A Ecologia olha para o ser humano, da mesma forma que olha para as outras formas de vida, como um produto de um processo evolutivo, num complexo sistema interdependente e interconectado constituído pelos seres vivos. Esta forma científica reverte para um juízo moral, em que não há seres mais importantes do que outros. Para Taylor, cada organismo é per se um centro teleológico de vida, portador de dignidade inerente, o que lhe confere o estatuto de sujeito moral, não devendo ser tratado como meio para o fim de alguém. Assim, o ser humano é moralmente obrigado a proteger e promover o bem dos membros da comunidade biótica por si próprios.
O Princípio vital é o princípio da vida material e orgânica, qualquer que lhe seja a fonte, e que é comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem.
Os seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o fenômeno da vida material comum a todos os seres orgânicos e que ela é independente da inteligência e do pensamento. A inteligência e o pensamento são faculdades próprias do espírito e não da matéria. O fluido vital, energia que fornece vitalidade é matéria e a inteligência é atributo do Espírito.
O Princípio vital é o princípio da vida material e orgânica, qualquer que lhe seja a fonte, e que é comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem.
Os seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o fenômeno da vida material comum a todos os seres orgânicos e que ela é independente da inteligência e do pensamento. A inteligência e o pensamento são faculdades próprias do espírito e não da matéria. O fluido vital, energia que fornece vitalidade é matéria e a inteligência é atributo do Espírito.
Biologia da Cognição: a teoria de Maturana e Varela e seus desdobramentos fil...Gustavo Gitti
Palestra apresentada com o título de "Educação e transformação humana" na Escola Lumiar (SP), em Viamão (RS) e durante o I Encontro Internacional de Modelos Empresariais & Sistemas Integrais (SP), em 2005.
Depois atualizei para apresentar no Instituto Caminho do Meio (Viamão-RS), trocando o nome para "Biologia da Cognição".
Resumo de apresentação no GT de ecoteologia no 32 Congresso internacional da SOTER. Material para discussão. Versa sobre os elementos de um paradigma para compreender ao mesmo tempo a evolução do cosmos e o ser humano.
Colóquio Vita Contemplativa - Mãe Natureza, Terra Viva Ecosofia, Ecologia Pro...Jorge Moreira
O Colóquio do Seminário Permanente “Vita Contemplativa - Práticas Contemplativas e Cultura Contemporânea" do Grupo Praxis do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, com o apoio do Círculo do Entre-Ser, trouxe este ano [14-15 Maio 2018] à reflexão o tema Mãe-Natureza, Terra Viva com o enfoque nos contributos da ecosofia, da ecologia profunda e da ecologia espiritual face à crise ecológica.
Durante dois dias, e de formas particulares, celebrou-se a Natureza, tornaram-se vivas memórias dessa Natureza em nós, apresentaram-se excelentes exemplos de sustentabilidade, formularam-se utopias possíveis e desejáveis de concretização, partilharam-se testemunhos, reforçaram-se laços e debateram-se contributos tão diversos para o tema: da Espiritualidade às práticas Eco-espirituais; do Xamanismo ao Yoga; do Taoísmo ao Budismo; do Cristianismo ao Islamismo; da cosmovisão dos povos primevos às experiências místicas, das metatopias urbanas às alimentares, da perspetiva de Heidegger à Física Quântica, da igualdade de gênero aos direitos da Natureza; da Transição à Permacultura; do Papa Francisco ao Compromisso com a Casa Comum; do contato com a Natureza às psicoterapias; do Caos a Gaia, passando por Eros - da Mitologia à Filosofia; da consciência do corpo à consciência da Terra, da Arte (cinema, arquitetura, pintura escultura, música, etc.) à Ciência holística; do Ecocentrismo ao Princípio feminino; da Ética à Ontologia e vice-versa.
As várias participações trouxeram visões e contributos preciosos que não podem ficar guardados com o encerramento do evento, pelo que deixamos aqui algumas das mensagens e ideias-chave debatidas.
FELIPE, Sônia T. Antropocentrismo, sencientismo e biocentrismoLuciano Florit
FELIPE, Sônia T. Antropocentrismo, sencientismo e biocentrismo: Perspectivas éticas abolicionistas, bem-estaristas e conservadoras e o estatuto de animais não-humanos. Revista Páginas de Filosofia, v. 1, n. 1, jan-jul/2009.
Biologia da Cognição: a teoria de Maturana e Varela e seus desdobramentos fil...Gustavo Gitti
Palestra apresentada com o título de "Educação e transformação humana" na Escola Lumiar (SP), em Viamão (RS) e durante o I Encontro Internacional de Modelos Empresariais & Sistemas Integrais (SP), em 2005.
