/ou substrato ou produtos de hidrólise.
3.3 Produção industrial de enzimas
A biotecnologia moderna possibilita a produção industrial de enzimas
especificas para certas áreas de aplicação. Diversos tipo de fungos, bactérias e leveduras
podem produzir enzimas, por meio de técnicas de recombinação de DNA e mutações.
A fitase industrial é obtida através da recombinação gênica dos fungos
Aspergillus niger e Aspergillus ficum. O produto é um pó e apresenta-se misturado ao
farelo de trigo, utilizado como veículo, que lhe dá a cor marrom clara.
A celulase é obtida através da extração da fermentação do Trchoderma viride
produto é um pó e misturado ao amido de milho com corante amarelo.
Existem três grupos de enzimas disponíveis no mercado:
 Enzimas para alimentos com baixa viscosidade;
 Enzimas para alimentos com alta viscosidade;
 Enzimas para degradar ácido fítico dos grãos vegetais.
3.4 Modo de ação das enzimas exógenas
Os resultados de diversas pesquisa indicam que as enzimas exógenas apresentam
quatro formas principais de atuação:
 Provoca a ruptura da paredes celulares das fibras;
 Reduz a viscosidade, devido a fibra solúvel, na digesta do intestino proximal;
 Degrada as proteínas (reduz fatores anti-nutricionais);
 Suplementada a produção de enzimas endógenas do animal, cuja ação é mais
importante animais jovens.
Enzima Substrato Efeitos
Xilanase Arabinoxilanas Reduz viscosidade da digesta
Glucanases B-glucanas
Reduz viscosidade da digesta.
Menor umidade na cama
Pectinase Pectinas Reduz viscosidade da digesta
Celulase Proteínas
Suplementação das enzimas
endógenas degradação mais
eficiente de PTN
Fitase Acido fítico
Melhora a utilização do fosforo dos
vegetais. Remoção do ácido fítico
Amilase Amido
Suplementação das enzimas
endógenas degradação mais
eficiente do amido
Lipase Lipídeos e ácidos graxos
Melhora a utilização de gorduras
animais e vegetais
Adaptado de Henn (2002)
3.5 Fitase
Fitase (mio-inositl-hexaquifosfato fosfohidrolase, EC 3.1.3.8) é uma enzima que
catalisa a liberação do fosfato de fitato (mio-inositl-hexaquifosfato), o qual é a principal
forma de liberação de fosforo predominante ocorrendo em grãos cereais, legumes e
sementes oleaginosas.
Sabe-se que a maior parte do P contido nos ingredientes são os principais
componentes das dietas de suínos e aves, esta na forma de fitato. A interação entre
fitatos e proteínas se da por ligação iônica que depende das condições de pH. Com pH
baixo, o fitato forma ligações eletrostáticas com resíduos básicos como a arginina, lisina
e ponto isoelétrico, a carga da proteína é neutra e ela irá se ligar ao fitato.
São inibidores de enzimas endógenas, como pepsina, amilase ou tripsina; agem
transferindo o grupo fosfato do substrato para enzima e da enzima para a água. Produz-
se mio-inositol penta, tetra, bi e monofosfato como produtos intermediários.
Imagem da estrutura da molécula de fitase
As enzimas adicionadas ao alimento seco são ativadas no trato digestivo quando
são misturadas aos fluidos digestivos e son temperatura do organismo. Máxima ação no
estômago e porção inicial do intestino delgado (duodeno, por difusão ativa e passiva).
Com intuito de atender as necessidades dos suínos em P com base ao fosfato
inorgânico tenta-se estabelecer as exigências. Porem, suínos e aves não degradam os
polissacarídeos não amilaceos (PNA).
3.6 Carboidrases
Os PNA são resistentes a hidrolise no trato gastrointestinal dos não ruminantes.
As sementes oleaginosas (soja, canola, os grãos de cereais, entre outros) e seus
subprodutos apresentam PNA em sua composição.
A PNA é degradada principalmente por xilanases, celulases e as glucanases, que
não são sintetizadas pelos não ruminantes. As aves não produzem enzimas suficientes
para degradar a fibra, acaba por afetar a digestão impedindo enzimas digestivas
endógenas atingem substrato alvo.
Dietas com alta viscosidade, as enzimas atuam na redução da viscosidade da
digesta, degradam os complexos e fibras solúveis responsáveis em causar viscosidade,
otimizando a digestão dos nutrientes, diminuindo o consumo de água, umidade da cama.
Facilita o acesso das enzimas endógenas aos nutrientes encapsulados dentro das paredes
ricas em fibra.
As dietas com baixa viscosidade (milho, sorgo e soja) estão sendo pesquisadas
para adição de enzimas (amilase, protease, lipase e xilanase) pois são ingredientes mais
usados aqui no Brasil na produção animal e podem ter a digestibilidade melhorada.
Ressalta-se que nem sempre a suplementação de enzimas digestivas proporciona
resposta positiva. Elas atuam em substrato especifico a dieta, em dosagem correta,
adequada capacidade da enzimas em ultrapassar barreiras do estomago(pH, ação das
enzimas proteolíticas com a pepsina, temperatura no processamento da ração).
3.7 Proteases
Proteinases, peptidases ou enzimas proteolíticas são enzimas que
quebram ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas. O processo é chamado
de clivagem proteolítica, um mecanismo comum de ativação ou inativação de enzimas
envolvido principalmente na digestão e na coagulação sanguínea. Como
uma molécula de água é utilizada no processo, as proteases são classificadas
como hidrolases.
São em endopeptidases ou proteinases e exopetidases, de acordo com a posição
da ligação peptídica a ser clivada na cadeia peptídica. Endopeptidases atuam
preferencialmente nas regiões internas da cadeia polipeptídica, entre as regiões N- e C-
terminal. A presença de grupos α-amino ou α-carboxila tem um efeito negativo na
atividade da enzima.
As exopeptidases atuam somente nos finais das cadeias polipeptídicas na região
N ou C terminal. Aquelas que atuam na região amino terminal livre liberam um único
resíduo de aminoácido (aminopeptidases), um dipeptídeo (dipeptidil-peptidases) ou um
tripeptídeo (tripeptidil-peptidases).
4. ADITIVOS QUE AFETAM AS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-
QUÍMICAS DOS ALIMENTOS
Seguindo o conceito de aditivos: de que são adicionados às rações com a
finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não
prejudique o seu valor nutritivo. Temos alguns aditivos específicos que atuam
diretamente nas propriedades, qualidades, e absorção de um alimento, no caso a ração,
um conjunto de nutrientes processados e modificados para fornecer e promover o
melhor para o animal.
Dentre os aditivos que influenciam na estabilidade, processamento ou
propriedades físicas e nutritivas dos alimentos temos os antifúngicos, antioxidantes e
aglutinantes.
Os antifúngicos são substancias utilizados nos grãos ou rações com a finalidade de
prevenir ou eliminar a presença de fungos e a possível ocorrência de micotoxinas. A
utilização desse aditivo prevê o não desenvolvimento dos esporos fúngicos em
qualquer fase do desenvolvimento do grão ou na estocagem das rações. Os
antifúngicos mais empregados hoje como aditivos nos ingredientes e/ou rações são os
ácidos orgânicos.
Já os antioxidantes, são substâncias que visam evitar à auto-oxidação dos
alimentos, preservando o alimento, retardando a sua deterioração, rancificação e perda
de coloração devido a oxidação. A natureza lipídica dos ingredientes que compõem as
rações é variável e o processo de oxidação lipídica pode ocorrer a qualquer momento e
pode produzir radicais livres. Além de gorduras, os pigmentos e vitaminas ficam
sujeitos a oxidação quando em contato com o ar. Fatores envolvidos com o
processamento dos alimentos, como umidade e calor podem acelerar a oxidação. Os
antioxidantes são usados para inibir esse processo e são substâncias usadas para a
preservação do alimento retardando a sua deterioração e perda de coloração devido a
oxidação.
A ação dos antioxidantes se dá por:
 Doação de H pelo antioxidante;
 Doação de elétron pelo antioxidante;
 Incorporação do lipídeo ao antioxidante;
 Formação de um complexo entre o lipídeo e o antioxidante.
Os dois primeiros mecanismos (doação de H e elétrons) são os principais
mecanismos de ação dos antioxidantes. É importante salientar que alguns compostos
(ácido cítrico, ácido tartárico e ácido fosfórico) apresentam efeito sinérgico com
antioxidantes, prevenindo a oxidação de óleos e gorduras. Portanto, é possível fazer
uma mistura de antioxidantes e compostos sinérgicos a fim de reduzir oxidação.
