O documento discute as desigualdades sociais e econômicas presentes na modernidade brasileira, enfatizando como o capitalismo globalizado marginaliza os mais pobres. A música do grupo Racionais MC's critica essa realidade e representa sujeitos políticos capazes de falar sobre questões que afetam suas vidas. Programas assistenciais são insuficientes para resolver os problemas estruturais da pobreza no país.
O texto Brazilian way of life – A racionalidade do capitalismo trata da questão política, econômica e social presente na modernidade, enfatizando a desigualdade de classes na qual estamos inseridos. A partir de uma perspectiva baseada nas composições do grupo Racionais MC’s e no texto “Ouvindo Racionais MC’s”, de Walter Garcia, traça-se um paralelo com o texto “Pobreza e cidadania”, de Vera da Silva Telles. A modernidade traz consigo a globalização do capitalismo e, enviesado nele, a população que vive na periferia. Esta tem cultura e influências características, o que também engrandece o valor de uma canção e representam, através da crítica, sujeitos políticos capazes de se pronunciar com ênfase sobre as questões que lhe dizem respeito.
Este artigo discute a violência na sociedade capitalista e na escola, apontando como ela é veiculada pelos meios de comunicação e enfrentada pelos professores. Argumenta que a comunicação é essencial para a construção do indivíduo, mas que a falta de diálogo na escola e na sociedade dificulta isso e permite que atos violentos ocorram. A escola deveria ser um local para promover a palavra e discutir problemas sociais, mas isso é dificultado quando a violência é banalizada.
1) O documento discute o enigma da persistência e crescimento da pobreza no Brasil, que atinge até trabalhadores urbanos integrados na economia.
2) A pobreza brasileira é imensa e persistente, apesar do desenvolvimento econômico e institucional do país.
3) A autora argumenta que a pobreza reflete o autoritarismo e exclusão da sociedade brasileira, onde desigualdades sociais são grandes e os pobres são vistos como inferiores.
Este artigo discute o papel das elites e lideranças políticas em Portugal. Argumenta que as elites instaladas resistem à mudança enquanto as elites renovadoras trabalham para prevenir perigos ao sistema democrático. Também sugere que os líderes do futuro podem estar entre ativistas que contestam o poder atual. Conclui que Portugal precisa de elites e lideranças capazes de reformar as instituições ou uma revolução pode ocorrer.
1) O documento apresenta uma peça teatral de Chico Buarque e Paulo Pontes chamada "Gota D'Água", que discute o capitalismo radical que vem sendo implantado no Brasil e seu impacto nas classes sociais.
2) A peça argumenta que o capitalismo brasileiro tem cooptado os melhores quadros da classe média, dando-lhes novas funções, ao mesmo tempo em que intensificou o empobrecimento da maioria da população.
3) Antes, a economia brasileira relegava a classe média à marginalidade, estim
O documento discute as recentes rebeliões sociais lideradas por jovens em todo o mundo. Aponta que, apesar de causas específicas diferentes, as manifestações compartilham insatisfação com desigualdades, precariedade e falta de oportunidades, defendendo um Estado social que promova educação e saúde públicas. Também observa que os protestos expressam uma "luta de classes sem vanguardas" e rejeitam a política institucional, usando redes sociais para mobilização.
O documento discute as violências estatal e não-estatal e seu impacto no desenvolvimento da juventude. A violência estatal envolve a marginalização de certos grupos pela polícia e pelo estado, enquanto a violência não-estatal envolve o estigma internalizado por esses grupos. Ambas as violências contribuem para a luta de classes e influenciam negativamente os jovens, podendo levá-los para a criminalidade em busca de respeito.
O documento discute o preconceito de classe social no Brasil. Afirma que, além do preconceito racial, existe também o preconceito baseado na posição social e nível socioeconômico dos indivíduos. Apresenta um exemplo de moradores de classe alta que se opuseram à construção de uma estação de metrô por temerem a presença de pessoas de classes mais baixas na região. Defende que o preconceito de classe, assim como o racial, é uma forma de violência que amplia as dificuldades enfrentadas pelos mais p
O texto Brazilian way of life – A racionalidade do capitalismo trata da questão política, econômica e social presente na modernidade, enfatizando a desigualdade de classes na qual estamos inseridos. A partir de uma perspectiva baseada nas composições do grupo Racionais MC’s e no texto “Ouvindo Racionais MC’s”, de Walter Garcia, traça-se um paralelo com o texto “Pobreza e cidadania”, de Vera da Silva Telles. A modernidade traz consigo a globalização do capitalismo e, enviesado nele, a população que vive na periferia. Esta tem cultura e influências características, o que também engrandece o valor de uma canção e representam, através da crítica, sujeitos políticos capazes de se pronunciar com ênfase sobre as questões que lhe dizem respeito.
Este artigo discute a violência na sociedade capitalista e na escola, apontando como ela é veiculada pelos meios de comunicação e enfrentada pelos professores. Argumenta que a comunicação é essencial para a construção do indivíduo, mas que a falta de diálogo na escola e na sociedade dificulta isso e permite que atos violentos ocorram. A escola deveria ser um local para promover a palavra e discutir problemas sociais, mas isso é dificultado quando a violência é banalizada.
1) O documento discute o enigma da persistência e crescimento da pobreza no Brasil, que atinge até trabalhadores urbanos integrados na economia.
2) A pobreza brasileira é imensa e persistente, apesar do desenvolvimento econômico e institucional do país.
3) A autora argumenta que a pobreza reflete o autoritarismo e exclusão da sociedade brasileira, onde desigualdades sociais são grandes e os pobres são vistos como inferiores.