Depois atualizei para apresentar no Instituto Caminho do Meio (Viamão-RS), trocando o nome para "Biologia da Cognição".
Resumo de apresentação no GT de ecoteologia no 32 Congresso internacional da SOTER. Material para discussão. Versa sobre os elementos de um paradigma para compreender ao mesmo tempo a evolução do cosmos e o ser humano.
Colóquio Vita Contemplativa - Mãe Natureza, Terra Viva Ecosofia, Ecologia Pro...Jorge Moreira
O Colóquio do Seminário Permanente “Vita Contemplativa - Práticas Contemplativas e Cultura Contemporânea" do Grupo Praxis do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, com o apoio do Círculo do Entre-Ser, trouxe este ano [14-15 Maio 2018] à reflexão o tema Mãe-Natureza, Terra Viva com o enfoque nos contributos da ecosofia, da ecologia profunda e da ecologia espiritual face à crise ecológica.
Durante dois dias, e de formas particulares, celebrou-se a Natureza, tornaram-se vivas memórias dessa Natureza em nós, apresentaram-se excelentes exemplos de sustentabilidade, formularam-se utopias possíveis e desejáveis de concretização, partilharam-se testemunhos, reforçaram-se laços e debateram-se contributos tão diversos para o tema: da Espiritualidade às práticas Eco-espirituais; do Xamanismo ao Yoga; do Taoísmo ao Budismo; do Cristianismo ao Islamismo; da cosmovisão dos povos primevos às experiências místicas, das metatopias urbanas às alimentares, da perspetiva de Heidegger à Física Quântica, da igualdade de gênero aos direitos da Natureza; da Transição à Permacultura; do Papa Francisco ao Compromisso com a Casa Comum; do contato com a Natureza às psicoterapias; do Caos a Gaia, passando por Eros - da Mitologia à Filosofia; da consciência do corpo à consciência da Terra, da Arte (cinema, arquitetura, pintura escultura, música, etc.) à Ciência holística; do Ecocentrismo ao Princípio feminino; da Ética à Ontologia e vice-versa.
As várias participações trouxeram visões e contributos preciosos que não podem ficar guardados com o encerramento do evento, pelo que deixamos aqui algumas das mensagens e ideias-chave debatidas.
FELIPE, Sônia T. Antropocentrismo, sencientismo e biocentrismoLuciano Florit
FELIPE, Sônia T. Antropocentrismo, sencientismo e biocentrismo: Perspectivas éticas abolicionistas, bem-estaristas e conservadoras e o estatuto de animais não-humanos. Revista Páginas de Filosofia, v. 1, n. 1, jan-jul/2009.
Ecologia profunda como devir da esperança - A inevitável consciência espiritualJorge Moreira
A Ecologia Profunda é simultaneamente uma ética ambiental radical e uma ontologia – uma filosofia de vida centrada na ecosfera, preocupada, cuidada e respeitosa. Adota a igualdade biocêntrica e atribui valor intrínseco aos seres não-humanos, elementos abióticos e ecossistemas. A palavra radical associada a este movimento refere-se à necessidade de ir à raiz do problema. Isto é, refletir profundamente a nossa relação com a Terra, que deve ser acompanhada de mudanças progressivas, mas radicais das nossas atitudes e comportamentos, desligando-se do paradigma insustentável, consumista e cruel da nossa sociedade atual, para uma vivência centrada na bondade, na liberdade, no respeito e na riqueza interior. Ela reúne ciência, tradição, religião, filosofia, arte e espiritualidade...
A humanidade tem evoluído através de ciclos históricos. A próxima etapa na escala evolutiva depende e uma mudança no nível de consciência. A humanidade tem condições de participar ativamente do processo evolutivo decidindo conscientementee para onde queremos ir.
Simplicidade voluntária, Alcide Gonçalves e Jorge Moreira, Revista o Instalad...Jorge Moreira
A simplicidade voluntária envolve um crescimento interior que se traduz numa condição exterior desapegada dos bens
materiais. Uma vida mais autêntica e imersa nos mistérios mais profundos do universo, não se coaduna com a acumulação de objetos e poder sobre os outros, mas numa
riqueza interior, do espírito humano. A alegria efémera que a aquisição de objetos pode produzir na mente de um ser humano não se compara com a felicidade duradoura
de uma mente serena liberta da escravatura dos desejos materiais.
