Este documento compara a realidade da classe média no Brasil e em Portugal. No Brasil, a classe média tem crescido nas últimas décadas, mas ainda há grandes desigualdades de renda. Em Portugal, a classe média cresceu com o Estado de bem-estar social, mas agora está declinando devido à crise econômica, com muitos enfrentando empobrecimento. Embora os dois países tenham experimentado mudanças nas estruturas de classe, o Brasil ainda lida com alta pobreza e informalidade do trabalho.
O documento discute a importância da classe média para regimes democráticos e como ela está em declínio. O autor analisa um livro sobre o assunto e explica como a classe média portuguesa cresceu após a revolução de 1974, mas agora enfrenta insegurança e perda de mobilidade social devido à austeridade, ameaçando a democracia.
1) O documento discute o enigma da persistência e crescimento da pobreza no Brasil, que atinge até trabalhadores urbanos integrados na economia.
2) A pobreza brasileira é imensa e persistente, apesar do desenvolvimento econômico e institucional do país.
3) A autora argumenta que a pobreza reflete o autoritarismo e exclusão da sociedade brasileira, onde desigualdades sociais são grandes e os pobres são vistos como inferiores.
A permanência de amplos contingentes populacionais pobres e a persistência da desigualdade na distribuição de renda, inclusive com o aumento na concentração de renda e riqueza em nível mundial, neste início do Século XXI, não pode mais ser entendida como um fenômeno transitório ou irrelevante. A miséria é uma questão social complexa e de difícil resolução, exatamente porque está cingida pelos atuais condicionamentos estruturais das nossas sociedades e suas economias. A redução da pobreza absoluta e a diminuição da
Este documento discute as desigualdades sociais em Portugal. Apesar de ter havido algum crescimento da classe média desde a década de 1970, as elites continuam a se distanciar das classes média e baixa em termos de riqueza e estilo de vida. A desigualdade social em Portugal é maior do que na maioria dos países europeus, com os 20% mais ricos tendo rendimentos 7 vezes maiores do que os 20% mais pobres. As oportunidades continuam dependentes da classe social de origem mais do que do mérito individual.
Manifestações em junho de 2013 no Brasil expressaram descontentamento popular sobre vários problemas sociais. O autor analisa as razões estruturais para as manifestações, incluindo instituições frágeis, desigualdade social, corrupção, falta de direitos básicos e privilégios para ricos. Apesar de avanços, questões cruciais não foram resolvidas nos últimos 28 anos de democracia, como distribuição equitativa de renda e acesso universal a educação, saúde e lazer.
O documento discute a acumulação entravada no Brasil, caracterizada por um processo de acumulação limitado pela necessidade de preservar a exportação de excedentes para a metrópole durante o período colonial. A formação do Estado brasileiro herdou essas características, resultando em um desenvolvimento econômico conduzido apenas até os limites impostos para preservar a dependência externa.
O documento discute as recentes rebeliões sociais lideradas por jovens em todo o mundo. Aponta que, apesar de causas específicas diferentes, as manifestações compartilham insatisfação com desigualdades, precariedade e falta de oportunidades, defendendo um Estado social que promova educação e saúde públicas. Também observa que os protestos expressam uma "luta de classes sem vanguardas" e rejeitam a política institucional, usando redes sociais para mobilização.
Ensaio sobre atual crise política do Brasil e os efeitos da mídia.Ancelmonetto
O documento discute a atual conjuntura sociopolítica brasileira e como a mídia tem dado cobertura aos eventos. A crise econômica levou a uma crise política que resultou no processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O documento argumenta que a grande mídia, especialmente a Rede Globo, tem sua cobertura tendenciosa e manipuladora ao tentar falar por todos e estabelecer verdades.
O documento discute a importância da classe média para regimes democráticos e como ela está em declínio. O autor analisa um livro sobre o assunto e explica como a classe média portuguesa cresceu após a revolução de 1974, mas agora enfrenta insegurança e perda de mobilidade social devido à austeridade, ameaçando a democracia.
1) O documento discute o enigma da persistência e crescimento da pobreza no Brasil, que atinge até trabalhadores urbanos integrados na economia.
2) A pobreza brasileira é imensa e persistente, apesar do desenvolvimento econômico e institucional do país.
3) A autora argumenta que a pobreza reflete o autoritarismo e exclusão da sociedade brasileira, onde desigualdades sociais são grandes e os pobres são vistos como inferiores.
A permanência de amplos contingentes populacionais pobres e a persistência da desigualdade na distribuição de renda, inclusive com o aumento na concentração de renda e riqueza em nível mundial, neste início do Século XXI, não pode mais ser entendida como um fenômeno transitório ou irrelevante. A miséria é uma questão social complexa e de difícil resolução, exatamente porque está cingida pelos atuais condicionamentos estruturais das nossas sociedades e suas economias. A redução da pobreza absoluta e a diminuição da
Este documento discute as desigualdades sociais em Portugal. Apesar de ter havido algum crescimento da classe média desde a década de 1970, as elites continuam a se distanciar das classes média e baixa em termos de riqueza e estilo de vida. A desigualdade social em Portugal é maior do que na maioria dos países europeus, com os 20% mais ricos tendo rendimentos 7 vezes maiores do que os 20% mais pobres. As oportunidades continuam dependentes da classe social de origem mais do que do mérito individual.
Manifestações em junho de 2013 no Brasil expressaram descontentamento popular sobre vários problemas sociais. O autor analisa as razões estruturais para as manifestações, incluindo instituições frágeis, desigualdade social, corrupção, falta de direitos básicos e privilégios para ricos. Apesar de avanços, questões cruciais não foram resolvidas nos últimos 28 anos de democracia, como distribuição equitativa de renda e acesso universal a educação, saúde e lazer.
O documento discute a acumulação entravada no Brasil, caracterizada por um processo de acumulação limitado pela necessidade de preservar a exportação de excedentes para a metrópole durante o período colonial. A formação do Estado brasileiro herdou essas características, resultando em um desenvolvimento econômico conduzido apenas até os limites impostos para preservar a dependência externa.
O documento discute as recentes rebeliões sociais lideradas por jovens em todo o mundo. Aponta que, apesar de causas específicas diferentes, as manifestações compartilham insatisfação com desigualdades, precariedade e falta de oportunidades, defendendo um Estado social que promova educação e saúde públicas. Também observa que os protestos expressam uma "luta de classes sem vanguardas" e rejeitam a política institucional, usando redes sociais para mobilização.
Ensaio sobre atual crise política do Brasil e os efeitos da mídia.Ancelmonetto
O documento discute a atual conjuntura sociopolítica brasileira e como a mídia tem dado cobertura aos eventos. A crise econômica levou a uma crise política que resultou no processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O documento argumenta que a grande mídia, especialmente a Rede Globo, tem sua cobertura tendenciosa e manipuladora ao tentar falar por todos e estabelecer verdades.
O documento descreve 3 cenários possíveis para a crise política no Brasil: 1) Dilma permanece no poder com apoio do Congresso até ser impedida; 2) Dilma sofre impeachment e Temer assume sem condições de resolver a crise; 3) Intervenção militar diante da incapacidade do governo em manter a ordem social.
A entrevista discute as mudanças no Brasil e na Europa nos últimos 40 anos. O entrevistado acredita que o Brasil avançou ao reconhecer o racismo e implementar cotas raciais, mas ainda precisa lidar com desigualdades. A crise na Europa mostra que o desenvolvimento não é garantido e que modelos alternativos são necessários. Países emergentes como o Brasil podem ensinar lições sobre democracia participativa e economias solidárias.
(1) O documento descreve o desenvolvimento do serviço social no Brasil entre 1960 e 1980, um período de ditadura militar. (2) Neste período, o serviço social foi usado para legitimar o regime militar e dar continuidade a um modelo desigual e fragmentado de assistência social. (3) O documento analisa como o serviço social se posicionou neste contexto histórico, inicialmente limitando sua atuação, mas depois renovando-se para se aproximar mais das camadas populares.
William Shakespeare, poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo, é autor em sua peça teatral Rei Lear da frase “Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos”. Esta frase se aplica perfeitamente ao Brasil da era contemporânea no qual constatamos a existência de idiotas, isto é, de governantes desprovidos de inteligência e de bom senso no comando da nação que dirigem cegos, isto é, os incompetentes integrantes da estrutura do governo que já estão levando o País à bancarrota.
O Brasil é hoje um país dividido entre petismo e antipetismo que se traduziu nas últimas eleições presidenciais. Tomando por base os resultados das eleições presidenciais em seu primeiro turno, constata-se que os partidários do PT representam 41,59% (eleitores de Dilma Roussef). A diferença (58,41%) representa o posicionamento de oponentes do PT que não aceitam a política posta em prática por este partido e seus dirigentes na condução dos destinos da nação. A existência de um país dividido e radicalizado que se registra no momento faz com que se torne uma tarefa de difícil realização para Dilma Roussef governar o Brasil. A permanência do PT no poder com a vitória de Dilma Roussef no segundo turno das eleições se constitui em fator de instabilidade político institucional porque sem o apoio da maioria da nação ela perdeu a condição de governar a nação. Dilma Roussef passou a ser uma cópia de Nicolas Maduro na presidência da Venezuela que enfrenta sérios problemas de governabilidade em seu país profundamente dividido. A governabilidade de um país por um governante não depende apenas da legitimidade obtida com a vitória nas eleições presidenciais, mas fundamentalmente do apoio efetivo da grande maioria da nação.
