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Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 1
Universidade Católica Portuguesa – Faculdade de Teologia
1º ano Doutoramento em Teologia Pastoral - Braga, 2020
Unidade: Exegese Pastoral (Homilética)
Professor Doutor Hermenegildo Faria
Aluno: João Miguel Pereira, joaofreigil@hotmail.com
Trabalho final: “A homilia: O que é? Como melhorar?”
«A Liturgia é o âmbito privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da
nossa vida: fala hoje ao seu povo, que escuta e responde» (Verbum Domini, 52). Deus
fala-nos pela Palavra proclamada, pelos sinais sacramentais e também pela homilia, que
é parte integrante da Liturgia: «A homilia tem também um significado sacramental: Cristo
está presente, tanto na assembleia reunida para escutar a sua Palavra como na pregação
do ministro, através do qual o próprio Cristo, que outrora falou na sinagoga de Nazaré,
ensina agora o seu Povo» (Diretório Homilético 4). «A missão do homileta é ajudar os
fiéis a ler as Escrituras à luz do mistério pascal, de modo que Cristo lhes possa revelar o
seu próprio Coração» (DH18).
A homilia não há-de ser um sermão sobre um tema abstrato ou totalmente
desligado da celebração litúrgica e das suas leituras e ainda, na pior das hipóteses, para
violentar os textos previstos pela Igreja, torcendo-os para os adaptar a uma ideia
preconcebida (DH6). Também não é um mero exercício de exegese bíblica, nem é a
ocasião favorável para oferecer uma pormenorizada exegese bíblica. Mesmo que o povo
de Deus tenha um grande desejo de aprofundar as Escrituras, os pastores devem prever
ocasiões e iniciativas apropriadas que permitam aos fiéis aprofundar o conhecimento da
Palavra de Deus. «O mais importante é o facto de o homileta ser chamado a fazer
descobrir como a Palavra de Deus se está a cumprir aqui e agora» (DH6). A homilia
também não é um ensinamento catequético, embora a catequese seja uma dimensão
importante, pois não é ocasião para «um discurso não integrado verdadeiramente na
própria celebração litúrgica» (DH6). «Por fim, a homilia não deve servir de ocasião para
o pregador dar um testemunho pessoal. É verdade que as pessoas podem ser
profundamente tocadas por histórias pessoais, mas a homilia deve exprimir a fé da Igreja
e não propriamente a história pessoal do homileta» (DH6). Isto não significa que «na
pregação não haja lugar para temas fundamentais, para a exegese bíblica, para o
ensinamento doutrinal e o testemunho pessoal; não há dúvida que, numa boa homilia,
podem tornar-se elementos eficazes. É muito apropriado que um homileta saiba conjugar
os textos de uma celebração com factos e questões de atualidade, partilhar os frutos do
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estudo para compreender um trecho da Escritura e mostrar o nexo que existe entre a
Palavra de Deus e a doutrina da Igreja. […] O homileta deve também falar de modo que
quem o escuta possa ver a fé dele no poder de Deus. É verdade que não deve reduzir o
modelo da mensagem ao nível do próprio testemunho pessoal, com receio de ser acusado
de não praticar o que prega. Como não se prega a si mesmo, mas a Cristo, pode, sem
hipocrisia, indicar as metas da santidade, à qual, como todos, também ele aspira na sua
peregrinação de fé» (DH7).
Na Instrução Geral do Missal Romano (65) diz-se que: A homilia faz parte
integrante da Liturgia e é muito recomendada: é um elemento necessário para alimentar
a vida cristã. Deve ser a explanação de algum aspeto das leituras da Sagrada Escritura ou
de algum texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, tendo sempre em conta o
mistério que se celebra, bem como as necessidades particulares dos ouvintes.
A homilia parte da liturgia da Palavra para, no decorrer do ano litúrgico, a partir
do texto sagrado, expor o mistério da fé e as normas da vida cristã. Ela, «quer explique a
palavra da Sagrada Escritura acabada de ler, quer outro texto litúrgico, deve levar a
comunidade dos fiéis a celebrar ativamente a Eucaristia, para que “sejam fiéis na vida ao
que receberam pela fé”» (DH9).
A homilia há-de ter as seguintes características: 1 - É proclamação do mistério
pascal de Cristo, pois nela a interpretação das leituras e das orações há-de ser iluminada
pela morte e ressurreição do Senhor. Pode expor ensinamentos doutrinais ou morais
sugeridos pelos textos. 2 - Ela estabelece uma ponte entre a liturgia da Palavra, na qual
está inserida, e a liturgia eucarística, que se lhe seguirá, dispondo a comunidade para a
celebração eucarística. 3 - Sugere aos membros da comunidade, transformados pela
Eucaristia, como podem levar o Evangelho ao mundo através da vida quotidiana.
Sobre a natureza do homileta, diz-se que, para se tomar eficaz, não é necessário
ser um grande orador. Ainda assim, «a arte oratória ou de falar em público, inclusive o
uso apropriado da voz e mesmo do gesto, contribui para a eficácia da homilia». «O
essencial é que o homileta ponha a Palavra de Deus no centro da sua vida espiritual,
conheça bem o seu povo, reflita sobre os acontecimentos do seu tempo, procure
constantemente desenvolver as capacidades que o ajudem a pregar de forma apropriada
e, sobretudo, consciente da própria pobreza espiritual, invoque na fé o Espírito Santo
como principal artífice no tornar dócil aos divinos mistérios o coração dos fiéis».
Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 3
O homileta há-de preparar a pregação dedicando-lhe um tempo longo de estudo,
oração, reflexão e criatividade pastoral. Para isso, os pregadores devem estabelecer um
profundo diálogo com a Palavra de Deus, recorrendo à lectio divina, que é feita de leitura,
meditação, oração e contemplação. Podendo neste processo valer-se de comentários
bíblicos, o homileta deverá traduzir o seu estudo numa linguagem compreensível aos seus
ouvintes (incluindo as crianças e as pessoas menos cultas). Poderá valer-se na homilia de
imagens e exemplos da vida quotidiana: «as imagens ajudam a apreciar e acolher a
mensagem que se quer transmitir. Uma imagem fascinante faz com que se sinta a
mensagem como algo familiar, próximo, possível, relacionado com a própria vida. Uma
imagem apropriada pode levar a saborear a mensagem que se quer transmitir, desperta
um desejo e motiva a vontade na direção do Evangelho» (DH31).
Ainda que na Missa só deva haver uma homilia, o papel do pregador não se reduz
à homilia em si mesma: As invocações do rito penitencial (quando se usa a terceira forma)
e as intercessões na Oração Universal podem fazer referência às leituras bíblicas ou a um
aspeto da homilia. As Antífonas de Entrada e da Comunhão, indicadas no Missal Romano
para cada celebração, geralmente retomam os textos bíblicos ou inspiram-se claramente
neles, dando assim voz à nossa oração com as próprias palavras da Escritura. No caso de
não se usarem essas antífonas, os cantos que as substituem devem ser cuidadosamente
escolhidos, devendo o sacerdote orientar os encarregados da animação do canto. Existe
uma outra forma de o sacerdote poder realçar a unidade da celebração litúrgica: através
de um cuidadoso aproveitamento das oportunidades oferecidas pela Instrução Geral do
Missal Romano de fazer breves admonições em alguns momentos da liturgia, como
depois da saudação inicial, antes da liturgia da Palavra, antes da Oração Eucarística e
antes da despedida.