Aprendemos a manejar florestas, controlar populações de animais, bactérias, reduzir infecções virais. Compreendemos a dinâmica das chuvas e das marés. Sabemos até sobre as explosões solares e a composição da atmosfera de planetas a anos luz da terra. Mas ainda não aprendemos a manejar o egoísmo, a ganância, a apatia, o auto-centramento, a ignorância, a distração que nos afunda em problemas pessoais, sociais e ambientais.
Na ecologia estudamos que variáveis são relevantes para manter a diversidade, a estabilidade, a produtividade das comunidades e como a alteração destas variáveis modificam os ambientes. Fazemos vários estudos, monitoramentos para entender os ambientes e conservá-los ao longo do tempo. Agora, quais são as variáveis (qualidades) internas que estamos cultivando para, externamente, ter o mundo da maneira que temos atualmente?
Por Polliana Zocche, bióloga, mestre e doutora em Ecologia.
pollianazocche.com
facebook.com/cultivandoconscienciaecologica
Cartilha de Consciência Ecológica UmbandistaHugo Acauã
Um singelo e imprescindível material que na urgência deste Novo Milênio, vem somar e contribuir positivamente para o norteamento de nosso movimento umbandista, revelando bases de nossa Sagrada Lei de Umbanda, pelas necessidades e urgências ambientais de nosso país e planetária. Uma homenagem aos nossos povos originários, os indígenas de nosso Brasil e continente americano, representados na Umbanda pelos Caboclos/Oxóssi. Esta ficará disponível para cópia gratuita (dowload), a quem interessar. Divulguem a todos, pois a Umbanda luta pela continuidade da vida e não para o término desta!
Da cidade distópica à utopia possível - Jorge Moreira - Prisma.SOCJorge Moreira
O crescimento rápido da urbe não trouxe só vantagens. Com ele surgiram muitos problemas ambientais, com as cidades a gerar 70% das emissões globais de CO2 e o uso de mais de 60% dos recursos (United Nations,
2019). O primeiro fator tem um
papel preponderante na
problemática das alterações climáticas, e o segundo no esgotamento dos recursos naturais, desflorestação e perda dramática da biodiversidade. Em muitas cidades a poluição do ar tornou-se um fator de risco para a saúde pública...
Pensar a Humanidade e as Redes através da Teia da Vida, Revista Cescontexto 3...Jorge Moreira
A comunidade científica aponta-nos cenários apocalípticos de caos climático e ecológico. Um futuro cada vez mais presente, que emerge de uma força transformadora antropogénica de larga escala. Este trabalho, apresentado na International Conference Beyond Modernity: Alternative Incursions into the Anthropocene do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, em 2021, aborda uma nova forma de pensar as redes sociais, ampliando a dimensão reticular da vida social, integrando-a numa rede maior, a teia da vida, que liga todas a formas de vida e entrelaça todos os fenómenos naturais.
“Chegámos junto da velha loba a tempo de observar um
altivo fogo verde a morrer nos olhos dela. Compreendi
nesse momento, e nunca mais deixei de o saber, que havia
algo de novo para mim naqueles olhos – algo que apenas
ela e a montanha conheciam. Nesse tempo […] pensava
[…] que o desaparecimento total dos lobos seria o paraíso
dos caçadores. Mas depois de ter visto aquele fogo verde a
extinguir-se, senti que nem o[a] lobo[a] nem a montanha
concordavam com essa maneira de ver (Leopold, 2008, p.
130)”
Artigo publicado na Revista Vento e Água - Ritmos da Terra nº 30, Setembro de 2021 https://ventoeagua.com/produto/revista-numero-30-21-setembro-2021/
Tal como aconteceu a John Muir, a montanha chamou-o, e Naess teve de ir para junto dela. As suas palavras são bem elucidativas: Estou a obedecer, a obedecer ao desejo de Hallingskarvet de vir (Naess, 1995). Parece que as experiências místicas junto à montanha que o filósofo norueguês descreve desde pequeno eram equivalentes à epifania que Aldo Leopold teve junto à loba moribunda. Neste caso, através do fogo verde que se soltava do olhar por da loba, a montanha revelou a Leopold a importância da harmonia, da beleza e da estabilidade ecológica.
Desde que Naess terminou a construção da cabana, em 1938, passou lá cerca de catorze anos da sua vida, onde desenvolveu o conceito de ecologia profunda, que viria a reinventar o olhar do ser humano sobre si mesmo e sobre o Ambiente envolvente.
Revista 'Vento e Água' nº 27
https://ventoeagua.com/revistas/27/
A «Floresta» em Portugal Porquê uma Aliança pela Floresta AutóctoneJorge Moreira
Cerna Nº 83, 2020
A pedido da Cerna, e para tornar mais compreensível aos conservacionistas e ecologistas da Galiza a situação da floresta autóctone em Portugal, enviamos estas notas que poderão ter alguma utilidade. Expomos por ordem cronológica, ao longo de cinco anos, como surgiu a Aliança pela Floresta Autóctone e como tem vindo a desenvolver-se e enraizar-se, muito lentamente é certo, como iniciativa informal.