Este artigo discute o papel das elites e lideranças políticas em Portugal. Argumenta que as elites instaladas resistem à mudança enquanto as elites renovadoras trabalham para prevenir perigos ao sistema democrático. Também sugere que os líderes do futuro podem estar entre ativistas que contestam o poder atual. Conclui que Portugal precisa de elites e lideranças capazes de reformar as instituições ou uma revolução pode ocorrer.
1) O documento apresenta uma peça teatral de Chico Buarque e Paulo Pontes chamada "Gota D'Água", que discute o capitalismo radical que vem sendo implantado no Brasil e seu impacto nas classes sociais.
2) A peça argumenta que o capitalismo brasileiro tem cooptado os melhores quadros da classe média, dando-lhes novas funções, ao mesmo tempo em que intensificou o empobrecimento da maioria da população.
3) Antes, a economia brasileira relegava a classe média à marginalidade, estim
O documento discute as recentes rebeliões sociais lideradas por jovens em todo o mundo. Aponta que, apesar de causas específicas diferentes, as manifestações compartilham insatisfação com desigualdades, precariedade e falta de oportunidades, defendendo um Estado social que promova educação e saúde públicas. Também observa que os protestos expressam uma "luta de classes sem vanguardas" e rejeitam a política institucional, usando redes sociais para mobilização.
O documento discute as violências estatal e não-estatal e seu impacto no desenvolvimento da juventude. A violência estatal envolve a marginalização de certos grupos pela polícia e pelo estado, enquanto a violência não-estatal envolve o estigma internalizado por esses grupos. Ambas as violências contribuem para a luta de classes e influenciam negativamente os jovens, podendo levá-los para a criminalidade em busca de respeito.
O documento discute o preconceito de classe social no Brasil. Afirma que, além do preconceito racial, existe também o preconceito baseado na posição social e nível socioeconômico dos indivíduos. Apresenta um exemplo de moradores de classe alta que se opuseram à construção de uma estação de metrô por temerem a presença de pessoas de classes mais baixas na região. Defende que o preconceito de classe, assim como o racial, é uma forma de violência que amplia as dificuldades enfrentadas pelos mais p
Este documento resume a minissérie "Queridos Amigos" exibida pela Rede Globo em 2008, que retrata a geração de 1968 no Brasil através da história de um grupo de amigos. A minissérie aborda temas como a ditadura militar, a abertura política e a queda do Muro de Berlim, além de tratar de questões como passagem do tempo, sentido da fraternidade e politização da vida cotidiana.
O documento discute a história dos conceitos de preconceito de cor e racismo no Brasil desde o século XIX. Analisa como o racismo surgiu como doutrina científica na década de 1870 e evoluiu para teorias de embranquecimento. Também descreve como Gilberto Freyre promoveu uma revolução ideológica ao encontrar na cultura nordestina a alma nacional brasileira, substituindo noções biológicas de raça por noções culturais.
A violência nossa de cada dia a juventude pobre na linha de tiroAndréCafé Oliveira
1) O documento discute a violência urbana e seu impacto nos jovens pobres, particularmente em Teresina-PI.
2) Ele explora como as teorias eugenistas e higienistas do século XIX influenciaram as políticas públicas no Brasil de forma discriminatória contra os pobres.
3) Finalmente, analisa como essas ideias históricas ainda afetam a percepção negativa dos jovens pobres e a abordagem punitiva do Estado.
Este artigo discute como a juventude mudou ao longo do tempo, de ser definida pelos mais velhos para ganhar autonomia e protagonizar mudanças sociais. Analisa como as gerações mais novas dos anos 1960 e 1970 inspiraram estudos sobre a sociedade contemporânea através de sua rebeldia. Também explora como a juventude atual lida com a precariedade laboral em contraste com sua capacidade de adaptação.
Rebelião de classe média? Precariedade de movimentos sociais em Portugal e no Brasil (2011-2013).
Texto académico publicado na Revista Critica de Ciências Sociais, nº 103 - 2014
O documento discute o apoio recebido por Jânio Quadros nas eleições de São Paulo em 1985, proveniente principalmente de camadas médias urbanas insatisfeitas com questões econômicas e sociais. O populismo autoritário e conservador de Jânio apelou para necessidades psicossociais e medos destes grupos, prometendo "lei e ordem". Seu melhor desempenho foi em bairros da antiga periferia habitados pela classe média baixa.
1) O documento descreve o sistema partidário português como hierárquico e não democrático, onde os partidos se separam da população e a vêem como ignorante.
2) Os principais partidos políticos em Portugal são descritos, com o CDS representando a direita dos negócios, e o PS e PSD formando um "bloco central" no poder há décadas que é visto como corrupto.
3) O documento critica fortemente o "bloco central" PS/PSD por sua inépcia, semelhança ideol
Este documento discute a noção de nação e Estado-nação. Em 3 frases:
1) A nação é uma comunidade imaginária criada pelo Estado para legitimar sua autoridade, não correspondendo a uma comunidade concreta onde as pessoas realmente interagem.
2) As cidades são vistas como subordinadas aos Estados-nação, apesar de serem onde as pessoas realmente vivem e interagem.
3) À medida que as cidades se tornam mais independentes, a estrutura e dinâmica das sociedades estão sendo radicalmente alteradas, não por
Este documento discute a desigualdade e a pobreza na América Latina no contexto do serviço social. Apresenta o quadro dramático da questão social no Brasil e na América Latina, onde a desigualdade é indissociável do capitalismo e da produção reiterada da pobreza. Contesta a ideia de que o crescimento econômico é suficiente para combater a pobreza. Situa historicamente o estado de bem-estar social e analisa o impacto da ofensiva do capital nos países periféricos, que provocou novas express
Este documento estabelece que:
1) Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do jornal Público pertencem ao Público.
2) Os conteúdos disponibilizados aos assinantes não podem ser copiados, alterados ou distribuídos sem autorização do Público.