As crises política e econômica que abalam o Brasil no momento apresentam algumas semelhanças com aquelas que ocorreram em 1930 e levaram à deposição do então presidente da República Washington Luis. A crise política em 1930 foi produto do esgotamento do regime oligárquico inaugurado em 1889 com a Proclamação da República e a crise econômica foi consequência do esgotamento do modelo agroexportador existente no Brasil desde o período colonial que sofreu duro golpe com a crise econômica mundial de 1929. Por sua vez, a crise política de 2015 no Brasil é produto do esgotamento do contrato social instituído com a Constituição de 1988 e a crise econômica atual é consequência do esgotamento do modelo econômico neoliberal dependente do exterior em vigor desde 1990 e está sofrendo também as consequências da crise econômica de 2008 que eclodiu nos Estados Unidos e se espraiou pelo mundo.
Este documento apresenta uma introdução sobre a emergência da sociologia como campo científico no século 19 na Europa. Discute as mudanças econômicas, políticas e sociais resultantes da industrialização, como o crescimento das cidades, novas condições de trabalho e transformações nas estruturas familiares. Também aborda os desafios intelectuais em interpretar as turbulências sociais da época e como isso contribuiu para o desenvolvimento da sociologia.
Este artigo discute os impactos da austeridade em Portugal, incluindo cortes salariais, investimentos e benefícios sociais que estão aumentando a precariedade e o desemprego, especialmente entre os jovens. O autor argumenta que as medidas estão enfraquecendo o Estado de bem-estar social e podem levar a uma crise social semelhante à do século XIX. Ele vê esses desenvolvimentos como um retrocesso perigoso que ameaça os direitos dos trabalhadores.
1) O documento apresenta uma peça teatral de Chico Buarque e Paulo Pontes chamada "Gota D'Água", que discute o capitalismo radical que vem sendo implantado no Brasil e seu impacto nas classes sociais.
2) A peça argumenta que o capitalismo brasileiro tem cooptado os melhores quadros da classe média, dando-lhes novas funções, ao mesmo tempo em que intensificou o empobrecimento da maioria da população.
3) Antes, a economia brasileira relegava a classe média à marginalidade, estim
O documento analisa os planos econômicos dos candidatos à presidência brasileira em 2014, comparando suas propostas e como elas abordam a desigualdade social. Apesar de discursos semelhantes, os modelos econômicos diferem, e é importante avaliar qual programa melhor atenderá às necessidades do país e quais classes sociais cada um atrai. A desigualdade deve ser o foco da análise para se entender os problemas econômicos brasileiros e escolher a via mais adequada para sua redução.
A transição do capitalismo para a sociedade pós capitalistaFernando Alcoforado
Todos nós temos a tendência de imaginar que a sociedade na qual vivemos perdurará para sempre, esquecendo-se ou desconhecendo que já houve outros sistemas econômicos que surgiram e desapareceram, como é o caso do escravismo durante a Antiguidade na Grécia e no Império Romano e do feudalismo durante a Idade Média na Europa. Diferentemente da passagem do escravismo para o feudalismo que se caracterizou pela derrubada violenta do Império Romano pelos escravos e povos bárbaros espoliados, a passagem do feudalismo para o capitalismo se realizou praticamente sem violência à exceção da França com a Revolução Francesa em 1789. Por que o capitalismo não teria o mesmo destino do escravismo e do feudalismo? Da mesma forma que o escravismo e o feudalismo tiveram um início e um fim, o capitalismo que teve seu início no século 12 na Europa seguirá a mesma trajetória culminando com seu fim em meados do século 21. Diante da perspectiva de colapso do sistema capitalista mundial em meados do século 21, torna-se um imperativo a invenção de novos modelos de sociedade em escala planetária e nacional que sejam capazes de racionalizar o processo de crescimento e desenvolvimento econômico e social para assegurar o progresso econômico e social em benefício das populações de todos os países do mundo.
Ps, pc e a esquerda desavinda publico 01.10-2014Elisio Estanque
O documento discute as divisões históricas entre a esquerda em Portugal, como o PS, PC e Bloco de Esquerda têm raízes ideológicas similares mas divergiram sobre questões de poder e liderança. Apesar de diferenças programáticas, PS e PC se tornaram mais semelhantes em seu funcionamento interno. Recentemente, houve iniciativas para renovar a esquerda, mas é necessário mais do que ideias - lideranças transparentes e novas formas de participação política.
Este artigo discute a história do trabalho e como as formas de trabalho têm mudado ao longo do tempo, desde a antiguidade até a era digital atual. Também analisa como as relações entre trabalhadores e empregadores têm sido muitas vezes conflituais e como as novas tecnologias podem ameaçar ainda mais os direitos dos trabalhadores e aumentar a precariedade no trabalho.
O documento discute as causas fundamentais da instabilidade política e econômica no Brasil. Aponta que a instabilidade decorre 1) do funcionamento instável do modo de produção capitalista e 2) da incapacidade do Estado em atender os interesses da população. Além disso, a crise econômica decorrente das políticas neoliberais e a corrupção no sistema político se alimentam mutuamente e podem levar o Brasil a uma grave crise política.
O documento descreve os direitos de propriedade intelectual dos conteúdos do jornal Público, que pertencem ao Público - Comunicação Social S.A. Os assinantes não podem copiar, alterar ou distribuir os conteúdos sem permissão.
O documento discute a classe média e a estabilidade social. Argumenta que a noção de classe média mudou no século XX com o crescimento da classe média assalariada e seu papel no Estado de bem-estar social. Em Portugal, a classe média sempre foi pequena, mas as subidas sociais geraram uma ilusão de crescimento da classe média. No entanto, esses ganhos foram de curto alcance e hoje em dia esses grupos enfrentam o risco de deslizamento social devido à crise, o que pode levar a maior instabilidade.
O documento discute a origem do serviço social no mundo e no Brasil. Ele descreve como o serviço social surgiu como resposta das classes dominantes à crescente questão social decorrente da exploração dos trabalhadores pelo capitalismo industrial. Também aborda as primeiras escolas de serviço social e como o serviço social foi usado para controlar os trabalhadores e manter a ordem social.
O texto discute as causas do desemprego no Brasil. Afirma que o desemprego é causado principalmente por variações na demanda agregada e não por reduções no salário real, como muitos pensam. Também argumenta que os governos têm responsabilidade nas causas do desemprego por meio de políticas econômicas que prejudicam tanto o setor público quanto o privado. Uma correção radical de rumos nas políticas econômicas é necessária para combater efetivamente as causas do desemprego.
O documento discute como o sistema prisional nos Estados Unidos assumiu um papel central na administração da pobreza através de três mecanismos: 1) disciplinando os segmentos mais baixos do mercado de trabalho; 2) artificialmente reduzindo a taxa de desemprego ao retirar milhões de indivíduos desqualificados da força de trabalho; e 3) fornecendo um grande número de empregos no setor prisional.
1. O documento discute a situação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro ao longo da história, desde a Grécia e Roma antigas até os dias atuais.
2. Ao longo da história, as mulheres foram subordinadas aos homens e destinadas apenas a tarefas domésticas. No entanto, desde a década de 1970, com o crescimento do feminismo e da escolaridade feminina, as mulheres conquistaram mais espaço no mercado de trabalho.
3. Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam des
(Des)globalização do trabalho publico 2016.07.14Elisio Estanque
Este artigo descreve como a globalização levou a uma "desglobalização" do trabalho através da terceirização e subcontratação. Isso criou uma classe precária de trabalhadores migrantes sem direitos ou proteções. O exemplo dado é da indústria de frutos vermelhos em Odemira, Portugal, que emprega muitos trabalhadores nepaleses, indianos e tailandeses em condições precárias e ilegais. Embora economicamente lucrativo, isso levou a problemas sociais e degradou as condições de trabalho.
O documento descreve 3 cenários possíveis para a crise política no Brasil: 1) Dilma permanece no poder com apoio do Congresso até ser impedida; 2) Dilma sofre impeachment e Temer assume sem condições de resolver a crise; 3) Intervenção militar diante da incapacidade do governo em manter a ordem social.
A entrevista discute as mudanças no Brasil e na Europa nos últimos 40 anos. O entrevistado acredita que o Brasil avançou ao reconhecer o racismo e implementar cotas raciais, mas ainda precisa lidar com desigualdades. A crise na Europa mostra que o desenvolvimento não é garantido e que modelos alternativos são necessários. Países emergentes como o Brasil podem ensinar lições sobre democracia participativa e economias solidárias.
(1) O documento descreve o desenvolvimento do serviço social no Brasil entre 1960 e 1980, um período de ditadura militar. (2) Neste período, o serviço social foi usado para legitimar o regime militar e dar continuidade a um modelo desigual e fragmentado de assistência social. (3) O documento analisa como o serviço social se posicionou neste contexto histórico, inicialmente limitando sua atuação, mas depois renovando-se para se aproximar mais das camadas populares.
William Shakespeare, poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo, é autor em sua peça teatral Rei Lear da frase “Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos”. Esta frase se aplica perfeitamente ao Brasil da era contemporânea no qual constatamos a existência de idiotas, isto é, de governantes desprovidos de inteligência e de bom senso no comando da nação que dirigem cegos, isto é, os incompetentes integrantes da estrutura do governo que já estão levando o País à bancarrota.