Adiante tentamos explicar o que pretendemos com ela.
Estado do Ambiente - uma retrospetiva de 2019 - O Instalador 284Jorge Moreira
Em Portugal as ameaças ambientais sucedem-se num ritmo vertiginoso: novo aeroporto no Montijo, dragagens no Sado e noutros locais sensíveis, construção na orla costeira e zonas de cheias, projetos megalómanos para locais ainda preservados, exploração de lítio, agricultura superintensiva no Alentejo, monocultura de eucaliptos, continuação com o uso do glifosato e de outros pesticidas perigosos, etc. O mais infeliz desta situação é termos institutos estatais de defesa do Ambiente e da Natureza que dão aval, mesmo sabendo que há violações graves aos meios que tutelam.
"Eu também tenho um sonho: que governos, partidos políticos e empresas compreendam a urgência da crise climática e ecológica e se unam apesar das suas diferenças - como vocês fariam em caso de emergência - e tomem as medidas necessárias para salvaguardar as condições de uma vida digna para todos na terra"
Greta Thunberg, discurso no Congresso Norte-Americano, 2019
Educação para a emergência ecológica I Jorge Moreira
Este modelo educativo está longe de formar indivíduos livres pensadores, eticamente responsáveis e cidadãos conscientes, que consigam atender às exigências prementes de si mesmos, da sociedade e do Ambiente. O resultado deste sistema é a crise multidimensional, cuja crise ecológica é a sua manifestação mais evidente
As flores silvestre contribuem para a diversidade biológica, aumentam a produção agrícola, diminuem o uso de pesticidas e tornam a agricultura mais sustentável e sadia.
Tudo isto, e ainda pintam com o aroma da cor, da forma e fragrância onde se encontram. São realmente seres especiais, que merecem toda a nossa atenção e consideração.
A Ciência (que) Quer Salvar a Humanidade II - A Extinção em Massa, Jorge More...Jorge Moreira
Todos os relatórios/avisos da comunidade científica dizem que o que temos feito para salvar o Planeta é insuficiente e precisamos de alterações profundas na nossa sociedade, de uma ‘mudança transformadora’ para restaurar e proteger a Natureza e garantir um futuro para a Humanidade. Ainda não é tarde demais, mas amanhã já vai ser tarde demais. É necessário começar hoje, agora, e podemos fazê-lo através das nossas escolhas, nomeadamente com o que comemos, o que vestimos, como nos deslocamos, etc. Sejamos proativos. Mas também é necessário desconstruir os interesses instalados na sociedade, para dar primazia ao bem-comum, fazendo com que a defesa do bem-comum seja sinónimo de defesa da Natureza. O relatório do IPBES diz que a ‘mudança transformadora’, implica uma reorganização fundamental de todo o sistema, incluindo paradigmas, metas e valores.
Reutilização, Reparação e Reciclagem de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos,...Jorge Moreira
A reciclagem, a reparação e a reutilização de equipamentos elétricos e eletrónicos contribuem para minimizar os problemas ambientais e trazem ainda vantagens sociais e económicas para os consumidores. Veja como:
Resgatar a Humanidade, Alcide Gonçalves e Jorge Moreira, O Instalador, março ...Jorge Moreira
A palavra ‘humanidade’ deriva do latim’ humanitas’ e ‘humanitatis’, que significa cultura, civilização, natureza humana, carácter, sentimento, bondade, benevolência, cortesia e compaixão. Trata-se de uma palavra que exprime uma série de qualidades nobres, que residem profundamente no coração do ser humano.
Mas, esta palavra, significa também um conjunto de seres humanos, sendo ‘humanos’, relativo ao homem, que por sua vez é derivado de ‘homo’, relacionado como ‘humus’, terra. Quando vamos à raiz das coisas, acabamos por perceber que a Humanidade é simultaneamente um conjunto de qualidades e seres da terra. Isto sugere, que no sentido lato, todos os seres da terra podem ser considerados Humanidade. Todas as espécies, incluindo a Homo sapiens. Na verdade, não estaríamos cá sem o papel das outras espécies, tanto no que concerne a nível evolutivo, como ecológico. Não conseguiríamos existir e viver sem o contributo delas. Mas a palavra ‘terra’ também significa chão, solo, território, região de origem, nação, ou o próprio planeta Terra. Neste contexto, a Humanidade pode também ser considerada toda a Terra - a nossa grande Mãe. Há um traço de familiaridade cósmica.