3) O documento discute as características e desafios da juventude contemporânea.
O texto argumenta que o termo "excluídos" não é apropriado para se referir aos moradores de favelas e bairros pobres, já que eles nunca estiveram incluídos entre as classes mais abastadas. A desigualdade social é resultado do sistema econômico capitalista, que concentra riqueza e dificulta a ascensão dos mais pobres, e não de decisões pessoais de excluir certos grupos.
Este documento descreve os direitos de propriedade intelectual sobre os conteúdos do jornal Público e as restrições sobre como os assinantes podem usar esses conteúdos. Também discute posições ambíguas de partidos de esquerda portugueses em relação a regimes estrangeiros e a União Europeia.
A Constituição (CRP) e alguns dos seus princípios oligárquicosGRAZIA TANTA
A CRP conseguiu juntar estimáveis princípios de ordem geral com uma clara preocupação em centralizar a decisão numa classe política, avessa e desconfiada de qualquer forma de poder democrático. Os deméritos da CRP são não ter evitado a rapina dos bens públicos nem ter potenciado o aprofundamento da democracia.
Sumário
1 – Introdução
2 - A soberania
3 - O povo cria o Estado ou é o Estado que cria o povo ?
4 - Quem constitui o povo?
5 - A captura da democracia
6 – A invalidação dos referendos
Este documento discute conceitos de pobreza, destacando o caso brasileiro. Apresenta definições de pobreza relativa e absoluta, e argumenta que a distinção entre elas é equivocada, já que as necessidades básicas variam entre sociedades e épocas. Também examina as causas históricas atribuídas à pobreza e a necessidade de combatê-la através de políticas sociais eficientes no Brasil.
O documento discute como o sistema prisional nos Estados Unidos assumiu um papel central na administração da pobreza através de três mecanismos: 1) disciplinando os segmentos mais baixos do mercado de trabalho; 2) artificialmente reduzindo a taxa de desemprego ao retirar milhões de indivíduos desqualificados da força de trabalho; e 3) fornecendo um grande número de empregos no setor prisional.
Economia, capitalismo e revolta (conclusão)GRAZIA TANTA
1 - O que é a economia?*
2 - Os economicistas, os escribas do capitalismo*
3 - O mercado e a irrelevância de quem trabalha*
4 - Globalização e mercantilização
5 - Estado e hierarquia
6 - Ideias para uma saída “disto”
1) O documento discute a intervenção clínica em relação à violação dos direitos humanos no Brasil nos anos 1970 no contexto da ditadura militar.
2) Apresenta o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, criado em 1985 para denunciar mortes e desaparecimentos políticos durante a ditadura e lutar contra a impunidade dos torturadores.
3) Destaca o projeto pioneiro do grupo de apoio psicológico, médico e reabilitação social para vítimas da tortura, com o objetivo de contribuir para a
O documento discute as raízes da crise brasileira, identificando três principais causas: 1) a cultura do patrimonialismo, que tornou o Estado ineficiente e corrupto; 2) a transição para o socialismo, liderada por intelectuais e partidos de esquerda; 3) a falta de capacidade em definir valores nacionais. Essas causas convergem e fragilizam a democracia, contribuindo para um possível colapso institucional e a implantação de um regime socialista.
1) O documento discute o acesso de negros às universidades públicas no Brasil e o movimento por ações afirmativas.
2) Historicamente, as demandas do movimento negro evoluíram de combater o preconceito para combater a discriminação racial e desigualdades.
3) Recentemente, o foco passou a ser pedir ações afirmativas do governo para promover a inclusão de negros no ensino superior, especialmente nas universidades públicas.
Este documento discute teoricamente os conceitos de exclusão social e pobreza, e analisa a situação da proteção social em Portugal. Primeiramente, distingue exclusão social de pobreza, definindo exclusão como um processo de ruptura dos laços sociais. Em seguida, discute os principais fatores que levam à vulnerabilização e exclusão social de indivíduos e grupos. Por fim, fornece dados estatísticos sobre a proteção social portuguesa.
1. O documento introduz o tema da violência contra as mulheres e destaca a importância de se conhecer fenômenos sociais ocultos.
2. A autora reconhece as limitações do número de páginas para analisar os dados coletados sobre violência de gênero no Brasil.
3. O texto discute como os processos de macro e micropoder se interpenetram e como a desigualdade e exploração continuam mesmo com novas dinâmicas globais.
1. O documento introduz um livro sobre violência contra mulheres e destina-se a pessoas interessadas em conhecer fenômenos sociais ocultos sobre o tema.
2. A autora reconhece que a limitação de páginas é um problema para abordar o volume de dados coletados, mas busca construir referenciais teóricos para analisá-los.
3. O feminismo apresentado tem potencial crítico para apontar caminhos rumo à democracia plena, embora seja necessário saber utilizá-lo selecionando as
Este documento resume a minissérie "Queridos Amigos" exibida pela Rede Globo em 2008, que retrata a geração de 1968 no Brasil através da história de um grupo de amigos. A minissérie aborda temas como a ditadura militar, a abertura política e a queda do Muro de Berlim, além de tratar de questões como passagem do tempo, sentido da fraternidade e politização da vida cotidiana.
O documento discute a história dos conceitos de preconceito de cor e racismo no Brasil desde o século XIX. Analisa como o racismo surgiu como doutrina científica na década de 1870 e evoluiu para teorias de embranquecimento. Também descreve como Gilberto Freyre promoveu uma revolução ideológica ao encontrar na cultura nordestina a alma nacional brasileira, substituindo noções biológicas de raça por noções culturais.
A violência nossa de cada dia a juventude pobre na linha de tiroAndréCafé Oliveira
1) O documento discute a violência urbana e seu impacto nos jovens pobres, particularmente em Teresina-PI.
