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Manual de Lavanderia
O QUE HÁ DE NOVO
NA LAVAGEM DA ROUPA HOSPITALAR?
Se compararmos o processo de lavagem de enxoval hospitalar com
o do hoteleiro é possível verificar que são muito próximos. Apesar das
absurdas diferenças de sujidades e potenciais de risco.
As sujidades dos dois sistemas são definidas como leves e pesadas,
porém podem, na lavanderia hospitalar serem ampliadas para super-pesada,
pesada, leve e contaminada. Na hotelaria a classificação leve e pesada cobre a
maioria dos processos encontrados. Com relação aos riscos, as roupas
hospitalares são as mais críticas e também as mais fiscalizadas pela legislação
sanitária do que as roupas hoteleiras.
Os processos de lavagem são muito semelhantes com baixa
variação entre os dois sistemas de hospedagem. Falta algo novo para a
lavagem de roupas hospitalares que, principalmente, reduzam os riscos dos
manipuladores da lavanderia com relação à seleção e a classificação da roupa
hospitalar antes da lavagem e que contemple aspectos relevantes e críticos
como:
Reduzir dos riscos da manipulação dos operadores;
A validação dos POP de identificação e manipulação do enxoval;
Atender aos requisitos da Acreditação;
Contemplar a NR 32.
É muito clara a estática (baixa evolução) técnica no processamento
da lavagem de roupas hospitalares. Há muito tempo não dispomos de “algo
novo” na lavagem de roupas hospitalares. A evolução ocorrerá, principalmente,
a partir da visão para os objetivos fundamentais do processo de lavagem de
roupas hospitalares que são: conforto (pela roupa limpa) e segurança sanitária
(pela roupa desinfectada). Se a visão estiver focada para a sujidade da roupa,
nada será feito, porém se a visão estiver focada para o fundamento da lavagem
será possível evoluir.
Mas, apesar das inovações tecnológicas que contemplaram,
inclusive a automação do processo de lavagem de roupas, pode-se perguntar:
Existirá um processo específico para lavagem de roupas hospitalares que
contemple a redução dos riscos da manipulação? Que atenda
amplamente a legislação sanitária? A NR 32? Que reduza os custos da
lavagem? Que apresente eficiência sanitária e ainda possam economizar
água, energia, tempo e mão-de-obra?
Com certeza que sim. Segundo Peter Drucker, ao aplicar o
conhecimento na velha tarefa caminha-se para produtividade e, ao aplicar
novas tarefas no conhecimento caminha-se para a inovação.
Então é possível inovar e dar produtividade no processo de lavagem
de roupas hospitalares?
Se a visão for pontual a resposta será negativa ou lentamente
positiva.
Se a visão for sinergética e sistêmica em métodos, processos e
produtos a resposta será positiva e de rara velocidade ao objetivo e metas.
Voltando à Peter Drucker, focando conhecimento (tecnologia) na
velha tarefa (lavar roupas) é possível interferir positivamente minimizando
alguns pontos críticos do processo de lavagem de roupas hospitalares. Lavar
roupas é um processo de revolução que requer fundamentos científicos para
gerar benefícios ao cliente num custo operacional equilibrado.
Será possível então encontrar resultados satisfatórios como os
citados a seguir?
• Reduzir os riscos dos operadores nas roupas contaminadas;
• Atender a NR 32;
• Reduzir o consumo de água limpa (meio ambiente);
• Reduzir os níveis de despejos pelo enxágüe sujo (dreno/esgoto);
• Reduzir o tempo de lavagem (consumo de energia, vapor etc.);
• Reduzir os níveis de retorno para baixos percentuais (próximos a zero);
• Reduzir o desgaste físico (ação mecânica reduzida) do enxoval;
• Aumentar a produtividade na capacidade produtiva nominal;
• Reduzir a mão-e-obra e horas trabalhadas;
• Reduzir o consumo de produtos químicos;
• Reduzir dos custos de lavagem por quilo de roupa.
Lavar roupas hospitalares não é apenas uma operação para remover
manchas e sujidades. É dotar de conforto, satisfação e segurança sanitária
(humanização e hospitalidade) o usuário final (cliente), o manipulador, o
processador (terceiro) e o sistema hospitalar.
Quanto aos custos, a tecnologia pode reduzi-lo. Porém cabe lembrar
que saúde não tem preço.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BRASIL, CLT. NR 32.
DRUCKER, Peter Ferdinando. O mundo segundo Peter Drucker,
FARIAS, Roberto Maia: Manual para lavanderias, a revolução na arte de lavar. Caxias
do Sul-RS: Educs, 2006.
Informações Relevantes
Consumo médio per capita de água em lavagem de roupa por pessoa = 1600 Litros
PROCESSO DE LAVAGEM DA ROUPA – ÁREA LIMPA
Definição
Lavagem é o processo que consiste na eliminação da sujeira fixada na roupa,
deixando-a com aspecto e cheiro agradável, com nível bacteriológico reduzido ao
mínimo e confortável para o uso.
É uma seqüência de operações ordenadas, levando em consideração a dosagem
dos produtos químicos, a ação mecânica, a temperatura, e o tempo de contato
entre essas duas variáveis.
Objetivo
• Remover a sujidade da roupa suja/contaminada;
• Promover o processo de desinfecção das roupas;
• Preservar as características do tecido;
• Realizar um trabalho seguro, eficiente e com economia.
Processos de Lavagem: operação, tempo, temperatura e nível de água.
Nº Operação Produto Tempo
(min)
Temperatura Nível da
água
1 Umectação Específico -
Detergente
Neutro
5 Fria Alto
2 Enxágüe Água 3 Fria Alto
3 Pré-Lavagem Específico para
Remoção de
Sangue
De 5 a 10 Fria a 90º C Baixo
4 Lavagem Principal Detergente
Completo
10 90ºC Baixo
5 Alvejamento Auxiliar Alvejante 10 Fria Baixo
6 Enxágüe Água 3 Fria Alta
7 Neutralização e
Amaciamento
Auxiliares –
neutralizante e
amaciante
3 Fria Alta
Fonte: BETTA, A. A lavanderia e o processamento de roupas. In: RODRIGUES, E. A.. C. et al. Infecções
hospitalares: prevenção e controle.
Processos de Lavagem
Umectação: é o processo que visa facilitar o molhamento e conseqüentemente a
remoção
das sujidades solúveis em água, presentes nas roupas, através do poder
umectante de um
tensoativo. Utiliza-se nível de água alto.
Enxágüe: é a operação ordenada do processo da lavagem, destinada ao arraste
de resíduos
de produtos e sujidades presentes na solução da lavagem. Deve ser realizada com
nível de água alto.
Pré-Lavagem: é o procedimento utilizado com a finalidade de retirar grande
quantidade de sujidade dos tecidos (sujidade pesada) através de produtos
específicos de lavagem, buscando remover 70% das sujidades, na qual uma
operação única de lavagem não seria suficiente para removê-la. Utilizam-se
produtos específicos e nível de água baixo. Utiliza-se esta fase no ciclo de
lavagem pesada.
Lavagem: é a remoção completa da sujidade, no caso de realização da pré-
lavagem (sujidade pesada), ou como única fase, no ciclo de lavagem de sujidade
leve. Utilizam-se produtos para lavagem principal e nível de água baixo. Nesta
fase, utilizar temperatura elevada (acima de 85°C), após ser garantida a remoção
de proteínas das roupas.