Resíduos Urbanos: um problema com valor acrescentado, Alcide Gonçalves e Jorg...Jorge Moreira
Somos efetivamente uma sociedade de resíduos, com um impacto enorme no Ambiente e na qualidade de vida das pessoas. Os mares estão cheios de plástico e já começamos a comer micropartículas de plástico oriundas dos alimentos. Já foram tomadas medidas para diminuir o seu uso, mas não chega. É necessário voltar ao granel, aos mercados locais, à devolução das garrafas e embalagens, à compostagem caseira dos resíduos orgânicos mas, acima de tudo, é necessário uma nova Educação capaz de fomentar uma consciência limpa e livre de consumismos, capaz de cuidar de si e da Terra
Decrescimento – Crescer no Essencial, Jorge Moreira, Revista O Instalador 270Jorge Moreira
O decrescimento propõe-nos uma utopia concreta - um caminho diferente de uma sociedade de consumo, que consome pessoas e a Natureza, para uma sociedade de abundância frugal e de prosperidade humana e ecológica
Colóquio Vita Contemplativa - Mãe Natureza, Terra Viva Ecosofia, Ecologia Pro...Jorge Moreira
Quando observamos a Terra de fora, todos os indivíduos, todas as etnias humanas, todas as espécies de seres vivos, todas as serras, florestas, rios, lagos e mares, todos os Reinos da Natureza não têm fronteiras e são em conjunto a Terra.
Da mesma forma decorreu o Colóquio Vita Contemplativa Mãe Natureza, Terra Viva. Muitos contributos, de áreas tão distintas, mas todas apontaram caminhos ecosóficos idênticos.
(Esta é a segunda e última parte do artigo publicado, inicialmente, na edição de Junho de 2018 da Revista O Instalador)
O nosso dia de Alcide Gonçalves e Jorge Moreira, O Instalador, maio 2018Jorge Moreira
Falta festejar o dia em que cresceremos em consciência e conseguirmos integrar todo o Planeta como se fosse o nosso corpo, as nossas emoções e a nossa mente. Cada espécie passa a ser compreendida como uma célula nossa. Rios, florestas, montanhas, glaciares, lagos e oceanos são como os nossos órgãos. O sofrimento do boi ou da baleia passa a ser o nosso sofrimento. A alegria que emana do canto do rouxinol tem eco na nossa alegria. E nós passamos a compreender e a colaborar na internet micélica da vida
A Vida dos Rios da Vida, Jorge Moreira, Revista O Instalador, Abril 2018Jorge Moreira
A ideia de que os rios são as veias da Terra existe em diferentes geografias, culturas e épocas. Um dos maiores sábios que floresceu no seio da Humanidade foi Leonardo Da Vinci. A sua capacidade de ver mais além do que o comum dos mortais levou-o ao grande axioma hermético, o princípio da
correspondência, que existe entre dimensões e aspectos da vida. A analogia entre um organismo e a Natureza, mais precisamente, entre o funcionamento de um corpo humano e a Terra (...) Estas conclusões remetem também para a Terra como organismo vivo, mais tarde fundamentada cientificamente através da Teoria de Gaia, também conhecida por Hipótese biogeoquímica de James Lovelock e Lynn Margulis.
A Terra é um complexo sistema, cuja a água é peça fundamental para a vida. Assim, os rios saudáveis são os canais de vitalidade da Terra. Transportam água e sedimentos ricos em nutrientes e minerais (...)
As alterações climáticas, a poluição e a destruição das florestas autóctones, fruto do nosso egoísmo e antropocentrismo, afetam gravemente os rios. Sem eles não há vida como a conhecemos e este planeta, outrora lindo, ficará mais parecido do que nunca com o seu vizinho Marte. Certamente que por mais cegos e gananciosos que possamos ser, não vamos querer viver sem as belas curvas dos rios, sem a sua frescura cristalina, sem os rápidos, cachoeiras e deltas, sem os Guarda-rios ou a brincadeira da Lontra. O rio não é um recurso. É a seiva que alimenta a vida! Chegou a hora de defender a vida do fogo da morte.
Práticas sustentáveis e escolhas éticas, Jorge Moreira, Revista o Instalador ...Jorge Moreira
Vivemos num planeta maravilhoso, onde a vida sorri em milhões de formas, cores, sons, paladares e perfumes. Dá-nos ainda mais sentidos e um sentido a tudo. Um planeta onde a vida floresce, evolui e desperta para mundos interiores de consciência infinita. A Terra dá-nos isso tudo, alimenta o nosso corpo, fascina-nos intelectualmente e preenche-nos com a magia da sua beleza. Haverá algo mais incrível? Então porque estamos a destruir este paraíso?