No que se refere a aspetos práticos a ter em conta na preparação da uma pregação,
foram lecionados os seguintes1
:
1 – Há que ter em conta três tipos de ouvintes: a) os ouvintes do Ethos (que ouvem
com base nas suas relações com o pregador e nas suas perceções do seu carácter), b)
ouvintes do Logos (que ouvem com base na apresentação lógica das ideias), c) os ouvintes
Pathos (que ouvem com base nos sentimentos que o sermão suscita dentro deles). Todos
estes géneros de membros da assembleia devem ser tidos em consideração pelo pregador,
procurando que as suas palavras cheguem a todos utilizando um tipo de pregação que seja
1
Daniel Overdorf, One year to better preaching
Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 4
capaz de tocar cada grupo: a) Ethos: usar linguagem familiar na qual se inclua (o "nós"
em vez de "você"); partilhar histórias pessoais, lutas e elogios; abordar como o texto e os
conceitos da Escritura do sermão influenciaram a própria vida; utilizar ilustrações que
surjam da vida e contexto da igreja e da comunidade; usar o humor autodepreciativo (para
conseguir empatia e complacência da parte da assembleia); ensinar sobre relacionamentos
com Deus e outras pessoas… b) Logos: apresentar um discurso cuidado, organizado e
lógico capaz de ensinar conteúdos; recomendar livros, artigos ou outros recursos para
estudo; oferecer razões (nível da lógica/razão) para que os seus ouvintes acreditem e ajam
de acordo com o que está a pregar; explicar as questões históricas, culturais, contextuais
ou linguísticas em torno do texto do sermão (p/ex. estudo exegético do texto no seu
contexto cultural, morfologia das palavras na língua original); fornecer estatísticas e
outras informações factuais e científicas para explicar e/ou aplicar o texto; fazer perguntas
difíceis que estimulem os ouvintes a pensar… c) Pathos: apelar às emoções, sentimentos
e paixões de forma capaz de comover e mover pelo coração; contar histórias
emocionantes relacionadas com questões e dificuldades da vida real; discutir as
preocupações e necessidades dos ouvintes (importa por isso que o padre conviva com a
assembleia); demonstrar a própria preocupação com a questão em debate (ser fervoroso
e apaixonado pelo que está a dizer); usar poesia, música, fotografias, pinturas e outros
meios autistas para ajudar a comunicar a mensagem; ajudar os ouvintes a fazer um
inventário das suas próprias vidas em relação à verdade bíblica que está a ser discutida;
desafiar os ouvintes a responderem à mensagem de forma concreta.
2 – Seguir a seguinte ordem de preparação do sermão, sem inversões:
1º Ler e explorar o(s) texto(s) das Escrituras que se vai pregar antes de decidir o
que se vai dizer no sermão (examinar o contexto da passagem; usar comentários e outras
ferramentas para pesquisar os seus antecedentes culturais e históricos; comparar as
traduções para identificar quaisquer questões linguísticas; permitir que o texto conduza o
pensamento e a direção do sermão antes de definir a verdade vamos pregar).
2º Só então definir a tese do sermão, uma só: Os sermões eficazes giram em torno
de uma única ideia, declarada da forma mais sucinta e memorável possível. Para definir
esta ideia central para o sermão utiliza-se a investigação que se completou no primeiro
passo, só depois é possível dizer a verdade intemporal apresentada na passagem numa
frase curta, clara e declarativa.
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3º Escolher a estrutura o sermão: Embora o sermão gire em torno de uma única
ideia, essa ideia precisa de ser desenvolvida de forma dedutiva ou indutiva. A diferença
está na colocação da tese. Num sermão dedutivo, o pregador afirma a tese na introdução.
Num sermão indutivo, o pregador guarda a tese até o fim. Para decidir qual a forma que
melhor servirá ao sermão, deve considerar-se o texto, a tese e os ouvintes: "Posso melhor
comunicar esta verdade declarando-a abertamente, depois apoiando-a com pontos? Ou,
posso comunicar melhor esta verdade apresentando primeiro o problema que vai resolver,
e depois trabalhando através do texto para uma solução"?
4º Desenvolver Ilustrações e Aplicações: As ilustrações ajudam os ouvintes a
compreender a verdade; as aplicações ajudam os ouvintes a ver como essa verdade deve
afetar as suas vidas. Ambas são fundamentais para uma comunicação eficaz. Uma vez
definida a tese e a estrutura do sermão, podem considerar-se histórias, citações,
estatísticas, sugestões ou cenários da vida real podem ser incluidos durante cada parte do
sermão para ajudar os ouvintes a compreender e aplicar o que o texto ensina.
5º Preparar a Introdução e Conclusão: A introdução deve (1) captar a atenção com
uma história, uma citação, ou talvez uma pergunta de sondagem; (2) desenvolver um
sentido de necessidade descrevendo a inadequação ou luta humana que o texto e o sermão
irão abordar; e (3) dar aos ouvintes um sentido da direção do sermão - para um sermão
dedutivo isto inclui a tese e uma declaração de transição discutida no quadro anterior;
para um sermão indutivo isto envolve uma afirmação de que o texto irá resolver o
problema levantado. A conclusão deve (1) destacar a tese - num sermão dedutivo
reafirmar a tese dada anteriormente / num sermão indutivo deve enfatizar a tese pela
primeira vez, levando o sermão ao seu clímax; (2) proporcionar aos ouvintes uma imagem
final da tese com uma ilustração; (3) desafiar os ouvintes a responderem à verdade
ensinada no sermão.
3 – Escrever para o ouvido:
Frases longas e fluidas, cheias de adjetivos, advérbios, cláusulas dependentes e
parênteses aborrecem ao ouvido. Os sermões são compostos para serem palavra oral, não
para as nossas assembleias lerem, mas para ouvirem. Um risco proveniente das formações
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universitárias e dos seminários é o de preparar apenas para escrever para os olhos. As dez
sugestões seguintes ajudam a escrever sermões para os ouvidos:
a) Imaginem-se os ouvintes. Enquanto se prepara o sermão, visualizem-se as
pessoas da comunidade sentadas à volta da secretária. “Se olhasse nos olhos delas e
falasse com elas sobre o seu e tema do sermão, o que diria? Como o diria?” Os ritmos da
conversa que teria com elas deve guiar o sermão que se escreve.
b) Preparar-se oralmente. É útil dizer as frases em voz alta, antes de as submeter
ao papel. Assim é possível avaliar a sua clareza, sonoridade e dificuldade de articulação.