Alvejamento: é o procedimento realizado com a finalidade de retirada das
sujidades que possam tingir as roupas, através da utilização de substâncias
químicas (cloro orgânico – pó, cloro inorgânico – líquido ou o peróxido de
hidrogênio). Promove a desinfecção da roupa e remoção de manchas sensíveis à
oxidação. Utiliza-se nível de água baixo.
Alvejantes Utilizados em Lavanderia Hospitalar
Princípio ativo Temperatura Concentração Desinfecção
Promovida
Cloro orgânico Máximo 35 ºC Máximo 250 ppm de
Cl2
Química
Cloro inorgânico Máximo 55 ºC Máximo 250 ppm de
CL2
Química
Peróxido de
Hidrogênio
Mínimo 80 ºC Depende do nível de
alvejamento desejado.
Térmica
Neutralização: é a operação realizada com a finalidade de garantir a remoção dos
resíduos de alcalinidade e cloro provenientes de outras operações do processo de
lavagem. Estes produtos podem provocar “amarelamento” das roupas, nas fases
de calandragem e passanderia, se não retirados.
Amaciamento: é o processo final da lavagem, na qual é realizado juntamente com
a neutralização.
ACABAMENTO
Definição:
É o processo final de lavagem destinada ao acabamento e encorpamento das roupas.
Utilizase nível de água alto.
Objetivo:
Encorpar as roupas, para melhor caimento.
Fases do Acabamento:
Centrifugação ou Extração – É a remoção do excesso de água das roupas através das
Máquinas Lavadoras Extratoras ou Centrífugas. Seguindo o tempo de centrifugação
conforme o tipo de tecido que esta sendo lavado e da quantidade de umidade residual
desejada.
Tempo estabelecido:
15 Minutos para roupas de algodão;
10 Minutos para roupas mistas de poli éster/algodão.
Secagem, Calandragem e Passanderia – É o processo final após a centrifugação,
obedecendo as recomendações da tabela de recomendações para o acabamento das
roupas hospitalares.
Tipo de Roupa Equipamento Finalidade Tempo de Operação
Felpudas: Toalhas
de Banho e Rosto
Secadora Secar 30 minutos
Uniformes e
Aventais
Secadora Secar 30 Minutos
Compressas Secadora Secar 30 Minutos
Campos Cirúrgicos Secadora e/ou
Calandra
Secar e Passar 30 Minutos e 01
Passada
Lençóis e Fronhas Calandra Secar e Passar 01 Passada
Uso Pessoal Secadora e/ou Ferro
de Passar
Secar e Passar 20 Minutos / (se
necessário)
Cobertores Secadora Secar Se necessário
(baixa temperatura)
Lavanderia Têxtil
Orientações
Manual de Beneficiamento e Acabamento Têxtil - Lavanderia
Em outras épocas os tecidos eram preparados pelas tecelagens para serem
trabalhados pelas indústrias de lavanderia em diferentes níveis de cor,
desgaste e toque. Com o constante dinamismo do mercado as empresas estão
em busca do diferencial em seus produtos.
Tecidos pré – acabados, ou seja, com cor, estrutura, composição,
resina, toque e intensidade de índigo diversificados permitem maior agilidade
nos processos na Lavanderia Industrial.
Para conservação e um melhor resultado nas características físicas dos
tecidos segue abaixo um conjunto de orientações para empresas de
Lavanderia Industrial:
1. Informações do fornecedor
Solicitar da confecção, sempre que enviar peças para lavar, a indicação do tipo
de tecido
e orientações de manuseio pelo fabricante.
2. Utilização das Enzimas Celulases em Lavanderias.
Definição:
Enzimas ou catalisadores biológicos são substâncias de natureza protéica
(proteínas) que
possuem propriedades catalíticas específicas (catalisador), e são responsáveis
diretamente pelo metabolismo.
Obtenção:
A obtenção das enzimas celulases é por meio da fermentação de
microorganismo, como bactérias e fungos.
Classificação:
Estas são classificadas popularmente em ácidas, neutras ou híbridas, mas
essa denominação não especifica o modo de ação da enzima sobre a celulose,
mas sim o pH do meio em que ela atua. O sucesso da aplicação das enzimas
vai além do uso, requer também a conscientização e a informação das pessoas
envolvidas com a química e o funcionamento destes produtos.
Recomendações:
2.1. DESENGOMAGEM
Recomenda-se utilizar enzimas que tem características de ação a frio, pois há
menor desgaste do corante.
Auxiliares indispensáveis:
• Deslizante (Evita riscos e quebraduras no tecido);
• Antimigrante (Evita a migração do corante para trama, forros e aviamentos).
2.2. STONAGEM
Cada tecido possui características próprias, dessa forma indica-se sempre
respeitar suas recomendações e realizar testes prévios.
Sabemos que um dos principais motivos na perda de resistência, nos
processos de uma lavanderia se dá pela utilização de enzima. Recomenda-se
o uso de enzima neutra, com processo a frio.
Devido a um grande crescimento e uma competitividade acirrada do mercado,
nos impossibilita de recomendar um determinado fabricante ou uma
determinada marca. Por isso sugerimos sempre consultar os fornecedores de
enzimas, quanto à quantidade e condições de uso.
A Santana Textiles recomenda não utilizar enzimas ácidas em tecidos que
possuam alguma das características abaixo:
• Tecidos com peso inferior a 10 Oz;
• Tecidos com elastano em sua composição;
• Tecidos com tingimento enxofre;
• Tecidos Resinados
• Observar tempo de processos e percentual utilizado tanto com enzimas
ácidas quanto com enzimas híbridas ou neutras, pois os processos
prolongados com enzimas e quantidades indevidas podem ocasionar perda de
resistência nas fibras.
3. Tecidos Elastizados
3.1. Clareamento em tecidos elastizados
• É necessário verificar as indicações de recomendação do artigo, pois deve-se
realizar testes prévios, visto que as concentrações e tempo de processos
variam de artigo para artigo.
• Tipos de clareamentos indicados:
o Redutores e; o Permanganato.
• Não indicamos a utilização de produtos clorados para realizar este processo.
3.2. Utilização de temperatura em tecidos elastizados
Nos processos químicos em máquina, a temperatura precisa ser elevada ou
reduzida gradativamente, ou seja, não pode ocorrer choque térmico.
Deve-se fazer o resfriamento do banho com adição de água fria. A água deve
ser descarregada somente com o banho em torno de 40ºC. Após este
procedimento pode-se adicionar a água fria.
4. Tecidos Resinados
A resina é um produto químico que é aplicado à superfície do tecido para
destacar as diferentes propriedades do denim, como brilho, toque, tonalidade
(cor), caimento, além de efeitos pós-lavanderia.
Devido a estas características não indicamos processos de muito desgaste
como clareamentos e stonagens elevadas, pois o desgaste não se dará de
forma padronizada.
5. Cuidados na passadoria e prensas térmicas
• Utilizar temperaturas abaixo de 140 graus;
• Realizar limpeza periódica da prancha;
• Realizar testes prévios antes de iniciar o processo.
6. Orientações para evitar amarelecimento em tecido:
Todo corante índigo é sensível a determinados fatores que podem causar
amarelecimento no tecido.
Descrevemos abaixo possíveis causas e orientações para evitar
amarelecimento.
Possíveis causas:
• Exposição à luz;
• Estocagem de peça com excesso de umidade;
• Presença de metais na água, tais como Ferro, Magnésio, Cálcio e metais de
transição; conhecido como água dura;
• Neutralização ineficiente e/ou presença residual de produtos químicos no
produto acabado;
• Utilização inadequada ou excessiva de Branqueadores Ópticos e/ou
Amaciantes;
• Ataque de gases nos artigos (Ozônio, Gás Fading).