Especificamente a formação de radicais livres, geralmente catalisadas por íons
metálicos, não pode ser evitada pelos antioxidantes, mas a incorporação de um agente
quelante dá condições para tal, pois esse se complexa com os íons metálicos.
Antioxidantes devem ser adicionados aos alimentos e às rações o mais rápido
possível para inibir o início da oxidação. Estes microingredientes não podem reverter
o processo de oxidação, uma vez ocorrido. Entretanto, os antioxidantes podem retardar
o processo oxidativo de maiores consequências. A doação de H é um possível
mecanismo de ação que os antioxidantes utilizam. Esta ação é exercida por
antioxidantes naturais e artificiais. A vitamina E, e o ácido ascórbico são exemplos de
antioxidantes naturais, enquanto que BHT, BHA e Etoxiquim são exemplos de
antioxidantes sintéticos. O butil-hidroxi-tolueno (BHT), etoxiquin e o butil-hidroxi-
anisol (BHA) são utilizados na concentração de 100 a 150 g/t com a finalidade de
antioxidante, podendo associarem-se e mostrarem sinergismo ao acido cítrico.
Outros aditivos que influenciam na estabilidade do alimento são os aglutinantes.
Os aglutinantes são substancias naturais ou artificiais que auxiliam e melhoram o
processo de peletização das rações, promovendo maior produtividade, aumento da
qualidade e durabilidade dos peletes, aumentando a durabilidade e permitindo a adição
de óleos e gorduras em produtos prensados. Dentre os aglutinantes usados temos a
betonita que é uma argila natural, do tipo montimorilonito, um mineral de silicato de
alumínio, proteína isolada e condensado e uréia-formaldeido.
Há outra classificação para aditivos que influência nas propriedades dos
alimentos, eles são os aromatizantes, palatabilizantes, pigmentantes e flavorizantes.
O aroma em muitos casos indica a qualidade do alimento. Os aromatizantes
artificiais ou naturais conferem o aroma ao produto destinado à alimentação,
melhorando sua aceitação e, consequentemente, estimulando o seu consumo pelo
animal. Provocam as atividades de secreção das glândulas, favorecendo o
aproveitamento do alimento pelo organismo.
PRINCIPAIS AROMATIZANTES E SUAS
DESTINAÇÕES NAS RAÇÕES
AROMATIZANTES DESTINAÇÃO
Alho Cães e Gatos
Anis Suínos
Baunilha Equinos
Chocolates Suínos
Morango Suínos
Já os palatabilizantes são substancias que modificam o paladar dos produtos
destinados à alimentação animal, melhorando a sua aceitação e consequentemente
estimulando seu consumo. A maioria das pesquisas diz que os benefícios desses
aditivos são limitados, exceto quando são usados com o objetivo de mascarar odores e
sabores indesejáveis.
Os flavorizantes são aditivos utilizados para normalizar ou melhorar o sabor e o
odor dos alimentos, facilitando assim, o consumo dos mesmos. As preferências dos
animais podem não coincidir com a das pessoas e, ainda, não ser as mesmas para
espécies diferentes entre animais de uma mesma espécie, podem de idades diferentes.
Outros tipos de aditivos importantes afetam diretamente a saúde do animal, já que
interferem no balanço da microflora intestinal, são os pré-bióticos, pro-bióticos e
simbióticos.
Os pré-bióticos são definidos como ingredientes alimentares não digestíveis que
beneficiam o animal por estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de
uma ou poucas bactérias no intestino, principalmente os lactobacilos e bifidobactérias,
melhorando a saúde animal. As bactérias utilizam como substrato os oligossacarídeos
que não são digestíveis para os animais. A arabinose, galactose, manose e lactose são
alguns dos oligossacarídeos, mas não são tão indicados quando os
mananoligossacarídeos (MOS) que estimulam o crescimento e ativam o metabolismo
de bactérias benéficas, atuam como bloqueadores de sítios de aderência de bactérias
patogênicas, imobilizando e reduzindo a capacidade de se manterem no TGI, como as
cepas de E. coli e salmonelas.
Da mesma série de aditivos utilizados para interferir na microbiologia intestinal
estão os aditivos simbióticos. Os aditivos simbióticos consistem na mistura de
microrganismos pro-bióticos e pré-bióticos, com a finalidade de estimular o
desenvolvimento, atividade e potencializar os efeitos de ambos os produtos.
Aditivos que exercem influência direta na saúde do animal são os aditivos que
contem substâncias profiláticas, importantes para acabar ou prevenir a ação de
organismos patogênicos, um exemplo dessas substancias são os anticoccidianos. A
coccidiose em aves é causada por protozoários do gênero Eimeria, uma parasitose
caracterizada por lesões intestinais que causam perdas econômicas importantes para o
setor de produção de frangos de corte.
Para conseguir controlar a coccidiose, são utilizados os chamados anticoccidianos,
que são produtos adicionados na ração dos animais que tem a função de prevenir esta
infecção nos animais.
Anticoccidianos correspondem por uma vasta lista de produtos que podem ser
ionóforos (produzidos a partir da fermentação de vários microrganismos ou ainda
alguns quimioterápicos (compostos químicos sintéticos, ou antibióticos). São os
produtos que têm mais viabilidade para serem usados pela indústria, além de serem de
fácil aplicação. Os anticoccidianos mais usados são amprolium, nicarbazina,
halofuginona e diclazuril.
5. NORMAS RELACIONADAS AO USO DE ADITIVOS
É indispensável que as indicações técnicas de todos os microingredientes de
formulação sejam rigorosamente seguidas por todos aqueles que decidem sobre o uso
nas rações ou, que trabalhem na venda direta de produtos nas propriedades onde se
realiza a produção animal. Entretanto, isso não é suficiente sendo necessário que se
melhore o programa de fiscalização e controle de resíduos nos produtos finais. Não fica
garantido que a proibição elimina o uso, uma vez que há deficiência na fiscalização de
venda e de uso de drogas veterinárias e de promotores de crescimento. Também há
dificuldades pela estrutura oficial insuficiente para aplicação de técnicas laboratoriais no
país, conforme descrito no relatório de visita da equipe veterinária da Europa no Brasil.
O programa nacional de resíduos, conduzido pelo Serviço de Inspeção de
Segurança Alimentar (FSIS) do USDA (2003) tem por base um sistema composto por
três formas de acompanhamento de resíduos que são: a) monitoramento, b) testagem
dirigida e c) testes exploratórios. O monitoramento envolve a amostragem de população
de uma espécie ou categoria animal no período de um ano em base nacional. O sistema
de testes obrigatórios (fiscalização) consiste na análise e controle de amostras
individuais indicadas pelo programa de monitoramento, ou de lotes com história prévia
de violações ou com sinais clínicos no rebanho, ou ainda por decisão regional ou por
observações pessoais. O programa de testes exploratórios tem a finalidade de pesquisar
sobre o aparecimento de resíduos de quaisquer substâncias, mas não tem objetivo de
regular ou indicar outros sistemas. Em geral aplica-se à amostras que passaram pelo
serviço de inspeção do USDA. Em 2000, foram analisadas 368 mil amostras de carnes,
das quais 208 mil para resíduos de antibióticos em laboratórios do FSIS/USDA.
Com inicio na Suécia em 1986 e depois expandindo o conceito pela União
Européia, o assunto sobre aditivos promotores de crescimento tem sido bastante
discutido e polêmico. Em 1997, a comissão de aditivos antimicrobianos para rações
reuniu em seu relatório, as normas de uso de aditivos. Os aditivos antimicrobianos são
permitidos pelo conselho diretivo através da norma 70/524/EEC. Porém, na perspectiva
Européia, todos os antibióticos e quimioterápicos usados como promotores de
crescimento seriam banidos até 01/2006, principalmente devido a suspeita de serem
causadores de resistência bacteriana.
O Brasil define as normas de inspeção e fiscalização de produtos destinados à
alimentação animal através da lei 6.198 de 26-12-74 e seu subsequente decreto 76.986
de 06-01-76. Afora isso, a Portaria 193, de 12-5-98, que dispõe de instruções de registro
e trata da vedação ao uso de cloranfenicol, tetraciclinas, penicilina e sulfonamidas
sistêmicas; a Portaria 31, de 29/01//2002, que proíbe produtos à base de arseniacais e
antimoniais para uso em rações visando a melhoria ou promoção do crescimento; a
Portaria 38, de 08/05/2002, que proíbe o uso, fabricação e importação de cloranfenicol e
nitrofuranos na pecuária nacional, revogada pela IN 9 de 27/6/2003, que proíbe o uso
veterinário e suscetível dessas substâncias; a IN 17 de 18/06/2004, que proíbe a
administração por qualquer meio na alimentação e produção de aves de substâncias
hormonais e de beta-agonistas; a IN 11 de 24/11/2004, que proibiu o uso de Olaquindox
como aditivo promotor de crescimento em animais produtores de alimentos. Em adição
existe o oficio circular 19/98 de 16/11 que suspende o uso de Avoparcina.