Com esta abordagem, o sermão começa onde vai terminar - no campo audível.
c) Usem-se palavras simples. Na maioria dos casos, uma palavra curta e simples
funciona melhor.
d) Usem-se frases simples. Na maioria dos casos, a estrutura simples do sujeito -
verbo - complemento direto funciona melhor oralmente. "Paulo visitou Éfeso" chega ao
ouvido melhor do que "Éfeso é a cidade que Paulo visitou". Além disso, as frases simples
contêm apenas uma ideia. Para comunicar duas ideias, usem-se duas frases.
e) Ser direto. É importante aprender a falar diretamente, sem rodeios e sem
muito palavreado.
f) Falar pessoalmente. Num trabalho científico recomenda-se a evitar pronomes
pessoais como "eu", "nós", ou "você". Tais termos têm, porém, um lugar apropriado na
conversação e na pregação.
g) Usar linguagem casual. A comunicação oral, ao contrário da comunicação
escrita formal, por vezes quebra as regras gramaticais. Utiliza contrações, fragmentos de
frases e pode começar as frases com "E" ou "Mas".
h) Repetir o que já se disse. Os leitores podem rever parágrafos significativos ou
reler frases confusas. Os ouvintes não se podem dar a este luxo. Os ouvintes apreciam,
portanto, quando os pregadores repetem as suas ideias principais. Qualquer coisa
sublinhada, destacada ou dactilografada em negrito num sermão merece ser repetida. E,
os ouvintes apreciam uma revisão das principais ideias do sermão durante as transições e
na conclusão.
i) Rotular os segmentos do sermão. Se os principais segmentos do sermão
formarem uma lista (por exemplo: três aspetos da graça, ou quatro características de uma
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pessoa perdoadora), enumere-os e torne o esboço verbalmente claro: "O primeiro aspecto
da graça é... O segundo aspecto da graça é... ". Se os segmentos do sermão não se
enquadrarem bem numa tal lista, rotule cada segmento com uma frase sucinta e concisa:
"Discutimos, em primeiro lugar, que o perdão é difícil. Em seguida, aprendemos que o
perdão é necessário. Finalmente, descobriremos como Deus nos capacita a perdoar".
Embora tais esforços possam parecer-nos triviais, lembrem-se que os nossos ouvintes não
viveram com o sermão durante toda a semana como nós vivemos, nem têm a mensagem
no papel à sua frente. Eles precisam de orientação, portanto, para compreender o
movimento do sermão.
j) Plano de pausas. Quando se introduzir uma nova ideia ou algo que os ouvintes
tenham de contemplar, inclua-se um lembrete no esboço ou manuscrito para fazer uma
pausa.
4 – Utilizar memórias como ilustrações: Para o pregador, as memórias fornecem
pontes que ligam a verdade bíblica à vida contemporânea. Os ouvintes compreendem
melhor a verdade quando vêem a sua relação com a sua própria experiência. O pregador
pode servir-se de acontecimentos da vida quotidiana e de histórias sobre a vida real para
ilustrar, numa linguagem contemporânea próxima à vida das pessoas, e por isso
facilmente apreensível por elas, a verdade bíblica dos textos da liturgia. No fundo,
também Jesus utilizava as parábolas para iustrar a verdade que queria ensinar. Convém,
contudo, não utilizar demasiado material pessoal: não se pretende que o sermão seja uma
auto-biografia do pregador. Iguamente, o foco deve ser Cristo e, por isso, não convém
que o pregador se converta no herói das histórias que conta. O pregador não deve ser
inconfidente: deve pedir autorização às pessoas quando vai contar uma história sobre elas,
mesmo que sejam da sua família. O pregador deve falar mais sobre o que experimentou
do que sobre si próprio (como se fosse espectador da história que está a contar).
5 – Mostrar mais do que falar: Há o velho ditado que diz que “uma imagem vale
mais que mil palavras”. Os comunicadores eficazes retratam a verdade para os seus
ouvintes ("show") em vez de apenas a explicarem ("tell"). Quando um realizador de
cinema retrata o medo de um personagem, por exemplo, não coloca um subtítulo no fundo
do ecrã com as palavras "A menina está assustada", mas mostra aos espectadores como é
o medo através das expressões e movimentos faciais do ator. Também os escritores de
sucesso elaboram as suas histórias de forma semelhante. Raramente um romancista
escreverá algo como: "O homem estava nervoso com o seu discurso". Em vez disso, o
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autor descreve como é esse nervosismo: "Enquanto caminhava para o pódio, uma gota de
suor apareceu acima do lábio, as pernas ficaram dormentes e o coração bateu.
6 – Ler bem os textos: Muitas vezes preparamos muito bem o sermão (elaboramo-
-lo cuidadosamente, moldando cada transição, ilustração e explicação e depois de o
completarmos, praticamo-lo em voz alta - mesmo três ou quatro vezes) mas desleixamo-
-nos na forma como a Escritura é proclamada nas nossas assembleias, na forma como
expomos as nossas pregações e até no modo impercetível e apático como rezamos as
várias orações na missa. Uma leitura pública eficaz da Escritura inclui pelo menos cinco
elementos:
a) Familiaridade: Nós lemos bem o texto quando o conhecemos bem. Esta
familiaridade vem pela leitura do texto em voz alta, observando o ritmo e a estrutura das
palavras, orações, frases e parágrafos, e a pontuação que os une. Quaisquer termos do
texto que sejam difíceis de pronunciar - nomes ou lugares, talvez - requerem prática
adicional.
b) Compreensão: Ao lermos um texto em voz alta, tomamos decisões
interpretativas sobre o texto. Essas decisões incluem que palavras enfatizar, que frases
merecem volume ou tom elevado, e que conceitos justificam uma voz mais calma ou tom
mais baixo. Pausas e variações de ritmo dão aos ouvintes pistas sobre as ideias principais
e subordinadas do texto. A leitura correta do texto exige, portanto, uma exegese prévia e
cuidadosa do texto, assegurando que compreendemos as várias ideias do texto e como
estas se relacionam entre si.
c) Emoção: Textos bíblicos com emoção - a dor do coração de Abraão quando
Deus o instruiu a sacrificar Isaque, a angústia de Jesus na cruz, a exuberância de João ao
imaginar a adoração do Céu no Apocalipse, ou o seu susto ao descrever o julgamento de
Deus no mesmo livro. Se lemos tais textos com vozes monótonas e rostos duros, traímos
os seus significados e intenções.
d) Competências de Comunicação Verbal:
● Com base nos ritmos do texto, a voz do leitor deve proporcionar variedade tanto
no tom como no ritmo. Um tom mais baixo e um ritmo mais lento significa algo a
contemplar: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito" (Lucas 23:46). Um tom mais
alto e um ritmo mais rápido significa entusiasmo: "Ele não está aqui". Ele ressuscitou!"
(Lucas 24:6).
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● Pausas, antes e depois das ideias principais, distinguem-nas: "Portanto, agora
[pausa] não há condenação [pausa] para aqueles que estão em Cristo Jesus" (Rom. 8:1).
