SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 18
A PISCOGÊNESE DA LINGUA ESCRITA
Emilia Beatriz Maria Ferreiro Schiavi nasceu na
Argentina em 1937. Formou-se em Psicologia na
Universidade de Buenos Aires. Em 1970, por
pressões políticas, ela e seu marido, físico e
epistemólogo, Rolando Garcia, vão para
Genebra/Suíça. Lá, Emília trabalha como
pesquisadora assistente de Jean Piaget e sob
sua orientação realiza seu doutorado.
Em 1971 Emilia volta para Universidade de
Buenos Aires e forma um grupo de pesquisa
sobre alfabetização do qual fazem parte Ana
Teberosky, Alícia Lenzi, Suzana Fernandez,
Liliana Tolchinsky e Ana Maria Kaufman.
Com a ditadura na Argentina com um golpe militar
em 1976, e muitos desaparecendo a todo
momento, vários elementos do grupo deixam o
país.Emilia Ferreiro se exila na Suíça e leciona na
Universidade de Genebra. Em 1979 muda-se para
o México e publica com Ana Teberosky “Sistemas
de Escrituras en el desarollo de niño” que é
publicado no Brasil sete anos depois com o nome
“A Piscogênese da Lingua Escrita”.
Emilia Ferreiro nunca achou que as pesquisas da
piscogênese se aplicassem diretamente na sala
de aula.Ela nunca teve ilusões a respeito disso.
Quando lhe perguntam se ainda esta estudando
“essas coisas de escrita” responde que nunca
terá tempo suficiente para estudar tudo o que
gostaria sobre a escrita.
Aspectos fundamentais:
•A competência linguística da criança;
•Suas capacidades cognoscitivas;
Características gerais das investigações realizadas:
Princípios básicos:
•Não identificar a leitura com o decifrado;
•Não identificar escrita com cópia de um modelo;
•Não identificar progressos na conceitualização com
decifração e cópia;
" Ler não é decifrar, escrever não é copiar".
Método de pesquisa:
Situação experimental estruturada porém flexível.
-Interrogatório individual gravado
-Método de indagação, inspirado no método clínico;
-Análise dos resultados
Grupo de “amostra”
-30 crianças de classe “baixa”, filhos de operários
não qualificados, trabalhadores temporários.
-17 meninos e 13 meninas; 15 frequentaram o
Jardim da Infância; 7 iam pela primeira vez a
escola; 6 frequentaram de forma irregular o pré.
-Todas foram entrevistas ao início, no meio e ao
final do curso.
Algumas hipóteses construídas pelas crianças
observadas na pesquisa:
-Não se pode escrever com poucas – ou apenas
uma letra;
-O tamanho da palavra corresponde ao tamanho do
objeto representado
-As letras de uma palavra não devem se repetir; é
preciso que exista uma variação nas letras;
-A orientação espacial da escrita é uma construção
social não obvia para as crianças;
-Para os alfabetizados existe apenas a “lógica”
produzida pela escrita. Para as crianças em
processo de alfabetização existem hipóteses que
vão se confirmando ou não, que vão sendo
desafiadas a permanecerem as mesmas.
ESTÁGIOS DA EVOLUÇÃO DA ESCRITA
NÍVEL 1 .PRÉ - SILÁBICO
Características:
1. Indiferenciação entre gravura e escrita.
2. 2. Uso de sinais únicos para escrever palavras
diferentes.
3. 3. A ordem das letras na palavra não é importante.
4. 4. Categorias linguísticas não definidas
(letras, sílabas, palavras, etc.)
Proposta didática:Possibilitar à criança vivenciar atividades
que envolvam as letras(palavras e textos de interesse da
criança).
Conflitos que levam ao próximo nível:Percepção de que há
estabilidade nas palavras.Ex.: Só há uma forma de
escrever
NÍVEL 2. SILÁBICO
Características
1.Vinculação entre escrita e pronúncia.
2. Correspondência quantitativa de sílabas orais com
cada letrada palavra. Ex.: i F – PATO (Nível silábico –
quantitativo ou restrito).
3. Correspondência qualitativa dos sons com as letras.Ex.:
AO – PATO (Nível silábico – qualitativo ou evoluído).
Conflitos que levam à próxima hipótese:
*Impossibilidade de ler silabicamente (sobram letras)
*Impossibilidade de ler o que os outros escrevem.
*Confronto com grafias de certas palavras que sabem serem
corretas
NÍVEL 3. SILÁBICO – ALFABÉTICO (nível intermediário)
Características
1. Estágio de transição entre o silábico e o alfabético;
2. Escrita alterna entre o uso de letras e de sílabas para
registro;
EX: A criança pode escrever
CAVALO = CA VA LO de memória mas na escrita autoral
PETECA = PTCA
- As letras que sozinhas possuem o som da sílaba como B
(be) P(pe) T(te) V(ve)
- As sílabas que exigem mais de duas letras como as
formadas com LH, NH, CH, RR, SS, QU, GU, etc.
NÍVEL 4. ALFABÉTICO
Características:
1.A criança descobre que precisa de uma letra para
cadasílaba.
2.Desprende-se do realismo nominal.
3. Já possui formas fixas e grafa muitas sílabas
completas (noinício). Na fase avançada, já desperta
para questõesortográficas.
Ex.: PALHAÇO (PA L SO – 1ª fase)(PALIASO – 2ª
fase)Faz correspondência fonema/grafema
NÍVEIS PRÉ
SILABICO
SILÁBICO ALFABÉTICO
HIPÓTESES Indiferenciação
entre gravura e
escrita: não
correlaciona
fonema/grafema
Cada sinal gráfico
representa uma
sílaba.
Escreve-se como se
fala
DESAFIOS Estabelecer uma
relação entre a fala
e a escrita;
Diferenciar o
desenho da escrita;
Vencer o realismo
nominal;
Conservação gráfica
na forma das
palavras
Vencer a hipótese
do número de letras;
Silabas
representadas por
uma ou mais letras;
A escrita representa
a fala, contudo, não
se escreve como se
fala.
INTERVENÇÕES Regularidade na
formação das
palavras: letras
iniciais, finais;
Distinção entre
imagem e escrita;
Vinculo entre o
discurso e o
registro;
Leitura do que se
escreve;
Confronto com
outras escritas;
Cruzadinhas;
Forca; auto-ditado e
auto-correção
Leitura, muita
leitura;
Produção de texto
com auto-
correção;
Caça-palavras;
A ALFABETIZAÇÃO EM UMA ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA
- Alfabetização considerada em função da relação entre quem
ensina (professor), quem aprende (aluno) e o objetivo da
aprendizagem (sistema de representação alfabética da
linguagem).
- Escrita concebida como uma representação
da linguagem,processo que envolve uma construção
conceitual. Não é mero código de transcrição
gráfica de unidades sonoras.
-Se a aprendizagem da língua escrita implica na compreensão
do modo de construção de um sistema de representação,
esta se converte na apropriação de um novo objeto
de conhecimento (aprendizagem conceitual).
- Ênfase aos aspectos linguísticos, sociolinguísticos,
psicogenéticos e psicolinguísticos
CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO
-Mudança na abordagem escolar em geral.
- Necessidade de maior conhecimento científico por
parte do professor (psicogênese da língua).
- Respeito à criança, considerando-a ser ativo e capaz,
que segue um caminho próprio na sua evolução.
- Valorização das escritas espontâneas da criança,
permitindo-lhe que escreva de acordo com suas
hipóteses.
- Mudança na visão do “ERRO” – do pejorativo para o
ERRO CONSTRUTIVO e necessário – instrumento
de pistas para o professor a respeito das hipóteses
do aluno e de seu estágio de evolução.
- Delineação dos caminhos que a criança percorre para
apropriar-se dos objetos do conhecimento: a leitura e a
escrita.
-Mudança do enfoque do “COMO SE ENSINA” para
“COMO SEAPRENDE”.
- O trabalho pedagógico deverá estar orientado para
ajudar acriança a responder duas questões:
1.O que a escrita representa?
2.Qual é a estrutura da escrita?
-Substituição da questão da prontidão, numa
visãotradicional ligada aos aspectos da coordenação
viso-auditivo-motora, por aspectos linguísticos, que
envolvem aconcepção da criança sobre a leitura e a
escrita: função,formas de representação, estruturação,
etc
LIVROS DA AUTORA
Ferreiro & Teberosky. Psicogênese da
Língua Escrita. Artes Médicas.1991.
Ferreiro & Palácio. Novas Perspectivas
sobre os processos de Leitura e
escrita. 1998.
Ferreiro. Reflexões sobre
alfabetização.Cortez, 1981.
Ferreiro. Alfabetização em Processo.
Cortez, 2011.
Ferreiro. Passado e Presente dos
verbos ler e escrever.Cortez, 2011.
Ferreiro. Com todas as letras. Cortez,
2011
"... A minha contribuição foi
encontrar uma explicação
segundo a qual, por trás da mão
que pega o lápis,
dos olhos que olham, dos
ouvidos que escutam,
há uma criança que pensa"
(Emília Ferreiro)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Oficina leitura e escrita
Oficina leitura e escritaOficina leitura e escrita
Oficina leitura e escritaLuciana Sá
 
Psicogênese da Língua Escrita 2
Psicogênese da Língua Escrita 2Psicogênese da Língua Escrita 2
Psicogênese da Língua Escrita 2Israel serique
 
Psicogênese da língua escrita 1
Psicogênese da língua escrita  1Psicogênese da língua escrita  1
Psicogênese da língua escrita 1Israel serique
 
Concepcao de alfabetizacao
Concepcao de alfabetizacaoConcepcao de alfabetizacao
Concepcao de alfabetizacaoangelafreire
 
Apresentação planejamento psicogênese da língua escrita
Apresentação planejamento   psicogênese da língua escritaApresentação planejamento   psicogênese da língua escrita
Apresentação planejamento psicogênese da língua escritaAlekson Morais
 
Diag. e interv nas dif. de leitura e escrita
Diag. e interv nas dif. de leitura e escritaDiag. e interv nas dif. de leitura e escrita
Diag. e interv nas dif. de leitura e escritaMaria Masarela Passos
 
Organizando o trabalho a partir dos níveis da escrita
Organizando o trabalho a partir dos níveis da escritaOrganizando o trabalho a partir dos níveis da escrita
Organizando o trabalho a partir dos níveis da escritaassessoriapedagogica
 
Apresentação psicogênese da língua escrita
Apresentação psicogênese da língua escritaApresentação psicogênese da língua escrita
Apresentação psicogênese da língua escritaAna Paula Epifanio
 
Processo de aquisição da leitura e escrita
Processo de aquisição da leitura e escritaProcesso de aquisição da leitura e escrita
Processo de aquisição da leitura e escritaequipeanosiniciais
 
Psicogenese lingua escrita
Psicogenese lingua escritaPsicogenese lingua escrita
Psicogenese lingua escritaMarcia Miranda
 
Psicogênese da Língua Escrita
Psicogênese da Língua EscritaPsicogênese da Língua Escrita
Psicogênese da Língua EscritaBruna Braga
 
Apresentação psicogênese da língua escrita
Apresentação psicogênese da língua escritaApresentação psicogênese da língua escrita
Apresentação psicogênese da língua escritaMARILENE RANGEL
 
Processo e objetivos da alfabetizacao
Processo e objetivos da alfabetizacaoProcesso e objetivos da alfabetizacao
Processo e objetivos da alfabetizacaoJean Carvalho
 

Mais procurados (20)

Níveis de escrita (1)pnaic
Níveis de escrita (1)pnaicNíveis de escrita (1)pnaic
Níveis de escrita (1)pnaic
 
Oficina leitura e escrita
Oficina leitura e escritaOficina leitura e escrita
Oficina leitura e escrita
 
Emilia ferreiro
Emilia ferreiroEmilia ferreiro
Emilia ferreiro
 
Psicogênese da Língua Escrita 2
Psicogênese da Língua Escrita 2Psicogênese da Língua Escrita 2
Psicogênese da Língua Escrita 2
 
Psicogênese da língua escrita 1
Psicogênese da língua escrita  1Psicogênese da língua escrita  1
Psicogênese da língua escrita 1
 
Concepcao de alfabetizacao
Concepcao de alfabetizacaoConcepcao de alfabetizacao
Concepcao de alfabetizacao
 
Alfabetização
AlfabetizaçãoAlfabetização
Alfabetização
 
Psicog
PsicogPsicog
Psicog
 
Apresentação planejamento psicogênese da língua escrita
Apresentação planejamento   psicogênese da língua escritaApresentação planejamento   psicogênese da língua escrita
Apresentação planejamento psicogênese da língua escrita
 
Diag. e interv nas dif. de leitura e escrita
Diag. e interv nas dif. de leitura e escritaDiag. e interv nas dif. de leitura e escrita
Diag. e interv nas dif. de leitura e escrita
 
Organizando o trabalho a partir dos níveis da escrita
Organizando o trabalho a partir dos níveis da escritaOrganizando o trabalho a partir dos níveis da escrita
Organizando o trabalho a partir dos níveis da escrita
 
Apresentação psicogênese da língua escrita
Apresentação psicogênese da língua escritaApresentação psicogênese da língua escrita
Apresentação psicogênese da língua escrita
 
Processo de aquisição da leitura e escrita
Processo de aquisição da leitura e escritaProcesso de aquisição da leitura e escrita
Processo de aquisição da leitura e escrita
 
Psicogenese lingua escrita
Psicogenese lingua escritaPsicogenese lingua escrita
Psicogenese lingua escrita
 
Psicogênese da Língua Escrita
Psicogênese da Língua EscritaPsicogênese da Língua Escrita
Psicogênese da Língua Escrita
 
Apresentação psicogênese da língua escrita
Apresentação psicogênese da língua escritaApresentação psicogênese da língua escrita
Apresentação psicogênese da língua escrita
 
Psicogênese da língua escrita
Psicogênese da língua escrita Psicogênese da língua escrita
Psicogênese da língua escrita
 
Alfabetizao métodos
Alfabetizao   métodosAlfabetizao   métodos
Alfabetizao métodos
 
Cartilha letramento[1]
Cartilha  letramento[1]Cartilha  letramento[1]
Cartilha letramento[1]
 
Processo e objetivos da alfabetizacao
Processo e objetivos da alfabetizacaoProcesso e objetivos da alfabetizacao
Processo e objetivos da alfabetizacao
 

Semelhante a A piscogênese da lingua escrita

PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITAPSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITATerapia online
 
JOGOS PARA TRABALHAR OS NÍVEIS DE LEITURA E ESCRITA
JOGOS PARA TRABALHAR OS NÍVEIS DE LEITURA E ESCRITAJOGOS PARA TRABALHAR OS NÍVEIS DE LEITURA E ESCRITA
JOGOS PARA TRABALHAR OS NÍVEIS DE LEITURA E ESCRITAFabiana Lopes
 
As particularidades das escritas silábico
As particularidades das escritas silábicoAs particularidades das escritas silábico
As particularidades das escritas silábicoEdna Silva Santos
 
Alfabetização e letramento
Alfabetização e letramentoAlfabetização e letramento
Alfabetização e letramentoLianeMagnolia
 
alfabetizacao_letramento.pdf
alfabetizacao_letramento.pdfalfabetizacao_letramento.pdf
alfabetizacao_letramento.pdfisraelf3
 
Hipóteses da Psicogêse da Língua Escríta
Hipóteses da Psicogêse da Língua EscrítaHipóteses da Psicogêse da Língua Escríta
Hipóteses da Psicogêse da Língua EscrítaAnne Cunha Silveira
 
Processo E Objetivos Da Alfabetização
Processo E Objetivos Da AlfabetizaçãoProcesso E Objetivos Da Alfabetização
Processo E Objetivos Da AlfabetizaçãoJ. C.
 
Formação 07 junho Suam
Formação 07 junho SuamFormação 07 junho Suam
Formação 07 junho SuamDyone Andrade
 
Aula 3 - Letraento e Alfabetização.pdf
Aula 3 -  Letraento e Alfabetização.pdfAula 3 -  Letraento e Alfabetização.pdf
Aula 3 - Letraento e Alfabetização.pdfRomuloHalley1
 
Sequencia didatica _fabulas
Sequencia didatica _fabulasSequencia didatica _fabulas
Sequencia didatica _fabulasProfessora Cida
 
Anexos relatório pibid pedagogia cianorte 2014
Anexos relatório pibid pedagogia cianorte 2014Anexos relatório pibid pedagogia cianorte 2014
Anexos relatório pibid pedagogia cianorte 2014Keila Marcelo
 
Alfabetização letramento
Alfabetização  letramentoAlfabetização  letramento
Alfabetização letramentoMicheli Rader
 
2º encontro da unidade 1 avaliação
2º encontro da unidade 1   avaliação2º encontro da unidade 1   avaliação
2º encontro da unidade 1 avaliaçãoBete Feliciano
 
Apresentação alfabetização e letramento
Apresentação alfabetização e letramentoApresentação alfabetização e letramento
Apresentação alfabetização e letramentoVivi Veloso
 
Análise da escrita alfabética
Análise da escrita alfabéticaAnálise da escrita alfabética
Análise da escrita alfabéticaAnanda Lima
 

Semelhante a A piscogênese da lingua escrita (20)

PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITAPSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
 
JOGOS PARA TRABALHAR OS NÍVEIS DE LEITURA E ESCRITA
JOGOS PARA TRABALHAR OS NÍVEIS DE LEITURA E ESCRITAJOGOS PARA TRABALHAR OS NÍVEIS DE LEITURA E ESCRITA
JOGOS PARA TRABALHAR OS NÍVEIS DE LEITURA E ESCRITA
 
As particularidades das escritas silábico
As particularidades das escritas silábicoAs particularidades das escritas silábico
As particularidades das escritas silábico
 
Alfabetização e letramento
Alfabetização e letramentoAlfabetização e letramento
Alfabetização e letramento
 
Revista peb1
Revista peb1Revista peb1
Revista peb1
 
Revista peb1
Revista peb1Revista peb1
Revista peb1
 
alfabetizacao_letramento.pdf
alfabetizacao_letramento.pdfalfabetizacao_letramento.pdf
alfabetizacao_letramento.pdf
 
Hipóteses da Psicogêse da Língua Escríta
Hipóteses da Psicogêse da Língua EscrítaHipóteses da Psicogêse da Língua Escríta
Hipóteses da Psicogêse da Língua Escríta
 
Processo E Objetivos Da Alfabetização
Processo E Objetivos Da AlfabetizaçãoProcesso E Objetivos Da Alfabetização
Processo E Objetivos Da Alfabetização
 
Formação 07 junho Suam
Formação 07 junho SuamFormação 07 junho Suam
Formação 07 junho Suam
 
unidade 1
unidade 1unidade 1
unidade 1
 
Aula 3 - Letraento e Alfabetização.pdf
Aula 3 -  Letraento e Alfabetização.pdfAula 3 -  Letraento e Alfabetização.pdf
Aula 3 - Letraento e Alfabetização.pdf
 
Sequencia didatica _fabulas
Sequencia didatica _fabulasSequencia didatica _fabulas
Sequencia didatica _fabulas
 
Anexos relatório pibid pedagogia cianorte 2014
Anexos relatório pibid pedagogia cianorte 2014Anexos relatório pibid pedagogia cianorte 2014
Anexos relatório pibid pedagogia cianorte 2014
 
Alfabetização letramento
Alfabetização  letramentoAlfabetização  letramento
Alfabetização letramento
 
Níveis de escrita.pptx
Níveis de escrita.pptxNíveis de escrita.pptx
Níveis de escrita.pptx
 
2º encontro da unidade 1 avaliação
2º encontro da unidade 1   avaliação2º encontro da unidade 1   avaliação
2º encontro da unidade 1 avaliação
 
Hipóteses
HipótesesHipóteses
Hipóteses
 
Apresentação alfabetização e letramento
Apresentação alfabetização e letramentoApresentação alfabetização e letramento
Apresentação alfabetização e letramento
 
Análise da escrita alfabética
Análise da escrita alfabéticaAnálise da escrita alfabética
Análise da escrita alfabética
 

Mais de Kualo Kala

Apostila afonso ferra
Apostila afonso ferraApostila afonso ferra
Apostila afonso ferraKualo Kala
 
50 questões daq bancacespe conhecimentos pedag
50 questões daq bancacespe conhecimentos pedag50 questões daq bancacespe conhecimentos pedag
50 questões daq bancacespe conhecimentos pedagKualo Kala
 
Concep de educ
Concep de educConcep de educ
Concep de educKualo Kala
 
Orientacao educacional
Orientacao educacionalOrientacao educacional
Orientacao educacionalKualo Kala
 
A teoria e prática da orientação educacional
A teoria e prática da orientação educacionalA teoria e prática da orientação educacional
A teoria e prática da orientação educacionalKualo Kala
 
A orientação educacional nas escolas atualmente
A orientação educacional nas escolas atualmenteA orientação educacional nas escolas atualmente
A orientação educacional nas escolas atualmenteKualo Kala
 
Predicação verbal
Predicação verbalPredicação verbal
Predicação verbalKualo Kala
 
Sidney lingua portuguesa_regencia
Sidney lingua portuguesa_regenciaSidney lingua portuguesa_regencia
Sidney lingua portuguesa_regenciaKualo Kala
 
Agente de transito_belford_roxo
Agente de transito_belford_roxoAgente de transito_belford_roxo
Agente de transito_belford_roxoKualo Kala
 
Orientador educacional bio rio barra mansa
Orientador educacional  bio rio barra mansaOrientador educacional  bio rio barra mansa
Orientador educacional bio rio barra mansaKualo Kala
 
A questão do magistério no plano nacional de educação
A questão do magistério no plano nacional de educaçãoA questão do magistério no plano nacional de educação
A questão do magistério no plano nacional de educaçãoKualo Kala
 
41915 teoricos paulo_freire_e_freinet_ana_vital
41915 teoricos paulo_freire_e_freinet_ana_vital41915 teoricos paulo_freire_e_freinet_ana_vital
41915 teoricos paulo_freire_e_freinet_ana_vitalKualo Kala
 
26616 teoricos da_aprendizagem_nzroe
26616 teoricos da_aprendizagem_nzroe26616 teoricos da_aprendizagem_nzroe
26616 teoricos da_aprendizagem_nzroeKualo Kala
 
22 exercícios - inequação produto e quociente (1)
22   exercícios - inequação produto e quociente (1)22   exercícios - inequação produto e quociente (1)
22 exercícios - inequação produto e quociente (1)Kualo Kala
 

Mais de Kualo Kala (17)

Apostila afonso ferra
Apostila afonso ferraApostila afonso ferra
Apostila afonso ferra
 
Oe aula 04
Oe aula 04Oe aula 04
Oe aula 04
 
50 questões daq bancacespe conhecimentos pedag
50 questões daq bancacespe conhecimentos pedag50 questões daq bancacespe conhecimentos pedag
50 questões daq bancacespe conhecimentos pedag
 
Administrador
AdministradorAdministrador
Administrador
 
Concep de educ
Concep de educConcep de educ
Concep de educ
 
Orientacao educacional
Orientacao educacionalOrientacao educacional
Orientacao educacional
 
Lom
LomLom
Lom
 
A teoria e prática da orientação educacional
A teoria e prática da orientação educacionalA teoria e prática da orientação educacional
A teoria e prática da orientação educacional
 
A orientação educacional nas escolas atualmente
A orientação educacional nas escolas atualmenteA orientação educacional nas escolas atualmente
A orientação educacional nas escolas atualmente
 
Predicação verbal
Predicação verbalPredicação verbal
Predicação verbal
 
Sidney lingua portuguesa_regencia
Sidney lingua portuguesa_regenciaSidney lingua portuguesa_regencia
Sidney lingua portuguesa_regencia
 
Agente de transito_belford_roxo
Agente de transito_belford_roxoAgente de transito_belford_roxo
Agente de transito_belford_roxo
 
Orientador educacional bio rio barra mansa
Orientador educacional  bio rio barra mansaOrientador educacional  bio rio barra mansa
Orientador educacional bio rio barra mansa
 
A questão do magistério no plano nacional de educação
A questão do magistério no plano nacional de educaçãoA questão do magistério no plano nacional de educação
A questão do magistério no plano nacional de educação
 
41915 teoricos paulo_freire_e_freinet_ana_vital
41915 teoricos paulo_freire_e_freinet_ana_vital41915 teoricos paulo_freire_e_freinet_ana_vital
41915 teoricos paulo_freire_e_freinet_ana_vital
 
26616 teoricos da_aprendizagem_nzroe
26616 teoricos da_aprendizagem_nzroe26616 teoricos da_aprendizagem_nzroe
26616 teoricos da_aprendizagem_nzroe
 
22 exercícios - inequação produto e quociente (1)
22   exercícios - inequação produto e quociente (1)22   exercícios - inequação produto e quociente (1)
22 exercícios - inequação produto e quociente (1)
 

Último

Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfMárcio Azevedo
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 

Último (20)

Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 

A piscogênese da lingua escrita

  • 1.
  • 2. A PISCOGÊNESE DA LINGUA ESCRITA Emilia Beatriz Maria Ferreiro Schiavi nasceu na Argentina em 1937. Formou-se em Psicologia na Universidade de Buenos Aires. Em 1970, por pressões políticas, ela e seu marido, físico e epistemólogo, Rolando Garcia, vão para Genebra/Suíça. Lá, Emília trabalha como pesquisadora assistente de Jean Piaget e sob sua orientação realiza seu doutorado. Em 1971 Emilia volta para Universidade de Buenos Aires e forma um grupo de pesquisa sobre alfabetização do qual fazem parte Ana Teberosky, Alícia Lenzi, Suzana Fernandez, Liliana Tolchinsky e Ana Maria Kaufman.
  • 3. Com a ditadura na Argentina com um golpe militar em 1976, e muitos desaparecendo a todo momento, vários elementos do grupo deixam o país.Emilia Ferreiro se exila na Suíça e leciona na Universidade de Genebra. Em 1979 muda-se para o México e publica com Ana Teberosky “Sistemas de Escrituras en el desarollo de niño” que é publicado no Brasil sete anos depois com o nome “A Piscogênese da Lingua Escrita”. Emilia Ferreiro nunca achou que as pesquisas da piscogênese se aplicassem diretamente na sala de aula.Ela nunca teve ilusões a respeito disso. Quando lhe perguntam se ainda esta estudando “essas coisas de escrita” responde que nunca terá tempo suficiente para estudar tudo o que gostaria sobre a escrita.
  • 4. Aspectos fundamentais: •A competência linguística da criança; •Suas capacidades cognoscitivas; Características gerais das investigações realizadas: Princípios básicos: •Não identificar a leitura com o decifrado; •Não identificar escrita com cópia de um modelo; •Não identificar progressos na conceitualização com decifração e cópia; " Ler não é decifrar, escrever não é copiar".
  • 5. Método de pesquisa: Situação experimental estruturada porém flexível. -Interrogatório individual gravado -Método de indagação, inspirado no método clínico; -Análise dos resultados Grupo de “amostra” -30 crianças de classe “baixa”, filhos de operários não qualificados, trabalhadores temporários. -17 meninos e 13 meninas; 15 frequentaram o Jardim da Infância; 7 iam pela primeira vez a escola; 6 frequentaram de forma irregular o pré. -Todas foram entrevistas ao início, no meio e ao final do curso.
  • 6. Algumas hipóteses construídas pelas crianças observadas na pesquisa: -Não se pode escrever com poucas – ou apenas uma letra; -O tamanho da palavra corresponde ao tamanho do objeto representado -As letras de uma palavra não devem se repetir; é preciso que exista uma variação nas letras; -A orientação espacial da escrita é uma construção social não obvia para as crianças; -Para os alfabetizados existe apenas a “lógica” produzida pela escrita. Para as crianças em processo de alfabetização existem hipóteses que vão se confirmando ou não, que vão sendo desafiadas a permanecerem as mesmas.
  • 7. ESTÁGIOS DA EVOLUÇÃO DA ESCRITA NÍVEL 1 .PRÉ - SILÁBICO Características: 1. Indiferenciação entre gravura e escrita. 2. 2. Uso de sinais únicos para escrever palavras diferentes. 3. 3. A ordem das letras na palavra não é importante. 4. 4. Categorias linguísticas não definidas (letras, sílabas, palavras, etc.) Proposta didática:Possibilitar à criança vivenciar atividades que envolvam as letras(palavras e textos de interesse da criança). Conflitos que levam ao próximo nível:Percepção de que há estabilidade nas palavras.Ex.: Só há uma forma de escrever
  • 8.
  • 9. NÍVEL 2. SILÁBICO Características 1.Vinculação entre escrita e pronúncia. 2. Correspondência quantitativa de sílabas orais com cada letrada palavra. Ex.: i F – PATO (Nível silábico – quantitativo ou restrito). 3. Correspondência qualitativa dos sons com as letras.Ex.: AO – PATO (Nível silábico – qualitativo ou evoluído). Conflitos que levam à próxima hipótese: *Impossibilidade de ler silabicamente (sobram letras) *Impossibilidade de ler o que os outros escrevem. *Confronto com grafias de certas palavras que sabem serem corretas
  • 10.
  • 11. NÍVEL 3. SILÁBICO – ALFABÉTICO (nível intermediário) Características 1. Estágio de transição entre o silábico e o alfabético; 2. Escrita alterna entre o uso de letras e de sílabas para registro; EX: A criança pode escrever CAVALO = CA VA LO de memória mas na escrita autoral PETECA = PTCA - As letras que sozinhas possuem o som da sílaba como B (be) P(pe) T(te) V(ve) - As sílabas que exigem mais de duas letras como as formadas com LH, NH, CH, RR, SS, QU, GU, etc.
  • 12. NÍVEL 4. ALFABÉTICO Características: 1.A criança descobre que precisa de uma letra para cadasílaba. 2.Desprende-se do realismo nominal. 3. Já possui formas fixas e grafa muitas sílabas completas (noinício). Na fase avançada, já desperta para questõesortográficas. Ex.: PALHAÇO (PA L SO – 1ª fase)(PALIASO – 2ª fase)Faz correspondência fonema/grafema
  • 13.
  • 14. NÍVEIS PRÉ SILABICO SILÁBICO ALFABÉTICO HIPÓTESES Indiferenciação entre gravura e escrita: não correlaciona fonema/grafema Cada sinal gráfico representa uma sílaba. Escreve-se como se fala DESAFIOS Estabelecer uma relação entre a fala e a escrita; Diferenciar o desenho da escrita; Vencer o realismo nominal; Conservação gráfica na forma das palavras Vencer a hipótese do número de letras; Silabas representadas por uma ou mais letras; A escrita representa a fala, contudo, não se escreve como se fala. INTERVENÇÕES Regularidade na formação das palavras: letras iniciais, finais; Distinção entre imagem e escrita; Vinculo entre o discurso e o registro; Leitura do que se escreve; Confronto com outras escritas; Cruzadinhas; Forca; auto-ditado e auto-correção Leitura, muita leitura; Produção de texto com auto- correção; Caça-palavras;
  • 15. A ALFABETIZAÇÃO EM UMA ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA - Alfabetização considerada em função da relação entre quem ensina (professor), quem aprende (aluno) e o objetivo da aprendizagem (sistema de representação alfabética da linguagem). - Escrita concebida como uma representação da linguagem,processo que envolve uma construção conceitual. Não é mero código de transcrição gráfica de unidades sonoras. -Se a aprendizagem da língua escrita implica na compreensão do modo de construção de um sistema de representação, esta se converte na apropriação de um novo objeto de conhecimento (aprendizagem conceitual). - Ênfase aos aspectos linguísticos, sociolinguísticos, psicogenéticos e psicolinguísticos
  • 16. CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO -Mudança na abordagem escolar em geral. - Necessidade de maior conhecimento científico por parte do professor (psicogênese da língua). - Respeito à criança, considerando-a ser ativo e capaz, que segue um caminho próprio na sua evolução. - Valorização das escritas espontâneas da criança, permitindo-lhe que escreva de acordo com suas hipóteses. - Mudança na visão do “ERRO” – do pejorativo para o ERRO CONSTRUTIVO e necessário – instrumento de pistas para o professor a respeito das hipóteses do aluno e de seu estágio de evolução.
  • 17. - Delineação dos caminhos que a criança percorre para apropriar-se dos objetos do conhecimento: a leitura e a escrita. -Mudança do enfoque do “COMO SE ENSINA” para “COMO SEAPRENDE”. - O trabalho pedagógico deverá estar orientado para ajudar acriança a responder duas questões: 1.O que a escrita representa? 2.Qual é a estrutura da escrita? -Substituição da questão da prontidão, numa visãotradicional ligada aos aspectos da coordenação viso-auditivo-motora, por aspectos linguísticos, que envolvem aconcepção da criança sobre a leitura e a escrita: função,formas de representação, estruturação, etc
  • 18. LIVROS DA AUTORA Ferreiro & Teberosky. Psicogênese da Língua Escrita. Artes Médicas.1991. Ferreiro & Palácio. Novas Perspectivas sobre os processos de Leitura e escrita. 1998. Ferreiro. Reflexões sobre alfabetização.Cortez, 1981. Ferreiro. Alfabetização em Processo. Cortez, 2011. Ferreiro. Passado e Presente dos verbos ler e escrever.Cortez, 2011. Ferreiro. Com todas as letras. Cortez, 2011 "... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa" (Emília Ferreiro)