O Brasil é hoje um país dividido entre petismo e antipetismo que se traduziu nas últimas eleições presidenciais. Tomando por base os resultados das eleições presidenciais em seu primeiro turno, constata-se que os partidários do PT representam 41,59% (eleitores de Dilma Roussef). A diferença (58,41%) representa o posicionamento de oponentes do PT que não aceitam a política posta em prática por este partido e seus dirigentes na condução dos destinos da nação. A existência de um país dividido e radicalizado que se registra no momento faz com que se torne uma tarefa de difícil realização para Dilma Roussef governar o Brasil. A permanência do PT no poder com a vitória de Dilma Roussef no segundo turno das eleições se constitui em fator de instabilidade político institucional porque sem o apoio da maioria da nação ela perdeu a condição de governar a nação. Dilma Roussef passou a ser uma cópia de Nicolas Maduro na presidência da Venezuela que enfrenta sérios problemas de governabilidade em seu país profundamente dividido. A governabilidade de um país por um governante não depende apenas da legitimidade obtida com a vitória nas eleições presidenciais, mas fundamentalmente do apoio efetivo da grande maioria da nação.
As crises política e econômica que abalam o Brasil no momento apresentam algumas semelhanças com aquelas que ocorreram em 1930 e levaram à deposição do então presidente da República Washington Luis. A crise política em 1930 foi produto do esgotamento do regime oligárquico inaugurado em 1889 com a Proclamação da República e a crise econômica foi consequência do esgotamento do modelo agroexportador existente no Brasil desde o período colonial que sofreu duro golpe com a crise econômica mundial de 1929. Por sua vez, a crise política de 2015 no Brasil é produto do esgotamento do contrato social instituído com a Constituição de 1988 e a crise econômica atual é consequência do esgotamento do modelo econômico neoliberal dependente do exterior em vigor desde 1990 e está sofrendo também as consequências da crise econômica de 2008 que eclodiu nos Estados Unidos e se espraiou pelo mundo.
Este documento apresenta uma introdução sobre a emergência da sociologia como campo científico no século 19 na Europa. Discute as mudanças econômicas, políticas e sociais resultantes da industrialização, como o crescimento das cidades, novas condições de trabalho e transformações nas estruturas familiares. Também aborda os desafios intelectuais em interpretar as turbulências sociais da época e como isso contribuiu para o desenvolvimento da sociologia.
Este artigo discute os impactos da austeridade em Portugal, incluindo cortes salariais, investimentos e benefícios sociais que estão aumentando a precariedade e o desemprego, especialmente entre os jovens. O autor argumenta que as medidas estão enfraquecendo o Estado de bem-estar social e podem levar a uma crise social semelhante à do século XIX. Ele vê esses desenvolvimentos como um retrocesso perigoso que ameaça os direitos dos trabalhadores.
1) O documento apresenta uma peça teatral de Chico Buarque e Paulo Pontes chamada "Gota D'Água", que discute o capitalismo radical que vem sendo implantado no Brasil e seu impacto nas classes sociais.
2) A peça argumenta que o capitalismo brasileiro tem cooptado os melhores quadros da classe média, dando-lhes novas funções, ao mesmo tempo em que intensificou o empobrecimento da maioria da população.
3) Antes, a economia brasileira relegava a classe média à marginalidade, estim
O documento analisa os planos econômicos dos candidatos à presidência brasileira em 2014, comparando suas propostas e como elas abordam a desigualdade social. Apesar de discursos semelhantes, os modelos econômicos diferem, e é importante avaliar qual programa melhor atenderá às necessidades do país e quais classes sociais cada um atrai. A desigualdade deve ser o foco da análise para se entender os problemas econômicos brasileiros e escolher a via mais adequada para sua redução.
A transição do capitalismo para a sociedade pós capitalistaFernando Alcoforado
Todos nós temos a tendência de imaginar que a sociedade na qual vivemos perdurará para sempre, esquecendo-se ou desconhecendo que já houve outros sistemas econômicos que surgiram e desapareceram, como é o caso do escravismo durante a Antiguidade na Grécia e no Império Romano e do feudalismo durante a Idade Média na Europa. Diferentemente da passagem do escravismo para o feudalismo que se caracterizou pela derrubada violenta do Império Romano pelos escravos e povos bárbaros espoliados, a passagem do feudalismo para o capitalismo se realizou praticamente sem violência à exceção da França com a Revolução Francesa em 1789. Por que o capitalismo não teria o mesmo destino do escravismo e do feudalismo? Da mesma forma que o escravismo e o feudalismo tiveram um início e um fim, o capitalismo que teve seu início no século 12 na Europa seguirá a mesma trajetória culminando com seu fim em meados do século 21. Diante da perspectiva de colapso do sistema capitalista mundial em meados do século 21, torna-se um imperativo a invenção de novos modelos de sociedade em escala planetária e nacional que sejam capazes de racionalizar o processo de crescimento e desenvolvimento econômico e social para assegurar o progresso econômico e social em benefício das populações de todos os países do mundo.
Ps, pc e a esquerda desavinda publico 01.10-2014Elisio Estanque
O documento discute as divisões históricas entre a esquerda em Portugal, como o PS, PC e Bloco de Esquerda têm raízes ideológicas similares mas divergiram sobre questões de poder e liderança. Apesar de diferenças programáticas, PS e PC se tornaram mais semelhantes em seu funcionamento interno. Recentemente, houve iniciativas para renovar a esquerda, mas é necessário mais do que ideias - lideranças transparentes e novas formas de participação política.
Este artigo discute a história do trabalho e como as formas de trabalho têm mudado ao longo do tempo, desde a antiguidade até a era digital atual. Também analisa como as relações entre trabalhadores e empregadores têm sido muitas vezes conflituais e como as novas tecnologias podem ameaçar ainda mais os direitos dos trabalhadores e aumentar a precariedade no trabalho.
O documento discute as causas fundamentais da instabilidade política e econômica no Brasil. Aponta que a instabilidade decorre 1) do funcionamento instável do modo de produção capitalista e 2) da incapacidade do Estado em atender os interesses da população. Além disso, a crise econômica decorrente das políticas neoliberais e a corrupção no sistema político se alimentam mutuamente e podem levar o Brasil a uma grave crise política.
O documento descreve os direitos de propriedade intelectual dos conteúdos do jornal Público, que pertencem ao Público - Comunicação Social S.A. Os assinantes não podem copiar, alterar ou distribuir os conteúdos sem permissão.
O documento discute a classe média e a estabilidade social. Argumenta que a noção de classe média mudou no século XX com o crescimento da classe média assalariada e seu papel no Estado de bem-estar social. Em Portugal, a classe média sempre foi pequena, mas as subidas sociais geraram uma ilusão de crescimento da classe média. No entanto, esses ganhos foram de curto alcance e hoje em dia esses grupos enfrentam o risco de deslizamento social devido à crise, o que pode levar a maior instabilidade.
O documento discute a origem do serviço social no mundo e no Brasil. Ele descreve como o serviço social surgiu como resposta das classes dominantes à crescente questão social decorrente da exploração dos trabalhadores pelo capitalismo industrial. Também aborda as primeiras escolas de serviço social e como o serviço social foi usado para controlar os trabalhadores e manter a ordem social.
O texto discute as causas do desemprego no Brasil. Afirma que o desemprego é causado principalmente por variações na demanda agregada e não por reduções no salário real, como muitos pensam. Também argumenta que os governos têm responsabilidade nas causas do desemprego por meio de políticas econômicas que prejudicam tanto o setor público quanto o privado. Uma correção radical de rumos nas políticas econômicas é necessária para combater efetivamente as causas do desemprego.
O documento discute como o sistema prisional nos Estados Unidos assumiu um papel central na administração da pobreza através de três mecanismos: 1) disciplinando os segmentos mais baixos do mercado de trabalho; 2) artificialmente reduzindo a taxa de desemprego ao retirar milhões de indivíduos desqualificados da força de trabalho; e 3) fornecendo um grande número de empregos no setor prisional.
1. O documento discute a situação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro ao longo da história, desde a Grécia e Roma antigas até os dias atuais.
2. Ao longo da história, as mulheres foram subordinadas aos homens e destinadas apenas a tarefas domésticas. No entanto, desde a década de 1970, com o crescimento do feminismo e da escolaridade feminina, as mulheres conquistaram mais espaço no mercado de trabalho.
3. Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam des
(Des)globalização do trabalho publico 2016.07.14Elisio Estanque
Este artigo descreve como a globalização levou a uma "desglobalização" do trabalho através da terceirização e subcontratação. Isso criou uma classe precária de trabalhadores migrantes sem direitos ou proteções. O exemplo dado é da indústria de frutos vermelhos em Odemira, Portugal, que emprega muitos trabalhadores nepaleses, indianos e tailandeses em condições precárias e ilegais. Embora economicamente lucrativo, isso levou a problemas sociais e degradou as condições de trabalho.
This document summarizes and analyzes recent protest movements in Portugal and Brazil from 2011-2013. It argues that these movements reflect tensions among a growing middle class faced with precarious employment and declining rights and opportunities. Data is presented showing rising inequality in Portugal, and the situation in Brazil is examined in light of recomposing working class conditions. The social composition of protesters is analyzed based on surveys conducted during this period. Key factors seen as fueling the protests include the fragmentation of paid work, rising precarious employment, and ineffective public policies exacerbating social conflict.