2) Ele explora como as teorias eugenistas e higienistas do século XIX influenciaram as políticas públicas no Brasil de forma discriminatória contra os pobres.
3) Finalmente, analisa como essas ideias históricas ainda afetam a percepção negativa dos jovens pobres e a abordagem punitiva do Estado.
Este artigo discute como a juventude mudou ao longo do tempo, de ser definida pelos mais velhos para ganhar autonomia e protagonizar mudanças sociais. Analisa como as gerações mais novas dos anos 1960 e 1970 inspiraram estudos sobre a sociedade contemporânea através de sua rebeldia. Também explora como a juventude atual lida com a precariedade laboral em contraste com sua capacidade de adaptação.
Rebelião de classe média? Precariedade de movimentos sociais em Portugal e no Brasil (2011-2013).
Texto académico publicado na Revista Critica de Ciências Sociais, nº 103 - 2014
O documento discute o apoio recebido por Jânio Quadros nas eleições de São Paulo em 1985, proveniente principalmente de camadas médias urbanas insatisfeitas com questões econômicas e sociais. O populismo autoritário e conservador de Jânio apelou para necessidades psicossociais e medos destes grupos, prometendo "lei e ordem". Seu melhor desempenho foi em bairros da antiga periferia habitados pela classe média baixa.
1) O documento descreve o sistema partidário português como hierárquico e não democrático, onde os partidos se separam da população e a vêem como ignorante.
2) Os principais partidos políticos em Portugal são descritos, com o CDS representando a direita dos negócios, e o PS e PSD formando um "bloco central" no poder há décadas que é visto como corrupto.
3) O documento critica fortemente o "bloco central" PS/PSD por sua inépcia, semelhança ideol
Este documento discute a noção de nação e Estado-nação. Em 3 frases:
1) A nação é uma comunidade imaginária criada pelo Estado para legitimar sua autoridade, não correspondendo a uma comunidade concreta onde as pessoas realmente interagem.
2) As cidades são vistas como subordinadas aos Estados-nação, apesar de serem onde as pessoas realmente vivem e interagem.
3) À medida que as cidades se tornam mais independentes, a estrutura e dinâmica das sociedades estão sendo radicalmente alteradas, não por
Este documento discute a desigualdade e a pobreza na América Latina no contexto do serviço social. Apresenta o quadro dramático da questão social no Brasil e na América Latina, onde a desigualdade é indissociável do capitalismo e da produção reiterada da pobreza. Contesta a ideia de que o crescimento econômico é suficiente para combater a pobreza. Situa historicamente o estado de bem-estar social e analisa o impacto da ofensiva do capital nos países periféricos, que provocou novas express
Este documento estabelece que:
1) Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do jornal Público pertencem ao Público.
2) Os conteúdos disponibilizados aos assinantes não podem ser copiados, alterados ou distribuídos sem autorização do Público.
3) O documento discute as características e desafios da juventude contemporânea.
O texto argumenta que o termo "excluídos" não é apropriado para se referir aos moradores de favelas e bairros pobres, já que eles nunca estiveram incluídos entre as classes mais abastadas. A desigualdade social é resultado do sistema econômico capitalista, que concentra riqueza e dificulta a ascensão dos mais pobres, e não de decisões pessoais de excluir certos grupos.
Este documento descreve os direitos de propriedade intelectual sobre os conteúdos do jornal Público e as restrições sobre como os assinantes podem usar esses conteúdos. Também discute posições ambíguas de partidos de esquerda portugueses em relação a regimes estrangeiros e a União Europeia.
A Constituição (CRP) e alguns dos seus princípios oligárquicosGRAZIA TANTA
A CRP conseguiu juntar estimáveis princípios de ordem geral com uma clara preocupação em centralizar a decisão numa classe política, avessa e desconfiada de qualquer forma de poder democrático. Os deméritos da CRP são não ter evitado a rapina dos bens públicos nem ter potenciado o aprofundamento da democracia.
Sumário
1 – Introdução
2 - A soberania
3 - O povo cria o Estado ou é o Estado que cria o povo ?
4 - Quem constitui o povo?
5 - A captura da democracia
6 – A invalidação dos referendos
Este documento discute conceitos de pobreza, destacando o caso brasileiro. Apresenta definições de pobreza relativa e absoluta, e argumenta que a distinção entre elas é equivocada, já que as necessidades básicas variam entre sociedades e épocas. Também examina as causas históricas atribuídas à pobreza e a necessidade de combatê-la através de políticas sociais eficientes no Brasil.
O documento discute como o sistema prisional nos Estados Unidos assumiu um papel central na administração da pobreza através de três mecanismos: 1) disciplinando os segmentos mais baixos do mercado de trabalho; 2) artificialmente reduzindo a taxa de desemprego ao retirar milhões de indivíduos desqualificados da força de trabalho; e 3) fornecendo um grande número de empregos no setor prisional.
Economia, capitalismo e revolta (conclusão)GRAZIA TANTA
1 - O que é a economia?*
2 - Os economicistas, os escribas do capitalismo*
3 - O mercado e a irrelevância de quem trabalha*
4 - Globalização e mercantilização
5 - Estado e hierarquia
6 - Ideias para uma saída “disto”
1) O documento discute a intervenção clínica em relação à violação dos direitos humanos no Brasil nos anos 1970 no contexto da ditadura militar.
2) Apresenta o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, criado em 1985 para denunciar mortes e desaparecimentos políticos durante a ditadura e lutar contra a impunidade dos torturadores.
3) Destaca o projeto pioneiro do grupo de apoio psicológico, médico e reabilitação social para vítimas da tortura, com o objetivo de contribuir para a
O documento discute as raízes da crise brasileira, identificando três principais causas: 1) a cultura do patrimonialismo, que tornou o Estado ineficiente e corrupto; 2) a transição para o socialismo, liderada por intelectuais e partidos de esquerda; 3) a falta de capacidade em definir valores nacionais. Essas causas convergem e fragilizam a democracia, contribuindo para um possível colapso institucional e a implantação de um regime socialista.