6. RESULTADOS DE ESTUDOS COM ADITIVOS PARA
MONOGÁSTRICOS
6.1 Efeitos da Utilização de Fitase na Alimentação de Frangos de Corte
Costa et al. (2007) testaram a adição de fitase em dois tipos de ração para
frangos de corte de 1 a 7 dias e de 8 a 21 dias, fases pré-inicial e inicial,
respectivamente, observando aumento de peso de 1,1 até 4,1% e melhoria de até 8,81%
na conversão alimentar de animais que receberam a enzima em suas dietas, quando
comparados aos que não receberam.
Fonte: Costa et al. (2007)
Os autores relataram que o aumento no ganho de peso pode ter ocorrido devido a
diminuição da viscosidade intestinal das aves, melhorando a digestibilidade ileal de
proteína bruta, cálcio e fósforo. Além disso, houve melhoria no aproveitamento da
proteína e aminoácidos possivelmente devido à quebra, por ação da fitase microbiana,
da molécula de ácido fítico, que tem a capacidade de se ligar às proteínas e reduzir a
atividade da pepsina, tripsina e amilase.
Fonte: Costa et al. (2007)
6.2 Antimicrobianos, Probióticos, Prebióticos e Extrato Vegetal na Alimentação de
Leitões
Utiyama et al. (2006) estudaram os efeitos de probióticos, prébióticos e extratos
vegetais como alternativas aos agentes antimicrobianos (promotores de crescimento),
sobre a microbiota intestinal, a ocorrência de diarreia e o desempenho de leitões
desmamados.
Os resultados demonstraram que nenhum dos tratamentos foi eficaz em definir
um perfil específico da microbiota intestinal para as variáveis estudadas
(microorganismos totais, gram-positivos totais, gram-negativos totais, Bacillus spp.,
Escherichia coli, Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Campylobacter coli,
Clostridium perfrigens) e no controle à ocorrência de diarreia. Entretanto, estes
resultados estão mais associados à possivelmente em decorrência de fatores como
procedência e estado sanitário e nutricional dos animais experimentais, melhor
qualidade das dietas experimentais e problemas na coleta e no transporte das amostras.
Tabela 4 – Médias de peso vivo (PV 35), consumo diário de ração (CDR 1-35), o ganho
diário de peso (GDP 1-35) e conversão alimentar (CA 1-35) no período de 35 dias de
experimentação.
Tratamento
Variável
PV 35 (kg)
CDR 1-35
(kg/dia)
GDP 1-35
(kg/dia)
CA 1-35
(kg/dia)
Controle 19,09±2,73b 0,602±0,11abc 0,373±0,06b 1,61±0,12
Antimicrobiano 21,92±2,55a 0,693±0,10a 0,453±0,06a 1,53±0,11
Probiótico 18,50±2,71b 0,549±0,11c O,356±0,08b 1,59±0,09
Prebiótico 20,84±2,97ab 0,652±0,11ab 0,432±0,07ab 1,54±0,09
Extrato vegetal 18,47±2,53b 0,549±0,09bc 0,354±0,07b 1,56±0,12
Média 19,76±2,90 0,609±0,12 0,392±0,08 1,57±0,11
Pr > F 0,0009 0,0005 0,0009 0,2947
CV (%) 11,34 14,54 16,35 6,97
Letras diferentes na coluna diferem significativamente pelo teste Tukey (P<0,05).
Fonte:Adaptado de Utiyama et al. (2006)
Os agentes antimicrobianos melhoraram o ganho diário nos períodos de 15 a 35
(+22%) e de 1 a 35 (21,4%) dias de experimentação, além disso, promoveram consumo
de ração e peso vivo também superiores aos demais tratamentos (tabela 4). Ressaltaram
ainda que os probióticos e os extratos vegetais não promoveram benefício dos animais.
O prebiótico, por sua vez, proporcionou desempenho equivalente ao tratamento com
antimicrobiano nos primeiros 14 dias experimentais, mas não melhorou a conversão
alimentar.
CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES
Em relação aos aditivos usados na fabricação de rações para monogástricos, o
uso responsável e prudente passa pela aplicação, na prática, da legislação vigente, dos
prazos de retirada do produto das rações, na identificação laboratorial de resíduos nos
produtos animais (carne, leite e ovos) e determinação da concentração do resíduo
encontrado. Sabe-se que alguns dos aditivos alimentares são eficientes na melhoria da
performance animal, na redução de poluentes ambientais e aumentam o lucro da
produção animal. Isso deve ser ponderado com os possíveis aspectos negativos do uso
não prudente. Devem ser usados somente aditivos aprovados, nos níveis recomendados
e para espécies ou fases indicadas pela pesquisa, devendo ser controlados a mistura e as
indicações de uso.
LITERATURA CONSULTADA
ARAUJO, D.M. Avaliação do farelo de trigo e enzimas exógenas na alimentação de
frangas e poedeiras. Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Paraíba, 66p.
2005.
ARAUJO, J. A.; SILVA, J. H. V.; AMÂNCIO, A. L. L.; LIMA, M. R.; LIMA, C. B.
Uso de Aditivos na Alimentação de Aves. Acta Veterinaria Brasílica, v.1, n.3, p.69-
77, 2007.
BERTECHINI, A.G. Nutrição de monogástricos. Lavras, M.G., Editora UFLA, 2006.
301p
COSTA, F. G. P.; BRANDÃO, P. A.; BRANDÃO. J. S.; SILVA, J. H. Efeito da enzima
fitase nas rações de frangos de corte, durante as fases pré-inicial e inicial. Ciência
Agrotécnica, Lavras, v. 31, n. 3, p. 865-870, maio/jun 2007.
HENN, J. D. Aditivos enzimáticos em dietas de suínos e aves. Seminário apresentado
na disciplina Bioquímica do Tecido Animal do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Veterinárias da UFGRS. 2002.
NUNES, I.J. Nutrição animal básica. 2. ed. Ver. Aum. Belo Horizonte: FEP-MVZ
Editora, 1998. 388 p.
SCHWARZ, K.K. Substituição de antimicrobianos por probióticos e prebióticos na
alimentação de frangos de corte. Dissertação de Mestrado em Ciências Veterinárias,
Universidade Federal do Paraná. 46p. 2002.