Queima das fitas alcoolizada publico 14.05.2016Elisio Estanque
O documento descreve a Queima das Fitas em Coimbra, uma festa estudantil tradicional que tem se tornado cada vez mais alcoolizada. O desfile é marcado por comportamentos alterados sob efeito do álcool, com estudantes bebendo em excesso nos carros alegóricos e depois vomitando ou chorando. A festa termina com um sentimento de cansaço e desencanto à medida que os efeitos do álcool diminuem.
O documento descreve a ascensão da classe média brasileira na última década, com mais de 100 milhões de brasileiros fazendo parte dela atualmente. A classe C foi o principal grupo a se fortalecer economicamente. O documento também discute os hábitos de consumo e aspirações desta nova classe média.
Este documento descreve a vida difícil no Alentejo rural durante o regime de Salazar na década de 1960, com pobreza, repressão policial e falta de liberdades. Apesar das dificuldades, a cultura e identidade alentejanas permaneceram fortes, transmitidas entre gerações mesmo após a emigração. Hoje, o Alentejo mantém sua herança cultural, apesar dos desafios do envelhecimento populacional.
Este documento resume uma entrevista com o sociólogo Elísio Estanque sobre seu livro "Praxe e Tradições Académicas". Ele discute como a praxe estudantil evoluiu ao longo do tempo, passando de brincadeiras inócuas para uma aceitação do poder dos mais velhos. Também aborda a relação entre a praxe e o aumento de casos de abuso, ligado à maior massificação do ensino superior, e como a praxe pode estar ligada ao carreirismo político dos estudantes.
Este artigo descreve como a globalização está reestruturando o trabalho humano em uma escala global através da deslocalização de empresas e trabalho barato. Ele usa o exemplo da produção agrícola de frutos vermelhos no sudoeste de Portugal, onde grandes empresas estrangeiras empregam imigrantes em condições precárias para obter mão de obra barata e sazonal. Embora isso tenha trazido sucesso econômico para alguns, também resultou na degradação das condições de trabalho e na exploração de trabalhadores imigrantes sem proteções leg
Este documento discute os rituais de poder social em grupos fechados como os Comandos e as praxes estudantis. Apesar de aparentemente diferentes, ambos compartilham características como hierarquias rígidas, testes de submissão e humilhação que podem levar a acidentes lamentáveis. Questiona até que ponto os indivíduos se submetem aos líderes desses grupos e quais fatores levam a uma identificação sem limites.
O documento descreve "lambe-cus", ou pessoas que constantemente bajulam outras mais poderosas para seu próprio benefício. Estes indivíduos proliferaram na sociedade portuguesa moderna, onde encontram condições ideais para prosperar em grandes corporações e grupos de poder político e empresarial. Eles carecem de espinha dorsal e caracter e seu principal objetivo é satisfazer os que detém poder através de constante adulação.
Este documento discute a desigualdade e a pobreza na América Latina no contexto do serviço social. Apresenta o quadro dramático da questão social no Brasil e na América Latina, onde a desigualdade é indissociável do capitalismo e da produção reiterada da pobreza. Contesta a ideia de que o crescimento econômico é suficiente para combater a pobreza. Situa historicamente o estado de bem-estar social e analisa o impacto da ofensiva do capital nos países periféricos, que provocou novas express
Classes e rebeliões sociais no brasil publico 09.06.2014Elisio Estanque
O documento descreve as divisões sociais no Brasil, com a classe média e trabalhadora se subdividindo entre segmentos estabelecidos e emergentes. Os segmentos emergentes, principalmente jovens, têm liderado protestos recentes pedindo por reformas. Enquanto isso, os segmentos estabelecidos defendem seus privilégios e se opõem às mudanças. O descontentamento generalizado pode aumentar durante a Copa do Mundo de 2014 e levar a novas rebeliões.
Este livro analisa a estrutura socioeconômica do Brasil entre 1930-1980. Aponta que o país entrou tardiamente no capitalismo, carregando traços do paternalismo da Primeira República. Descreve a modernização da produção e consumo, mas também o aumento das desigualdades sociais. Argumenta que o golpe de 1964 estabeleceu um capitalismo "plutocrático" que beneficiou as elites em detrimento dos pobres.
Este artigo discute como a classe média se dividiu em duas categorias distintas em países da Europa do Sul e América Latina. A classe média mais baixa tem se juntado à classe trabalhadora devido à austeridade, enquanto a classe média mais alta busca manter seu status. No Brasil, os movimentos populares perderam força, deixando as duas classes médias sem um projeto de esquerda capaz de uní-las.
O documento discute a exclusão social no Brasil e no mundo capitalista. Aponta que cerca de 21% da população brasileira está excluída da atividade produtiva, formando um "exército de reserva" permanente. Programas de transferência de renda como o Bolsa Família são considerados paliativos que não resolvem a exclusão estrutural inerente ao sistema capitalista. Uma nova ordem social e econômica seria necessária para garantir trabalho a todos e reduzir desigualdades de fato.
Este artigo discute como a juventude mudou ao longo do tempo, de ser definida pelos mais velhos para ganhar autonomia e protagonizar mudanças sociais. Analisa como as gerações mais novas dos anos 1960 e 1970 inspiraram estudos sobre a sociedade contemporânea através de sua rebeldia. Também explora como a juventude atual lida com a precariedade laboral em contraste com sua capacidade de adaptação.
Este documento discute como as cidades estão se tornando protagonistas do desenvolvimento à medida que o mundo se torna mais "glocalizado". A formação de Estados-nação está se tornando inadequada diante das inovações sociais, políticas, culturais e tecnológicas que estão surgindo simultaneamente no nível global e local. As cidades do futuro serão "cidades-redes" com novas configurações baseadas nas redes sociais, em vez de serem determinadas pelos mercados ou Estados.
Este documento discute a dificuldade em definir a classe média na sociedade moderna. A classe média está se tornando mais fragmentada e heterogênea à medida que o trabalho assalariado se torna mais precário e instável. Um estudo proposto identifica sete categorias de classes sociais na Inglaterra, incluindo uma "classe média estabelecida" e um "precariado", mostrando a diversidade dentro da classe média. Os diferentes segmentos da classe média orientam-se por diferentes combinações de recursos como educação, renda e cultura
O texto Brazilian way of life – A racionalidade do capitalismo trata da questão política, econômica e social presente na modernidade, enfatizando a desigualdade de classes na qual estamos inseridos. A partir de uma perspectiva baseada nas composições do grupo Racionais MC’s e no texto “Ouvindo Racionais MC’s”, de Walter Garcia, traça-se um paralelo com o texto “Pobreza e cidadania”, de Vera da Silva Telles. A modernidade traz consigo a globalização do capitalismo e, enviesado nele, a população que vive na periferia. Esta tem cultura e influências características, o que também engrandece o valor de uma canção e representam, através da crítica, sujeitos políticos capazes de se pronunciar com ênfase sobre as questões que lhe dizem respeito.
O texto procura contribuir para uma reflexão sobre o diálogo, a mudança e a coesão social nas sociedades abertas, discutindo as transformações do capitalismo e seu impacto no trabalho. Aborda a cultura organizacional portuguesa, citando o caso da fábrica Autoeuropa como exemplo de conciliação entre produtividade, valores democráticos e diálogo social.
O documento discute as desigualdades sociais e econômicas presentes na modernidade brasileira, enfatizando como o capitalismo globalizado marginaliza os mais pobres. A música do grupo Racionais MC's critica essa realidade e representa sujeitos políticos capazes de falar sobre questões que afetam suas vidas. Programas assistenciais são insuficientes para resolver os problemas estruturais da pobreza no país.
Transformação social, democracia e cultura de empresaElisio Estanque
1) O texto discute as transformações recentes do capitalismo global e seu impacto no trabalho, incluindo a fragmentação e precarização do trabalho.
2) Analisa como diferentes regimes de regulação econômica (mercado, estado, comunidade) dominaram ao longo dos séculos 19 e 20, e como atualmente o mercado tem se sobreposto ao estado e políticas sociais.
3) Discute como as dinâmicas do capitalismo financeiro globalizado levam a um retrocesso das conquistas dos direitos sociais e trabalhistas do século 20.
O documento discute o impasse do neoliberalismo. Ele argumenta que (1) o neoliberalismo significa a regulação da sociedade e economia pelo mercado em vez da cidadania, (2) isso leva a uma concentração extrema de renda e poder que exclui a maioria da população e (3) é preciso buscar alternativas globais à globalização neoliberal que coloquem o bem comum acima do lucro e poder do mercado.
O texto discute as transformações sociais em Portugal no contexto da crise européia, focando na cultura organizacional da empresa Autoeuropa como um exemplo de conciliar produtividade e valores democráticos. Analisa como o capitalismo global levou à fragmentação e precariedade do trabalho e como a mudança organizacional e inovação tecnológica afetaram as sociedades e empresas portuguesas.
O documento analisa as manifestações de junho no Brasil e suas possíveis consequências políticas. Discute que o país e as instituições do Estado permaneceram intactos, e que as manifestações não representaram uma crise revolucionária. Também argumenta que o descontentamento popular se deve a razões sociais mais profundas do que uma crise econômica, e que a ausência de liderança do movimento operário limitou o alcance político dos protestos.
