As flores silvestre contribuem para a diversidade biológica, aumentam a produção agrícola, diminuem o uso de pesticidas e tornam a agricultura mais sustentável e sadia.
Tudo isto, e ainda pintam com o aroma da cor, da forma e fragrância onde se encontram. São realmente seres especiais, que merecem toda a nossa atenção e consideração.
A escassez de recursos hídricos não é um problema exclusivo da maior cidade brasileira. Tanto que, enquanto só se falava em São Paulo, os níveis dos reservatórios do Rio de Janeiro estavam ainda piores...
A proteção das florestas nativas nas regiões de mananciais, nas margens dos rios e reservatórios é essencial para a produção de água. Sem cobertura florestal, a água não consegue penetrar corretamente nos lençóis freáticos, causando diminuição na quantidade de água...
Presente na cadeia produtiva de qualquer insumo, o desperdício é dura realidade também na distribuição e no consumo de água. Estima-se hoje que em torno de um quarto da água tratada é perdida no trajeto entre as represas e as torneiras...
Tema sugerido por:
Professor Luís Alberto Ferreira (Salvador/Ba)
Visite e curta:
www.slidecriativo.com.br
A escassez de recursos hídricos não é um problema exclusivo da maior cidade brasileira. Tanto que, enquanto só se falava em São Paulo, os níveis dos reservatórios do Rio de Janeiro estavam ainda piores...
A proteção das florestas nativas nas regiões de mananciais, nas margens dos rios e reservatórios é essencial para a produção de água. Sem cobertura florestal, a água não consegue penetrar corretamente nos lençóis freáticos, causando diminuição na quantidade de água...
Presente na cadeia produtiva de qualquer insumo, o desperdício é dura realidade também na distribuição e no consumo de água. Estima-se hoje que em torno de um quarto da água tratada é perdida no trajeto entre as represas e as torneiras...
Tema sugerido por:
Professor Luís Alberto Ferreira (Salvador/Ba)
Visite e curta:
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Crise Hídrica No País: Efeitos da falta de água, falta de água chega ao sudeste, energia termoelétrica, Rio São Francisco, projetos simples e baratos para transformar água suja em água potável.
Cartilha produzida pela ONG IPESA no projeto "Manejo da Água: Rio Limpo, Comunidade Integrada", realizado durante os anos de 2011 e 2012, no Núcleo Comunitário da Associação dos Moradores do Bairro Verava, em Ibiúna/SP
Crise da água - Autogestão, Conhecimento e Controle PopularEdilson Timóteo
Crise no abastecimento de água. A má gestão, a defesa do interesse privado e dos acionistas, o descompromisso com o interesse público, o descaso com a natureza, o desmatamento em São Paulo, no Norte e em todo o Brasil, a falta de investimentos, tudo somado levou à crise do abastecimento de água.
Este trabalho foi proposto pela professora de Geografia Eliane Pereira de Souza Pina cujo objetivo e a conscientizacao de preservar um bem precioso, a agua. Realizado juntamente com os alunos do 1º Ano D do Ensino Medio que nos conscietizou que a falta de agua doce pode causar grandes conflitos com os paises capitalistas num futuro proximo.
Crise Hídrica No País: Efeitos da falta de água, falta de água chega ao sudeste, energia termoelétrica, Rio São Francisco, projetos simples e baratos para transformar água suja em água potável.
Cartilha produzida pela ONG IPESA no projeto "Manejo da Água: Rio Limpo, Comunidade Integrada", realizado durante os anos de 2011 e 2012, no Núcleo Comunitário da Associação dos Moradores do Bairro Verava, em Ibiúna/SP
Crise da água - Autogestão, Conhecimento e Controle PopularEdilson Timóteo
Crise no abastecimento de água. A má gestão, a defesa do interesse privado e dos acionistas, o descompromisso com o interesse público, o descaso com a natureza, o desmatamento em São Paulo, no Norte e em todo o Brasil, a falta de investimentos, tudo somado levou à crise do abastecimento de água.
Este trabalho foi proposto pela professora de Geografia Eliane Pereira de Souza Pina cujo objetivo e a conscientizacao de preservar um bem precioso, a agua. Realizado juntamente com os alunos do 1º Ano D do Ensino Medio que nos conscietizou que a falta de agua doce pode causar grandes conflitos com os paises capitalistas num futuro proximo.