1) O documento discute o acesso de negros às universidades públicas no Brasil e o movimento por ações afirmativas.
2) Historicamente, as demandas do movimento negro evoluíram de combater o preconceito para combater a discriminação racial e desigualdades.
3) Recentemente, o foco passou a ser pedir ações afirmativas do governo para promover a inclusão de negros no ensino superior, especialmente nas universidades públicas.
Este documento discute teoricamente os conceitos de exclusão social e pobreza, e analisa a situação da proteção social em Portugal. Primeiramente, distingue exclusão social de pobreza, definindo exclusão como um processo de ruptura dos laços sociais. Em seguida, discute os principais fatores que levam à vulnerabilização e exclusão social de indivíduos e grupos. Por fim, fornece dados estatísticos sobre a proteção social portuguesa.
1. O documento introduz o tema da violência contra as mulheres e destaca a importância de se conhecer fenômenos sociais ocultos.
2. A autora reconhece as limitações do número de páginas para analisar os dados coletados sobre violência de gênero no Brasil.
3. O texto discute como os processos de macro e micropoder se interpenetram e como a desigualdade e exploração continuam mesmo com novas dinâmicas globais.
1. O documento introduz um livro sobre violência contra mulheres e destina-se a pessoas interessadas em conhecer fenômenos sociais ocultos sobre o tema.
2. A autora reconhece que a limitação de páginas é um problema para abordar o volume de dados coletados, mas busca construir referenciais teóricos para analisá-los.
3. O feminismo apresentado tem potencial crítico para apontar caminhos rumo à democracia plena, embora seja necessário saber utilizá-lo selecionando as
1) O documento discute as diferentes concepções de pobreza e "questão social" no liberalismo clássico, keynesianismo e neoliberalismo.
2) Inicialmente, a pobreza era vista como resultado de fatores individuais como falta de educação e planejamento. Isso levou a respostas filantrópicas e moralizadoras.
3) Posteriormente, com o capitalismo de bem-estar social, o Estado passou a assumir funções para institucionalizar conflitos sociais e garantir a acumulação capitalista, incluindo polí
O documento discute as diferentes concepções de pobreza e "questão social" ao longo da história do capitalismo liberal. Inicialmente, durante o capitalismo concorrencial nos séculos XIX e início do XX, a pobreza era vista como resultado de falhas individuais e seu enfrentamento se dava por meio de ações filantrópicas e assistenciais. Posteriormente, com o capitalismo de bem-estar social no pós-guerra, a pobreza passou a ser tratada por políticas sociais compensatórias visando manter a ordem capitalista
1) O documento apresenta uma série de temas para redações, identificados por número e classificados como ENEM ou UFRGS.
2) São fornecidas instruções sobre como organizar a produção das redações, indicando o número do tema escolhido.
3) Os temas abordam questões variadas como democracia, hedonismo, música, paz, loucura, corpo, linguagem política e outros.
Atividade parcial Disciplina: Serviço Social Contemporâneo II Professora: Da...LOCIMAR MASSALAI
O documento discute os impactos da mundialização do capital no serviço social. A mundialização do capital leva a políticas públicas de focalização, descentralização, desfinanciamento e regressão dos direitos trabalhistas, exigindo redimensionamentos dos profissionais de serviço social. O documento também analisa como o capital financeiro subordina a sociedade através da mercantilização e como isto afeta a cultura, valores e ética.
Recomendado por el proceso ESE para las sesiones de Gabriel Restrepo Forero - Curso de extensión sobre Educación sin Escuela, Universidad Nacional de Colombia.
O texto discute os problemas do analfabetismo no Brasil e em países subdesenvolvidos. Aponta que a classe política pouco investe em educação e que o analfabetismo leva à não cidadania e facilita a corrupção política. Defende que só a educação pode dar ferramentas para luta por direitos e deveres e melhores oportunidades de trabalho.
O documento discute a população em situação de rua no contexto da sociedade contemporânea centrada no consumo. A exclusão social produz pessoas subjugadas sem perspectivas, enquanto o estado reduz suas funções de bem-estar social. O texto caracteriza a população de rua como heterogênea, sem moradia formal ou pertencimento, e explora as estratégias de sobrevivência desenvolvidas.
1) O documento discute a negação do racismo e propõe que o racismo surgiu historicamente como uma estrutura socialmente estruturante derivada de comportamentos de identificação humanos na história evolutiva.
2) Argumenta-se que negar a existência do racismo é a melhor forma de encobri-lo, e que simplificá-lo como patologia individual ou ideologia reduz sua natureza sistêmica.
3) Defende-se a hipótese de que formas iniciais de comportamentos de identificação entre humanos distantes na evol
O documento discute os desafios para enfrentar questões sociais na sociedade capitalista. Aponta que o governo tem transferido responsabilidades sociais para empresas privadas e sociedade civil. Também destaca que a lógica do capitalismo leva à concentração de renda, deixando a maioria da população à margem. Finalmente, argumenta que os profissionais que atuam com questões sociais precisam enfrentar os problemas causados pelo próprio sistema capitalista.
1. O documento analisa a resistência às cotas raciais no Brasil e argumenta que ela é motivada pela manutenção do status quo de exclusão de negros e indígenas.
2. Aborda a história da formação das sociedades estamental e de classes no Brasil e o papel dos escravos negros nesses modelos.
3. Discutem-se os aspectos éticos e econômicos do preconceito racial brasileiro e a constitucionalidade das ações afirmativas e cotas raciais.