Maricato, e. erradicar o analfabetismo urbanísticoFilipe Carvalho
A desigualdade urbana no Brasil é evidenciada pela segregação territorial e falta de acesso igualitário aos espaços e serviços das cidades. Isso ocorre devido à história do país e ao modo como se deu a industrialização e urbanização, levando à formação de favelas e exclusão de muitos. É necessário erradicar o "analfabetismo urbanístico" na sociedade para que se reconheça a dimensão desse problema e se possa planejar as cidades de forma mais justa e sustentável.
Visto do brasil greves, manifs e passeatas eeElisio Estanque
Este artigo compara as greves e protestos sociais em Portugal e no Brasil. A autora argumenta que as greves no Brasil são mais intensas e duradouras do que em Portugal, onde existem maiores riscos para os grevistas. Os protestos de rua no Brasil também são mais festivos e coloridos do que em Portugal, onde tendem a ser mais dramáticos. Finalmente, o sindicalismo é mais dinâmico e diversificado no Brasil do que em Portugal, onde os sindicatos estão enfraquecidos.
Rebelião de classe média? Precariedade de movimentos sociais em Portugal e no Brasil (2011-2013).
Texto académico publicado na Revista Critica de Ciências Sociais, nº 103 - 2014
Rebeliao de classe media_precariedade de movimentos sociaisElisio Estanque
Este documento discute as manifestações e movimentos de protesto em Portugal e no Brasil entre 2011-2013, argumentando que refletem tensões sociais onde transparece uma "pulsão de classe média" definida pela precariedade e juventude. Analisa a composição social dos manifestantes e os fatores socioeconômicos por trás dos movimentos, incluindo desigualdades e degradação das condições laborais.
Exercícios de História [Enem: 1998 - 2003]Alex Pinheiro
1.111 Exercícios de História para download. Disponíveis em www.gruposdehistoria.blogspot.com | Visite o site do curso: www.gruposdehistoria.com [Porto Alegre] |
Semelhante a A classe média realidade e ficção (20)
Este documento discute o conceito de revolução ao longo do tempo. Inicialmente, revolução significava uma mudança rápida no poder político, mas não necessariamente algo totalmente novo. Apenas na era moderna que a questão social emergiu e a desigualdade entre ricos e pobres levou a revoltas. Uma revolução só triunfa quando os de baixo não querem e os de cima não podem continuar como antes.
O documento discute a Revolução de Outubro de 1917 na Rússia e seu impacto no mundo. O autor argumenta que a revolução levou a mudanças profundas na sociedade, mas o regime soviético que se desenvolveu acabou se tornando totalitário e brutal. Embora a revolução tenha inspirado movimentos sociais, é importante reconhecer tanto os aspectos positivos quanto os negativos do que aconteceu na Rússia.
Este documento descreve os direitos de propriedade intelectual sobre os conteúdos do jornal Público e as restrições sobre como os assinantes podem usar esses conteúdos. Também discute posições ambíguas de partidos de esquerda portugueses em relação a regimes estrangeiros e a União Europeia.
Este documento estabelece que:
1) Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do jornal Público pertencem ao Público.
2) Os conteúdos disponibilizados aos assinantes não podem ser copiados, alterados ou distribuídos sem autorização do Público.
3) O documento discute as características e desafios da juventude contemporânea.
O documento discute os impactos da automação e inteligência artificial no trabalho. Apesar de criar novas oportunidades para alguns, corre o risco de aumentar as desigualdades sociais e salariais. É necessário um pensamento estratégico para lidar com os custos sociais da mudança e garantir equilíbrios em uma sociedade mais inclusiva.
Queima das fitas alcoolizada publico 14.05.2016Elisio Estanque
O documento descreve a tradicional festa estudantil Queima das Fitas em Coimbra, Portugal. A festa tornou-se muito alcoolizada com estudantes embriagados nos carros alegóricos e depois nas ruas. No final do dia, os estudantes ficam exaustos e alguns choram ou vomitam em público. A festa reflete as profundas transformações na sociedade com os comportamentos dos jovens tornando-se mais instáveis e fluidos sob a influência do álcool.
Este documento descreve a vida difícil no Alentejo rural durante o regime de Salazar na década de 1960, com pobreza, repressão policial e falta de liberdades. Apesar das dificuldades, o povo alentejano manteve sua cultura e identidade forte. Hoje em dia, embora muitos tenham emigrado, os alentejanos espalhados mantêm laços com suas raízes e orgulho de sua herança cultural.
Num momento adverso para os trabalhadores, os autores defendem que um sindicalismo renovado é essencial para a coesão social. Eles criticam as estruturas sindicais por serem rígidas e alinhadas demais com partidos políticos, e sugerem que uma maior abertura, democracia interna e envolvimento com outros movimentos seria benéfico. No entanto, reconhecem que a principal mudança necessária é uma visão estratégica autónoma por parte das lideranças sindicais.
This text analyzes recent protest movements in Portugal and Brazil from 2011-2013. It argues that these movements reflect tensions among the middle class where youth and precarious employment play a key role. It presents data on inequality in Portugal to show how the movements protested the suppression of rights and worsening working conditions. The situation in Brazil is examined in light of changing working class conditions and the constraints of Brazil's development model. The text aims to understand the social composition of the protesters based on surveys conducted during this period.
1) O documento discute a analogia entre as antigas cadernetas de cromos de futebolistas e as modernas campanhas políticas, onde a aparência e a imagem são mais importantes do que as ideias.
2) Analisa uma recente eleição estudantil em Coimbra cuja campanha se assemelhava a uma caderneta de cromos, com fotos dos candidatos.
3) Argumenta que hoje em dia a política se concentra mais na imagem do que no conteúdo, e os eleitores são influenciados mais pelas a
1) O documento descreve a história da industrialização de Portugal no século XX, liderada pela Companhia União Fabril, que se desenvolveu na região de Lisboa-Setúbal sob a ditadura de Salazar.
2) A CUF atraiu muitos trabalhadores rurais do Alentejo com promessas de emprego e benefícios sociais, porém impôs longas jornadas e baixos salários.
3) Os sindicatos industriais, influenciados pelos comunistas, organizaram grandes greves contra a CUF e o
O artigo discute as trajetórias complexas da juventude contemporânea, marcadas pela mobilidade e precariedade no trabalho. A mobilidade internacional é comum entre os jovens qualificados, mas frequentemente levam a empregos precários no exterior. Eventualmente, esses jovens podem se rebelar contra um sistema que os instrumentaliza para fins econômicos perversos.
O documento discute três tópicos principais:
1) A social-democracia na Europa parece condenada devido ao abandono de suas referências programáticas originais em favor do pragmatismo econômico neoliberal.
2) Os programas políticos só são credíveis quando quem os enuncia também o é, mas os exemplos de corrupção e aparelhismo contaminaram os sistemas partidários.
3) É necessária maior abertura e transparência nos partidos, como demonstrado pelas "eleições primárias", para separar competência de comp
O documento descreve as observações do autor durante uma viagem à Ucrânia, começando em Kiev e terminando em Odessa. Ele descreve as marcas ainda visíveis da revolução de Maidan em Kiev e o legado ainda presente da era soviética no dia-a-dia dos ucranianos. Ele também discute as eleições gregas e seu significado para a liberdade e soberania na União Europeia.
1. *
A “CLASSE MÉDIA”
COMO REALIDADE E
COMO FICÇÃO
UM ENSAIO COMPARATIVO BRASIL-PORTUGAL
Elísio Estanque1
Os nomes nunca são inocentes, e a noção de “classe média” é, sem dúvida, um dos exemplos mais flagrantes do poder ideológico das palavras.
O mesmo conjunto social pode ser nomeado de “classe trabalhadora”,
de “classe operária”, “precariado” ou de “classe média”. Tudo depende do
ângulo de abordagem, pelo que, ao tratar um tema tão polêmico, e em
contextos sociais tão distintos como o Brasil e Portugal, podemos começar por colocar a pergunta inocente: “de que falamos quando falamos de
classe média?” A resposta provisória é: mais do que “um grupo que não
é grupo ou uma classe que não é classe” (Dahrendorf), trata-se de uma
problemática sociológica e de um território indefinido de camadas sociais
com implicações na esfera política e na solidez da ordem estabelecida.
É por isso que, nas sociedades industrializadas do Ocidente, a maior
ou menor consistência das classes médias (seja já o que isso for) sempre se
conjugou com tendências de atenuação ou de agudização da luta das classes trabalhadoras. Todavia, a realidade social não se deixa explicar unisus ação coletiva (luta de classes). Assim, mesmo quando se verifica um
aumento do poder aquisitivo e das oportunidades individuais – ou seja,
quando a classe média se expande,– as barreiras de classe não desapare-
1 Centro de Estudos Sociais e Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; professor visitante da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Instituto de Economia (CESIT)/ Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas (IFCH). Enquanto pesquisador visitante na UNICAMP, o autor beneficiou da bolsa FAPESP referente
ao processo nº 2012/11670-4.
A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
. 171
2. cem. Podem é ficar momentaneamente camufladas no meio da floresta
de oportunidades fictícias da “sociedade de consumo”. Foi mais ou menos
isso que ocorreu na Europa durante os “trinta anos gloriosos” do Estado
social. Porém, nem o princípio da meritocracia nem as políticas sociais de
qualificação e proteção social esbateram as barreiras de classe (a não ser
na aparência). Mais recentemente, a abertura das fronteiras nacionais e a
emergência dos mercados transnacionais aceleraram ainda mais a mudança social, a complexidade e a recomposição das estruturas de classe.
Com o início da chamada “era da globalização” ocorreu uma multiplicação e sobreposição de escalas no xadrez da economia mundial, redesenhando novas relações de classe. O global e o local passaram a interagir
em novos moldes. Podemos então pensar as novas contradições no plano
global estruturadas na base da oposição entre sobreclasses globais (as que
se beneficiam da mobilidade, das novas tecnologias e abertura do mundo)
e as subclasses locais (acantonadas) e, por assim dizer, situadas “fora” da
estrutura convencional das classes (Estanque et al., 2005). Em todos os
continentes isso a que chamamos de “classe média” se torna um importante “tampão” onde a luta de classes se tende a dissipar.
No entanto, entre Brasil e Portugal há, a este respeito, uma infinidade
de contrastes. A antiga referência à “classe média” remete, no caso brasileiro, para outra realidade, outro segmento com maior status e bem mais
longe da força de trabalho manual do que no caso português. Ou seja,
“classe média” e “classe trabalhadora” surgem no Brasil como figurantes que jamais entraram no mesmo filme, mas onde, agora, se pretende
travestir a segunda (ou parte dela) em imitação barata da primeira. Pelo
na celebração festiva do 25 de Abril de 1974, com toda essa dança transclassista e de conflito, evoluindo mais tarde para uma farsa onde a classe trabalhadora fingiu ser “classe de serviço” da sua contraparte (a classe
dominante). Hoje, porém, há o sério risco de, em seu último ato, a dita
farsa culminar em tragédia, com uma ilusória “classe média” sofrendo o
drama do empobrecimento e um operariado, que já era pobre e decrépito,
a engrossar a pobreza resignada. Por outras palavras, é duvidoso se (no
caso português) a velha e a “nova pobreza” podem fundir num precariado
, 2011) politicamente ativo que dispute com o “novo radicalismo de classe média” os papéis de “vanguarda” versus “retaguarda” das
lutas sociais do século XXI; e (no caso brasileiro) se o quadro de contes172 . A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
3. tação social surgido em junho de 2013 representa uma “brecagem” ou um
novo impulso na senda de mais reformas e avanços emancipatórios. Em
ambos os casos, a realidade de nossos países obrigará a repensar os caminhos do futuro e o protagonismo da classe média em tais processos. Seja
esta concebida como imaginação seja como realidade devemos começar
por desconstruir a velha noção estereotipada de “classe média” (individualista, consumista, burguesa e politicamente amorfa) porque a mesma se
PORTUGAL E O DECLÍNIO DA CLASSE MÉDIA
Portugal é, como se sabe, um dos países da Europa do sul que integrou a
última vaga de transições democráticas dos anos setenta do século passa-
finanças” do país, acabou com as liberdades políticas, disciplinou e repridustrial. Quarenta e oito anos depois, a Revolução dos Cravos herdou um
país pobre, quase analfabeto, predominantemente agrícola e isolado das
tendências internacionais. Com o projeto de modernização, iniciado a 25
de Abril de 1974, e a consolidação do regime democrático, novas dinâmicas de mudança viriam a ocorrer, sobretudo após a adesão à Comunidade
Européia (em 1986). De uma sociedade predominantemente rural, passamos, em escassas dezenas de anos, para uma sociedade de serviços, e isso,
naturalmente, fez-se sentir na estrutura das classes, culminando numa
generalizada terceirização. O setor secundário cresceu timidamente, mas
em 1981 entrou num lento e irreversível declínio, passando de 35% para
27% entre 2001 e 2011, enquanto o terciário aumentou de 60% para 70%
na mesma década, e o primário se tornou residual (CARMO, 2013).
Podemos dizer que a (nova) classe média portuguesa cresceu ao abrigo
da expansão do Estado-providência ao longo das últimas quatro décadas,
resultado da conjugação entre: (1) expansão da administração pública e
do emprego não-manual; (2) qualificação educacional dos portugueses; e
(3) do aumento da renda. A recomposição de novos sectores profissionais
estimulados pelas políticas públicas – na educação, saúde, administração
pública, poder local, segurança social, etc,– e também o aumento das profissões liberais, dos quadros superiores, gerados pelo impacto do ensino
superior e do sistema científico, reconfiguraram a estrutura das classes.
A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
. 173
4. Ao mesmo tempo, a rápida concentração urbana alterava os grupos de
referência e modificava os estilos de vida de milhões de trabalhadores,
enquanto os benefícios obtidos por via dos serviços prestados pelo Estado
permitia às famílias aceder a novos hábitos de consumo, o que, associado
ao fácil acesso ao crédito, fez com que estes segmentos da classe média
cedessem aos apelos sedutores do marketing consumista. Muitos portugueses começaram então a endividar-se, pela compra de apartamentos
(praticamente tornada obrigatória face à ausência de um mercado de arrendamento), de automóveis, de eletrodomésticos, de viagens de férias,
etc., com isso aumentando o endividamento das famílias e consequentemente da banca nacional face ao exterior.
Estudos recentes mostram que na primeira década do atual século os níveis de desigualdade em Portugal permaneceram estáveis, embora na comparação com a UE27 o país esteja entre os mais desiguais. Até o culminar da
presente crise, o crédito fácil, fortemente estimulado pelos bancos e governos, compensou artificialmente a quebra real de salários permitindo às famílias manter estilos de vida e níveis de conforto segundo um horizonte de
expectativas positivas para o futuro (CARMO et al, 2013, p. 152-153). Todavia, dados mais recentes mostram que o rendimento anual mediano, por
adulto, em Portugal continua muito abaixo das médias dos países europeus.
Em 2009 cerca de 75% dos portugueses auferiam rendimentos inferiores a
12.625 euros/ano (1.052,1 euros mensais), estando Portugal entre os países
com maiores desigualdades de distribuição de renda e onde se praticam dos
salários mais baixos da zona euro. Mas, entretanto, a renda dos segmentos
intermédios diminuiu nos últimos dois anos. O que significa que 2009 foi
um ano de inversão da tendência anterior visto que esse foi o momento de
agudização da crise e da austeridade (CARMO et al, 2013: p.137). Apesar
disso, as disparidades de distribuição da renda são bem menores do que no
Brasil, como veremos de seguida.
A comparação entre os dois países é realmente problemática, se bem
na Europa e em Portugal a experiência num período recente de um modelo institucional e de um padrão de bem-estar (dado por seguro) deixou
um legado que, com a crise, exacerbou o sentimento de “privação relativa”
de uma vasta camada de assalariados com direitos adquiridos em resultado de longas batalhas (e até há pouco considerados irreversíveis), entretanto abruptamente subtraídos nos últimos anos (talvez representando o
174 . A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
5. fim de um ciclo); enquanto no Brasil, trata-se de um contexto social e socondição precária, a informalidade generalizada e a miséria de uma força
de trabalho até há pouco desconhecedora de quaisquer direitos.
O BRASIL E A CONSOLIDAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA
O caso brasileiro oferece-se, à partida, como um exemplo oposto ao português, pois, se em Portugal, como se viu, a situação da classe média é hoje
periclitante, o Brasil da última década tem sido citado como uma das sociedades onde mais se exaltou o crescimento dos estratos intermédios. As
pesquisas relacionadas com o tema da “classe média” têm vindo a assumir
que o critério da renda é o fator mais importante e, portanto, trata-se de
estabelecer simples linhas de demarcação para esse fim.
Só que, numa sociedade tão matizada e contraditória como a brasileira, é necessário realçar não apenas a importância dos diversos indicaprodutiva, qualificações, nível educacional, etc.), mas também a multiplicidade de outros critérios como sejam os étnicos, raciais, de gênero, religiosos e culturais. A conjugação entre a estruturação do capitalismo e a
questão racial (
, 2002) remete para circunstâncias particulares vinculadas à herança colonial e ao modo como negros e mulatos foram excluídos ou incorporados no processo de trabalho (FERNANDES,
2008)2 . Todos sabemos que o Brasil contém muitos mundos dentro de si.
Assim, as variáveis de índole identitária acima referidas colocam-se aqui
como elementos endógenos do próprio país. E porque o desenvolvimento
industrial capitalista foi tardio e marcado por fortes vínculos herdados
do colonialismo, o entendimento das relações de classe – e, portanto, da
própria construção da classe média – deve pautar-se por cuidados muito
particulares. Inclusive o fato de a análise de classes possuir uma evidente
marca ocidentalocêntrica deve deixar-nos de sobreaviso perante quaisquer voluntarismos apressados de sua aplicação dogmática. Se esse não
é o caso do uso ligeiro da expressão “classe média” (porque não corres-
2 Analisando a situação particular de São Paulo, Florestan Fernandes refere-se ao modo como se deu “a própria
formação social competitiva e a consolidação do regime de classes sociais em São Paulo, em torno das figuras
dominantes do ‘fazendeiro’ e do ‘imigrante’ e com a exclusão quase total do negro e do mulato enquanto agentes
históricos significativos” (FERNANDES, 2008: 36).
A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
. 175
6. ponde a qualquer outro critério que não seja a imposição de uma sigla
comercial), a multiplicidade policromática de desigualdades e diferenças
neste país não pode jamais ser omitida, o que, de resto, só pode acrescentar ainda mais heterogeneidade a uma categoria – a “classe média” – que,
por definição, já é vincadamente heterogênea.
equipe liderada por Marcelo Neri, 2012) têm se revelado as grandes entusiastas da “nova classe média”, aliás, num discurso que não é neutro. Porém,
estudos sociológicos anteriores já mostraram que a estrutura social do Brasil sofreu uma transformação significativa, principalmente desde o final da
ditadura, ao mesmo tempo em que a educação e as qualificações se foram
ampliando. As desigualdades de oportunidades educacionais diminuíram
(entre 1996 e 2008), muito embora, à medida que isso aconteceu se verificasse também um aumento da influência direta da origem de classe no
destino de classe: “a partir de final da década de 1980 houve um aumento
da associação líquida, descontando o efeito da educação alcançada, entre
origem e destino de classe” (RIBEIRO, 2012: 674). Note-se que a redução da
associação entre origem de classe e educação é acompanhada do aumento
da relação entre origem social e condição de chegada, o que em parte se
deve, por um lado, ao alargamento massivo do acesso à escolaridade e, por
outro, a um aumento da estratificação interna do sistema de ensino (em especial o superior). Além disso, este estudo mostra ainda que o coeficiente de
associação entre origens e destinos de classe (ou seja, o grau de “reprodução
social”, em que a origem determina o “destino de classe”) diminuiu mais rapidamente para as mulheres do que para os homens (sobretudo a partir de
1996), indicações que parecem refletir o fato de elas terem partido de uma
base mais escassa de instrução, de terem acedido mais tarde ao mercado de
emprego e, eventualmente, de revelarem um melhor aproveitamento escolar em termos de resultados. Quer isto dizer que as desigualdades de classe
(e, logo, o fator “classe média”) são cada vez mais matizadas e mediadas
por outras dimensões de desigualdade que, aliás, tendem a inscrever-se na
primeira, complexificando-a.
Já em 2000 a classe média brasileira correspondia a 31,7% das famílias, enquanto a sua capacidade de consumo era calculada em 50% de
todo o mercado consumidor do Brasil. Parece evidente que o nível de
poder aquisitivo dos estratos mais baixos da pirâmide social brasileira
subiu, dado que as condições concretas melhoraram para milhões de
176 . A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
7. pessoas. Mas, daí não se pode concluir, como pretendem alguns espetenha ocorrido um “achatamento” entre as classes extremas, ou que o
Brasil possui agora uma estrutura de classes em “losango”. A lógica do
social encerra contradições cujo princípio – como neste caso – pode
aplicar-se tanto ao Brasil como a Portugal ou a qualquer outra sociedade. No caso brasileiro, a camada dos miseráveis reduziu muito numa década, enquanto o maior aumento da renda se verificou principalmente
entre a baixa classe média.
a evoluir positivamente na formalização do emprego, na melhoria salarial e
na recomposição ocupacional na base da pirâmide estratificacional. Como
os dados revelam, 48% dos empregos criados em 2009 correspondem ao nível de até 1,5 salário mínimo3, ou seja, um segmento da classe trabalhadora
mais próximo do limiar da miséria do que da verdadeira classe média. “Na
década de 2000, a expansão do emprego assalariado com carteira assinada
foi expressiva; para cada grupo de dez ocupações abertas para trabalhadores de salário de base, sete foram de empregos formais, e a cada vaga aberta
de emprego assalariado informal, três outras eram criadas para o trabalho
com carteira assinada” (Pochmann, 2012: 38).
A estrutura das desigualdades na sociedade brasileira não deixa de
evidenciar disparidades bem vincadas na distribuição da renda, apesar
da sua redução. Também em Portugal as desigualdades se reduziram
ao longo da primeira década deste século, porém, suspeita-se que estaobserva-se em 2009 uma menor desigualdade em Portugal do que no
Brasil (0,33 para 0,54, respectivamente). O Brasil revela para esse ano
uma diferença de um para 19 vezes na renda dos 20% mais ricos contra
os 20% mais pobres, enquanto em Portugal a diferença era de um para
5,4 (no mesmo ano de 2009), tendo aumentado para 5,7 em 2010. Tão
pouco podemos esquecer que as desigualdades internas no país surgem,
como acima foi aflorado, noutros indicadores, entre os quais a distribuição geográfica (quanto mais interior ou norte e nordeste maiores as
desigualdades) e as diferenças de gênero. Quanto a este último critério,
3 Convém lembrar que o salário mínimo evoluíu de 41,00 USD em 1970 (equivalente), para 113,00 USD em 1990,
242,00 USD em 2009. Atualmente situa-se em R$ 678,00.
A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
. 177
8. no Brasil as mulheres, em média, recebem um salário cerca de 30% mais
baixo do que o dos homens (para trabalho igual)4, mas também em Portugal essa diferença é acentuada (com 21% da renda mais baixa para as
mulheres), e no caso dos assalariados com educação superior o desnível
aumenta para 30% (CASACA, 2013).
Observando a evolução das desigualdades no Brasil, verifica-se que só
nos anos 2000 se inicia uma real inversão, com a descida das desigualdades
e a subida do rendimento (ver Anexo 2)5. Esta viragem na recuperação real
do poder de compra dos trabalhadores é ainda muito recente, uma razão
acrescida para justificar mais cautela e menos euforia consumista em torno
da miragem do “país de classe média”. Dito isto, não se deve, evidentemente,
descurar a efetiva consolidação de uma classe trabalhadora que já acedeu
a alguns direitos, ainda que mínimos, suportados por uma economia em
crescimento e por um modelo de emprego onde o setor dos serviços está
em consolidação (ver Anexo 3), em boa parte devido à absorção de trabalhadoras oriundas do trabalho doméstico. Este, além de ser quase exclusivamente feminino (95% de mulheres em 2012, segundo o Instituto Brasileiro
últimas décadas, muito embora esteja em diminuição: em 2010 eram cerca
de sete milhões de pessoas, correspondendo a 7,7% da população ocupada
(neste segmento), mas esse valor caiu para 6,6% em 20126. Considerando
apenas o gênero feminino, em 2003 as domésticas eram 16,7% da força de
trabalho, enquanto em 2012 passaram a 13,9% das mulheres ocupadas;
tudo isto acompanhado do relativo aumento salarial e de um progressivo
4 O mais recente Censo Demográfico (2010) do país mostra que o rendimento médio mensal dos homens com
carteira profissional assinada foi de R$ 1.392, ao passo que o das mulheres foi cerca de 30% abaixo disso,
Disponível em:: http://www.brasil.gov.br/secoes/mulher/desigualdade-de-generos/mulheres-x-homens.
5 Note-se, todavia, que se trata de médias que escondem as diferenças internas dentro de cada percentil (neste
caso quintis). Como é sabido, quando estreitamos a faixa (por exemplo, se compararmos os decis ou ainda os
1% com maiores níveis de renda) a desigualdade entre os extremos dispara exponencialmente. Como revelou
pobres da população é frequentemente muito baixa, às vezes tão baixa que chega a ser 1%. Enquanto isto, os
10% mais ricos usufruem de uma imensa participação, às vezes excedendo 40% de toda a renda”. (Disponível
em:http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/2012/01/19/)
6
a 7,1% em 2011 (dados trabalhados por Pedro Alcântara e Alice Remy, do CESIT/UNICAMP), a confirmar a
tendência de quebra do trabalho doméstico.
178 . A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
9. acesso à educação. Além disso, novos direitos e medidas de proteção foram
recentemente anunciadas (novo piso salarial, limite de jornada de trabalho
em 44 horas semanais, direito a horas extra com aumentos de custo/hora,
etc.). Evidentemente que, perante tais alterações entre os segmentos subalternos da classe trabalhadora brasileira, as classes média-alta e superior se
movimentam e reposicionam na matriz geral da estrutura das classes, readaptando seus comportamentos sociais e estilos de vida, no caso, a própria
relação com suas domésticas, babás e serviçais7.
UMA CLASSE MÉDIA FICTÍCIA
Podemos dizer que a pirâmide social brasileira se renovou, mas ela se renovou renovando também a instabilidade, a flexibilidade e a precariedade.
Com efeito, a taxa de rotatividade (com cerca de 37% do emprego formal,
em 2009) cresceu muito, sobretudo para os empregos de mais baixos salários (85,3% para a faixa que ganha salário mínimo ou menos), sendo mais
elevada para as camadas mais jovens, menos escolarizadas, assim como no
POCHMANN, 2012). Em suma, o Brasil passa por uma reconversão produtiva e social profunda, em busca de um projeto desenvolvimentista que nesse momento goza de grande credibilidade.
Contudo, é discutível e muito incerto o desfecho desta tendência, além do
que, num mundo onde as interdependências da economia e o poder do
capital financeiro têm feito tantos estragos sociais nos últimos tempos, nada
garante que o Brasil possa ficar imune e tenha condições para resistir e se
impor autonomamente no quadro da economia global.
Outro aspeto que tem implicações sociais e políticas diz respeito às subjetividades e comportamentos individuais e coletivos. Convido o leitor a
olhar em volta para a seguinte realidade social: estamos perante um ato
constitutivo de uma ficção em que, paradoxalmente, se faz e se desfaz uma
classe. Artificialmente, promove-se uma classe média (mais imaginária do
que real), enquanto na prática se barra a emergência do novo sujeito co-
7 Relatório da OIT referente a 2010 registrou, no caso das mulheres, uma proporção de 16,6% das que possuíam
ocupação. O salário médio da categoria era de apenas R$489,00 por 36,8 horas semanais. Sabe-se ainda que,
com as políticas sociais dos governos petistas se verificou uma subida de 47% dos salários das domésticas, para
além de uma crescente formalização contratual (veja-se “Os serviçais do Brasil”, Carta Capital, 23/01/2013).
Segundo M. Pochmann o trabalho doméstico cresceu 0,8% ao ano entre 1979 e 2009, ano em que 93% recebiam
até 1,5 salário mínimo, 72% não possuiam carteira de trabalho, 62,7% eram não brancos, 9 em cada 10 são
mulheres e 98% não são sindicalizados (POCHMANN, 2012; OIT, 2013).
A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
. 179
10. letivo que seria uma classe trabalhadora politicamente engajada e em luta
pela mudança social e pelo reforço da democracia. Um tal processo deriva
da conjugação entre o consentimento ativo das direções sindicais e suas estruturas oligárquicas, de um lado, e o consentimento passivo da classe trabalhadora e dos grupos subalternos, de outro. Conforme alguns cientistas
do” são ainda animados pela presença nas suas subjetividades do cenário da
década de 1990, de dumping social, desemprego em alta e miséria estrutural. Em outras palavras, pode dizer-se que as políticas lulistas conseguiram
até recentemente instigar no imaginário popular uma espécie de “utopia
brasileira” (paradoxalmente distópica), fundada no consumismo e individualismo, com isso anestesiando a ação emancipatória dos movimentos sociais. Mas as manifestações de junho de 2013 mudaram essa paisagem. Os
recentes protestos da juventude urbana e suburbana exigem um modelo de
efetivo desenvolvimento democrático que saiba consolidar o crescimento
ra. É a cidadania ativa em ação, mostrando que os setores carentes, os trabalhadores e os jovens das classes média e média-baixa (incluindo estudantes)
estão se mobilizando e (como há cerca de trinta anos) erguem-se como ator
coletivo na defesa de um projeto de sociedade de bem-estar com justiça
social. Tratou-se de um imenso (e inesperado) grito de revolta de milhões
de brasileiros nas ruas, uma resposta firme da sociedade, pressionando as
instituições e o poder político a dar sequência às promessas e expectativas
que criaram ao longo da última década.
CONCLUSÃO: O EFEITO DE ESCADA ROLANTE
Associado à mudança estrutural as sociedades abertas tendem a gerar um
“efeito de escada rolante” (ESTANQUE, 2012), uma metáfora que exprime o modo como os grupos sociais se movem por referência uns aos outros e segundo uma lógica de imitação/demarcação. Se há uma deslocação da base da pirâmide (da “escada”), o conjunto dos estratos superiores
move-se em simultâneo, com a agravante de que os que já estavam no
topo avançam mais rápido e perdem-se de vista. A dinâmica da economia capitalista se apoia em efeitos combinados tais como o crescimento
de produtividade, a iniciativa no plano do consumo e do investimento, a
concorrência empresarial e individual, etc, etc. Mas a contraparte dessa
180 . A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
11. vertente economicista é a sociedade. E esta não é um mero aglomerado
de indivíduos desligados uns dos outros, mesmo que os grandes interesses mercantilistas insistam em reinventar a classe trabalhadora como uma
massa de consumidores atomizados, dóceis e embevecidos.
As estruturas de classe readaptam-se, mas resistem e reinventam-se
constantemente. No plano social a recomposição das classes (ou grupos
de status) ocorre em função dos recursos que controlam, e que, em geral,
mem-se sob a forma de estilos de vida concretos. Daí que, quanto maior o
volume desses recursos maior a possibilidade de multiplicá-los (inclusive
o dinheiro). É por isso que, ao contrário de um suposto nivelamento, o
que acontece é que quem já se encontrava no topo tem maiores chances
de tirar proveito dos novos meios tecnológicos, de modalidades emergentes de consumo e de negócio que a sociedade vai disponibilizando. Os
inventos, as viagens, as comunicações e toda a gama de novas tecnologias
e gadgets que surgem nos mercados estão, em primeira mão, ao dispor
das elites e só depois – e só se o interesse mercantilista assim o exigir –
poderão tornar-se acessíveis ao grande público, mas aí (como mostrou
Pierre Bourdieu) confunde-se o original com a imitação, o estatuto superior com a vulgaridade.
As elites, além de terem mais chances de assegurar o exclusivo do seu
estatuto, fazem-no geralmente sob um manto de silêncio e de omissão.
Se o “novo-riquismo” é ostentação e ruído, as novas “aristocracias” burguesas pautam-se pela discrição e sobriedade. Efetivamente, a mudança
estrutural numa sociedade tem inevitavelmente implicações na vida das
pessoas e leva-as a traçar percursos pessoais muito diferenciados, mas a
mudança estrutural depende da luta de classes, seja ela ruidosa ou silenciosa (veja texto de Jessé Souza, neste volume).
No Brasil temos uma “classe-que-vive-do-trabalho” (ANTUNES, 1995),
ainda pouco qualificada, que exorbitou os seus consumos precários aliciada
pela miragem discursiva da mídia e do poder vigente, para satisfação de
credores e alguns agiotas ligados ao mundo da finança e do crédito. Pode dizer-se que se trata de uma “imaginada-classe-média-que-vive-do-trabalho”
e que, de repente, se debate com uma realidade que bloqueou e solapou as
suas legitimas expectativas. Um segmento da classe trabalhadora que, enquanto permanece atomizado e individualizado pelo consumismo, torna-se politicamente inofensivo e indiferente à ação coletiva. Porém, os últimos
A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
. 181
12. acontecimentos mostraram que amplos segmentos sociais aparentemente
adormecidos, podem acordar e despertar para exigir justiça e direitos sociais. E ao fazê-lo de forma radical, como se tem observado, podem causar
um sobressalto no status quo instalado. Talvez se trate de um conjunto de
movimentos algo voláteis, ambíguos, difusos e sem um sentido de orientação (para lá dos objetivos imediatos de suas pautas), compostos por setores
muito diversos e muitos deles despolitizados, mas que impressionam pela
extraordinária carga política que transportam.
Em Portugal, a “classe-média-que-não-chegou-a-ser” está se desfazendo
no ar. Dito de outro modo, os segmentos da classe trabalhadora dos serviços e da administração pública – que chegaram a adotar comportamentos
e subjetividades típicas do velho ethos da (velha) classe média assalariada
– foram confrontados nos últimos dois anos com a violência da crise que
lhes mostrou a dura realidade de uma condição, afinal, mais precária, instável e carente do que se imaginara a si própria. Daí resultou uma espécie
de despertar desses setores para a ação coletiva, como se tem visto nas fortes manifestações desde 2011 até agora, em diversos países europeus. Pode
dizer-se que se trata, neste caso, de uma reproletarização da classe média assalariada, com as consequentes implicações políticas, estimulando alianças
com outros segmentos da classe trabalhadora na construção de uma nova
rebeldia e (talvez) de um novo sujeito da transformação social.
extremamente complexo e a classe trabalhadora brasileira, que começou
a ver seus direitos reconhecidos, terá certamente que travar ainda muitas
batalhas para que os seus filhos (muitos dos que agora estiveram nas ruas)
possam aceder a uma posição estável, a um emprego qualificado e a um
futuro auspicioso. Pode dizer-se que o sucesso do desenvolvimentismo
brasileiro depende não apenas da vontade política do poder instituído,
mas da sua capacidade de dar sequência institucional aos supetões que a
sociedade civil coloca na esfera pública. E os protestos de junho (2013),
fortemente animados por um novo radicalismo de classe média, poderão
ficar na história pela contribuição que deram nesse sentido.
182 . A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
13. ANEXOS
Anexo 1:
REGIÃO
2001
2004
2005
2006
2007
2008
Brasil
0,596
0,572
0,569
0,563
0,556
0,548
2009
0,543
Portugal
0,370
0,381
0,377
0,368
0,358
0,354
0,337
Fonte: IPEA in http://www.ipeadata.gov.br/ Portugal: EU SILC 2011, Eurostat/ in Observatório das Desigualdades do ISCTE.
Anexo 2: Brasil - evolução dos índices da renda per capita nacional e de
*
350
Renda per capta
325
Índice de Gini
300
275
250
225
200
175
150
125
100
0
8
20
1
20
0
4
20
06
20
0
0
20
02
19
98
20
0
4
19
96
19
92
19
9
8
19
90
6
19
8
19
84
19
8
0
19
82
19
8
6
19
78
19
7
2
19
74
19
70
19
7
19
68
19
66
19
60
19
64
75
POCHMANN, 2012: 15)
*
Anexo 3: Saldo de novos empregos criados no Brasil 2000-2008
4500000
3937771
4000000
Empregos
3500000
3000000
2812304
2500000
2092302
2000000
1500000
1000000
483625
500000
0
35859
68700
Ex Mineral
Ind Transf
Srv Ind UP
90028
C Civil
Comércio
Serviços
Adm Públ
203739
Agropecuária
Setor
A “CLASSE MÉDIA” COMO REALIDADE E COMO FICÇÃO
. 183
14. BIBLIOGRAFIA
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The Precariat: the new dangerous class. London:
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