Medidas para evitar o amarelecimento:
• Utilizar agentes sequestrantes durante a lavagem durante a lavagem das
peças para evitar ações de metais encontrados na água, tecido ou pedras;
• Utilização de agentes anti-ozonantes para melhorar a resistência a ação de
raios ultravioleta e Ozônio;
• Aplicar amaciantes que inibam a ação de amarelecimento, e sua
compatibilidade com branqueadores ópticos;
• Armazenar as peças lavadas dentro da lavadeira no menor tempo possível
evitando assim qualquer ação de umidade e/ou vapores contendo diferentes
produtos químicos;
• Evitar ação da luz sobre as peças durante sua estocagem. Sugestão:
Utilização de embalagem plástica em cor “leitosa”.
Lavanderia Hoteleira -
Essa tabela de tempo de vida util no enxoval pode ser vista no livro do prof. Indio
Candido [Governança em Hotelaria]
DURABILIDADE DA ROUPA EM NÚMERO DE LAVAGENS
TIPO DE ROUPA NÚMERO DE LAVAGENS
Roupa de cama (lençol e colcha) 280 a 320
Fronha 250
Toalha de banho e rosto 240
Toalha de mesa 260
Guardanapo 350
Fonte: Indio CANDIDO (Governança em
hotelaria). 2001, Caxias do Sul - RS.
O número de lavagens de 250 a 300 conforme voce citou, com uma muda lavagem de
alta frequencia [até duas vezes ao dia] nesse caso, a roupa terá durabilidade de 125 a
150 dias ou seja de quatro a cinco meses. pode ser menor ainda pois alguns pontos das
peças já podem apresentar-se inadequada ao uso. as peças não se desgastam
uniformemente.
Veja a seguir um trabalho realizado com algumas lavanderias e que apresentram, após o
estudo, os seguintes resultados.
TRABALHO MONGRÁFICO CONTIDO NO LIVRO MANUAL PARA
LAVANDERIAS A REVOLUÇÃO NA ARTE DE LAVAR.
A tabela a seguir mostra que os danos podem ser provocados por diferentes situações e
são classificados como de origem física, biológica, química, mecânica, ambiental e
pelas características de cada tecido. Os danos são potencializados pelo uso impróprio do
enxoval ou pelo enxoval impróprio para uso.
FATORES DE DANOS NO ENXOVAL
Físicos Temperatura (calor/frio), choque térmico etc.
Biológicos Bactérias, fungos, bolor, mofo, lodo etc.
Químicos
Produtos de higiene e limpeza, lavagem de roupas
etc.
Mecânicos
Ação da lavadora, da centrífuga, da secadora etc.
Ranhuras e pontos cortantes nos equipamentos.
Objetos perfurocortantes no enxoval.
Ambientais Uso, manuseio e conservação
Características do
fornecimento
Tipo, cor, composição química, resistência etc.
Fonte: Tok lavanderia: Fortaleza – CE.
Os danos podem iniciar no fornecimento, na falha da especificação do enxoval.
São, por vezes, adquiridos tecidos de baixa resistência e totalmente impróprios
para uso comercial. Ajustando-se as especificações é possível reduzir os
danos no enxoval.
Os diversos tipos de danos ocorridos no enxoval migram do uso inadequado do
enxoval, entre eles a armazenagem que deve ser rigorosamente controlada
com a finalidade de evitar danos biológicos que podem posteriormente
provocar danos físicos pela perda da resistência.
É importante esclarecer aos usuários internos (funcionários) sobre as melhores
práticas de armazenagem e de manuseio.
A etapa do manuseio interno refere-se ao uso do enxoval sobretudo, aos
procedimentos de montagem e desmontagem da roupa da cama, mesa, banho,
colocação nos sacos de roupa suja, nos carrinhos transportadores, na rouparia
(armazenamento, contagem e coleta) e no mau uso das roupas, como lustrar
móveis, limpar objetos ou piso dos banheiros ou apartamentos.
Se ainda os produtos utilizados na limpeza ou a combinação desses com os
produtos da lavanderia forem agressivos às fibras, os riscos dos danos tende a
crescer.
Para o hotel a identificação dos riscos e da utilização inadequada da roupa e a
importância de passar a informação imediatamente para o setor competente
sobre a possibilidade dos danos (rasgos) por pontas, pregos, ranhuras, frestas
etc., é extremamente importante pois, torna possível o combate aos danos.
Na etapa que envolve o processo de lavagem os pontos críticos podem ocorrer
em três situações: a coleta, o processo de lavagem e o acabamento da roupa.
A coleta envolve a remoção da roupa in loco do apartamento, o transporte
interno e externo, até que seja encaminhada à lavanderia interna ou externa.
Na coleta, a presença de objetos perfurocortantes na roupa ou nos móveis
utilizadores da roupa etc. pode provocar diversos danos aos tecidos se não for
rigorosamente observada.
No transporte interno (carrinho), a ferrugem, ranhuras, sujidades graxas etc.,
podem ser consideradas como pontos críticos de riscos.
No transporte externo, o veículo transportador da roupa merece atenção em
dois aspectos: a conservação.
Com relação à conservação é importante observar a existência de pontos
cortantes, ferrugens, graxas etc., que podem provocar danos físicos ou
químicos diretos no enxoval.
Com relação ao processo de lavagem, pode ser uma fonte de riscos,
principalmente pela velocidade exigida da lavanderia para repor a roupa na
rouparia.
A grande maioria preve o numero de mudas sem a lavanderia e isso provoca
um aumento da velocidade dos danos.
O processo de lavagem é o mais recriminado pelos danos ocorridos no enxoval
porém, evitar as manchas é mais importante do que a operação de removê-las.
Nesta etapa, fatores como temperatura, ação mecânica, ação química, são
também, quando utilizados inadequadamente, agentes que podem provocar
diversos danos ao enxoval.
Os processos de acabamento da roupa, que envolvem a centrifugação, a
secagem e a calandragem também provocam danos ao enxoval.
A centrifugação pode provocar o repuxo e a torção exagerada das fibras pelo
tempo e pela má colocação das peças; a secagem, pela temperatura
inadequada ou tempo de trabalho abusivo, pode ressecar demasiadamente a
peça; a operação de calandragem pode danificar o enxoval se a temperatura
estiver elevada ou se os cilindros estiverem desalinhados, provocando repuxos
ou torções desuniformes.
Na utilização do enxoval pelos clientes os danos podem ocorrer por mau uso
como limpar sapatos, lustrar objetos, pintar o cabelo, remover a maquiagem e o
batom, derramar alimentos ou bebidas.
Essa "fase" é a mais crítica pois envolve diretamente o hóspede que é o seu
cliente e deve ser abordado de forma muito especial, salvo se avisado
anteriormente.
Dentre o enxoval hoteleiro, as roupas de A&B são as que mais sofrem
manchas pelo ambiente e a forma de uso e são também as mais rapidamente
danificadas, principalmente se forem utilizadas inadequadamente, como limpar,
lustrar panelas, fogões etc.
Nos procedimentos de lavagem de roupas a lavanderia contribui com os danos
na colocação e retirada da máquina de lavar, lavagem, centrifugação, secagem
e calandra, provocadas principalmente pelas ranhuras nos equipamentos,
torção demasiada na centrifugação, tempo e temperatura excessiva na
secagem e "repuxo" da calandra.
Esses problemas podem ser resolvidos pela aplicação do Manual de Boas
Práticas Operacionais, treinando funcionários para realizar vistoria nos
equipamentos, capacitá-los para operar e realizar inspeções programadas e
periódicas; instalar "TIMERS" nos equipamentos de secagem, ajustar sempre a
calandra e, fundamentalmente, evitar manutenções e operações mágicas nos
equipamentos.
Segundo Castelli (2001, p. 280 – 284), as recomendações dadas pela Artex e
Santista para preservar os artigos têxteis como as linhas felpudas, cama e
mesa e edredom incluem ações preventivas para evitar o risco de encolhimento
dos tecidos felpudos na primeira lavagem, bem como os cuidados necessários
com a lavagem a seco e a lavar as peças novas para eliminar prováveis fibrilas.
Outros cuidados devem ser tomados com a forte ação mecânica ou rebarbas
das máquinas (pode puxar as felpas), trabalhar na temperatura recomendada,
evitar a mistura de cores, a ação dos fungos, uso adequados dos alvejantes
clorados que diminuem a resistência – provoca a oxicelulose, evitar as
temperaturas elevadas – máximo 120 ºC., não passar ferro nem calandrar,
manter sempre após cada lavagem um descanso por no mínimo 24 horas,
armazenar sempre em local fresco e seco, longe do calor e da luz solar,
acidular bem as roupas para evitar alergias.
Para as peças de cama e mesa, além de cuidados acima, cuidado com
mudanças bruscas de temperaturas em tecidos mistos e passar na calandra a
temperatura de no máximo 150 ºC. Para as peças de edredom, incluem-se as
recomendações acima e também lavar em temperatura de até 60º
C. e secar a
temperatura de até 110º
C e não passar ferro nem calandra e não torcer.
Os índices de inutilização considerados aceitáveis na maioria das lavanderias
pesquisadas sofrem variações de 0,75 a 1,5% para "perdas" e de até 2% para
danos físicos, químicos ou biológicos. Essa variação é decorrente do tipo de
enxoval, do processo e dos produtos utilizados. Em alguns hotéis são
"toleráveis" índices de danos de até 1,0% para o desaparecimento das peças e
de 1 a 2% por danos e inutilização. O índice de danos aumenta nos períodos
de alta estação. Nesses índices não estão computados os danos (naturais)
decorrentes da utilização do enxoval.
Com base nessas informações é possível verificar que os índices totais
chegam a atingir valores extremos de até 3,0% em média/ano.
Aparentemente pode parecer satisfatória uma perda média de 1% ao mês
desde que o produto danificado possa ser reciclado ou corrigido para
reutilização normal. No caso do enxoval (produto não reutilizável após o dano),
embora a média apresente um índice de 1% ao mês, o mesmo não poderá ser
avaliado como médio e sim como acumulativo pois um lençol, dependendo do
grau do dano, não poderá ser reutilizado ou retornado ao uso após a
comprovação da perda ou da inutilização.
Neste caso, Imaginando que num hotel o número de lençóis seja de 100
unidades e o índice médio é de 1% ao mês, ou seja, danifica-se ou perde-se 1
lençol por mês e o mesmo não pode ser reutilizado, pode-se concluir que o
índice médio da 1% ao mês significa que 12 lençóis serão danificados ao ano e
não que 1 lençol será danificado 12 vezes ao ano.
Se avaliarmos que um enxoval hoteleiro tem duração média de 24 meses,
nesse período serão extraviados 24% do enxoval por desaparecimento e até
48% por danos.
Se compararmos com o índice 6 sigma aplicados em algumas empresas como
GE, Motorola etc., o índice de 1% que pode se considerado tolerável é na
realidade, aproximadamente, 2.941 vezes pior.
Mesmo sem comparar ao índice 6 sigma, são números alarmantes e que
provocam inversões financeiras não programadas pela reposição inesperada
do enxoval. Esses fatos podem provocar além da insatisfação dos hóspedes, a
redução da vida útil do enxoval restante. A gestão dos danos pode ser
realizada conhecendo-se as causas dos danos conforme mostra a tabela
seguinte.
DANOS À ROUPA – PRINCIPAIS PONTOS
CLIENTES Uso indevido da roupa: puxões, torções, produtos pessoais etc.
FUNCIONÁRIOS
Remoção da roupa no local após o uso.
Rouparia: contagem e ensaque.
Uso indevido da roupa: lustrar, limpar, secar objetos ou utensílios
etc.
Uso indevido de produtos químicos na limpeza ou apartamentos.
LAVANDERIA
Coleta, transporte e classificação.
Lavagem, centrifugação, secagem: colocação, processo e remoção.
Calandragem: colocação, processo e remoção.
Empacotamento e armazenamento.
Entrega e distribuição.
Fonte: Tok lavanderia/ e lavanderia Napolitana.
Não existe uma fórmula mágica que determine o fim dos danos na roupa
porém, se alguns procedimentos básicos, forem adotados, com certeza a
redução será extremamente satisfatória.
OBS: sabe-se que o assunto não está esgotado, trata-se de um resultado num determinado
periodo/condição de lavagem/tipo de tecido/numero de mudas. É importante que seja ampliado
com novos estudos.
ALVEJAMENTO OXIDATIVO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO
O que é? Processo de beneficiamento têxtil por esgotamento onde se precipita o oxigênio do
peróxido no banho e ai ocorre o branqueamento da fibra e a sua consequente esterilização
assim como sua limpeza.
O que é peróxido?
É uma formulação riquissima em hidrogênio que na presença de ação mecânica, oxigenação,
temperatura e luz se decompõe liberando oxigênio e o ion peridroxila que é o agente
branqueador.
O peróxido de hidrogênio liqüido tem seu limite de concentração comercial em 50% ou 200
volumes, sendo esta formulação ácida para estabilizar o produto, ou seja o peróxido em meio
ácido é quase totalmente estável, quase por que de acordo com o tempo, calor e agitação a
reação de liberação de oxigênio se inicia (por isto que a tampa da embalagem tem uma válvula
de alívio), sendo por isto recomendável não se estocar o produto por muito tempo.
Existem também os "peróxidos" em pó, que tem as mesmas propriedades liberadoras de
oxigênio e peridroxila dos peróxidos liquidos, são os persais e perboratos.
Quando em processo ´por esgotamento a liberação do peróxido tem que ser controlada e
constante, não podendo ser muito demorada nem muito rápida, sendo que este tempo variará
de acordo com o substrato beneficiado e o resultado desejado.
De maneira geral a aplicação de peróxido para alvejamento necessita de controle nos
seguintes tópicos:
Água: Deve ter sua dureza e contaminações corrigidas através sequestrantes,
principalmente se houver muito cálcio, o que acarreta resultados acizentados, ou o ferro, que
apresentará resultados avermelhados e pode até mesmo chegar ao apodrecimento da fibra.
O agente de estabilidade do peróxido (no banho), mais usual é o óxido de silicio, presente no
metassilicato, que apesar de ser alcalino estabiliza o peróxido em sua decomposição, ou seja,
faz a liberação ser na intensidade e velocidade adequada ao processo.
Os agentes ativadores do peróxido é a alcalinidade (pH ideal entre 11 e 12) podendo ser
fornecida por soda (hidróxido de sódio) ou por barrilha (carbonato de sódio) ou ainda
dependendo da formulação o próprio metassilicato que é composto de silício e soda.
A utilização de produtos formulados com persais para este alvejamento é altamente
recomendável, devendo porém ser um processo muito bem controlado técnicamente para se
obter um bom resultado. A liberação de oxigênio a baixas temperaturas é de menor intensidade
e o processo acaba tendo um poder de limpeza menor, se for aplicado no mesmo tempo que o
banho a quente.
A associação de produtos formulados em pó e peróxido liquido resulta em processos de alta
qualidade.
É normal a associação de agentes de limpeza e branqueadores óticos no processo de
alvejamento oxidativo.
O alvejamento oxidativo com peróxido provoca desgaste nas fibras de algodão.
Um agente indicador da presença da peridroxila é solução de tetracloreto de titânio, existindo
uma tabela de titulação.
O peróxido é utilizado ainda como componente em outros produtos, como peracético e até o
incrível perclórico.

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Lavagem roupas hospitalares

  • 1. Manual de Lavanderia O QUE HÁ DE NOVO NA LAVAGEM DA ROUPA HOSPITALAR? Se compararmos o processo de lavagem de enxoval hospitalar com o do hoteleiro é possível verificar que são muito próximos. Apesar das absurdas diferenças de sujidades e potenciais de risco. As sujidades dos dois sistemas são definidas como leves e pesadas, porém podem, na lavanderia hospitalar serem ampliadas para super-pesada, pesada, leve e contaminada. Na hotelaria a classificação leve e pesada cobre a maioria dos processos encontrados. Com relação aos riscos, as roupas hospitalares são as mais críticas e também as mais fiscalizadas pela legislação sanitária do que as roupas hoteleiras. Os processos de lavagem são muito semelhantes com baixa variação entre os dois sistemas de hospedagem. Falta algo novo para a lavagem de roupas hospitalares que, principalmente, reduzam os riscos dos manipuladores da lavanderia com relação à seleção e a classificação da roupa hospitalar antes da lavagem e que contemple aspectos relevantes e críticos como: Reduzir dos riscos da manipulação dos operadores; A validação dos POP de identificação e manipulação do enxoval; Atender aos requisitos da Acreditação; Contemplar a NR 32. É muito clara a estática (baixa evolução) técnica no processamento da lavagem de roupas hospitalares. Há muito tempo não dispomos de “algo novo” na lavagem de roupas hospitalares. A evolução ocorrerá, principalmente, a partir da visão para os objetivos fundamentais do processo de lavagem de roupas hospitalares que são: conforto (pela roupa limpa) e segurança sanitária (pela roupa desinfectada). Se a visão estiver focada para a sujidade da roupa, nada será feito, porém se a visão estiver focada para o fundamento da lavagem será possível evoluir.
  • 2. Mas, apesar das inovações tecnológicas que contemplaram, inclusive a automação do processo de lavagem de roupas, pode-se perguntar: Existirá um processo específico para lavagem de roupas hospitalares que contemple a redução dos riscos da manipulação? Que atenda amplamente a legislação sanitária? A NR 32? Que reduza os custos da lavagem? Que apresente eficiência sanitária e ainda possam economizar água, energia, tempo e mão-de-obra? Com certeza que sim. Segundo Peter Drucker, ao aplicar o conhecimento na velha tarefa caminha-se para produtividade e, ao aplicar novas tarefas no conhecimento caminha-se para a inovação. Então é possível inovar e dar produtividade no processo de lavagem de roupas hospitalares? Se a visão for pontual a resposta será negativa ou lentamente positiva. Se a visão for sinergética e sistêmica em métodos, processos e produtos a resposta será positiva e de rara velocidade ao objetivo e metas. Voltando à Peter Drucker, focando conhecimento (tecnologia) na velha tarefa (lavar roupas) é possível interferir positivamente minimizando alguns pontos críticos do processo de lavagem de roupas hospitalares. Lavar roupas é um processo de revolução que requer fundamentos científicos para gerar benefícios ao cliente num custo operacional equilibrado. Será possível então encontrar resultados satisfatórios como os citados a seguir? • Reduzir os riscos dos operadores nas roupas contaminadas; • Atender a NR 32; • Reduzir o consumo de água limpa (meio ambiente); • Reduzir os níveis de despejos pelo enxágüe sujo (dreno/esgoto); • Reduzir o tempo de lavagem (consumo de energia, vapor etc.); • Reduzir os níveis de retorno para baixos percentuais (próximos a zero); • Reduzir o desgaste físico (ação mecânica reduzida) do enxoval;
  • 3. • Aumentar a produtividade na capacidade produtiva nominal; • Reduzir a mão-e-obra e horas trabalhadas; • Reduzir o consumo de produtos químicos; • Reduzir dos custos de lavagem por quilo de roupa. Lavar roupas hospitalares não é apenas uma operação para remover manchas e sujidades. É dotar de conforto, satisfação e segurança sanitária (humanização e hospitalidade) o usuário final (cliente), o manipulador, o processador (terceiro) e o sistema hospitalar. Quanto aos custos, a tecnologia pode reduzi-lo. Porém cabe lembrar que saúde não tem preço. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BRASIL, CLT. NR 32. DRUCKER, Peter Ferdinando. O mundo segundo Peter Drucker, FARIAS, Roberto Maia: Manual para lavanderias, a revolução na arte de lavar. Caxias do Sul-RS: Educs, 2006. Informações Relevantes Consumo médio per capita de água em lavagem de roupa por pessoa = 1600 Litros PROCESSO DE LAVAGEM DA ROUPA – ÁREA LIMPA Definição Lavagem é o processo que consiste na eliminação da sujeira fixada na roupa, deixando-a com aspecto e cheiro agradável, com nível bacteriológico reduzido ao mínimo e confortável para o uso. É uma seqüência de operações ordenadas, levando em consideração a dosagem dos produtos químicos, a ação mecânica, a temperatura, e o tempo de contato entre essas duas variáveis. Objetivo • Remover a sujidade da roupa suja/contaminada; • Promover o processo de desinfecção das roupas;
  • 4. • Preservar as características do tecido; • Realizar um trabalho seguro, eficiente e com economia. Processos de Lavagem: operação, tempo, temperatura e nível de água. Nº Operação Produto Tempo (min) Temperatura Nível da água 1 Umectação Específico - Detergente Neutro 5 Fria Alto 2 Enxágüe Água 3 Fria Alto 3 Pré-Lavagem Específico para Remoção de Sangue De 5 a 10 Fria a 90º C Baixo 4 Lavagem Principal Detergente Completo 10 90ºC Baixo 5 Alvejamento Auxiliar Alvejante 10 Fria Baixo 6 Enxágüe Água 3 Fria Alta 7 Neutralização e Amaciamento Auxiliares – neutralizante e amaciante 3 Fria Alta Fonte: BETTA, A. A lavanderia e o processamento de roupas. In: RODRIGUES, E. A.. C. et al. Infecções hospitalares: prevenção e controle. Processos de Lavagem Umectação: é o processo que visa facilitar o molhamento e conseqüentemente a remoção das sujidades solúveis em água, presentes nas roupas, através do poder umectante de um tensoativo. Utiliza-se nível de água alto. Enxágüe: é a operação ordenada do processo da lavagem, destinada ao arraste de resíduos de produtos e sujidades presentes na solução da lavagem. Deve ser realizada com nível de água alto. Pré-Lavagem: é o procedimento utilizado com a finalidade de retirar grande quantidade de sujidade dos tecidos (sujidade pesada) através de produtos específicos de lavagem, buscando remover 70% das sujidades, na qual uma operação única de lavagem não seria suficiente para removê-la. Utilizam-se produtos específicos e nível de água baixo. Utiliza-se esta fase no ciclo de lavagem pesada. Lavagem: é a remoção completa da sujidade, no caso de realização da pré- lavagem (sujidade pesada), ou como única fase, no ciclo de lavagem de sujidade leve. Utilizam-se produtos para lavagem principal e nível de água baixo. Nesta fase, utilizar temperatura elevada (acima de 85°C), após ser garantida a remoção de proteínas das roupas.
  • 5. Alvejamento: é o procedimento realizado com a finalidade de retirada das sujidades que possam tingir as roupas, através da utilização de substâncias químicas (cloro orgânico – pó, cloro inorgânico – líquido ou o peróxido de hidrogênio). Promove a desinfecção da roupa e remoção de manchas sensíveis à oxidação. Utiliza-se nível de água baixo. Alvejantes Utilizados em Lavanderia Hospitalar Princípio ativo Temperatura Concentração Desinfecção Promovida Cloro orgânico Máximo 35 ºC Máximo 250 ppm de Cl2 Química Cloro inorgânico Máximo 55 ºC Máximo 250 ppm de CL2 Química Peróxido de Hidrogênio Mínimo 80 ºC Depende do nível de alvejamento desejado. Térmica Neutralização: é a operação realizada com a finalidade de garantir a remoção dos resíduos de alcalinidade e cloro provenientes de outras operações do processo de lavagem. Estes produtos podem provocar “amarelamento” das roupas, nas fases de calandragem e passanderia, se não retirados. Amaciamento: é o processo final da lavagem, na qual é realizado juntamente com a neutralização. ACABAMENTO Definição: É o processo final de lavagem destinada ao acabamento e encorpamento das roupas. Utilizase nível de água alto. Objetivo: Encorpar as roupas, para melhor caimento. Fases do Acabamento: Centrifugação ou Extração – É a remoção do excesso de água das roupas através das Máquinas Lavadoras Extratoras ou Centrífugas. Seguindo o tempo de centrifugação conforme o tipo de tecido que esta sendo lavado e da quantidade de umidade residual desejada. Tempo estabelecido: 15 Minutos para roupas de algodão; 10 Minutos para roupas mistas de poli éster/algodão. Secagem, Calandragem e Passanderia – É o processo final após a centrifugação,
  • 6. obedecendo as recomendações da tabela de recomendações para o acabamento das roupas hospitalares. Tipo de Roupa Equipamento Finalidade Tempo de Operação Felpudas: Toalhas de Banho e Rosto Secadora Secar 30 minutos Uniformes e Aventais Secadora Secar 30 Minutos Compressas Secadora Secar 30 Minutos Campos Cirúrgicos Secadora e/ou Calandra Secar e Passar 30 Minutos e 01 Passada Lençóis e Fronhas Calandra Secar e Passar 01 Passada Uso Pessoal Secadora e/ou Ferro de Passar Secar e Passar 20 Minutos / (se necessário) Cobertores Secadora Secar Se necessário (baixa temperatura) Lavanderia Têxtil Orientações Manual de Beneficiamento e Acabamento Têxtil - Lavanderia Em outras épocas os tecidos eram preparados pelas tecelagens para serem trabalhados pelas indústrias de lavanderia em diferentes níveis de cor, desgaste e toque. Com o constante dinamismo do mercado as empresas estão em busca do diferencial em seus produtos. Tecidos pré – acabados, ou seja, com cor, estrutura, composição, resina, toque e intensidade de índigo diversificados permitem maior agilidade nos processos na Lavanderia Industrial.
  • 7. Para conservação e um melhor resultado nas características físicas dos tecidos segue abaixo um conjunto de orientações para empresas de Lavanderia Industrial: 1. Informações do fornecedor Solicitar da confecção, sempre que enviar peças para lavar, a indicação do tipo de tecido e orientações de manuseio pelo fabricante. 2. Utilização das Enzimas Celulases em Lavanderias. Definição: Enzimas ou catalisadores biológicos são substâncias de natureza protéica (proteínas) que possuem propriedades catalíticas específicas (catalisador), e são responsáveis diretamente pelo metabolismo. Obtenção: A obtenção das enzimas celulases é por meio da fermentação de microorganismo, como bactérias e fungos. Classificação: Estas são classificadas popularmente em ácidas, neutras ou híbridas, mas essa denominação não especifica o modo de ação da enzima sobre a celulose, mas sim o pH do meio em que ela atua. O sucesso da aplicação das enzimas vai além do uso, requer também a conscientização e a informação das pessoas envolvidas com a química e o funcionamento destes produtos. Recomendações: 2.1. DESENGOMAGEM Recomenda-se utilizar enzimas que tem características de ação a frio, pois há menor desgaste do corante. Auxiliares indispensáveis: • Deslizante (Evita riscos e quebraduras no tecido); • Antimigrante (Evita a migração do corante para trama, forros e aviamentos). 2.2. STONAGEM Cada tecido possui características próprias, dessa forma indica-se sempre respeitar suas recomendações e realizar testes prévios. Sabemos que um dos principais motivos na perda de resistência, nos processos de uma lavanderia se dá pela utilização de enzima. Recomenda-se o uso de enzima neutra, com processo a frio. Devido a um grande crescimento e uma competitividade acirrada do mercado, nos impossibilita de recomendar um determinado fabricante ou uma determinada marca. Por isso sugerimos sempre consultar os fornecedores de enzimas, quanto à quantidade e condições de uso. A Santana Textiles recomenda não utilizar enzimas ácidas em tecidos que possuam alguma das características abaixo:
  • 8. • Tecidos com peso inferior a 10 Oz; • Tecidos com elastano em sua composição; • Tecidos com tingimento enxofre; • Tecidos Resinados • Observar tempo de processos e percentual utilizado tanto com enzimas ácidas quanto com enzimas híbridas ou neutras, pois os processos prolongados com enzimas e quantidades indevidas podem ocasionar perda de resistência nas fibras. 3. Tecidos Elastizados 3.1. Clareamento em tecidos elastizados • É necessário verificar as indicações de recomendação do artigo, pois deve-se realizar testes prévios, visto que as concentrações e tempo de processos variam de artigo para artigo. • Tipos de clareamentos indicados: o Redutores e; o Permanganato. • Não indicamos a utilização de produtos clorados para realizar este processo. 3.2. Utilização de temperatura em tecidos elastizados Nos processos químicos em máquina, a temperatura precisa ser elevada ou reduzida gradativamente, ou seja, não pode ocorrer choque térmico. Deve-se fazer o resfriamento do banho com adição de água fria. A água deve ser descarregada somente com o banho em torno de 40ºC. Após este procedimento pode-se adicionar a água fria. 4. Tecidos Resinados A resina é um produto químico que é aplicado à superfície do tecido para destacar as diferentes propriedades do denim, como brilho, toque, tonalidade (cor), caimento, além de efeitos pós-lavanderia. Devido a estas características não indicamos processos de muito desgaste como clareamentos e stonagens elevadas, pois o desgaste não se dará de forma padronizada. 5. Cuidados na passadoria e prensas térmicas • Utilizar temperaturas abaixo de 140 graus; • Realizar limpeza periódica da prancha; • Realizar testes prévios antes de iniciar o processo. 6. Orientações para evitar amarelecimento em tecido: Todo corante índigo é sensível a determinados fatores que podem causar amarelecimento no tecido. Descrevemos abaixo possíveis causas e orientações para evitar amarelecimento. Possíveis causas: • Exposição à luz; • Estocagem de peça com excesso de umidade; • Presença de metais na água, tais como Ferro, Magnésio, Cálcio e metais de transição; conhecido como água dura;
  • 9. • Neutralização ineficiente e/ou presença residual de produtos químicos no produto acabado; • Utilização inadequada ou excessiva de Branqueadores Ópticos e/ou Amaciantes; • Ataque de gases nos artigos (Ozônio, Gás Fading). Medidas para evitar o amarelecimento: • Utilizar agentes sequestrantes durante a lavagem durante a lavagem das peças para evitar ações de metais encontrados na água, tecido ou pedras; • Utilização de agentes anti-ozonantes para melhorar a resistência a ação de raios ultravioleta e Ozônio; • Aplicar amaciantes que inibam a ação de amarelecimento, e sua compatibilidade com branqueadores ópticos; • Armazenar as peças lavadas dentro da lavadeira no menor tempo possível evitando assim qualquer ação de umidade e/ou vapores contendo diferentes produtos químicos; • Evitar ação da luz sobre as peças durante sua estocagem. Sugestão: Utilização de embalagem plástica em cor “leitosa”. Lavanderia Hoteleira - Essa tabela de tempo de vida util no enxoval pode ser vista no livro do prof. Indio Candido [Governança em Hotelaria] DURABILIDADE DA ROUPA EM NÚMERO DE LAVAGENS TIPO DE ROUPA NÚMERO DE LAVAGENS Roupa de cama (lençol e colcha) 280 a 320 Fronha 250 Toalha de banho e rosto 240 Toalha de mesa 260 Guardanapo 350 Fonte: Indio CANDIDO (Governança em hotelaria). 2001, Caxias do Sul - RS.
  • 10. O número de lavagens de 250 a 300 conforme voce citou, com uma muda lavagem de alta frequencia [até duas vezes ao dia] nesse caso, a roupa terá durabilidade de 125 a 150 dias ou seja de quatro a cinco meses. pode ser menor ainda pois alguns pontos das peças já podem apresentar-se inadequada ao uso. as peças não se desgastam uniformemente. Veja a seguir um trabalho realizado com algumas lavanderias e que apresentram, após o estudo, os seguintes resultados. TRABALHO MONGRÁFICO CONTIDO NO LIVRO MANUAL PARA LAVANDERIAS A REVOLUÇÃO NA ARTE DE LAVAR. A tabela a seguir mostra que os danos podem ser provocados por diferentes situações e são classificados como de origem física, biológica, química, mecânica, ambiental e pelas características de cada tecido. Os danos são potencializados pelo uso impróprio do enxoval ou pelo enxoval impróprio para uso. FATORES DE DANOS NO ENXOVAL Físicos Temperatura (calor/frio), choque térmico etc. Biológicos Bactérias, fungos, bolor, mofo, lodo etc. Químicos Produtos de higiene e limpeza, lavagem de roupas etc. Mecânicos Ação da lavadora, da centrífuga, da secadora etc. Ranhuras e pontos cortantes nos equipamentos. Objetos perfurocortantes no enxoval. Ambientais Uso, manuseio e conservação Características do fornecimento Tipo, cor, composição química, resistência etc.
  • 11. Fonte: Tok lavanderia: Fortaleza – CE. Os danos podem iniciar no fornecimento, na falha da especificação do enxoval. São, por vezes, adquiridos tecidos de baixa resistência e totalmente impróprios para uso comercial. Ajustando-se as especificações é possível reduzir os danos no enxoval. Os diversos tipos de danos ocorridos no enxoval migram do uso inadequado do enxoval, entre eles a armazenagem que deve ser rigorosamente controlada com a finalidade de evitar danos biológicos que podem posteriormente provocar danos físicos pela perda da resistência. É importante esclarecer aos usuários internos (funcionários) sobre as melhores práticas de armazenagem e de manuseio. A etapa do manuseio interno refere-se ao uso do enxoval sobretudo, aos procedimentos de montagem e desmontagem da roupa da cama, mesa, banho, colocação nos sacos de roupa suja, nos carrinhos transportadores, na rouparia (armazenamento, contagem e coleta) e no mau uso das roupas, como lustrar móveis, limpar objetos ou piso dos banheiros ou apartamentos. Se ainda os produtos utilizados na limpeza ou a combinação desses com os produtos da lavanderia forem agressivos às fibras, os riscos dos danos tende a crescer. Para o hotel a identificação dos riscos e da utilização inadequada da roupa e a importância de passar a informação imediatamente para o setor competente sobre a possibilidade dos danos (rasgos) por pontas, pregos, ranhuras, frestas etc., é extremamente importante pois, torna possível o combate aos danos. Na etapa que envolve o processo de lavagem os pontos críticos podem ocorrer em três situações: a coleta, o processo de lavagem e o acabamento da roupa. A coleta envolve a remoção da roupa in loco do apartamento, o transporte interno e externo, até que seja encaminhada à lavanderia interna ou externa.
  • 12. Na coleta, a presença de objetos perfurocortantes na roupa ou nos móveis utilizadores da roupa etc. pode provocar diversos danos aos tecidos se não for rigorosamente observada. No transporte interno (carrinho), a ferrugem, ranhuras, sujidades graxas etc., podem ser consideradas como pontos críticos de riscos. No transporte externo, o veículo transportador da roupa merece atenção em dois aspectos: a conservação. Com relação à conservação é importante observar a existência de pontos cortantes, ferrugens, graxas etc., que podem provocar danos físicos ou químicos diretos no enxoval. Com relação ao processo de lavagem, pode ser uma fonte de riscos, principalmente pela velocidade exigida da lavanderia para repor a roupa na rouparia. A grande maioria preve o numero de mudas sem a lavanderia e isso provoca um aumento da velocidade dos danos. O processo de lavagem é o mais recriminado pelos danos ocorridos no enxoval porém, evitar as manchas é mais importante do que a operação de removê-las. Nesta etapa, fatores como temperatura, ação mecânica, ação química, são também, quando utilizados inadequadamente, agentes que podem provocar diversos danos ao enxoval. Os processos de acabamento da roupa, que envolvem a centrifugação, a secagem e a calandragem também provocam danos ao enxoval. A centrifugação pode provocar o repuxo e a torção exagerada das fibras pelo tempo e pela má colocação das peças; a secagem, pela temperatura inadequada ou tempo de trabalho abusivo, pode ressecar demasiadamente a peça; a operação de calandragem pode danificar o enxoval se a temperatura estiver elevada ou se os cilindros estiverem desalinhados, provocando repuxos ou torções desuniformes.
  • 13. Na utilização do enxoval pelos clientes os danos podem ocorrer por mau uso como limpar sapatos, lustrar objetos, pintar o cabelo, remover a maquiagem e o batom, derramar alimentos ou bebidas. Essa "fase" é a mais crítica pois envolve diretamente o hóspede que é o seu cliente e deve ser abordado de forma muito especial, salvo se avisado anteriormente. Dentre o enxoval hoteleiro, as roupas de A&B são as que mais sofrem manchas pelo ambiente e a forma de uso e são também as mais rapidamente danificadas, principalmente se forem utilizadas inadequadamente, como limpar, lustrar panelas, fogões etc. Nos procedimentos de lavagem de roupas a lavanderia contribui com os danos na colocação e retirada da máquina de lavar, lavagem, centrifugação, secagem e calandra, provocadas principalmente pelas ranhuras nos equipamentos, torção demasiada na centrifugação, tempo e temperatura excessiva na secagem e "repuxo" da calandra. Esses problemas podem ser resolvidos pela aplicação do Manual de Boas Práticas Operacionais, treinando funcionários para realizar vistoria nos equipamentos, capacitá-los para operar e realizar inspeções programadas e periódicas; instalar "TIMERS" nos equipamentos de secagem, ajustar sempre a calandra e, fundamentalmente, evitar manutenções e operações mágicas nos equipamentos. Segundo Castelli (2001, p. 280 – 284), as recomendações dadas pela Artex e Santista para preservar os artigos têxteis como as linhas felpudas, cama e mesa e edredom incluem ações preventivas para evitar o risco de encolhimento dos tecidos felpudos na primeira lavagem, bem como os cuidados necessários com a lavagem a seco e a lavar as peças novas para eliminar prováveis fibrilas. Outros cuidados devem ser tomados com a forte ação mecânica ou rebarbas das máquinas (pode puxar as felpas), trabalhar na temperatura recomendada, evitar a mistura de cores, a ação dos fungos, uso adequados dos alvejantes clorados que diminuem a resistência – provoca a oxicelulose, evitar as temperaturas elevadas – máximo 120 ºC., não passar ferro nem calandrar, manter sempre após cada lavagem um descanso por no mínimo 24 horas,
  • 14. armazenar sempre em local fresco e seco, longe do calor e da luz solar, acidular bem as roupas para evitar alergias. Para as peças de cama e mesa, além de cuidados acima, cuidado com mudanças bruscas de temperaturas em tecidos mistos e passar na calandra a temperatura de no máximo 150 ºC. Para as peças de edredom, incluem-se as recomendações acima e também lavar em temperatura de até 60º C. e secar a temperatura de até 110º C e não passar ferro nem calandra e não torcer. Os índices de inutilização considerados aceitáveis na maioria das lavanderias pesquisadas sofrem variações de 0,75 a 1,5% para "perdas" e de até 2% para danos físicos, químicos ou biológicos. Essa variação é decorrente do tipo de enxoval, do processo e dos produtos utilizados. Em alguns hotéis são "toleráveis" índices de danos de até 1,0% para o desaparecimento das peças e de 1 a 2% por danos e inutilização. O índice de danos aumenta nos períodos de alta estação. Nesses índices não estão computados os danos (naturais) decorrentes da utilização do enxoval. Com base nessas informações é possível verificar que os índices totais chegam a atingir valores extremos de até 3,0% em média/ano. Aparentemente pode parecer satisfatória uma perda média de 1% ao mês desde que o produto danificado possa ser reciclado ou corrigido para reutilização normal. No caso do enxoval (produto não reutilizável após o dano), embora a média apresente um índice de 1% ao mês, o mesmo não poderá ser avaliado como médio e sim como acumulativo pois um lençol, dependendo do grau do dano, não poderá ser reutilizado ou retornado ao uso após a comprovação da perda ou da inutilização. Neste caso, Imaginando que num hotel o número de lençóis seja de 100 unidades e o índice médio é de 1% ao mês, ou seja, danifica-se ou perde-se 1 lençol por mês e o mesmo não pode ser reutilizado, pode-se concluir que o índice médio da 1% ao mês significa que 12 lençóis serão danificados ao ano e não que 1 lençol será danificado 12 vezes ao ano. Se avaliarmos que um enxoval hoteleiro tem duração média de 24 meses, nesse período serão extraviados 24% do enxoval por desaparecimento e até 48% por danos.
  • 15. Se compararmos com o índice 6 sigma aplicados em algumas empresas como GE, Motorola etc., o índice de 1% que pode se considerado tolerável é na realidade, aproximadamente, 2.941 vezes pior. Mesmo sem comparar ao índice 6 sigma, são números alarmantes e que provocam inversões financeiras não programadas pela reposição inesperada do enxoval. Esses fatos podem provocar além da insatisfação dos hóspedes, a redução da vida útil do enxoval restante. A gestão dos danos pode ser realizada conhecendo-se as causas dos danos conforme mostra a tabela seguinte. DANOS À ROUPA – PRINCIPAIS PONTOS CLIENTES Uso indevido da roupa: puxões, torções, produtos pessoais etc. FUNCIONÁRIOS Remoção da roupa no local após o uso. Rouparia: contagem e ensaque. Uso indevido da roupa: lustrar, limpar, secar objetos ou utensílios etc. Uso indevido de produtos químicos na limpeza ou apartamentos. LAVANDERIA Coleta, transporte e classificação. Lavagem, centrifugação, secagem: colocação, processo e remoção. Calandragem: colocação, processo e remoção. Empacotamento e armazenamento. Entrega e distribuição. Fonte: Tok lavanderia/ e lavanderia Napolitana.
  • 16. Não existe uma fórmula mágica que determine o fim dos danos na roupa porém, se alguns procedimentos básicos, forem adotados, com certeza a redução será extremamente satisfatória. OBS: sabe-se que o assunto não está esgotado, trata-se de um resultado num determinado periodo/condição de lavagem/tipo de tecido/numero de mudas. É importante que seja ampliado com novos estudos. ALVEJAMENTO OXIDATIVO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO O que é? Processo de beneficiamento têxtil por esgotamento onde se precipita o oxigênio do peróxido no banho e ai ocorre o branqueamento da fibra e a sua consequente esterilização assim como sua limpeza. O que é peróxido? É uma formulação riquissima em hidrogênio que na presença de ação mecânica, oxigenação, temperatura e luz se decompõe liberando oxigênio e o ion peridroxila que é o agente branqueador. O peróxido de hidrogênio liqüido tem seu limite de concentração comercial em 50% ou 200 volumes, sendo esta formulação ácida para estabilizar o produto, ou seja o peróxido em meio ácido é quase totalmente estável, quase por que de acordo com o tempo, calor e agitação a reação de liberação de oxigênio se inicia (por isto que a tampa da embalagem tem uma válvula de alívio), sendo por isto recomendável não se estocar o produto por muito tempo. Existem também os "peróxidos" em pó, que tem as mesmas propriedades liberadoras de oxigênio e peridroxila dos peróxidos liquidos, são os persais e perboratos. Quando em processo ´por esgotamento a liberação do peróxido tem que ser controlada e constante, não podendo ser muito demorada nem muito rápida, sendo que este tempo variará de acordo com o substrato beneficiado e o resultado desejado. De maneira geral a aplicação de peróxido para alvejamento necessita de controle nos seguintes tópicos: Água: Deve ter sua dureza e contaminações corrigidas através sequestrantes, principalmente se houver muito cálcio, o que acarreta resultados acizentados, ou o ferro, que apresentará resultados avermelhados e pode até mesmo chegar ao apodrecimento da fibra. O agente de estabilidade do peróxido (no banho), mais usual é o óxido de silicio, presente no metassilicato, que apesar de ser alcalino estabiliza o peróxido em sua decomposição, ou seja, faz a liberação ser na intensidade e velocidade adequada ao processo. Os agentes ativadores do peróxido é a alcalinidade (pH ideal entre 11 e 12) podendo ser fornecida por soda (hidróxido de sódio) ou por barrilha (carbonato de sódio) ou ainda dependendo da formulação o próprio metassilicato que é composto de silício e soda. A utilização de produtos formulados com persais para este alvejamento é altamente recomendável, devendo porém ser um processo muito bem controlado técnicamente para se obter um bom resultado. A liberação de oxigênio a baixas temperaturas é de menor intensidade e o processo acaba tendo um poder de limpeza menor, se for aplicado no mesmo tempo que o banho a quente. A associação de produtos formulados em pó e peróxido liquido resulta em processos de alta qualidade. É normal a associação de agentes de limpeza e branqueadores óticos no processo de alvejamento oxidativo. O alvejamento oxidativo com peróxido provoca desgaste nas fibras de algodão. Um agente indicador da presença da peridroxila é solução de tetracloreto de titânio, existindo uma tabela de titulação. O peróxido é utilizado ainda como componente em outros produtos, como peracético e até o incrível perclórico.