Pobreza Resultado de Uma Máquina Política DesumanizadaAniervson Santos
Este documento discute as causas sistêmicas da pobreza, incluindo desigualdades sociais, falta de oportunidades de emprego, crescimento demográfico desproporcional e um modelo econômico capitalista que cria grande disparidade entre ricos e pobres. Defende que a pobreza não pode ser resolvida apenas com distribuição de renda, mas requer políticas públicas que promovam igualdade e justiça social.
O documento discute o livro "Raízes do Brasil" e a revolução brasileira. Ele explica que o livro analisa como a sociedade brasileira evoluiu de uma estrutura rural e arcaica para uma estrutura urbana e moderna com o desenvolvimento do capitalismo no século XIX. No entanto, características como o personalismo e falta de associação dificultaram a implantação de instituições democráticas no Brasil.
O documento discute os recentes protestos em São Paulo contra o aumento das passagens de transporte público. O autor argumenta que os protestos refletem um sentimento mais profundo de que o espaço público vem sendo negado e a democracia representativa não promove igualdade. Além disso, critica o Estado liberal burguês por usar a polícia para proteger os interesses privados em vez da vida das pessoas.
O documento discute estrutura e estratificação social, abordando: 1) o indivíduo é resultado de socialização e interação social; 2) estratificação social é o processo pelo qual famílias são diferenciadas e organizadas em estratos de acordo com prestígio e propriedade; 3) para Marx, a riqueza resultante do trabalho leva à divisão da sociedade em classes e ao estudo da luta de classes.
O documento discute como afirmações que subordinam a democracia à solução de problemas sociais são antidemocráticas. Ele argumenta que (1) democracia e necessidades sociais são esferas distintas, (2) ninguém pode democratizar uma sociedade sem o povo e (3) se democracia dependesse da resolução prévia de problemas, caberia a algum déspota impor soluções sem o consentimento popular.
Pobreza no brasil contemporâneo e formas de seu enfrentamentoRosane Domingues
1) O documento analisa a pobreza no Brasil contemporâneo, vendo-a como um fenômeno estrutural e multidimensional ligado às desiguais relações sociais do capitalismo.
2) A pobreza é abordada como categoria histórica e social, não podendo ser vista como natural, e está ligada à desigual distribuição de renda e acesso a direitos e oportunidades.
3) Historicamente, iniciativas para enfrentar a pobreza no Brasil não conseguiram mudanças estruturais devido ao modelo econômic
Semelhante a Brazilian way of life a racionalidade do capitalismo (20)
Pobreza no brasil contemporâneo e formas de seu enfrentamento
Brazilian way of life a racionalidade do capitalismo
1. Brazilian way of life
A racionalidade do capitalismo1
RESUMO
O texto Brazilian way of life – A racionalidade do capitalismo trata da questão política,
econômica e social presente na modernidade, enfatizando a desigualdade de classes
na qual estamos inseridos. A partir de uma perspectiva baseada nas composições do
grupo Racionais MC’s e no texto “Ouvindo Racionais MC’s”, de Walter Garcia, traça-se
um paralelo com o texto “Pobreza e cidadania”, de Vera da Silva Telles. A
modernidade traz consigo a globalização do capitalismo e, enviesado nele, a
população que vive na periferia. Esta tem cultura e influências características, o que
também engrandece o valor de uma canção e representam, através da crítica, sujeitos
políticos capazes de se pronunciar com ênfase sobre as questões que lhe dizem
respeito.
PALAVRAS-CHAVE
Capitalismo; Modernidade; Cidadania; Periferia; Crítica.
ABSTRACT
The text Brazilian way of life – A racionalidade do capiltalismo (The capitalism
rationality) discusses political, economical and social questions present at Modernity,
emphasizing the inequality of economic classes in which we are integrated in. From the
perspective based on Racionais MC’s music compositions and also based on the text
“Listening Racionais MC’s”, written by Walter Garcia, we established a parallel among
them and the text “Poverty and citizenship” written by Vera Silva Telles. The Modernity
brings with itself the capitalism globalization and, inside it, one population who lives in
outskirts of a city. The outskirts have their culture and specific feature, which empower
the value a song can have too, but they may also represent, through the criticism,
political subjects who are capable of pronouncing themselves, emphatically, about all
questions.
KEYWORDS
Capitalism; Modernity; Citizenship; Outskirts; Criticism.
1
Autoras: Barbara Blanco Pozatto (barbarabpozatto@gmail.com) e Luiza Bellotto de Vito
(luiza_bellotto@yahoo.com.br): graduandas (3º ano) em Comunicação social, habilitação em Jornalismo,
da Universidade Estadual de Londrina, 2014
2. [...]
Ultimamente andei ouvindo ele reclamar
Da sua falta de dinheiro era problema
Que a sua vida pacata já não vale a pena
Queria ter um carro confortável
Queria ser um cara mais notado
Tudo bem até aí nada posso dizer
Um cara de destaque também quero ser
Ele disse que a amizade é pouca
Disse mais, que seu amigo é dinheiro no bolso
Particularmente para mim não tem problema nenhum
Por mim cada um, cada um
A lei da selva consumir é necessário
Compre mais, compre mais
Supere o seu adversário,
O seu status depende da tragédia de alguém
É isso, capitalismo selvagem
Ele quer ter mais dinheiro, o quanto puder
[...]
Cercado de uma pá de tipo estranho
Que promete pra ele o mundo dos sonhos[...]
Agora anda armado a todo instante
Não precisa mais dos aliados
Negociantes influentes estão ao seu lado [...]
Várias mulheres, vários clientes, vários artigos,
Vários dólares e vários inimigos
No mercado da droga o mais falado, o mais foda
Em menos de um ano subiu de cotação [...]
(Mano na porta de um bar – Racionais MC’s)
INTRODUÇÃO
A modernidade, inscrita como “sensação de modernidade”, oriunda de
1950, traz consigo a proposição do fim das desigualdades, uma questão
política, econômica e social. Têm-se, nessa época, as imposições de mercado,
em que a aceleração da economia e a revolução tecnológica precisam fazer
parte desse país situado na periferia do capitalismo globalizado.
3. Há quem se reconheça pertencente a essa desigualdade nos tempos
modernos e se faça substância viva dessa existência. Uma das características,
portanto, é se manter “radicado nesse mercado periférico [e] fortalecer uma
canção”. É o que canta o grupo Racionais Mc’s que, como descreve Walter
Garcia em seu texto “Ouvindo Racionais Mc’s”, supera a habilidade de
contestar sua condição por meio do ritmo bem pensado, ou seja, sendo música
para a cabeça (que faz pensar) e para os pés (que faz dançar), sem deixar de
lado a parcela emocional.
A partir da realidade que se vive, é possível contestar e não ser
vulnerável à filantropia exacerbada e ignorar o entorno estando “de dentro” do
problema. E, então, é possível expor as precariedades e a “lei da selva”, fazer
valer o direito de reclamar para ter os direitos equiparados com efetividade e
convencer o “bicho homem” de que não se resolvem situações com
promessas. A realidade não engana, portanto, não satisfaz.
DESENVOLVIMENTO
A modernização, de acordo com o texto “Pobreza e cidadania”, de Vera
da Silva Telles, não propõe o emprego e a cidadania, mas desqualifica pessoas
que não tiveram/têm como se adaptar às inovações e mudanças da atualidade
–veloz e devastadora, tal qual seu mercado-, nem garantir as exigências
necessárias para se competir.
E, já tratando de modo geral, de modo quase clichê deve-se lembrar da
precariedade das bases, da educação, das condições básicas de sobrevivência
não garantidas e que, no “mundo cão”, cantado pelos rappers, “não tem vez
para quem não nasceu em berço de ouro”. Está mais que constatado que não
se desloca tão facilmente de uma classe a outra, e que a ignorância é parte
importante da aceitação da pobreza, latente e aparentemente irremediável.
A pobreza é fixada onde sempre esteve - como paisagem na
qual é figurada como algo externo a um mundo propriamente
social, como algo que não diz respeito aos parâmetros que
4. regem as relações sociais e que não coloca por isso mesmo o
problema das injustiças e iniquidades inscritas na vida social.
(TELLES, 2001, p. 141).
O capitalismo integrado (globalizado) não cede lugar aos
desempregados e excluídos. Estes, por sua vez, têm sua pobreza como
evidência de sua incapacidade de se adequar ao processo moderno. Por isso,
tornaram-se indispensáveis nesse ciclo contemporâneo e de descarte.
Consequentemente, servem de abrigo ao esvaziamento da função crítica das
noções de igualdade e justiça.
Tendo em vista que toda generalização é burra e degradante, temos
como exemplo de entendimento e não passividade as músicas racionalizadas e
bem estruturadas do grupo de rap anteriormente mencionado. Faz-se
importante ter atenção às letras e respeitar o ponto de vista de quem realiza
sua função com êxito e mostra, por meio de batidas e sons bem pensados, a
intenção de superar uma cidadania postulada em imperativos “modernos” e mal
sucedidos.
Que a desigualdade existe no Brasil não é nenhuma novidade. Caberia
às leis desenvolver as exigências de equidade e justiça, mas mascaram-nas e,
ao contrário, tipificam a ordem de suas causalidades. Definem as diferenças e
desigualdades, concebendo as equivalências que a noção de igualdade e
justiça sempre propõe, mas no campo conflituoso da vida social não se torna
operante.
O Racionais, em sua comunidade e comunicação, estabelece diálogo
condizente (e conveniente) com a camada que precisa compreender o contexto
em que está inserida e, por conseguinte, que está em torno. Isso por meio de
uma linguagem específica e delineada, “típica” de uma classe considerada (e
não de fato) “excluída”, que enfrente “de dentro” o problema e por isso precisa
difundi-lo. É pertinente ouvir não apenas os palavrões e as gírias, mas se
atentar às expressões enfáticas de um problema nacional, não só local ou
restrito.
5. Em nosso país, a lei é pautada em princípios genéricos, e encontra
problemas em suas formas de regulamentação. A exclusão se origina da má
formulação, a qual “tipifica situações e prescreve as condições para o acesso a
direitos que em princípio a lei deveria garantir”, como evidencia Telles (2001, p.
147).
Metade ou mais da população trabalhadora, ou seja, que integra a mão
de obra operante e não operante do mercado informal, além de crianças e
idosos, está desprovida de qualquer sistema público de proteção social, está
inserido em um mundo social que “não existe” do ponto de vista legal, não faz
parte das regras formais da “cidadania regulada”.
Esse é o “universo da pobreza”, não porque toda essa
população viva sempre e necessariamente em condições de
pauperização e miséria. Mas porque é o avesso do “mundo do
trabalho” no qual vigoram as regras formais do contrato de
trabalho, os direitos a ele indexados e as proteções garantidas
pelo Estado contra os riscos do trabalho e da vida. (TELLES,
2001, p.144).
E esse “mundo do trabalho” tem como princípio regular a concorrência e
a legitimação por meio da subordinação de outros. Entretanto, não podemos
negligenciar os grupos que buscam se revelar e superar com talento em
reclamar os direitos alheios, os quais deveriam ser adequados e incluídos na
população sem disparidades sociais arrebatadoras.
Atrás desse universo de desigualdade social (logo, econômica e de
participação política) encontram-se as organizações de filantropia e
benemerência, que muito “humanizam o necessitado”. E, sem continuidade e
estruturação, oferecem serviços e programas sociais que promovem “iniciativas
morais de ajuda ao necessitado, que não produzem direitos e não são
judicialmente reclamáveis” (Raichelis apud Telles, 2001).