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Aditivos para monogástricos

  • 1. ADITIVOS NA NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS ARAGUAÍNA-TO 2012
  • 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ARAGUAÍNA ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA DISCIPLINA: BROMATOLOGIA PROFESSOR: DEBORAH ALVES ADITIVOS NA NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS Seminário apresentado como requisito para obtenção parcial da nota na disciplina de Bromatologia do curso de Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins. ACADÊMICOS: Bruna Gomes, Mirian Kariny, Ranniere Rodrigues, Rhaiza Alves, Syandra Souza e Thamara Oliveira. ARAGUAÍNA-TO 2012
  • 3. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO UTILIZADA PARA ADITIVOS 2. ADITIVOS PROMOTORES DE CRESCIMENTO 2.1 Antibiótico 2.1.1 Modo de Ação 2.2 Probióticos 2.3 Hormônios 2.3.1 Classificação dos hormônios 2.4 Sais de cobre e zinco 3. ADITIVOS ENZIMÁTICOS 3.1 Caracteristicas gerais das enzimas 3.2 Secreções enzimáticas endógenas 3.3 Produção industrial de enzimas 3.4 Modo de ação das enzimas exógenas 3.5 Fitase 3.6 Carboidrases 3.7 Proteases 4. ADITIVOS QUE AFETAM AS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS ALIMENTOS 5. NORMAS RELACIONADAS AO USO DE ADITIVOS 6. RESULTADOS DE ESTUDOS COM ADITIVOS PARA MONOGÁSTRICOS 6.1 Efeitos da Utilização de Fitase na Alimentação de Frangos de Corte 6.2 Antimicrobianos, Probióticos, Prebióticos e Extrato Vegetal na Alimentação de Leitões CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES LITERATURA CONSULTADA
  • 4. INTRODUÇÃO Para chegar aos padrões atuais de desempenho animal e eficiência produtiva foram necessários grandes avanços no que se refere à nutrição, à sanidade dos plantéis, às técnicas de manejo e de ambiência. Todos esses avanços são necessários para fazer com que todo o potencial genético dos animais seja alcançado. Para tanto, a utilização de modernos compostos, advindos da biotecnologia, é primordial, pois podem aumentar a produtividade e/ou reduzir os custos de produção. Vale ressaltar que a alimentação representa cerca de 70% do custo de produção (ARAÚJO et al., 2007). Quando são utilizados, por exemplo, alimentos alternativos, na maioria dos casos, se consegue diminuir os custos com a alimentação, entretanto os índices zootécnicos ficam comprometidos, devido à piora da utilização da energia e/ou proteína destes ingredientes pelos animais, principalmente pela presença de fatores tidos como antinutricionais. Na tentativa de reduzir este comprometimento, alguns artifícios são utilizados, como a adição de enzimas exógenas, probióticos, prebióticos, simbióticos e antibióticos nas dietas, que podem auxiliar de forma direta e/ou indiretamente o animal a utilizar mais eficientemente os nutrientes contidos neste tipo de ingredientes (SCHWARZ, 2002). Segundo a lei que regulamenta as normas de inspeção e fiscalização de produtos destinados à alimentação animal no Brasil, aditivos são substâncias adicionadas às rações com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique o seu valor nutritivo. Para o FDA (Food and Drugs Administration – USDA), aditivo é uma substância adicionada com a finalidade de melhorar seu desempenho, passível de ser utilizada sob determinadas normas e desde que não deixe resíduos no produto de consumo. Os aditivos são empregados com propósitos muito diversos, tais como melhorar a cor, aroma, estimular o crescimento ou aumentar a lucratividade da criação. Independentemente do fim para o qual são usados, vale destacar que sua aplicação possibilitou o enorme desenvolvimento ocorrido na indústria de rações. Além disso, no campo da nutrição animal, praticamente só resta aos aditivos a possibilidade de dar saltos tecnológicos de produtividade. A busca por alternativas, como os aditivos, na alimentação animal é realidade constante e estudos são necessários para que se possa afirmar até que ponto eles podem ou não ser utilizados, e em que condições e dimensões são realmente viáveis. 1. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO UTILIZADA PARA ADITIVOS Os termos promotor de crescimento ou aditivo são também usados e, algumas vezes, são associados na mídia com a conotação de prejudiciais à segurança alimentar. A falta de clara definição das categorias de microingredientes pode ser minimizada com a proposta classificatória oferecida por Adams (1999), que divide os alimentos em nutrientes e nutracêuticos. Entre os nutrientes estão os carboidratos, gorduras, proteínas, minerais, vitaminas e água. Os nutracêuticos são componentes de alimentos, os quais exercem um efeito benéfico sobre a saúde, em vez de contribuição direta na nutrição. Os nutracêuticos importantes são os antioxidantes, antimicrobianos, peptídeos, enzimas, oligossacarídeos, emulsificantes, flavorizantes e colorantes.
  • 5. Outra classificação é a que considera que na fórmula de ração comercial existem dois grupos de ingredientes, a) os macroingredientes, representados pelos cereais, ingredientes proteicos, subprodutos da indústria, gorduras, fontes de oligo-minerais, pré-misturas vitamínicas e de microlelementos e b) os microingredientes. O termo micro (10-6) é compatível com as quantidades que são usadas na formulação (mg/kg ou ppm). Os microingredientes podem ser descritos nas categorias funcionais abaixo, como apresentado por Rosen (1996). Nutrientes - Existem vários nutrientes (e.g. vitaminas A, B, C, D, E elementos traço, açucares, sais de ácidos orgânicos), cuja nomenclatura é muito clara sobre suas funções de nutrientes e outras adicionais definidas no grupo a que pertencem. Vitaminas, próvitaminas, substâncias quimicamente definidas e aminoácidos sintéticos, também usados em pequenas quantidades. Pró-nutrientes - São definidos como um microingrediente de uso em rações animais, que usados em pequena quantidade melhoram o valor intrínseco da mistura de nutrientes da dieta. Essas substâncias trabalham em benefício dos nutrientes. O termo está em oposto e de acordo com a terminologia existente de antinutrientes, os quais pioram o performance do animal. Por analogia, os prónutrientes melhoram o performance animal. Como um adjetivo, pró-nutriente serve para especificar uma função e natureza conjunta, e.g., um pró-nutriente enzimático ou pró-nutriente antibiótico. Coadjuvantes de elaboração - São substâncias ou preparações que tenham efeito demonstrável nas características dos alimentos. São conhecidos também com microingredientes tecnológicos e melhoram as propriedades de armazenamento, organolépticas e mistura dos alimentos. Os coadjuvantes de elaboração permitirem o uso de mecânica, umidade temperatura e energia no condicionamento do processo de fabricação de rações. Entre os exemplos estão os aromas, aglutinantes para peletização, antioxidantes, preservativos, emulsificantes e secantes para fluidez de misturas elaboradas. Profiláticos - Nessa categoria constam apenas os anticoccidianos e antihistomonas, os quais também podem ser incluídos nas rações medicadas com o propósito terapêutico. Para Bertechinni et al. (2006), atualmente, estes microingredientes são classificados de acordo com a sua natureza e função nas rações e podem ser divididos em quatro categorias: 1) Promotores de absorção, que são aditivos que melhoram a utilização dos nutrientes das rações e, como consequência poderá melhorar o ganho de peso e a conversão alimentar dos animais. 2) Substâncias profiláticas, que servem para proteção higiênica de enfermidades parasitárias, tais como coccidiose e enterites. 3) Substâncias auxiliares, que melhoram as características físico-químicas dos alimentos, não sendo necessárias do ponto de vista fisiológico da alimentação. 4) Enzimas exógenas, que são produtos da biotecnologia que somam às enzimas produzidas no trato digestório, para aumentar a digestão dos substratos não normalmente digeridos nas rações. 2. ADITIVOS PROMOTORES DE CRESCIMENTO 2.1 Antibiótico
  • 6. Os antibióticos são metabólitos naturais produzidos por fungos com habilidade de inibirem o crescimento bacteriano, alterando certas propriedades do metabolismo da célula bacteriana. Alguns antibióticos interferem na síntese e manutenção da parede celular enquanto outros interrompem o processo de tradução (durante o processo de síntese proteica) no ribossomo (FERKET,2003). O interesse pela utilização de antibióticos na alimentação dos animais baseia-se no fato de que eles promovem melhoria no desempenho, na conversão alimentar e diminuem a mortalidade devido a infecções clínicas e subclínicas. Em aves, alguns antibióticos é o estimulo à maior pigmentação da carcaça e da gema. De forma geral, os antibióticos são usados em rações de animais com três objetivos distintos, que seguem níveis de adição dentro de faixas mais ou menos fixas:  10 a 50 g/tonelada = promoção ou estímulo do crescimento;  75 a 100 g/tonelada = prevenção de doenças; e,  150 a 500 g/tonelada = curativo ( rações medicadas ou medicamentosas) O uso de antibióticos como melhorador de desempenho na indústria animal tem sido questionado por cientistas, consumidores e agentes de saúde do governo, devido ao potencial de desenvolvimento de bactérias resistentes, incluindo cepas patogênicas. Segundo Bresslau (2009), os aditivos antimicrobianos autorizados para uso em avicultura são avilamicina, bacitracina metileno disalicilato, bacitracina de zinco, clorexidina, colistina, enramicina, entre outros. Os aditivos proibido na alimentação animal são: avoparcina, penicilina, tetraciclinas, sulfonamidas sistêmicas, arsenicais e antimoniais, hormônios como aditivos alimentares em aves, entre outros. 2.1.1 Modo de Ação Não está perfeitamente elucidado como os antibióticos estimulam o crescimento e a produção. No entanto, podem ser identificados pelo menos quatro modos de ação, encadeados entre si, conduzindo ao efeito estimulante do crescimento:  Estimulam a proliferação de microrganismos sintetizadores de nutrientes e inibem o crescimento daqueles competidores (com o animal) por nutrientes;  Inibem a proliferação de microrganismos produtores de amônia e outras substâncias nitrogenadas tóxicas, principalmente aminas biogênicas, nos intestinos;  Sendo menores agredida, a parede intestinal se reduz em espessura, o que facilita a absorção e aumenta a disponibilidade de nutrientes, como cálcio, fósforo e magnésio;  Como resultado geral, ocorre um aumento no consumo de água e alimentos. A resposta do animal depende da espécie, idade, ambiente tipo de ração e de manejo. Quanto piores as condições de criação, maior será a resposta do animal, que é mais proeminente nas primeiras fases da criação e, de forma geral, pode ser resumida assim, tanto para ganho de peso quanto para conversão alimentar:  Frango de corte, de um dia até o abate: 10%;  Leitões, até 50kg: 10 a 15%.