A Vida dos Rios da Vida, Jorge Moreira, Revista O Instalador, Abril 2018Jorge Moreira
A ideia de que os rios são as veias da Terra existe em diferentes geografias, culturas e épocas. Um dos maiores sábios que floresceu no seio da Humanidade foi Leonardo Da Vinci. A sua capacidade de ver mais além do que o comum dos mortais levou-o ao grande axioma hermético, o princípio da
correspondência, que existe entre dimensões e aspectos da vida. A analogia entre um organismo e a Natureza, mais precisamente, entre o funcionamento de um corpo humano e a Terra (...) Estas conclusões remetem também para a Terra como organismo vivo, mais tarde fundamentada cientificamente através da Teoria de Gaia, também conhecida por Hipótese biogeoquímica de James Lovelock e Lynn Margulis.
A Terra é um complexo sistema, cuja a água é peça fundamental para a vida. Assim, os rios saudáveis são os canais de vitalidade da Terra. Transportam água e sedimentos ricos em nutrientes e minerais (...)
As alterações climáticas, a poluição e a destruição das florestas autóctones, fruto do nosso egoísmo e antropocentrismo, afetam gravemente os rios. Sem eles não há vida como a conhecemos e este planeta, outrora lindo, ficará mais parecido do que nunca com o seu vizinho Marte. Certamente que por mais cegos e gananciosos que possamos ser, não vamos querer viver sem as belas curvas dos rios, sem a sua frescura cristalina, sem os rápidos, cachoeiras e deltas, sem os Guarda-rios ou a brincadeira da Lontra. O rio não é um recurso. É a seiva que alimenta a vida! Chegou a hora de defender a vida do fogo da morte.
Da cidade distópica à utopia possível - Jorge Moreira - Prisma.SOCJorge Moreira
O crescimento rápido da urbe não trouxe só vantagens. Com ele surgiram muitos problemas ambientais, com as cidades a gerar 70% das emissões globais de CO2 e o uso de mais de 60% dos recursos (United Nations,
2019). O primeiro fator tem um
papel preponderante na
problemática das alterações climáticas, e o segundo no esgotamento dos recursos naturais, desflorestação e perda dramática da biodiversidade. Em muitas cidades a poluição do ar tornou-se um fator de risco para a saúde pública...
Pensar a Humanidade e as Redes através da Teia da Vida, Revista Cescontexto 3...Jorge Moreira
A comunidade científica aponta-nos cenários apocalípticos de caos climático e ecológico. Um futuro cada vez mais presente, que emerge de uma força transformadora antropogénica de larga escala. Este trabalho, apresentado na International Conference Beyond Modernity: Alternative Incursions into the Anthropocene do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, em 2021, aborda uma nova forma de pensar as redes sociais, ampliando a dimensão reticular da vida social, integrando-a numa rede maior, a teia da vida, que liga todas a formas de vida e entrelaça todos os fenómenos naturais.
“Chegámos junto da velha loba a tempo de observar um
altivo fogo verde a morrer nos olhos dela. Compreendi
nesse momento, e nunca mais deixei de o saber, que havia
algo de novo para mim naqueles olhos – algo que apenas
ela e a montanha conheciam. Nesse tempo […] pensava
[…] que o desaparecimento total dos lobos seria o paraíso
dos caçadores. Mas depois de ter visto aquele fogo verde a
extinguir-se, senti que nem o[a] lobo[a] nem a montanha
concordavam com essa maneira de ver (Leopold, 2008, p.
130)”
Artigo publicado na Revista Vento e Água - Ritmos da Terra nº 30, Setembro de 2021 https://ventoeagua.com/produto/revista-numero-30-21-setembro-2021/
Tal como aconteceu a John Muir, a montanha chamou-o, e Naess teve de ir para junto dela. As suas palavras são bem elucidativas: Estou a obedecer, a obedecer ao desejo de Hallingskarvet de vir (Naess, 1995). Parece que as experiências místicas junto à montanha que o filósofo norueguês descreve desde pequeno eram equivalentes à epifania que Aldo Leopold teve junto à loba moribunda. Neste caso, através do fogo verde que se soltava do olhar por da loba, a montanha revelou a Leopold a importância da harmonia, da beleza e da estabilidade ecológica.