É esse retraimento e esse encapsulamento que conferem –ou
podem conferir- plausibilidade a novas formas de gestão da
pobreza, entre a administração técnica das “necessidade
sociais” (mas afinal, o que são essas necessidades? E quem
as define?) e o discurso humanitário da filantropia que faz
apelo a um sentido de solidariedade constitutivo dessa trama
associativa [...]. (TELLES, 2001, p.159).
6. Essas organizações não proporcionam políticas públicas abrangentes e
nem promovem programas e projetos capazes de prevenir com segurança dos
riscos e vulnerabilidades sociais, como afirma Aldaíza Sposati (1995).
Precisamos lembrar que toda generalização é indevida. E, por outro
lado, ressaltar que são raras as organizações que garantem sustentação de
seus ideais e objetivos com contiguidade. Tão efêmeras, esparsas e pontuais,
as ações benemerentes trazem consigo a força das “consciências
pesadas/leves” do mundo contemporâneo. Ficou embutido em nossa moral a
quase obrigação da solidariedade, disfarçada de cidadania.
“Faça sua parte” é o seu modo de abster o papel do Governo em
melhorar as condições deploráveis em que se encontra grande parte da
população brasileira. Passa-se a responsabilidade de resolver os problemas
aos próprios cidadãos, que também integram a dualidade entre “vencedores” e
“perdedores”.
Em relação aos programas governamentais, a população empobrecida
procura cada vez mais os serviços públicos gratuitos para sobreviver, enquanto
a redução dos gastos públicos só piora a qualidade dos serviços já existentes.
Aos detentores do poder de decisão e remanejamento da ordem pública
e das reformas necessárias, cabe a ofensa dos rappers e “mínimos sociais”.
Estes figuram como usuários de serviços e deixam de ser considerados como
sujeitos de direitos, ou seja, são considerados meros números na escala da
pobreza, desqualificados da figura de miseráveis porque já superados.
Nota-se que alguns, conscientes, representam sujeitos políticos capazes
de se pronunciar com ênfase sobre as questões que lhe dizem respeito,
exigem a participação na decisão de políticas que afetam suas vidas e, como
cita Telles, “dissolvem a figura do pobre carente e desprotegido, como sempre
foram vistos na sociedade, para terem imposição como cidadãos que exigem
direitos”. E, infelizmente, sabem que não têm representação política e
descreem em mudanças eficazes para longo prazo, além de se beneficiarem
apenas das costumeiras políticas emergenciais e assistenciais.
7. Procura-se minorar os efeitos mais perversos da miséria e neutralizar
seu eventual potencial conflitivo. Mas, de fato, é preciso de
medidas concretas nos vários campos da estrutura social, da
educação à saúde, da habitação ao transporte, e, sobretudo, ao pleno
emprego que assegure a todo homem, toda mulher, a todas as
famílias, as condições mais dignas possíveis de existência. (Antonio
Ibanez Ruiz apud Telles, 2001).
E as pessoas que não encontram as devidas condições para seu
sustento, a fim de saírem da marginalidade, acham um caminho no tráfico de
drogas e no crime organizado, canal que restou aos excluídos para entrarem
no mercado global. Contudo, a violência maior vem do alto para o baixo, como
o grupo Racionais denuncia em suas músicas.
Também canta que a relação entre as classes sociais é sempre
violenta: o tráfico e o crime (novamente), o racismo, a miséria,
os baixos salários, a concentração de renda, a esmola, a
publicidade, o alcoolismo, o jornalismo, o poder policial, a
justiça, o sistema penitenciário, o governo existem por meio da
violência. (GARCIA, 2004, p.172).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se, portanto, que a pobreza tem vez e voz diante da
modernidade brasileira, a qual foi recortada a fim de dar melhor enfoque ao
artigo. A música reconhecida como pertencente à periferia e pensada pelos
marginalizados tem teor qualitativo e precisa ser ouvida por mais cidadãos
como expressão de uma crítica construtiva e fundamentada.
Faz-se imprescindível prestar atenção ao que vem de “dentro” da classe
considerada baixa, e que por meio de batidas bem pensadas, não se abstém
de seu papel. Trazem à tona valores em que todos os cidadãos precisam
pensar, como a inversão da ideia de “cidadania”, embutida na maioria das
8. pessoas como ato heroico e solidário, ao invés da substituição das tarefas
demandadas ao governo.
Conclui-se, a partir das letras e ritmos, a ação eficaz de sujeitos políticos
capazes e talentosos que não optaram pela violência, a que encontram por
perto no meio em que vivem. Ao contrário, escolheram difundir a violência
inscrita em outros setores, principalmente o econômico e político, que têm
muito mais “força” e poder e refletem os problemas nacionais pelos quais
passamos.
REFERÊNCIAS
GARCIA, Walter. “Ouvindo Racionais MC’s”. Teresa - revista de literatura
brasileira 4/5, Literatura e canção. São Paulo: USP Editora 34. Disponível em:
<http://www.fflch.usp.br/dlcv/lb/images/stories/revista_teresa/teresa45.pdf>.
Acesso em: 30/07/2014
RAICHELIS, Raquel. “Assistência social e esfera pública: os conselhos no
exercício do controle social”. Cadernos ABONG, Série Especial “Subsídios à
Conferência Nacional de Assistência Social – III”, São Paulo: ABONG, 1997.
SPOSATI, Aldaiza. “Assistência social: desafios para uma política pública de
seguridade social”. Cadernos ABONG, Série Especial “Subsídios à Conferência
Nacional de Assistência Social – I”, São Paulo: ABONG, 1995.
TELLES, Vera. “Cidadania e pobreza”. São Paulo: Editora 34, 2001.