A Ciência (que) quer salvar a Humanidade – porque em breve será tarde demaisJorge Moreira
Passados 25 anos, e perante um cenário ainda mais devastador, os cientistas voltam a avisar a humanidade, agora em maior número e intensidade discursiva. Foram 15.364 elementos da comunidade científica, alguns deles laureados com o Nobel, de 184 países, incluindo mais de 200 portugueses. A nova carta aberta dirigida à Humanidade é um alerta para a ameaça que paira sobre a continuidade da nossa espécie. Curiosamente, não estamos perante um evento catastrófico à escala global, como de um corpo celeste que se dirige ameaçador contra o nosso planeta ou na iminência de uma série de cataclismos naturais à superfície. Trata-se simplesmente da ação humana, em franco crescimento sobre os recursos naturais, que tem levado à perda desastrosa da biodiversidade e dos serviços que suportam a vida na Terra.
Em maio de 2023 pisei no monte das Oliveiras. O que dizer do Monte das Oliveiras??? Aqui Jesus teve vivencias incríveis, do monte das Oliveiras Jesus orou com grande agonia, local que foi construído a igreja de Todas as Nações. Daqui ele subiu aos céus. No Monte das Oliveiras está o túmulo de Zacarias. Aqui, a Igreja Mórmon construiu uma importante Universidade. No monte das Oliveiras se localiza o famoso hotel Sete Arcos, como também está o túmulo de Maria, segundo uma tradição. Aqui está a necrópole de Silwan. No monte das Oliveiras se localiza a caverna de Josafá, e por aqui tem inscrições da época bizantina, o jardim do Getsêmani, o bairro At-tur. A igreja do Pater Noster etc.
O monte das Oliveiras já foi domínio de várias impérios que conquistavam Israel e consequentemente o Monte das Oliveiras, mas na história moderna foi possessão da Jordânia, até que na Guerra dos Seis Dias, Israel reconquistou-a. Diariamente judeus, muçulmanos e cristãos sobem e descem o monte das Oliveiras tratando-o como um lugar sagrado. Aqui está o cemitério mais importante dos judeus, pois acreditam que os primeiros a ressuscitarem se levantarão do gigantesco cemitério judaico que fica aqui.
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
A Vida no Centro do Universo, Revista o instalador 271
1. 72 O Instalador Novembro 2018 www.oinstalador.com
A ética biocêntrica para a saída da crise ambiental
A vida no centro do Universo
Texto e Fotos_Alcide Gonçalves [Arquiteta Paisagista] e Jorge Moreira [Ambientalista e Investigador]
Partilhamos com as outras espécies uma relação comum com a Terra.
Ao aceitar a perspectiva biocêntrica, consideramos o facto de sermos uma espécie animal como
uma característica fundamental da nossa existência. Consideramos isso como um aspecto
essencial da “condição humana”.
Não negamos as diferenças entre nós e as outras espécies, mas mantemos na vanguarda da
nossa consciência o facto de que, em relação aos ecossistemas naturais do nosso planeta,
somos apenas uma população de espécies entre muitas.
Paul Taylor, in "Respect for Nature" (1986)
Opinião
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS
2. O Instalador Novembro 2018 www.oinstalador.com 73
Opinião
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS
Diz-nos Ali Binazir, e após cálculos efetua-
dos para validar a ideia de que a vida humana
é um milagre, a probabilidade de cada um de
nós existir é de 1 em 700 biliões. Segundo
ele, e baseando-se num conto budista, os
seus cálculos elucidam o que esta antiga
tradição menciona acerca da preciosidade
da nossa existência.
À luz da ciência moderna, Mel Robbins
(2011), refere que essa probabilidade de
existirmos é de 1 em 400 biliões e, ainda
que haja uma diferença significativa de valor
numérico entre as duas fontes de estatística,
a gigantesca amostra necessária para que
se dê uma só ocorrência, ou seja o nosso
nascimento, reitera a verdadeira dimensão
do valor da vida.
Sabemos que no processo evolutivo, do
qual a Teoria da Seleção Natural de Darwin
(1858) estará nesta ideia base, o ser humano
é entendido como forma superior de vida,
encontrando-se no topo da cadeia evolutiva.