Desde que Naess terminou a construção da cabana, em 1938, passou lá cerca de catorze anos da sua vida, onde desenvolveu o conceito de ecologia profunda, que viria a reinventar o olhar do ser humano sobre si mesmo e sobre o Ambiente envolvente.
Revista 'Vento e Água' nº 27
https://ventoeagua.com/revistas/27/
A «Floresta» em Portugal Porquê uma Aliança pela Floresta AutóctoneJorge Moreira
Cerna Nº 83, 2020
A pedido da Cerna, e para tornar mais compreensível aos conservacionistas e ecologistas da Galiza a situação da floresta autóctone em Portugal, enviamos estas notas que poderão ter alguma utilidade. Expomos por ordem cronológica, ao longo de cinco anos, como surgiu a Aliança pela Floresta Autóctone e como tem vindo a desenvolver-se e enraizar-se, muito lentamente é certo, como iniciativa informal.
Adiante tentamos explicar o que pretendemos com ela.
Estado do Ambiente - uma retrospetiva de 2019 - O Instalador 284Jorge Moreira
Em Portugal as ameaças ambientais sucedem-se num ritmo vertiginoso: novo aeroporto no Montijo, dragagens no Sado e noutros locais sensíveis, construção na orla costeira e zonas de cheias, projetos megalómanos para locais ainda preservados, exploração de lítio, agricultura superintensiva no Alentejo, monocultura de eucaliptos, continuação com o uso do glifosato e de outros pesticidas perigosos, etc. O mais infeliz desta situação é termos institutos estatais de defesa do Ambiente e da Natureza que dão aval, mesmo sabendo que há violações graves aos meios que tutelam.
"Eu também tenho um sonho: que governos, partidos políticos e empresas compreendam a urgência da crise climática e ecológica e se unam apesar das suas diferenças - como vocês fariam em caso de emergência - e tomem as medidas necessárias para salvaguardar as condições de uma vida digna para todos na terra"
Greta Thunberg, discurso no Congresso Norte-Americano, 2019
Educação para a emergência ecológica I Jorge Moreira
Este modelo educativo está longe de formar indivíduos livres pensadores, eticamente responsáveis e cidadãos conscientes, que consigam atender às exigências prementes de si mesmos, da sociedade e do Ambiente. O resultado deste sistema é a crise multidimensional, cuja crise ecológica é a sua manifestação mais evidente
A Ciência (que) Quer Salvar a Humanidade II - A Extinção em Massa, Jorge More...Jorge Moreira
Todos os relatórios/avisos da comunidade científica dizem que o que temos feito para salvar o Planeta é insuficiente e precisamos de alterações profundas na nossa sociedade, de uma ‘mudança transformadora’ para restaurar e proteger a Natureza e garantir um futuro para a Humanidade. Ainda não é tarde demais, mas amanhã já vai ser tarde demais. É necessário começar hoje, agora, e podemos fazê-lo através das nossas escolhas, nomeadamente com o que comemos, o que vestimos, como nos deslocamos, etc. Sejamos proativos. Mas também é necessário desconstruir os interesses instalados na sociedade, para dar primazia ao bem-comum, fazendo com que a defesa do bem-comum seja sinónimo de defesa da Natureza. O relatório do IPBES diz que a ‘mudança transformadora’, implica uma reorganização fundamental de todo o sistema, incluindo paradigmas, metas e valores.
Reutilização, Reparação e Reciclagem de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos,...Jorge Moreira
A reciclagem, a reparação e a reutilização de equipamentos elétricos e eletrónicos contribuem para minimizar os problemas ambientais e trazem ainda vantagens sociais e económicas para os consumidores. Veja como:
Resgatar a Humanidade, Alcide Gonçalves e Jorge Moreira, O Instalador, março ...Jorge Moreira
A palavra ‘humanidade’ deriva do latim’ humanitas’ e ‘humanitatis’, que significa cultura, civilização, natureza humana, carácter, sentimento, bondade, benevolência, cortesia e compaixão. Trata-se de uma palavra que exprime uma série de qualidades nobres, que residem profundamente no coração do ser humano.