  • 7. 2.2 Probióticos Devido ao aumento das restrições do uso de promotores de crescimento antibióticos, principalmente destinados ao mercado externo ( europeu e japonês), alternativas têm sido estudadas e colocadas no mercado. E como alternativa ao uso de promotores de crescimento antibióticos na alimentação animal, os estudos indicam a possibilidade de se utilizar probióticos, prebióticos e simbióticos. Os probióticos são cepas de microrganismos vivos(viáveis) que agem como auxiliares na recomposição da flora microbiana do trato digestivo dos animais, diminuindo o número dos microrganismos patogênicos ou indesejáveis. Segundo Walker e Duft (1998) a probiose é a capacidade dos microrganismos normais do trato gastrintestinal de resistir ao crescimento exagerado de cepas anormais e ao estabelecimento de cepas invasivas, sendo os probióticos utilizados para reforçar ou restabelecer esta probiose quando for quebrada por fatores adversos. Os probióticos podem conter bactérias totalmente conhecidas, ou culturas bacterianas não definidas. Enterococcus, Bacteriódes, Eubacterium e especialmente Lactobacillus e Bifidobacterium estão presentes em todas as misturas de culturas definidas. É importante que as bactérias sejam hospedeiro-específicas para que a máxima eficácia do produto seja atingida. Há probióticos com diferentes coposições de microrganismos e, mesmo aqueles pertencentes à mesma espécie podem apresentar diferentes cepas. Os probióticos podem ser aplicados de várias formas, como: adicionados às rações, na água de bebida, em cápsulas gelatinosas, inoculação em ovos de aves embrionadas e na cama usada pelas aves (BUTOLO, 2001). Um bom probiótico deve possuir as seguintes características: sobreviver às condições adversas do trato gastrintestinal, como à ação da bile e dos outros sucos (gástrico, pancreático e entérico), e assim ter recomendações de permanecer no ecossistema intestinal; ã ser tóxico nem patogênico para o homem e para animais; ser estável durante a estocagem e permanecer viável por longos períodos em condições normais de armazenamento; e finalmente, ter capacidade antagônica às bactérias intestinais indesejáveis e promover efeitos comprovadamente benéficos ao hospedeiro Jin et al.(1997) e Toumut (1998). Nunes (1998) cita alguns mecanismos de ação dos probióticos com: aumento da produção de ácido lático, com diminuição do pH intestinal, o que é prejudicial aos patogênicos; produção de peróxido de hidrogênio, que tem ação bacteriana conhecida; produção de substâncias antibióticas conhecidas como acidofilina, acidolina, lactobacilina e niasina; produção de enzimas digestivas, sendo a sua ação sinérgica com as do enterócito, especialmente e de modo particular importante, para animais muito novos; alteração do potencial de redução/oxidação do intestino, o que inibe as bactérias patogênicas; prevenção do acúmulo de aminas tóxicas e de amônia, pela redução do crescimento dos organismos que as produzem; aderem-se firmemente à mucosa intestinal, profundamente nas criptas, impedindo a colonização de agentes patogênicos (antagonismo competitivo).
  • 8. As bactérias dos probióticos se nutrem de ingredientes que foram parcialmente degradadas pelas enzimas digestivas normais, ou que foram intencionalmente adicionadas à dieta como prebióticos. Essas bactérias podem produzir e liberal compostos como as bacteriocinas, ácidos orgânicos, como o propiônico, o acético, o butírico e o lático. As bacteriocinas são substâncias proteicas e antibióticas de ação local, que inibem o crescimento de patógenos intestinais e que têm ausência de letalidade para as células produtoras (GHADBAN, 2002). Os probióticos promovem o equilíbrio da microflora intestinal e melhoram o ganho de peso e a eficiência alimentar das aves, justamente por competirem com os patógenos no intestino e evitarem lesões no vilo, permitindo a regeneração da mucosa intestinal. Esta competição em que os microrganismos benéficos são favorecidos é importante, pois o desequilíbrio em favor de bactérias indesejáveis pode resultar em infecção intestinal, o que compromete a digestibilidade dos nutrientes da ração. 2.3 Hormônios Os hormônios anabolizantes são usados, há mais de 40 anos, como aditivos de rações ou sob forma de pequenos péletes implantados nos animais (por consenso entre órgãos de pesquisa e os de fiscalização, “hormônio anabolizante” é aquele que promove síntese protéica). Enquanto alguns países aprovam legalmente o uso desses compostos, outros o proíbem estritamente, particularmente quanto aos “estrógenos”. As diretrizes tomadas obedeceram a diversos critérios nos vários países, e, algumas vezes, dentro do mesmo país em épocas diferentes. Em geral, os benefícios e eficiência dos hormônios anabólicos têm sido bem demonstrados, e o seu uso é visto também como benefício à saúde animal, desde que usados dentro das recomendações. 2.3.1 Classificação dos hormônios Os hormônios são classificados em anabolizantes, catabolizantes, e anti-hormonais, segundo o respectivo efeito que exercem sobre o metabolismo animal, especialmente na síntese protéica. Hoje em dia, em respeito à importância que tomaram os resíduos dessas substâncias, pode ser mais adequada, sob um ponto de vista toxicofarmacológico, a classificação de endógenos (naturais ou idênticos aos produzidos pelos animais) e exógeno( toda substância estranha introduzida no organismo animal).  Esteróides Endógenos: Estão presentes em todos os animais; entretanto, a taxa de produção e seus níveis plasmáticos variam dependendo do sexo, idade e estágio fisiológico. Deve-se levar em consideração quanto a seu uso, pois pode apresentar uma baixa disponibilidade quando ingeridos, porque são rapidamente degradadas.  Esteróides Exógenos: Podem também ser chamado de hormônio do crescimento. Por exemplo, trabalhos ainda limitados em número com o hormônio GH, com suínos, sugerem que a porca em lactação, injetada subcultaneamente com 8,22
  • 9. mg/dia, pode aumentar a produção de leite na ordem de 20%, resultando num concomitante aumento de peso dos leitões, à desmama. 2.4 Sais de cobre e zinco Os minerais são nutrientes com função plástica e reguladora do organismo. Eles são tão importantes quanto às vitaminas e, sem eles, o organismo não realiza, de forma eficaz, as funções metabólicas. - Importância do cobre para suínos:  O cobre colabora na síntese de hemoglobina, ativação e formação de várias enzimas;  O cobre também estimula a lipase (enzima que quebra gordura) e a fosfolipase, proporcionando melhora na digestibilidade de gordura da dieta;  A deficiência de cobre leva a problemas de casco e do sistema imunológico. - Importância do zinco para suínos:  O zinco age como cofator de inúmeras enzimas, dentre elas - anidrase carbônica, fosfatase alcalina, carboxipeptidase, RNA e DNA polimerase e álcool desidrogenase que colaboram na síntese de proteína e no funcionamento adequado dos sistemas digestivo, reprodutivo e imunológico;  A deficiência de zinco causa redução no crescimento e desempenho reprodutivo, além de anormalidades no pêlo. - Importância do cobre para aves:  Componente essencial em diversos sistemas, diretamente relacionado com a formação de células sanguíneas, formação óssea e pigmentação de plumagem, além de interagir com zinco e com o ferro, ajudando na absorção dos mesmos. Sua deficiência diminui a absorção do ferro, em casos extremos de deficiência pode ocorrer falha na composição da medula espinhal podendo ocorrer até necrose cerebral. - Importância do zinco para aves:  É constituinte de diversas enzimas, e de grande importância no metabolismo dos ácidos nucléicos. Sua deficiência causa diarréias, dermatites orais e periorais e queda das penas. 3. ADITIVOS ENZIMÁTICOS 3.1 Caracteristicas gerais das enzimas A secreção enzimática é ativada pela presença do substrato ao qual será responsável pela digestão. Cada enzima é, em algum grau, especifica para certo substrato, apresentando estrutura adequada para atuar neste substrato. Sitio ativo – é uma pequena região na enzima (fenda espacial nas moléculas) onde ocorrem reações químicas; contém aminoácidos cujas cadeias laterais criam uma superfície complementar ao substrato. Permite que as enzimas atuem na ruptura de uma determinada ligação química. O sitio ativo liga-se ao substrato, formando um complexo
  • 10. enzima-substrato que será convertido à enzima e produto pode ser visto na figura abaixo. Temperatura – influencia na velocidade das reações, quando a temperatura aumenta a velocidade da reação inicialmente aumenta em virtude da energia cinética aumentada das moléculas com o substrato. Temperaturas excessivas são letais nas estruturas das enzimas pH – o pH ótimo varia para diferentes enzimas, a concentração de H+ afeta a velocidade das reações, elas são desnaturadas em pH extremos. Por exemplo, a pepsina digestiva do estomago, é ao máximo ativada em pH 2, enquanto que outras enzimas, destinadas em funcionar em pH neutro, são desnaturadas neste pH ácido, devendo ser protegido ao passar pelo estômago. 3.2 Secreções enzimáticas endógenas Os suínos apresentam deficiência de certas enzimas nas primeiras semanas de idade, pois dispõem de um único substrato que é o leite. Em aleitamento possuem a lactase como enzima fundamental para digestão de açúcar. Na fase pós desmama dependendo do tipo de alimentação sólida que o animal recebeu durante a lactação (ração) ele poderá necessitar de alguns dias para ter as enzimas amilase, maltase e sacarase disponíveis em quantidades adequadas. O mesmo ocorre com a secreção de lipase e de protease, que também dependem dos substratos para a sua ativação. Na natureza o leitão consome leite até cerca de 60 dias de idade, quando ocorrerá o desmame natural pela falta de leite da mãe. Nas criações industriais e intensivas, com o intuito de obter alta produtividade o desmame ocorre ainda com o leitão imaturo, com produção muito pequena de enzimas, com exceção da lipase. Contorna-se este problema administrando dietas altamente digestíveis ou até pré- digeridas e a suplementação das dietas com enzimas exógenas (fase de produção insuficiente de enzimas). Este fenômeno ocorre também em aves. Os pintos ao eclodir não dispõem de enzimas que digerem os glicídios e os lipídeos. Eles já dispõem de protease. Existem enzimas que não são secretadas mesmo na presença de substratos (Celulase, hemicelulase, xilanase, fitase, e outras). Não são secretadas porque o código genético dos monogástricos não dispõe da indicação para sua síntese. A inclusão de enzimas digestivas exógenas nas dietas avícolas reduz a síntese de enzimas endógenas, em consequência, o organismo teria a disposição mais aminoácidos para síntese proteica. Segundo autor observou-se que a tripsina, quimiotripsina, lípase e
  • 11. amilase, tiveram redução de 40% da secreção duodenal quando as dietas foram suplementadas com estas enzimas exógenas. Supõe-se que as secreções de enzimas pancreáticas seja afetada pela concentração de enzimas no intestino delgado e/ou substrato ou produtos de hidrólise. 3.3 Produção industrial de enzimas A biotecnologia moderna possibilita a produção industrial de enzimas especificas para certas áreas de aplicação. Diversos tipo de fungos, bactérias e leveduras podem produzir enzimas, por meio de técnicas de recombinação de DNA e mutações. A fitase industrial é obtida através da recombinação gênica dos fungos Aspergillus niger e Aspergillus ficum. O produto é um pó e apresenta-se misturado ao farelo de trigo, utilizado como veículo, que lhe dá a cor marrom clara. A celulase é obtida através da extração da fermentação do Trchoderma viride produto é um pó e misturado ao amido de milho com corante amarelo. Existem três grupos de enzimas disponíveis no mercado:  Enzimas para alimentos com baixa viscosidade;  Enzimas para alimentos com alta viscosidade;  Enzimas para degradar ácido fítico dos grãos vegetais. 3.4 Modo de ação das enzimas exógenas Os resultados de diversas pesquisa indicam que as enzimas exógenas apresentam quatro formas principais de atuação:  Provoca a ruptura da paredes celulares das fibras;  Reduz a viscosidade, devido a fibra solúvel, na digesta do intestino proximal;  Degrada as proteínas (reduz fatores anti-nutricionais);  Suplementada a produção de enzimas endógenas do animal, cuja ação é mais importante animais jovens. Enzima Substrato Efeitos Xilanase Arabinoxilanas Reduz viscosidade da digesta Glucanases B-glucanas Reduz viscosidade da digesta. Menor umidade na cama Pectinase Pectinas Reduz viscosidade da digesta Celulase Proteínas Suplementação das enzimas endógenas degradação mais eficiente de PTN Fitase Acido fítico Melhora a utilização do fosforo dos vegetais. Remoção do ácido fítico Amilase Amido Suplementação das enzimas endógenas degradação mais eficiente do amido Lipase Lipídeos e ácidos graxos Melhora a utilização de gorduras animais e vegetais Adaptado de Henn (2002)
  • 12. 3.5 Fitase Fitase (mio-inositl-hexaquifosfato fosfohidrolase, EC 3.1.3.8) é uma enzima que catalisa a liberação do fosfato de fitato (mio-inositl-hexaquifosfato), o qual é a principal forma de liberação de fosforo predominante ocorrendo em grãos cereais, legumes e sementes oleaginosas. Sabe-se que a maior parte do P contido nos ingredientes são os principais componentes das dietas de suínos e aves, esta na forma de fitato. A interação entre fitatos e proteínas se da por ligação iônica que depende das condições de pH. Com pH baixo, o fitato forma ligações eletrostáticas com resíduos básicos como a arginina, lisina e ponto isoelétrico, a carga da proteína é neutra e ela irá se ligar ao fitato. São inibidores de enzimas endógenas, como pepsina, amilase ou tripsina; agem transferindo o grupo fosfato do substrato para enzima e da enzima para a água. Produz- se mio-inositol penta, tetra, bi e monofosfato como produtos intermediários. Imagem da estrutura da molécula de fitase As enzimas adicionadas ao alimento seco são ativadas no trato digestivo quando são misturadas aos fluidos digestivos e son temperatura do organismo. Máxima ação no estômago e porção inicial do intestino delgado (duodeno, por difusão ativa e passiva). Com intuito de atender as necessidades dos suínos em P com base ao fosfato inorgânico tenta-se estabelecer as exigências. Porem, suínos e aves não degradam os polissacarídeos não amilaceos (PNA). 3.6 Carboidrases Os PNA são resistentes a hidrolise no trato gastrointestinal dos não ruminantes. As sementes oleaginosas (soja, canola, os grãos de cereais, entre outros) e seus subprodutos apresentam PNA em sua composição. A PNA é degradada principalmente por xilanases, celulases e as glucanases, que não são sintetizadas pelos não ruminantes. As aves não produzem enzimas suficientes para degradar a fibra, acaba por afetar a digestão impedindo enzimas digestivas endógenas atingem substrato alvo. Dietas com alta viscosidade, as enzimas atuam na redução da viscosidade da digesta, degradam os complexos e fibras solúveis responsáveis em causar viscosidade, otimizando a digestão dos nutrientes, diminuindo o consumo de água, umidade da cama. Facilita o acesso das enzimas endógenas aos nutrientes encapsulados dentro das paredes ricas em fibra.
  • 13. As dietas com baixa viscosidade (milho, sorgo e soja) estão sendo pesquisadas para adição de enzimas (amilase, protease, lipase e xilanase) pois são ingredientes mais usados aqui no Brasil na produção animal e podem ter a digestibilidade melhorada. Ressalta-se que nem sempre a suplementação de enzimas digestivas proporciona resposta positiva. Elas atuam em substrato especifico a dieta, em dosagem correta, adequada capacidade da enzimas em ultrapassar barreiras do estomago(pH, ação das enzimas proteolíticas com a pepsina, temperatura no processamento da ração). 3.7 Proteases Proteinases, peptidases ou enzimas proteolíticas são enzimas que quebram ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas. O processo é chamado de clivagem proteolítica, um mecanismo comum de ativação ou inativação de enzimas envolvido principalmente na digestão e na coagulação sanguínea. Como uma molécula de água é utilizada no processo, as proteases são classificadas como hidrolases. São em endopeptidases ou proteinases e exopetidases, de acordo com a posição da ligação peptídica a ser clivada na cadeia peptídica. Endopeptidases atuam preferencialmente nas regiões internas da cadeia polipeptídica, entre as regiões N- e C- terminal. A presença de grupos α-amino ou α-carboxila tem um efeito negativo na atividade da enzima. As exopeptidases atuam somente nos finais das cadeias polipeptídicas na região N ou C terminal. Aquelas que atuam na região amino terminal livre liberam um único resíduo de aminoácido (aminopeptidases), um dipeptídeo (dipeptidil-peptidases) ou um tripeptídeo (tripeptidil-peptidases). 4. ADITIVOS QUE AFETAM AS CARACTERÍSTICAS FÍSICO- QUÍMICAS DOS ALIMENTOS Seguindo o conceito de aditivos: de que são adicionados às rações com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique o seu valor nutritivo. Temos alguns aditivos específicos que atuam diretamente nas propriedades, qualidades, e absorção de um alimento, no caso a ração, um conjunto de nutrientes processados e modificados para fornecer e promover o melhor para o animal. Dentre os aditivos que influenciam na estabilidade, processamento ou propriedades físicas e nutritivas dos alimentos temos os antifúngicos, antioxidantes e aglutinantes. Os antifúngicos são substancias utilizados nos grãos ou rações com a finalidade de prevenir ou eliminar a presença de fungos e a possível ocorrência de micotoxinas. A utilização desse aditivo prevê o não desenvolvimento dos esporos fúngicos em qualquer fase do desenvolvimento do grão ou na estocagem das rações. Os antifúngicos mais empregados hoje como aditivos nos ingredientes e/ou rações são os ácidos orgânicos. Já os antioxidantes, são substâncias que visam evitar à auto-oxidação dos alimentos, preservando o alimento, retardando a sua deterioração, rancificação e perda de coloração devido a oxidação. A natureza lipídica dos ingredientes que compõem as
  • 14. rações é variável e o processo de oxidação lipídica pode ocorrer a qualquer momento e pode produzir radicais livres. Além de gorduras, os pigmentos e vitaminas ficam sujeitos a oxidação quando em contato com o ar. Fatores envolvidos com o processamento dos alimentos, como umidade e calor podem acelerar a oxidação. Os antioxidantes são usados para inibir esse processo e são substâncias usadas para a preservação do alimento retardando a sua deterioração e perda de coloração devido a oxidação. A ação dos antioxidantes se dá por:  Doação de H pelo antioxidante;  Doação de elétron pelo antioxidante;  Incorporação do lipídeo ao antioxidante;  Formação de um complexo entre o lipídeo e o antioxidante. Os dois primeiros mecanismos (doação de H e elétrons) são os principais mecanismos de ação dos antioxidantes. É importante salientar que alguns compostos (ácido cítrico, ácido tartárico e ácido fosfórico) apresentam efeito sinérgico com antioxidantes, prevenindo a oxidação de óleos e gorduras. Portanto, é possível fazer uma mistura de antioxidantes e compostos sinérgicos a fim de reduzir oxidação. Especificamente a formação de radicais livres, geralmente catalisadas por íons metálicos, não pode ser evitada pelos antioxidantes, mas a incorporação de um agente quelante dá condições para tal, pois esse se complexa com os íons metálicos. Antioxidantes devem ser adicionados aos alimentos e às rações o mais rápido possível para inibir o início da oxidação. Estes microingredientes não podem reverter o processo de oxidação, uma vez ocorrido. Entretanto, os antioxidantes podem retardar o processo oxidativo de maiores consequências. A doação de H é um possível mecanismo de ação que os antioxidantes utilizam. Esta ação é exercida por antioxidantes naturais e artificiais. A vitamina E, e o ácido ascórbico são exemplos de antioxidantes naturais, enquanto que BHT, BHA e Etoxiquim são exemplos de antioxidantes sintéticos. O butil-hidroxi-tolueno (BHT), etoxiquin e o butil-hidroxi- anisol (BHA) são utilizados na concentração de 100 a 150 g/t com a finalidade de antioxidante, podendo associarem-se e mostrarem sinergismo ao acido cítrico. Outros aditivos que influenciam na estabilidade do alimento são os aglutinantes. Os aglutinantes são substancias naturais ou artificiais que auxiliam e melhoram o processo de peletização das rações, promovendo maior produtividade, aumento da qualidade e durabilidade dos peletes, aumentando a durabilidade e permitindo a adição de óleos e gorduras em produtos prensados. Dentre os aglutinantes usados temos a betonita que é uma argila natural, do tipo montimorilonito, um mineral de silicato de alumínio, proteína isolada e condensado e uréia-formaldeido. Há outra classificação para aditivos que influência nas propriedades dos alimentos, eles são os aromatizantes, palatabilizantes, pigmentantes e flavorizantes. O aroma em muitos casos indica a qualidade do alimento. Os aromatizantes artificiais ou naturais conferem o aroma ao produto destinado à alimentação, melhorando sua aceitação e, consequentemente, estimulando o seu consumo pelo animal. Provocam as atividades de secreção das glândulas, favorecendo o aproveitamento do alimento pelo organismo.
  • 15. PRINCIPAIS AROMATIZANTES E SUAS DESTINAÇÕES NAS RAÇÕES AROMATIZANTES DESTINAÇÃO Alho Cães e Gatos Anis Suínos Baunilha Equinos Chocolates Suínos Morango Suínos Já os palatabilizantes são substancias que modificam o paladar dos produtos destinados à alimentação animal, melhorando a sua aceitação e consequentemente estimulando seu consumo. A maioria das pesquisas diz que os benefícios desses aditivos são limitados, exceto quando são usados com o objetivo de mascarar odores e sabores indesejáveis. Os flavorizantes são aditivos utilizados para normalizar ou melhorar o sabor e o odor dos alimentos, facilitando assim, o consumo dos mesmos. As preferências dos animais podem não coincidir com a das pessoas e, ainda, não ser as mesmas para espécies diferentes entre animais de uma mesma espécie, podem de idades diferentes. Outros tipos de aditivos importantes afetam diretamente a saúde do animal, já que interferem no balanço da microflora intestinal, são os pré-bióticos, pro-bióticos e simbióticos. Os pré-bióticos são definidos como ingredientes alimentares não digestíveis que beneficiam o animal por estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de uma ou poucas bactérias no intestino, principalmente os lactobacilos e bifidobactérias, melhorando a saúde animal. As bactérias utilizam como substrato os oligossacarídeos que não são digestíveis para os animais. A arabinose, galactose, manose e lactose são alguns dos oligossacarídeos, mas não são tão indicados quando os mananoligossacarídeos (MOS) que estimulam o crescimento e ativam o metabolismo de bactérias benéficas, atuam como bloqueadores de sítios de aderência de bactérias patogênicas, imobilizando e reduzindo a capacidade de se manterem no TGI, como as cepas de E. coli e salmonelas. Da mesma série de aditivos utilizados para interferir na microbiologia intestinal estão os aditivos simbióticos. Os aditivos simbióticos consistem na mistura de microrganismos pro-bióticos e pré-bióticos, com a finalidade de estimular o desenvolvimento, atividade e potencializar os efeitos de ambos os produtos. Aditivos que exercem influência direta na saúde do animal são os aditivos que contem substâncias profiláticas, importantes para acabar ou prevenir a ação de organismos patogênicos, um exemplo dessas substancias são os anticoccidianos. A coccidiose em aves é causada por protozoários do gênero Eimeria, uma parasitose caracterizada por lesões intestinais que causam perdas econômicas importantes para o setor de produção de frangos de corte. Para conseguir controlar a coccidiose, são utilizados os chamados anticoccidianos, que são produtos adicionados na ração dos animais que tem a função de prevenir esta infecção nos animais. Anticoccidianos correspondem por uma vasta lista de produtos que podem ser ionóforos (produzidos a partir da fermentação de vários microrganismos ou ainda alguns quimioterápicos (compostos químicos sintéticos, ou antibióticos). São os
  • 16. produtos que têm mais viabilidade para serem usados pela indústria, além de serem de fácil aplicação. Os anticoccidianos mais usados são amprolium, nicarbazina, halofuginona e diclazuril. 5. NORMAS RELACIONADAS AO USO DE ADITIVOS É indispensável que as indicações técnicas de todos os microingredientes de formulação sejam rigorosamente seguidas por todos aqueles que decidem sobre o uso nas rações ou, que trabalhem na venda direta de produtos nas propriedades onde se realiza a produção animal. Entretanto, isso não é suficiente sendo necessário que se melhore o programa de fiscalização e controle de resíduos nos produtos finais. Não fica garantido que a proibição elimina o uso, uma vez que há deficiência na fiscalização de venda e de uso de drogas veterinárias e de promotores de crescimento. Também há dificuldades pela estrutura oficial insuficiente para aplicação de técnicas laboratoriais no país, conforme descrito no relatório de visita da equipe veterinária da Europa no Brasil. O programa nacional de resíduos, conduzido pelo Serviço de Inspeção de Segurança Alimentar (FSIS) do USDA (2003) tem por base um sistema composto por três formas de acompanhamento de resíduos que são: a) monitoramento, b) testagem dirigida e c) testes exploratórios. O monitoramento envolve a amostragem de população de uma espécie ou categoria animal no período de um ano em base nacional. O sistema de testes obrigatórios (fiscalização) consiste na análise e controle de amostras individuais indicadas pelo programa de monitoramento, ou de lotes com história prévia de violações ou com sinais clínicos no rebanho, ou ainda por decisão regional ou por observações pessoais. O programa de testes exploratórios tem a finalidade de pesquisar sobre o aparecimento de resíduos de quaisquer substâncias, mas não tem objetivo de regular ou indicar outros sistemas. Em geral aplica-se à amostras que passaram pelo serviço de inspeção do USDA. Em 2000, foram analisadas 368 mil amostras de carnes, das quais 208 mil para resíduos de antibióticos em laboratórios do FSIS/USDA. Com inicio na Suécia em 1986 e depois expandindo o conceito pela União Européia, o assunto sobre aditivos promotores de crescimento tem sido bastante discutido e polêmico. Em 1997, a comissão de aditivos antimicrobianos para rações reuniu em seu relatório, as normas de uso de aditivos. Os aditivos antimicrobianos são permitidos pelo conselho diretivo através da norma 70/524/EEC. Porém, na perspectiva Européia, todos os antibióticos e quimioterápicos usados como promotores de crescimento seriam banidos até 01/2006, principalmente devido a suspeita de serem causadores de resistência bacteriana. O Brasil define as normas de inspeção e fiscalização de produtos destinados à alimentação animal através da lei 6.198 de 26-12-74 e seu subsequente decreto 76.986 de 06-01-76. Afora isso, a Portaria 193, de 12-5-98, que dispõe de instruções de registro e trata da vedação ao uso de cloranfenicol, tetraciclinas, penicilina e sulfonamidas sistêmicas; a Portaria 31, de 29/01//2002, que proíbe produtos à base de arseniacais e antimoniais para uso em rações visando a melhoria ou promoção do crescimento; a Portaria 38, de 08/05/2002, que proíbe o uso, fabricação e importação de cloranfenicol e nitrofuranos na pecuária nacional, revogada pela IN 9 de 27/6/2003, que proíbe o uso veterinário e suscetível dessas substâncias; a IN 17 de 18/06/2004, que proíbe a administração por qualquer meio na alimentação e produção de aves de substâncias hormonais e de beta-agonistas; a IN 11 de 24/11/2004, que proibiu o uso de Olaquindox como aditivo promotor de crescimento em animais produtores de alimentos. Em adição existe o oficio circular 19/98 de 16/11 que suspende o uso de Avoparcina.
  • 17. 6. RESULTADOS DE ESTUDOS COM ADITIVOS PARA MONOGÁSTRICOS 6.1 Efeitos da Utilização de Fitase na Alimentação de Frangos de Corte Costa et al. (2007) testaram a adição de fitase em dois tipos de ração para frangos de corte de 1 a 7 dias e de 8 a 21 dias, fases pré-inicial e inicial, respectivamente, observando aumento de peso de 1,1 até 4,1% e melhoria de até 8,81% na conversão alimentar de animais que receberam a enzima em suas dietas, quando comparados aos que não receberam. Fonte: Costa et al. (2007) Os autores relataram que o aumento no ganho de peso pode ter ocorrido devido a diminuição da viscosidade intestinal das aves, melhorando a digestibilidade ileal de proteína bruta, cálcio e fósforo. Além disso, houve melhoria no aproveitamento da proteína e aminoácidos possivelmente devido à quebra, por ação da fitase microbiana, da molécula de ácido fítico, que tem a capacidade de se ligar às proteínas e reduzir a atividade da pepsina, tripsina e amilase. Fonte: Costa et al. (2007) 6.2 Antimicrobianos, Probióticos, Prebióticos e Extrato Vegetal na Alimentação de Leitões Utiyama et al. (2006) estudaram os efeitos de probióticos, prébióticos e extratos vegetais como alternativas aos agentes antimicrobianos (promotores de crescimento), sobre a microbiota intestinal, a ocorrência de diarreia e o desempenho de leitões desmamados. Os resultados demonstraram que nenhum dos tratamentos foi eficaz em definir um perfil específico da microbiota intestinal para as variáveis estudadas
  • 18. (microorganismos totais, gram-positivos totais, gram-negativos totais, Bacillus spp., Escherichia coli, Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Campylobacter coli, Clostridium perfrigens) e no controle à ocorrência de diarreia. Entretanto, estes resultados estão mais associados à possivelmente em decorrência de fatores como procedência e estado sanitário e nutricional dos animais experimentais, melhor qualidade das dietas experimentais e problemas na coleta e no transporte das amostras. Tabela 4 – Médias de peso vivo (PV 35), consumo diário de ração (CDR 1-35), o ganho diário de peso (GDP 1-35) e conversão alimentar (CA 1-35) no período de 35 dias de experimentação. Tratamento Variável PV 35 (kg) CDR 1-35 (kg/dia) GDP 1-35 (kg/dia) CA 1-35 (kg/dia) Controle 19,09±2,73b 0,602±0,11abc 0,373±0,06b 1,61±0,12 Antimicrobiano 21,92±2,55a 0,693±0,10a 0,453±0,06a 1,53±0,11 Probiótico 18,50±2,71b 0,549±0,11c O,356±0,08b 1,59±0,09 Prebiótico 20,84±2,97ab 0,652±0,11ab 0,432±0,07ab 1,54±0,09 Extrato vegetal 18,47±2,53b 0,549±0,09bc 0,354±0,07b 1,56±0,12 Média 19,76±2,90 0,609±0,12 0,392±0,08 1,57±0,11 Pr > F 0,0009 0,0005 0,0009 0,2947 CV (%) 11,34 14,54 16,35 6,97 Letras diferentes na coluna diferem significativamente pelo teste Tukey (P<0,05). Fonte:Adaptado de Utiyama et al. (2006) Os agentes antimicrobianos melhoraram o ganho diário nos períodos de 15 a 35 (+22%) e de 1 a 35 (21,4%) dias de experimentação, além disso, promoveram consumo de ração e peso vivo também superiores aos demais tratamentos (tabela 4). Ressaltaram ainda que os probióticos e os extratos vegetais não promoveram benefício dos animais. O prebiótico, por sua vez, proporcionou desempenho equivalente ao tratamento com antimicrobiano nos primeiros 14 dias experimentais, mas não melhorou a conversão alimentar. CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES Em relação aos aditivos usados na fabricação de rações para monogástricos, o uso responsável e prudente passa pela aplicação, na prática, da legislação vigente, dos prazos de retirada do produto das rações, na identificação laboratorial de resíduos nos produtos animais (carne, leite e ovos) e determinação da concentração do resíduo encontrado. Sabe-se que alguns dos aditivos alimentares são eficientes na melhoria da performance animal, na redução de poluentes ambientais e aumentam o lucro da produção animal. Isso deve ser ponderado com os possíveis aspectos negativos do uso não prudente. Devem ser usados somente aditivos aprovados, nos níveis recomendados e para espécies ou fases indicadas pela pesquisa, devendo ser controlados a mistura e as indicações de uso.
  • 19. LITERATURA CONSULTADA ARAUJO, D.M. Avaliação do farelo de trigo e enzimas exógenas na alimentação de frangas e poedeiras. Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Paraíba, 66p. 2005. ARAUJO, J. A.; SILVA, J. H. V.; AMÂNCIO, A. L. L.; LIMA, M. R.; LIMA, C. B. Uso de Aditivos na Alimentação de Aves. Acta Veterinaria Brasílica, v.1, n.3, p.69- 77, 2007. BERTECHINI, A.G. Nutrição de monogástricos. Lavras, M.G., Editora UFLA, 2006. 301p COSTA, F. G. P.; BRANDÃO, P. A.; BRANDÃO. J. S.; SILVA, J. H. Efeito da enzima fitase nas rações de frangos de corte, durante as fases pré-inicial e inicial. Ciência Agrotécnica, Lavras, v. 31, n. 3, p. 865-870, maio/jun 2007. HENN, J. D. Aditivos enzimáticos em dietas de suínos e aves. Seminário apresentado na disciplina Bioquímica do Tecido Animal do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da UFGRS. 2002. NUNES, I.J. Nutrição animal básica. 2. ed. Ver. Aum. Belo Horizonte: FEP-MVZ Editora, 1998. 388 p. SCHWARZ, K.K. Substituição de antimicrobianos por probióticos e prebióticos na alimentação de frangos de corte. Dissertação de Mestrado em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Paraná. 46p. 2002.