Pensamos que esta visão ajudou a cimentar
a ideia contida na Bíblia da superioridade hu-
mana, que conjuntamente com a atribuição
mecanicista da Natureza resultou no domínio
do Homem sobre a Natureza e em relação
aos outros seres viventes. Há (ou houve) uma
apropriação errónea ou deturpada do termo
“superior” e com isso uma acção desequili-
brada no seu papel comunitário planetário.
A sabedoria antiga, que emerge das várias
escolas dos mistérios que se perdem nos
tempos, fala-nos de uma evolução na Na-
tureza. Não de uma evolução darwiniana da
forma, mas de uma evolução da consciência
que flui de formas de vida mais simples para
formas mais complexas. Mas, mesmo para
essas escolas dos mistérios, que perce-
cionavam as consciências que habitam a
forma humana como consciências das mais
evoluídas, nunca fizeram-no de uma forma
de superioridade porque reviam nas formas
mais simples consciências irmãs em plena
evolução e também de que tudo se encontra
interligado em fios que são tecidos num enor-
me tear que tece a grande tapeçaria da vida.
Por esse motivo tinham uma ética centrada
na vida.
Mas a humanidade é apenas um membro
da comunidade de vida na Terra, apenas
uma espécies entre muitas outras no planeta
inteiro. Será então o respeito pela vida que
teremos que desenvolver como consciência
colectiva e reconhecer o valor intrínseco de
todas as formas de vida ou, simplesmente, o
valor pela sua existência.
3. 74 O Instalador Novembro 2018 www.oinstalador.com
Opinião
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS
O Biocentrismo
O biocentrismo alarga o estatuto moral a toda a
vida. Para esta corrente ética, o facto de se estar
vivo é justificação suficiente para ser digno de
consideração e respeito. Um dos pioneiros que
abordou esta perspetiva foi Albert Schweitzer,
com a sua ética de reverência pela vida. Trata-se
deumramodobiocentrismo,emquetodaaforma
de vida, para além de possuir valor intrínseco, é
considerada sagrada, numa espécie de ‘mistério’
divino que cada ser possui, e por conseguinte, o
ser humano deve respeitar e evitar qualquer dano,
assim como acudir em seu socorro: O homem
não será realmente ético, senão quando cumprir
com a obrigação de ajudar toda a vida à qual
possa acudir, e quando evitar de causar prejuízo
a nenhuma criatura viva. Não perguntará então
por que razão esta ou aquela vida merecerá a sua
simpatia, como sendo valiosa, nem tampouco lhe
interessará saber se, e a que ponto, ela for ainda
suscetível de sensações. A vida como tal lhe será
sagrada. Ele não arrancará folhas de árvores; não
cortará flores; cuidará em não pisar em nenhum
bicho. Nas noites de verão, ao trabalhar à luz da
lâmpada, preferirá manter as janelas fechadas e
respirar um ar viciado, a ver inseto após inseto cair
na mesa com as asas queimadas. Nesta corrente
encontra-se implícita o respeito, o cuidado e
a compaixão para com todos os seres vivos.
Outros filósofos como Paul Taylor ou Goodpaster
também seguem linhas idênticas ao colocar a
tónica no estar/ser vivo, em vez da cognição
ou senciência. Todos defendem a igualdade
biocêntrica. A Ecologia olha para o ser humano,
da mesma forma que olha para as outras formas
de vida, como um produto de um processo evo-
lutivo, num complexo sistema interdependente
e interconectado constituído pelos seres vivos.
Esta forma científica reverte para um juízo moral,
em que não há seres mais importantes do que
outros. Para Taylor, cada organismo é per se um
centro teleológico de vida, portador de dignidade
inerente, o que lhe confere o estatuto de sujeito
moral, não devendo ser tratado como meio para
o fim de alguém. Assim, o ser humano é moral-
mente obrigado a proteger e promover o bem dos
membros da comunidade biótica por si próprios.
Ora, tão longe nos encontramos desta filosofia
centrada no valor e na sacralidade da vida. Na
verdade, vivemos numa sociedade reunida no
capitalismo, na exploração, na devastação e na
dessacralização da Natureza, onde os seres vivos
e outros pedaços da Natureza são convertidos
em ativos por uma economia que despreza a
casa, a origem e o sistema que suporta a vida.
Paralelamente, cada vez mais nos afastamos
4. O Instalador Novembro 2018 www.oinstalador.com 75
da fonte da vida e cada vez mais concentra-
mos a nossa atenção na tecnologia como
panaceia para todos os males. É verdade
que a tecnologia trouxe suporte de vida e
preencheu o nosso mundo. Mas também foi
um preenchimento asfixiante e até medonho.