Mas, esta palavra, significa também um conjunto de seres humanos, sendo ‘humanos’, relativo ao homem, que por sua vez é derivado de ‘homo’, relacionado como ‘humus’, terra. Quando vamos à raiz das coisas, acabamos por perceber que a Humanidade é simultaneamente um conjunto de qualidades e seres da terra. Isto sugere, que no sentido lato, todos os seres da terra podem ser considerados Humanidade. Todas as espécies, incluindo a Homo sapiens. Na verdade, não estaríamos cá sem o papel das outras espécies, tanto no que concerne a nível evolutivo, como ecológico. Não conseguiríamos existir e viver sem o contributo delas. Mas a palavra ‘terra’ também significa chão, solo, território, região de origem, nação, ou o próprio planeta Terra. Neste contexto, a Humanidade pode também ser considerada toda a Terra - a nossa grande Mãe. Há um traço de familiaridade cósmica.
Resíduos Urbanos: um problema com valor acrescentado, Alcide Gonçalves e Jorg...Jorge Moreira
Somos efetivamente uma sociedade de resíduos, com um impacto enorme no Ambiente e na qualidade de vida das pessoas. Os mares estão cheios de plástico e já começamos a comer micropartículas de plástico oriundas dos alimentos. Já foram tomadas medidas para diminuir o seu uso, mas não chega. É necessário voltar ao granel, aos mercados locais, à devolução das garrafas e embalagens, à compostagem caseira dos resíduos orgânicos mas, acima de tudo, é necessário uma nova Educação capaz de fomentar uma consciência limpa e livre de consumismos, capaz de cuidar de si e da Terra
A Vida no Centro do Universo, Revista o instalador 271Jorge Moreira
A Ecologia olha para o ser humano, da mesma forma que olha para as outras formas de vida, como um produto de um processo evolutivo, num complexo sistema interdependente e interconectado constituído pelos seres vivos. Esta forma científica reverte para um juízo moral, em que não há seres mais importantes do que outros. Para Taylor, cada organismo é per se um centro teleológico de vida, portador de dignidade inerente, o que lhe confere o estatuto de sujeito moral, não devendo ser tratado como meio para o fim de alguém. Assim, o ser humano é moralmente obrigado a proteger e promover o bem dos membros da comunidade biótica por si próprios.
Decrescimento – Crescer no Essencial, Jorge Moreira, Revista O Instalador 270Jorge Moreira
O decrescimento propõe-nos uma utopia concreta - um caminho diferente de uma sociedade de consumo, que consome pessoas e a Natureza, para uma sociedade de abundância frugal e de prosperidade humana e ecológica
Colóquio Vita Contemplativa - Mãe Natureza, Terra Viva Ecosofia, Ecologia Pro...Jorge Moreira
Quando observamos a Terra de fora, todos os indivíduos, todas as etnias humanas, todas as espécies de seres vivos, todas as serras, florestas, rios, lagos e mares, todos os Reinos da Natureza não têm fronteiras e são em conjunto a Terra.
Da mesma forma decorreu o Colóquio Vita Contemplativa Mãe Natureza, Terra Viva. Muitos contributos, de áreas tão distintas, mas todas apontaram caminhos ecosóficos idênticos.
(Esta é a segunda e última parte do artigo publicado, inicialmente, na edição de Junho de 2018 da Revista O Instalador)
Colóquio Vita Contemplativa - Mãe Natureza, Terra Viva Ecosofia, Ecologia Pro...Jorge Moreira
O Colóquio do Seminário Permanente “Vita Contemplativa - Práticas Contemplativas e Cultura Contemporânea" do Grupo Praxis do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, com o apoio do Círculo do Entre-Ser, trouxe este ano [14-15 Maio 2018] à reflexão o tema Mãe-Natureza, Terra Viva com o enfoque nos contributos da ecosofia, da ecologia profunda e da ecologia espiritual face à crise ecológica.
Durante dois dias, e de formas particulares, celebrou-se a Natureza, tornaram-se vivas memórias dessa Natureza em nós, apresentaram-se excelentes exemplos de sustentabilidade, formularam-se utopias possíveis e desejáveis de concretização, partilharam-se testemunhos, reforçaram-se laços e debateram-se contributos tão diversos para o tema: da Espiritualidade às práticas Eco-espirituais; do Xamanismo ao Yoga; do Taoísmo ao Budismo; do Cristianismo ao Islamismo; da cosmovisão dos povos primevos às experiências místicas, das metatopias urbanas às alimentares, da perspetiva de Heidegger à Física Quântica, da igualdade de gênero aos direitos da Natureza; da Transição à Permacultura; do Papa Francisco ao Compromisso com a Casa Comum; do contato com a Natureza às psicoterapias; do Caos a Gaia, passando por Eros - da Mitologia à Filosofia; da consciência do corpo à consciência da Terra, da Arte (cinema, arquitetura, pintura escultura, música, etc.) à Ciência holística; do Ecocentrismo ao Princípio feminino; da Ética à Ontologia e vice-versa.
As várias participações trouxeram visões e contributos preciosos que não podem ficar guardados com o encerramento do evento, pelo que deixamos aqui algumas das mensagens e ideias-chave debatidas.
O nosso dia de Alcide Gonçalves e Jorge Moreira, O Instalador, maio 2018Jorge Moreira
Falta festejar o dia em que cresceremos em consciência e conseguirmos integrar todo o Planeta como se fosse o nosso corpo, as nossas emoções e a nossa mente. Cada espécie passa a ser compreendida como uma célula nossa. Rios, florestas, montanhas, glaciares, lagos e oceanos são como os nossos órgãos. O sofrimento do boi ou da baleia passa a ser o nosso sofrimento. A alegria que emana do canto do rouxinol tem eco na nossa alegria. E nós passamos a compreender e a colaborar na internet micélica da vida
Práticas sustentáveis e escolhas éticas, Jorge Moreira, Revista o Instalador ...Jorge Moreira
Vivemos num planeta maravilhoso, onde a vida sorri em milhões de formas, cores, sons, paladares e perfumes. Dá-nos ainda mais sentidos e um sentido a tudo. Um planeta onde a vida floresce, evolui e desperta para mundos interiores de consciência infinita. A Terra dá-nos isso tudo, alimenta o nosso corpo, fascina-nos intelectualmente e preenche-nos com a magia da sua beleza. Haverá algo mais incrível? Então porque estamos a destruir este paraíso?
A Ciência (que) quer salvar a Humanidade – porque em breve será tarde demaisJorge Moreira
Passados 25 anos, e perante um cenário ainda mais devastador, os cientistas voltam a avisar a humanidade, agora em maior número e intensidade discursiva. Foram 15.364 elementos da comunidade científica, alguns deles laureados com o Nobel, de 184 países, incluindo mais de 200 portugueses. A nova carta aberta dirigida à Humanidade é um alerta para a ameaça que paira sobre a continuidade da nossa espécie. Curiosamente, não estamos perante um evento catastrófico à escala global, como de um corpo celeste que se dirige ameaçador contra o nosso planeta ou na iminência de uma série de cataclismos naturais à superfície. Trata-se simplesmente da ação humana, em franco crescimento sobre os recursos naturais, que tem levado à perda desastrosa da biodiversidade e dos serviços que suportam a vida na Terra.
Em maio de 2023 pisei no monte das Oliveiras. O que dizer do Monte das Oliveiras??? Aqui Jesus teve vivencias incríveis, do monte das Oliveiras Jesus orou com grande agonia, local que foi construído a igreja de Todas as Nações. Daqui ele subiu aos céus. No Monte das Oliveiras está o túmulo de Zacarias. Aqui, a Igreja Mórmon construiu uma importante Universidade. No monte das Oliveiras se localiza o famoso hotel Sete Arcos, como também está o túmulo de Maria, segundo uma tradição. Aqui está a necrópole de Silwan. No monte das Oliveiras se localiza a caverna de Josafá, e por aqui tem inscrições da época bizantina, o jardim do Getsêmani, o bairro At-tur. A igreja do Pater Noster etc.
O monte das Oliveiras já foi domínio de várias impérios que conquistavam Israel e consequentemente o Monte das Oliveiras, mas na história moderna foi possessão da Jordânia, até que na Guerra dos Seis Dias, Israel reconquistou-a. Diariamente judeus, muçulmanos e cristãos sobem e descem o monte das Oliveiras tratando-o como um lugar sagrado. Aqui está o cemitério mais importante dos judeus, pois acreditam que os primeiros a ressuscitarem se levantarão do gigantesco cemitério judaico que fica aqui.
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Flores silvestres - O instalador 279
1. 70
DOSSIER AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS | OPINIÃO
FloresSilvestres:
adiversidadedeserviços
ecossistémicos,tão
importantes,belosegratuitos
Muitos olhos atravessam o prado,
mas poucos vêm as flores nele
Nas flores, a terra sorri
Ralph Waldo Emerson
Cada planta é uma “estrela” terrestre
cujas propriedades celestes estão marcadas nas cores das pétalas das suas flores,
e as suas propriedades terrestres na forma das folhas
Paracelso (séc XVI)
Texto e Fotos: Alcide Gonçalves [Arquiteta Paisagista] e
Jorge Moreira [Ambientalista e Investigador]
2. 71
DOSSIER AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS | OPINIÃO
A
s nossas infâncias eram repletas de cor e fragrância. Não
éramos indiferentes a algo de misterioso que se elevava
da terra e se transformava em pétalas coloridas e per-
fumadas. Em cada esquina, em cada recanto, beira ou campo,
lá estavam elas sorridentes para quem passasse naquele sol de
primavera. Estas telas naturais, pintavam docemente a nossa
imaginação. Estamos a falar das flores silvestres, obviamente,
que encantavam as nossas brincadeiras e sonhos e que tinham
um papel importante no ecossistema onde se inseriam. Mas,
parece que o encanto da infância que muitos de nós tínhamos se
desvaneceu ou, infelizmente, muitos tiveram uma infância alie-
nada destes seres tanto misteriosos, como belos, porque, a dada
altura, começaram a exigir o seu corte por todo o lado, ora porque
poderiam ser vistas como potencial combustível num incêndio,
ora porque achavam que as flores silvestres não deveriam fazer
parte do nosso mundo. Pior ainda, quando eram envenenadas
com glifosato ou outro químico nocivo para o Ambiente. O nosso
mundo está a acabar com o sorriso das flores silvestres e isso não
é nada bom.
As flores silvestres estão adaptadas às condições locais e tra-
zem uma panóplia de serviços de ecossistema importantíssimos.
Alguns deles eram largamente conhecidos pelos cuidadores dos
campos agrícolas da nossa infância, nomeadamente o seu poten-
cial polinizador e controlador de pragas. Mas o mundo esqueceu
esses serviços gratuitos e preferiu pagar por químicos com a
mesma finalidade, esquecendo o enorme impacto que esses pro-
dutos provocam na Natureza e na saúde humana.
Foi preciso realizar alguns estudos académicos para demonstrar
novamente as valências das flores silvestres, também na ten-
tativa de começar a inverter todo o processo de desprezo que
temos mostrado por estes seres tão belos e importantes. Um
dos estudos mais interessantes realizados sobre esta temática,
liderado por Emily Martin, foi publicado este ano (7 de abril) na
revista ‘Ecology Letters’ com o título ‘The interplay of landscape
composition and configuration: new pathways to manage func-
tional biodiversity and agroecosystem services across Europe’.
Depois de analisadas mais de 1.500 paisagens por toda a Europa,
as conclusões do estudo foram óbvias: os locais onde se encon-
travam flores silvestres tinham uma produtividade superior das
colheitas agrícolas, porque esses locais tinham maior abundância
de artrópodes polinizadores e controladores naturais de pragas,
respectivamente 70% e 44%, do que os campos onde estas flo-
res estavam ausentes. Nesse sentido, tanto a Inglaterra como
a Suíça já estão a utilizar faixas de flores silvestres em algumas
plantações para diminuir o uso de pesticidas. Esta medida traduz
também uma preocupação com as abelhas, onde o uso de certos
pesticidas, especialmente os neonicotinóides, encontra uma rela-
ção direta com a diminuição das suas populações.
Assim, as flores silvestre contribuem para a diversidade biológica
nos ecossistemas, aumentam a produção agrícola, diminuem o
uso de pesticidas e tornam a agricultura mais sustentável e sadia.
Tudo isto, e ainda pintam com o aroma da cor, da forma e fra-
grância onde se encontram. São realmente seres especiais, que
merecem toda a nossa atenção e consideração.
Da funcionalidade ecológica à estética da paisagem
Papoila, camomila, esteva, urze, serralha, olho-de-mocho,
malmequer, dente-de-leão, verbasco, dedaleira, rosa brava,
silva, margacinha, carqueja, maias, cizirão, rosmaninho, ale-
crim, fazem parte de um extenso elenco de flores que povoam
o nosso imaginário de uma natureza silvestre ou espontânea e
que as associamos de imediato ao campo ou a diversas zonas
naturais. São elas as responsáveis, em grande parte, pelos cro-
mas na paisagem, marcando a sazonalidade das estações e os
ciclos naturais. Este é o imaginário colectivo inesquecivelmente
retratado por pintores como Claude Monet (1840-1926), Pierre
Auguste Renoir (1841-1919), Vincent Van Gogh (1853-1890) e
que eternizam as flores campestres nas paisagens transcritas
para as telas.
É esta característica de cor que as flores imprimem à paisagem
e lhes cria atributos de grande interesse visual e qualidade
paisagística. Cunham uma certa vivacidade aos lugares e confe-
3. 7272
DOSSIER AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS | OPINIÃO
rem-lhes um elevado valor estético, apreendido pelo ser humano
como cenários idílicos apetecíveis de permanecer e deles pode-
mos extrair a tranquilidade, plenitude, bem-estar e felicidade,
aproximando-nos ainda da imagem dos Campos Elíseos, isto é,
da ideia do Paraíso, que reside no âmago da nossa essência.
O movimento ‘Garden for wildlife’, criado nos anos 70, incen-
tiva os americanos a plantar espécies nativas (autóctones na
terminologia portuguesa), desde flores silvestres a árvores,
e fornecer fontes naturais de alimento, água e abrigo para o
desenvolvimento da vida silvestre nos seus quintais, pátios ou
outros espaços comuns. Só em 2018, pelo seu 45º aniversá-
rio, entre quintais, jardins, campos e outras áreas, a federação
onde este movimento está ancorado, certificou mais de 2,5
milhões de acres (equivalente a 1,10 milhões de hectares) que
suportam e protegem animais silvestres incluindo pássaros,
abelhas, borboletas e outras espécies de interesse faunístico
(blog.nwf.org).
Esta iniciativa (re)conecta os vários espaços de vizinhança,
como bairros, cidades e faz interconexão com outras cidades
criando-se, assim, surpreendentes habitats e corredores ecoló-
gicos, à escala do país, para a conservação da vida silvestre. Em
Portugal, esta iniciativa está contemplada no quadro legal que
sustenta o bom ordenamento do território, e é (ou deveria ser)
promovida pelos PMOT’s - Planos Municipais de Ordenamento
do Território, [D.L. 310/2003], através da criação de uma
Estrutura Verde Ecológica, no qual os Corredores Verdes -
espaços com espécies da flora local - desempenham esta função
ecológica de interconectividade.
Para termos uma ideia mais concreta da importância destas
estruturas ecológicas e das campanhas que fomentam a vida
silvestre, damos como exemplo o trabalho de uma só abelha que
visita dez flores por minuto em busca de pólen e do néctar, faz
em média, quarenta voos diários, tocando em 40 mil flores.
As flores silvestres são essa fonte inesgotável de alimento.
Os seus doces néctares ricos em água, açúcares e hidratos de
carbono tornam-se manjares faustosos para uma miríade de
espécies – aves, insectos e mamíferos. Em termos biológicos,
o néctar é o suco da vida e o que promove o aparecimento na
Terra de muitas espécies vegetais e animais, através desta rela-
ção mútua entre estes dois reinos. É como um leite materno que
alimenta a vida. Para a tradição ‘Veda’, o néctar é o líquido pre-
cioso da compaixão que jorra dos ‘Bodhisattva’, isto é, dos seres
já iluminados. É esta compaixão entre seres que a Natureza nos
mostra, pois ela é intrínseca à orgânica da vida. Néctar, vem do
sânscrito e significa imortal, sendo também um dos símbolos
sagrados associado à renovação da vida.
É exactamente a renovação da Natureza que nos trazem as
flores silvestres, tanto mais valiosa, quanto estas se encontram
em ambiente “inerte” como são o caso das cidades. Trazer estas
plantas para os nossos espaços de lazer - jardins e parques - é
integrar a diversidade biológica, é criar habitats e nichos ecoló-
gicos, mas também, é trazer a dimensão do sagrado manifestado
em cada uma dessas flores, permitindo-nos estar próximo e
fazer parte deste plasma subtil que envolve a vida.
Plante flores silvestres!