Além disso, as pausas dão aos ouvintes tempo para digerir verdades vitais ou para
considerar questões difíceis.
● Cada frase contém palavras ou expressões que servem como ponto focal da
mensagem da frase. Podemos enfatizar verbalmente estas palavras ou expressões em
particular para refletir a ênfase do texto.
e) Competências de comunicação não-verbal:
● Leitores bíblicos eficazes mantêm um grau de contacto visual com os seus
ouvintes, mesmo durante a leitura. Quando os leitores conhecem bem os seus textos, os
seus olhos podem alternar a cada poucos segundos entre o texto e os seus ouvintes.
● O movimento físico durante a leitura pode reforçar:
α. o movimento real que ocorre no texto, como uma personagem que viaja de uma
cidade para outra (p/ex. o movimento do Pai misericordioso ao encontro do Filho);
β. a transição de uma ideia para outra.
● Enquanto um pregador segura uma Bíblia numa mão, a outra mão permanece
livre para gesticular.
f) Tom conversacional: Os elementos anteriores não devem exagerar a leitura de
forma a torná-la uma performance teatral inflada. Imagine-se uma conversa animada entre
dois amigos. Cada amigo fala com variação no tom e ritmo. Eles enfatizam palavras
particulares, e as suas vozes e linguagem corporal refletem emoções apropriadas para a
conversa. Aqueles que leem bem as Escrituras falam de uma maneira semelhante.
7 – Ser um bom contador de histórias: As histórias retratam a verdade. E retratam
a verdade de uma forma memorável, motivadora e desafiadora. Nem Jesus nem os
escritores bíblicos usavam a narrativa apenas como decoração. Em vez disso, as próprias
histórias ensinam verdades, de forma mais eficaz do que listas de preceitos. De facto,
desde que acordamos até que adormecemos, vivemos num mundo de histórias: Ao
acordar começa a história do dia. Um evento leva a outro, o que leva a outro ainda.
Falamos (diálogo) e interagimos com os outros (personagens), resolvemos problemas
(enredo) e experimentamos a vida com os cinco sentidos (descrição). O dia desenrola-se
Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 10
como um romance. Experiências comuns e quotidianas da vida muitas vezes funcionam
bem para comunicar melhor a verdade bíblica nos sermões.
As histórias eficazes são bem concebidas, descritas e entregues. Para isso, importa
definir a cena (quando e onde se passa a história?), introduzir as personagens (pessoas
e/ou coisas interagem umas com as outras - fornecendo detalhes sobre elas que tenham
significado para a história), um enredo (algo que precisa de ser resolvido - um conflito,
uma tensão ou uma circunstância difícil), o caminho que conduz à solução e, finalmente,
uma solução (que deixa os ouvintes com a sensação de que completaram a viagem e
aprenderam uma lição). Depois, importa utilizar na história substantivos descritivos (em
vez de dizer "Comprei um carro" dizer "Comprei um Taurus de 1996 com tinta verde
desbotada e pneus enfardados"), usar verbos descritivos (em vez de dizer "Entrei no
gabinete do diretor" dizer "marchei para o gabinete do diretor"), mostrar em vez de dizer
(em vez de dizer "Eu estava nervoso", mostrar através de imagens de palavras o que é o
nervosismo: "A minha mão tremeu e apareceram-me gotas de suor na testa"), falar com
os sentidos (que vistas, sons, cheiros, gostos ou elementos de toque podem ser incluídos
na história?), incluir o diálogo (ele torna as personagens mais reais e acessíveis e leva os
ouvintes da observação da história a participarem nela).
8 – O sermão deve ter uma só tese: "Um sermão deve ser uma bala, não um
cartucho (com muitos projéteis)". Em vez de conceitos dispersos e numerosos, os sermões
eficazes oferecem um foco semelhante ao laser sobre uma única ideia específica.
Pregamos demasiadas ideias fazendo os ouvintes escutar um saco de histórias, sugestões
e teorias, mas sem conseguirem ter noção da ideia principal. Pregamos temas amplos e
não ideias específicas: por exemplo “a fé” em vez de “como a fé de Job nos ensina a
conviver com a dor”.
Tenho a convicção de que nenhum sermão está pronto para pregar, nem está
pronto para escrever, até que possamos expressar o seu tema numa frase curta e concisa,
tão clara como cristal. Considero que conseguir essa frase é o trabalho mais difícil, mais
exigente e mais frutuoso do estudo. Obrigarmo-nos a moldar essa frase, a rejeitar todas
as palavras vagas, esfarrapadas, ambíguas, a pensar numa forma de palavras que defina o
tema com escrupulosa exatidão - este é certamente um dos fatores mais essenciais para
Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 11
fazer um sermão: e penso que nenhum sermão deve ser pregado ou mesmo escrito,
enquanto essa frase não tiver surgido, clara e lúcida como uma lua sem nuvens2
.
9 – Utilizar os cinco sentidos: O sabor do cordeiro de Páscoa. O cheiro do incenso
a encher o templo. O som de um vento forte e impetuoso. O toque da mão de Jesus sobre
a pele de leproso. A visão da Nova Jerusalém descendo do céu. O pão e o cálice, vê-lo,
segurá-lo, prová-lo. Sim, Deus usou a palavra falada para proclamar a Sua verdade mas
também usou múltiplos outros meios. Deus criou o corpo humano para receber
informação através de cinco sentidos diferentes; e, Ele usa todos os cinco para se revelar
a Si mesmo e à Sua verdade. Nas igrejas contemporâneas, porém, o nosso ensino depende
principalmente da palavra falada. Dos cinco sentidos - as cinco maneiras que Deus nos
criou para receber informação - muitas vezes consideramos apenas o que as pessoas vão
ouvir durante os nossos sermões. Se Deus criou as pessoas para receber informação
através de cinco portas, a nossa pregação não seria mais eficaz se comprometêssemos os
cinco?
Quando adicionados elementos visuais e interativos aos sermões, os níveis de
atenção aumentam 142%; a compreensão aumenta 76%, e a memorização aumentou 74%.
Em termos simples, quanto mais sentidos comprometermos na nossa pregação, mais as
pessoas prestarão atenção, compreenderão e reterão a verdade de Deus.
Pode ajudar a transmitir a verdade bíblica mostrando aos ouvintes uma fotografia,
um vídeo, uma escultura ou uma pintura (p/ex. apontar para a imagem no vitral, projetar
uma fotografia). Pode ajudar colocar algo nas mãos das pessoas: uma pedra, uma moeda,
um grão de mostarda ou barro de moldar. Pode ajudar enchendo a igreja com um perfume
a flores ou a incenso (diferentes conforme a liturgia que se vai viver: usar incenso
diferente nos funerais do usado nos dias de festa). Pode ajudar criando na Igreja um
ambiente sonoro enquanto as pessoas entram: uma queda de água, canto gregoriano, uma
peça de órgão. Conseguir fazer sentir o sabor com mel, ervas amargas. O que se pode
convidar as pessoas a tocar, ver, ouvir, cheirar e provar para enfatizar a verdade de Deus?
2
Cf. Haddon Robinson, Pregação Bíblica: O Desenvolvimento e Entrega da Mensagem Expositiva, 2ª ed. (Grand
Rapids, MI: Zondervan, 2001), 35.

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“A homilia: O que é? Como melhorar?”

  • 1. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 1 Universidade Católica Portuguesa – Faculdade de Teologia 1º ano Doutoramento em Teologia Pastoral - Braga, 2020 Unidade: Exegese Pastoral (Homilética) Professor Doutor Hermenegildo Faria Aluno: João Miguel Pereira, joaofreigil@hotmail.com Trabalho final: “A homilia: O que é? Como melhorar?” «A Liturgia é o âmbito privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida: fala hoje ao seu povo, que escuta e responde» (Verbum Domini, 52). Deus fala-nos pela Palavra proclamada, pelos sinais sacramentais e também pela homilia, que é parte integrante da Liturgia: «A homilia tem também um significado sacramental: Cristo está presente, tanto na assembleia reunida para escutar a sua Palavra como na pregação do ministro, através do qual o próprio Cristo, que outrora falou na sinagoga de Nazaré, ensina agora o seu Povo» (Diretório Homilético 4). «A missão do homileta é ajudar os fiéis a ler as Escrituras à luz do mistério pascal, de modo que Cristo lhes possa revelar o seu próprio Coração» (DH18). A homilia não há-de ser um sermão sobre um tema abstrato ou totalmente desligado da celebração litúrgica e das suas leituras e ainda, na pior das hipóteses, para violentar os textos previstos pela Igreja, torcendo-os para os adaptar a uma ideia preconcebida (DH6). Também não é um mero exercício de exegese bíblica, nem é a ocasião favorável para oferecer uma pormenorizada exegese bíblica. Mesmo que o povo de Deus tenha um grande desejo de aprofundar as Escrituras, os pastores devem prever ocasiões e iniciativas apropriadas que permitam aos fiéis aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus. «O mais importante é o facto de o homileta ser chamado a fazer descobrir como a Palavra de Deus se está a cumprir aqui e agora» (DH6). A homilia também não é um ensinamento catequético, embora a catequese seja uma dimensão importante, pois não é ocasião para «um discurso não integrado verdadeiramente na própria celebração litúrgica» (DH6). «Por fim, a homilia não deve servir de ocasião para o pregador dar um testemunho pessoal. É verdade que as pessoas podem ser profundamente tocadas por histórias pessoais, mas a homilia deve exprimir a fé da Igreja e não propriamente a história pessoal do homileta» (DH6). Isto não significa que «na pregação não haja lugar para temas fundamentais, para a exegese bíblica, para o ensinamento doutrinal e o testemunho pessoal; não há dúvida que, numa boa homilia, podem tornar-se elementos eficazes. É muito apropriado que um homileta saiba conjugar os textos de uma celebração com factos e questões de atualidade, partilhar os frutos do
  • 2. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 2 estudo para compreender um trecho da Escritura e mostrar o nexo que existe entre a Palavra de Deus e a doutrina da Igreja. […] O homileta deve também falar de modo que quem o escuta possa ver a fé dele no poder de Deus. É verdade que não deve reduzir o modelo da mensagem ao nível do próprio testemunho pessoal, com receio de ser acusado de não praticar o que prega. Como não se prega a si mesmo, mas a Cristo, pode, sem hipocrisia, indicar as metas da santidade, à qual, como todos, também ele aspira na sua peregrinação de fé» (DH7). Na Instrução Geral do Missal Romano (65) diz-se que: A homilia faz parte integrante da Liturgia e é muito recomendada: é um elemento necessário para alimentar a vida cristã. Deve ser a explanação de algum aspeto das leituras da Sagrada Escritura ou de algum texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, tendo sempre em conta o mistério que se celebra, bem como as necessidades particulares dos ouvintes. A homilia parte da liturgia da Palavra para, no decorrer do ano litúrgico, a partir do texto sagrado, expor o mistério da fé e as normas da vida cristã. Ela, «quer explique a palavra da Sagrada Escritura acabada de ler, quer outro texto litúrgico, deve levar a comunidade dos fiéis a celebrar ativamente a Eucaristia, para que “sejam fiéis na vida ao que receberam pela fé”» (DH9). A homilia há-de ter as seguintes características: 1 - É proclamação do mistério pascal de Cristo, pois nela a interpretação das leituras e das orações há-de ser iluminada pela morte e ressurreição do Senhor. Pode expor ensinamentos doutrinais ou morais sugeridos pelos textos. 2 - Ela estabelece uma ponte entre a liturgia da Palavra, na qual está inserida, e a liturgia eucarística, que se lhe seguirá, dispondo a comunidade para a celebração eucarística. 3 - Sugere aos membros da comunidade, transformados pela Eucaristia, como podem levar o Evangelho ao mundo através da vida quotidiana. Sobre a natureza do homileta, diz-se que, para se tomar eficaz, não é necessário ser um grande orador. Ainda assim, «a arte oratória ou de falar em público, inclusive o uso apropriado da voz e mesmo do gesto, contribui para a eficácia da homilia». «O essencial é que o homileta ponha a Palavra de Deus no centro da sua vida espiritual, conheça bem o seu povo, reflita sobre os acontecimentos do seu tempo, procure constantemente desenvolver as capacidades que o ajudem a pregar de forma apropriada e, sobretudo, consciente da própria pobreza espiritual, invoque na fé o Espírito Santo como principal artífice no tornar dócil aos divinos mistérios o coração dos fiéis».
  • 3. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 3 O homileta há-de preparar a pregação dedicando-lhe um tempo longo de estudo, oração, reflexão e criatividade pastoral. Para isso, os pregadores devem estabelecer um profundo diálogo com a Palavra de Deus, recorrendo à lectio divina, que é feita de leitura, meditação, oração e contemplação. Podendo neste processo valer-se de comentários bíblicos, o homileta deverá traduzir o seu estudo numa linguagem compreensível aos seus ouvintes (incluindo as crianças e as pessoas menos cultas). Poderá valer-se na homilia de imagens e exemplos da vida quotidiana: «as imagens ajudam a apreciar e acolher a mensagem que se quer transmitir. Uma imagem fascinante faz com que se sinta a mensagem como algo familiar, próximo, possível, relacionado com a própria vida. Uma imagem apropriada pode levar a saborear a mensagem que se quer transmitir, desperta um desejo e motiva a vontade na direção do Evangelho» (DH31). Ainda que na Missa só deva haver uma homilia, o papel do pregador não se reduz à homilia em si mesma: As invocações do rito penitencial (quando se usa a terceira forma) e as intercessões na Oração Universal podem fazer referência às leituras bíblicas ou a um aspeto da homilia. As Antífonas de Entrada e da Comunhão, indicadas no Missal Romano para cada celebração, geralmente retomam os textos bíblicos ou inspiram-se claramente neles, dando assim voz à nossa oração com as próprias palavras da Escritura. No caso de não se usarem essas antífonas, os cantos que as substituem devem ser cuidadosamente escolhidos, devendo o sacerdote orientar os encarregados da animação do canto. Existe uma outra forma de o sacerdote poder realçar a unidade da celebração litúrgica: através de um cuidadoso aproveitamento das oportunidades oferecidas pela Instrução Geral do Missal Romano de fazer breves admonições em alguns momentos da liturgia, como depois da saudação inicial, antes da liturgia da Palavra, antes da Oração Eucarística e antes da despedida. No que se refere a aspetos práticos a ter em conta na preparação da uma pregação, foram lecionados os seguintes1 : 1 – Há que ter em conta três tipos de ouvintes: a) os ouvintes do Ethos (que ouvem com base nas suas relações com o pregador e nas suas perceções do seu carácter), b) ouvintes do Logos (que ouvem com base na apresentação lógica das ideias), c) os ouvintes Pathos (que ouvem com base nos sentimentos que o sermão suscita dentro deles). Todos estes géneros de membros da assembleia devem ser tidos em consideração pelo pregador, procurando que as suas palavras cheguem a todos utilizando um tipo de pregação que seja 1 Daniel Overdorf, One year to better preaching
  • 4. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 4 capaz de tocar cada grupo: a) Ethos: usar linguagem familiar na qual se inclua (o "nós" em vez de "você"); partilhar histórias pessoais, lutas e elogios; abordar como o texto e os conceitos da Escritura do sermão influenciaram a própria vida; utilizar ilustrações que surjam da vida e contexto da igreja e da comunidade; usar o humor autodepreciativo (para conseguir empatia e complacência da parte da assembleia); ensinar sobre relacionamentos com Deus e outras pessoas… b) Logos: apresentar um discurso cuidado, organizado e lógico capaz de ensinar conteúdos; recomendar livros, artigos ou outros recursos para estudo; oferecer razões (nível da lógica/razão) para que os seus ouvintes acreditem e ajam de acordo com o que está a pregar; explicar as questões históricas, culturais, contextuais ou linguísticas em torno do texto do sermão (p/ex. estudo exegético do texto no seu contexto cultural, morfologia das palavras na língua original); fornecer estatísticas e outras informações factuais e científicas para explicar e/ou aplicar o texto; fazer perguntas difíceis que estimulem os ouvintes a pensar… c) Pathos: apelar às emoções, sentimentos e paixões de forma capaz de comover e mover pelo coração; contar histórias emocionantes relacionadas com questões e dificuldades da vida real; discutir as preocupações e necessidades dos ouvintes (importa por isso que o padre conviva com a assembleia); demonstrar a própria preocupação com a questão em debate (ser fervoroso e apaixonado pelo que está a dizer); usar poesia, música, fotografias, pinturas e outros meios autistas para ajudar a comunicar a mensagem; ajudar os ouvintes a fazer um inventário das suas próprias vidas em relação à verdade bíblica que está a ser discutida; desafiar os ouvintes a responderem à mensagem de forma concreta. 2 – Seguir a seguinte ordem de preparação do sermão, sem inversões: 1º Ler e explorar o(s) texto(s) das Escrituras que se vai pregar antes de decidir o que se vai dizer no sermão (examinar o contexto da passagem; usar comentários e outras ferramentas para pesquisar os seus antecedentes culturais e históricos; comparar as traduções para identificar quaisquer questões linguísticas; permitir que o texto conduza o pensamento e a direção do sermão antes de definir a verdade vamos pregar). 2º Só então definir a tese do sermão, uma só: Os sermões eficazes giram em torno de uma única ideia, declarada da forma mais sucinta e memorável possível. Para definir esta ideia central para o sermão utiliza-se a investigação que se completou no primeiro passo, só depois é possível dizer a verdade intemporal apresentada na passagem numa frase curta, clara e declarativa.
  • 5. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 5 3º Escolher a estrutura o sermão: Embora o sermão gire em torno de uma única ideia, essa ideia precisa de ser desenvolvida de forma dedutiva ou indutiva. A diferença está na colocação da tese. Num sermão dedutivo, o pregador afirma a tese na introdução. Num sermão indutivo, o pregador guarda a tese até o fim. Para decidir qual a forma que melhor servirá ao sermão, deve considerar-se o texto, a tese e os ouvintes: "Posso melhor comunicar esta verdade declarando-a abertamente, depois apoiando-a com pontos? Ou, posso comunicar melhor esta verdade apresentando primeiro o problema que vai resolver, e depois trabalhando através do texto para uma solução"? 4º Desenvolver Ilustrações e Aplicações: As ilustrações ajudam os ouvintes a compreender a verdade; as aplicações ajudam os ouvintes a ver como essa verdade deve afetar as suas vidas. Ambas são fundamentais para uma comunicação eficaz. Uma vez definida a tese e a estrutura do sermão, podem considerar-se histórias, citações, estatísticas, sugestões ou cenários da vida real podem ser incluidos durante cada parte do sermão para ajudar os ouvintes a compreender e aplicar o que o texto ensina. 5º Preparar a Introdução e Conclusão: A introdução deve (1) captar a atenção com uma história, uma citação, ou talvez uma pergunta de sondagem; (2) desenvolver um sentido de necessidade descrevendo a inadequação ou luta humana que o texto e o sermão irão abordar; e (3) dar aos ouvintes um sentido da direção do sermão - para um sermão dedutivo isto inclui a tese e uma declaração de transição discutida no quadro anterior; para um sermão indutivo isto envolve uma afirmação de que o texto irá resolver o problema levantado. A conclusão deve (1) destacar a tese - num sermão dedutivo reafirmar a tese dada anteriormente / num sermão indutivo deve enfatizar a tese pela primeira vez, levando o sermão ao seu clímax; (2) proporcionar aos ouvintes uma imagem final da tese com uma ilustração; (3) desafiar os ouvintes a responderem à verdade ensinada no sermão. 3 – Escrever para o ouvido: Frases longas e fluidas, cheias de adjetivos, advérbios, cláusulas dependentes e parênteses aborrecem ao ouvido. Os sermões são compostos para serem palavra oral, não para as nossas assembleias lerem, mas para ouvirem. Um risco proveniente das formações
  • 6. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 6 universitárias e dos seminários é o de preparar apenas para escrever para os olhos. As dez sugestões seguintes ajudam a escrever sermões para os ouvidos: a) Imaginem-se os ouvintes. Enquanto se prepara o sermão, visualizem-se as pessoas da comunidade sentadas à volta da secretária. “Se olhasse nos olhos delas e falasse com elas sobre o seu e tema do sermão, o que diria? Como o diria?” Os ritmos da conversa que teria com elas deve guiar o sermão que se escreve. b) Preparar-se oralmente. É útil dizer as frases em voz alta, antes de as submeter ao papel. Assim é possível avaliar a sua clareza, sonoridade e dificuldade de articulação. Com esta abordagem, o sermão começa onde vai terminar - no campo audível. c) Usem-se palavras simples. Na maioria dos casos, uma palavra curta e simples funciona melhor. d) Usem-se frases simples. Na maioria dos casos, a estrutura simples do sujeito - verbo - complemento direto funciona melhor oralmente. "Paulo visitou Éfeso" chega ao ouvido melhor do que "Éfeso é a cidade que Paulo visitou". Além disso, as frases simples contêm apenas uma ideia. Para comunicar duas ideias, usem-se duas frases. e) Ser direto. É importante aprender a falar diretamente, sem rodeios e sem muito palavreado. f) Falar pessoalmente. Num trabalho científico recomenda-se a evitar pronomes pessoais como "eu", "nós", ou "você". Tais termos têm, porém, um lugar apropriado na conversação e na pregação. g) Usar linguagem casual. A comunicação oral, ao contrário da comunicação escrita formal, por vezes quebra as regras gramaticais. Utiliza contrações, fragmentos de frases e pode começar as frases com "E" ou "Mas". h) Repetir o que já se disse. Os leitores podem rever parágrafos significativos ou reler frases confusas. Os ouvintes não se podem dar a este luxo. Os ouvintes apreciam, portanto, quando os pregadores repetem as suas ideias principais. Qualquer coisa sublinhada, destacada ou dactilografada em negrito num sermão merece ser repetida. E, os ouvintes apreciam uma revisão das principais ideias do sermão durante as transições e na conclusão. i) Rotular os segmentos do sermão. Se os principais segmentos do sermão formarem uma lista (por exemplo: três aspetos da graça, ou quatro características de uma
  • 7. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 7 pessoa perdoadora), enumere-os e torne o esboço verbalmente claro: "O primeiro aspecto da graça é... O segundo aspecto da graça é... ". Se os segmentos do sermão não se enquadrarem bem numa tal lista, rotule cada segmento com uma frase sucinta e concisa: "Discutimos, em primeiro lugar, que o perdão é difícil. Em seguida, aprendemos que o perdão é necessário. Finalmente, descobriremos como Deus nos capacita a perdoar". Embora tais esforços possam parecer-nos triviais, lembrem-se que os nossos ouvintes não viveram com o sermão durante toda a semana como nós vivemos, nem têm a mensagem no papel à sua frente. Eles precisam de orientação, portanto, para compreender o movimento do sermão. j) Plano de pausas. Quando se introduzir uma nova ideia ou algo que os ouvintes tenham de contemplar, inclua-se um lembrete no esboço ou manuscrito para fazer uma pausa. 4 – Utilizar memórias como ilustrações: Para o pregador, as memórias fornecem pontes que ligam a verdade bíblica à vida contemporânea. Os ouvintes compreendem melhor a verdade quando vêem a sua relação com a sua própria experiência. O pregador pode servir-se de acontecimentos da vida quotidiana e de histórias sobre a vida real para ilustrar, numa linguagem contemporânea próxima à vida das pessoas, e por isso facilmente apreensível por elas, a verdade bíblica dos textos da liturgia. No fundo, também Jesus utilizava as parábolas para iustrar a verdade que queria ensinar. Convém, contudo, não utilizar demasiado material pessoal: não se pretende que o sermão seja uma auto-biografia do pregador. Iguamente, o foco deve ser Cristo e, por isso, não convém que o pregador se converta no herói das histórias que conta. O pregador não deve ser inconfidente: deve pedir autorização às pessoas quando vai contar uma história sobre elas, mesmo que sejam da sua família. O pregador deve falar mais sobre o que experimentou do que sobre si próprio (como se fosse espectador da história que está a contar). 5 – Mostrar mais do que falar: Há o velho ditado que diz que “uma imagem vale mais que mil palavras”. Os comunicadores eficazes retratam a verdade para os seus ouvintes ("show") em vez de apenas a explicarem ("tell"). Quando um realizador de cinema retrata o medo de um personagem, por exemplo, não coloca um subtítulo no fundo do ecrã com as palavras "A menina está assustada", mas mostra aos espectadores como é o medo através das expressões e movimentos faciais do ator. Também os escritores de sucesso elaboram as suas histórias de forma semelhante. Raramente um romancista escreverá algo como: "O homem estava nervoso com o seu discurso". Em vez disso, o
  • 8. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 8 autor descreve como é esse nervosismo: "Enquanto caminhava para o pódio, uma gota de suor apareceu acima do lábio, as pernas ficaram dormentes e o coração bateu. 6 – Ler bem os textos: Muitas vezes preparamos muito bem o sermão (elaboramo- -lo cuidadosamente, moldando cada transição, ilustração e explicação e depois de o completarmos, praticamo-lo em voz alta - mesmo três ou quatro vezes) mas desleixamo- -nos na forma como a Escritura é proclamada nas nossas assembleias, na forma como expomos as nossas pregações e até no modo impercetível e apático como rezamos as várias orações na missa. Uma leitura pública eficaz da Escritura inclui pelo menos cinco elementos: a) Familiaridade: Nós lemos bem o texto quando o conhecemos bem. Esta familiaridade vem pela leitura do texto em voz alta, observando o ritmo e a estrutura das palavras, orações, frases e parágrafos, e a pontuação que os une. Quaisquer termos do texto que sejam difíceis de pronunciar - nomes ou lugares, talvez - requerem prática adicional. b) Compreensão: Ao lermos um texto em voz alta, tomamos decisões interpretativas sobre o texto. Essas decisões incluem que palavras enfatizar, que frases merecem volume ou tom elevado, e que conceitos justificam uma voz mais calma ou tom mais baixo. Pausas e variações de ritmo dão aos ouvintes pistas sobre as ideias principais e subordinadas do texto. A leitura correta do texto exige, portanto, uma exegese prévia e cuidadosa do texto, assegurando que compreendemos as várias ideias do texto e como estas se relacionam entre si. c) Emoção: Textos bíblicos com emoção - a dor do coração de Abraão quando Deus o instruiu a sacrificar Isaque, a angústia de Jesus na cruz, a exuberância de João ao imaginar a adoração do Céu no Apocalipse, ou o seu susto ao descrever o julgamento de Deus no mesmo livro. Se lemos tais textos com vozes monótonas e rostos duros, traímos os seus significados e intenções. d) Competências de Comunicação Verbal: ● Com base nos ritmos do texto, a voz do leitor deve proporcionar variedade tanto no tom como no ritmo. Um tom mais baixo e um ritmo mais lento significa algo a contemplar: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito" (Lucas 23:46). Um tom mais alto e um ritmo mais rápido significa entusiasmo: "Ele não está aqui". Ele ressuscitou!" (Lucas 24:6).
  • 9. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 9 ● Pausas, antes e depois das ideias principais, distinguem-nas: "Portanto, agora [pausa] não há condenação [pausa] para aqueles que estão em Cristo Jesus" (Rom. 8:1). Além disso, as pausas dão aos ouvintes tempo para digerir verdades vitais ou para considerar questões difíceis. ● Cada frase contém palavras ou expressões que servem como ponto focal da mensagem da frase. Podemos enfatizar verbalmente estas palavras ou expressões em particular para refletir a ênfase do texto. e) Competências de comunicação não-verbal: ● Leitores bíblicos eficazes mantêm um grau de contacto visual com os seus ouvintes, mesmo durante a leitura. Quando os leitores conhecem bem os seus textos, os seus olhos podem alternar a cada poucos segundos entre o texto e os seus ouvintes. ● O movimento físico durante a leitura pode reforçar: α. o movimento real que ocorre no texto, como uma personagem que viaja de uma cidade para outra (p/ex. o movimento do Pai misericordioso ao encontro do Filho); β. a transição de uma ideia para outra. ● Enquanto um pregador segura uma Bíblia numa mão, a outra mão permanece livre para gesticular. f) Tom conversacional: Os elementos anteriores não devem exagerar a leitura de forma a torná-la uma performance teatral inflada. Imagine-se uma conversa animada entre dois amigos. Cada amigo fala com variação no tom e ritmo. Eles enfatizam palavras particulares, e as suas vozes e linguagem corporal refletem emoções apropriadas para a conversa. Aqueles que leem bem as Escrituras falam de uma maneira semelhante. 7 – Ser um bom contador de histórias: As histórias retratam a verdade. E retratam a verdade de uma forma memorável, motivadora e desafiadora. Nem Jesus nem os escritores bíblicos usavam a narrativa apenas como decoração. Em vez disso, as próprias histórias ensinam verdades, de forma mais eficaz do que listas de preceitos. De facto, desde que acordamos até que adormecemos, vivemos num mundo de histórias: Ao acordar começa a história do dia. Um evento leva a outro, o que leva a outro ainda. Falamos (diálogo) e interagimos com os outros (personagens), resolvemos problemas (enredo) e experimentamos a vida com os cinco sentidos (descrição). O dia desenrola-se
  • 10. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 10 como um romance. Experiências comuns e quotidianas da vida muitas vezes funcionam bem para comunicar melhor a verdade bíblica nos sermões. As histórias eficazes são bem concebidas, descritas e entregues. Para isso, importa definir a cena (quando e onde se passa a história?), introduzir as personagens (pessoas e/ou coisas interagem umas com as outras - fornecendo detalhes sobre elas que tenham significado para a história), um enredo (algo que precisa de ser resolvido - um conflito, uma tensão ou uma circunstância difícil), o caminho que conduz à solução e, finalmente, uma solução (que deixa os ouvintes com a sensação de que completaram a viagem e aprenderam uma lição). Depois, importa utilizar na história substantivos descritivos (em vez de dizer "Comprei um carro" dizer "Comprei um Taurus de 1996 com tinta verde desbotada e pneus enfardados"), usar verbos descritivos (em vez de dizer "Entrei no gabinete do diretor" dizer "marchei para o gabinete do diretor"), mostrar em vez de dizer (em vez de dizer "Eu estava nervoso", mostrar através de imagens de palavras o que é o nervosismo: "A minha mão tremeu e apareceram-me gotas de suor na testa"), falar com os sentidos (que vistas, sons, cheiros, gostos ou elementos de toque podem ser incluídos na história?), incluir o diálogo (ele torna as personagens mais reais e acessíveis e leva os ouvintes da observação da história a participarem nela). 8 – O sermão deve ter uma só tese: "Um sermão deve ser uma bala, não um cartucho (com muitos projéteis)". Em vez de conceitos dispersos e numerosos, os sermões eficazes oferecem um foco semelhante ao laser sobre uma única ideia específica. Pregamos demasiadas ideias fazendo os ouvintes escutar um saco de histórias, sugestões e teorias, mas sem conseguirem ter noção da ideia principal. Pregamos temas amplos e não ideias específicas: por exemplo “a fé” em vez de “como a fé de Job nos ensina a conviver com a dor”. Tenho a convicção de que nenhum sermão está pronto para pregar, nem está pronto para escrever, até que possamos expressar o seu tema numa frase curta e concisa, tão clara como cristal. Considero que conseguir essa frase é o trabalho mais difícil, mais exigente e mais frutuoso do estudo. Obrigarmo-nos a moldar essa frase, a rejeitar todas as palavras vagas, esfarrapadas, ambíguas, a pensar numa forma de palavras que defina o tema com escrupulosa exatidão - este é certamente um dos fatores mais essenciais para
  • 11. Universidade Católica Portuguesa - João Miguel Pereira - joaofreigil@hotmail.com 11 fazer um sermão: e penso que nenhum sermão deve ser pregado ou mesmo escrito, enquanto essa frase não tiver surgido, clara e lúcida como uma lua sem nuvens2 . 9 – Utilizar os cinco sentidos: O sabor do cordeiro de Páscoa. O cheiro do incenso a encher o templo. O som de um vento forte e impetuoso. O toque da mão de Jesus sobre a pele de leproso. A visão da Nova Jerusalém descendo do céu. O pão e o cálice, vê-lo, segurá-lo, prová-lo. Sim, Deus usou a palavra falada para proclamar a Sua verdade mas também usou múltiplos outros meios. Deus criou o corpo humano para receber informação através de cinco sentidos diferentes; e, Ele usa todos os cinco para se revelar a Si mesmo e à Sua verdade. Nas igrejas contemporâneas, porém, o nosso ensino depende principalmente da palavra falada. Dos cinco sentidos - as cinco maneiras que Deus nos criou para receber informação - muitas vezes consideramos apenas o que as pessoas vão ouvir durante os nossos sermões. Se Deus criou as pessoas para receber informação através de cinco portas, a nossa pregação não seria mais eficaz se comprometêssemos os cinco? Quando adicionados elementos visuais e interativos aos sermões, os níveis de atenção aumentam 142%; a compreensão aumenta 76%, e a memorização aumentou 74%. Em termos simples, quanto mais sentidos comprometermos na nossa pregação, mais as pessoas prestarão atenção, compreenderão e reterão a verdade de Deus. Pode ajudar a transmitir a verdade bíblica mostrando aos ouvintes uma fotografia, um vídeo, uma escultura ou uma pintura (p/ex. apontar para a imagem no vitral, projetar uma fotografia). Pode ajudar colocar algo nas mãos das pessoas: uma pedra, uma moeda, um grão de mostarda ou barro de moldar. Pode ajudar enchendo a igreja com um perfume a flores ou a incenso (diferentes conforme a liturgia que se vai viver: usar incenso diferente nos funerais do usado nos dias de festa). Pode ajudar criando na Igreja um ambiente sonoro enquanto as pessoas entram: uma queda de água, canto gregoriano, uma peça de órgão. Conseguir fazer sentir o sabor com mel, ervas amargas. O que se pode convidar as pessoas a tocar, ver, ouvir, cheirar e provar para enfatizar a verdade de Deus? 2 Cf. Haddon Robinson, Pregação Bíblica: O Desenvolvimento e Entrega da Mensagem Expositiva, 2ª ed. (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2001), 35.