Milhões de seres humanos são hoje facil-
mente escravizados e manipulados através
da tecnologia. Vários estudos ressaltam até
o potencial depressivo do uso da tecnologia,
chegando-se a recomendar o contacto com a
Natureza como forma de terapia para muitos
males da contemporaneidade.
A Respiração
Se a compreensão acerca de todos os seres
vivos terem estatuto moral for difícil de integrar
na nossa racionalidade, aliás como é uma
das dificuldades hercúleas desta corrente
biocêntrica, vamos então pelo caminho do Ar
para reconhecer a vida simplesmente como
sagrada e de valor único para qualquer ser,
indivíduo, organismo ou comunidade.
É pelo ato de respirar que nos encontramos
todos unidos. Denise Linn, diz isto de uma
forma muito simples mas peculiar e que des-
perta a nossa consciência quando a lemos.
Estamos em constante comunhão com o ar
pela respiração. É o Espírito do Ar universal
que nos une a todo o planeta. Trata-se de
elemento comum que dividimos com todas
as outras criaturas vivas da Terra. O ar que
inalamos foi inalado por nossos antepassados
e será inalado por nossos descendentes. Sem
a protecção do ar em volta do nosso planeta,
a vida, como a conhecemos, seria impossível.
(...) O Espírito do Ar é o sopro da vida, por meio
da inspiração e expiração.
Toda a vida pulsa, em ritmos diferentes,
mas sempre o mesmo tipo de movimento,
o de inspiração e de expiração. A Terra faz
o mesmo -respira-, como John Nelson nos
consegue demonstrar nos gifs animados
com base em imagens de satélite da NASA
(2013). E é neste grande fole que a vida
acontece. As mesmas condições para todas
as formas de existência.
A Estrutura material
Os átomos como elementos comuns às
várias formas de vida. As leis de Lavoisier
expressam claramente que não há fronteiras
entre as várias formas de vida apesar de estas
estarem separadas, incluindo os próprios
átomos de que são compostos. Nada se per-
de. Tudo se transforma. Então, neste grande
laboratório chamado Terra, partilhamos todos
os mesmos átomos. Três grandes protago-
nistas, hidrogénio (H), oxigénio (O2) e carbono
(C), associados a outros elementos químicos
geram o esplendor de toda a vida.
Haverá diferença entre o carbono contido
na árvore, no das estrelas, no que libertamos
pela nossa respiração ou o da estrutura mole-
cular do perfume de uma rosa? Apenas uma
relação de grandeza no número de átomos
que constituem os corpos dos diferentes
indivíduos nos separa.
Tal como nos transmite Berg, P. (1927-2013)
no seu livro Nano (2008), os átomos são os
blocos nos quais o cosmos está edificado. O
rearranjo entre eles (átomos) em infindáveis
maneiras diferentes produz a quase infinida-
de de diversidade e variedade da matéria -
orgânica e inorgânica -, que cria o mundo tal
como o percebemos com os nossos cinco
sentidos.
Onde reside a diferença entre
os seres para que se possa
valorizar mais uma determina-
da espécie?
É deste “bem próprio” que Taylor defende
o que ele designou por Perspectiva Bio-
cêntrica da Natureza e que se sumariza em
quatro postulados: i) Os humanos devem
ser encarados como membros da comuni-
dade da vida, detendo essa qualidade nos
mesmos termos que se aplicam a todos os
membros não humanos; ii) Os ecossistemas
naturais devem ser encarados como uma
teia complexa de elementos interligados, em
que o seu bom funcionamento biológico de
cada ser depende do bom funcionamento
dos demais; iii) Cada organismo individual
deve ser encarado como um centro teleoló-
gico de vida, perseguindo o seu próprio bem
no seu próprio modo; iv) A pretensão de que
os humanos são por natureza superiores às
outras espécies não tem substância, mes-
mo que estes sejam fundamentados em
critérios de mérito ou do conceito de valor
inerente, pelo que deve ser rejeitada como
nada mais que um preconceito irracional e
especista.
A nossa própria natureza fala-nos mais
alto e impõe-nos uma necessidade de voltar
à Natureza, numa perspetiva de respeito e
cuidado para com toda a vida, porque toda
a vida está conectada e toda a vida depende
das outras formas de vida e suas funções
determinadas no ecossistema terrestre. Assim
percecionou Schweitzer: Quando eu medito
sobre a vida, sinto a obrigação de respeitar
toda a vontade de viver do meu mundo circun-
dante do mesmo modo que a minha, sendo
o seu conceito de bem como a conservação
da vida, em promovê-la e elevá-la ao seu
valor supremo. Pelo contrário, o mal significa
aniquilar a vida, prejudicá-la, impedi-la no seu
desenvolvimento.
Opinião
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS